Covid-19 | China reporta 15.152 novos casos de Covid-19 num dia com novo método de contagem

[dropcap]A[/dropcap] China reportou hoje 254 novas mortes e 15.152 novos infectados em 24 horas pelo novo coronavírus, designado Covid-19, num aumento recorde que resulta de uma alteração na metodologia da contagem. O número total de mortes pelo surto, inicialmente detectado em dezembro passado, fixou-se hoje em 1.367, enquanto o número de casos confirmados ascendeu a 59.804, em toda a China continental.
Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um. A Comissão Nacional de Saúde da China detalhou que, entre os pacientes, há 8.030 casos graves e que 5.911 pessoas foram curadas e tiveram alta.
A província de Hubei, de onde o vírus é originário, registou, nas últimas 24 horas, 242 mortos, mais do dobro em relação ao dia anterior.
Também o número de infectados ultrapassou em quase dez vezes os casos reportados na quarta-feira. Foram registados mais 14.840 novos casos da infeção na província, fixando o total em mais de 48 mil.
O novo método de contagem inclui “casos clinicamente diagnosticados”, mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.
Os atrasos no diagnóstico do vírus podem ser significativos, já que muitos pacientes aguardam até uma semana pelos resultados dos exames em laboratório, que são enviados para Pequim.
Permitir que os médicos diagnostiquem diretamente os pacientes permitirá que mais pessoas recebam tratamento, inclusive em vários hospitais construídos de raiz em Wuhan especificamente para o tratamento de infectados com o Covid-19.

13 Fev 2020

Vírus | Diáspora uigur alerta para riscos de contágio em campos na China

[dropcap]A[/dropcap] diáspora uigur alertou ontem para os riscos de um “contágio massivo” pelo novo coronavírus nos campos no noroeste da China, onde centenas de milhares dos seus compatriotas estão detidos em condições deploráveis.

“As pessoas estão a começar a entrar em pânico. As nossas famílias estão lá, retidas entre os campos de concentração e o vírus. Não sabemos o que acontece, se têm comida, se têm máscaras”, explicou a socióloga francesa de origem uigur, Dilnur Reyhan.

Uma petição no portal de Internet Change.org e várias tomadas de posição nas redes sociais testemunham essa preocupação e apelam à comunidade internacional para abordar o assunto, começando pela Organização Mundial de Saúde (OMS, WHO na sigla em inglês).

Entre as ‘hashtags’ ‘#VirusThreatInThecamps’ e ‘#CloseThecamps, a #WHO2Urumqi exige que a OMS envie uma delegação para a região autónoma de Xinjiang, cuja capital é Urumqi, conforme solicitado pela petição assinada por pouco mais de 3.000 pessoas.

Especialistas e organizações de defesa de direitos humanos acusam Pequim de reter em centros de detenção pelo menos um milhão de muçulmanos em Xinjiang, principalmente uigures, uma minoria de língua turca.

A China refuta e afirma que são “centros de formação profissional” destinados a prevenir o extremismo e a radicalização através do ensino de mandarim e de competências profissionais.

Questionado pela agência de notícias France-Presse sobre eventuais medidas de prevenção tomadas nesses centros, o Governo de Xinjiang não respondeu.

“Se a comunidade internacional não conseguir obter medidas adequadas da China para impedir a epidemia na região, a natureza da sua rede massiva de campos de concentração e de trabalho forçado acrescentará uma nova dimensão ao atual genocídio de uigures na China”, indica a petição, que pede “a libertação de três milhões de uigures antes da propagação da epidemia em campos de detenção”.

Caso contrário, “as consequências serão catastróficas (…) dadas as informações sobre esses campos que relatam sobrelotação, fome, trabalho forçado, abuso sexual e tortura”, acrescenta a petição.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço ontem divulgado.

12 Fev 2020

Vírus | Diáspora uigur alerta para riscos de contágio em campos na China

[dropcap]A[/dropcap] diáspora uigur alertou ontem para os riscos de um “contágio massivo” pelo novo coronavírus nos campos no noroeste da China, onde centenas de milhares dos seus compatriotas estão detidos em condições deploráveis.
“As pessoas estão a começar a entrar em pânico. As nossas famílias estão lá, retidas entre os campos de concentração e o vírus. Não sabemos o que acontece, se têm comida, se têm máscaras”, explicou a socióloga francesa de origem uigur, Dilnur Reyhan.
Uma petição no portal de Internet Change.org e várias tomadas de posição nas redes sociais testemunham essa preocupação e apelam à comunidade internacional para abordar o assunto, começando pela Organização Mundial de Saúde (OMS, WHO na sigla em inglês).
Entre as ‘hashtags’ ‘#VirusThreatInThecamps’ e ‘#CloseThecamps, a #WHO2Urumqi exige que a OMS envie uma delegação para a região autónoma de Xinjiang, cuja capital é Urumqi, conforme solicitado pela petição assinada por pouco mais de 3.000 pessoas.
Especialistas e organizações de defesa de direitos humanos acusam Pequim de reter em centros de detenção pelo menos um milhão de muçulmanos em Xinjiang, principalmente uigures, uma minoria de língua turca.
A China refuta e afirma que são “centros de formação profissional” destinados a prevenir o extremismo e a radicalização através do ensino de mandarim e de competências profissionais.
Questionado pela agência de notícias France-Presse sobre eventuais medidas de prevenção tomadas nesses centros, o Governo de Xinjiang não respondeu.
“Se a comunidade internacional não conseguir obter medidas adequadas da China para impedir a epidemia na região, a natureza da sua rede massiva de campos de concentração e de trabalho forçado acrescentará uma nova dimensão ao atual genocídio de uigures na China”, indica a petição, que pede “a libertação de três milhões de uigures antes da propagação da epidemia em campos de detenção”.
Caso contrário, “as consequências serão catastróficas (…) dadas as informações sobre esses campos que relatam sobrelotação, fome, trabalho forçado, abuso sexual e tortura”, acrescenta a petição.
A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço ontem divulgado.

