Coreia do Norte | EUA condenam lançamento de mísseis

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos condenaram ontem o lançamento de três mísseis balísticos pela Coreia do Norte, considerando-o uma ameaça para os seus aliados e para os voos comerciais, e defenderam uma acção diplomática contra Pyongyang.
“Os lançamentos irresponsáveis da Coreia do Norte são uma ameaça para a aviação civil e para o comércio marítimo na região”, disse uma fonte oficial da administração norte-americana.
O responsável, que falava à margem da cimeira do G20 na China, disse que Washington irá “apoiar uma acção internacional para responsabilizar a Coreia Norte pelas suas acções provocadoras”.
A Coreia do Norte disparou ontem três mísseis balísticos a partir da sua costa leste, cerca de duas semanas depois de testar um míssil balístico a partir de um submarino, noticiou a agência sul-coreana Yonhap.
Os mísseis foram disparados para o Mar do Japão, a partir da região de Hwangju, pelas 04:00, segundo a Yonhap, que cita os chefes de Estado-maior sul-coreanos.
Ainda não se sabe de que tipo são os mísseis disparados, com um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul a informar que o exército sul-coreano está agora a analisar o ensaio.

Acção contínua

A Coreia do Norte realizou uma série de testes de mísseis este ano, o mais recente a 24 de Agosto, quando foi lançado um míssil balístico a partir de um submarino que se deslocou 500 quilómetros na direcção do Japão.
Esse lançamento, amplamente condenado, marcou o que analistas de armamento descreveram como um claro passo em frente nas ambições nucleares da Coreia do Norte.
O lançamento de ontem surge horas depois de a Presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, e o Presidente chinês, Xi Jinping, se reunirem, à margem da cimeira do G20 em Hangzhou.
A China é o único grande aliado de Pyongyang, mas os laços entre os dois países têm vindo a enfraquecer devido aos testes nucleares da Coreia do Norte, que causaram tensão na península.

6 Set 2016

G20 pede à OCDE uma lista negra de paraísos fiscais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s dirigentes do G20 encarregaram ontem a OCDE de entregar ao grupo no próximo ano uma lista negra de países que não colaboram na luta contra a evasão fiscal, após a cimeira realizada na China.
“Pedimos à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) para informar os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais, até Junho de 2017, dos progressos alcançados em matéria de transparência fiscal”, indicou o G20 na declaração final da cimeira de Hangzhou.
A OCDE poderá “preparar até à cimeira de chefes de Estado e de governo do G20 de Julho de 2017 uma lista de países que não progrediram para atingir um nível satisfatório de aplicação de normas internacionais reconhecidas sobre a transparência fiscal”, indicaram os dirigentes do grupo das 20 principais potências mundiais.
“É uma estreia”, afirmou o ministro da Economia e Finanças francês, Michel Sapin, acrescentando que alguns dos elementos avançados nunca tinham sido mencionados nos comunicados de anteriores cimeiras.
“Mais do que nunca, a luta contra os paraísos fiscais é uma prioridade do G20”, disse à AFP o director do centro de política e de administração fiscal da OCDE, Pascal de Saint-Amans, também presente em Hangzhou.
Esta mensagem “bastante forte” do G20 significa que os países que não cooperam têm até Julho de 2017 “para ficarem em conformidade com os critérios da OCDE”, acrescentou.
“Estar na lista negra terá um impacto devastador na economia dos países citados”, previu, considerando que se trata de uma sanção “extremamente pesada”.

6 Set 2016

Hong Kong elegeu deputados sob fortes medidas de segurança

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de três milhões de pessoas votaram ontem nas eleições para o Conselho Legislativo de Hong Kong, sob forte dispositivo de segurança, com pelo menos cinco mil polícias mobilizados, incluindo junto às assembleias de voto. No início da semana, mais de mil polícias participaram num exercício de dois dias, que incluiu a simulação de motim, com recurso a gás pimenta e gás lacrimogéneo, segundo imagens difundidas pelas televisões locais.
A imprensa local noticiou também a vigilância pelas autoridades das páginas de Facebook e fóruns online de grupos ‘localists’ (localistas), formados após o movimento pró-democracia ‘Occupy’ em 2014, e que advogam uma maior autonomia de Hong Kong em relação à China e mesmo a independência.
Analistas vêem nas medidas de segurança uma forma de o governo “jogar pelo seguro”, após a desqualificação de candidaturas nestas eleições, e da radicalização dos protestos em fevereiro, nos primeiros confrontos com a polícia desde o movimento ‘Occupy’, em que um agente efetuou dois disparos com balas reais para o ar.
O elevado número de candidatos a lugares eleitos pelo voto da população é também visto por analistas como motivo para o reforço da segurança junto às assembleias de voto, para evitar altercações.
O Conselho Legislativo (LegCo) da Região Administrativa Especial chinesa é composto por 70 lugares, mas apenas 35 resultam de candidaturas apresentadas individualmente por cidadãos e do voto direto de 3,77 milhões de eleitores, em cinco círculos eleitorais definidos por áreas geográficas. Estes círculos eleitorais vão ser disputados por um recorde de 213 candidatos, distribuídos em 84 listas.
Outros 30 lugares são reservados a círculos eleitorais definidos com base em setores profissionais e corporativos – que vão desde áreas como a agricultura e pescas, à saúde e direito – que estão divididos em 28 categorias, das quais 18 vão ser votadas, por apenas 233 mil eleitores.
Há ainda cinco lugares que são um híbrido dos dois sistemas, com os candidatos a serem previamente eleitos nas eleições distritais, tendo depois de obter o apoio de pelo menos 15 conselheiros distritais, antes de finalmente serem submetidos ao voto de quase todos os eleitores, menos os que votam nos círculos profissionais e corporativos.
As eleições de hoje deverão manter a maioria das forças pró-Pequim no parlamento, mas também o poder de veto da ala pró-democracia, sendo marcadas pela renovação geracional dos dois blocos políticos, e pela disputa de lugares por novos grupos – os ‘localists’–, apesar da desqualificação dos candidatos considerados mais radicais.
Estas são as primeiras eleições depois de revelados os desaparecimentos de cinco livreiros no final de 2015, um caso que gerou forte contestação popular, com acusações a Pequim de desrespeito do princípio “Um país, dois sistemas”, ao abrigo do qual Hong Kong e Macau gozam de ampla autonomia.
Além disso, decorrem numa altura em que permanecem as dúvidas sobre a eventual recandidatura do chefe do Executivo, Leung Chun-ying, bastante impopular desde o início do mandato em 2012.
Pequim chegou a concordar com a eleição do líder de Hong Kong por sufrágio universal, mas impunha que os “dois ou três” únicos candidatos fossem previamente aprovados, uma proposta que levou à ocupação das ruas em 2014, e que acabou chumbada, em junho do ano passado, pelos deputados de Hong Kong.
As próximas eleições para o cargo de chefe do Executivo são a 26 de Março de 2017 e vão decorrer segundo a mesma metodologia. O líder da região administrativa especial vai continuar a ser escolhido por um comité com 1.200 elementos. Em 2012, Leung Chun-ying foi eleito com apenas 689 votos a favor dos membros deste comité.

