Hoje Macau China / ÁsiaAmbiente | Fixada quota de 30% de eléctricos para viaturas oficiais O Ministério das Finanças da China anunciou ontem uma directriz segundo a qual, pelo menos, 30 por cento dos veículos adquiridos para uso público devem ser eléctricos e híbridos O ministério explicou que “em princípio, os ‘veículos de energia nova’ devem representar, pelo menos, 30 por cento do total” das aquisições. De acordo com a directriz, as agências governamentais de aquisições devem dar prioridade à compra desses veículos, desde que cumpram os requisitos funcionais e operacionais necessários, informou a televisão estatal CCTV. O ministério disse ainda que, para situações em que os veículos têm rotas fixas, como os que se destinam a serviços de comunicação confidenciais ou operam principalmente em áreas urbanas, apenas devem ser adquiridos modelos eléctricos. A pasta prevê ainda a contratação de serviços de aluguer de automóveis, referindo que, nestes casos, os organismos governamentais devem dar prioridade à utilização de veículos eléctricos. Numa tentativa de promover este tipo de automóvel, reduzir a poluição nas cidades chinesas e impulsionar o sector das novas energias, as autoridades locais e nacionais da China anunciaram, nos últimos anos, todo o tipo de medidas, incluindo medidas fiscais, para promover a utilização de automóveis eléctricos. A taxa de penetração destes veículos no mercado chinês atingiu 25 por cento em 2023, contra 15 por cento na Europa e 8 por cento nos Estados Unidos, segundo um estudo publicado no ano passado pela empresa de consultadoria Bain & Company. Mudança de paradigma As vendas de veículos eléctricos devem ultrapassar as dos automóveis com motores de combustão interna na China, pela primeira vez, em 2025, segundo dados do sector. A China deve ultrapassar as previsões internacionais e os objectivos oficiais de Pequim, com as vendas domésticas de veículos eléctricos – incluindo baterias puras e híbridos – a crescerem cerca de 20 por cento para mais de 12 milhões de unidades, em 2025, de acordo estimativas de bancos de investimento e grupos de investigação citadas pelo jornal britânico Financial Times. O rápido crescimento da indústria chinesa de veículos eléctricos ameaça agora as marcas alemãs, japonesas e norte-americanas, que dominam o mercado mundial de automóveis há várias décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaAdolescente condenado a prisão perpétua pela morte de colega de turma Um tribunal da província de Hebei, no norte da China, condenou ontem um adolescente de 13 anos a prisão perpétua pelo seu papel no assassinato de um colega de turma, num caso que chocou a opinião pública chinesa. O Tribunal Intermédio de Handan condenou Zhang, de 13 anos, a prisão perpétua, pelo assassinato, em Março passado, de Wang, da mesma idade, informou a agência de notícias oficial Xinhua. O cúmplice, Li, também de 13 anos, foi condenado a 12 anos de prisão. O terceiro menor envolvido, Ma, que tinha a mesma idade e que não participou directamente no assassinato, mas ajudou a destruir provas, foi isento de responsabilidade criminal e será submetido a um programa de reintegração. O crime teve origem numa disputa entre os arguidos e Wang. Zhang concebeu o plano, persuadindo Li a colaborar no assassinato e na distribuição do dinheiro de Wang. Os preparativos incluíram a escolha de uma estufa abandonada como local do crime e a escavação de um buraco para enterrar o corpo. Em 10 de Março de 2024, Zhang atraiu a vítima para o local combinado. Li, por sua vez, transportou Ma até ao local sob o pretexto de carregar a bateria da sua mota eléctrica. Durante o trajecto, Ma foi informado do plano. Na estufa, Zhang atacou Wang com uma pá, enquanto Li o imobilizava. Ma, ao testemunhar o acto, fugiu do local. Depois de cometerem o crime, Zhang e Li enterraram o corpo, roubaram dinheiro da conta de Wang e destruíram o seu telemóvel. Posteriormente, Ma cooperou com as autoridades, fornecendo a localização onde se encontrava a vítima. O tribunal considerou que os actos de Zhang e Li, sendo deliberados e executados “de forma particularmente cruel”, constituíram crime de homicídio premeditado. Deixados para trás Embora ambos tivessem 13 anos na altura do crime, o Código Penal chinês estipula que, em casos graves, os menores com idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos podem ser responsabilizados criminalmente se for autorizado pelo Supremo Ministério Público do país, o que a instituição fez em Abril. Zhang foi identificado como o principal responsável pela concepção e execução do plano, enquanto Li foi identificado como cúmplice activo, embora com um grau de responsabilidade menor. Na altura, o caso suscitou preocupações sobre a delinquência juvenil na sociedade chinesa. Após o incidente, a imprensa local explicou que os três adolescentes acusados são “crianças deixadas para trás”, um termo utilizado nas redes sociais chinesas para descrever menores que vivem com os avós em zonas rurais enquanto os pais trabalham nas cidades. Além disso, Wang estava a ser vítima de abuso na escola, o que levou várias vozes no país asiático a apelar para a “criação de sistemas especializados de prevenção do ‘bullying’ nas escolas”, para a adopção de uma atitude de “tolerância zero” para com os agressores e de medidas de apoio às vítimas.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Presidente deposto volta a falhar interrogatório O presidente deposto da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, não compareceu ontem, pela terceira vez, para interrogatório sobre a imposição da lei marcial, disse uma equipa especial de investigação. Yoon tinha sido convocado para estar na sede da agência anticorrupção, o Gabinete Sénior de Investigação de Corrupção, em Gwacheon, nos subúrbios de Seul, às 10h (09h em Macau), mas não apareceu. Esta é a terceira vez que Yoon, um antigo procurador, se recusa a obedecer a intimações dos investigadores, depois de ter rejeitado uma primeira intimação, em 18 de Dezembro. No sábado foi revelado que Yoon Suk Yeol autorizou o exército a abrir fogo para entrar no parlamento no início de Dezembro, durante a tentativa de impor a lei marcial, segundo um relatório do Ministério Público consultado pela AFP. ““Ainda não entraste? O que estão a fazer? Arrombem a porta e tirem-nos de lá, mesmo que seja preciso disparar”, disse a 3 de Dezembro, durante uma chamada telefónica com o comandante militar de Seul, Lee Jin-woo, que se encontrava perto do parlamento, segundo a procuradoria. O Ministério Público divulgou aos meios de comunicação social o relatório de acusação contra o antigo ministro da Defesa Kim Yong-hyun, apontado como a pessoa que pressionou o Presidente Yoon a impor a lei marcial. Segundo o relatório, com 10 páginas, o Presidente sul-corenano também ordenou ao chefe da contraespionagem militar, general Kwak Jong-keun, que “entrasse rapidamente” no parlamento. “Tirem as pessoas do interior da assembleia, destruam as portas com um machado, se necessário”, disse ainda Yoon Suk Yeol. No relatório aponta-se ainda que o Presidente tinha discutido a lei marcial com oficiais militares superiores já em Março. Enquanto os deputados se apressavam em rejeitar a lei marcial na madrugada de 4 de Dezembro, o Presidente Yoon disse a Lee que a declararia “uma segunda e terceira vez”.
