Hoje Macau China / ÁsiaPequim pede fim dos exercícios militares americanos na Coreia do Sul [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China voltou ontem a pedir aos Estados Unidos para pararem com os exercícios militares na Coreia do Sul, num momento em que existe um agravamento do clima de tensão entre Washington e o regime norte-coreano. “A continuação dos testes nucleares viola as resoluções da ONU, mas as manobras militares em redor da península [coreana] também não respeitam as resoluções da ONU”, declarou ontem o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterando o apelo para o fim dos exercícios militares conjuntos dos exércitos americano e sul-coreano. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês falava numa conferência de imprensa em Berlim após um encontro com o seu homólogo alemão, Sigmar Gabriel. As autoridades de Seul anunciaram exercícios conjuntos com um porta-aviões americano que é aguardado em breve naquela região. Washington mobilizou o porta-aviões nuclear USS Carl Vinson e respectiva escolta para a península coreana, onde deverá chegar até ao final da semana. “O perigo que novos conflitos ecludam a qualquer momento é grande, é por essa razão que apelamos a todas as partes que mostrem sangue frio e evitem qualquer acção ou palavra que possa levar a novas provocações”, declarou Wang Yi na capital alemã. Questionado sobre os riscos de um eventual conflito armado, o ministro chinês considerou que “mesmo um risco de 1% não pode ser tolerado” porque uma guerra teria consequências “inimagináveis”. Pára tudo Pequim tem defendido nas últimas semanas uma solução que tem por base a ideia “suspensão contra suspensão”, ou seja, o regime de Pyongyang deve interromper as suas actividades nucleares e balísticas e Washington deve parar com as manobras militares comuns com a Coreia do Sul, exercícios anuais considerados pela ‘vizinha’ Coreia do Norte como uma provocação. Os Estados Unidos rejeitaram o plano chinês e voltaram a insistir que a China, um aliado tradicional de Pyongyang, pressione o regime norte-coreano, que tem intensificado os avisos e as ameaças a Washington. Responsáveis norte-americanos já avisaram que todas as opções, incluindo militares, estão “em cima da mesa”. Pequim, que continua a defender que a solução da mútua suspensão é “a única opção viável”, desafiou Washington a avançar com “uma melhor proposta”. Sobre a influência de Pequim sobre o regime norte-coreano, o ministro chinês afirmou em Berlim que é limitada. “A Coreia do Norte é um Estado soberano e deve decidir por si mesmo se quer ou não parar com as suas actividades nucleares”, argumentou Wang Yi. “Naturalmente, também acreditamos que estas actividades não são do interesse da Coreia do Norte”, acrescentou o ministro, sublinhando que Pyongyang justifica as suas acções com a “ameaça americana”.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas recusam abordar disputas territoriais na cimeira da ASEAN [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas afirmou ontem que não levantará o tema da disputa territorial com Pequim relativa ao Mar do Sul da China na cimeira do Sudeste Asiático, levando os seus críticos a acusá-lo de subserviência. A cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) decorre até domingo em Manila, capital das Filipinas, e contará com a presença dos chefes de Governo e de Estado de países como Birmânia (Myanmar), Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname. As Filipinas obtiveram no ano passado uma vitória num tribunal arbitral, que não reconheceu como válidas as pretensões históricas de Pequim quanto a territórios disputados no Mar do Sul da China. O Presidente Rodrigo Duterte afirmou ontem que a decisão arbitral é uma questão que apenas diz respeito às Filipinas e à China, não aos outros membros da ASEAN. Os críticos de Duterte consideram que o Presidente filipino deveria abordar o tema na cimeira, para pressionar Pequim a aceitar a decisão e a reconhecer o Estado de Direito. Vários outros membros da ASEAN – o Brunei, a Malásia e o Vietname – disputam também com a China o direito ao arquipélago Spratly, entre outras ilhas, no Mar do Sul da China. As Ilhas Spratly são muito ricas em recursos energéticos. Na agenda do encontro da ASEAN – que celebra o seu 50.º aniversário – estará a integração comercial do bloco asiático com as grandes economias do continente, como a China, o Japão e a Índia, como resposta à saída dos Estados Unidos do Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP, na sigla em inglês). Trata-se da primeira cimeira da ASEAN desde que os Estados Unidos anunciaram a retirada em definitivo do TPP, a 23 de Janeiro último. Esta sexta-feira haverá uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e no sábado realiza-se a cimeira de chefes de Estado e de Governo. Bloco de peso A perda de peso do TPP (ao qual pertencem o Brunei, a Malásia, Singapura e Vietname) trouxe um novo fôlego político à iniciativa chamada Associação Económica Regional Integral (RCEP), criada pela ASEAN em 2012 e apoiada pela China. Na prática, a RCEP seria um tratado de livre comércio entre a ASEAN, a Austrália, a China, a Coreia do Sul, a Índia, o Japão e a Nova Zelândia, que juntos representam aproximadamente 40% do PIB mundial e quase metade da população do planeta. Só os dez países da ASEAN formam um bloco de 625 milhões de habitantes (mais do que os cerca de 500 milhões da União Europeia), que pretende chegar a um PIB conjunto de 4,7 mil milhões de dólares em 2020 e tornar-se na quarta potência económica mundial dentro de 15 anos. O próximo encontro dos líderes do bloco regional realiza-se em Novembro, estando prevista a presença do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As Filipinas, país no qual estão activos vários grupos terroristas e rebeldes, rodeou a cimeira da ASEAN de fortes medidas de segurança, num dispositivo que inclui 41 mil polícias e militares, bem como corte de estradas e restrições no espaço aéreo.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | Americana condenada a três anos e meio de prisão [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou a cidadã norte-americana Sandy Phan-Gillis a três anos e meio de prisão por espionagem e revelação de segredos de Estado, informou ontem o jornal de Hong Kong South China Morning Post. Phan-Gillis, de 55 anos, foi detida em Março de 2015, quando acompanhava uma delegação de empresários de Houston, cidade do Estado norte-americano do Texas, e tentou entrar na China continental através de Macau. A norte-americana encontra-se num centro de detenção e não planeia recorrer da sentença, segundo John Kamm, director da Fundação Dui Hua, uma organização não-governamental especializada em seguir casos de presos na China. O período que Phan-Gillis passou detida corresponde a mais de metade da pena a que agora foi condenada pelo Tribunal Popular Intermédio de Nanning, pelo que pode obter já liberdade condicional e ser deportada. Uma porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Pequim explicou ao jornal que o julgamento decorreu à porta fechada e que um funcionário consular foi impedido de assistir. Normas de lado No ano passado, o grupo das Nações Unidas para as detenções arbitrárias criticou a China por não ter respeitado “as normas internacionais relativas ao direito a um julgamento justo e à liberdade e segurança”. Phan-Gillis permaneceu durante seis meses num lugar secreto e mais tarde foi transferida para um centro em Guangxi, província no sudoeste do país. A sua detenção só foi anunciada em Setembro de 2015, quando as autoridades chinesas revelaram que a suspeita “pôs em perigo a segurança nacional”. A norte-americana tem origens no sul da China, mas nasceu no Vietname. Numa carta enviada desde a prisão, a mulher assegurou que a sua detenção teve motivações políticas e não criminais.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul instala partes sistema antimíssil norte-americano [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou ontem ter instalado partes do controverso sistema de defesa antimíssil norte-americano, um dia depois da Coreia do Norte ter exibido o seu poderio militar, com exercícios de artilharia com fogo real. Em comunicado, a Coreia do Sul indicou que partes não especificadas do sistema defesa antimíssil norte-americano (THAAD) foram implantadas, e que Seul e Washington têm impulsionado o andamento dos trabalhos de modo a que esteja operacional em breve para lidar com as ameaças por parte de Pyongyang. A agência noticiosa sul-coreana Yonhap detalhou que foram instalados seis lançadores, incluindo alguns para serem usados para interceptar mísseis e pelo menos um radar. O trabalho com vista à montagem ainda este ano do sistema defesa antimíssil norte-americano desagradou a Coreia do Norte, mas também a China e a Rússia. Seul, à semelhança de Washington, garante que tem objectivos meramente defensivos, mas Pequim, por exemplo, considera que o THAAD e o seu potente radar têm capacidade para reduzir a eficácia dos seus sistemas de mísseis. A Coreia do Norte realizou exercícios de artilharia com fogo real de grande dimensão na terça-feira por ocasião do 85.º aniversário do seu exército, segundo Seul. Fontes do Governo sul-coreano, citadas pela agência Yonhap, indicaram na terça-feira que se acredita que o simulacro, realizado perto da cidade de Wonsan, pode ter sido um dos maiores exercícios com fogo real levado a cabo até à data pela Coreia do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaAmnistia Internacional quer ASEAN a tomar posição contra mortes nas Filipinas [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ara a AI, os líderes do bloco, composto por dez nações, devem considerar se as mortes constituem uma grave violação da Carta da ASEAN, particularmente do compromisso de defesa dos direitos humanos. A organização não-governamental (ONG) indicou que até 9.000 pessoas foram mortas, pela polícia ou pessoas armadas, desde Julho, no âmbito da campanha do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, contra o tráfico de droga nas Filipinas. “À medida que o número de mortos aumenta, também aumentam as provas relativas ao papel das autoridades filipinas no derramamento de sangue”, disse Champa Patel, director da AI para o Sudeste Asiático e Pacífico. Patel considerou “um escândalo” que a cimeira da ASEAN decorra nas Filipinas e devia levar o Governo a realizar de imediato “uma investigação independente e eficaz” às mortes extrajudiciais. Numa carta aberta ao ministro da Justiça filipino, Vitaliano Aguirre II, a AI pediu às autoridades para realizarem uma investigação imediata e imparcial a todas as mortes relacionadas com o tráfico de droga, e processarem os suspeitos, independentemente do cargo que ocupem. Negas estatais O porta-voz presidencial filipino Ernesto Abella disse que “os alegados homicídios extrajudiciais não são apoiados nem aprovados pelo Estado”. As operações policiais seguem protocolos definidos e quem não respeita o protocolo responde perante a lei, disse. De acordo com Abella, o Senado filipino realizou uma investigação independente e não encontrou quaisquer provas de execuções aprovadas pelo Estado. Na segunda-feira, o advogado filipino Jude Sabio entregou documentos ao gabinete da procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI), no qual acusa Duterte de ter causado a morte de mais de 8.000 pessoas na guerra anti-droga. As Nações Unidas, a União Europeia, os Estados Unidos, assim como numerosas organizações de defesa dos direitos humanos têm expressado preocupação sobre as alegadas execuções extrajudiciais.