HK | Governo “atacado por piratas informáticos chineses”

Piratas informáticos chineses, alegadamente, atacaram dois departamentos governamentais de Hong Kong, a poucos dias das eleições na antiga colónia britânica, disse ontem uma empresa de segurança sedeada nos Estados Unidos. O ataque aconteceu em Agosto, durante a corrida para as eleições legislativas de domingo, numa altura em que o receio de um ‘apertar de cerco’ de Pequim a Hong Kong atinge níveis elevados.
A empresa de segurança FireEye, sedeada na Califórnia, disse que um grupo baseado na China, que a firma tem vindo a seguir desde 2011, atacou pelo menos dois departamentos do Governo de Hong Kong em Agosto. O diretor do departamento de tecnologia da empresa para a Ásia Pacífico, Bryce Boland, acredita que o grupo responsável pelos ataques, conhecido como APT3, “é patrocinado pela República Popular da China”.
“Normalmente, quando vemos ataques de governos a outros governos, tem que ver com recolha de informação ou tentativas de aceder a informação que não podem ter por outras vias”, disse Boland à agência AFP. “[Há] muita discussão, muita incerteza sobre o futuro político de Hong Kong. Imagino que estão a tentar formar uma imagem mais clara do que se passa dentro de alguns destes departamentos governamentais”, disse.
Um dos métodos usados pelo grupo APT3 nos ataques recentes foi enviar um email, que alegam ser um relatório sobre os resultados eleitorais, e que contém um ‘hiperlink’ que leva a ‘malware’ (programa malicioso). As autoridades confirmaram os ataques dizendo que “medidas de segurança relevantes foram já adotadas para bloquear os emails suspeitos”.
A empresa de Boland não conseguiu identificar quais os dados recolhidos e não especificou que departamentos foram atacados. Segundo Boland, este tipo de ataques tem aumentado desde o “Movimento dos Guarda-Chuvas”, de protestos pró-democracia, em 2014.

5 Set 2016

Ambiente | Pequim e Washington assinam compromisso fundamental

Agora ou talvez nunca. EUA e China assumiram, finalmente e em conjunto, a responsabilidade por não destruir o planeta. Aleluia ou talvez não

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e os Estados Unidos, os dois maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, anunciaram conjuntamente na manhã de sábado, dia 3, na China, a ratificação do Acordo de Paris, que estabelece esforços do mundo inteiro para reduzir as mudanças climáticas e controlar o aumento de temperatura. Juntos, os dois países são responsáveis por 38% das emissões do planeta. A China é o actual líder, com cerca de 20%, e os EUA, que historicamente assumiram essa posição, respondem hoje por 18%. São os primeiros grandes países a ratificarem o acordo, o que deve acelerar a sua implementação em todo o planeta.
Para entrar em vigor, o acordo, estabelecido no ano passado na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-21) em Paris, precisa ser ratificado por 55 países, que respondam por 55% das emissões. Até antes do anúncio, 24 países já tinham feito a ratificação, mas correspondiam apenas a cerca de 1% das emissões. Com o anúncio, esta fatia sobe para 39,06%, segundo informações passadas pelos próprios países à ONU. A expectativa é que se alcance o total necessário até ao fim do ano.
O compromisso acordado por 195 nações do mundo é de fazer esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa para que o aumento da temperatura do planeta não passe muito de 1,5ºC, ficando “bem abaixo de 2ºC”.
Assim como já tinham feito antes, quando também anunciaram conjuntamente os seus compromissos de redução de gases de efeito estufa (cada país do mundo disse quanto pode contribuir para o esforço global), os Presidentes Barack Obama e Xi Jinping fizeram o anúncio na véspera da reunião do G-20 em Hangzhou, na China.
“Assim como eu acredito que o acordo de Paris se vai revelar um ponto de viragem para o nosso planeta, acredito que a História vai julgar os esforços de hoje como fundamentais”, disse Obama, ao lado de Xi Jinping e do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

O mundo agradece

A secretária-executiva da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC) saudou o anúncio. “Gostaria de agradecer à China e aos Estados Unidos por ratificarem o acordo, sobre o qual repousa a oportunidade de um futuro sustentável para todas as nações e todas as pessoas”, disse numa nota. “Quanto mais cedo o acordo for ratificado e totalmente implementado, mais seguro o futuro se vai tornar”, acrescentou.
A China comprometeu-se a atingir o pico de emissões de CO2 até 2030, reduzir a intensidade de carbono de sua economia (quanto carbono é emitido por unidade económica produzida), aumentar as fontes não-fósseis de energia e aumentar as reservas florestais. Os Estados Unidos comprometeram-se reduzir entre 26% e 28% suas emissões até 2025, em relação aos valores de 2005.
De acordo com análise feita pelo Climate Interactive, com a escola de economia Sloan do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), as duas metas juntas devem responder por 51% das emissões evitadas entre 2016 e 2100 considerando todas os compromissos anunciados pelos demais países.
Além de ser o maior poluidor histórico, a ratificação por parte dos EUA é simbólica porque o país por anos foi considerado o maior entrave a acordos climáticos. A primeira tentativa de se controlar as mudanças climáticas foi o Protocolo de Kyoto, que estabelecia metas de redução das emissões por parte dos países ricos. Mas os EUA, apesar de o terem assinado, acabaram se recusar a ratificá-lo quando o ex-presidente George W. Bush, do partido republicano, assumiu o governo e o protocolo naufragou. A pressa de Obama justifica-se também porque o actual candidato republicano, Donald Trump, já manifestou que, se eleito, iria rever a assinatura do Acordo de Paris.

Acordo de Paris. O que é?

O acordo de Paris é um tratado no âmbito da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança de Clima (UNFCCC) sigla em inglês e foi aprovado a 12 de Dezembro de 2015 precisamente em Paris. Até 2017 os países podem rectificar o acordo, assumindo uma série de medidas de contenção no que se refere a emissão de gases poluentes. O acordo que foi aprovado por 195 países, impõe o compromisso no sentido de manter o aumento da temperatura média global em menos de 2 graus centígrados acima dos níveis pré-industriais e de encetar esforços para limitar o aumento da temperatura em 1,5 graus centígrados dos níveis pré-industriais.
O ponto central do chamado Acordo de Paris é a obrigação de participação de todas as nações e não apenas países ricos no combate às mudanças climáticas. Até agora, as 23 nações que haviam ratificado o acordo eram responsáveis por somente 1% das emissões. “Com a ratificação da China e dos EUA, só será preciso conseguir mais um par de grandes poluidores para que o total de 55% seja alcançado”, explica o analista de questões ambientais da BBC Roger Harrabin.
Mas mesmo que isso ocorra em breve, ainda há muitos desafios pela frente. A Grã-Bretanha, por exemplo, ainda não ratificou o tratado. O Governo fez saber recentemente à BBC que isso seria feito assim que possível, mas não há datas. No Brasil, o tratado passou pela Câmara dos Deputados, mas ainda precisa do aval do Senado.

5 Set 2016

Xi Jinping | “Ajustamentos dolorosos” para dinamizar economia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que o país está disposto a realizar “ajustamentos dolorosos” para solucionar os problemas da economia, a segunda maior do mundo, e a levar estas reformas “até ao fim”. O chefe do Estado chinês, que falava num encontro com empresários do G20 na cidade de Hangzhou, reconheceu que o modelo económico do seu país levado a cabo nos últimos anos “já não é sustentável” e defendeu a alteração dos motores de crescimento para fazer da China “um país inovador”. “Temos vontade de fazer ajustamentos dolorosos e de abordar os problemas que se criaram ao longo de muitos anos”, sublinhou, na véspera da cimeira do G20, que decorre até esta segunda-feira naquela cidade chinesa.
O Presidente assinalou que a economia chinesa se encontra num “novo ponto de partida” para transformar o seu crescimento, manifestando “confiança” para enfrentar esta transição, uma vez que “o medo de avançar é uma oportunidade perdida”. “As reformas são cruciais para manter uma taxa de crescimento média-alta”, assegurou o Presidente chinês.
Xi Jinping afirmou ainda que a economia chinesa pretende “integrar-se mais no mundo e abrir-se mais ao mundo” e anunciou que a China vai facilitar o acesso do investimento estrangeiro no seu território, acelerar as negociações de tratados de comércio livre com outros países e intensificar os seus esforços para tornar o yuan uma divisa internacional.

