Reveladas imagens de sonda chinesa que será enviada para Marte

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China continua a investir no grandioso programa espacial e, recentemente, revelou imagens de uma sonda que tenciona enviar para Marte, até ao final da década, numa missão que enfrenta desafios “sem precedentes”, avançou esta quarta-feira a imprensa estatal.
Numa corrida contra o tempo, para recuperar o atraso face aos Estados Unidos, Pequim está a investir num ambicioso programa espacial e quer enviar uma sonda, “por volta de 2020”, para fazer a trajectória em torno da órbita de Marte e aterrar no planeta. Zhang Rongqiao, o responsável pelo projecto afirmou na terça-feira que o lançamento da nave deverá realizar-se em Julho ou Agosto desse ano, reforçando que “os desafios que enfrentamos não têm precedentes”, de acordo com a agência Xinhua.
O foguete propulsor Longa Marcha-5 será lançado desde o centro de lançamento de satélites de Wenchang, na ilha de Hainan, extremo sul do país, afirmou a Xinhua, que cita um consultor da missão. A sonda separar-se-á do foguete no final de uma viagem de cerca de sete meses, próximo da linha do Equador de Marte, onde esta irá explorar a superfície, acrescentou. Com 200 quilos, a sonda tem seis rodas e quatro painéis solares e vai funcionar ao longo de 92 dias. Tem como missão transportar equipamento como uma câmara e um radar para penetrar e estudar o solo o ambiente e a estrutura interna de Marte, visando procurar vestígios de água e gelo.
A China tem investido milhares de milhões de dólares no desenvolvimento de um programa espacial, que Pequim vê como símbolo do progresso do país e um marco na sua ascensão global. A primeira sonda lunar chinesa foi enviada em 2013, e apesar de ter sofrido problemas mecânicos, ultrapassou em muito a durabilidade prevista, tendo sido encerrada no início deste mês.
Grande parte do programa da China é, contudo, um replicar das actividades desenvolvidas pelos EUA e a antiga União Soviética, há várias décadas. Os EUA enviaram já duas sondas para Marte, e a Agência Espacial Europeia e a União Soviética também efectuaram missões semelhantes.

26 Ago 2016

Xi Jinping reorganiza exército e prevê despedimento de milhares de efectivos 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Pequim está a reestruturar as forças armadas e vai reorganizar os seus 1,55 milhões de efectivos nas Forças Terrestres do Exército de Libertação Popular (ELP) com o objectivo de aliviar a estrutura militar e melhorar a capacidade de combate em guerras modernas. Com este plano vários milhares de efectivos serão afastados. Este era um assunto até agora, intocável, mas desde a subida ao poder de Xi, a reforma é mesmo para avançar.
Segundo avançou ontem o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), o ELP, que conta com as maiores Forças Terrestres do mundo, irá transformar as suas 18 divisões actuais em “25 ou 30”. O plano deve incluir o despedimento de dezenas de milhares de efectivos, pelo que deverá encarar resistência dentro do ELP, refere o SCMP, que cita fontes próximas das Forças Armadas chinesas. Trata-se de mais um passo na reforma do Exército, anunciada no ano passado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e que inclui a redução de 300.000 efectivos, entre outras medidas.

Mais eficaz

Xi Jiping que chefia também a Comissão Militar Central (CMC), o braço político do ELP, quer que a reforma esteja completa em 2020. Desta forma, o Executivo chinês espera eliminar, aos poucos a estrutura soviética do ELP, tornando-a mais ligeira, rápida e funcional, enquanto moderniza as forças navais e combate a endémica corrupção dentro do Exército. Considerada intocável até há pouco tempo, desde que Xi ascendeu ao poder, em 2013, dois ex vice-presidentes da CMC foram já investigados por corrupção: Guo Boxiong, que foi sentenciado com prisão perpétua, em Julho passado, e Xu Caihou, que faleceu devido a um cancro, no ano passado, antes de ser julgado.
A reforma ocorre numa altura em que a China se revela mais assertiva no Mar do Sul da China, onde mantém disputas territoriais com vários países vizinhos, e aumenta a influência militar em África e no Médio Oriente, após décadas em que adoptou uma política de “não interferência”.

25 Ago 2016

Mísseis | Pequim contra programa nuclear da Coreia do Norte

A Coreia do Norte continua a testar o programa de desenvolvimento de mísseis próximo dos países vizinhos. Desta vez foi o Japão que denunciou a entrada de um engenho na sua zona de identificação aérea. Há uns meses foi a vez da Coreia do sul reclamar. A China já repudiou publicamente estes actos e voltou a mostrar “solidariedade” com os dois países em causa. Em Março o governo de Pequim já havia acordado com um pacote de sanções aprovado por maioria na ONU

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China é contra o programa nuclear e de desenvolvimento de mísseis norte-coreano, afirmou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros, horas após Pyongyang ter testado o lançamento de um míssil balístico na direcção do Japão. “A China opõe-se ao processo de desenvolvimento de capacidade nuclear e de mísseis, pela Coreia do Norte, e é contra acções que geram tensão na península coreana”, afirmou Wang aos jornalistas, após um encontro com os seus congéneres da Coreia do Sul e Japão, em Tóquio. Referindo-se à resolução aprovada em Março pelas Nações Unidas, que condena as acções militares da Coreia do Norte, incluindo o lançamento de mísseis, Wang acrescentou que “a China é contra qualquer acção que viole a resolução 2270 do Conselho de Segurança da ONU”.
A China é o aliado mais importante da Coreia do Norte e é responsável por 90% do comércio externo daquele país. Até há pouco tempo, as relações entre Pequim e Pyongyang eram descritas como “unha com carne”, mas a China tem assumido publicamente, um distanciamento face ao comportamento do líder daquele país.

Acto “imperdoável”

O míssil balístico lançado ontem pela Coreia do Norte, a partir de um submarino, entrou na zona de identificação aérea do Japão pela primeira vez, denunciou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. “Esta é a primeira vez que um míssil da Coreia do Norte foi lançado a partir de um submarino para a zona de identificação aérea do nosso país”, disse Abe aos jornalistas, de acordo com a televisão pública NHK. O mesmo responsável qualificou o acto de “imperdoável”, considerando que constitui uma “grave ameaça” para a segurança do Japão e indicou que, apesar de ambos os países não manterem relações diplomáticas, Tóquio apresentou o seu protesto formal a Pyongyang através da sua embaixada em Pequim.
O míssil caiu em águas que correspondem à zona de identificação aérea (ADIZ), área em que o Estado titular da mesma exige identificação às aeronaves estrangeiras que a atravessem.