Hoje Macau China / ÁsiaQueda de avião na Coreia: O que se sabe até ao momento Um avião de passageiros incendiou-se quando aterrava este domingo, 29, num aeroporto na Coreia do Sul, matando 179 pessoas, num dos desastres aéreos mais mortíferos da história do país. Houve apenas dois sobreviventes no voo 2216 da companhia de baixo custo Jeju Air, segundo as autoridades. Um vídeo mostrou o avião a derrapar e ultrapassar a pista de aterragem e depois a colidir com uma barreira no aeroporto. O trem de aterragem dianteiro aparentemente não foi acionado. O que aconteceu? O jato Boeing 737-800, proveniente de Banguecoque, despenhou-se ao aterrar no aeroporto de Muan (sudoeste), a cerca de 290 quilómetros a sul da capital, Seul, às 09:03 locais, segundo o Ministério dos Territórios. As autoridades do Ministério dos Transportes disseram que a torre de controlo do aeroporto emitiu um alerta de colisão com aves aos pilotos pouco antes da sua intenção de aterrar e deu-lhes permissão para usar uma área diferente. Um vídeo transmitido pela emissora sul-coreana MBC mostra o avião a aterrar com fumo a sair dos motores, aparentemente sem trem de aterragem. A aeronave saiu da pista e ficou envolvida pelas chamas. Apenas dois sobreviventes Todos os 175 passageiros e quatro dos seis tripulantes a bordo morreram. Os passageiros eram todos coreanos, exceto dois tailandeses, uma criança de 3 anos e um homem de 78, disseram as autoridades. As equipas de socorro resgataram dois tripulantes dos destroços do avião. Segundo o ‘site’ especializado Flightradar, o avião, um Boeing 737-800 da empresa sul-coreana de baixo custo Jeju Air, entrou ao serviço em 2009. Como estão a decorrer as operações de socorro? Centenas de membros da equipa de resgate, incluindo bombeiros e soldados, foram enviados para o local. Os familiares aguardavam no primeiro andar do aeroporto. Imagens transmitidas pelos canais de televisão locais mostraram a aeronave completamente carbonizada, com exceção da cauda, e corpos envoltos em mortalhas azuis retirados em macas. O Presidente sul-coreano em exercício, Choi Sang-mok, presidiu a uma reunião governamental de emergência e visitou hoje o local. O Governo declarou Muan uma zona de catástrofe especial. Kim E-bae, presidente da Jeju Air, fez uma profunda vénia a outros altos funcionários da empresa ao pedir desculpa às famílias enlutadas e afirmou que sente “total responsabilidade” pelo desastre. A Boeing também apresentou condolências e disse em comunicado na rede X que está pronta para apoiar a empresa na investigação do acidente. O que provocou o acidente? Serão necessários meses para determinar as causas. Mas existem algumas pistas possíveis. Lee Jeong-hyeon, chefe do corpo de bombeiros de Muan, disse que os trabalhadores estavam a analisar várias possibilidades, incluindo se a aeronave foi atingida por aves. “Suspeita-se que a causa do acidente tenha sido uma colisão com aves combinada com condições meteorológicas desfavoráveis. Mas a causa exata será anunciada após uma investigação”, disse Lee Jeong-hyun. Os primeiros elementos noticiados pela agência de notícias sul-coreana Yonhap deram conta de um “mau funcionamento do trem de aterragem”. Segundo a mesma fonte, a aeronave aterrou de barriga e incendiou-se ao embater numa vedação no final da pista. Questionado sobre a possibilidade de a pista de aterragem ser demasiado curta, um responsável disse que isso provavelmente não era um fator. “A pista tem 2.800 metros de comprimento, ou 9.200 pés, e os aviões de tamanho semelhante utilizam-na sem problemas”, esclareceu. As duas caixas negras – o gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine – foram recuperadas. Quais os perigos das colisões de aves? As colisões de aves, que podem causar danos significativos no motor ou no pára-brisas, são a causa de muitos acidentes aéreos. Na maioria dos casos, a colisão ocorre durante a descolagem ou aterragem, quando os motores estão a trabalhar a toda a velocidade. Os danos materiais variam desde uma simples deformação do bordo de ataque da asa até à destruição parcial ou total do reator. Um dos casos mais famosos remonta a janeiro de 2009, quando o piloto de um Airbus A320 da US Airways com 155 pessoas a bordo conseguiu aterrar de emergência no rio Hudson, em Nova Iorque, após uma colisão deste tipo, e salvou todos os ocupantes. E quanto aos acidentes aéreos anteriores? Este é o primeiro acidente mortal na história da Jeju Air, fundada em 2005. Em 12 de agosto de 2007, um Bombardier Q400 da sua frota que transportava 74 pessoas despistou-se sob ventos fortes no aeroporto de Busan-Gimhae (sudeste), provocando cerca de 10 feridos ligeiros. Antes do acidente de hoje, o acidente de avião mais grave da história da Coreia do Sul foi a queda de um Boeing 767 da Air China vindo de Pequim contra uma colina perto do aeroporto de Busan-Gimhae, que fez 129 mortos a 15 de abril de 2002. O último acidente mortal numa companhia aérea sul-coreana foi o de um Boeing 777 da Asiana Airlines que falhou a aterragem no aeroporto de São Francisco, matando três pessoas e ferindo 182 a 6 de julho de 2013. O desastre mais mortífero para uma empresa sul-coreana continua a ser o de um Boeing 747 da Korean Air, que ligava Nova Iorque a Seul via Anchorage (Alaska), que foi abatido por um caça soviético sobre o Mar do Japão, causando a morte de 246 passageiros e 23 tripulantes em 1 de setembro de 1983. No entanto, os especialistas acreditam que o setor do transporte aéreo sul-coreano é globalmente fiável e seguro.