5 Set 2016

Corações de atum | Dez nações da Ásia-Pacífico falham acordo

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ez nações da Ásia-Pacífico terminaram ontem uma reunião de cinco dias sem chegarem a um consenso sobre as medidas a tomar para proteger o atum rabilho do Pacífico (Thunnus orientalis), uma situação já criticada por ambientalistas. Japão, China, Estados Unidos, Fidji, Vanuatu, Canadá, Coreia do Sul, Filipinas, ilhas Cook e Taiwan, membros da Comissão das Pescas do Pacífico Ocidental e Central (WCPFC, na sigla em inglês), “não conseguiram chegar a acordo”, no final de cinco dias de discussões na cidade de Fukuoka (sudoeste), indicou a agência japonesa das pescas num comunicado. Associações ecologistas deram conta da sua frustração, considerando a Greenpeace que este resultado é “extremamente lamentável quando os stocks de atum rabilho estão numa situação de emergência”. Perto de 60% das capturas de atum no mundo são feitas no Pacífico. Face ao declínio das reservas, a comissão decidiu o ano passado regular a pesca, devendo os detalhes ser definidos no encontro que ontem terminou. As discussões deverão ser retomadas em Setembro do próximo ano na Coreia do Sul, disse à agência France Presse um responsável japonês, Kazuya Fukaya. O atum rabilho do Pacífico é reconhecido desde 1999 como uma espécie distinta do atum rabilho do Atlântico (Thunnus thynnus), igualmente ameaçado.

5 Set 2016

Duterte declara “estado de anarquia” após atentado nas Filipinas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, declarou sábado o “estado de anarquia” no país, após o atentado à bomba na noite de sexta-feira na cidade de Davao, no sul, o qual provocou a morte de pelo menos 14 pessoas e 67 feridas.
“Vivemos tempos extraordinários. Estamos a tentar lidar com esta crise agora. Parece que há um ambiente de anarquia”, disse o Presidente filipino à imprensa no local do atentado, horas depois da explosão.
Segundo o chefe de Estado, a medida implica um aumento da presença de militares e de polícias em todo o país para combater a ameaça terrorista.

Radicais acusados

O grupo radical islamita Abu Sayyaf foi responsável pelo atentado à bomba na terra natal do Presidente filipino, Rodrigo Duterte, disse sábado a presidente da câmara.
“O Gabinete do Presidente enviou uma mensagem de texto para confirmar que foi uma retaliação do Abu Sayyaf. Nós, no município, estamos a tratar este caso como uma retaliação do Abu Sayyaf”, disse à CNN Filipinas Sarah Duterte, que além de autarca é filha do Presidente Duterte.
O ministro da Defesa, Delfin Lorenzana, também atribuiu o ataque de sexta-feira ao Abu Sayyaf, um grupo islâmico que prometeu lealdade ao Estado islâmico.
“Ninguém assumiu a responsabilidade, mas só podemos concluir que foi cometido pelo grupo terrorista Abu Sayyaf, que causou muitas perdas em Jolo nas últimas semanas”, disse Lorenzana.
O Presidente Duterte lançou uma ofensiva militar contra o Abu Sayyaf.
Na segunda-feira, cinco soldados foram mortos em confrontos com o grupo islâmico na ilha de Jolo, um importante reduto do Abu Sayyaf, a 900 quilómetros de Davao.
 A Amnistia Internacional (AI) instou também sábado o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, a respeitar os direitos humanos na resposta ao atentado de sexta-feira.
“A total indiferença demonstrada pelos atacantes pelo direito à vida não deve respondida com uma acção governamental que não tenha em conta os direitos humanos”, indica em comunicado Champa Patel, investigador para a região do sudeste asiático e Pacífico da AI.

5 Set 2016

Hong Kong | Debate sobre independência está para durar

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] debate sobre a independência de Hong Kong reflecte a frustração política local e, 19 anos após a transição para a China, vai continuar após as eleições de domingo, apesar das tentativas do governo para erradicar o assunto, consideram académicos.
Seis aspirantes a lugares de deputado ao Conselho Legislativo da Região Administrativa Especial chinesa foram impedidos de concorrer às eleições de domingo pelas suas posições pró-independência.
A ideia da independência é considerada ilegal pelas autoridades locais e pelo governo central em Pequim e permanecia um tabu até à recente emergência de novos grupos políticos, designados ‘localists’ (localistas), que apelam para uma ruptura.
Estas formações foram criadas por iniciativa de jovens desiludidos com a “revolta dos guarda-chuvas”, uma mobilização pela democracia que agitou Hong Kong em 2014, mas fracassou na tentativa de obter concessões políticas da China.
“A independência nunca foi seriamente debatida nos anos 1980 ou 1990 [quando se estava a preparar a transferência da soberania da Grã-Bretanha para a China]”, disse à agência Lusa Chung Kim Wah, professor da Hong Kong Polytechnic University.
O académico, então estudante universitário, recorda que apesar de a opção ter sido brevemente mencionada, nessa altura, “até os jovens acreditavam que era chegada a hora de apagar o passado colonial e voltar para a mãe-pátria”.
“Desta vez é diferente porque os jovens têm vindo a perder a paciência com a reforma política de Hong Kong e muitos acreditam que os princípios ‘Hong Kong governado pelas suas gentes’ e ‘Hong Kong, um país, dois sistemas’ falharam totalmente por causa da intervenção de Pequim, por isso querem uma alternativa”, afirmou.

Temores da terra

Desde a transferência da soberania em 1997 que Hong Kong beneficia de um regime de “ampla autonomia” e teoricamente usufrui até 2047 de liberdades que não são aplicáveis no restante território da China, mas nos últimos anos tem aumentado a preocupação com a interferência de Pequim nos assuntos da região administrativa especial.
Em Julho, uma sondagem da Chinese University of Hong Kong indicou que 17% dos cerca de mil inquiridos apoiam a independência.
Observadores como Sonny Lo, da Education University, são, no entanto, cautelosos na análise dos dados, porque o conceito de independência “continua ambíguo” e “apenas uma minoria parece falar da independência territorial, que viola a Lei Básica [miniconstituição] e foi a justificação usada para excluir candidatos às actuais eleições”.
“Não sabemos o significado de independência, porque alguns dos 17% dos inquiridos identificam-na com um elevado grau de autonomia, não sendo uma separação territorial da China, mas mais a autonomia institucional da cidade, ou seja, querem um sistema político relativamente livre da intervenção de Pequim”, observou.

