Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Tribunal ordena fim dos ataques contra pessoas de Caxemira O ataque da semana passada que matou 41 paramilitares provocou uma onda de violência indiscriminada contra os nativos de Caxemira [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Supremo Tribunal da Índia ordenou sexta-feira às autoridades do Estado que parem com ameaças, agressões e boicotes sociais a milhares de pessoas, numa aparente retaliação pela morte de 41 paramilitares num atentado na semana passada, na Caxemira indiana. Segundo a agência de notícias Associated Press, o Supremo Tribunal actuou numa petição apresentada pelos advogados Colin Gansalves e Tariq Adeeb que relataram que estudantes da Caxemira ficaram retidos em várias cidades e vilas para escapar da violência da multidão após o ataque de 14 de Fevereiro. O ministro do Interior da Índia, Rajnath Singh, prometeu sexta-feira tomar medidas para garantir protecção e segurança. Também a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Índia referiu que procurou informações de Estados conflituosos sobre os maus-tratos a pessoas da Caxemira. “Este tipo de violência do povo contra os seus concidadãos não pode ser aceite numa sociedade civilizada”, salientou. Yasin Khan, empresário da Caxemira e líder do sindicato dos trabalhadores, explicou que pelo menos 600 estudantes e mais de 100 empresários regressaram às suas casas na Caxemira de várias partes do país, após ataques e ameaças de grupos principalmente hindus. Zona quente O gabinete das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos expressou na terça-feira a sua preocupação com o aumento das tensões entre o Paquistão e a Índia após um ataque que matou 41 paramilitares na Caxemira indiana. “Esperamos que o aumento das tensões entre os dois países vizinhos, equipados com armas nucleares, não signifique uma subida da insegurança na região”, assinalou Rupert Colville, porta-voz do gabinete, em conferência de imprensa, em Genebra, na Suíça. No mesmo dia, a Índia pediu uma “acção credível e visível” do Paquistão contra os responsáveis pelo atentado suicida. Em comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia solicitou que o “Paquistão pare de enganar a comunidade internacional e tome acções credíveis e visíveis contra os responsáveis pelo ataque terrorista em Pulwama”. Por seu turno, o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, mostrou-se disposto a cooperar com a Índia após o ataque, mas prometeu “ripostar” caso o seu país seja atacado. “O Paquistão vai ripostar” no caso de ser atacado, afirmou Khan durante um discurso na televisão, pedindo que Nova Deli forneça “evidências” do envolvimento paquistanês no ataque que exacerbou as tensões indo-paquistanesas nos últimos dias. Estas declarações foram feitas no momento em que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu “fazer pagar” um preço alto aos responsáveis pelo atentado suicida, que provocou uma onda de revolta em toda a Índia e provocou apelos de vingança. Este ataque, o mais mortífero desde o início da insurgência separatista contra Nova Deli em 1989, foi reivindicado pelo grupo islâmico Jaish-e-Mohammed (JeM), baseado no Paquistão. A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947.
João Luz China / Ásia MancheteDiplomacia | Kim Jong Un a caminho de Hanói 55 anos depois da última visita oficial norte-coreana Cerca de 55 anos depois, um líder norte-coreano volta a visitar o Vietname. Esta semana, Kim Jong Un senta-se à mesa de negociações com Donald Trump para discutir o desarmamento nuclear de Pyongyang e o levantamento de sanções económicas impostas ao regime. Desde que ascendeu ao poder, Kim tornou-se no líder norte-coreano mais viajado e com maior contacto internacional, apesar de continuar com violentas purgas políticas e a retórica belicista [dropcap]K[/dropcap]im Jong Un está, desde a madrugada de ontem, a caminho de Hanói para participar na segunda cimeira com Donald Trump. A agência noticiosa de Pyongyang deu nota da partida do líder, que embarcou num velho comboio com destino à capital vietnamita, sem mencionar o encontro com o presidente norte-americano. “Os altos responsáveis do partido, do Governo e das forças armadas apresentam os seus votos sinceros de sucesso a Kim Jong Un, e desejam uma boa viagem”, indicou a KCNA sobre a partida do líder. A viagem é um marco histórico, não só por dar seguimento às negociações com o arqui-rival do regime mais isolado do mundo, mas também por ser a primeira vez que um líder norte-coreano visita o Vietname, depois Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte e avô de Kim Jong Un, ter visitado o país do sudeste asiático em 1964. Neste capítulo, importa recordar que Pyongyang prestou um substancial apoio ao país asiático na guerra contra os Estados Unidos. Volvidos 55 anos da visita do avô de Kim Jong Un, a Coreia do Norte volta à mesa das negociações para discutir o desarmamento nuclear e as sanções económicas que têm debilitado o país ao ponto de o terem tornado num dos mais pobres do mundo. A viagem de Kim reveste-se de outros contornos e marca uma clivagem na política externa do mais isolado regime no panorama global. Desde o início das conversações no ano passado, o líder norte-coreano passou de pária internacional para um dos mais apetecíveis convidados da Ásia. Com o vislumbre da abertura da economia norte-coreana, Kim Jong Un tem passeado por tapetes vermelhos e eventos de gala, acompanhado por oficiais sedentos por firmar ligações com o dirigente máximo de um mercado emergente. Esta evolução não pode deixar de ser considerada como um sucesso governativo, depois da violenta purga que levou a cabo, desde que ascendeu ao poder, eliminando sem piedade possíveis inimigos políticos e altas patentes militares. O progresso do respeito internacional conseguido por Kim Jong Un, também conquistado às custas de Donald Trump, ilustra o desejo de reabilitar a frágil, ou inexistente, economia norte-coreana em detrimento da obsessão militarista. Em declarações à agência Bloomberg, Kim Young-hui, desertor e economista no exílio, explica que para entender o Kim Jong Un dos dias de hoje é necessário recuar até à sua infância. Segundo a economista do Korea Development Bank, o actual líder norte-coreano questionava-se porque o seu pai não viajava. Citando a biografia de um chef japonês que trabalhou para Kim Jong-il, a economista recorda que Kim Jong Un não tinha pudor em afirmar que, assim que ascendesse ao poder, governaria muito melhor o país do que o seu pai. Outros aspectos a ter em conta são os factos de Kim Jong Un ter estudado na Europa, ser o primeiro líder nascido depois da fundação da Coreia do Norte e de apenas no ano passado, ter feito mais viagens, cinco no total, do que qualquer um dos seus antecessores em mais de duas décadas. Outro das perplexidades com que Kim Jong Un cresceu foi a extrema pobreza que o seu país tem atravessado. Neste sentido, as autoridades da Coreia do Norte pediram no final da semana passada ajuda às Nações Unidas e a outras organizações humanitárias, “devido à falta de alimentos no país”, anunciou