Hoje Macau China / ÁsiaMinistro japonês demite-se após comentário ofensivo sobre desastre de 2011 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro da Reconstrução japonês, Masahiro Imamura, apresentou ontem a demissão, um dia depois de ter feito um comentário considerado ofensivo sobre o maremoto de 11 de Março de 2011. Numa reunião do Partido Liberal Democrata (PLD, no poder), Imamura, de 70 anos, disse ter sido uma sorte que o desastre de 11 de Março de 2011 tenha atingido o nordeste do país em vez da área metropolitana de Tóquio. O ministro afirmou que o desastre causou prejuízos nas infra-estruturas sociais avaliados em 226.000 milhões de dólares, um impacto que teria sido muito maior caso a zona da capital tivesse sido afectada, de acordo com os meios de comunicação social japoneses presentes na reunião, na terça-feira. Imamura retratou-se pouco depois e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pediu desculpas por um comentário “extremamente inapropriado” e “doloroso” para aqueles afectados pela tragédia. O novo ministro da Reconstrução vai ser Masayoshi Yoshino, natural da prefeitura de Fukushima e ex-vice-ministro do Ambiente, indicou a agência noticiosa Kyodo. Imamura dirigia a pasta da Reconstrução desde a mais recente remodelação do Governo de Shinzo Abe, realizada em Agosto passado. O Ministério foi criado em 2011 para se ocupar da reconstrução das zonas afectadas pelo maremoto de 11 de Março desse ano, e dos problemas relacionados com o acidente nuclear desencadeado na central de Fukushima. Outros dislates A oposição nipónica tinha pedido, no início do mês, a demissão de Imamura, por o político ter afirmado, durante uma conferência de imprensa sobre o apoio aos deslocados de Fukushima, que as pessoas que se retiraram voluntariamente da zona e não regressaram, apesar do levantamento das ordens de evacuação, se devem defender sozinhas. “É sua própria responsabilidade, a sua própria escolha”, disse o então ministro para defender a decisão do Governo central de cessar a assistência financeira aos cerca de 26 mil “deslocados voluntários”, residentes que saíram voluntariamente das zonas em torno da central que não foram legalmente definidas como zonas obrigatórias de evacuação. Muitas dessas pessoas não têm intenção ou não têm possibilidades de regressar às suas casas devido sobretudo a preocupações relacionadas com a radiação e dificuldades financeiras. Aproximadamente 40.000 pessoas continuam ainda deslocadas devido àquele que foi o segundo pior acidente nuclear na História, a seguir ao desastre de Chernobil, na Ucrânia, em 1986. O desastre de 11 de Março de 2011 no Japão causou 15.893 mortos e 2.553 desaparecidos, de acordo com o balanço oficial.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang em “ponto sem retorno” se fizer teste nuclear [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) advertiu ontem a Coreia do Norte de que vai entrar num “ponto sem retorno” se efectuar um novo teste nuclear, face à crescente tensão com Washington. “Se a Coreia do Norte realizar o sexto teste nuclear, como se espera, o mais provável é que a situação chegue a um ponto sem retorno”, avisou o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC. Os Estados Unidos ameaçaram já lançar um ataque preventivo, em resposta ao programa nuclear do regime de Kim Jong-un. Todas as partes “assumirão as consequências”, mas será Pyongyang a “sofrer as maiores perdas”, considerou o Global Times, um dia depois do Presidente chinês, Xi Jinping, pedir contenção ao homólogo norte-americano, Donald Trump. O jornal alertou ainda Pyongyang para “sanções sem precedentes” da ONU e um ataque lançado por Washington contra instalações militares e nucleares norte-coreanas, que vão forçar o país a “tomar uma decisão de vida ou morte”. “A última coisa que a China quer ver” é a Coreia do Norte nesta circunstância ou o início de uma guerra, sublinhou o jornal, que destacou a “influência limitada” de Pequim sobre o país vizinho. Missão impossível “Washington espera que Pequim contenha Pyongyang (…), como se isso fosse assim tão fácil, como dizer ‘abracadabra’. A Coreia do Norte, por outro lado, espera que a China pressione os Estados Unidos e a Coreia do Sul, para que detenham as ameaças de guerra. Pequim não pode satisfazer ambos”, escreveu. O jornal aconselhou o regime norte-coreano a “ser flexível” neste momento, louvando o desenvolvimento independente após a Guerra da Coreia (1950-53) e a soberania do país, “muito maior” do que a do vizinho do Sul. “Dar um pequeno passo atrás facilitará a solução do conflito. Isso não significa ser cobarde, mas sim valente para enfrentar o desafio de maneira diferente”, considerou.