No terreno

No início de Agosto, Hong Kong registou a primeira manifestação a favor da independência, com pelo menos mil pessoas concentradas num parque junto ao Conselho Legislativo, na presença de candidatos desqualificados, como Edward Leung, do grupo Hong Kong Indigenous.
“O facto de o governo ter feito uso de funcionários públicos [da Comissão Eleitoral] para desqualificar candidaturas tornou o tema ainda mais quente nos fóruns eleitorais. (…) É uma reacção por causa da reacção tonta do governo”, disse Chung Kim Wah.
“Mas enquanto os que defendem a independência não tiverem capacidade real para fazer alguma acção concreta, não constituem uma ameaça à soberania e futuro de Hong Kong”, acrescentou.
Nas últimas semanas, estudantes do ensino secundário, incentivados por um novo grupo designado ‘Studentlocalism’, formaram mais de duas dezenas de grupos para discutir a independência, levando as autoridades locais a condenar os debates nas escolas.
Para Phil C. W. Chan, do Institute for Security and Development Policy, a “reacção alarmista” dos governos local e central pode ser justificada pelo facto de o movimento pró-democracia desencadeado nos últimos anos ser liderado por jovens.
Mas mesmo se estes activistas viessem a ser eleitos, o Conselho Legislativo “continuaria a ser dominado por deputados pró-negócios, pró-governo e pró-Pequim”, sublinhou o analista, observando ainda que “não há maior poder instalado em Hong Kong do que o do governo central da China”.
“Hong Kong enquanto Estado independente não vai acontecer”, argumentou Phil C. W. Chan.
“A autodeterminação, como vimos nos debates sobre a Escócia, Catalunha e Kosovo, é uma ideia atractiva, enquanto princípio, para as pessoas em Hong Kong. (…) Mas Hong Kong não é o Kosovo”, afirmou.
“Hong Kong é um centro financeiro internacional rico, enquanto o Kosovo faz-nos lembrar a pobreza e a limpeza étnica”, concluiu.

2 Set 2016

China | Actividade industrial sobe para nível mais alto em dois anos

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m Agosto, e de acordo com as autoridades chinesas, o índice de produção na indústria subiu para o nível mais alto dos últimos dois anos. Os peritos que avaliaram a situação chegaram a este valor associando dois indicadores: procura e produção.
O Purchasing Managers Index (PMI) fixou-se em 50,4%, em Agosto, o nível mais alto desde Outubro de 2014, detalham os dados do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês. É um forte aumento face ao mês anterior, quando o índice se fixou em 49,9%, e supera largamente a previsão da agência Bloomberg, que apontou para os 49,8%.
Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, pelo que abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção de actividade. O índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.

Economia em alta

O resultado “assinala uma recuperação na procura e produção e uma optimização da estrutura”, refere Zhao Qinghe, um analista do GNE, em comunicado.
A actividade da indústria manufactureira da China, um importante motor de crescimento económico do país, tem vindo a revelar-se volátil desde há vários meses, face à queda na procura global por produtos chineses e o excesso de capacidade industrial no sector secundário do país, após o fim do “boom” no sector da construção.
Zhao apontou ainda para persistentes pressões descendentes nas exportações e importações, devido à frágil recuperação da economia mundial.
Cerca de 40% das empresas inquiridas admitiram enfrentar dificuldades financeiras, enquanto cada vez mais firmas enfrentam a subida dos custos de mão-de-obra e da logística, referiu Zhao.
Após a crise financeira de 2008, a China foi o principal motor da recuperação da economia mundial, mas, no ano passado, cresceu ao ritmo mais lento do último quarto de século , 6,9%, e voltou a abrandar na primeira metade de 2016.
Pequim tem encontrado obstáculos no processo de reconfiguração do seu modelo económico, que visa apostar no consumo interno, em detrimento do investimento em infra-estruturas, como motor de crescimento.
Os dados ontem difundidos pelo GNE revelam que as pequenas e médias empresas têm enfrentado maiores dificuldades do que os grandes grupos que têm acesso mais fácil a crédito e ao mercado.

2 Set 2016

Empresas da UE apelam ao fim de tratamento “desigual”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Câmara do Comércio da União Europeia (UE) na China criticou ontem o “tratamento” desigual dado ao investimento no país e apelou ao fim das interdições impostas ao capital estrangeiro, ameaçado com o acesso ao mercado europeu.
“Para os chineses, a Europa é um ‘buffet’ variado, onde tudo decorre com facilidade, enquanto [na China], para nós, são quatro pratos e uma sopa”, afirmou o presidente do grupo, Jorg Wuttke, em Pequim.
O comentário surge numa altura em que grupos chineses fazem grandes aquisições em empresas, clubes de futebol, infra-estruturas, aeroportos ou portos europeus.
Em Portugal, por exemplo, o país asiático tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca.
Mas, “enquanto a Europa dá as boas vidas ao investimento estrangeiro, a falta de reciprocidade é insustentável e poderá levar ao proteccionismo e ao aumento das tensões”, lê-se num comunicado difundido ontem pela Câmara do Comércio.
A mesma nota refere que é do interesse da China aliviar as restrições e demonstrar que Pequim “apoia princípios aceites globalmente”.
O investimento chinês na Europa aumentou 44%, em 2015, face ao ano anterior, para 20 mil milhões de euros.
O governo chinês tem encorajado as empresas do país a investir além-fronteiras, como forma de assegurar fontes confiáveis de retornos, face aos sinais de abrandamento na economia doméstica, e adquirir tecnologia avançada, visando tornar as empresas chinesas mais competitivas em sectores como a indústria aeroespacial, agro-industrial e robótica.
No primeiro semestre de 2016, a estatal China National Chemical Corp ofereceu 43 mil milhões de dólares pela gigante suíça de pesticidas e sementes Syngenta, no que será de longe a maior aquisição de sempre da China no exterior.
Entre outros investimentos mediáticos protagonizados pela China constam o banco alemão Hauck & Aufhauser, o fabricante de pneus italiano Pirelli e a fornecedora de sistemas robóticos Kuka.
No mês passado, o grupo de investimento chinês Fosun propôs comprar 16,7% do capital do banco português BCP, por um preço que deverá ser de 236 milhões de euros, e que poderá reforçar posteriormente a sua participação “para entre 20% a 30%”.
Só em Portugal, aquele grupo detém já a Fidelidade, a Espírito Santo Saúde, reconvertida em Luz Saúde, e uma participação de 5,3% na REN (Redes Energéticas Nacionais).

Vantagem de cá

A Câmara do Comércio da UE em Pequim afirma que “seria quase impossível imaginar” que investidores europeus fossem autorizados a investir em empresas chinesas deste calibre, referindo-se ao paradigma actual como um resultado “benéfico para apenas um lado”.
A China surge na 84.ª posição – atrás da Arábia Saudita e da Ucrânia – no ranking do Banco Mundial que avalia a facilidade de fazer negócios em diferentes países.
No relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a República Popular da China surge em penúltimo, no que toca às restrições impostas ao investimento estrangeiro.
Caso Pequim não reduza as barreiras do mercado chinês, arrisca-se a perder o livre acesso ao mercado europeu, porque o contrário seria “politicamente inaceitável”, frisou Wuttke.
“O contraste absoluto entre [o fluxo de investimento chinês para a Europa] e um mercado chinês vedado levará muitas pessoas a chegar à conclusão de que a China se está a aproveitar de nós”, disse.
“Como vimos com o Brexit (o referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia), a globalização também produz perdedores, e os perdedores têm uma voz política”, continuou.
Alguns partidos na Europa poderão vencer eleições com “argumentos contra a China”, notou Wuttke, referindo-se aos protestos de milhares de trabalhadores da indústria do aço, em Bruxelas, contra o impacto negativo do país asiático no sector.
A China produz hoje mais aço do que os outros quatro gigantes do sector – Japão, Índia, EUA e Rússia – combinados, levando à queda dos preços nos mercados internacionais.
No mês passado, a UE aprovou medidas ‘antidumping’ (produção subsidiada) nas importações de aço laminado a frio da China.
As exportações de aço da China para a Europa aumentaram 28%, no primeiro trimestre do ano, enquanto os preços recuaram mais de 30%.