a ONU. “O Governo norte-coreano solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU. O porta-voz explicou ainda que, de acordo com dados fornecidos por Pyongyang “é esperado que em 2019 o país tenha uma escassez de cerca de 1,4 milhões de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata ou soja”. Nova face Depois de meia dúzia de anos no poder, Kim Jong Un iniciou conversações com os Estados Unidos e anunciou uma nova estratégia para alavancar a economia norte-coreana, mas primeiro testou, com sucesso, um míssil balístico intercontinental que colocou a comunidade internacional em estado de alerta. A abertura do regime tem sido recebida com grande interesse por parte de investidores de Seul, Singapura e da China. Mas para que algo se concretize é necessário aliviar as sanções económicas ao programa de armamento de Pyongyang. As sanções, contra as quais Kim tem protestado, vão desde a proibição de viagem a oficiais norte-coreanos até à importação de energia. Com a possibilidade de alívio das sanções em cima da mesa, em troca de passos determinantes em direcção à desnuclearização, a abertura económica avista-se como uma situação que agrada a todos. Uma das possibilidades que pode passar a ser viável é a construção de uma linha ferroviária que liga as duas Coreias. Aliás, o Presidente sul-coreano afirmou que Seul está a postos para não só avançar com a ferrovia, como ponderar alguns projectos económicos. Exemplo disso é a hipótese de reabrir o complexo industrial inter-coreano Gaeseong, encerrado desde 2016, onde se concentravam mais de uma centena de empresas norte-coreanas. Em declarações à Bloomberg, o presidente de uma associação de empresas sul-coreanas que operavam na Gaeseong, Shin Han-yong, referiu estar pronto para retomar as operações no complexo industrial, mas que é “difícil ser demasiado optimista” quanto a um entendimento face ao verificado no passado. Este complexo, situado na zona desmilitarizada, tem sido um ponto de convergência entre os países, além do fim da linha ferroviária que ligava as duas Coreias. Abrir a torneira Restaurar as ligações ferroviárias da Coreia do Norte é uma medida que em muito ultrapassa o simbolismo para os dois lados da zona desmilitarizada. A abertura da linha permite a Seul a passagem ferroviária para a China, Rússia e Europa, reduzindo os custos de transporte na economia sul-coreana fortemente apoiada nas exportações. A modernização e operacionalidade da infra-estrutura também permitiria a Pyongyang retirar mais proveitos da exportação de recursos minerais, estimados por Seul em seis biliões de dólares. Além disso, a Coreia do Norte guarda no subsolo um dos maiores depósitos mundiais de minerais indispensáveis à produção de produtos de alta tecnologia, factor mais que aliciante para a indústria sul-coreana. Apesar da opacidade dificultar imenso uma avaliação à economia de Pyongyang, o banco central sul-coreano estimou em 2017 que PIB do país vizinho se situava nos 32.3 mil milhões de dólares, cerca de dois por cento do PIB da Coreia do Sul. Porém, no sentido inverso da grande margem de crescimento está um historial de quebras de compromissos comerciais. Exemplo disso, foi a forma como as autoridades norte-coreanas se apoderaram do parque industrial de Gaeseong, assim como do resort construído no Monte Geumgang, ambos investimentos do grupo Hyundai. Outra dívida, que já é lendária e que nunca foi paga, corresponde aos 1000 Volvos nunca pagos à construtora automóvel sueca. O grupo chinês Xiyang Group assinou, em 2007, um contrato para processar 500 mil toneladas por ano de ferro norte-coreano. Um negócio que foi por água abaixo depois de Pyongyang ter decidido abruptamente cortar água, electricidade e comunicações da fábrica. Mais uma vez, a empresa não foi compensada pelas perdas resultantes das represálias norte-coreanas. A visita A chegada de Kim ao Vietname está prevista entre a noite de hoje e a manhã de terça-feira. Depois da viagem de comboio até à fronteira vietnamita com a China, em Dong Dang, o líder norte-coreano segue viagem de automóvel, num percurso de cerca de 170 quilómetros. Por motivos de segurança, as autoridades de Hanói montaram um aparato sem precedentes, anunciando o bloqueio da estrada, por onde vai passar a comitiva norte-coreana, entre as 6h e as 14h do dia 26. A indicação aponta para que Kim Jong Un seja conduzido por uma das mais usadas autoestradas do país. De acordo com a agência France-Presse, a segurança na estação de Dong Dang e ao longo da estrada foi reforçada com guardas armados desde sábado. De acordo com a página de Facebook do ministério dos negócios estrangeiros vietnamita, Kim visita o país a convite de Nguyen Phu Trong, presidente e secretário-geral do Partido Comunista, sem referir a cimeira com Donald Trump. Ainda de acordo com informação veiculada pela France-Presse, é expectável que o líder norte-coreano visite alguns complexos industriais nas províncias de Quang Ninh e Bac Ninh, onde se situa uma fábrica da gigante sul-coreana Samsung.
Hoje Macau China / ÁsiaTensões comerciais são “grande teste” à escala mundial O impacto da guerra comercial decretada por Washington começa a ganhar novos contornos: desde 2010 que os valores projectados para o crescimento económico global não eram tão baixos [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Organização Mundial do Comércio (OMC) classificou quinta-feira as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) e entre Washington e Pequim como “um grande teste” à comunidade internacional, antecipando “riscos” como o abrandamento económico. “As correntes tensões entre os principais parceiros comerciais [da OMC] são um grande teste à comunidade internacional e os riscos são reais, assim como os impactos económicos”, declarou o director-geral da OMC, Roberto Azevêdo, em Bucareste, na Roménia. Discursando no início da reunião informal dos responsáveis pela pasta do Comércio nos Estados-membros da UE, Roberto Azevêdo assinalou que as perspectivas do comércio mundial da OMC, divulgadas há dias, mostraram precisamente um “abrandamento no crescimento económico no primeiro trimestre de 2019”, reflectindo “o número mais baixo desde 2010”. “Temos, por isso, de fazer tudo o que pudermos para amenizar essas tensões e temos também de pensar como podemos fortalecer as relações comerciais”, salientou o responsável. A seu ver, isso resolve-se “facilitando as negociações” entre os países, modernizando a própria OMC para “tornar o sistema comercial mais responsável” e ainda promovendo a cooperação “em vários assuntos, como as pescas, a agricultura, a segurança alimentar e o comércio electrónico”. Em causa está, desde logo, a incerteza nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a UE. Em cima da mesa Em meados de Janeiro passado, a Comissão Europeia apresentou um anteprojecto que irá ser proposto aos Estados Unidos, ainda sem data definida, para a eliminação das tarifas aplicadas aos produtos industriais, sem contar com a área agrícola, e a redução das barreiras, no que toca ao cumprimento de requisitos técnicos, para trocas comerciais entre os dois