China surge na cena internacional como nova superpotência, colmatando a retirada do trumpismo

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China saiu em defesa do Paquistão, dizendo que o seu aliado faz “grandes esforços e sacrifícios” para combater o terrorismo. Os comentários chineses vieram em resposta aos do presidente dos Estados Unidos. Trump criticara o Paquistão por recusar-se “a combater jihadistas que estão a matar e mutilar tropas americanas e dos seus aliados no vizinho Afeganistão”.

Geng Shuang, porta-voz do regime chinês, acrescentou: “A China e o Paquistão mantêm uma completa parceria estratégica de cooperação. A China está pronta para aprofundar as relações com o Paquistão em vários campos para trazer maiores benefícios aos dois povos.

Dias atrás, Trump cortou milhões de dólares do financiamento militar norte-americano ao Paquistão, tendo sido levantada a questão de uma nova ordem internacional em que a China, gradualmente , substituiu os EUA.

 

China não substitui ninguém

Contudo, segundo o porta-voz do MNE chinês, “a China não pretende liderar ou substituir ninguém nos assuntos internacionais e sempre sustenta o conceito de consultas conjuntas na administração global”.

Geng Shuang fez a declaração ao responder a uma pergunta sobre o comentário do think tank norte-americano Euroasia Group segundo o qual a China “está a tentar preencher a vaga de liderança no planeta deixada pelos EUA perante a recessão geopolítica actual”.

Geng Shuang disse que o 19º Congresso Nacional definiu novos objectivos para a diplomacia chinesa na nova era, que são promover o estabelecimento de um novo tipo de relações internacionais e da comunidade de destino comum da humanidade.

 

Uma possível retaliação

Por outro lado, os chineses também criticaram os americanos por adoptarem “uma abordagem cada vez mais proteccionista e isolacionista.” A agência estatal Xinhua pediu aos Estados Unidos para adoptarem medidas de controlo das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos e pediu mais cooperação bilateral.

Mas também advertiu num comentário que Pequim adoptará “medidas retaliatórias” em 2018, caso os EUA continuem a adoptar uma mentalidade de soma zero. A Xinhua também criticou os EUA por terem “uma abordagem cada vez mais proteccionista e isolacionista”. A agência argumenta que a China tem feito esforços para promover a cooperação com Washington.

 

 

 

Incentivo tributário para investir no estrangeiro

O Ministério das Finanças da China divulgou uma série de incentivos fiscais para encorajar as companhias do país a investir no exterior. Segundo um comunicado, várias divisões de uma empresa doméstica terão isenção de um aumento no imposto sobre lucro corporativo, nesse caso. A medida busca evitar a dupla tributação e também reduzir os encargos tributários para as empresas domésticas, informou o Ministério das Finanças.

As regras valem apenas para negócios no exterior que sejam pelo menos 20% propriedade de companhias chinesas. As empresas domésticas poderão também usar um método diferente para calcular seu imposto, caso tenham investimentos em vários países, segundo o governo. Com isso, elas poderão alocar os seus créditos tributários em diferentes países, o que ajudaria a reduzir a pressão sobre o fluxo de caixa, explica o comunicado.

O anúncio dos mais recentes incentivos são feitos uma semana após a China dizer que isentaria companhias estrangeiras de pagar imposto sobre o seu lucro caso ele seja reinvestido nos sectores especificados por Pequim, um esforço para atrair investidores estrangeiros.

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