2 Set 2016

Tailândia | Líder de rede de tráfico de migrantes condenado a 35 anos de prisão

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tailandês acusado de liderar uma ampla rede de tráfico de migrantes, sobretudo pessoas da minoria rohingya (minoria muçulmana existente na Birmânia), foi condenado a 35 anos de prisão, divulgaram ontem as autoridades tailandesas.
O homem, identificado como Sunand Saengthong, foi condenado na quarta-feira por um tribunal de Pak Phanang, no sul da Tailândia.
Com base em testemunhos e nos registos bancários, o tribunal concluiu que o acusado era “um coordenador do tráfico de [migrantes] rohingya”.
Na altura da sua detenção, em Janeiro, várias pessoas da minoria rohingya foram descobertas em veículos sobrelotados, algumas não resistiram e morreram de asfixia, segundo recordou a Comissão asiática de Direitos Humanos, que acompanhou o julgamento.

Ponto chave

O sul da Tailândia, na fronteira com a Malásia, tem sido ao longo dos anos um importante ponto do tráfico ilegal de migrantes, em muito alimentado por pessoas da minoria rohingya que fogem da opressão de que são vítimas há décadas na Birmânia. Também é comum encontrar muitos cidadãos do Bangladesh que tentam fugir da pobreza.
No entanto, desde 2015, a junta militar no poder em Banguecoque decidiu acabar com esta actividade muito lucrativa, na qual elementos das forças de segurança também estavam envolvidos.
Na sequência desta decisão, várias embarcações provenientes da Birmânia e do Bangladesh que transportavam migrantes foram abandonadas por passadores nas costas tailandesas em Maio de 2015. Também foram descobertos campos de transição na selva no sul da Tailândia, com sepulturas de migrantes que não terão resistido à longa viagem.
Mais de uma centena de traficantes, incluindo um general, foram detidos na Tailândia no âmbito do endurecimento das medidas do governo tailandês.
O secretário-geral da ONU pediu esta semana ao governo da líder birmanesa Aung San Suu Kyi para conceder a cidadania aos vários milhares de rohingya que vivem naquele país.
“Transmito as preocupações da comunidade internacional sobre as dezenas de milhares de pessoas que vivem em condições muito duras em acampamentos há mais de quatro anos”, declarou Ban Ki-moon, durante uma conferência de imprensa conjunta com Aung San Suu Kyi em Naypyidaw, capital administrativa da Birmânia.
A minoria rohingya, composta por cerca de um milhão de pessoas, continua ainda a ser considerada como uma comunidade de imigrantes ilegais do vizinho Bangladesh, apesar de alguns viverem na Birmânia há várias gerações.
Muitos deles vivem em acampamentos na região oeste do país, depois dos incidentes intercomunitários de grande violência ocorridos em 2012.

2 Set 2016

Alumínio | Empresa norte-americana comprada por milionário chinês

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m empresário da China decidiu pagar 2,33 mil milhões de dólares pela produtora de alumínio norte-americana Aleris Corporation. A Zhongwang USA, uma firma de investimentos controlada por Liu Zhongtian, anunciou em comunicado que vai pagar 1,11 mil milhões de dólares pela Aleris, que tem sede na cidade norte-americana de Cleveland, e pagar as dívidas da empresa, avaliadas em 1,22 mil milhões.
Liu é o fundador e presidente da Zhongwang China, que está cotada na bolsa de Hong Kong, e é a segunda maior fabricante do mundo de produtos industriais de extrusão de alumínio. O seu património líquido está avaliado em 3,1 mil milhões de dólares, segundo a revista norte-americana Forbes.”Esta aquisição é uma expansão internacional que visa estabelecer uma base de negócios complementares”, afirma o comunicado.
A Aleria tem 13 unidades de produção espalhadas pelos Estados Unidos da América, Europa e China, e é fornecedora de importantes construtoras, como a Airbus, Boeing e Bombardier.
Desde o início do ano, as empresas chinesas já anunciaram mais de 3,9 mil milhões de dólares em aquisições fora do país, nos sectores indústria farmacêutica, biotecnologia e saúde, dez vezes o valor total gasto em 2012, segundo a Bloomberg. O governo chinês tem encorajado as empresas do país a investir além fronteiras como forma de assegurar matérias-primas e fontes confiáveis de retornos, face aos sinais de abrandamento na economia doméstica.
No início do mês, o grupo de investimento chinês Fosun propôs comprar 16,7% do capital do Banco português BCP, por um preço que deverá rondar os 236 milhões de euros, e que poderá reforçar posteriormente a sua participação “para entre 20% a 30%”. Só em Portugal, aquele grupo detém já a Fidelidade, a Espírito Santo Saúde, reconvertida em Luz Saúde, e uma participação de 5,3% na REN (Redes Energéticas Nacionais).

1 Set 2016

China | Bancos alertam para aumento do crédito mal parado

Cada vez mais os chineses têm dificuldade em saldar as suas dívidas. Quem o diz são os gigantes bancários do país que alertam para o aumento do crédito mal parado

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s quatro maiores bancos estatais chineses anunciaram um aumento do crédito mal parado, no primeiro semestre do ano, numa altura em que a economia chinesa cresce ao menor ritmo do último quarto de século. Em comunicado enviado à bolsa de Hong Kong, o ICBC, o maior banco do mundo em capitalização em bolsa e por depósitos, revelou que a taxa de incumprimento entre os devedores em Junho, subiu para 1,55%, acima do valor registado no mesmo mês do ano passado, de 1,50%.
A mesma nota detalha que, no primeiro semestre, os lucros do banco subiram 0,8%, em termos homólogos.
Os três outros gigantes estatais anunciaram também um aumento no crédito mal parado, à medida que Pequim recorre a crédito barato visando impulsionar o crescimento económico.
O Banco da China, o mais utilizado para troca de divisas estrangeiras, disse na terça-feira que a quantidade de crédito malparado subiu para 1,47%, no final de Junho, acima do valor de 1,43% registado em Dezembro 2015.
Na semana passada, o China Construction Bank, o segundo maior credor do país, anunciou um aumento da taxa de incumprimento de 0,05%, para 1,63%, enquanto o Agricultural Bank of China fixou aquela cifra em 2,40%, ligeiramente acima do registado no ano passado.
No final do ano passado, o endividamento da China atingiu os 168,48 biliões de yuan o equivalente a 249% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estimativas da Academia de Ciências Sociais da China. A mesma fonte diz ainda que o maior risco reside no sector corporativo não financeiro, no qual a proporção da dívida em relação ao PIB é estimada em 156%, incluindo as dívidas contraídas por mecanismos de financiamento dos governos locais.
Em Junho passado, um funcionário da Comissão Reguladora do Sistema Bancário da China revelou que nos últimos três anos, os bancos do país amortizaram mais de 300.000 milhões de dólares em crédito mal parado, mais de três vezes o valor do resgate económico acordado em 2011 entre o Governo português e a “troika”.
A economia chinesa cresceu 6,9%, em 2015, o ritmo mais lento dos últimos 25 anos.

1 Set 2016

Sócia da Uber fecha acordos com 50 empresas de táxis

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] aplicativo de transporte chinês Didi Chuxing, que este mês adquiriu as operações da Uber na China, assinou ontem acordos de cooperação com 50 companhias locais de táxis, prevendo ampliar as suas operações conjuntas.
Os acordos prevêem que o Didi Chuxing disponibilize às empresas os pedidos dos utilizadores do seu aplicativo móvel e a informação recolhida pela sua unidade de ‘big data’ (processamento em massa de dados dos clientes), para melhorarem a sua eficiência.
As 50 empresas que se aliaram ao Didi Chuxing, uma firma na qual a Apple investiu 1.000 milhões de dólares em Maio passado, operam numa dezena de cidades chinesas, entre as quais Pequim e Xangai.
Com este modelo, a empresa chinesa inclui no seu aplicativo os serviços de 1,8 milhões de taxistas, em 380 cidades, e de condutores privados, em 400.
A firma, que tem uma quota de quase 90% do mercado chinês, recebendo por dia cerca de 16 milhões de pedidos, garante que melhorou o sistema para solicitar um táxi, permitindo saber a distância entre os clientes e os condutores, estado do trânsito, e a oferta e procura.