continentes. O documento vem no seguimento de uma reunião realizada em Julho do ano passado, em Washington, entre os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual foram divulgadas medidas para apaziguar o conflito comercial, mas os anúncios foram vagos. Já esta segunda-feira, a Comissão Europeia disse que dará uma resposta “rápida e adequada” se os Estados Unidos concretizarem a ameaça de aumentar as tarifas alfandegárias sobre a importação de automóveis europeus. Antes, no domingo passado, o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, apresentou oficialmente ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um documento sobre a indústria automóvel que poderá permitir a cobrança de novas taxas alfandegárias sobre as importações de automóveis e peças da UE. Também de incerteza é feita a relação comercial entre os Estados Unidos e a China. Donald Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram uma trégua de 90 dias em 1 de Dezembro de 2018, o que significou a suspensão temporária do aumento de 10 por cento para 25 por cento nas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / Ásia MancheteVenezuela: China critica “pretensa ajuda humanitária” que poderá originar um conflito [dropcap]A[/dropcap]China manifestou hoje a sua oposição à entrada em força este fim de semana na Venezuela da “pretensa ajuda humanitária” norte-americana ao sublinhar que poderá desencadear um conflito no país, envolvido uma grave crise política interna. O gigante asiático é o principal credor de Caracas, a quem concedeu milhares de euros de empréstimos, e continua a reconhecer Nicolás Maduro como o único presidente legítimo do país sul-americano, imerso em graves dificuldades económicas. Milhares de toneladas de ajuda humanitária norte-americana estão armazenadas desde 7 de Feveriro na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta. Um outro centro de recolha foi instalado no norte do Brasil. O opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino, prometeu que esta ajuda será encaminhada no sábado para o país. Nicolás Maduro opõe-se intransigentemente a esta medida, entendida como um pretexto para uma intervenção militar norte-americana, também já denunciada por Moscovo. “Se esta pretensa ajuda humanitária foi enviada à força para a Venezuela, poderá desencadear um conflito e implicar graves consequências”, advertiu Geng Shuang, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A China opõe-se a uma intervenção militar na Venezuela e a qualquer acção susceptível de provocar um escândalo ou distúrbios”, afirmou em conferência de imprensa. Os envios de alimentos e medicamentos destinados aos venezuelanos afectados pela crise económica tornaram-se no pretexto de uma luta de poder entre o Presidente Nicolás Maduro e Juan Guaidó. A Casa Branca indicou que o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, se desloca na segunda-feira à Colômbia para expressar o “apoio sem reservas” dos Estados Unidos a Juan Guaidó. Washington tem repetido por diversas vezes que “todas as opções” são admissíveis, incluindo o uso da força.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte pede ajuda humanitária devido à falta de alimentos [dropcap]A[/dropcap]s autoridades da Coreia do Norte pediram ajuda às Nações Unidas e a outras organizações humanitárias devido à falta de alimentos no país, anunciou ontem a ONU. “O Governo solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas. O porta-voz referiu que as Nações Unidas estão em contacto com as autoridades norte-coreanas para analisar o impacto que a falta de alimentos pode ter sobre a população mais vulnerável e agir cedo para suprimir as necessidades humanitárias. Stéphane Dujarric explicou que, de acordo com dados fornecidos por Pyongyang, é esperado que em 2019 o país tenha uma escassez de cerca de 1,4 milhões de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata ou soja. “As Nações Unidas estão preocupadas com a deterioração da situação de segurança alimentar na Coreia do Norte e estão a analisar com governo”, defendeu. O país asiático foi o cenário nos anos 1990 de uma fome severa que, de acordo com diferentes estimativas, custou a vida de entre 250 mil e mais de três milhões de pessoas. A Coreia do Norte está sujeita a sanções internacionais significativas como resultado do seu programa nuclear e de mísseis e, embora haja isenções humanitárias, muitos especialistas reconhecem que as punições contra o regime também afectam a população. Países como a Rússia pediram o levantamento de algumas dessas sanções para encorajar Pyongyang a avançar nas negociações de desnuclearização com os Estados Unidos, que querem ver resultados concretos antes de dar esse passo. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, vão realizar na próxima semana a segunda cimeira em Hanói, no Vietname, com o objectivo de chegar a acordo sobre uma “definição compartilhada” do que significa desnuclearização, depois de meses de impasse nas negociações. Trump e Kim realizaram uma primeira reunião histórica em Singapura em Junho passado para dar os primeiros passos neste processo.
Hoje Macau China / ÁsiaMaior abelha do mundo redescoberta na Indonésia [dropcap]A[/dropcap]maior abelha do mundo, desaparecida há décadas e que se admitia “perdida para a ciência”, foi redescoberta numa ilha remota da Indonésia, anunciaram ontem os investigadores que a descobriram. “Foi de tirar o fôlego, ver este ´buldogue´ voando”, comentou o naturalista Clay Bolt, citado num comunicado da organização ambientalista norte-americana “Global Wildlife Conservation”. Bolt encontrou numa floresta tropical das ilhas Molucas, Indonésia, uma colmeia de abelhas de Wallace (Megachile pluto), afirmando agora que “foi incrível” ver o quão “grande e bonita” é a espécie e ouvir o som das suas “asas gigantes”. Esta abelha, cuja fêmea pode chegar a ter quatro centímetros de comprimento e seis de envergadura de asas, é quatro vezes maior que a abelha comum e foi descoberta pelo britânico Alfred Russel Wallace em 1858. Mais de um século depois, em 1981, foi redescoberta em três ilhas do arquipélago das Molucas do Norte por um entomologista. “Espero que esta redescoberta leve a novas investigações, que nos ajudarão a entender melhor esta abelha única e a protegê-la”, disse Eli Wyman, entomologista da universidade de Princeton, Estados Unidos, e que fazia parte do grupo que voltou a encontrar a abelha. Expedições anteriores à mesma região não tinham conseguido localizar a espécie gigante. A Lista Vermelha das espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) classifica as abelhas de Wallace como “vulneráveis”, não ameaçadas de extinção, notando que o habitat remoto torna o seu estudo difícil. Os cientistas sabem no entanto que as abelhas de Wallace fazem as colmeias em termiteiras instaladas em árvores e que utilizam resina que recolhem com as mandíbulas para proteger a colónia das térmitas. Na página da organização ambientalista, Bolt descreve o processo que o levou às ilhas Molucas em Janeiro passado, pela mesma altura da viagem de Wallace e depois de Adam Messer, o último a ver a abelha em 1981.