12 Fev 2020

Vírus | Número de mortos na China aumenta para 1.113

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos na China continental devido ao novo coronavírus aumentou para 1.113, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 97.

O número total de casos confirmados é de 44.653, dos quais 2.015 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. As autoridades chinesas acrescentaram ainda que 451.462 pacientes foram acompanhados por terem tido contacto próximo com os infectados, dos quais 185.037 ainda estão sob observação.

O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

12 Fev 2020

Vírus | Número de mortos na China aumenta para 1.113

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos na China continental devido ao novo coronavírus aumentou para 1.113, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 97.
O número total de casos confirmados é de 44.653, dos quais 2.015 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. As autoridades chinesas acrescentaram ainda que 451.462 pacientes foram acompanhados por terem tido contacto próximo com os infectados, dos quais 185.037 ainda estão sob observação.
O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

12 Fev 2020

Hubei | Afastados líderes da Comissão de Saúde

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas anunciaram ontem a demissão de dois altos quadros da Comissão de Saúde de Hubei, a província de onde surgiu o novo coronavírus que fez já mais de 1.000 mortos e quase 43.000 infectados.

A estação televisiva oficial CCTV informou sobre as demissões do director da Comissão, Liu Yingzi, e do secretário do Partido Comunista da China (PCC) naquele organismo, Zhang Jin.

Ambos os cargos serão assumidos pelo vice-director da Comissão Nacional de Saúde, Wang Hesheng, que faz parte do grupo de trabalho formado pelo Governo central para lidar com o surto, e que foi também recentemente nomeado membro do mais alto órgão executivo de Hubei.

Liu e Zhang são, até à data, os funcionários de mais alto escalão a serem afastados na sequência da crise de saúde pública.

Por enquanto, não há indicações de que qualquer membro do Governo central possa ser afastado, e os órgãos oficiais do regime têm dirigido as culpas para as autoridades de Hubei e, sobretudo, para a capital de província, Wuhan.

A má gestão e ocultação de informações cruciais aquando do surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou pneumonia atípica, entre 2002 e 2003, levou à queda do presidente da câmara de Pequim, Meng Xuenong – que foi substituído pelo actual vice-presidente da China, Wang Qishan – e do ministro da Saúde, Zhang Wenkang.

Na semana passada, a morte de Li Wenliang, o médico que inicialmente alertou a comunidade médica de Wuhan sobre o novo coronavírus, mas que foi obrigado pela polícia a assinar um documento no qual denunciava o aviso como um boato “infundado e ilegal”, levou a reacções imediatas nas redes sociais chinesas, com o ‘hashtag’ #woyaoyanlunziyou (‘eu quero liberdade de expressão’, em chinês) a tornar-se viral. No entanto, a imprensa oficial culpou directamente as autoridades locais pelo sucedido.

12 Fev 2020

Hubei | Afastados líderes da Comissão de Saúde

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas anunciaram ontem a demissão de dois altos quadros da Comissão de Saúde de Hubei, a província de onde surgiu o novo coronavírus que fez já mais de 1.000 mortos e quase 43.000 infectados.
A estação televisiva oficial CCTV informou sobre as demissões do director da Comissão, Liu Yingzi, e do secretário do Partido Comunista da China (PCC) naquele organismo, Zhang Jin.
Ambos os cargos serão assumidos pelo vice-director da Comissão Nacional de Saúde, Wang Hesheng, que faz parte do grupo de trabalho formado pelo Governo central para lidar com o surto, e que foi também recentemente nomeado membro do mais alto órgão executivo de Hubei.
Liu e Zhang são, até à data, os funcionários de mais alto escalão a serem afastados na sequência da crise de saúde pública.
Por enquanto, não há indicações de que qualquer membro do Governo central possa ser afastado, e os órgãos oficiais do regime têm dirigido as culpas para as autoridades de Hubei e, sobretudo, para a capital de província, Wuhan.
A má gestão e ocultação de informações cruciais aquando do surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou pneumonia atípica, entre 2002 e 2003, levou à queda do presidente da câmara de Pequim, Meng Xuenong – que foi substituído pelo actual vice-presidente da China, Wang Qishan – e do ministro da Saúde, Zhang Wenkang.
Na semana passada, a morte de Li Wenliang, o médico que inicialmente alertou a comunidade médica de Wuhan sobre o novo coronavírus, mas que foi obrigado pela polícia a assinar um documento no qual denunciava o aviso como um boato “infundado e ilegal”, levou a reacções imediatas nas redes sociais chinesas, com o ‘hashtag’ #woyaoyanlunziyou (‘eu quero liberdade de expressão’, em chinês) a tornar-se viral. No entanto, a imprensa oficial culpou directamente as autoridades locais pelo sucedido.

12 Fev 2020

Vírus | Xi Jinping visitou bairro em Pequim

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, protagonizou na segunda-feira uma aparição rara, desde o início do surto do coronavírus que paralisou a China e levou a liderança chinesa a assumir uma postura colectiva, enquanto referências a Xi escasseiam nos órgãos oficiais.
Xi esteve primeiro num bairro a cerca de oito quilómetros da Cidade Proibida, e visitou depois um hospital de Pequim, onde participou numa videoconferência com funcionários de um hospital em Wuhan, epicentro do surto.

Tratou-se da segunda aparição pública de Xi no espaço de uma semana. A última foi em 5 de Fevereiro, durante uma reunião com o primeiro-ministro do Camboja.

De resto, à medida que os danos provocados pelo surto do coronavírus aumentam, o homem forte do regime de Pequim praticamente desapareceu dos órgãos oficiais.

“Onde antes aparecia o nome de Xi Jinping, passou a estar ‘Comité Central'”, resume à agência Lusa um jornalista de um dos principais órgãos estatais da China.

Desde que ascendeu ao poder, em 2013, Xi tornou-se o núcleo da política chinesa, desmantelando o sistema de “liderança coletiva” cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970. Sob a sua liderança, que após uma emenda constitucional em 2017 passou a ser vitalícia, o Partido Comunista da China declarou Xi líder “central”.