Hoje Macau China / Ásia MancheteCoreia do Norte | China pede contenção aos Estados Unidos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente Xi Jinping apelou a “contenção” sobre a questão norte-coreana durante uma conversa ao telefone com o homólogo norte-americano, Donald Trump. A troca de impressões, mantida ontem de manhã, acontece numa altura em que um contingente de navios militares, liderado pelo porta-aviões Carl Vinson, anda em águas asiáticas. O telefonema foi feito com uma preocupação crescente em mente: teme-se que Pyongyang leve a cabo outro ensaio nuclear ou um teste com mísseis para assinar o 85.o aniversário da fundação do Exército Popular Coreano. A efeméride assinala-se hoje. A China “espera que as partes envolvidas possam manter a contenção e evitar acções que possam aumentar a tensão na Península Coreana”, disse Xi Jinping, citado por um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “A única forma de concretizar a desnuclearização da Península Coreana e de resolver rapidamente o problema nuclear da Coreia do Norte é se cada parte envolvida cumprir totalmente os seus deveres”, continuou o Presidente chinês. Foi a segunda conversa ao telefone entre os dois líderes desde o encontro no resort de luxo de Donald Trump, na Florida, no início deste mês. A conversa tinha sido previamente marcada e, dizem as agências internacionais de notícias, partiu da iniciativa do Presidente dos Estados Unidos. O pedido de Pequim em relação à necessidade de moderação por parte de Washington surge depois de, no sábado passado, o vice-presidente norte-americano Mike Spence ter anunciado que o porta-aviões Carl Vinson iria chegar, “numa questão de dias”, ao Mar do Japão, perto da Península Coreana. No domingo, o Carl Vinson juntou-se a outros navios de guerra para exercícios militares conjuntos com o Japão, no Mar das Filipinas. Mike Pence aproveitou ainda para reiterar os pedidos feitos a Pequim – o único grande aliado e o maior parceiro comercial de Pyongyang” – para que utilize a sua “posição única” para obrigar o regime de Kim Jong-un a ceder nas suas pretensões nucleares. “São recebidos com muito agrado os passos que temos visto a China dar, passos sem precedentes em muitas formas, aumentando a pressão económica na Coreia do Norte”, afirmou ainda o vice-presidente. “Acreditamos que a China pode fazer mais”, acrescentou. Em Fevereiro, a China anunciou que ia suspender todas as importações de carvão da Coreia do Norte – uma fonte de rendimentos essencial para Pyongyang – até ao final do ano. Pequim deixou ainda o aviso, já este mês, que um conflito com o regime de Kim Jong-un poderia rebentar “a qualquer momento”, numa altura em que Pyongyang ameaçava com uma resposta “sem misericórdia” a qualquer acção militar norte-americana. Varrer com eles A Coreia do Norte tem aumentado as ameaças nas últimas semanas, já depois do falhado teste de um míssil que coincidiu com o 105.o aniversário do nascimento do fundador do país, Kim Il-sung. Um recente artigo difundido pela agência oficial norte-coreana KCNA acusa Pequim de ceder às pressões de Washington, advertindo que a postura chinesa poderá ter “consequências catastróficas”. Um site oficial norte-coreano advertiu os Estados Unidos de que serão “varridos da face da Terra” se desencadearem uma guerra na península. Numa série de editoriais, o jornal Rodong Sinmun, porta-voz do partido único no poder, explica que as forças norte-coreanas não estão impressionadas com a chegada iminente do porta-aviões norte-americano, que constitui “uma chantagem militar sem disfarces”. As forças norte-coreanas estão prontas para “afundar o porta-aviões nuclear norte-americano com um único ataque”, escreveu o jornal. O site de propaganda Uriminzokkiri considera que o envio do Carl Vinson é uma declaração de guerra. “É a prova de que uma invasão da Coreia do Norte fica mais próxima todos os dias”, referiu. Num editorial apresentado como tendo sido escrito por um oficial do exército, o site alerta Washington para não confundir a Coreia do Norte com a Síria, que não lançou um “contra-ataque imediato” após um ataque dos Estados Unidos a uma base aérea síria no início do mês. Em caso de ataque à Coreia do Norte, “o mundo verá como os porta-aviões inconscientes de Washington são reduzidos a pedaços de aço e naufragam e como um país chamado América é varrido da face da Terra”, ameaça. Mike Pence, que terminou uma viagem à região, declarou, como outros responsáveis norte-americanos, que face às ambições nucleares norte-coreanas “todas as opções estão sobre a mesa”, incluindo a militar. Arigato a Trump Antes da conversa com Xi Jinping, Donald Trump esteve ao telefone com o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe. O tema da conversa foi o exercício militar conjunto em que participa o porta-aviões Carl Vinson e a Força Marítima de Auto-Defesa do Japão. “Disse-lhe que apreciamos muito as palavras e as acções dos Estados Unidos, que demonstram que todas as opções estão em cima da mesa”, disse o chefe de Governo aos jornalistas. “Concordamos totalmente com esta exigência de forte contenção por parte da Coreia do Norte que tem, reiteradamente, agido de forma provocatória e perigosa”, acrescentou Shinzo Abe. A demonstração da força naval nipónica reflecte a preocupação crescente de um ataque da Coreia do Norte. Alguns deputados do partido do poder em Tóquio pediram já ao primeiro-ministro que compre armamento capaz de lidar com os mísseis norte-coreanos, temendo um ataque iminente. A frota naval militar japonesa é a segunda maior da Ásia, logo a seguir à da China, mas é sobretudo constituída por contratorpedeiros. A imprensa japonesa tem dado conta de um receio da população em relação a um ataque nuclear da Coreia do Norte na região, que se tem traduzido na procura de abrigos nucleares e na compra de purificadores de ar capazes de bloquear as radiações. Grupo de norte-coreanos em risco de repatriamento Oito norte-coreanos que fugiram do país arriscam-se a serem repatriados depois de terem sido detidos, no mês passado, pela polícia chinesa. A denúncia foi feita ontem pelo grupo Human Rights Watch (HRW), que tem estado a ajudar os desertores. A organização não-governamental explica que as autoridades da China detiveram os oito norte-coreanos em meados de Março, durante uma operação de rotina numa estrada do nordeste do país. A detenção do grupo acontece numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos tem estado a pressionar Pequim para que aja de forma mais activa em relação a Pyongyang, por entre um clima de tensão em torno das intenções nucleares norte-coreanas. “Temos, neste momento, muitos relatos de sobreviventes que indicam que a administração de Kim Jong-un persegue aqueles que são obrigados a regressar à Coreia do Norte depois de terem partido ilegalmente. São sujeitos a tortura, violência sexual e trabalhos forçados – e ainda a pior”, afirmou em comunicado o vice-director para a Ásia da HRW. Phil Robertson pede à China que não repatrie os desertores. As Nações Unidas já condenaram o facto de Pequim recambiar os norte-coreanos que são encontrados em território chinês, alertando para o facto de o Governo Central estar a cometer uma violação da legislação internacional. A China contra-argumenta alegando que os desertores norte-coreanos são imigrantes ilegais que fugiram do país de origem por razões de natureza económica. Já a Coreia do Norte diz que se trata de criminosos e chama sequestradores a quem os ajuda a chegar à Coreia do Sul. Apelo aos Presidentes Os oito norte-coreanos em risco de repatriamento estavam na cidade de Shenyang, onde a polícia de trânsito os encontrou. Foram levados para a esquadra por não terem documentação válida. Um pastor cristão que ajuda desertores da Coreia do Norte na China – e que pediu à Reuters para ser identificado pelo pseudónimo Stephan Kim – contou que os homens lhe enviaram um vídeo em que pedem ajuda ao Presidente norte-americano Donald Trump e ao homólogo chinês Xi Jinping. O vídeo mostra o grupo dentro de um veículo, à porta de uma esquadra da polícia chinesa. São muitos os norte-coreanos que, todos os anos, tentam fugir do país natal. Porque a fronteira com o Sul é a mais protegida do mundo, a fuga faz-se, por norma, através da China, passando por outros países do Sudeste Asiático até chegar à Coreia do Sul. Cerca de 30 mil conseguiram chegar a Seul, muitos com a ajuda de grupos de direitos humanos sul-coreanos, de organizações religiosas e até de empresários.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE chinês reúne com homólogo iraniano [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, encontrou-se este domingo, com o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, durante a primeira reunião ministerial do “Fórum de Civilizações Antigas”, em Atenas. Segundo Wang Yi, a parceria estratégica abrangente entre a China e o Irão está em constante desenvolvimento. A cooperação bilateral em matéria de economia, comércio, investimento e de cultura tem sido aprofundada. Os dois países mantêm uma estreita comunicação e coordenação em questões internacionais. A China congratula-se com a presença dos altos funcionários do governo iraquiano na reunião de alto nível que visa expandir a cooperação no âmbito de “Uma Faixa, Uma Rota”, informa a rádio China. De acordo com Zarif, a troca de visitas entre os dois Chefes de Estado consolidou a base das parcerias estratégicas bilaterais. O Irão apoia a iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota” e procura realizar um desenvolvimento comum. As duas partes trocaram opiniões sobre questões internacionais e regionais de interesse comum, incluindo a questão da Síria, e a situação nuclear na Península Coreana.
Hoje Macau China / ÁsiaPoluição | Quase três mil empresas violam regras ambientais [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades ambientais da China encontraram 2.808 empresas que violaram os padrões estabelecidos durante a primeira ronda de inspecção da poluição do ar. As equipas de inspecção em 28 cidades na região de Pequim-Tianjin-Hebei e nas áreas nos arredores descobriram que as 2.808 das 4.077 empresas não cumpriram as normas, disse o Ministério da Protecção Ambiental em comunicado. Os problemas incluíram produção sem licença, prevenção ineficiente de poeira e falta ou mau funcionamento de instalações de tratamento da poluição, informa o comunicado.Os inspectores também descobriram algumas empresas que tinham sido fechadas pelas violações e retomaram a produção ilegal fornecendo dados falsos de controlo. A taxa de dias com boa qualidade do ar em Pequim-Tianjin-Hebei aumentou 14,6 pontos percentuais em relação ao ano transacto, para 66,3% em Março, mesmo que tenha caído no primeiro trimestre, segundo os dados.