Hoje Macau China / ÁsiaTensões comerciais entre EUA, UE e China são “grande teste” à escala mundial, diz OMC [dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial do Comércio (OMC) classificou ontem as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) e entre Washington e Pequim como “um grande teste” à comunidade internacional, antecipando “riscos” como o abrandamento económico. “As correntes tensões entre os principais parceiros comerciais [da OMC] são um grande teste à comunidade internacional e os riscos são reais, assim como os impactos económicos”, declarou o director-geral da OMC, Roberto Azevêdo, em Bucareste, na Roménia. Discursando no início da reunião informal dos responsáveis pela pasta do Comércio nos Estados-membros da UE, Roberto Azevêdo assinalou que as perspectivas do comércio mundial da OMC, divulgadas há dias, mostraram precisamente um “abrandamento no crescimento económico no primeiro trimestre de 2019”, reflectindo “o número mais baixo desde 2010”. “Temos, por isso, de fazer tudo o que pudermos para amenizar essas tensões e temos também de pensar como podemos fortalecer as relações comerciais”, salientou o responsável. A seu ver, isso resolve-se “facilitando as negociações” entre os países, modernizando a própria OMC para “tornar o sistema comercial mais responsável” e ainda promovendo a cooperação “em vários assuntos, como as pescas, a agricultura, a segurança alimentar e o comércio electrónico”. Em causa está, desde logo, a incerteza nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a UE. Em meados de Janeiro passado, a Comissão Europeia apresentou um ante-projecto que irá ser proposto aos Estados Unidos, ainda sem data definida, para a eliminação das tarifas aplicadas aos produtos industriais, sem contar com a área agrícola, e a redução das barreiras, no que toca ao cumprimento de requisitos técnicos, para trocas comerciais entre os dois continentes. O documento vem no seguimento de uma reunião realizada em Julho do ano passado, em Washington, entre os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual foram divulgadas medidas para apaziguar o conflito comercial, mas os anúncios foram vagos. Já esta segunda-feira, a Comissão Europeia disse que dará uma resposta “rápida e adequada” se os Estados Unidos concretizarem a ameaça de aumentar as tarifas alfandegárias sobre a importação de automóveis europeus. Antes, no domingo passado, o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, apresentou oficialmente ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um documento sobre a indústria automóvel que poderá permitir a cobrança de novas taxas alfandegárias sobre as importações de automóveis e peças da UE. Também de incerteza é feita a relação comercial entre os Estados Unidos e a China. Ontem arrancou uma nova ronda de negociações entre estes países, com uma visita do vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, a Washington, que decorre até hoje. Esta será a quarta ronda de negociações de alto nível entre as duas partes, que vai terminar a apenas uma semana do prazo acordado para a assinatura de um pacto final, em 1 de Março. Donald Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram uma trégua de 90 dias em 01 de Dezembro de 2018, o que significou a suspensão temporária do aumento de 10% a 25% nas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan apresenta novo projecto de lei para casamento ‘gay’ O Governo de Taiwan apresentou um projecto de lei que estabelece a base legal para uniões entre casais do mesmo sexo sem alterar o código civil, conforme exigido pelo resultado de um referendo realizado no final de 2018 [dropcap]O[/dropcap]novo projecto de lei, apresentado na quarta-feira, visa combinar o resultado do referendo de 24 de Novembro – que exigiu não alterar a definição tradicional de casamento – com uma interpretação constitucional anterior que exigia a igualdade de direitos para os homossexuais, explicou a porta-voz do Governo, Kolas Yotaka. O documento divulgado pelo Ministério da Justiça propõe que “duas pessoas do mesmo sexo possam criar uma união permanente de natureza íntima e exclusiva com o objectivo de gerir uma vida em conjunto”. Os casais poderão adoptar os filhos biológicos do seu parceiro, enquanto ambas as partes são financeiramente responsáveis uma pela outra e têm direito a herança. Taiwan é vista como uma das sociedades mais progressistas da Ásia no que diz respeito aos direitos dos homossexuais e é palco, anualmente, da maior parada do orgulho ‘LGBT’ daquele continente. “Não importa se és heterossexual ou homossexual, somos todos do mesmo país. Estamos todos na mesma terra e no mesmo mundo. Todos devem ser tratados com respeito e igualdade”, lê-se numa nota divulgada posteriormente pelo Governo. Outra via Durante o anúncio, o primeiro-ministro taiwanês, Su Tseng-chang, recordou que se a legislação exigida pela Constituição não for promulgada até 24 de Maio de 2019, os casais do mesmo sexo poderão, a partir dessa data, registar-se automaticamente para o casamento. Em Maio de 2017, a Justiça taiwanesa deu luz verde ao reconhecimento entre pessoas do mesmo sexo e estabeleceu o prazo de dois anos para que fosse aprovada legislação. No entanto, grupos opositores ao casamento ‘gay’ promoveram um referendo no final de 2018 que não descarta a legalização das uniões homossexuais, mas impede que isso seja feito através da alteração da definição de “casamento” no código civil, um golpe contra o partido da Presidente Tsai Ing-wen e uma ilustração clara da divisão social causada pela questão.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Rede móvel 5G arranca no próximo mês [dropcap]O[/dropcap] Governo sul-coreano anunciou ontem que o país irá disponibilizar a rede móvel de quinta geração (5G) em Março, tornando-se o primeiro país do mundo a comercializar esta tecnologia para ‘smartphones’. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças sul-coreano, Hong Nam-ki, durante uma reunião do seu gabinete em Seul, noticiou a agência Yonhap. Estima-se que a velocidade de transmissão de dados sem fios do conjunto de tecnologias 5G seja até 50 vezes superior à das actuais redes 4G e LTE. Ao mesmo tempo, espera-se que a sua implementação multiplique serviços para os utilizadores e oportunidades de negócio para as empresas. Na mesma reunião, o governante adiantou que as três principais operadoras de telecomunicações sul-coreanas planeiam fazer um investimento equivalente a cerca de 2.355 milhões de euros este ano, para a plena implementação da rede 5G na Coreia do Sul. A principal operadora sul-coreana, KT, já havia realizado um primeiro teste de serviços 5G numa área limitada durante os Jogos Olímpicos de Inverno, em Fevereiro do ano passado, na região sul-coreana de PyeongChang. Em Janeiro, a gigante chinesa de telecomunicações Huawei anunciou que lançará um ‘smartphone’ de próxima geração baseado em tecnologia própria, ao invés de usar componentes norte-americanos, ilustrando os esforços para reduzir a dependência de fornecedores dos Estados Unidos. O aparelho, anunciado pela Huawei como o primeiro ‘smartphone’ dobrável de quinta geração, vai ser exibido, na próxima semana, durante o maior evento anual do sector, o Mobile World Congress, em Barcelona.
Hoje Macau China / ÁsiaNova ronda de negociações EUA/China arranca hoje em Washington [dropcap]O[/dropcap] vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, está hoje e amanhã em Washington para uma nova ronda de negociações comerciais. O dirigente chinês vai reunir-se, mais uma vez, com o representante do Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. Liu He já liderou a delegação chinesa que viajou para Washington no final de janeiro, altura em que se reuniu com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esta será a quarta ronda de negociações de alto nível entre as duas partes, que vai terminar a apenas uma semana do prazo acordado para a assinatura de um pacto final, em 1 de Março. Embora os meios de comunicação oficiais chineses tenham abordado “avanços importantes” durante a última ronda de negociações, que terminou na passada sexta-feira, em Pequim, nenhum resultado concreto foi alcançado até ao momento. Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram uma trégua de 90 dias em 1 de Dezembro de 2018, o que significou a suspensão temporária do aumento de 10% a 25% nas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Mercado de dívida corporativa é o terceiro maior do mundo O mercado de dívida corporativa da China é o terceiro maior do mundo, com um saldo total equivalente a 5,8 biliões de euros, segundo um relatório publicado ontem pela agência de notação financeira Standard & Poor’s [dropcap]E[/dropcap]ste montante coloca o país asiático atrás da Europa – 6,5 biliões de euros – e dos Estados Unidos – 7,9 biliões de euros. No entanto, a directora de Pesquisa de Renda Fixa Global da S&P, Diane Vazza, nota que, acrescentando a necessidade de financiamento a curto prazo, o montante total da dívida corporativa do país ascende a 6,7 biliões de euros. Acrescentando as dívidas dos governos central e locais, o valor total ascende a 11 biliões de euros. O relatório explica que, durante a última década, a dívida corporativa na China aumentou, em média, 50 por cento ao ano. Dores de crescimento Desde o início da crise financeira global, em 2008, enquanto as economias desenvolvidas estagnaram, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, mais de oitenta aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média chinesa em centenas de milhões de pessoas. Em 2017, este crescimento abrandou, mas, em 2018, voltou a acelerar e, no final do terceiro trimestre, já tinham sido emitidos 2,3 biliões de euros em novas dívidas – cerca de 73 por cento são passivos financeiros. No mesmo período, a emissão de dívida não financeira ascendeu a 579.984 milhões de euros, o segundo maior valor em duas décadas. A S&P recomenda a Pequim que “equilibre cuidadosamente a sua necessidade em manter o crescimento económico com o de gerir o crescimento significativo do peso da dívida”. “Embora a desalavancagem continue a ser uma alta prioridade para o Governo chinês, medidas como a regulação da velocidade e intensidade desse processo poderiam ser usadas para minimizar os dados para o crescimento económico”, lê-se no relatório.