1 Set 2016

China | Demolido um dos maiores altos-fornos do noroeste do país

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m dos maiores altos-fornos do noroeste da China, utilizado na produção de ferro, foi ontem demolido, numa altura em que a segunda maior economia mundial tenta eliminar o excesso de capacidade de produção no sector secundário.
Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, 200 trabalhadores iniciaram a demolição do alto-forno número 2 do Baogang Group, uma estrutura com meio século de existência e 1.800 metros cúbicos de dimensão.
A sua capacidade de produção anual está fixada em 1,33 milhões de toneladas de ferro
No conjunto, a estrutura do forno, oleodutos e outras partes da construção pesam 10 mil toneladas, segundo técnicos responsáveis pela demolição, citados pela Xinhua.
É o maior forno a ser demolido na China, desde que Pequim anunciou um plano designado “reforma do lado da oferta”, que visa reduzir o excesso de capacidade na indústria pesada, refere a agência.
No ano passado, o maior grupo especializado em exploração de carvão, no noroeste da China, anunciou que vai eliminar 100.000 postos de trabalho até 2018, para “tentar minimizar os prejuízos”, num dos maiores despedimentos em massa registados no país nos últimos anos.
De acordo com o Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social da China, só nas indústrias do carvão e do aço, a China deverá extinguir 1,8 milhão de empregos.
Depois de três décadas a crescer em média quase 10% ao ano, a China cresceu 6,9%, no ano passado, o ritmo mais lento do último quarto de século, enquanto o rápido processo de urbanização regista sinais de abrandamento.
Pequim quer transformar o sector dos serviços e o consumo interno nos novos motores de crescimento económico.

1 Set 2016

Direitos Humanos | HRW apela ao G20 para pressionar a China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s líderes dos países membros do G20, que se reunirão na próxima semana na China, devem apelar ao Governo chinês para que acabe com a repressão “implacável” sobre activistas chineses, defendeu a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW).
Numa carta dirigida aos líderes das maiores economias do mundo, a organização de defesa dos Direitos Humanos apela ainda para o protesto contra as restrições impostas por Pequim à participação de grupos da sociedade civil na Cimeira do G20.
“O desprezo da China por activistas é evidente na repressão levada a cabo no seu território e nas restrições impostas durante a Cimeira do G20”, afirma em comunicado divulgado ontem Sophie Richardson, directora para a China da Human Rights Watch.
“É importante que os líderes do G20 chamem a atenção, publicamente e em privado, para as práticas abusivas da China, ou então que partilhem da culpa pelo vergonhoso tratamento dado aos activistas durante a Cimeira”, acrescentou.

Controlo apertado

A organização aponta os esforços chineses para reprimir a sociedade civil, incluindo sobre manifestantes anti-corrupção ou activistas pelos direitos dos trabalhadores, recorrendo a ameaças e perseguição, ou a leis restritivas, como a nova directriz que limita a actuação das organizações não-governamentais.
Durante a liderança do actual Presidente chinês, Xi Jinping, as autoridades reforçaram o controlo sob académicos, advogados e jornalistas.
A carta foi enviada para a Argentina, Austrália, Canadá, União Europeia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, México, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos da América.
“Se o G20 quer seriamente ouvir grupos da sociedade civil, os seus líderes devem então visitar as prisões chinesas, e não as salas de conferências de Hangzhou”, apontou Richardson.
“Permitir que a China receba este evento e permanecer em silêncio sobre os abusos irá enviar ao Governo chinês – e às pessoas na China – uma mensagem completamente errada”, apontou.
Ao contrário dos governos e da opinião pública dos países mais ricos, que tendem a enfatizar a importância da liberdade política individual, as autoridades chinesas defendem “o direito ao desenvolvimento” como “o mais importante dos direitos humanos”.

1 Set 2016

China | Trabalhadores de férias e fábricas fechadas para G20

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades estão a preparar-se para a chegada da cimeira do G20, que reúne 20 potências económicas na China. Ordenaram aos trabalhadores que gozassem férias de 1 a 7 de Setembro e pediram que o fizessem, de preferência, fora da cidade. Algumas fábricas vão fechar durante 12 dias bem como estabelecimentos na baixa do município de Hangzhou, de acordo com informação veiculada em conta oficial nas redes socais. Todos os esforços são no sentido de diminuir os níveis de poluição e permitir um céu azul.
Esta não é a primeira vez que a China tenta aliviar os índices de poluição com o encerramento obrigatório de algumas fábricas em várias das principais cidades. A última vez que tal aconteceu foi no ano passado, por ocasião de uma grande parada militar para assinalar o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. Desde esse dia a atmosfera limpa foi baptizada, pelos chineses, como “azul parada” fazendo eco do “azul APEC” que puderam apreciar em 2014, antes da cimeira do grupo de Cooperação Económica Ásia-Pacífico em Pequim
Por estes dias a ordem para encerramento abrange as unidades de produção de químicos, materiais de construção e manufactura de têxteis que se estendem de Xangai a outras quatro províncias, de acordo com páginas oficiais da internet.
Para além de tentar despoluir o ambiente, as autoridades tentam também descongestionar o trânsito e permitir que a circulação seja mais fácil.
A Cimeira realiza-se nos dias 4 e 5 de Setembro.

31 Ago 2016

Anterior chefe máximo do Tibete nomeado para Xinjiang

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Partido Comunista da China (PCC) anunciou a nomeação de Chen Quanguo como novo responsável máximo da organização na região autónoma de Xinjiang depois deste ter ocupado, até à data, aquele cargo no Tibete. Estas são as duas regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo.
O Tibete foi ocupado por tropas chinesas em 1951. A 14 de Março de 2008 várias manifestações degeneraram em violência em Lassa, capital da região autónoma, e em locais onde residem minorias tibetanas, causando 21 mortos, de acordo com Pequim, e mais de 200, segundo o governo tibetano no exílio.
Chen Quanguo que é da etnia chinesa maioritária han, assumiu o cargo de secretário-geral do PCC, o mais importante nas regiões autónomas chinesas, no Tibete em 2011. Desde então, “a região permaneceu estável e alcançou um rápido crescimento económico”, referiu o jornal oficial China Daily.
A sua chegada a Xinjiang, palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, ocorre num período em que Pequim intensifica a luta contra o “separatismo” nesta região habitada pela minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.
Peritos e grupos de defesa dos Direitos Humanos consideraram que a política repressiva de Pequim relativamente à cultura e religião dos uigures alimenta as tensões étnicas. O Governo chinês acusa o que considera ser grupos separatistas exilados, como o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, de estar por detrás dos ataques terroristas ocorridos no Xinjiang.”Prevenir actividades terroristas tem sido o maior desafio para os altos funcionários no Xinjiang, que tem sido a linha da frente da China no combate ao terrorismo”, apontou o China Daily.
Chen substituiu Zhang Chunxian que foi nomeado secretário do PCC no Xinjiang, em 2010, meses após terem acontecido tumultos entre uigures e han de onde resultaram cerca de 200 mortos e 1.700 feridos.
O PCC anunciou também a substituição dos secretários gerais das províncias de Hunan e Yunnan no sul do país, por dois aliados do Presidente chinês, Xi Jinping, que trabalhou junto com este na sua época como principal responsável do partido em Xangai, a “capital” económica da China.
 