Hoje Macau China / ÁsiaDevin Nunes | Expansão chinesa não beneficia populações [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] congressista norte-americano Devin Nunes criticou ontem em Lisboa a actuação da China em termos globais, nomeadamente em África, por não levar benefícios às populações dos países onde investe e militarizar as regiões. “A China espalha influência pelo mundo; em África trazem pessoas, constroem estruturas, que muitas vezes não funcionam bem, colocam militares, não se misturam com as pessoas e só se preocupam com eles”, disse o republicano em entrevista à Lusa, durante a passagem por Lisboa. “Se faz parte do partido, está numa elite e os outros não têm nada, e projectam isto pelo mundo, e uma das razões por que fazem isto é que uma parte da elite quer tirar o dinheiro do país e pô-lo noutros lugares”, criticou o congressista republicano, que visitou as instalações de defesa naval portuguesa e participou num encontro de legisladores luso-americanos, no fim de semana. Para Devin Nunes, os chineses frequentemente argumentam com razões económicas quando têm fins militares: “Quando vão para esses sítios, e dizem que vão para pesquisa científica ou razões económicas e depois aparecem os militares, isso é inaceitável”, vincou. África minha Em África, a China é um dos principais investidores em Angola, comprando metade do petróleo que o país exporta, e em Moçambique o gigante asiático já investiu 6 mil milhões de dólares desde 2015, segundo dados apresentados pelo embaixador chinês em Maputo, na semana passada. Questionado sobre as relações entre a Rússia e as eleições norte-americanas, que ditou o afastamento de Devin Nunes da investigação, apesar de se manter como presidente da comissão parlamentar sobre informações, o republicano lembrou que “a Rússia tem estado fortemente envolvida nas eleições [norte-americanas] há décadas, mas dantes não se falava nisso”. Os russos, considerou, “são muito bons em propaganda” e estão envolvidos também nas eleições europeias, “é o velho KGB a funcionar, há televisões russas em toda a Europa, incluindo a RT em Portugal, e são muitos bons a promover o seu regime”. “O desafio é saber se a Rússia sai da Crimeia, da Ucrânia, e trabalha connosco contra o ‘jihadistas’, isso seria positivo, mas acho que não”, disse. O congressista considerou que a falha de avaliação das intenções e objectivos da Rússia nos últimos anos “é o maior falhanço desde o 11 de Setembro” e vinca que avisou o anterior Governo “há um ano” e que há vários anos que tem alertado para a “inabilidade dos EUA em perceberem os planos da Rússia”. Sobre a União Europeia e a recente decisão do Reino Unido de abandonar esta entidade, e o ressurgimento de nacionalismos que têm colocado os partidos de extrema-direita mais perto do topo das intenções de voto, Devin Nunes preferiu não se alongar na análise. “É muito importante ter uma União Europeia forte, e o desafio é o nível de burocracia em Bruxelas, saber quanta burocracia é demasiada, porque há uma linha ténue entre ter uma enorme burocracia que dificulta a vida diária das pessoas, versus dar-se bem com os vizinhos e ter uma boa relação; nós só queremos ser úteis e fortalecer a relação com os nossos aliados”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Duterte diz que pode ser 50 vezes pior que os terroristas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, avisou ontem que pode ser 50 vezes mais brutal que os extremistas muçulmanos que fazem decapitações, dizendo que até poderia “comer” os terroristas se fossem capturados vivos pelas tropas do país. Duterte tem repetidamente ameaçado de morte os suspeitos de tráfico de droga nas Filipinas, mas agora elevou a sua retórica a um novo nível com estas declarações feitas no âmbito da abertura de um evento desportivo. O Presidente filipino ordenou às tropas para que matassem militantes muçulmanos que fugiam depois de um ataque fracassado na província central de Bohol e que não os trouxessem vivos, chamando “animais” aos extremistas. “Se querem que eu seja um animal, eu também estou habituado a isso. Nós somos iguais”, afirmou Duterte, citado pela agência de notícias Associated Press (AP). “Eu posso fazer o que vocês fazem 50 vezes mais”, atirou o político, dizendo o que faria que se um terrorista lhe fosse apresentado enquanto estivesse de mau humor. “Passem-me o sal e o vinagre e eu como o seu fígado”, lançou. Duterte venceu as eleições presidenciais filipinas em Maio do ano passado com a promessa de combater as drogas ilegais, a corrupção e o terrorismo. Milhares de pessoas morreram devido à sua campanha anti-drogas, que tem alarmado os governos ocidentais e grupos de direitos humanos. Duterte já avisou que pode colocar sob lei marcial a zona sul das Filipinas – onde há décadas que há uma rebelião separatista muçulmana – caso as ameaças terroristas fiquem fora de controlo.
Hoje Macau China / ÁsiaSondagens consolidam Moon Jae-in como favorito à presidência da Coreia do Sul [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] liberal Moon Jae-in ampliou a sua vantagem nas sondagens e consolida-se como o candidato favorito às eleições presidenciais na Coreia do Sul, que se realizam dentro de duas semanas, indicam dados divulgados ontem. Moon Jae-in, do Partido Democrático, conta com entre 37 e 39% das intenções de voto para as presidenciais de 9 de Maio, o que reflecte uma subida de entre um e três pontos percentuais nas últimas duas semanas, segundo as mais recentes sondagens, cujos resultados foram citados ontem pela imprensa sul-coreana. Os dados indicam que Moon Jae-in, que perdeu as presidenciais de 2012 contra Park Geun-hye, ampliou a vantagem frente ao seu principal rival, o candidato do Partido Popular (de centro-esquerda), Ahn Cheol-soo, o qual caiu cerca de quatro pontos nos últimos 15 dias, para a faixa de entre 26 e 30% nas intenções de voto. Hong Joon-pyo, que pertence ao conservador Partido da Liberdade, da Presidente destituída, Park Geun-hye, surge em terceiro lugar, mas a larga distância dos dois primeiros candidatos, com menos de 10% das intenções de voto, de acordo com as sondagens. Recorde de participantes No total, 15 políticos registaram-se oficialmente como candidatos à presidência – o que supera o recorde de 12 nas presidenciais de Dezembro de 2007 – e participam na campanha eleitoral, que arrancou na semana passada e termina na véspera da votação. Esta é a primeira vez que se realizam presidenciais antecipadas na Coreia do Sul desde que a junta militar do general Chun Doo-hwan autorizou a realização de eleições democráticas em Dezembro de 1987, o que sucedeu depois de Park Geun-hye se ter tornado na primeira chefe de Estado a ser destituída em democracia. Em prisão preventiva desde 31 de Março, Park vai começar a ser julgada a 2 de Maio, por acusações que incluem abuso de poder, corrupção e revelação de segredos de Estado. A acusação considerou provado que Park criou, com a sua amiga de longa data Choi Soon-sil, conhecida como “Rasputina”, uma rede através da qual pediu e obteve subornos de pelo menos três empresas – Samsung, Lotte e SK – no valor de cerca de 59.200 milhões de won (cerca de 48 milhões de euros).