Hoje Macau China / ÁsiaFilha de antigo veterano do PCC boicota funeral em protesto [dropcap]A[/dropcap] filha de um veterano do Partido Comunista Chinês (PCC) boicotou ontem o funeral do pai, considerando o memorial “impróprio” para um homem que serviu Mao Zedong, mas que se converteu depois num crítico do regime. O memorial de Li Rui realizou-se no Cemitério Revolucionário de Babaoshan, em Pequim, onde muitos antigos altos quadros do PCC estão enterrados. Mas Li Nanyang afirma que o seu pai expressou claramente três desejos antes de morrer: não ter um memorial, não ser enterrado em Babaoshan e não ser coberto pela bandeira do PCC. Li Rui ingressou no partido mais de uma década antes da fundação da República Popular da China, em 1949. Tendo desempenhado funções como secretário de Mao Zedong, tornou-se mais tarde crítico das políticas do partido e, nos últimos anos, opôs-se à centralização de poderes pelo actual Presidente, Xi Jinping, que aboliu da Constituição o limite de mandatos para o seu cargo. Li Rui tinha 101 anos quando morreu devido à falência de órgãos, em Pequim, no sábado passado. Ele “desiludiu-se completamente” com o partido, afirmou a filha, que está radicada nos Estados Unidos, num comunicado. O antigo secretário de Mao considerava não existir liberdade de expressão na China e que a corrupção se tornou endémica, num sistema que permite às autoridades comunistas enriquecerem, enquanto a vida das pessoas comuns estagnou. “Acredito que, se a alma do meu pai estiver no céu, ele está a chorar ao ver” o seu corpo coberto por uma bandeira do partido, escreveu Li Nanyang. Li afirmou que não compareceu no funeral, de forma a reafirmar a postura do pai. Li Nanyang disse que Xi Jinping e o primeiro-ministro, Li Keqiang, enviaram flores para o memorial. “Quão hipócritas podem ser?”, comentou, considerando “muito irónico” que os líderes prestem homenagem ao seu pai, quando os seus livros estão proibidos na China continental. “Ele deve ser comemorado e lembrado porque era Li Rui, não por ter sido um alto quadro do Partido Comunista”, afirmou. Li Rui serviu durante alguns anos como secretário pessoal de Mao, mas foi afastado do PCC por expressar discordância com a sua liderança. Li foi condenado a oito anos de prisão e recuperou a sua filiação partidária apenas após a morte de Mao, em 1976. Numa entrevista à BBC, em 2017, Li Rui disse que se recusou a escrever uma autocrítica, depois de defender a tolerância para com os estudantes que protestaram na Praça Tiananmen, em 1989. “Sempre que há um confronto entre o partido e a humanidade, eu insisto na humanidade”, disse então.
Hoje Macau China / ÁsiaTibete | Visitas de estrangeiros interditas durante aniversários sensíveis A China está a proibir o acesso de estrangeiros ao Tibete, durante o mês de Março, quando se celebra um par de aniversários sensíveis que questionam a legitimidade da soberania chinesa naquela região dos Himalaias [dropcap]S[/dropcap]egundo confirmou a Lusa, as agências de viagens estão a recusar turistas estrangeiros em visitas ao Tibete, durante o próximo mês. Em 10 de Março celebra-se o 60.º aniversário desde uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, que terminou com o exílio na vizinha Índia do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”. Em 14 de Março de 2008, a capital da região autónoma do Tibete, Lhasa, foi palco de violentos ataques contra a presença chinesa, que resultaram em 18 mortos, segundo dados do Governo chinês. Um número desconhecido de tibetanos foi morto pelas tropas chinesas na sequência daquele incidente. Além do visto chinês, os estrangeiros precisam da uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades justificam com as “tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de proteção ambiental”. No ano passado, o número de turistas que visitou a região registou um crescimento homólogo de 31,5 por cento, para 33,68 milhões de pessoas, mas apenas 270.000 dos visitantes foram estrangeiros, segundo dados oficiais. Controlo e zen A região é mantida sob rigoroso controlo pelo Governo central e as autoridades locais, enquanto Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista. Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia. Pequim considera que a região é desde há séculos parte do território chinês. Mas seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete. Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo, desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês. Mas apesar do apertado controlo, o Tibete é um destino cada vez mais popular para os turistas que procuram aventura de montanha e monumentos únicos da cultura budista tibetana.
Hoje Macau China / ÁsiaEx-companheira de Khashoggi pede à UE que defenda valores humanos nos países árabes [dropcap]A[/drocpap] noiva do jornalista assassinado Jamal Khashoggi, Hatice Cengiz, pediu na terça-feira aos Estados-membros da União Europeia (UE) que actuem em defesa dos “valores humanos” nos países árabes, especialmente na Arábia Saudita. Durante uma intervenção no Parlamento Europeu, Cengiz, que é turca, considerou insuficientes as sanções impostas ao reino saudita pela morte do seu namorado. Mas mesmo considerando que as sanções “possam ter efeito”, os Estados europeus devem dialogar com os países árabes, que estão absorvidos “em muitas guerras que começaram na Primavera árabe”. O jornalista Jamal Khashoggi, que era crítico dos dirigentes do seu país, foi assassinado em 2 de Outubro, no consulado saudita em Istambul, onde se tinha deslocado para tratar de documentação para o seu casamento com Hatice Cengiz. “Do que é que os senhores estão à espera? Que se declare a guerra em todos os países árabes, em todos os países do Golfo? A guerra agora chegou a outros níveis, mata-se em outros níveis (…). Os países da União Europeia têm de prestar atenção a todas estas questões, falar entre si, formar uma frente comum e comunicar com o resto do mundo”, disse Cengiz. Aconselhou também a UE a, “se pretende erigir-se como modelo dos valores humanos para o resto do mundo”, actuar em consequência e situar a defesa destes valores no topo da sua lista de prioridades. Cengiz criticou o facto de a Arábia Saudita “se permitir fazer algo assim à vista de todo o mundo”, garantindo que este país “nunca contribuiu para que a investigação jurídica à morte de Khashoggi pudesse discorrer de maneira adequada”. Em resposta às pretensões de Cengiz, o presidente da subcomissão de Direitos Humanos do Parlamento Europeu, Pier Antonio Panzeri, reiterou o seu compromisso com a protecção dos direitos humanos na península arábica e “procurar a verdade” sobre o assassinato de Khashoggi, que classificou como um “drama terrível”. Dirigindo-se directamente a Cengiz, Panzeri disse que “o Parlamento Europeu e a sua subcomissão de Direitos Humanos não estão satisfeitos com o que se fez até agora” e que não vai permitir que a Arábia Saudita “saia impune de um assassínio”.