Hoje Macau China / ÁsiaAcidente de avião terá causado 179 mortos na Coreia do Sul Um total de 179 pessoas terão morrido este domingo na queda de um avião da Jeju Air no aeroporto de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, de acordo com informações preliminares dos bombeiros. Segundo a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap, as equipas de emergências conseguiram resgatar dois sobreviventes, um tripulante e um passageiro, do avião que tinha 181 pessoas a bordo. O número oficial de mortos é de 120, enquanto os bombeiros continuam a trabalhar na zona e a verificar o estado das vítimas, embora já tenham notado que a maioria estaria “presumivelmente morta” e que o número oficial deverá aumentar drasticamente nas próximas horas. O anterior balanço provisório daquele que é já um dos piores desastres aéreos na história da Coreia do Sul apontava para pelo menos 85 mortos. O avião ficou “quase completamente destruído” e os passageiros e tripulantes tiveram “poucas hipóteses de sobreviver”, disseram os bombeiros. “Os passageiros foram ejetados do avião quando este colidiu com uma barreira, deixando-os com poucas hipóteses de sobrevivência”, disse um bombeiro local, durante uma reunião com familiares das vítimas. “O avião está quase totalmente destruído e a identificação dos falecidos está a ser difícil”, acrescentou. O avião, com 175 passageiros e seis membros da tripulação a bordo, despenhou-se por volta das 09:07 (hora local) ao aterrar no aeroporto da cidade de Muan, no sul da Coreia do Sul, a cerca de 290 quilómetros da capital, Seul. De acordo com a polícia e bombeiros, o avião, um Boeing 737-8AS vindo da capital da Tailândia, Banguecoque, colidiu com uma vedação de betão e incendiou-se. As autoridades aeroportuárias disseram que o avião estava a tentar uma aterragem forçada, após uma primeira tentativa ter falhado, devido a uma avaria do trem de aterragem. No entanto, o avião não terá conseguido reduzir a velocidade até chegar ao fim da pista, o que provocou a colisão com a vedação e o incêndio. O chefe do corpo de bombeiros de Muan, Lee Jeong-hyun, disse que a queda se deveu provavelmente a uma colisão com um pássaro, combinada com condições meteorológicas adversas. O presidente em exercício do país, Choi Sang-mok, ordenou que fossem feitos todos os esforços possíveis nas operações de resgate após o acidente. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia confirmou em comunicado a presença de dois cidadãos no avião e disse que o país está em contacto com Seul. Nikorndej Balankura instou os familiares destes dois cidadãos a telefonar para a embaixada tailandesa em Seul para receber mais informações. A última vez que a Coreia do Sul sofreu um desastre aéreo de grande escala foi em 1997, quando um avião da companhia aérea sul-coreana Korean Airline se despenhou no território norte-americano de Guam, matando as 228 pessoas a bordo.