Gigantes de acordo

À margem da Cimeira de Segurança Nuclear, que teve lugar em Washington, em Abril, Barack Obama e Xi Jiping acordaram unir esforços face à ameaça nuclear da Coreia do Norte, que já na altura, havia testado um novo míssil próximo da Coreia do Sul.
Concordam em discutir formas “de desencorajar as acções com os testes mísseis nucleares que fazem escalar tensões na área e que violam as obrigações internacionais”, disse Obama. Por sua vez Xi, citado pela agência estatal chinesa Xinhua declarou que espera que todos os envolvidos implementem de “forma completa e estrita” o novo pacote de sanções ao regime de Kim Jong-un, recentemente aprovadas pelo Conselho Geral da ONU com o aval da China. Depois da reunião ao mais alto nível ter acontecido, foi a vez do Ministro dos Negócios Estrangeiros ter afirmado à imprensa que foi “uma conversa cândida e aprofundada e alcançaram um importante consenso”. Depois deste “acordo” Pyongyang tem continuado a fazer demonstrações da sua capacidade bélica.

Sanções pesadas

O pacote de sanções imposto à Coreia do Norte foi discutido no Conselho de Segurança das Nações Unidas e aprovado por unanimidade, em Março deste ano. Daqui resultaram restrições ao comércio, importação e exportação de matérias-primas, obrigação de inspecção de cargas provenientes e com destino a Pyongyang e sanções económicas pesadas contra bancos coreanos. Sanções diplomáticas e um embargo total à venda de armas ligeiras fazem parte deste pacote classificado por Samantha Power, embaixadora norte americana na ONU, “Como as mais severas medidas impostas pela ONU em 20 anos”. Antony Blinken, secretário de Estado adjunto dos EUA disse que as medidas “deixam uma mensagem forte e clara ao regime Norte coreano”. Mensagem essa que parece não tirar o sono nem demover das suas intenções de Kim jong-un que continua a atacar os vizinhos Japão e Coreia do Sul.

25 Ago 2016

Fabricante ferroviário chinês recebe mais 126% de pedidos do estrangeiro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]CRRC, o maior fabricante chinês de material ferroviário, recebeu mais do dobro de pedidos do exterior, no primeiro semestre de 2016, face ao mesmo período do ano passado, consolidando a posição da China no sector.
No total, o grupo recebeu 14.880 milhões de yuan em encomendas, nos primeiros seis meses do ano, uma subida de 126%, em termos homólogos, anunciou ontem a empresa em um comunicado enviado à bolsa de Xangai.
Entre os contratos fechados pela CRRC encontra-se a venda de 846 carruagens de metro para a cidade de Chicago, nos Estados Unidos da América, no que supõe um recorde nas exportações da China para os países desenvolvidos.
O grupo acordou também fabricar 56 locomotivas movidas a diesel para o Quénia, 96 carruagens de metro para a Tailândia e outros 76 para a Índia, entre outros pedidos.
A expansão da procura internacional contribuiu para aumentar os lucros da empresa em 2,04%, no primeiro semestre de 2016, face ao mesmo período do ano passado, assinalou o comunicado.
O CRRC é o resultado da fusão, no ano passado, dos dois maiores fabricantes de material ferroviário da China, visando competir no mercado mundial de comboios de alta velocidade.
País com a maior rede de alta velocidade ferroviária do mundo – 19.000 quilómetros – a China tem apostado num modelo de tecnologia avançada e baixos custos para aumentar as exportações no sector.

24 Ago 2016

Dois mil polícias de elite mobilizados para as eleições de Hong Kong

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]polícia de Hong Kong vai organizar exercícios de segurança sem precedentes na próxima semana, antes das eleições legislativas, para as quais vão ser mobilizados dois mil polícias de elite para prevenir episódios de violência.
De acordo com o jornal South China Morning Post, cerca de 2.000 agentes de cinco contingentes de resposta regionais, criados a partir nomeadamente das unidades de elite da polícia – Unidade Táctica e Unidade de Emergência – vão estar em ‘stand by’ para o caso de se verificar violência entre multidões no dia 4 de Setembro, quando mais de 3,7 milhões de eleitores vão às urnas.
Uma fonte policial disse ao jornal que o nível de risco durante o período das eleições não é “muito elevado”, com base em avaliações preliminares, mas as forças de segurança não querem permitir margem para erros, tendo em conta, principalmente, as preocupações com protestos de grupos ‘localistas’ radicais.
“As cinco equipas regionais vão ficar em ‘stand by’ durante este período e serão destacadas imediatamente em caso de algum problema. Conhecem bem os seus distritos e delinearam planos claros de distribuição de pessoal. [No entanto], uma forte presença policial pode pressionar os eleitores e impactar a forma como votam. Por isso temos de ser cuidadosos”, disse a mesma fonte, não identificada.
Pelo menos quatro agentes vão estar presentes em cada uma das 595 mesas de voto. Juntamente com as cinco equipas de resposta regionais em ‘stand by’ e pessoal necessário para guardar a central de contagem dos votos na AsiaWorld-Expo, pelo menos 5.000 agentes vão ser responsáveis por garantir a ordem.
Em 2014, Hong Kong foi palco do movimento pró-democracia ‘Occupy Central’, que se opunha a uma reforma eleitoral proposta por Pequim. Apesar de maioritariamente pacífico, verificaram-se momentos de tensão e violência entre os manifestantes e a polícia, que chegou mesmo a lançar gás lacrimogéneo e pimenta sobre a multidão.