Hoje Macau China / ÁsiaChina espera que Venezuela consiga manter a estabilidade [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China expressou sexta-feira o seu apoio à Venezuela, nação que considerou “país amigo”, e expressou a sua confiança de que o povo venezuelano consiga “gerir os seus assuntos domésticos, manter a estabilidade e o desenvolvimento social e económico”. Numa reacção aos confrontos entre manifestantes e forças de segurança do país, que resultaram na morte de três pessoas, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang afirmou que a “China está atenta à situação”. “Sabemos que o Governo da Venezuela expressou a sua confiança de retomar o diálogo com a oposição”, acrescentou. O porta-voz chinês assegurou que Pequim considera essa “a linha a seguir, para bem dos interesses fundamentais” do povo venezuelano. O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, pediu que sejam tomadas medidas para “reduzir a polarização” no país latino-americano, um apelo repetido pela Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Paraguai, Perú e Uruguai, que condenaram a violência dos últimos dias. Segundo Caracas, três pessoas morreram na quinta-feira durante as manifestações da oposição contra o presidente do país, Nicolás Maduro, e outras 62 ficaram feridas. Foram detidos 312 manifestantes.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Cargueiro espacial acoplou-se com sucesso a laboratório [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro cargueiro espacial chinês acoplou-se sábado com sucesso ao laboratório espacial ‘Tiangong 2’, dois dias depois de ter sido lançado sem incidentes, anunciou o centro de controlo aeroespacial de Pequim. Segundo a agência noticiosa francesa AFP, o cargueiro Tianzhou-1 (‘Navio celestial’), terá realizado a acoplagem perto das 5:30, hora de Lisboa, depois de um primeiro contacto estabelecido com o laboratório espacial, cerca de 15 minutos antes. O laboratório deverá abrir caminho ao desenvolvimento de uma estação espacial habitável, prevista para 2022, quando a estação espacial internacional deixar de funcionar. O desenvolvimento de um cargueiro espacial era imprescindível para a construção da estação espacial, cujo primeiro módulo será colocado no espaço em 2019 (um ano depois do previsto inicialmente) e que se espera esteja concluída três anos depois. Durante a missão, a nave “Tianzhou 1” (navio celestial) ensaiará três tipos diferentes de acoplagem ao laboratório espacial, ao qual estará unida durante dois meses. Também fará o transvase de combustível para que o “Tiangong 2” mantenha a órbita, bem como equipamentos científicos e técnicos. Após cinco meses numa órbita a 385 quilómetros de altitude, o cargueiro espacial iniciará uma descida controlada para se desintegrar nas camadas mais altas da atmosfera. Teste vital O principal objectivo da missão é comprovar o funcionamento da nova nave, que será necessária para o transporte de todo o tipo de elementos para a estação espacial. A futura estação espacial vai exigir um abastecimento periódico de alimentos, água, oxigénio e materiais, sendo que o programa espacial chinês não pode avançar na construção da estação sem ter antes um sistema fiável de transporte. A “Tianzhou 1” é uma nave de nove metros com uma capacidade de carga de 6,5 toneladas e um peso total de 13 toneladas, cujo desenvolvimento pressupôs “um esforço de seis anos” em desenho e construção, segundo Luo Guqiang, responsável adjunta da missão. O primeiro módulo da estação espacial, chamado “Tianhe 1” (rio celestial), terá um peso de 20 toneladas e um braço robot articulado, pelo que precisa de um foguete propulsor mais potente capaz de por em órbita cargas até 25 toneladas.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte foi “isolada à força”, diz empresário espanhol [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] empresário espanhol León Smit, que organiza visitas à Coreia do Norte, diz que o país foi “isolado à força”, sendo “muito difícil” estabelecer relações comerciais com Pyongyang, sob o regime de Kim Jong-un. “É um país que foi isolado à força”, afirma à agência Lusa Smit, que em 2015 concluiu um mestrado em Política Internacional na Universidade de Yanbian, cidade chinesa situada na fronteira com a Rússia e a Coreia do Norte. O espanhol colabora actualmente com a KTG, agência de viagens fundada em 2008 e uma das raras especializadas em organizar visitas à Coreia do Norte. “Os norte-coreanos consideram-se abertos ao mundo, dispostos a estabelecer conversações e negociações com qualquer país”, diz. No entanto, “é muito difícil estabelecer relações comerciais com a Coreia do Norte”, acrescenta Smit. “Mesmo para nós, uma agência de viagens certificada, é por vezes complicado realizar transferências bancárias” com Pyongyang, revela, explicando que as companhias que oferecem aquele tipo de serviço bloqueiam qualquer movimento que envolva o país. Tensões antigas Tecnicamente, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul continuam em guerra e o armistício assinado em 1953, após quase quatro milhões de mortos, ainda não foi substituído por um tratado formal de paz. Desafiando as resoluções das Nações Unidas, o Governo de Pyongyang continua a testar mísseis de médio e longo alcance e a desenvolver um controverso programa nuclear. A própria China, que até há pouco tempo mantinha com a Coreia do Norte uma relação descrita como de “unha com carne”, tem-se progressivamente afastado do país, consciente de que este representa cada vez mais uma fonte de tensão regional e um embaraço para a diplomacia chinesa. Em Novembro passado, a ONU reforçou as mais duras sanções dos últimos 20 anos contra o regime dos Kim, limitando as exportações norte-coreanas de carvão, que tinham na China praticamente o único importador. O turismo tem assumido uma importância crescente como fonte de receitas para o país. As visitas organizadas pela KTG custam entre 800 e 1.695 euros e incluem o transporte de comboio de ida e volta a partir de Pequim, deslocações internas, hotéis e três refeições por dia. A estada varia entre 3 e 10 dias e inclui visitas até sete cidades e à montanha de Myohyang. Mas não foi sempre assim: “Nos primeiros anos da KTG, só se podia visitar um par de cidades, mas com o tempo foram abertos mais locais ao turismo, assim como zonas de diversão e desporto, parques naturais e quintas”, diz Smit. A KTG leva, em média, 500 turistas por ano a visitar a Coreia do Norte, a maioria europeus, mas também norte-americanos e australianos. “Inicialmente, eram sobretudo europeus mais velhos, que viveram durante a época da União Soviética e queriam ver com os seus próprios olhos um país que continua a ser soviético”, explica. Já os norte-americanos visitam a Coreia do Norte “por curiosidade”. Nos últimos anos, a maratona de Pyongyang passou também a atrair pessoas ligadas ao desporto. “Ao contrário do que muita gente pensa, viajar para a Coreia do Norte não é difícil de todo”, diz Smit. “O visto é feito ‘online’ e em menos de uma semana está pronto”. As visitas têm que ser feitas em grupo e sempre na companhia de um guia turístico. O espanhol lembra que “tecnicamente, o país continua em guerra, por isso, as medidas de segurança são mais fortes do que em outros lugares”. Questionado sobre se os norte-coreanos estão contentes com o regime, León Smit diz que “não é ninguém para englobar o ponto de vista de todo um povo”. “Mas, no geral, existe orgulho por se terem mantido uma nação independente durante todos estes anos, apesar das dificuldades”, conclui.
Hoje Macau China / ÁsiaFederica Mogherini diz que China é “parceiro chave” para os desafios europeus [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] responsável pela diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, disse ontem que a China é um parceiro chave para enfrentar os conflitos e desafios que atingem a Europa, como a guerra na Síria ou o ‘Brexit’. “A China é uma peça muito importante para a segurança no nosso lado do mundo, na nossa região”, afirmou Mogherini, durante um encontro com estudantes na Universidade de Tsinghua, em Pequim. A UE e a China “têm a responsabilidade global de se comprometerem com a defesa da segurança”, acrescentou. Mogherini assegurou que, ao contrário de outros actores internacionais, a “UE não vê a autoconfiança da China como uma ameaça”, considerando o país asiático um parceiro com o qual existem “muitas oportunidades” para cooperar. A também vice-presidente da Comissão Europeia sublinhou que é necessário “esperança nos tempos difíceis que decorrem” e apelou à comunidade internacional a manter-se unida e “afastada da via militar”, tanto na península coreana, como na Síria. E assinalou que a China e a UE devem usar a sua influência com todas as partes implicadas e “salvaguardar os direitos humanos” no conflito sírio, ao qual a representante prestará “especial atenção” nos próximos dias, durante a sua visita à Rússia. Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Rússia voltou a vetar, no passado dia 12, uma resolução contra ao regime de Bashar al-Assad por ataques a civis com armas químicas na semana anterior, enquanto a China se absteve. Refugiados e ‘Brexit’ Mogherini falou ainda da crise migratória, que na sua opinião “não é uma crise da Europa, mas sim de refugiados”. A política italiana excluiu qualquer vínculo entre a chegada dos refugiados e atentados terroristas, lembrando que os “últimos ataques na Europa foram perpetuados por europeus”. “Não é como a imprensa conta”, afirmou. Sobre o ‘Brexit’, cujas negociações arrancaram em Março passado e deverão terminar num prazo máximo de dois anos, Mogherini destacou a “determinação a favor da integração europeia”. “Temo que o Reino Unido venha a perder muito mais do que a UE”, disse. A alta representante iniciou na China uma viagem por três potências emergentes, que inclui ainda a Rússia e a Índia.