Hoje Macau China / ÁsiaTransportes | Apresentado comboio mais rápido para serviços comerciais A China apresentou ontem em Pequim o protótipo do CR450, o comboio de maior velocidade para serviços comerciais chineses, concebido para operar a 400 quilómetros por hora O modelo, desenvolvido pelo conglomerado estatal China State Railway Group (CRRC), atingiu os 450 quilómetros por hora em testes, consolidando a liderança do país na tecnologia ferroviária. De acordo com listas elaboradas por meios de comunicação especializados, como a Railway Technology, esta velocidade ultrapassa em 50 quilómetros por hora o actual recorde, estabelecido pelos comboios CR Fuxing e CR Harmony, também chineses. No entanto, os comboios de levitação magnética, como o Shanghai Maglev, continuam a ser mais rápidos, atingindo velocidades até 501 quilómetros por hora. O desenvolvimento do CR450 começou em 2018 como parte de um projecto de inovação tecnológica. Em 2021, foram lançadas as primeiras iniciativas do programa, seguindo-se ensaios em linhas como Mianchi-Mengzi e Fuzhou-Xiamen, entre 2022 e 2023. O protótipo apresentado este ano integra um fabrico inteligente avançado e controlos de qualidade mais rigorosos, garantiu a CRRC. As inovações incluem uma redução de 22 por cento na resistência operacional e um design mais leve, com um peso total reduzido em 10 por cento. Além disso, o comboio oferece maior conforto aos passageiros, com cabines maiores e mais silenciosas, serviços personalizados e sistemas de monitorização e controlo inteligentes. Menos peso O CR450 é o sucessor do CR Fuxing, o primeiro comboio de alta velocidade totalmente desenvolvido na China sem tecnologia estrangeira. Em 2021, um estudo científico chinês tinha proposto adicionar cinco pares de pequenas asas a cada vagão do comboio CR450, então em desenvolvimento, para reduzir o seu peso e aumentar a velocidade. Engenheiros japoneses tiveram uma ideia semelhante na década de 1980, mas esta foi descartada porque as asas eram muito grandes e tornavam impossível que os comboios circulassem nas linhas ferroviárias e túneis existentes. No entanto, os cientistas chineses optaram por colocar asas menores no tecto dos comboios, em vez de nas laterais. De acordo com os cientistas, que publicaram o seu estudo na revista científica Acta Aerodynamica Sinica, a ideia é um “avanço no campo da aerodinâmica dos comboios de alta velocidade que reduzirá custos e energia”, embora eles alertem que velocidades maiores podem reduzir “a vida útil das rodas e que as asas teriam que ser instaladas e cuidadosamente projectadas”. Com 37,9 mil quilómetros de extensão, a malha ferroviária de alta velocidade da China compõe mais de dois terços do total do mundo. A primeira linha chinesa de alta velocidade – um troço de 117 quilómetros entre Pequim e Tianjin – começou a funcionar em 2008, quando a capital chinesa organizou os Jogos Olímpicos, 28 anos depois do nascimento do TGV francês.
Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteZhuhai | Autor de atropelamento intencional condenado à morte Foi condenado à morte, na sexta-feira, o autor do atropelamento intencional que, em Novembro, causou 35 mortos e 43 feridos na cidade vizinha de Zhuhai. Segundo a agência noticiosa Xinhua, o Tribunal Popular Intermédio de Zhuhai condenou o homem a pena de morte por “colocar em risco a segurança pública através de métodos perigosos”, sendo ainda “privado de direitos políticos para o resto da vida”. Na sessão de julgamento, os juízes consideraram que o homem “decidiu descarregar a sua raiva por causa do fim do seu casamento, os resultados do divórcio e divisão de bens”, tendo atropelado intencionalmente, na noite de 11 de Novembro, pessoas que praticavam desporto junto ao Centro Desportivo do Distrito de Xiangzhou, em Zhuhai. O tribunal entendeu, segundo a mesma nota, “que os motivos criminosos do réu foram extremamente desprezíveis”, e que “a natureza do crime foi extremamente grave e métodos criminosos particularmente cruéis”. O crime praticado teve “consequências graves, com grandes danos sociais”. Ao julgamento assistiram familiares das vítimas e alguns sobreviventes do atropelamento, bem como membros da classe política do país, nomeadamente deputados da Assembleia Popular Nacional e delegados da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaExército chinês | Mais dois generais afastados por corrupção O órgão máximo legislativo da China retirou ontem o estatuto de membro a mais dois generais, numa altura em que Pequim intensifica a sua campanha anticorrupção nas Forças Armadas do país. O Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (APN) confirmou que o tenente-general You Haitao, antigo vice-comandante do Exército chinês, e o tenente-general Li Pengcheng, antigo comandante naval do Comando do Teatro do Sul das Forças Armadas, foram afastados do órgão legislativo. De acordo com o comunicado, You e Li são suspeitos de “violações graves das leis e da disciplina”, uma expressão normalmente usada pelas autoridades chinesas em casos de corrupção. A queda dos dois generais ocorre num período de mudanças de pessoal dentro do Exército de Libertação Popular (ELP), uma vez que vários oficiais superiores foram acusados de corrupção. Miao Hua, membro da poderosa Comissão Militar Central e director do seu departamento de trabalho político, foi colocado sob investigação, também por corrupção, em Novembro. You, de 66 anos, tornou-se comandante adjunto do exército no início de 2016, ocupando anteriormente o cargo de vice-comandante da Região Militar de Nanjing, sendo promovido a tenente-general em 2014. Li, 61 anos, desempenhou anteriormente funções como vice-chefe do Estado-Maior da Frota do Mar do Norte da Marinha do ELP, director do Instituto de Investigação de Equipamento da Marinha e chefe do Estado-Maior da Frota do Mar do Leste. Li foi comandante naval do Comando do Teatro do Sul depois de o seu antecessor, Ju Xinchun, ter sido também afastado do órgão legislativo, em Dezembro de 2023, juntamente com outros oito generais, incluindo vários altos oficiais da Força de Foguetes do ELP, que supervisiona o arsenal nuclear do país.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Vendas de eléctricos devem superar convencionais em 2025 As vendas de veículos eléctricos devem ultrapassar as dos automóveis com motores de combustão interna na China, pela primeira vez, em 2025, segundo dados do sector, ilustrando o rápido avanço no país asiático. A China deve ultrapassar as previsões internacionais e os objectivos oficiais de Pequim, com as vendas domésticas de veículos eléctricos – incluindo baterias puras e híbridos – a crescerem cerca de 20 por cento para mais de 12 milhões de unidades, em 2025, de acordo estimativas de bancos de investimento e grupos de investigação citadas pelo jornal britânico Financial Times. O número seria mais do dobro dos 5,9 milhões vendidos em 2022. As previsões são dos bancos de investimento UBS e HSBC e dos grupos de investigação Morningstar e Wood Mackenzie. Estas previsões implicam que, nos próximos anos, as fábricas instaladas na China para produzir dezenas de milhões de automóveis com motores tradicionais não terão praticamente procura no mercado chinês, segundo os analistas. As entidades salientaram também que o rápido crescimento da indústria chinesa de veículos eléctricos ameaça agora as marcas alemãs, japonesas e norte-americanas, que dominam o mercado mundial de automóveis há várias décadas. A quota das marcas estrangeiras no mercado chinês caiu para um mínimo histórico de 37 por cento – um declínio acentuado em relação aos 64 por cento registados em 2020 – à medida que as vendas de veículos eléctricos cresceram cerca de 40 por cento, em 2024, em termos homólogos. Só este mês, a norte-americana General Motors reduziu em mais de cinco mil milhões de dólares o valor do seu negócio na China. A dona da Porsche alertou para uma redução da sua participação na Volkswagen de até 20 mil milhões de euros, enquanto as rivais japonesas Nissan e Honda anunciaram uma fusão, para responder a um “ambiente empresarial em mudança drástica”.