Hoje Macau China / ÁsiaVenezuela | Japão declarou ontem apoio ao Presidente interino Juan Guaidó [dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão declarou ontem o apoio do seu país ao auto-proclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. “O nosso país pediu eleições antecipadas (…), mas infelizmente isso ainda não aconteceu”, disse Taro Kono durante uma conferência de imprensa. “Dadas as circunstâncias, apoiamos claramente o Presidente interino Guaidó e apelamos novamente ao país para que realize eleições livres e justas”, disse Kono. A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de Janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se auto proclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro. Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos. A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes. Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
Hoje Macau China / ÁsiaEmirates Airline anuncia novo voo entre Porto e Dubai a partir de 2 de Julho [dropcap]A[/dropcap] companhia aérea Emirates Airline vai lançar um novo voo entre Porto e Dubai (Emirados Árabes Unidos) no próximo dia 2 de Julho com operação quatro vezes por semana por um Boeing 777-300 ER, anunciou ontem a empresa. Em comunicado de imprensa, a Emirates, considerada a principal companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, anuncia um novo voo entre o Dubai e Porto que vai ser operado às “terças, quintas, sábados e domingos”, partindo do Dubai às 09:15 e chegando ao Porto às 14:30. O voo de regresso parte do Porto às 17:35 e aterra no Dubai às 04:15 da manhã seguinte, um horário que segundo a Emirates, permitirá “aos passageiros ligações mais fáceis e convenientes aos voos (…) para os destinos mais procurados como Luanda, Joanesburgo, Banguecoque, Xangai, Hong Kong, Melbourne e Sydney, entre outros”, refere o comunicado. O presidente da Emirates Airline, Tim Clark, refere que o Porto está actualmente a desfrutar de maiores níveis de turismo, o que acaba por se reflectir no crescimento do número de visitantes para Portugal como um todo. “A introdução deste novo voo, juntamente com o nosso serviço de dois voos diários para Lisboa, ajudará a satisfazer esta crescente procura de passageiros que viajam em lazer e em negócios, bem como a proporcionar-lhes mais opções, maior flexibilidade e conectividade ao viajar para Portugal”, acrescenta Tim Clark. Com este novo voo, a Emirates Airline os passageiros do Norte de Portugal terão acesso directo à rede global da Emirates, através do Dubai, e o Porto transforma-se no verão no “segundo destino daquela companhia em Portugal, depois de Lisboa, para onde voa atualmente com dois serviços diários. O novo voo será operado por um Boeing 777-300ER, numa configuração de três classes, oferecendo oito ‘suites’ privadas na primeira classe, 42 assentos reclináveis na classe executiva e 310 assentos na classe económica.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Ex-diplomata diz que Kim não desiste de armas nucleares [dropcap]U[/dropcap]m ex-diplomata norte-coreano avisou ontem que o líder Kim Jong-un não tem intenção de desistir das armas nucleares e considerou a cimeira com o Presidente norte-americano uma oportunidade para consolidar o país como um Estado de armas nucleares. Em conferência de imprensa, em Seul, capital sul-coreana, Thae Yong Ho, que desertou para a Coreia do Sul em 2016, referiu que a segunda cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos e o líder norte-coreano será um fracasso se Donald Trump não conseguir que Kim Jong-un declare que vai abandonar todas as suas instalações nucleares e armas e fazer regressar a Coreia do Norte ao acordo de não proliferação nuclear. O ex-diplomata norte-coreano de mais alto nível a desertar para a Coreia do Sul foi ministro da embaixada da Coreia do Norte em Londres antes de fugir para a Coreia do Sul. Donald Trump e Kim Jong-un vão reunir-se em Hanói, capital do Vietname, em 27 e 28 de Fevereiro.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália admite falhas que levaram à detenção do ex-futebolista do Bahrein na Tailândia [dropcap]A[/dropcap]s autoridades australianas admitiram falhas que contribuíram para a detenção do ex-futebolista do Bahrein Hakeem Ali al-Araibi, que passou mais de dois meses detido na Tailândia devido a um pedido de extradição do seu país. “Está claro que ocorreu um erro humano dentro do processo da ABF (Força Australiana de Fronteiras)”, disse, na segunda-feira, o chefe deste organismo, Michael Outram, perante um comité do Senado, em declarações recolhidas pela agência noticiosa Associated Press. O mesmo responsável explicou que a ABF não informou a Polícia Federal e o Ministério do Interior australianos que Al-Araibi beneficiava do estatuto de refugiado na Austrália. Hakeem Ali Al-Araibi, de 25 anos, foi detido no dia 27 de Novembro quando se encontrava em lua-de-mel na Tailândia, na sequência de um alerta da Interpol solicitado pelo Bahrein. A ordem foi cancelada dias depois, já que violava a regra da Interpol que dita que o país de origem de um refugiado não pode emitir tais alertas. A Tailândia, contudo, manteve o jogador sob detenção com o argumento de que o Bahrein já tinha pedido a extradição. O futebolista foi condenado à revelia a dez anos de prisão pelo tribunal do Bahrein, acusado de danificar uma esquadra da polícia em 2012, durante protestos à margem da “Primavera Árabe”, acusação que negou sempre. Al-Araibi regressou a Melbourne na semana passada.
Hoje Macau China / ÁsiaNova ronda de negociações EUA/China arranca esta semana em Washington [dropcap]O[/dropcap]vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, vai estar em Washington entre quinta e sexta-feira para uma nova ronda de negociações comerciais, anunciou hoje o Ministério do Comércio chinês. O responsável vai reunir-se, mais uma vez, com o representante do Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de acordo com uma breve nota publicada no ‘site’ oficial do Ministério. Liu He já liderou a delegação chinesa que viajou para Washington no final de Janeiro, altura em que se reuniu com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esta será a quarta ronda de negociações de alto nível entre as duas partes, que vai terminar a apenas uma semana do prazo acordado para a assinatura de um pacto final, em 1 de Março. Embora os meios de comunicação oficiais chineses tenham abordado “avanços importantes” durante a última ronda de negociações, que terminou na passada sexta-feira, em Pequim, nenhum resultado concreto foi alcançado até ao momento. Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram uma trégua de 90 dias em 1 de Dezembro de 2018, o que significou a suspensão temporária do aumento de 10% a 25% nas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaShinzo Abe elogia “bravura” de Trump mas não confirma indicação ao Nobel da Paz [dropcap]O[/dropcap[ primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, elogiou hoje a “bravura” do Presidente norte-americano, Donald Trump, no diálogo com a Coreia do Norte, mas escusou-se a confirmar se o havia indicado ao Prémio Nobel da Paz. “O Comité Nobel não revela quem foi recomendado ou quem fez as recomendações”, disse o mandatário nipónico, quando questionado sobre o assunto numa sessão parlamentar. Abe reagia às declarações de Donald Trump, que garantiu à imprensa, na sexta-feira, que Shinzo Abe o havia nomeado para aquele prémio devido aos esforços para resolver a crise na Península coreana. “Com base nessa regra, evito comentar”, acrescentou o líder japonês, ressaltando que Trump “tem trabalhado corajosamente para resolver o problema nuclear e de mísseis da Coreia do Norte”. Na mesma ocasião, Shinzo Abe referiu que o Presidente norte-americano está “a colaborar activamente” para resolver a questão dos sequestros de cidadãos japoneses pelo regime de Pyongyang, cujo esclarecimento é uma das principais prioridades do Governo de Abe. Na mesma linha, o porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga, afirmou em conferência de imprensa que o Japão “valoriza muito a liderança de Trump”, escusando-se igualmente a pronunciar sobre a alegada proposta ao Comité Nobel. Segundo o diário japonês Asahi, o apoio do Governo de Abe à candidatura de Trump foi “informalmente” solicitado por Washington no outono passado, meses após a cimeira que Trump realizou em Singapura, em 12 de Junho, com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Para além do alegado apoio de Abe, o mesmo jornal acrescentou que Trump terá tido o apoio do Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que no ano passado se referiu publicamente à possibilidade de recompensar o Presidente norte-americano com o Prémio Nobel da Paz pelos seus esforços a favor da paz na Península coreana. Da mesma forma, os ‘media’ nipónicos informaram hoje que Tóquio e Washington estão a preparar uma nova visita de Trump à capital japonesa, entre 26 e 28 de Maio, para realizar uma reunião com Abe e reunir-se com Naruhito, que se tornará imperador no início deste mês.