Hoje Macau China / ÁsiaInterrompida de bilionário que ameaça denunciar corrupção interrompida [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m bilionário chinês que ameaça tornar pública a corrupção envolvendo a liderança chinesa teve a sua entrevista a uma emissora norte-americana interrompida, depois de Pequim ter avançado que foi colocado sob mandado de captura pela Interpol. Na quarta-feira, Guo Wengui estava a ser entrevistado pela rádio Voz da América (VOA), financiada pelo Governo dos Estados Unidos, quando os apresentadores interromperam o programa, que devia prolongar-se por três horas. Seis horas antes de Guo falar à rádio norte-americana, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang disse que a Interpol tinha emitido um “alerta vermelho” para a captura de Guo Wengui. A VOA negou qualquer alegada interferência política da China na interrupção do programa. Lu Kang recusou adiantar quais os crimes de que Guo é acusado, mas o jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que o bilionário é suspeito de ter subornado um responsável dos serviços secretos chineses, condenado por corrupção em Fevereiro passado. Guo deixou de ser visto em público, em 2014, mas voltou a aparecer recentemente, em duas entrevistas a órgãos de comunicação publicados em chinês além-fronteiras e numa série de mensagens difundidas através da rede Twitter, nas quais dizia ter informações comprometedoras para a liderança chinesa. Em mensagens enviadas à agência noticiosa Associated Press (AP), Guo disse acreditar que o alerta emitido pela Interpol tinha como objectivo pressioná-lo a desistir da entrevista à rádio VOA. O bilionário do sector estatal recusou responder a questões sobre a ligação ao antigo vice-director dos serviços secretos chineses, mas considerou o alerta da Interpol uma manobra inútil da liderança chinesa. “É tudo mentira, tudo ameaças (…) Demonstra que eles temem que eu revele informação explosiva”, acrescentou. Observadores consideraram que a informação divulgada por Guo poderá agitar as disputas internas entre facções do PCC, antes do congresso que se realizará no Outono e que promoverá uma nova geração de líderes. Suspeitas e intrigas O “alerta vermelho” reaviva também preocupações sobre a eleição de um antigo vice-ministro chinês para presidente da Interpol, em Novembro passado. Guo viverá actualmente no Reino Unido ou nos Estados Unidos, dois países sem acordo de extradição com a China. A ascensão de Guo, desde as origens humildes na província central de Henan até se tornar um bilionário do sector estatal com projectos prestigiados, como o Parque Olímpico em Pequim, tem suscitado histórias escabrosas na imprensa chinesa. O bilionário terá alegadamente cooperado com Ma Jian, o antigo quadro dos serviços secretos chineses, para obter um vídeo de um vice-prefeito de Pequim, que travou um projecto imobiliário de Guo, a ter relações sexuais. A difusão do vídeo levou à queda do vice-prefeito. Guo é suspeito de ter subornado Ma com 8,8 milhões de dólares, segundo o South China Morning Post, que cita fontes anónimas. No início da entrevista com a VOA, na quarta-feira, os responsáveis do programa informaram os ouvintes de que funcionários chineses avisaram os representantes daquela rádio em Pequim sobre dar espaço a Guo para difundir alegações infundadas. O programa chegou abruptamente ao fim quando Guo começou a descrever as intrigas e suspeitas que envolvem os líderes do Partido Comunista Chinês (PCC), incluindo o Presidente chinês, Xi Jinping, e um dos aliados mais próximos. O apresentador disse que o programa tinha que ser interrompido devido a “algumas questões”. Na rede de mensagens instantâneas Twitter, Guo escreveu que o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês está por detrás da interrupção. Esta semana, o jornal norte-americano The New York Times publicou um artigo, que cita documentos corporativos e entrevistas que parecem confirmar pelo menos alguma da informação avançada por Guo sobre negócios envolvendo a elite do PCC. O Ministério de Segurança Pública chinês recusou comentar o caso.
Hoje Macau China / ÁsiaEncontro | Li Keqiang quer uma União Europeia unida, estável e próspera [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês encontrou-se com Federica Mogherini, alta representante da UE para as relações exteriores e política de segurança, bem como vice-presidente da Comissão Europeia, em Pequim, esta terça-feira. A China apoia firmemente a integração europeia e intercede a favor de uma União Europeia unida, estável e próspera, segundo palavras do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. Li fez a declaração durante o encontro com Federica Mogherin. O primeiro-ministro chinês reiterou a elevada importância atribuída às relações sino-europeias e ao compromisso da UE em cumprir com as suas obrigações internacionais, sendo que, como tal, a China volta a manifestar a sua disponibilidade para promover a cooperação entre ambas as partes. “A China está disponível para colaborar com a UE dentro do espírito do respeito mútuo, visando o avanço das conversações no sentido de fechar um tratado de investimento bilateral e garantir um estudo da possibilidade de firmar um acordo de livre comércio”, disse Li. “A China irá continuar a trabalhar com a UE para gerir de modo apropriado as divergências entre ambas as partes, melhorar as relações sino-europeias dentro das normas da ordem internacional, e contribuir de modo contundente para o desenvolvimento económico mundial”, disse Li. Atendendo à complexidade e volatilidade do cenário internacional e ascensão de movimentos anti-globalização e de proteccionismo, a China e a UE devem reger-se pelos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas, disse Li. Tudo em ordem Por seu turno, Mogherini afirmou que a UE e a China partilham a responsabilidade de manter a ordem internacional, actuando em diversas ameaças globais, tais como o terrorismo, alterações climáticas e a promoção da paz global e do desenvolvimento. A UE atribui grande importância à manutenção do sistema multilateral e ao cumprimento das suas obrigações internacionais, sendo que irá trabalhar juntamente com a China para reforçar a cooperação e gerir as divergências entre ambas as partes, por forma a facilitar o progresso no investimento bilateral e negociação de tratados, frisou Mogherini.
Hoje Macau China / ÁsiaIvanka Trump registou três marcas na China [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa de Ivanka Trump, a filha mais velha do Presidente norte-americano, Donald Trump, obteve autorização das autoridades chinesas para registar três marcas na China, durante a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, aos Estados Unidos. Segundo a cadeia de televisão CNN, Ivanka foi autorizada a registar a sua linha de malas, jóias e um serviço de SPA na China, na mesma noite em que se sentou junto a Xi e à sua esposa num jantar no ‘resort’ de Trump na Florida. A empresa da filha de Trump, que desde há algumas semanas trabalha como assistente do pai, tem já 16 marcas registadas no país asiático. A advogada de Ivanka, Jamie Gorelick, argumentou que a filha do Presidente “não participou nas solicitações de registo da marca apresentadas pela sua empresa” ao Governo chinês, desde que renunciou à direcção da empresa. Gorelick defendeu ainda que as normas étnicas não obrigam a sua cliente a abdicar das responsabilidades na Casa Branca, em questões de política externa, só porque a sua empresa solicitou o registo num determinado país. O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês qualificou ontem de “coscuvilhice” as informações de que Ivanka obteve autorização para registar novas marcas na China. “Alguns órgãos de comunicação estão interessados em coscuvilhice e em tentar exagerar as coisas”, disse em conferência de imprensa o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang. A China “protege os interesses dos donos das marcas de forma igual”, acrescentou. O porta-voz chinês lembrou que “este processo é desenvolvido de acordo com a lei e não deveria dar-se excessiva importância ao assunto”.