Hoje Macau China / ÁsiaPIB | Pequim revê em alta dimensão da sua economia em 2023 A China afirmou ontem que a sua economia cresceu um pouco mais em 2023 do que o indicado nas estimativas anteriores, ressalvando que a revisão não afectou as previsões de um aumento homólogo de “cerca de 5 por cento” este ano A estimativa para a actividade económica total, ou produto interno bruto (PIB), em 2023, para a segunda maior economia do mundo, foi aumentada em cerca de 2,7 por cento, para 129,4 biliões de yuans, com base num censo económico realizado de cinco em cinco anos. O impacto exacto no crescimento económico homólogo da China em 2023 não foi indicado. As autoridades afirmaram que seriam divulgados mais pormenores posteriormente. A economia cresceu a um ritmo anual de 5,2 por cento, em 2023, de acordo com a estimativa anterior. O recenseamento económico incluiu anos em que a pandemia da covid-19 paralisou a actividade económica. A economia ainda está a recuperar desses choques e de uma grave recessão no mercado imobiliário. O Governo chinês intensificou as medidas para estimular o consumo e o investimento empresarial, comprometendo-se novamente esta semana a aumentar as despesas e a emitir mais obrigações para financiar o apoio às administrações locais, que estão a sofrer em parte devido à crise imobiliária. Estes esforços estão a ajudar, afirmou o Banco Mundial num relatório difundido ontem, tendo a instituição elevado a sua estimativa para o crescimento da China este ano para 4,9 por cento, em comparação com a previsão de Junho, de 4,8 por cento. Pé atrás A fraqueza do sector imobiliário continua a ser um entrave ao crescimento e as pessoas cujas casas perderam valor continuarão a mostrar-se relutantes em gastar muito. Segundo o relatório, a inflação manter-se-á baixa, situando-se em 0,4 por cento, este ano, e aumentando para 1,1 por cento, em 2025. O relatório salientou que, embora as medidas destinadas a aumentar a procura através da redução dos pagamentos de hipotecas e das taxas de juro, do financiamento de projectos de habitação a preços acessíveis e da concessão de subsídios a programas de reciclagem de automóveis e electrodomésticos estejam a apoiar a procura, essas medidas não serão suficientes para restaurar o crescimento para níveis mais elevados. O risco de taxas mais elevadas sobre as exportações chinesas para os EUA, quando o presidente eleito Donald Trump tomar posse, e outros limites ao comércio, são outras potenciais ameaças à economia, dada a crescente dependência da China das exportações para ajudar a impulsionar o crescimento. O Banco Mundial reiterou os apelos para que a China melhore a sua rede de segurança social e ajude a corrigir a crescente desigualdade, a fim de proporcionar uma base económica mais sólida às centenas de milhões de pessoas com baixos rendimentos ou que fazem parte daquilo a que chama a “classe média vulnerável” e que correm o risco de voltar a cair na pobreza.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Presidente deposto volta a ser convocado por investigadores O Presidente deposto da Coreia do Sul foi ontem novamente convocado pelos investigadores, depois de ter rejeitado um pedido anterior e no âmbito da tentativa falhada de impor lei marcial no início do mês. Yoon Suk-yeol, de 63 anos, foi suspenso no passado fim-de-semana pelos deputados, no âmbito de um processo de destituição, na sequência da declaração de lei marcial na noite de 03 para 04 de Dezembro e pelo envio do exército para o parlamento. Yoon e os aliados envolvidos no golpe de Estado podem ser condenados a prisão perpétua e, teoricamente, até à pena de morte, se forem considerados culpados de rebelião. Yoon está proibido de abandonar o país. O antigo procurador está a ser investigado pelo Ministério Público sul-coreano e por uma equipa conjunta da polícia, do Ministério da Defesa e de investigadores anticorrupção. A audição na agência anticorrupção está marcada para as 10:00 horas de 25 de Dezembro. Se Yoon se apresentar, torna-se o primeiro Presidente sul-coreano em exercício a comparecer perante um órgão de investigação. A antiga presidente Park Geun-hye foi destituída em circunstâncias semelhantes às de Yoon, mas só foi investigada depois de ter sido afastada do poder pelo Tribunal Constitucional. Yoon Suk-yeol não foi à audiência para a qual tinha sido convocado na quarta-feira, sem dar qualquer justificação para a ausência. No início da semana, os procuradores ordenaram que se apresentasse para ser interrogado ou enfrentaria a prisão, mas, entretanto, entregaram o caso à agência anticorrupção. O chefe deste organismo, Oh Dong-woon, disse ao parlamento, na terça-feira, que a possibilidade de deter Yoon também estava a “ser examinada”. O Tribunal Constitucional, que está a analisar o pedido de destituição, deve pronunciar-se sobre a validade deste num prazo de cerca de seis meses. Para o efeito, solicitou documentos relativos à declaração da lei marcial, mas o pedido foi devolvido ao remetente. “Estamos a examinar outras opções”, declarou um porta-voz do tribunal.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | Pequim acusa a Alemanha de difamação após detenção de cidadão chinês A China instou ontem as autoridades alemãs a “deixarem de caluniar e manipular”, depois de a polícia alemã ter comunicado a detenção de um cidadão chinês por suspeita de ter fotografado instalações militares. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que “não tinha conhecimento” dos pormenores do incidente. No entanto, Lin afirmou que o seu país “pede sempre aos seus cidadãos que respeitem as leis e regulamentos locais” e às autoridades estrangeiras que “protejam os direitos e interesses legítimos das empresas e indivíduos chineses”. “Esperamos que a Alemanha se atenha aos factos”, acrescentou o porta-voz, apelando a Berlim para que “proteja efectivamente os direitos dos cidadãos chineses na Alemanha”. De acordo com as autoridades alemãs, o homem está detido depois de ter sido preso a 09 de Dezembro e está a ser investigado por suspeita ao abrigo do artigo 109g do código penal, que se refere a tirar fotografias de instalações militares que ponham em risco a segurança. Segundo a imprensa europeia, o suspeito teve acesso à parte militar do porto de Kiel e tirou fotografias, mas foi interceptado por guardas de segurança, que o entregaram à polícia. No final de Setembro, um cidadão chinês que trabalhava para uma empresa de logística no aeroporto de Leipzig/Halle foi detido por suspeita de espionagem. O Ministério Público acusa-a de ter transmitido ao seu contacto informações sobre o transporte de material militar e sobre as viagens de representantes da empresa de armamento Rheinmetall. A suspeita está alegadamente ligada a outra pessoa que está a ser investigada por alegada espionagem em nome da China, uma empregada do político de extrema-direita Maximilian Krah, que foi cabeça de lista da Alternativa para a Alemanha (AfD) nas últimas eleições para o Parlamento Europeu.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pelo menos nove mortos e oito feridos em incêndio num armazém Pelo menos nove pessoas morreram e outras oito ficaram feridas na sequência de um incêndio que deflagrou num armazém em construção da cadeia PX Mart, na cidade de Taichung, no oeste de Taiwan. O incêndio, que ocorreu ontem, deflagrou numa zona de trabalho onde as condições dificultavam a retirada, informou a agência noticiosa CNA de Taiwan. O fogo começou num complexo do armazém, propagando-se rapidamente à medida que os materiais de isolamento derretidos ajudavam a intensificar as chamas. As autoridades confirmaram que cinco das vítimas foram encontradas no mezanino do terceiro andar, uma área caracterizada por longos corredores e saídas de emergência distantes. O director-geral adjunto da Administração da Segurança no Trabalho do Ministério do Trabalho, Wan Rongfu, afirmou ontem que a gestão dos vários subcontratantes envolvidos será fundamental para as investigações. Adiantou que alguns dos responsáveis ainda não foram localizados e que a procuradoria de Taichung continua a interrogar as pessoas relevantes para esclarecer as causas do incêndio. Duas das vítimas eram trabalhadores migrantes vietnamitas em situação irregular, o que levou à aplicação de multas aos empregadores e empreiteiros responsáveis. As famílias dos falecidos estão a receber assistência para se candidatarem a prestações do seguro de trabalho, incluindo uma compensação financeira do governo. O Presidente da Câmara de Taichung, Lu Shiow-yen, visitou os feridos e apelou ao PX Mart, a maior cadeia de supermercados de Taiwan, com mais de 1.200 sucursais, para que indemnizasse adequadamente as vítimas. A empresa confirmou que vai cooperar plenamente com as investigações sobre o incêndio, cujas causas específicas ainda não foram determinadas, e reiterou o seu empenhamento na segurança das suas instalações.
Hoje Macau China / ÁsiaSíria | Wang Yi apela a “processo aberto e inclusivo” para solução política O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, apelou ontem às várias fações na Síria que “embarquem, no interesse a longo prazo do país e do seu povo, num processo aberto e inclusivo de resolução política”. Durante uma reunião em Pequim com um grupo de diplomatas de países árabes, o ministro chinês sublinhou a importância de “evitar que o terrorismo se aproveite do caos para regressar” à Síria, após a recente queda do regime de Bashar al-Assad, de acordo com um comunicado difundido pela diplomacia chinesa. Wang pediu recentemente que se “evite a fragmentação” e se “restaure a estabilidade” no país árabe. O ministro chinês apelou também a um “cessar-fogo imediato” e à “retirada permanente das tropas” em Gaza, bem como a uma “solução justa e duradoura para o conflito palestiniano com base na fórmula dos dois Estados”, ao mesmo tempo que apelou à “preservação da soberania do Líbano”. No ano passado, o país asiático manifestou o apoio à solução de “dois Estados” para o conflito israelo-palestiniano e declarou “consternação” face aos ataques israelitas contra civis. “A China continuará a apoiar os países árabes no reforço da sua autonomia estratégica”, afirmou Wang, acrescentando que o Médio Oriente “não pode continuar a ser um campo de batalha das grandes potências e uma vítima dos conflitos geopolíticos”. De acordo com o comunicado, os representantes diplomáticos dos países árabes em Pequim “elogiaram a posição imparcial da China e o seu apoio à causa justa do povo palestiniano” e registaram as “contribuições positivas” do país asiático para a “paz e estabilidade” na região. Os delegados árabes pediram à China que desempenhe “um papel mais importante” face às “mudanças abruptas” no Médio Oriente e ao “sofrimento dos povos da região”.