24 Ago 2016

Hong Kong | Grupos pró-independência aumentam nas escolas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ctivistas estudantis de Hong Kong criaram pelo menos 21 grupos em escolas para discutir a independência da cidade e alguns não excluem o uso de violência para atingirem os seus objectivos, avança ontem o jornal South China Morning Post.
A discussão sobre a independência de Hong Kong nas escolas, e o papel dos professores nesse processo, tem estado no centro do debate público. Na segunda-feira, Fanny Law Fan Chiu-fun, membro do Conselho Executivo, entrou no debate afirmando que discussões sobre independência eram “demasiado complicadas” para campus escolares.
Há uma semana, o Departamento da Educação alertou que os professores arriscavam desqualificação se encorajassem os estudantes a envolverem-se em debates pró-independência. O ministro da Educação Eddie Ng Hak-kim disse, mais tarde, que os estudantes apenas podiam participar em tais discussões sob supervisão dos professores e dentro dos limites da Lei Básica.
Ng pôs de parte a possibilidade de serem criadas orientações para as escolas, remetendo para o “profissionalismo” dos professores e directores das escolas.
Segundo o South China Morning Post, pelo menos 21 grupos ‘localistas’ foram criados através do Facebook, incluindo 16 que já tinham nascido em resposta a apelos do grupo ‘Studentlocalism’.
Tony Chung Hon-lam, do ‘Studentlocalism’, disse que mais pessoas se inscreveram no seu grupo, passando de “nem uma [inscrição] por semana” para cinco ou seis numa semana, depois de o assunto entrar na discussão pública.
O grupo, explicou, impôs um rigoroso sistema de filtragem que inclui o preenchimento de formulários com pormenores sobre as suas contas de Facebook e Instagram para verificação de ‘background’.
Aqueles que insistem em apenas recorrer a acções racionais e não-violentas são rejeitados, disse.
Chung não afasta o recurso a violência para atingir os seis objectivos. Um porta-voz de outro grupo estudantil ‘localista’ da Munsang College disse igualmente ao jornal que apoiava “quaisquer meios de acção para defender a nossa autonomia”.

Pelo contrário

Em sentido oposto, Degas Chan Pui-chung, do grupo da Ying Wa College disse que a organização se opõe ao uso de violência pois acredita que alunos do ensino secundário são muito novos para serem expostos a tais perigos.
Fanny Law, antiga responsável pela pasta da Educação, apelou, através de um programa de rádio, para que os grupos pró-independência sejam banidos das escolas, e os seus representantes impedidos de liderarem associações de estudantes.
Law, conselheira próxima do chefe do Executivo, disse que o contexto histórico da discussão de independência era “demasiado complicado” para as escolas, e que os estudantes do ensino secundário podem ser induzidos em erro se não tiverem um conhecimento profundo do contexto, como a Primeira Guerra do Ópio e o processo de elaboração da Lei Básica.
“É compreensível que os jovens estejam frustrados com a actual situação em Hong Kong, mas a independência não pode resolver todos os problemas”, disse.
Law pediu ainda que os professores evitem trazer o tema para as salas de aulas e sugeriu que se analisasse o ‘background’ familiar dos estudantes que fazem campanha pela independência, de modo a melhor compreender o que os motiva.

Destaque
“É compreensível que os jovens estejam frustrados com a actual situação em Hong Kong, mas a independência não pode resolver todos os problemas”
Fanny Law, antiga responsável pela pasta da Educação
 

24 Ago 2016

China | Mais de um terço de corruptos repatriados

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m terço dos cem suspeitos de corrupção mais procurados pela China no estrangeiro foram já repatriados, anunciou esta semana o órgão máximo anti-corrupção do Partido Comunista Chinês (PCC). A China conseguiu assim reaver uma parte do dinheiro que havia sido desviado de forma ilícita e cujos autores já estão identificados, mas nem todos foram ainda detidos por estarem em paradeiro incerto. Em Abril do ano passado a secção chinesa da Interpol publicou uma lista com os nomes de cem altos quadros suspeitos que terão fugido para o estrangeiro, com o objectivo de tentar garantir a sua detenção e extradição.
Entre estes, 60 eram suspeitos de corrupção e os restantes acusados de negligência no cumprimento das suas funções e abuso de poder, de acordo com o jornal oficial China Daily. A lista que pode ser consultada na página oficial da Comissão Central de Inspecção e Disciplina (www.ccdi.gov.cn), o órgão máximo anti-corrupção do governo chinês, contém os nomes, fotografias, números de passaporte e presumíveis países onde se refugiaram os altos quadros em fuga. A maioria dos acusados assumia cargos locais e provinciais e as autoridades referiram então que muitos optaram por se esconder nos Estados Unidos e Canadá, apesar de também serem identificados presumíveis fugitivos na Nova Zelândia, Reino Unido, França ou Tailândia, entre outros destinos.
A campanha Skynet foi também criada para travar o uso ilegal de companhias registadas em paraísos fiscais e a transferência de activos para fora das fronteiras por parte de bancos ilegais.
De acordo com o órgão máximo anti-corrupção do PCC, mais de 380 fugitivos chineses, incluindo 57 funcionários do Governo, foram repatriados a partir de 40 países e regiões, no primeiro semestre de 2016. No total, as autoridades chinesas recuperaram 1,24 mil milhões de yuan, que tinham sido desviados por funcionários corruptos. O mais mediático alvo da campanha Skynet é o empresário Ling Wancheng, irmão do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua, que foi condenado este ano a prisão perpétua. O paradeiro de Ling Wancheng, 58 anos, está dado como desconhecido desde Outubro de 2014, quando se crê que vivia numa moradia nos subúrbios de Sacramento, no estado norte-americano da Califórnia.