Hoje Macau China / ÁsiaMorreu “rei dos assaltos” a joalharias de Hong Kong nos anos 80 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] “rei dos assaltos”, que cumpria 41 anos de prisão em Hong Kong por planear uma série de assaltos à mão armada a joalharias nos anos 1980, morreu no hospital, informou ontem a Rádio e Televisão Pública da região. Com 55 anos, Yip Kai-foon, sofria de cancro e estava internado no hospital desde 1 de Abril, segundo os serviços prisionais. Yip Kai-foon nasceu em Haifeng, província chinesa de Guangdong (sul), e nos anos 1980 liderou um gangue armado com espingardas automáticas “AK47” que tinha como alvos joalharias em Hong Kong. Em Maio de 1996 ficou paralisado da cintura para baixo na sequência de um tiroteio com a polícia, tendo sido acusado de possuir armas e explosivos e resistir às autoridades policiais. Em 1989, Yip Kai-foon fugiu do hospital onde se encontrava em tratamento, para a província de Guangdong. Responsável por uma série de assaltos violentos a joalharias de Hong Kong, Yip Kai-foon foi visto na zona central da antiga colónia britânica e emboscado pela polícia, tendo sido preso após um tiroteio em que ficou gravemente ferido. Yip foi sentenciado a 41 anos de prisão em 10 de Março de 1997. Em 2010, manifestou arrependimento pelos crimes cometidos numa carta para uma revista evangélica. A vida no mundo do crime inspirou o filme “The King of Robbery” (o rei dos assaltos, em inglês). O filme “Trivisa”, que no mês passado conquistou o prémio de melhor filme no Festival de Cinema de Hong Kong, também tem uma personagem que muitos dizem ter sido inspirada em Yip.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Líderes de 28 países no Fórum Nova Rota da Seda [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s líderes de 28 países participam entre 14 e 15 de Maio, em Pequim, no Fórum Nova Rota da Seda, uma iniciativa do Governo chinês, anunciou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi. Entre os países cujos presidentes acorrem ao Fórum constam a Rússia, Turquia, Cazaquistão, Bielorrússia, Filipinas, Argentina ou Chile. Espanha, Itália, Polónia, Malásia ou Mongólia enviarão os respectivos primeiros-ministros. A abertura do fórum caberá ao Presidente chinês, Xi Jinping, que participará de seguida numa mesa de redonda com os restantes lideres presentes. O evento contará também com seis fóruns temáticos paralelos, em que participarão mais de 1.200 altos funcionários, oriundos de cem países e organizações internacionais, assim como executivos e académicos. O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, e o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, também participarão no evento. A maioria dos países ocidentais, nomeadamente Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, Alemanha ou França, não terão, no entanto, representantes ao mais alto nível. Wang afirmou que Berlim e Paris manifestaram interesse em enviar os respectivos líderes, mas que não o farão devido ao processo eleitoral que ocorre em ambos os países. “Não queremos politizar esta iniciativa”, afirmou ainda Wang Yi sobre as ausências. Plano em movimento A Nova Rota da Seda, divulgada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, constitui um plano de infra-estruturas que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático. Este plano, que inclui a construção de uma malha ferroviária de alta velocidade entre a China e a Europa, vai abranger 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas – cerca de 60% da população mundial, segundo Pequim. Portugal tem afirmado a sua intenção de integrar aquela iniciativa, particularmente com a inclusão do porto de Sines. Os projectos, que são financiados pelo Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), de que Portugal é membro fundador, são comparados ao norte-americano ‘Plano Marshall’, lançado a seguir à Segunda Guerra Mundial. O objectivo do Fórum é promover o diálogo e a cooperação no âmbito internacional, frisou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês. Wang Yi disse ainda que a iniciativa visa dinamizar o crescimento económico global, perante a “débil recuperação” da crise financeira internacional de 2008. “Não faltaram recursos económicos para promover a recuperação”, afirmou, acrescentando que existe, no entanto, uma fragmentação desses meios e que chegou a hora de “consolidar os recursos”.
Hoje Macau China / ÁsiaVoo directo entre China e Portugal arranca a 26 de Julho [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ligação aérea directa entre a China e Portugal arranca a 26 de Julho deste ano, anunciou ontem a companhia aérea Beijing Capital Airlines, coincidindo com os esforços de Portugal para atrair mais turistas chineses. O voo terá três frequências por semana – quarta-feira, sexta-feira e domingo – entre a cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, avançou à agência Lusa o departamento de marketing da companhia aérea chinesa. A Beijing Capital Airlines quer iniciar uma quarta frequência, mas esta não foi ainda aprovada pelo ministério da Aviação chinês, disse a mesma fonte. O voo entre a China e Portugal será feito pelo modelo 330-200 da Airbus, uma das maiores aeronaves comerciais de passageiros da construtora europeia, com capacidade para 475 passageiros. A Beijing Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, accionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul. A Ctrip, o principal motor chinês de pesquisa de viagens, já incluía ontem o voo nos resultados, com o preço de ida e volta fixado em 6.400 yuan (870 euros). Nos últimos três anos, o número de turistas chineses que visitaram Portugal triplicou, para 183.000, e deverá aumentar “exponencialmente” com a abertura da ligação directa, afirmou no início deste mês a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. “Os chineses que chegam a Portugal são sempre canalizados através de outra porta na Europa, nomeadamente através de Espanha (…), o que leva a que passem poucas noites em Portugal”, disse à Lusa, em Pequim, Mendes Godinho, afirmando que o grande objectivo é “inverter essa tendência”. Os maiores A China é já o maior emissor mundial de turistas e, segundo estatísticas oficiais, 135,1 milhões de chineses viajaram para fora da China continental, em 2016, num aumento de 12,5% em relação ao ano anterior. O crescente poder de compra e maior facilidade em obter o visto para muitos países explicam o rápido aumento do número de turistas chineses. De acordo com a Organização Mundial do Turismo, os chineses são também os turistas que mais gastam: só no ano passado deixaram 246 mil milhões de euros além-fronteiras. A acompanhar este fluxo crescente, o Turismo de Portugal tem, desde 2014, uma representação permanente em Xangai, a “capital” económica da China. Portugal conta também com nove centros de emissão de vistos no país asiático, distribuídos pelas cidades de Pequim, Xangai, Hangzhou, Nanjing, Chengdu, Shenyang, Wuhan, Fuzhou, Cantão (Guangzhou).
Hoje Macau China / Ásia MancheteCrise na Coreia | Esforço diplomático pode prefaciar a guerra Estados Unidos, China, Japão, Rússia e Coreia do Sul ainda acreditam ser possível chegar a acordo com Pyongyang por via diplomática. Mas entre a política errática de Trump e os caprichos de Kim, há quem esteja à espera da guerra a qualquer momento [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] último ensaio balístico da Coreia do Norte falhou – o míssil explodiu quatro segundos depois de levantar vôo – mas a comunidade internacional está, de uma forma ou de outra, a perder a paciência para o regime de Pyongyang. O vice-Presidente dos Estados Unidos declarou que a “era da paciência estratégica acabou” em relação à Coreia do Norte, perante a indisponibilidade do regime para eliminar armas nucleares e mísseis balísticos. Aos jornalistas que o acompanharam na visita à fronteira entre as duas Coreias, Mike Pence disse que o Presidente norte-americano, Donald Trump tem esperança que a China use a sua “influência extraordinária” para pressionar a Coreia do Norte a abandonar as armas. Mas Mike Pence recomendou ontem a Pyongyang para não testar a “determinação” de Donald Trump em relação aos programas balísticos e nucleares norte-coreanos. “É melhor para a Coreia do Norte não testar a determinação e o poder das Forças Armadas dos Estados Unidos nesta região”, disse Pence durante uma conferência em Seul em que esteve presente o chefe de Estado sul coreano, Hwang Kyo-Ahn. “Nas últimas duas semanas, o mundo testemunhou o poder e a determinação do nosso novo presidente [Donald Trump] com as operações lançadas na Síria e no Afeganistão”, declarou Mike Pence referindo-se aos ataques dos Estados Unidos contra o regime de Damasco e ao lançamento da bomba GPU-43 em território afegão. Tratar do problema à la Trump Donald Trump que na quinta-feira afirmou que o “problema” norte-coreano vai ser “tratado” já tinha anunciado o envio do porta-aviões norte-americano Carl Vinson para a península coreana, escoltado por três navios lança-mísseis e submarinos. No sábado, o regime da Coreia do Norte afirmou que o país está preparado para “responder à guerra total com a guerra total” e que um “ataque nuclear terá como retaliação um ataque nuclear”. Mike Pence está desde domingo na Coreia do Sul tendo-se deslocado hoje à zona de fronteira, uma das zonas mais militarizadas