Na estação oficial CCTV, que até ao início do surto infalivelmente abria os noticiários com intervenções e imagens de Xi, ou no Diário do Povo, jornal oficial do partido cuja capa chegou a ser composta por 11 manchetes sobre o líder chinês, as referências ao Presidente desapareceram.

Analistas consideram que a retirada ilustra o esforço de Xi Jinping para se isolar de um surto que está a causar grande descontentamento popular.

“Não há dúvida de que [Xi] mantém firme controlo sobre o poder”, explica o observador de política chinesa Rong Jian. “Mas ele sabe que a forma como o surto se alastrou e as suas consequências danificaram a legitimidade e a reputação” do poder político, aponta.

O outro lado do poder

Victor Shih, investigador sobre política chinesa na Universidade da Califórnia considera que, “politicamente, [Xi Jinping] está a descobrir que o poder ditatorial total tem uma desvantagem”.

“Quando as coisas dão para o torto a responsabilidade recai sobre uma só pessoa”, nota.
Numa altura em que o povo chinês enfrenta um dos maiores desafios das últimas décadas, a ausência do seu líder forte parece estar a ser sentida.

No domingo à noite, um taxista em Pequim aumenta apressadamente o volume do rádio ao ouvir o nome de Xi Jinping. Foi falso alarme.

Tratou-se da repetição de um anúncio feito há vários dias por Xi, a declarar o combate ao vírus como uma guerra do povo.

12 Fev 2020

Vírus | Xi Jinping visitou bairro em Pequim

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, protagonizou na segunda-feira uma aparição rara, desde o início do surto do coronavírus que paralisou a China e levou a liderança chinesa a assumir uma postura colectiva, enquanto referências a Xi escasseiam nos órgãos oficiais.
Xi esteve primeiro num bairro a cerca de oito quilómetros da Cidade Proibida, e visitou depois um hospital de Pequim, onde participou numa videoconferência com funcionários de um hospital em Wuhan, epicentro do surto.
Tratou-se da segunda aparição pública de Xi no espaço de uma semana. A última foi em 5 de Fevereiro, durante uma reunião com o primeiro-ministro do Camboja.
De resto, à medida que os danos provocados pelo surto do coronavírus aumentam, o homem forte do regime de Pequim praticamente desapareceu dos órgãos oficiais.
“Onde antes aparecia o nome de Xi Jinping, passou a estar ‘Comité Central'”, resume à agência Lusa um jornalista de um dos principais órgãos estatais da China.
Desde que ascendeu ao poder, em 2013, Xi tornou-se o núcleo da política chinesa, desmantelando o sistema de “liderança coletiva” cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970. Sob a sua liderança, que após uma emenda constitucional em 2017 passou a ser vitalícia, o Partido Comunista da China declarou Xi líder “central”.
Na estação oficial CCTV, que até ao início do surto infalivelmente abria os noticiários com intervenções e imagens de Xi, ou no Diário do Povo, jornal oficial do partido cuja capa chegou a ser composta por 11 manchetes sobre o líder chinês, as referências ao Presidente desapareceram.
Analistas consideram que a retirada ilustra o esforço de Xi Jinping para se isolar de um surto que está a causar grande descontentamento popular.
“Não há dúvida de que [Xi] mantém firme controlo sobre o poder”, explica o observador de política chinesa Rong Jian. “Mas ele sabe que a forma como o surto se alastrou e as suas consequências danificaram a legitimidade e a reputação” do poder político, aponta.

O outro lado do poder

Victor Shih, investigador sobre política chinesa na Universidade da Califórnia considera que, “politicamente, [Xi Jinping] está a descobrir que o poder ditatorial total tem uma desvantagem”.
“Quando as coisas dão para o torto a responsabilidade recai sobre uma só pessoa”, nota.
Numa altura em que o povo chinês enfrenta um dos maiores desafios das últimas décadas, a ausência do seu líder forte parece estar a ser sentida.
No domingo à noite, um taxista em Pequim aumenta apressadamente o volume do rádio ao ouvir o nome de Xi Jinping. Foi falso alarme.
Tratou-se da repetição de um anúncio feito há vários dias por Xi, a declarar o combate ao vírus como uma guerra do povo.

12 Fev 2020

Seul designa Macau de “zona contaminada” e abre possibilidade a quarentena de viajantes

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje que vai incluir Macau e Hong Kong nas “zonas contaminadas” pelo novo coronavírus, pelo que quem viajar a partir das regiões administrativas especiais da China poderá ser sujeito a quarentena.

A designação, que entra em vigor à meia-noite de quarta-feira em Seul, obriga os viajantes a preencherem um questionário sobre o seu estado de saúde e a medições de temperatura, anunciou o vice-ministro da saúde da Coreia do Sul, Kim Gang-lip. Quem apresentar sintomas, incluindo febre, será submetido a análise clínica, e, em caso de suspeita, imediatamente isolado e mantido sob vigilância.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.

O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta o território de Macau e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.

Das 10 pessoas infectadas em Macau com o coronavírus desde o início da epidemia permanecem nove internadas, mas devem receber alta nos próximos dias, disseram as autoridades de saúde no domingo.

11 Fev 2020

Seul designa Macau de "zona contaminada" e abre possibilidade a quarentena de viajantes

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje que vai incluir Macau e Hong Kong nas “zonas contaminadas” pelo novo coronavírus, pelo que quem viajar a partir das regiões administrativas especiais da China poderá ser sujeito a quarentena.
A designação, que entra em vigor à meia-noite de quarta-feira em Seul, obriga os viajantes a preencherem um questionário sobre o seu estado de saúde e a medições de temperatura, anunciou o vice-ministro da saúde da Coreia do Sul, Kim Gang-lip. Quem apresentar sintomas, incluindo febre, será submetido a análise clínica, e, em caso de suspeita, imediatamente isolado e mantido sob vigilância.
A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.
O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta o território de Macau e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.
Das 10 pessoas infectadas em Macau com o coronavírus desde o início da epidemia permanecem nove internadas, mas devem receber alta nos próximos dias, disseram as autoridades de saúde no domingo.