Hoje Macau China / ÁsiaGuantánamo | China considera prisão como “ferida aberta” pelos EUA em Cuba A China considerou ontem a existência da prisão da Base Naval de Guantánamo como uma “ferida aberta” para Cuba e “prova irrefutável de mais de um século de ingerência ilegal” dos Estados Unidos na ilha. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, respondeu assim a perguntas sobre a recente libertação de dois prisioneiros malaios detidos nas instalações. Lin classificou a ocupação norte-americana da Baía de Guantánamo, na ponta leste de Cuba, como uma “grave violação do direito internacional e da soberania cubana”. O responsável afirmou que “a detenção arbitrária e a tortura têm sido uma constante” na prisão, descrevendo-a como um “campo de concentração dos Estados Unidos” que não respeita as normas norte-americanas em matéria de direitos humanos. “A comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, apelou repetidamente ao encerramento de Guantánamo e à justiça para os detidos, mas os EUA não cumpriram estas exigências nem as suas próprias promessas”, afirmou Lin. O porta-voz também criticou a duplicidade de critérios de Washington ao manter Cuba na “Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo” enquanto perpetua estas práticas. “A comunidade internacional vê claramente esta hipocrisia”, sublinhou. A China reafirmou o seu apoio à soberania de Cuba e condenou as “acções de intimidação” dos EUA, incluindo o embargo económico e financeiro. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros instou Washington a “devolver o território de Guantánamo ao povo cubano, encerrar o centro de detenção e retirar Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo”. Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira o repatriamento para a Malásia de dois reclusos da prisão de Guantánamo que cooperaram com as autoridades norte-americanas, Mohammed Farik bin Amin e Mohammed Nazir bin Lep, elevando para 27 o número de detidos na prisão, 15 dos quais são elegíveis para transferência, segundo o Departamento da Defesa. Os primeiros prisioneiros chegaram a Guantánamo no âmbito da “guerra contra o terrorismo” lançada pelo então Presidente republicano George W. Bush (2001-2009) após os atentados de 11 de Setembro de 2001, em que morreram cerca de 3.000 pessoas. A base chegou a albergar cerca de 780 prisioneiros e os que restam estão agora divididos em dois campos: o primeiro para os presos considerados de “alto perfil”, como os acusados dos atentados de 11 de Setembro de 2001, e o segundo para os presos de menor importância.
Hoje Macau China / ÁsiaChina opõe-se à inclusão de chineses nas sanções contra a Rússia “A China lamenta e opõe-se firmemente à inclusão de indivíduos e entidades chinesas na ‘lista completa’ da União Europeia (UE) no seu 15º pacote de sanções contra a Rússia”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio na quinta-feira. O porta-voz afirmou que a UE fez orelhas moucas às repetidas representações e oposições da China e agiu deliberadamente, dizendo que a China sempre se opôs às sanções unilaterais que não têm base no direito internacional ou na autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O porta-voz referiu ainda que as acções da parte europeia são contrárias ao consenso alcançado pelos líderes chineses e europeus, tendo um impacto negativo nas relações económicas e comerciais entre a China e a UE. A China insta a parte europeia a actuar em conformidade com a manutenção da parceria estratégica global China-UE e a salvaguardar a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais, a pôr imediatamente termo à sua prática errónea de inclusão de empresas chinesas na lista negra e a deixar de prejudicar os interesses legítimos das empresas chinesas. “A China tomará as medidas necessárias para proteger resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, concluiu o porta-voz.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Congresso vota lei que restringe investimento na China A Reuters noticiou na terça-feira que o Congresso dos EUA deverá votar nos próximos dias uma legislação que restringe os investimentos dos EUA na China, como parte de um projecto de lei para financiar as operações do governo até meados de Março. O projecto de lei alarga as restrições emitidas pelo Departamento do Tesouro dos EUA em Outubro sobre os investimentos dos EUA em inteligência artificial e outros sectores tecnológicos na China que considera uma ameaça à segurança nacional dos EUA. O projecto de lei também exige os chamados estudos de risco de segurança nacional sobre os routers e modems de consumo fabricados na China e análises das compras de bens imobiliários chineses, segundo a Reuters. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, afirmou na quarta-feira que a cooperação económica e comercial entre a China e os Estados Unidos beneficia os dois países e os seus cidadãos. “Exagerar o conceito de segurança nacional e obstruir deliberadamente o intercâmbio económico e comercial normal por razões políticas é contrário aos princípios da economia de mercado, da concorrência leal e do comércio livre, que os EUA afirmam defender. Tais acções também desestabilizam as cadeias industriais e de abastecimento mundiais e não servem os interesses de nenhuma das partes”, afirmou Lin. “A China exorta os políticos norte-americanos relevantes a deixarem de politizar e de transformar em armas as questões económicas e comerciais e a promoverem as condições necessárias para a cooperação económica e comercial entre os dois países”, afirmou o porta-voz. Espaço para a cooperação Embora alguns políticos norte-americanos continuem provavelmente a insistir na adopção de mais medidas repressivas contra as empresas chinesas, existem também áreas em que a China e os EUA podem cooperar, de acordo com Chen Fengying, antigo director do Instituto de Estudos Económicos Mundiais do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China. “Os EUA também se apercebem de que, sem a China, não podem resolver muitas questões globais. Por isso, mesmo que alguns políticos continuem a insistir em mais medidas de repressão contra a China, também haverá áreas em que os EUA querem cooperar com a China”, disse Chen na quarta-feira. A China tem mantido uma abordagem coerente em relação aos EUA, em