Hoje Macau China / ÁsiaAtrasos na entrega de relatórios devido a pressa na construção da Ponte HKZM [dropcap]A[/dropcap] pressa em cumprir o cronograma de trabalhos para a construção da Ponte HKZM foi a razão pela qual a principal empresa construtora da infra-estrutura, a China State Construction Engineering atrasou a entrega de quase 15 000 formulários de inspecção, de acordo com as declarações do chefe Departamento das Auto-Estradas de Hong Kong, Jimmy Chan Pai-ming. O responsável falava à margem de uma reunião do Conselho Legislativo de Hong Kong na passada sexta-feira, aponta o jornal South China Morning Post (SCMP), em que Chan admitiu ainda que o Governo já saberia da falta da entrega dos referidos documentos desde 2016, mas só deu importância a este facto dois anos depois. Recorde-se que segundo os procedimentos habituais de Hong Kong, as construtoras estão obrigadas a preencher um formulário que serve para posteriores inspecções no local para confirmar se os elementos foram feitos de acordo com os planos. O formulário tem o nome de Pedido de Inspecção e Verificação no Local (RISC, na sigla inglesa) e é uma espécie de diário das obras. É também através destes formulários que são certificados procedimentos de supervisão dos trabalhos de construção que têm que ser submetidos para apreciação antes do construtor avançar para o próximo passo na construção. O atraso na entrega destes documentos tem levantado questões acerca da forma como a empresa de construção levou a cabo o projecto da ponte. Os formulários RISC em atraso estão relacionados com o segmento de ligação na antiga colónia britânica, uma obra que teve um custo de 8,88 mil milhões de dólares de Hong Kong. Qualidade garantida Segundo a mesma fonte, o secretário para os Transportes e Habitação Frank Chan Fan insistiu que este “incidente” envolveu apenas a entrega de documentos em atraso e não de documentos em falta e que tivessem que ver com assuntos relativos à qualidade da construção. “O incidente não teve nada que ver com documentos perdidos ou danificados, nem envolveu problemas de qualidade (…) e a qualidade da construção está em conformidade com os requisitos técnicos e de segurança”, disse o governante de modo a evitar acusações de omissão de informação. No entanto, o secretário não explicou a razão que levou o Governo a manter a irregularidade na entrega dos formulários durante mais de dois anos, altura em que foi conhecida a falha publicamente e já meses depois da inauguração da Ponte HKZM.
Hoje Macau China / Ásia MancheteDonald Trump disse estar optimista sobre fim da guerra comercial com a China [dropcap]O[/dropcap]Presidente dos EUA, Donald Trump, mostrou-se optimista sobre o fim da guerra comercial com a China e levantou a possibilidade de estender o período de tréguas antes de impor novas sanções. Donald Trump disse na sexta-feira que as negociações com a China estão a correr “muito bem”, dizendo-se optimista sobre o fim da guerra comercial que opõe as duas maiores potências económicas mundiais. O Presidente disse que está disponível para prolongar o período de tréguas, marcado para durar até dia 1 de Março, para permitir um melhor entendimento entre as partes. “Mas Deus sabe o que isso significa”, acrescentou Donald Trump, arrefecendo o entusiasmo sobre o resultado da terceira ronda de negociações entre a China e os EUA, que terminou na sexta-feira em Pequim. “Estamos mais próximos do que nunca para conseguir um acordo real”, afirmou Donald Trump, em declarações aos jornalistas, nos jardins da Casa Branca, confirmando que ainda falta um compromisso final, que termine a guerra comercial. Se um entendimento não for conseguido, os EUA ameaçam passar de 10% para 25% as tarifas em produtos chineses que valem cerca de 150 mil milhões de euros em importações. Na ronda de negociações que terminou na sexta-feira em Pequim, as duas delegações procuraram dirimir diferenças em questões estruturais desta guerra comercial, nomeadamente sobre matérias de transferência de tecnologia, direitos de propriedade intelectual, ‘hacking’, barreiras não-tarifárias. Outro tema central foi o da possibilidade de aumento do volume de compra de bens e serviços norte-americanos por parte da China, para reduzir o que Donald Trump já apelidou de “um enorme e insustentável défice comercial” com Pequim. Uma nova ronda de negociações está marcada para a próxima semana, em Washington, e Donald Trump anunciou que no final dessa etapa, se encontrará com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para “enfrentar directamente os problemas que ficarem por resolver”.