31 Ago 2016

Alegado assassino em série capturado

O alegado autor de 11 assassinatos na China e na Mongólia foi detido, na sexta-feira, na província de Gansu. O homem assumiu a autoria de crimes cometidos entre 1988 e 2002. As vítimas eram mulheres jovens, vestidas de vermelho. A sua identificação foi um golpe de sorte

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]polícia de Gansu, província do noroeste da China, capturou um alegado assassino em série, acusado de ter violado e assassinado 11 vítimas, entre as quais uma menina de oito anos, avançou a imprensa estatal.
Gao Chengyong, de 52 anos, foi detido na sexta-feira, quando se encontrava num supermercado, na cidade de Baiyin, onde ocorreram nove dos 11 assassinatos. De acordo com o ministério de Segurança Pública da China, o suspeito confessou os crimes, cometidos entre 1988 e 2002, em Gansu e na região autónoma da Mongólia Interior.
A polícia alega que todas as vítimas de Gao correspondiam a um perfil: raparigas novas, que vestiam roupa vermelha na altura em que ocorriam as mortes. O assassino seguia as vítimas até à casa onde elas moravam com o propósito de as violar, matar e mutilar. Segundo relatos na imprensa chinesa, as notícias sobre os assassinatos terão causado uma onda de pânico na região, levando a que muitas mulheres deixassem de sair de casa sozinhas. Em 2004 as autoridades ofereciam uma recompensa a quem desse informações sobre o autor dos crimes, mas sem efeito.
Devido ao “modus operandi” de Gao, que envolvia mutilar as vítimas, a imprensa chinesa refere-se a este como “Jack, o Estripador” da China, numa referência ao assassino em série não identificado que agia em Londres, no final do século XIX.
Em Lisboa, na década de 90 também um assassino foi denominado “estripador”. Na altura foram mortas três prostitutas em Lisboa. A identidade do autor permanece desconhecida.
Segundo a polícia que traçou o perfil do autor, “O suspeito tem uma perversão sexual e odeia mulheres”, acrescentando que “vive só, não é sociável, mas é paciente”.
A polícia acabou por identificar o autor dos crimes através da recolha do ADN, impressões digitais e pegadas. Acontece que quem foi detido e sujeito a exames periciais foi um familiar do presumível autor, um tio. Detido em Março por crimes menores foi sujeito a testes de ADN que acabaram por coincidir com as provas recolhidas nos locais dos crimes do “estripador”. Depois de feita uma triagem, as autoridades chegaram até Gao, que assumiu a autoria dos crimes. Depois da sua detenção a região respira de alívio.

30 Ago 2016

Pequim | No regresso às aulas, prédios degradados valem milhões

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]maranhados de fios eléctricos, paredes descascadas, rabiscadas com anúncios, e tralha amontoada nas escadas: são estes os “atributos” de um dos mais caros bairros de Pequim, cujo preço por metro quadrado ronda os 11.000 euros.
Construído nos anos 1980, o bairro número 42 da Dongzhongjie é uma herança do passado operário da capital chinesa, com as paredes de tijolo nu e as escadas em betão a dar-lhe um aspecto inacabado.
O pátio resume-se a um espaço estreito, sem verde, quase todo ocupado por automóveis.
Um detalhe, contudo, torna este lugar apetecível: a propriedade aqui confere, à criança do comprador, vaga numa das melhores escolas básicas de Pequim, a Shijia Shiyan.
Os alunos daquele estabelecimento de ensino “têm maiores probabilidades de acesso directo à prestigiada Beijing Erzhong (Escola Secundária Número Dois de Pequim)”, explica Xing, um agente imobiliário local.
A Beijing Erzhong aceita todos os anos cerca de 800 alunos; muitos são filhos de quadros do Governo.
É assim que, naquele quarteirão degradado, um T1 de 58 metros quadrados custa 4,6 milhões de yuan, bem acima do metro quadrado mais caro de Lisboa – cerca de sete mil euros.
“E vende-se muito bem!”, afirma Xing, que garante que, só no último mês, a sua agência negociou quatro apartamentos naquela área. “Comprar casa aqui é a única forma de obter uma vaga na Shijia Shiyan”, garante.
O fenómeno, comum às grandes cidades da China, desvirtua os princípios do ensino público gratuito no país, um legado da revolução comunista e visto como “crucial à meritocracia chinesa”.
“A política que garante ao aluno vaga na escola básica da sua área de residência foi pensada para que houvesse igualdade no sistema”, explica à Lusa Lu Xiaoli, investigadora na área da Educação.
Mas, o que acontece é “apenas outra forma de injustiça”, realça.
“Os filhos das famílias que não conseguem pagar por uma casa nas imediações das melhores escolas são excluídos”, acrescenta.
Fruto da pressão gerada por mais de 30 anos da política de filho único, os casais chineses investem, em média, dois terços dos seus rendimentos na educação dos filhos, segundo estimativas chinesas.
Zhang Jian, por exemplo, vendeu o apartamento de 110 metros quadrados onde vivia há 10 anos, no norte do município de Pequim, por 230 mil euros, e comprou um T1 de 56 metros quadrados por 340 mil euros, no centro da capital.
“Não quero que a minha filha seja inculta como eu”, explica à Lusa.
Numa das sociedades mais competitivas do mundo, garantir que a criança frequenta uma escola básica prestigiada é, porém, apenas o início de um dispendioso percurso.
De acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a República Popular da China é o país com mais estudantes além-fronteiras – 459.800, o dobro de há dez anos.
Mais de metade – 273.439 – frequentam universidades norte-americanas, apesar dos custos elevados.
Consultada pela Lusa, uma conhecida agência chinesa que intermedeia a ida de estudantes para os EUA, estimou os gastos entre 35.000 e 65.000 dólares por ano lectivo.
De um total de quase dez milhões de adolescentes que este ano se submeteu ao Gaokao – o exame de acesso ao ensino superior na China – apenas 3,25 milhões conseguiram entrar na universidade.
E, entre aqueles, só alguns milhares obtiveram vaga numa universidade chinesa de topo, garantia de um bom futuro profissional ou académico.
Perante estes números, Zhang Jian faz prontamente as contas: “Gastei um pouco de dinheiro, mas se a minha filha não frequentasse uma boa escola, as perdas seriam para toda a vida”.