11 Fev 2020

Vírus | Japão permite que passageiros mais velhos saiam de cruzeiro em quarentena

[dropcap]O[/dropcap] Governo do Japão vai permitir que passageiros mais velhos e pessoas que sofrem de doenças crónicas deixem o cruzeiro em quarentena no porto de Yokohoma, Japão, no qual pelo menos 135 pessoas estão infectadas com novo coronavírus. De acordo com a agência japonesa Kyodo, essas pessoas podem desembarcar ainda no dia de hoje.

Durante mais de uma semana, o Governo japonês mantém 3.600 pessoas a bordo do navio Diamond Princess em quarentena (que deve durar até 19 de Fevereiro), a fim de evitar novas infecções no país. Cerca de 80% dos 2.666 passageiros têm mais de 60 anos de idade, e mais de 200 passageiros têm 80 anos ou mais.

As pessoas infectadas já foram levadas para centros médicos de Tóquio e de outras localidades próximas, onde estão a receber tratamento. As autoridades sanitárias continuam a realizar exames médicos aos passageiros e tripulantes do Diamond Princess.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na sexta-feira ao Japão que tomasse todas as medidas necessárias para acompanhar os passageiros da Diamond Princess confinados a bordo, incluindo medidas de apoio psicológico.

11 Fev 2020

Vírus | Japão permite que passageiros mais velhos saiam de cruzeiro em quarentena

[dropcap]O[/dropcap] Governo do Japão vai permitir que passageiros mais velhos e pessoas que sofrem de doenças crónicas deixem o cruzeiro em quarentena no porto de Yokohoma, Japão, no qual pelo menos 135 pessoas estão infectadas com novo coronavírus. De acordo com a agência japonesa Kyodo, essas pessoas podem desembarcar ainda no dia de hoje.
Durante mais de uma semana, o Governo japonês mantém 3.600 pessoas a bordo do navio Diamond Princess em quarentena (que deve durar até 19 de Fevereiro), a fim de evitar novas infecções no país. Cerca de 80% dos 2.666 passageiros têm mais de 60 anos de idade, e mais de 200 passageiros têm 80 anos ou mais.
As pessoas infectadas já foram levadas para centros médicos de Tóquio e de outras localidades próximas, onde estão a receber tratamento. As autoridades sanitárias continuam a realizar exames médicos aos passageiros e tripulantes do Diamond Princess.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na sexta-feira ao Japão que tomasse todas as medidas necessárias para acompanhar os passageiros da Diamond Princess confinados a bordo, incluindo medidas de apoio psicológico.

11 Fev 2020

Wuhan | Estudo diz que período de incubação do novo vírus pode durar até 24 dias

[dropcap]O[/dropcap] período de incubação do novo coronavírus pode prolongar-se até 24 dias, e não 14 como se apurou anteriormente, segundo um estudo publicado hoje, e realizado por 37 pesquisadores, incluindo o proeminente epidemiologista chinês Zhong Nanshan.

O portal de notícias chinês Caixin divulgou as conclusões do último rascunho da investigação, que mostra que a febre – um dos primeiros sintomas – se manifestava em apenas 43,8% dos pacientes na sua primeira visita ao médico.

“A ausência de febre é mais frequente [entre os pacientes analisados] do que na Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SARS ou pneumonia atípica) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), portanto a deteção dos casos não pode focar-se na medição da temperatura”, lê-se no texto.

O mesmo sucede com a tomografia computadorizada, que deteta apenas sintomas de possível infecção em metade dos casos analisados, acrescentou.

A amostra incluiu 1.099 pacientes do novo coronavírus, diagnosticados até 29 de janeiro, em 552 hospitais, em 31 sítios diferentes da China, com uma idade média de 47 anos, e entre os quais 41,9% eram mulheres.

Entre os pacientes – 26% não estiveram recentemente em Wuhan, o epicentro da epidemia, ou tiveram contacto com pessoas de lá – o período médio de incubação do vírus foi de três dias, mas houve também casos com um período de 24 dias.

O estudo também revela que o coronavírus “tem uma taxa de mortalidade relativamente menor que a SARS e a MERS”.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.

11 Fev 2020

Wuhan | Estudo diz que período de incubação do novo vírus pode durar até 24 dias

[dropcap]O[/dropcap] período de incubação do novo coronavírus pode prolongar-se até 24 dias, e não 14 como se apurou anteriormente, segundo um estudo publicado hoje, e realizado por 37 pesquisadores, incluindo o proeminente epidemiologista chinês Zhong Nanshan.
O portal de notícias chinês Caixin divulgou as conclusões do último rascunho da investigação, que mostra que a febre – um dos primeiros sintomas – se manifestava em apenas 43,8% dos pacientes na sua primeira visita ao médico.
“A ausência de febre é mais frequente [entre os pacientes analisados] do que na Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SARS ou pneumonia atípica) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), portanto a deteção dos casos não pode focar-se na medição da temperatura”, lê-se no texto.
O mesmo sucede com a tomografia computadorizada, que deteta apenas sintomas de possível infecção em metade dos casos analisados, acrescentou.
A amostra incluiu 1.099 pacientes do novo coronavírus, diagnosticados até 29 de janeiro, em 552 hospitais, em 31 sítios diferentes da China, com uma idade média de 47 anos, e entre os quais 41,9% eram mulheres.
Entre os pacientes – 26% não estiveram recentemente em Wuhan, o epicentro da epidemia, ou tiveram contacto com pessoas de lá – o período médio de incubação do vírus foi de três dias, mas houve também casos com um período de 24 dias.
O estudo também revela que o coronavírus “tem uma taxa de mortalidade relativamente menor que a SARS e a MERS”.
A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.