24 Ago 2016

Taiwan | Exercícios militares em clima de tensão

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan já deu início às suas manobras militares mais importantes do ano que vão, durante cinco dias, simular um ataque da China numa altura de tensão entre Taipé e Pequim, após a subida ao poder da independentista Tsai Ing-wen. Os exercícios com fogo real Han Kuang, prolongam-se até sexta-feira e espera-se que Tsai assista à operação na quinta-feira.
Este ano as manobras vão também incluir exercícios contra possíveis ciber ataques, segundo informação da agência taiwanesa CNA. Os exercícios começam com a força aérea e nos dias seguintes vão juntar-se forças terrestres e navais, indica a mesma fonte.
A imprensa local indica que até dez mil tropas na reserva foram mobilizadas para as Han Kuang, que Taiwan realiza anualmente para se preparar para uma eventual invasão chinesa, caso a ilha declare formalmente a sua independência. As manobras coincidem este ano com um momento de tensão entre os dois territórios, após a subida de Tsai à presidência de Taiwan. Tsai recusou-se a reconhecer o chamado “Consenso de 1992”, que para Pequim significa que “Taiwan é parte da China”. Desde a sua chegada ao poder, a China tem pressionado Tsai a aceitar este consenso, através da redução do envio de turistas e de importações.
O “Consenso de 1992” é um conceito ambíguo, referente a negociações realizadas em Hong Kong em 1992 entre a China e o Governo de Taiwan, na altura do Partido Kuomintang, em que as duas partes acordaram que há apenas uma China, mas verbalmente cada parte podia defini-la à sua maneira. Este acordo permitiu as primeiras negociações entre a China e Taiwan desde 1949, celebradas em Singapura em 1993, e também levou a uma aproximação económica e social de 2008 a 2016 sob a presidência de Ma Ying-jeou, em Taiwan. Uma aproximação que pode agora estar em perigo devido à postura de Tsai.

23 Ago 2016

Mais 20 turistas chineses colocados na “lista negra” por comportamento impróprio

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas estão a aplicar regras mais rigorosas sobre o comportamento dos turistas do país, com 20 infractores acusados de perturbar a ordem pública a serem incluídos na “lista negra”, avançou a imprensa estatal.
Os turistas que registem comportamentos impróprios, incluindo discutir, trepar estátuas ou roubar património paisagístico, serão incluídos na lista, ao longo de três anos, segundo os novos regulamentos aprovados pela administração do turismo chinês.
Durante aquele período, os infractores ficam proibidos de voar para fora do país ou participar em excursões.
Nos últimos anos, vários casos de comportamento impróprio foram noticiados na China.
Em Janeiro passado, 25 passageiros foram detidos pela polícia para interrogatório depois de se terem envolvido em confrontos com membros da tripulação de um avião na sequência de um atraso devido ao mau tempo e de terem aberto as saídas de emergência.
Em 2014, uma disputa motivada pela disposição dos assentos levou uma passageira a despejar sobre uma hospedeira uma taça de massa com água a ferver.
Em 2013, um funcionário do Governo destruiu computadores num balcão de embarque e tentou partir uma janela com uma tabuleta, depois de ter perdido dois voos.
Numa iniciativa semelhante, a administração do turismo chinês publicou o “Guia do turista bem comportado”, com recomendações como evitar meter os dedos no nariz em público ou limpar os dentes com os dedos.
Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos da América, a China é o maior emissor mundial de turistas.
Pelas contas do Governo chinês, 120 milhões de chineses viajaram para fora da China Continental em 2015, um aumento de 19,5% face ao ano anterior.
 

23 Ago 2016

Pequim questiona veracidade das imagens de Omram, o menino Sírio

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]televisão estatal chinesa questionou no domingo passado, a autenticidade do vídeo do rapaz sírio Omran, que se tornou viral em todo o mundo, alegando que se pode tratar de uma montagem feita pela “propaganda de guerra” ocidental. O registo mostra uma criança de quatro anos em choque, coberta de sangue e pó, após um ataque aéreo executado na semana passada na cidade de Aleppo.
Pequim suporta o governo sírio, liderado por Bashar al-Assad, e goza de boas relações com a Rússia, ambos responsáveis pelos ataques aéreos contra os rebeldes, levados a cabo naquela cidade. A televisão estatal CCTV questionou o vídeo com Omran, exibindo as imagens de sofrimento, com o subtítulo “Vídeo suspeito de ser falso”. Sugeriram que o vídeo é parte de propaganda de guerra designada para justificar o envolvimento dos países ocidentais na Síria, com o argumento falso de altruísmo. “Os trabalhadores, em vez de avançaram prontamente para prestarem auxílio às vítimas, instalaram a câmara”, acrescenta.
Omran e a família foram atingidos por escombros, na sequência dos bombardeamentos de quarta-feira passada no bairro de Qaterji, uma área no leste de Aleppo, controlada pelos rebeldes que combatem Assad. No vídeo, a criança surge numa ambulância, com os olhos fixados, antes de levantar os braços e tocar a testa coberta de sangue, olhando depois para mão, que limpa no assento cor de laranja. O irmão mais velho de Omran, Ali, morreu no sábado, após não ter resistido aos ferimentos provocados pelos bombardeamentos.
A CCTV alega que o grupo de defesa civil sírio que filmou o vídeo, também conhecido como “Capacetes Brancos”, é de “discutível independência” e tem ligações ao exército do Reino Unido. Na semana passada, o oficial superior do exército chinês Guan Youfe reuniu com o ministro da Defesa da Síria, em Damasco, e afirmou que quer estreitar os laços militares com o governo sírio, segundo a imprensa estatal. O porta-voz do governo russo Igor Konashenkov classificou as imagens da criança como uma “exploração cínica” e “propaganda cliché contra a Rússia”. O conflito sírio causou já mais de 290.000 mortes e milhões de deslocados, desde o seu início, em 2011.
 

23 Ago 2016

 Espaço | Projecto chinês prevê estação lunar habitada

Existe a possibilidade de ser instalada uma estação de radar habitada na lua, no programa espacial chinês. Mas este projecto megalómano tem merecido especial atenção devido aos custos e à viabilidade do mesmo. A comunidade internacional receia que fins militares falem mais alto e mostra-se desconfiada

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] programa espacial chinês pediu a um grupo de cientistas nele envolvido, para estudarem a hipótese de uma estação de radar habitada na Lua, um projecto cuja viabilidade e custo elevado têm levantado algumas questões, segundo o diário South China Morning Post.
O estudo foi iniciado este ano com um financiamento de 16 milhões de yuan. Nele é contemplada a hipótese de instalar uma antena de radar, até 50 metros de altura, capaz de monitorizar áreas da Terra muito maiores do que o conseguido pelos satélites convencionais. Com uma base deste tipo poder-se-iam obter imagens mais claras do planeta, que permitiriam um melhor estudo da superfície terrestre, do fundo do mar e até do subsolo.
O radar lunar, por enquanto apenas um projecto, poderia ter usos científicos tais como a previsão meteorológica ou de terramotos, mas também militares, segundo o diário de Hong Kong.