Hoje Macau China / ÁsiaOPA/EDP | Fundo americano Elliot avisa que oferta chinesa enfraquece a eléctrica [dropcap]O[/dropcap]fundo de investimento norte-americano Elliot, que detém 2,9% do capital da EDP, considera que o preço da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) sobre a eléctrica é “excessivamente baixo” e “subavalia significativamente” a empresa. “A oferta da CTG, tal como se encontra actualmente, não favorece os melhores interesses dos ‘stakeholders’ [accionistas] da EDP e, em última análise, conduzirá a um enfraquecimento da EDP que será uma empresa mais volátil, com um conjunto de activos menos atractivo e com poucas oportunidades de crescimento”, lê-se numa carta enviada pela Elliot Advisors ao Conselho de Administração Executivo e ao Conselho Geral de Supervisão da EDP, ontem divulgada. Para o fundo norte-americano, a oferta anunciada pela CTG é mesmo “a maior fonte de incerteza que a empresa enfrenta actualmente” e a estagnação do negócio teve “como efeito prático impedir o crescimento da EDP, o que originou má performance do valor das acções da EDP relativamente às outras empresas do sector”. “O preço da oferta actual da CTG [que é o maior accionista da EDP, com uma participação de 23%] é excessivamente baixo e subavalia significativamente” a empresa, sustenta, apontando como “o problema mais evidente da oferta o prémio inaceitável de 4,8%”. Afirmando a sua concordância com o Conselho de Administração Executivo da EDP, que assumiu que “o preço oferecido não reflecte adequadamente o valor da EDP e o prémio implícito na oferta é baixo considerando a prática seguida no mercado europeu das ‘utilities’”, a Elliot afirma que, “caso não exista um aumento da contrapartida, não se antevê qualquer possibilidade de os accionistas virem a apoiar uma oferta que não valoriza adequadamente o seu investimento”. Segundo destaca, “além de uma avaliação justa e razoável da EDP, para que a oferta seja bem-sucedida também é necessário eliminar vários obstáculos regulatórios”, sendo que actualmente “continuam por verificar 16 das 17 principais condições suspensivas referidas no anúncio preliminar da oferta, tendo sido apenas obtida uma aprovação jusconcorrencial no decurso de nove meses”. A este propósito, a Elliot aponta o caso dos activos de energia renovável que a EDP detém nos EUA, descritos como “as jóias da coroa” da empresa, mas cuja manutenção avisa que o Committee on Foreign Investment in the Unitede States (CFIUS) não aprovará caso a CTG venha a deter a maioria do capital social da eléctrica. “Na nossa opinião, se a oferta da CTG prosseguisse teriam de ser efectuados desinvestimentos relevantes como reacção/resposta às imposições dos reguladores”, designadamente nos EUA e na Península Ibérica, sendo que esses desinvestimentos “deixariam a EDP mais fraca”. Convicta de que a EDP “é uma empresa atractiva, com um potencial de desenvolvimento substancial”, a Elliot adverte que “a continuação da existência de uma oferta que se considera impossível concluir com êxito, na sua forma actual, está a dificultar o crescimento” da eléctrica, pelo que esta “deve ultrapassar rapidamente a oferta e a definição de um novo rumo é urgente”. “Embora o ‘portfólio’ da EDP inclua áreas de grande potencial, quando a consideramos como uma única empresa, falta-lhe foco”, diz, considerando “difícil para os investidores avaliar o portfólio de forma justa, uma vez que os negócios da EDP com múltiplos elevados são diluídos por divisões com múltiplos baixos, resultando num desconto do conglomerado”. Para o fundo de investimento, “a EDP encontra-se também excessivamente alavancada”, com uma “consideravelmente reduzida” capacidade “para encontrar oportunidades de crescimento”, o que a tem privado “da possibilidade de acelerar o investimento em oportunidades de alto retorno que se encontram disponíveis nos principais mercados” onde opera. A posição da Elliot é que “uma EDP fortalecida deve dar prioridade a dois pilares fundamentais para o crescimento sustentável: uma optimização do ‘portfólio’ focada nas principais áreas de negócio e uma redução da excessiva alavancagem; e um investimento no crescimento através de oportunidades no setor das energias renováveis com taxas actrativas de retorno”. Para o fundo, “esta nova EDP seria mais focada, mais empenhada no crescimento e menos alavancada”, com “um ‘portfolio’ de activos líder de mercado, métricas financeiras actrativas e uma história de crescimento clara e convincente” que “provavelmente impulsionariam uma revisão do ‘rating’ e proporcionariam uma vantagem significativa para todos os ‘stakeholders’”. “Desinvestimentos indiferenciados, tais como aqueles que seriam provavelmente exigidos pela oferta da CTG, poderiam colocar em risco postos de trabalho. A manutenção de um ‘status quo’ de baixo desempenho pode ter o mesmo efeito. Uma abordagem que priorize o investimento e o crescimento oferece perspectivas mais encorajadoras aos trabalhadores da EDP”, considera. As “sugestões” avançadas pela Elliot passam pelo investimento da EDP em energias renováveis, a redução da dívida e diminuição do custo da dívida, o reinvestimento na EDP e a venda da participação na EDP Brasil, de 49% da participação na Distribuição Eléctrica Ibérica e dos activos térmicos ibéricos antigos. “A EDP pode optar por três caminhos distintos quanto ao seu futuro: o ‘status quo’, a oferta da CTG ou a ‘Nova EDP’ – O Plano de Investimento e Optimização”, conclui o fundo norte-americano, defendendo como “próximos passos fundamentais” uma “avaliação realista” da oferta chinesa que leva à sua retirada, uma reflexão dos accionistas sobre novos “caminhos futuros” e a implementação de um “plano ambicioso de investimento e otimização” do ‘portfolio’ da empresa. Em 11 de Maio passado, a CTG anunciou a intenção de lançar uma OPA voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada acção, cujo pedido foi registado junto do regulador, sem alterações ao preço oferecido inicialmente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Suécia abre inquérito a embaixadora por reunião sobre editor detido [dropcap]A[/dropcap]Suécia abriu um inquérito interno à embaixadora daquele país na China, depois da representante ter organizado, sem autorização, uma reunião relacionada com o caso de um editor sueco de origem chinesa detido por Pequim, foi ontem divulgado. “Devido a informações que recebemos sobre acções inapropriadas relacionadas com certos acontecimentos ocorridos em Janeiro, um inquérito interno foi aberto”, avançou, em declarações citadas pelas agências internacionais, Rasmus Eljanskog, um assessor de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco. O mesmo representante precisou que a embaixadora Anna Lindstedt foi chamada a Estocolmo para consultas, no âmbito deste inquérito. “Temos uma ideia do que terá ocorrido, vamos investigar o seu desempenho. Mas podemos afirmar já que a embaixadora se comportou de forma errónea”, afirmou, por sua vez, um porta-voz da diplomacia sueca, Patric Nilsson, em declarações à televisão pública sueca Patric Nilsson. As relações entre a Suécia e a China têm sido perturbadas ao longo dos últimos anos pelo caso de Gui Minhai, um editor e livreiro sueco de origem chinesa de 54 anos que vendeu em Hong Kong obras críticas do regime chinês. Em 2015, Gui Minhai desapareceu durante umas férias na Tailândia. O livreiro reapareceu numa prisão chinesa, tendo afirmando então, em declarações transmitidas na televisão, que se tinha entregado às autoridades por causa do seu envolvimento num acidente de trânsito na China em 2003. As autoridades chinesas libertaram Gui Minhai em Outubro de 2017. O editor e livreiro seria detido mais tarde pela polícia chinesa, em Janeiro de 2018, quando seguia com dois diplomatas suecos num comboio para Pequim, onde tinha marcada uma consulta. Ligações perigosas A filha do editor, Angela Gui, que tem sido muito activa nos ‘media’ e na Internet para tentar conseguir a libertação do pai, revelou no seu ‘blog’ que tinha sido convidada pela embaixadora Anna Lindstedt a deslocar-se a Estocolmo, em finais de Janeiro, para uma reunião com empresários chineses que alegadamente poderia ajudar na libertação de Gui Minhai. Durante a conversa, que decorreu num hotel da capital sueca e na presença da embaixadora, os presumíveis empresários afirmaram que tinham “ligações no seio do Partido Comunista”, no poder na China, e asseguraram que podiam a ajudar na libertação de Gui Minhai. Em troca, segundo relatou Angela Gui, os homens pediram à jovem que “ficasse tranquila” e que deixasse de falar com a comunicação social. A diplomacia sueca assegurou que não sabia deste encontro, nem tinha conhecimento da presença da embaixadora Anna Lindstedt em Estocolmo. Depois das primeiras declarações de Angela Gui, a embaixada da China em Estocolmo informou, num comunicado, que Pequim “nunca autorizou e nunca irá autorizar” contactos com a filha do livreiro sueco.