11 Fev 2020

Vírus | Número de mortos aumenta para 1.016

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao novo coronavírus (2019-nCoV) aumentou hoje para 1.016, ultrapassando pela primeira vez nas últimas 24 horas uma centena de vítimas mortais, informou a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, citadas pela agência Associated Press, o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 108.

O número total de casos confirmados é de 42.638, dos quais 2.478 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. Além das 1.016 mortes confirmadas em território continental chinês, há também uma vítima mortal na região chinesa de Hong Kong e outra nas Filipinas.

O novo coronavírus foi detectado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro). O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou na segunda-feira a 43, com quatro novas infeções detetadas no Reino Unido.

A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.

Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, epicentro da epidemia, que foi colocada sob quarentena, à semelhança de outras cidades da província de Hubei, afetando mais de 56 milhões de pessoas.

As saídas e entradas estão interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.

11 Fev 2020

Vírus | Número de mortos aumenta para 1.016

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao novo coronavírus (2019-nCoV) aumentou hoje para 1.016, ultrapassando pela primeira vez nas últimas 24 horas uma centena de vítimas mortais, informou a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, citadas pela agência Associated Press, o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 108.
O número total de casos confirmados é de 42.638, dos quais 2.478 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. Além das 1.016 mortes confirmadas em território continental chinês, há também uma vítima mortal na região chinesa de Hong Kong e outra nas Filipinas.
O novo coronavírus foi detectado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro). O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou na segunda-feira a 43, com quatro novas infeções detetadas no Reino Unido.
A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.
Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, epicentro da epidemia, que foi colocada sob quarentena, à semelhança de outras cidades da província de Hubei, afetando mais de 56 milhões de pessoas.
As saídas e entradas estão interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.

11 Fev 2020

Coronavírus | Os mitos e crenças por detrás do consumo de animais selvagens na China 

Um artigo científico publicado pela revista The Lancet explica as origens do consumo de animais selvagens na China e os seus perigos. O estudo, assinado por Jie Li e Jun Li, entre outros autores, defende o fim deste consumo que levaria ao fim do comércio ilegal de animais exóticos. Os autores defendem também que transmissões online de consumo de comida, muito em voga, ajudaram a espalhar o vírus

 

[dropcap]A[/dropcap] revista científica The Lancet publicou na última sexta-feira um artigo que explica as razões por detrás do consumo de carne e outros derivados de animais selvagens na China, defendendo uma mudança de paradigma nessa prática que vem dos tempos antigos. Recorde-se que o surto do novo coronavírus teve origem no mercado de Wuhan, com as primeiras análises a apontarem para a origem em serpentes ou morcegos à venda no mercado.

No entanto, um último estudo divulgado, e levado a cabo por investigadores da Universidade de Agricultura do Sul da China, dá conta que a nova estirpe do coronavírus pode ter tido origem no pangolim, um pequeno mamífero em risco de extinção e um dos animais mais contrabandeados do mundo. Terá sido o pangolim o “possível hospedeiro intermediário” que facilitou a transmissão do vírus, apontou a universidade em comunicado, sem avançar mais detalhes. Um animal que abriga um vírus sem adoecer, mas que pode infectar outras espécies, é designado de “reservatório”.

O artigo publicado pela The Lancet, intitulado “Game consumption and the 2019 novel coronavirus”, assinado por Jie Li, da Universidade de Guangzhou e Jun Li, da Universidade de Ningxia, juntamente com mais cinco autores chineses, explica as razões que estão por detrás de uma prática muito comum na sociedade chinesa desde há vários séculos.

“Mesmo depois da confirmação oficial da ligação próxima entre os casos severos de pneumonia e o comércio de animais no mercado, este manteve-se aberto até 21 de Janeiro. A prática do consumo de carne e produtos oriundos de animais selvagens na China data de períodos pré-históricos. Nos tempos modernos, apesar deste tipo de comércio não ser essencial à alimentação, a tradição de comer este tipo de animais persiste”, lê-se no artigo.

Os autores denotam que este tipo de prática é mais comum no sudeste do país, “onde as cidades de Guangdong e Wuhan se situam” e onde “este tipo de pratos são considerados iguarias nos menus do dia-a-dia”.

O artigo explica que o consumo de animais selvagens pode ter origens filosóficas e muito ligadas às tradições da medicina tradicional chinesa. “Contudo, mesmo que não sejam capazes de compreender a essência desta filosofia, muitos chineses alargam o âmbito da homóloga e simplesmente pensam que consiste nos suplementos que consomem”, alertam os autores.

Comer cérebro e rins

Com base em crenças antigas, muitas famílias chinesas acreditam que comer órgãos de animais selvagens pode curar ou prevenir doenças. “Por exemplo, acredita-se que os rins e o pénis dos veados ou tigres têm um efeito afrodisíaco, e que o cérebro de peixes ou macacos faz as pessoas mais felizes e positivas. Outra falsa crença é que produtos e carne de animais selvagens têm efeitos terapêuticos.”

Os autores denotam que “se acredita que a carne de pangolim chinês ajuda a aliviar o reumatismo, e que o seu sangue ajuda a promover a circulação sanguínea e a remover a obstrução dos meridianos (um conceito da medicina tradicional chinesa), além de que se acredita também que a sua bílis ajuda a eliminar o que se chamar o fogo do fígado e a melhorar a visão.”

Neste sentido, os autores do artigo defendem que o comércio de animais vivos deve ser suspenso no país.
“A chave para controlar doenças como a SARS, a MERS, Ebola e o novo coronavírus de 2019 é interromper este consumo, com a legislação a ser parte da solução. A última solução passa por mudar a mentalidade das pessoas sobre o que é delicioso, uma tendência, prestígio ou saudável para comer.”

“Em resposta ao coronavírus de 2019, o Governo chinês baniu todas as formas de comércio de animais selvagens, e há esforços espontâneos na internet para explicar os riscos que envolvem o consumo de animais selvagens, juntamente com recomendações contra a compra, venda e consumo de animais selvagens”, acrescentam.