30 Ago 2016

Chefe das Estatísticas chinês expulso por abuso de poder

O antigo “número um” do gabinete de estatísticas chinês foi expulso do Partido Comunista por gostar de luxo e usar a sua posição para obter favores sexuais. A notícia foi avançada na sexta-feira por uma comissão oficial

[dropcap style=’circle’]W[/dropcap]ang Baoan dirigiu até Janeiro o gabinete nacional de estatísticas, organismo encarregue de calcular e anunciar os indicadores económicos do país. Durante esse mesmo mês, foi-lhe aberto um inquérito que chegou à conclusão que Wang agia “desprovido de qualquer fé política”. O comunicado em que se revela as conclusões da investigação, foi feito pela comissão central de inspecção disciplinar, o órgão anti-corrupção do Partido Comunista Chinês (PCC). Segundo este mesmo relatório, Wang Baoan “participava regularmente em actividades supersticiosas, violava gravemente as regras e a disciplina política e expressou opiniões contrárias às do comité central do PCC sobre questões maiores”, indicou. A exactidão das estatísticas económicas chinesas foi questionada regularmente, e alguns argumentaram que até podiam ter sido alvo de manipulação política.
Wang é o último alvo da vasta campanha anti-corrupção levada a cabo por Pequim, desde a chegada ao poder do presidente Xi Jinping em 2013. Uma operação por vezes suspeita de servir as intensas lutas de poder internas no PCC.
A comissão descreveu Wang Baoan como um homem “em falência moral”, apreciador de hotéis de luxo, amante de divertimentos dispendiosos e que usava a sua posição para obter favores sexuais. “Wang aceitou presentes e dinheiro e usou a sua influência para conseguir benefícios e vantagens comerciais para familiares e outras pessoas, sendo suspeito de corrupção”, de acordo com o mesmo comunicado.
O dossier de Wang Baoan vai ser entregue à Justiça, mas por regra, os inquéritos internos do PCC terminam com a exclusão do partido, uma condenação e pena de prisão.
Em Julho foi a vez do antigo braço direito do presidente chinês, Hu Jintao, ter sido apanhado e condenado a prisão perpétua. Ling Jihua um dos representantes mais destacados, foi acusado de abuso de poder e obtenção de segredos de estado ilegalmente.
Na altura da condenação a agência Xinhua adiantou que, Ling tinha aceite subornos no valor de 11 milhões de dólares, pessoalmente ou com a conivência de familiares. O antigo alto funcionário aceitou a condenação.
De referir que Ling Jihua foi durante anos um nome sonante nas listas para a nomeação a cargos públicos. A sua queda começou quando tentou encobrir a morte do filho, ao volante de um Ferrari, em excesso de velocidade. Afastado para cargos menores, acabou por ser alvo de uma investigação, que culminou com a sentença e a sua prisão.
Desde que chegou ao poder em 2013, o Presidente chinês montou uma caça aos infractores, revelando mão pesada para todos os que ousam não respeitar as regras. Wang Baoan é o último caso tornado público.

29 Ago 2016

Li Keqiang vai a Cuba e Setembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, vai visitar Cuba no próximo mês e leva na mala a assinatura de vários acordos. O anúncio foi feito no fim-de-semana, no final da XXVIII Comissão Intergovernamental para as relações económicas entre os dois países, que decorreu em Havana. Entretanto, o Governo de Pequim continua a afirmar-se como segundo parceiro comercial do Governo de Havana.
O ministro do Comércio Externo e Investimento Estrangeiro de Cuba, Rodrigo Malmierca, que afirmou que o seu país e a China têm uma “visão estratégica de futuro”, adiantou que ambas as partes preparam as condições para a próxima visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, à ilha, segundo os ‘media’ oficiais. No entanto não foi avançado nenhuma data para o encontro.
O ministro assinalou que o investimento chinês já começou a manifestar-se no mercado da ilha, e que trabalham, de forma conjunta, com uma projecção de “médio e longo prazo para impulsionar as relações económicas” com base nos planos que ambos os países elaboraram até 2030.
No final da reunião, Malmierca e o vice-presidente de Negociações Comerciais Internacionais do Ministério do Comércio chinês, Zhang Xiangchen, que lideraram as conversações, assinaram as actas de três projectos já executados. Estes projectos de cooperação destinaram-se ao fornecimento de equipamentos de medição de água, ao saneamento de Havana e à implantação da televisão digital na ilha.
Em Julho de 2014, durante a visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, à ilha, foram assinados 29 acordos de cooperação que ampliaram o alcance das relações económicas bilaterais. A China figura como o segundo parceiro comercial de Cuba.

29 Ago 2016

Coreia | Seul e Washington atentos a submarinos do Norte

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Coreia do Sul e os EUA acordaram partilhar informação para um acompanhamento mais exaustivo do programa de submarinos da Coreia do Norte, depois do lançamento, com êxito, a semana passada, de um míssil balístico a partir de um submergível.
Os dois aliados estudam já mecanismos para analisar e partilhar dados sobre o ambiente subaquático nas águas da península coreana, segundo explicou fonte do Ministério da Defesa sul-coreano à agência de notícias Yonhap.
As águas em território sul-coreano estariam incluídas nesse âmbito, em que o objectivo passa por analisar com especial atenção tudo o que sucede nas proximidades de Sinpo, província norte-coreana de Hamyong do Sur (nordeste), onde o regime de Kim Jong-un tem a sua maior base de submarinos e desenvolve o seu programa de mísseis SLBM.
“Os dados compreendem, por exemplo, as características topográficas, a temperatura da água, a profundidade ou as correntes. Uma análise detalhada de todas essas informações ajudará a detectar as actividades submarinas” da Coreia do Norte, disse a mesma fonte.
O interesse de Seul e de Washington relativamente ao programa de submarinos da Coreia do Norte cresceu nos últimos meses com os diversos lançamentos de mísseis balísticos a partir de submarinos (SLBM) que Pyongyang levou a cabo desde Dezembro.
Na semana passada um submarino norte-coreano realizou o lançamento de um míssil mais bem-sucedido até à data.
O projéctil, lançado a partir das imediações de Sinpo, percorreu aproximadamente 500 quilómetros e caiu em águas que correspondem à zona de identificação aérea do Japão.
Os avanços na tecnologia SLBM por parte da Coreia do Norte têm gerado alarme, já que o seu total desenvolvimento tornaria muito mais difícil detectar os seus lançamentos e aumentaria o alcance do arsenal de mísseis do Exército Popular norte-coreano, atendendo à natureza móvel dos submarinos.

29 Ago 2016

Detido japonês de 16 anos por suspeita homicídio de menor

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m japonês de 16 anos foi detido ontem pelo seu alegado envolvimento na morte de outro jovem da mesma idade, cujo corpo foi encontrado parcialmente enterrado no leito de um rio a norte de Tóquio, informou a polícia.
A vítima, Tsubasa Inoue, foi encontrada sem roupa no rio Toki, na cidade de Higashimatsuyama, prefeitura de Saitama, na manhã de 23 de Agosto.
O corpo de Tsubasa Inoue, residente da localidade vizinha de Yoshimi, não apresentava feridas externas e autópsia determinou que morreu afogado, segundo informações da polícia reproduzidas pela agência de notícias Kyodo.
O caudal do rio ficou alterado na segunda-feira, na sequência das fortes chuvas deixadas pelo tufão Mindulle à sua passagem pelo arquipélago japonês, o que permitiu que um homem, de 72 anos, que vive perto do local, encontrasse o corpo.
A polícia deteve um jovem como suspeito depois de o mesmo se ter apresentado numa esquadra e revelado que o crime teria sido cometido porque Inoue “mentia e ignorava chamadas e mensagens”, segundo indicou a polícia, em declarações reproduzidas pela televisão pública NHK.
As autoridades japonesas contam com um vídeo, no qual supostamente se pode ver um grupo de rapazes a obrigar a vítima a nadar nua no rio, informou a Kyodo.
O detido não foi identificado por ser menor – a idade de maioridade no Japão é 20 anos.
Outro rapaz que alegadamente se encontrava na cena do crime e que era conhecido da vítima enviou uma mensagem afirmando que tinha “matado uma pessoa”, segundo indicaram fontes da investigação à agência noticiosa.
A polícia interrogou vários menores, dos quais alguns admitiram o seu envolvimento no incidente, e continua a investigar a ligação entre os testemunhos e o crime.
O Japão é um dos países com menor taxa de homicídios do mundo, de acordo com o mais recente relatório sobre segurança da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), publicado em 2015, e a criminalidade juvenil também diminuiu significativamente.

26 Ago 2016