Conselhos académicos

Uma das pessoas envolvida no estudo é um especialista em radares Guo Huadong, da Academia Chinesa de Ciências, que já propôs esta possibilidade há três anos num artigo de uma revista científica publicada na China. Nela, ressaltou que a Lua poderia oferecer grandes vantagens para a observação terrestre frente aos satélites artificiais, desde uma melhor estabilidade a uma maior durabilidade dos aparelhos que se construam nela. Advertiu também que, uma estação deste tipo requereria uma enorme quantidade de energia, sobretudo para o envio de transmissões de rádio de alta intensidade, por isso sugeriu que a sua construção fosse acompanhada da instalação de uma central de energia solar ou nuclear em solo lunar.
As ambições deste projecto são ciclópicas e não deixam a comunidade internacional descansada. É que há quem desconfie das intenções deste estudo e receiam que tenha fins militares.

22 Ago 2016

Xi Jinping e Suu Kyi negoceiam paz e construção de barragem

O Presidente da China, Xi Jinping, afirmou na sexta-feira durante um encontro em Pequim com a líder da Birmânia, Aung San Suu Kyi, que apoia o processo de paz no país entre o governo e os grupos rebeldes. Em troca Suu Kyi acenou com a possibilidade de retoma da construção da barragem, parada desde 2011

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]urante o encontro entre os dois líderes, Xi Jinping prometeu “desempenhar um papel construtivo na promoção do processo de paz”, segundo a agência chinesa Xinhua. “A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações com o Myanmar” , escreveu Xi, de acordo com um comunicado oficial.
A Birmânia vai organizar, no final do mês, uma conferência com os grupos rebeldes, com Suu Kyi a fazer da paz um prelúdio para o relançamento da economia depois de o seu partido ter vencido as históricas eleições de Novembro do ano passado. “Como bom vizinho, a China vai fazer todo o possível para promover o nosso processo de paz”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros birmanesa aos jornalistas, em Pequim, antes do encontro com Xi.

Interesses comuns

A China tem todo o interesse em que este acordo seja assinado porque conhece bem a realidade dos grupos étnicos armados na Birmânia e tem presente o perigo que representam, uma vez que dividem a fronteira. A propósito deste assunto a Nobel da Paz realçou “esta é uma fronteira muito importante onde existem muitos grupos étnicos armados”. Há facções que lutam contra o governo há décadas. Têm lugar nas pobres e militarizadas fronteiras da Birmânia, prejudicando os esforços para elevar a economia depois de ter sido posto termo à junta militar.
Desde a sua independência do Reino Unido em 1948, a Birmânia, onde vivem mais de 130 etnias diferentes, é palco de revoltas de grupos que reclamam o direito à autonomia. Alguns têm laços étnicos e culturais com a vizinha província chinesa de Yunnan, e a fronteira é permeável ao comércio de droga, armas e pedras preciosas. O apoio da China é visto como crucial para pôr fim a décadas de conflitos étnicos no país, algo em que Pequim está interessado, visto que em ocasiões passadas os confrontos com o exército da Birmânia ocorreram em zonas junto à sua fronteira.
Os líderes têm trunfos na manga e Suu Kyi alimenta junto do vizinho, a esperança de reanimar o projecto de construção da barragem de Myitsone. Avaliado em mais de três milhões de euros, é co-financiado por uma empresa chinesa e iria fornecer a maior parte da produção de energia eléctrica aquele país. Desde que foi travada a sua construção, em 2011, é um espinho na agenda política entre os vizinhos.

22 Ago 2016

Seul realiza maior exercício de artilharia de sempre perto da fronteira com Norte

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Coreia do Sul levou ontem a cabo o maior exercício de artilharia com fogo real até à data perto da fronteira com a Coreia do Norte, numa acção descrita como podendo elevar as tensões entre os dois regimes.
No exercício de ontem cerca de 300 peças de artilharia de 49 batalhões abriram fogo contra alvos simulados, disse à Efe um porta-voz do Ministério de Defesa de Seul.
O exercício teve lugar na véspera do primeiro aniversário de um dos maiores episódios de tensão das últimas décadas entre ambas as Coreias, quando a 19 de Agosto os dois exércitos realizaram uma troca de tiros na Zona Desmilitarizada (DMZ), que separa os dois países.
O incidente desencadeou acusações mútuas, mas sem resultar em danos humanos ou materiais.
O exercício de ontem é interpretado como uma advertência de Seul de que está preparada para responder com firmeza a qualquer agressão.
Não obstante, peritos citados pela agência Efe acreditam que as manobras de ontem poderão contribuir para elevar a tensão militar com a Coreia do Norte, num momento marcado pela profunda deterioração nas relações bilaterais.
Um dos maiores focos de tensão é a prevista instalação do sistema antimísseis norte-americano THAAD na Coreia do Sul, projecto que, segundo advertiu na quarta-feira a Coreia do Norte, conduzirá à “catástrofe” das relações entre ambas as Coreias.
A Coreia do Norte e Coreia do Sul permanecem tecnicamente em guerra desde a Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um armistício nunca substituído por um tratado de paz.

19 Ago 2016

Quinze suspeitos detidos por atentados na Tailândia

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]exército tailandês anunciou ontem que deteve 15 suspeitos no âmbito de uma investigação sobre a recente série de atentados em zonas turísticas do país.
“As autoridades detiveram 17 suspeitos, dois deles foram libertados”, disse o coronel Burin Tongprapai, representante da junta militar no poder.
O responsável não precisou o número de dias que os suspeitos ficaram detidos, num país onde o exército pode fazer detenções com uma duração de até sete dias.
O coronel Burin disse que as autoridades tinham o objectivo de deter novamente os dois suspeitos libertados anteriormente e que todo o grupo devia ser acusado na sexta-feira.
Pelo menos 11 bombas explodiram em cinco locais de províncias do sul da Tailândia na quinta e sexta-feira da semana passada, incluindo em estâncias turísticas, segundo a polícia.
Ninguém reivindicou a responsabilidade dos atentados à bomba, que provocaram a morte de quatro pessoas e mais de 30 feridos.
Entre os feridos há pessoas de diversas nacionalidades e países, como a Austrália e o Reino Unido.
O governo e a polícia da Tailândia descartaram a hipótese de terrorismo internacional, afirmando que os autores eram “sabotadores locais”.
Os atentados e ataques na Tailândia são habituais no sul do país, devido a um conflito separatista que já matou mais de 6.500 pessoas desde 2004.
A Tailândia é actualmente governada por uma junta militar que tomou o poder em 2014, num golpe de Estado.
 