Os autores dizem ainda acreditar que “através de uma mudança na ultrapassada e inapropriada tradição de consumir animais selvagens e os seus produtos podemos conservar o habitat natural dos animais selvagens, e que humanos e outras criaturas podem co-existir em harmonia”.

Vídeos online

O artigo da The Lancet aponta ainda outro factor que pode ter ajudado à propagação do vírus, e que tem a ver com uma das últimas tendências na Internet, sobretudo em países asiáticos.

“Comportamentos vistos na Internet podem ter levado a espalhar o novo coronavírus. Em plataformas online de transmissão de vídeos em directo, como o Kuaishou e Douyin, protagonizam-se as chamadas emissões de comida [mukbangs], que envolve comer comida em frente ao seu público. Às vezes, a comida que eles consomem é estranha e perigosa.”

Como exemplos, os autores apontam uma transmissão em 2016, onde “uma destas plataformas mostrou alguém a comer sopa feita de morcego”. “Comer outros animais selvagens, tais como o caracol africano, sapo, bambu com carne de rato e polvo é também transmitido. Às vezes os animais são consumidos crus ou mesmo vivos, especialmente os polvos, mesmo com a possibilidade de estarem infectados com vários vírus”, denotam os autores do artigo.

Joe Chan, ambientalista de Macau, acredita que, com o surto do coronavírus a gerar mortes na China quase diariamente, vai haver uma mudança nos comportamentos alimentares.

“Acredito, sem dúvida, que a população chinesa aprendeu uma lição preciosa desta vez. A forma como eles consomem animais selvagens está directamente relacionada com a eficiência da conservação das espécies em vias de extinção”, disse ao HM.

Além da origem do novo coronavírus poder estar no pangolim, a maioria dos analistas aponta o morcego como fonte primária, uma vez que, de acordo com um estudo recente, os genomas do novo coronavírus são 96 por cento iguais aos que circulam no organismo daquele animal. Já os vírus detectados nos pangolins são 99 por cento idênticos aos encontrados em pacientes humanos, de acordo com uma análise a mais de 1000 amostras de animais selvagens. A hipótese inicial de o intermediário ter sido a cobra foi, entretanto, afastada.

Durante a epidemia da pneumonia atípica, também causada por um coronavírus, e que entre 2002 e 2003 paralisou a China, o intermediário foi a civeta, um pequeno mamífero cuja carne é apreciada na China.

Como parte das medidas para conter a recente epidemia, a China anunciou, no final de Janeiro, o encerramento temporário de mercados de animais selvagens, proibindo por tempo indeterminado a criação, transporte ou venda de todas as espécies de animais selvagens.

O pangolim é o mamífero mais contrabandeado do mundo, com cerca de um milhão de espécimes capturadas nos últimos 10 anos, nas florestas da Ásia e África. A caça ilegal é estimulada pelo aumento da procura pela sua carne e partes do corpo.

11 Fev 2020

Coronavírus | Os mitos e crenças por detrás do consumo de animais selvagens na China 

Um artigo científico publicado pela revista The Lancet explica as origens do consumo de animais selvagens na China e os seus perigos. O estudo, assinado por Jie Li e Jun Li, entre outros autores, defende o fim deste consumo que levaria ao fim do comércio ilegal de animais exóticos. Os autores defendem também que transmissões online de consumo de comida, muito em voga, ajudaram a espalhar o vírus

 
[dropcap]A[/dropcap] revista científica The Lancet publicou na última sexta-feira um artigo que explica as razões por detrás do consumo de carne e outros derivados de animais selvagens na China, defendendo uma mudança de paradigma nessa prática que vem dos tempos antigos. Recorde-se que o surto do novo coronavírus teve origem no mercado de Wuhan, com as primeiras análises a apontarem para a origem em serpentes ou morcegos à venda no mercado.
No entanto, um último estudo divulgado, e levado a cabo por investigadores da Universidade de Agricultura do Sul da China, dá conta que a nova estirpe do coronavírus pode ter tido origem no pangolim, um pequeno mamífero em risco de extinção e um dos animais mais contrabandeados do mundo. Terá sido o pangolim o “possível hospedeiro intermediário” que facilitou a transmissão do vírus, apontou a universidade em comunicado, sem avançar mais detalhes. Um animal que abriga um vírus sem adoecer, mas que pode infectar outras espécies, é designado de “reservatório”.
O artigo publicado pela The Lancet, intitulado “Game consumption and the 2019 novel coronavirus”, assinado por Jie Li, da Universidade de Guangzhou e Jun Li, da Universidade de Ningxia, juntamente com mais cinco autores chineses, explica as razões que estão por detrás de uma prática muito comum na sociedade chinesa desde há vários séculos.
“Mesmo depois da confirmação oficial da ligação próxima entre os casos severos de pneumonia e o comércio de animais no mercado, este manteve-se aberto até 21 de Janeiro. A prática do consumo de carne e produtos oriundos de animais selvagens na China data de períodos pré-históricos. Nos tempos modernos, apesar deste tipo de comércio não ser essencial à alimentação, a tradição de comer este tipo de animais persiste”, lê-se no artigo.
Os autores denotam que este tipo de prática é mais comum no sudeste do país, “onde as cidades de Guangdong e Wuhan se situam” e onde “este tipo de pratos são considerados iguarias nos menus do dia-a-dia”.
O artigo explica que o consumo de animais selvagens pode ter origens filosóficas e muito ligadas às tradições da medicina tradicional chinesa. “Contudo, mesmo que não sejam capazes de compreender a essência desta filosofia, muitos chineses alargam o âmbito da homóloga e simplesmente pensam que consiste nos suplementos que consomem”, alertam os autores.