do mundo. “Nós destruiremos todos os ataques e vamos responder de forma esmagadora e eficaz a todo o tipo de utilização de armas convencionais ou nucleares”, disse também o vice-presidente norte-americano. Pence exortou a “comunidade internacional” a pressionar a Coreia do Norte. Por outro lado, Mike Pence, apesar de considerar positivas as posições de Pequim sobre a Coreia do Norte, acrescentou que os Estados Unidos estão “inquietos” em relação às medidas económicas adotadas pela República Popular da China contra a instalação do sistema antimíssil (THAAD) norte-americano na Coreia do Sul. Assim ou assado O vice-presidente norte-americano disse que os Estados Unidos e aliados vão atingir os seus objectivos através de “meios pacíficos ou, em última instância, quaisquer meios necessários” para proteger a Coreia do Sul e estabilizar a região. Mike Pence, qualificou hoje de “provocação” o lançamento falhado de um míssil efectuado horas antes pela Coreia do Norte, uma acção que fez prevalecer o clima de tensão na península coreana. “A provocação desta manhã do Norte é simplesmente o último acto dos riscos que cada um de vós enfrenta diariamente”, disse Pence Pence visitou uma base militar perto da Zona Desmilitarizada (DMZ), na fronteira coreana, Bonifas, onde se encontrou com militares e com as tropas norte-americanas ali estacionadas. Cerca de 28.500 militares norte-americanos estão actualmente estacionados na Coreia do Sul. A resposta será terrível A visita surge numa altura de particular tensão na península coreana. Na manhã de domingo, Pyongyang realizou um teste de um míssil de médio alcance, que explodiu entre quatro a cinco segundos depois de ser lançado, de acordo com um responsável da Casa Branca. No sábado, antes do desfile militar organizado para comemorar o 105.º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung, o “número dois” do regime norte-corano, Choe Ryong-hae, prometeu que a Coreia do Norte estava preparada para dar “uma resposta nuclear a qualquer ataque nuclear”. Pyongyang lança regularmente mísseis de curto alcance, mas está a desenvolver mísseis de médio e longo alcance para tentar atingir as tropas norte-americanas na Ásia e, eventualmente, território norte-americano. A Coreia do Norte realizou cinco testes nucleares, incluindo dois no ano passado. Imagens recolhidas por satélite sugerem que o país poderá estar pronto a efetuar um novo teste nuclar subterrâneo a qualquer momento. “A era da paciência estratégica acabou. Queremos ver a Coreia do Norte a abandonar o imprudente caminho de desenvolvimento de armas nucleares, e também o uso contínuo e teste de mísseis balísticos, que é inaceitável”, afirmou. Que a China nos valha Em paralelo, o conselheiro para a segurança nacional do Presidente norte-americano Donald Trump afirmou que os dirigentes chineses trabalham “estreitamente” com os EUA para resolver a questão nuclear norte-coreana. “Existe um consenso internacional, incluindo com os chineses e os dirigentes chineses, para dizer que a situação não pode durar”, declarou o general H. R. McMaster em entrevista à cadeia televisiva norte-americana ABC, a partir do Afeganistão, onde está deslocado. O militar sublinhou por diversas vezes a inquietação, segundo disse, dos dirigentes chineses. “Trabalhamos com os nossos aliados e parceiros, e com os dirigentes chineses, para desenvolver um leque de opções”, precisou. Pequim quer ajuda da Rússia para solucionar crise A China quer colaborar com a Rússia para “ajudar a aliviar a situação (da Coreia do Norte) o mais rápido possível”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, ao seu homólogo russo Sergueï Lavrov. “O objectivo comum dos nossos dois países é fazer voltar todas as partes à mesa das negociações”, disse Wang durante uma conversa telefónica com Lavrov, segundo comunicado divulgado na página de Internet do ministério. O chefe da diplomacia chinesa disse que “a China está preparada para se coordenar estreitamente com a Rússia para ajudar a acalmar a situação na península e encorajar as partes envolvidas a retomarem ao diálogo”. Wang Yi fazia alusão às negociações a seis (Coreias, Japão, Rússia, China e Estados Unidos), as quais estão suspensas há anos. “Impedir a guerra e o caos na península está de acordo com os interesses comuns” de Pequim e Moscovo, sublinhou. Este apelo surge numa altura em que as relações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos estão extremamente tensas. Neste contexto, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, advertiu que quem provocar uma guerra na península coreana “deverá assumir as suas responsabilidades históricas e pagar o preço”. “Se houver uma guerra, o resultado será uma situação em que todos perdem e ninguém sairá vencedor”, afirmou Wang, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Marc Ayrault. Devido ao aumento da tensão na região e ante um possível ensaio nuclear na Coreia do Norte, o ministro chinês desafiou todas as partes a retomarem o diálogo e a “não deixarem que as coisas evoluam até um ponto irreversível e incontrolável”. Pequim pediu contenção, enquanto Pyongyang ultima os detalhes para as celebrações do aniversário do nascimento do fundador do país, este fim de semana, quando se teme que possa levar a cabo um teste nuclear. “A China opõe-se sempre com firmeza a qualquer acção susceptível de aumentar as tensões”, afirmou Wang, assinalando que, nesta crise, “o vencedor não será o que faça afirmações mais duras ou exiba mais músculo”. Wang Yi recordou o dizer chinês “as oportunidades estão sempre nas crises”, para afirmar que o agravamento da tensão devolve actualidade à proposta chinesa de que todas as partes suspendam os ensaios, manobras e actividades militares, como um passo prévio para retomar o diálogo. “Esta é a oportunidade que devemos de procurar e aproveitar”, disse Wang, sublinhando que Pequim está disposto a “escutar qualquer proposta útil”. Um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, considerou que um teste nuclear por parte de Pyongyang seria “perigoso e irresponsável”. Shinzo Abe pede diplomacia O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, defendeu a diplomacia como meio para desarmar a Coreia do Norte, um dia depois do mais recente teste com um míssil de Pyongyang. “A Coreia do Norte está a mostrar o seu poder militar, mas é importante manter a paz através de esforços diplomáticos”, afirmou Abe durante uma reunião do comité do orçamento da Câmara Baixa da Dieta (parlamento), ao ser questionado sobre o mais recentemente lançamento de um míssil. De acordo com a emissora pública japonesa NHK, o chefe do executivo japonês pediu a Pyongyang que evite realizar mais provocações e considerou ser “necessário exercer mais pressão para que a Coreia do Norte responda seriamente ao diálogo”. Abe disse que para se conseguir estabilidade na região é necessário que Pequim, o principal aliado de Pyongyang, use a sua influência, e que Washington e Seul façam o seu papel, salientando ainda a ideia de cooperação com a Rússia. A Coreia do Norte efetuou no domingo um lançamento falhado de um míssil, que coincidiu com a chegada à Coreia do Sul do vice-presidente norte-americano, Mike Pence. Os Estados Unidos decidiram enviar para a península coreana o porta-aviões nuclear ‘Carl Vinson’ e a frota de ataque, após o lançamento de outro projétil a 05 de abril. Entretanto, mais a sul… A campanha para as eleições presidenciais na Coreia do Sul de 9 de maio, na sequência da destituição da Presidente Park Geun-hye, começou ontem com o candidato liberal Moon Jae-in a liderar nas sondagens. No total, 15 políticos registaram-se oficialmente como candidatos à presidência (o que supera o recorde de 12 nas presidenciais de Dezembro de 2007) e vão participar na campanha eleitoral de 22 dias, que termina na véspera da votação. Moon Jae-in, do Partido Democrático (com mais assentos no parlamento sul-coreano), é dado como o favorito para substituir no cargo Park Geun-hye, destituída a 10 de Março passado. Park está em prisão preventiva desde 31 de Março devido a ligações com um caso de corrupção. A campanha eleitoral deve centrar-se quase exclusivamente na luta contra a corrupção ou na limitação do poder dos grandes conglomerados empresariais sul-coreanos, a maioria dos quais implicados no escândalo que levou à destituição e detenção da antiga chefe de Estado. Uma possível reforma constitucional que diminua o perfil presidencialista do Estado ou a instalação do escudo norte-americano antimísseis THAAD vão estar também em foco durante a campanha. Entre os principais candidatos, contam-se Ahn Cheol-soo, do Partido Popular (centro-esquerda), Hong Joon-pyo, do conservador Partido da Liberdade da Coreia (da ex-presidente Park), e Yoo Seong-min, do também conservador Partido Bareun. Moon Jae-in, que perdeu as presidenciais de 2012 contra Park, e Ahn Cheol-soo reúnem 80% das intenções de voto, de acordo com as últimas sondagens. Moon lidera as sondagens desde o início, apesar de na última semana a vantagem em relação a Ahn ter ficado reduzida a três pontos percentuais, segundo estimativas. Park Geun-hye foi a primeira chefe de Estado que a Coreia do Sul destituiu em democracia, pelo que estas serão as primeiras eleições antecipadas no país, desde que a junta do general Chun Doo-hwan autorizou a realização de eleições democráticas em dezembro de 1987.