19 Ago 2016

Líder da Birmânia visita Pequim e leva agenda preenchida

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]líder da Birmânia, Aung San Suu Kyi, iniciou ontem uma visita oficial a Pequim, onde abordará vários assuntos com os líderes chineses, incluindo o projecto da barragem de Myitsone, suspenso pela Birmânia em 2011.
Suu Kyi, que recebeu o prémio Nobel da Paz em 1991, será recebida na China com uma cerimónia de boas-vindas e com honras de chefe de Estado pelo primeiro-ministro Li Keqiang.
Durante o dia de hoje Suu Kyi irá reunir-se com o Presidente chinês, Xi Jinping e leva na agenda a possibilidade de a China participar na reconstrução da barragem Myitsone, um projecto que foi travado e que desagradou a Pequim.
Apesar de liderar a Birmânia, Suu Kyi é oficialmente ministra dos Negócios Estrangeiros e Conselheira de Estado, estando impossibilitada de assumir o cargo de presidente, por estar casada com um estrangeiro.
A primeira vez
Esta viagem acontece uma semana antes de a Birmânia celebrar a Conferência de Panglong, que promove a paz entre o Governo e as guerrilhas constituídas por minorias étnicas e é também a primeira visita à China desde assumiu o cargo .
O apoio da China é visto como crucial para pôr fim a décadas de conflitos étnicos no país, algo em que Pequim está interessado, visto que em ocasiões passadas os confrontos com o exército da Birmânia ocorreram em zonas próximas à sua fronteira.
Esta visita ocorre um mês antes de Suu viajar até aos Estados Unidos da América, o que é interpretado pela China como um sinal de boas relações bilaterais.
Pequim foi o único apoio internacional da Junta Militar que governou a Birmânia (desde o final dos anos 1960 até 2011) e que manteve Suu 15 anos na prisão.
Ainda assim, continuam a existir diferendos entre os dois países vizinhos.
O fundamental diz respeito ao adiamento da construção da barragem de Myitsone, financiada pela China, numa decisão que contou com a influência de Suu Kyi.
A aprovação, no passado fim de semana, por parte da Birmânia, de um comité para rever a situação do projecto despertou as esperanças da China de que este seja reactivado, segundo publicaram alguns jornais oficiais chineses.

19 Ago 2016

China | Qualidade dos lacticínios “melhorou” mas desconfiança mantém-se

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]qualidade dos lacticínios chineses “melhorou substancialmente”, garantiu ontem uma associação ligada ao sector. Apesar disso os consumidores chineses mantêm-se desconfiados e continuam a dar preferência aos produtos importados. Presente na memória ainda está o episódio do leite contaminado que em 2008 abalou a China e vitimou várias crianças.
A Associação da Indústria de Lacticínios da China garante que 99,5% dos produtos testados no ano passado “obedecem aos padrões” e estão “livres de aditivos ilegais”, segundo um relatório citado pela agência oficial Xinhua.
Em 2008, cerca de 300 mil crianças adoeceram e seis morreram na China após ingerirem leite em pó contaminado com melamina, composto químico usado na produção de plásticos.
Após o incidente, que envolveu então a empresa líder do sector na China, a Sanlu Group, com sede na província de Hebei, mais leite contaminado foi descoberto por todo o país, gerando uma enorme procura por lacticínios importados, especialmente para crianças.
Em Lisboa, por exemplo, a passagem de navios da marinha chinesa, em 2013, deixou farmácias e parafarmácias de prateleiras vazias, após os marinheiros chineses comprarem todo o leite em pó para bebés que encontraram, chegando a provocar rupturas no stock.
Citada pela agência Xinhua, Yang Yang, que foi mãe recentemente, garante que, apesar das melhorias referidas no relatório, “irá continuar a não comprar leite em pó para o seu bebé”.
“Ninguém arrisca a vida dos seus bebés para testar a segurança do leite chinês”, afirmou.
Desde 2014, a China autoriza 31 empresas portuguesas a exportar os seus lacticínios para o país.

19 Ago 2016

China | Recuperação do mercado imobiliário abranda

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]subida dos preços no mercado imobiliário sofreu um abrandamento em Julho, com o valor das casas a aumentar em um menor número de cidades, comparativamente aos meses anteriores, segundo dados oficiais divulgados.
Os preços da habitação nova subiram em 51 das 70 principais cidades do país, face ao mês anterior, enquanto em Junho e Maio foram 55 e 60, respectivamente, as cidades que registaram uma subida nos preços.
A China não divulga a percentagem global de variação dos preços da habitação em todo o país, limitando-se a revelar a mudança de preços, face ao mês e ao ano anterior, nas 70 principais cidades do país, como indicador da evolução do mercado.
Em Julho, no entanto, os preços caíram em 16 cidades, seis a mais do que em Junho e doze mais do que em Maio.
Em termos homólogos, 58 cidades registaram um aumento dos preços das habitações novas, enquanto 11 registaram quedas.
A cidade de Shenzhen, localidade no sul da China, próxima de Macau e Hong Kong, voltou a liderar o ranking e registou um aumento de 41,4% dos preços, em Julho, mantendo a tendência que regista desde o verão de 2015.
Ainda assim, a subida foi inferior ao registado em Junho e Maio, 47,4% e 54%, respectivamente.
Em Pequim e Xangai, as duas principais metrópoles da China, os preços subiram 33,1% e 22,7%, respectivamente.
A cidade de Jinzhou, na província de Liaoning, no nordeste da China, voltou a liderar as quedas, ao registar um recuo dos preços de 3,8%, face ao mesmo período do ano passado, e de 3,5%, face a Julho.
Após uma estagnação no sector imobiliário, entre a segunda metade de 2014 e a primeira de 2015, Pequim tomou várias medidas para impulsionar a compra de habitação.
Entre estas, destacam-se a redução da taxa de juro para estimular o crédito bancário, a diminuição dos impostos sobre as transacções imobiliárias e a redução do pagamento inicial na compra de uma casa.