Comer cérebro e rins

Com base em crenças antigas, muitas famílias chinesas acreditam que comer órgãos de animais selvagens pode curar ou prevenir doenças. “Por exemplo, acredita-se que os rins e o pénis dos veados ou tigres têm um efeito afrodisíaco, e que o cérebro de peixes ou macacos faz as pessoas mais felizes e positivas. Outra falsa crença é que produtos e carne de animais selvagens têm efeitos terapêuticos.”
Os autores denotam que “se acredita que a carne de pangolim chinês ajuda a aliviar o reumatismo, e que o seu sangue ajuda a promover a circulação sanguínea e a remover a obstrução dos meridianos (um conceito da medicina tradicional chinesa), além de que se acredita também que a sua bílis ajuda a eliminar o que se chamar o fogo do fígado e a melhorar a visão.”
Neste sentido, os autores do artigo defendem que o comércio de animais vivos deve ser suspenso no país.
“A chave para controlar doenças como a SARS, a MERS, Ebola e o novo coronavírus de 2019 é interromper este consumo, com a legislação a ser parte da solução. A última solução passa por mudar a mentalidade das pessoas sobre o que é delicioso, uma tendência, prestígio ou saudável para comer.”
“Em resposta ao coronavírus de 2019, o Governo chinês baniu todas as formas de comércio de animais selvagens, e há esforços espontâneos na internet para explicar os riscos que envolvem o consumo de animais selvagens, juntamente com recomendações contra a compra, venda e consumo de animais selvagens”, acrescentam.
Os autores dizem ainda acreditar que “através de uma mudança na ultrapassada e inapropriada tradição de consumir animais selvagens e os seus produtos podemos conservar o habitat natural dos animais selvagens, e que humanos e outras criaturas podem co-existir em harmonia”.

Vídeos online

O artigo da The Lancet aponta ainda outro factor que pode ter ajudado à propagação do vírus, e que tem a ver com uma das últimas tendências na Internet, sobretudo em países asiáticos.
“Comportamentos vistos na Internet podem ter levado a espalhar o novo coronavírus. Em plataformas online de transmissão de vídeos em directo, como o Kuaishou e Douyin, protagonizam-se as chamadas emissões de comida [mukbangs], que envolve comer comida em frente ao seu público. Às vezes, a comida que eles consomem é estranha e perigosa.”
Como exemplos, os autores apontam uma transmissão em 2016, onde “uma destas plataformas mostrou alguém a comer sopa feita de morcego”. “Comer outros animais selvagens, tais como o caracol africano, sapo, bambu com carne de rato e polvo é também transmitido. Às vezes os animais são consumidos crus ou mesmo vivos, especialmente os polvos, mesmo com a possibilidade de estarem infectados com vários vírus”, denotam os autores do artigo.
Joe Chan, ambientalista de Macau, acredita que, com o surto do coronavírus a gerar mortes na China quase diariamente, vai haver uma mudança nos comportamentos alimentares.
“Acredito, sem dúvida, que a população chinesa aprendeu uma lição preciosa desta vez. A forma como eles consomem animais selvagens está directamente relacionada com a eficiência da conservação das espécies em vias de extinção”, disse ao HM.
Além da origem do novo coronavírus poder estar no pangolim, a maioria dos analistas aponta o morcego como fonte primária, uma vez que, de acordo com um estudo recente, os genomas do novo coronavírus são 96 por cento iguais aos que circulam no organismo daquele animal. Já os vírus detectados nos pangolins são 99 por cento idênticos aos encontrados em pacientes humanos, de acordo com uma análise a mais de 1000 amostras de animais selvagens. A hipótese inicial de o intermediário ter sido a cobra foi, entretanto, afastada.
Durante a epidemia da pneumonia atípica, também causada por um coronavírus, e que entre 2002 e 2003 paralisou a China, o intermediário foi a civeta, um pequeno mamífero cuja carne é apreciada na China.
Como parte das medidas para conter a recente epidemia, a China anunciou, no final de Janeiro, o encerramento temporário de mercados de animais selvagens, proibindo por tempo indeterminado a criação, transporte ou venda de todas as espécies de animais selvagens.
O pangolim é o mamífero mais contrabandeado do mundo, com cerca de um milhão de espécimes capturadas nos últimos 10 anos, nas florestas da Ásia e África. A caça ilegal é estimulada pelo aumento da procura pela sua carne e partes do corpo.

11 Fev 2020

Vírus | Sobe para cerca de 130 número de infectados em cruzeiro no Japão

[dropcap]O[/dropcap] número de infectados pelo coronavírus chinês sob quarentena no porto de Yokohoma, Japão, subiu para cerca de 130, depois dos testes feitos a mais 60 pessoas terem dado positivo, informaram hoje os media nipónicos. O navio chegou há uma semana ao porto de Yokohama, a sudoeste de Tóquio, transportando 3.700 passageiros e tripulantes.

As pessoas infectadas já foram levadas para centros médicos de Tóquio e de outras localidades próximas, onde estão a receber tratamento.

As autoridades sanitárias continuam a realizar exames médicos aos passageiros e tripulantes do “Diamond Princess”, que transportava 3.700 pessoas. O navio está sob quarentena desde passada segunda-feira e por um período de duas semanas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na sexta-feira ao Japão que tomasse todas as medidas necessárias para acompanhar os passageiros da Diamond Princess confinados a bordo, incluindo medidas de apoio psicológico.

As autoridades chinesas elevaram hoje para 908 mortos e mais 40 mil infectados o balanço do surto de pneumonia na China continental causado pelo novo coronovírus (2019-nCoV) detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

No domingo, segundo dados divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China, foram registadas no território continental chinês 97 mortes e detetados 3.000 novos casos de infeção.

O número total de mortes ascende a 910, contabilizando as duas registadas fora da China continental, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong.

O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou no domingo a 39, com duas novas infecções detectadas em Espanha no Reino Unido.

Uma missão internacional de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) partiu no domingo para a China. A OMS, que declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública internacional, indicou no sábado que os casos de contágio revelados diariamente na China estão a estabilizar, mas sublinhou que era cedo para concluir que a epidemia atingiu o seu pico.