19 Ago 2016

Esquema ponzi leva 26 a julgamento

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais um esquema Ponzi, também conhecido por pirâmide, desmantelado pelas autoridades chinesas. Ao todo são 26 os envolvidos na fraude e angariação ilegal de fundos, que terão lesado 900 mil pessoas em mais de sete mil milhões de euros. O caso segue para tribunal.
Lançado em 2014, o Ezubao, assim se chamava o esquema, era a quarta maior plataforma ‘online’ na China a disponibilizar empréstimos. A empresa colocava projectos no seu portal e pagava aos credores mais antigos com o dinheiro de novos investidores, conseguindo alimentar o negócio. A redução consecutiva das taxas de juro e a recente volatilidade no mercado bolsista chinês, aliados à incerteza no mercado imobiliário, terão atraído cada vez mais investidores chineses para esquemas de angariação ilegal de fundos.
Segundo a agência chinesa Xinhua, as autoridades acusaram de fraude 11 pessoas, incluindo os executivos da Yucheng, sociedade matriz do Ezubao, o director executivo Ding Ning e o presidente Zhang Min. No processo fazem ainda parte mais 15 nomes acusados de angariar dinheiro dos investidores de forma ilegal.
Numa entrevista difundida na televisão estatal Zhang Min admitiu que “o Ezubao é um típico esquema Ponzi”. Em Maio passado, a polícia prendeu 35 executivos e funcionários da empresa com sede em Xangai Zhongjin Asset Management, após esta não ter pago um total de 5,2 mil milhões de yuan aos seus 25.000 investidores. De acordo com a polícia, o caso já seguiu para Tribunal.
 

18 Ago 2016

Pequim contra veto australiano à venda de eléctrica

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]decisão da Austrália em vetar a venda de 50% da sua principal central eléctrica, a Ausgrid, à State Grid, que em Portugal detém 25% da REN, mereceu ontem protestos do Governo chinês, informou a imprensa estatal.
O veto, que o secretário do Tesouro da Austrália, Scott Morrison, justificou com motivos de segurança nacional, “terá um grave impacto no entusiasmo dos investidores chineses”, lê-se num comunicado emitido pela embaixada da China na Austrália.
“O Governo chinês está muito preocupado” com esta decisão, refere a mesma nota.
A eléctrica estatal chinesa State Grid, que em 2012 comprou 25% das acções das Redes Energéticas Nacionais (REN) de Portugal, por 387 milhões de euros, ofereceu, em conjunto com um grupo de Hong Kong, 10 mil milhões de dólares australianos (6.833 milhões de euros), por metade da Ausgrid.
O comunicado oficial refere que esta não é a primeira vez que a Austrália veta um importante investimento da China, após ter rejeitado a compra da Kidman & Co., empresa especializada na actividade pecuária, por parte de um consórcio chinês.
Estas decisões revelam “claras tendências proteccionistas”, num Governo australiano que “defendeu, em muitas ocasiões, o investimento de negócios chineses, mas que toma decisões no sentido contrário”, assinalou o comunicado da embaixada chinesa.
“Esperamos que a Austrália faça mais esforços para conseguir um ambiente melhor, mais justo e transparente para as empresas chinesas”, conclui o documento.

18 Ago 2016

China | Maior ponte de vidro do mundo abre sábado

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China vai inaugurar no sábado a maior ponte do mundo, feita em vidro e suspensa a 300 metros de altura. Ao todo são 430 metros de extensão numa zona de montanhas localizadas no grande desfiladeiro de Zhangjiajie. A obra que pretende dar uma panorâmica geral da vista onde se encontra construída, é da autoria do arquitecto israelita Haim Dotan que também desenhou o pavilhão israelita presente na exposição de Xangai, em 2010. A obra foi concluída em Dezembro e no mês passado, para provar a solidez da estrutura, um camião de duas toneladas, atravessou-a. É que em Outubro passado, os visitantes do parque de Yuntaishan apanharam um susto quando a ponte de vidro que atravessa o desfiladeiro com 1.000 metros de altura, começou a rachar.
O número de visitantes por dia está limitado a oito mil e o bilhete deve ser comprado com um dia de antecedência, segundo a agência oficial chinesa Xinhua.
A estrutura está localizada em Zhangjiajie, numa zona de montanhas, que se tornou célebre mundialmente por ter inspirado as “Aleluya” do filme Avatar.
A construção deste género de ponte, que permite aos turistas apreciar a paisagem em todo o pormenor, tem-se multiplicado em parques e edifícios da China.

18 Ago 2016

Pequim restringe operações de companhia aérea de Pyongyang

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China anunciou ontem que as operações da companhia aérea norte-coreana Air Koryo, estão restringidas, em território chinês. Esta medida acontece na sequência de uma aterragem de emergência feita por um avião daquela companhia, após ter sido detectado um incêndio a bordo.
A Administração de Aviação Civil da China vai adoptar “medidas relevantes para limitar as operações” da companhia aérea, afirmou num comunicado, difundido através do seu ‘site’ oficial.
No mês passado, um voo da Air Koryo, entre Pyongyang e Pequim, foi obrigado a desviar-se e aterrar na cidade de Shenyang no nordeste da China, “porque o avião começou a arder”, noticiou a agência oficial Xinhua, que citou um passageiro a bordo. De acordo com a Administração da Aviação Civil da China terá sido um dos botões para chamar o pessoal de bordo, que desencadeou o fogo. Muito embora o incidente não tenha provocado danos pessoais, a Air Koryo deve melhorar o seu treino para lidar com incidentes do género, melhorar as suas comunicações com os controladores de tráfego aéreo e a manutenção dos seus aviões, apontou o regulador chinês.
A companhia aérea registou apenas um acidente fatal em mais de 30 anos, apesar de ser a única no mundo classificada com apenas “uma estrela” pelo sistema de ‘rating’ Skytrax.
As suas rotas são muito limitadas, incluindo apenas voos regulares para três destinos na China e para Vladivostok, na Rússia.
O voo entre Pequim e Pyongyang é feito com um avião de fabrico russo, um Tupolev Tu-204, com capacidade para transportar 140 pessoas.