10 Fev 2020

Vírus | Sobe para cerca de 130 número de infectados em cruzeiro no Japão

[dropcap]O[/dropcap] número de infectados pelo coronavírus chinês sob quarentena no porto de Yokohoma, Japão, subiu para cerca de 130, depois dos testes feitos a mais 60 pessoas terem dado positivo, informaram hoje os media nipónicos. O navio chegou há uma semana ao porto de Yokohama, a sudoeste de Tóquio, transportando 3.700 passageiros e tripulantes.
As pessoas infectadas já foram levadas para centros médicos de Tóquio e de outras localidades próximas, onde estão a receber tratamento.
As autoridades sanitárias continuam a realizar exames médicos aos passageiros e tripulantes do “Diamond Princess”, que transportava 3.700 pessoas. O navio está sob quarentena desde passada segunda-feira e por um período de duas semanas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na sexta-feira ao Japão que tomasse todas as medidas necessárias para acompanhar os passageiros da Diamond Princess confinados a bordo, incluindo medidas de apoio psicológico.
As autoridades chinesas elevaram hoje para 908 mortos e mais 40 mil infectados o balanço do surto de pneumonia na China continental causado pelo novo coronovírus (2019-nCoV) detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
No domingo, segundo dados divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China, foram registadas no território continental chinês 97 mortes e detetados 3.000 novos casos de infeção.
O número total de mortes ascende a 910, contabilizando as duas registadas fora da China continental, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong.
O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou no domingo a 39, com duas novas infecções detectadas em Espanha no Reino Unido.
Uma missão internacional de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) partiu no domingo para a China. A OMS, que declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública internacional, indicou no sábado que os casos de contágio revelados diariamente na China estão a estabilizar, mas sublinhou que era cedo para concluir que a epidemia atingiu o seu pico.

10 Fev 2020

Vírus | Número de mortos na China sobe para 908, mais 97 que domingo

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos na China continental devido ao novo coronavírus aumentou hoje para 908, mais 97 do que no domingo, informaram as autoridades. Segundo os números divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China, são agora 40.171 as pessoas infectadas no país. Um aumento de 97 mortes indica um recrudescimento de casos do novo vírus, 2019-nCoV, depois de ter havido uma quebra no dia anterior.

A mesma fonte precisou que até à meia noite local contavam-se 6.484 casos graves e que 3.281 tiveram alta, depois de se curarem da doença, que começou no final de 2019 na cidade de Wuhan, na província central de Hubei.

Até agora a Comissão, disse, fez o seguimento médico a 399.487 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados, dos quais 187.518 continuam em observação.

Na última contagem, anunciada na manhã de domingo, o número de mortes na China continental era de 811, a que se somavam mais duas mortes fora da China continental, um nas Filipinas e outro em Hong Kong.

Esse balanço já ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países.

A França fechou duas escolas depois de cinco visitantes britânicos terem contraído o vírus numa estância de esqui e também foram detetados novos casos em países como Espanha, Reino Unido, Japão, Malásia, Coreia do Sul ou Vietname. Ao todo já foram registados mais de 360 casos fora da China continental.

10 Fev 2020

Vírus | Número de mortos na China sobe para 908, mais 97 que domingo

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos na China continental devido ao novo coronavírus aumentou hoje para 908, mais 97 do que no domingo, informaram as autoridades. Segundo os números divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China, são agora 40.171 as pessoas infectadas no país. Um aumento de 97 mortes indica um recrudescimento de casos do novo vírus, 2019-nCoV, depois de ter havido uma quebra no dia anterior.
A mesma fonte precisou que até à meia noite local contavam-se 6.484 casos graves e que 3.281 tiveram alta, depois de se curarem da doença, que começou no final de 2019 na cidade de Wuhan, na província central de Hubei.
Até agora a Comissão, disse, fez o seguimento médico a 399.487 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados, dos quais 187.518 continuam em observação.
Na última contagem, anunciada na manhã de domingo, o número de mortes na China continental era de 811, a que se somavam mais duas mortes fora da China continental, um nas Filipinas e outro em Hong Kong.
Esse balanço já ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países.
A França fechou duas escolas depois de cinco visitantes britânicos terem contraído o vírus numa estância de esqui e também foram detetados novos casos em países como Espanha, Reino Unido, Japão, Malásia, Coreia do Sul ou Vietname. Ao todo já foram registados mais de 360 casos fora da China continental.

10 Fev 2020

Hong Kong | Fim da quarentena no cruzeiro World Dream

Os cerca de 3.600 passageiros e tripulação a bordo do navio cruzeiro, atracado em Hong Kong desde o passado dia 5 de Fevereiro, podem finalmente respirar de alívio e regressar a casa

 

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Hong Kong levantaram ontem a quarentena pelo novo coronavírus no navio cruzeiro World Dream, após os testes realizados aos passageiros terem dado negativo.

O navio foi colocado em quarentena quando atracou na quarta-feira no porto de Hong Kong depois de oito passageiros chineses terem sido diagnosticados com o novo vírus.

O oficial do porto Leung Yiu-hon afirmou ontem que os testes realizados aos mais de 1.800 passageiros foram concluídos antes do previsto e deram todos negativo.

A quarentena do navio, que tem mais de 1.800 passageiros, a maioria de Hong Kong, terminará e todos os que estão a bordo poderão partir, anunciou o oficial citado pela agência AP.

Alguns passageiros que apresentavam sintomas deram negativo, disse Leung Yiu-hon, explicando que não havia necessidade de testar todos os passageiros porque não tinham tido contacto com os oito que estavam infectados.

A bordo deste navio estavam sete pessoas com passaporte português, segundo o cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong,

Na passada quarta-feira, uma equipa das autoridades de saúde de Hong Kong embarcou no World Dream para realizar inspecções médicas a 1.800 passageiros e 1.800 tripulantes após o navio atracar no terminal Kai Tak, em Kowloon, ao qual chegou depois de ter sido recusado pelas autoridades de Taiwan.

10 Fev 2020