18 Ago 2016

Coreia do Norte diz que Presidente do Sul é psicopata

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Coreia do Norte apelidou a Presidente sul-coreana de “psicopata”, depois de a governante ter denunciado as ambições nucleares de Pyongyang e defendido a implantação de um sistema antimísseis norte-americano no seu país.
Num discurso difundido na televisão na segunda-feira, a Presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, sublinhou que a implantação do sistema Terminal High Altitude Area Defence, THAAD, em território sul-coreano era um acto de “autodefesa”, em resposta ao programa norte-coreano de desenvolvimento de mísseis nucleares.
Por seu turno, um porta-voz do comité norte-coreano para a reunificação pacífica da Coreia, referiu que “isto não é mais do que uma desculpa esfarrapada. Ninguém vai acreditar nas falácias de um boneco que não faz nada sem o acordo dos seus mestres norte-americanos”, disse um porta-voz do comité norte-coreano para a reunificação pacífica da Coreia.
“Não são mais do que disparates pronunciados por uma psicopata”, acrescentou num comunicado difundido pela agência oficial KCNA.
A Coreia do Norte ameaçou recorrer a “acções físicas” para se opor à implantação prevista do sistema antimísseis THAAD na Coreia do Sul que está previsto para 2017.
Seul e Washington anunciaram no início de Julho a decisão de instalar o sistema THAAD, após os mais recentes testes nucleares e com mísseis balísticos, levados a cabo pela Coreia do Norte.
O plano para instalar aquele poderoso sistema, que lança projécteis capazes de destruir os mísseis inimigos, levou a duras críticas por parte de Pequim e Moscovo, que consideram que este fortalecerá a capacidade militar dos EUA na região.
Pequim vê nesta decisão uma ameaça para o seu território, e uma causa de agravamento das tensões na península.
O chefe de Estado-maior do exército norte-americano, general Mark Milley, abordou a questão na terça-feira durante um encontro com o seu homólogo chinês Li Zuocheng, em Pequim, afirmando que o sistema não representa uma ameaça para a nação chinesa.

18 Ago 2016

Diplomata norte-coreano foge com família para Seul

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número dois da diplomacia norte-coreana em Londres desertou com a família e pediu asilo político à vizinha Coreia. A notícia já tinha sido divulgada pela BBC, na passada terça-feira, quando o diplomata tinha fugido da embaixada onde prestava serviço.
A Coreia do Sul anunciou ontem a deserção do vice-embaixador da Coreia do Norte no Reino Unido, que se encontra já em Seul com a família.
O ministério da Unificação sul-coreano confirmou que Thae Yong-ho, “número dois” da missão norte-coreana em Londres, fugiu para o Seul com a mulher e o filho.
A cadeia pública britânica BBC anunciou na terça-feira à noite que o diplomata norte-coreano tinha fugido da embaixada do seu país em Londres e procurava asilo noutro país.
Thae Yong-ho, trabalhava há dez anos na capital britânica como vice-embaixador, onde era também responsável pela promoção da imagem da Coreia do Norte no Reino Unido.
Além de Thae e do embaixador, Hyon Hak-bong, trabalham na representação diplomática norte-coreana em Londres, mais quatro pessoas.
Em Abril, o governo sul-coreano anunciou que 13 norte-coreanos – um homem e 12 mulheres -, que trabalhavam em restaurantes do regime de Pyongyang no estrangeiro, pediram asilo a Seul, naquela que foi a primeira fuga de todo o pessoal de um estabelecimento.
Tensão sobe de tom
Depois de um período de aproximação, as relações entre as duas Coreias tem vindo a deteriorar-se desde 2010, ano marcado por dois incidentes graves: o torpedeamento de uma corveta sul-coreana, em Março, que provocou 46 mortos. A responsabilidade foi atribuída a Pyongyang por um inquérito internacional. Ainda o bombardeamento de uma ilha sul-coreana pelo Norte em Novembro, que fez quatro mortos.
As tensões agravaram-se consideravelmente na península coreana depois do quarto teste nuclear norte-coreano de 6 de Janeiro, seguido a 7 de Fevereiro pelo lançamento de um foguetão, que o regime de Pyongyang disse transportar um satélite de comunicações e que a comunidade internacional considerou um ensaio de um míssil balístico.
 

18 Ago 2016

Tufão Chanthu atinge Japão e faz mais de mil desalojados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]passagem do tufão Chanthu obrigou a que mais de mil pessoas fossem retiradas de suas casas. Esta catástrofe deixou sem electricidade 850 habitações e obrigou ao cancelamento de dezenas de voos domésticos bem como a interrupção da circulação dos comboios de alta velocidade.
Chanthu, o sétimo tufão da temporada no Pacífico, chegou na terça-feira ao arquipélago nipónico e deslocou-se pela costa, até atingir a região de Iwate pelas 12horas locais segundo dados da Agência Meteorológica do Japão (JMA).
Grande parte do país asiático encontrava-se em alerta devido à chuva intensa, vento forte e ondulação causados pelo tufão, que continuava ontem a avançar em direcção ao nordeste.
O Chanthu gerou rajadas de vento até 126 quilómetros por hora e precipitação de 65 milímetros por hora em algumas zonas do centro do país, enquanto na ilha de Hokkaido, em menos de um dia, choveu o acumulado em todo o mês de Agosto.
As autoridades da localidade de Otsuchi, em Iwate, ordenaram a retirada de 1.290 pessoas devido às inundações e deslizamentos de terras causados pelas chuvas torrenciais, segundo a estação estatal NHK.
Na localidade de Ishinomaki (região de Miyagi, vizinha de Iwate), cerca de 850 casas ficaram sem electricidade, informou a empresa Tohoku Electric Power, responsável pelo fornecimento de energia eléctrica.
As condições meteorológicas extremas também causaram o cancelamento de duas dezenas de voos domésticos, a maioria a partir dos aeroportos do nordeste, assim como a interrupção de 18 comboios shinkansen , da linha de alta velocidade, na mesma zona.
 

18 Ago 2016