que o lado chinês permanece aberto ao diálogo e à cooperação, ao mesmo tempo que responde às medidas repressivas dos EUA. Reflectindo esta abordagem, na semana passada, os grupos de trabalho económicos e financeiros da China e dos EUA realizaram reuniões separadas, durante as quais as duas partes trocaram pontos de vista sobre uma vasta gama de questões, incluindo as políticas macroeconómicas. Mas a parte chinesa também manifestou a sua preocupação com as restrições económicas e comerciais impostas pelos EUA. Chen afirmou que, embora seja improvável que a tentativa geral de Washington de conter a China mude em breve, as tácticas sob diferentes administrações dos EUA podem mudar e as áreas de foco para a cooperação podem ser diferentes. “A China irá provavelmente analisar a questão com base nos seus méritos e prosseguir o diálogo e a cooperação sempre que possível, ao mesmo tempo que responderá com firmeza às medidas de repressão dos EUA no domínio da alta tecnologia e noutros domínios”, afirmou. AMEC retirada da lista negra do Pentágono Entretanto, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) retirou a empresa chinesa Advanced Micro-Fabrication Equipment Inc. (AMEC) de sua lista de empresas militares chinesas (EMC), depois que a empresa processou os EUA, informou a Bloomberg na quarta-feira. A retirada da AMEC da lista negra fez com que o preço das acções da empresa no mercado chinês de acções A subisse 1,78% no fecho do mercado. “A medida não só retira a AMEC da designação incorrecta, como também constitui um sinal positivo para outras empresas chinesas que enfrentam as medidas de repressão dos EUA, que podem recorrer a meios legais para defender os seus direitos e interesses legítimos contra as alegações infundadas dos EUA”, afirmou um perito do sector. “Sob o pretexto de proteger a segurança nacional, vários departamentos governamentais dos EUA criaram listas negras de empresas chinesas, embora as acusações contra as empresas chinesas sejam infundadas”, disse Ma Jihua, um veterano observador do sector das telecomunicações. “Influenciados pelo sentimento político actual nos EUA, adicionam arbitrariamente empresas chinesas a várias listas negras, apesar de não poderem apresentar quaisquer provas concretas”, disse Ma na quarta-feira, acrescentando que as empresas chinesas podem tomar medidas legais para proteger os seus próprios direitos e interesses. “O caso da AMEC é um sinal positivo de que existem meios legais para as empresas chinesas defenderem os seus direitos e interesses contra alegações infundadas dos EUA”. Em janeiro de 2024, o DoD dos EUA adicionou a empresa chinesa à sua lista de EMC. Depois de “extensos esforços para se envolver com o DoD a fim de esclarecer os factos e demonstrar que não cumpre nenhum dos critérios de EMC” não terem conseguido alterar a designação do DoD dos EUA, a AMEC anunciou a 16 de Agosto que tinha formalmente apresentado uma acção judicial contra o DoD dos EUA no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia por designar “ilegalmente” a AMEC como uma EMC, disse a empresa num comunicado na altura. Esta é a segunda vez que a AMEC foi adicionada à lista negra do DoD dos EUA e posteriormente removida. Em Janeiro de 2021, a empresa foi designada como EMC, mas após uma petição ao DoD dos EUA com fatos e evidências suficientes, a empresa foi removida com sucesso dessa lista em Junho de 2021, de acordo com a empresa. Para além da AMEC, o Departamento de Defesa dos EUA também retirou outra empresa, a IDG Capital, da sua lista EMC. A inclusão na lista de EMC não implica sanções específicas ou penalidades directas, mas a inclusão na lista pode causar danos à reputação e desencorajar outras empresas a trabalhar com as empresas listadas, de acordo com a Bloomberg.
Hoje Macau China / ÁsiaAntigo líder de Taiwan pede oposição à “independência” O antigo líder taiwanês Ma Ying-jeou pediu mais intercâmbio e cooperação entre os dois lados do estreito de Taiwan, durante uma reunião com o chefe do gabinete do Governo chinês para os assuntos de Taiwan. No início de uma visita à China, o antigo líder da ilha (2008-2016) sublinhou a importância da “oposição à independência de Taiwan” e da cooperação para “promover o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito”. Ma, do partido Kuomintang (KMT, na oposição), apelou também para a defesa do “Consenso de 1992”, um acordo tácito entre Taipé e Pequim que reconhece que “só existe uma China”, embora cada parte o interprete de maneira diferente. Aquele princípio é negado pelo atual partido no poder em Taiwan, o Partido Democrático Progressista. Song Tao, responsável pelo gabinete do Governo chinês encarregue dos assuntos de Taiwan, transmitiu a Ma, e à delegação que lidera, “calorosas saudações” do Presidente chinês, Xi Jinping, apelando ao povo “de ambos os lados do estreito de Taiwan” para que dê “prioridade aos interesses da nação e ao futuro do país”, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV. Song Tao pediu à população para que “trabalhe em conjunto para melhorar as relações entre as duas margens do estreito, manter a paz e a estabilidade na região e prosseguir o rejuvenescimento nacional”. Ma lidera uma delegação de estudantes numa viajem pelas províncias de Heilongjiang, no nordeste da China, e Sichuan, no centro, onde vão visitar locais históricos e participar em atividades culturais. A visita decorre até 26 de dezembro. China e Taiwan viveram um grande momento de aproximação durante a presidência de Ma, a ponto de ter realizado uma reunião histórica em Singapura com Xi, no final de 2015, a primeira entre líderes de ambos os lados do estreito em mais de 60 anos. Ma e Xi voltaram a encontrar-se em Abril deste ano, em Pequim, durante a anterior visita do antigo líder taiwanês à República Popular da China. Nessa ocasião, o Presidente chinês insistiu que “não há forças que possam separar Taiwan da China”.
Hoje Macau China / ÁsiaPrimeiro navio do porto peruano de Chancay chega a Xangai O “Xin Shanghai”, um navio operado pela China COSCO Shipping Corporation Limited, chegou ao porto de Yangshan, em Xangai, por volta das 15h30 de quarta-feira, após uma viagem de 23 dias do porto peruano de Chancay, tornando-se o primeiro navio a chegar a Xangai vindo de Chancay após a abertura oficial do porto peruano em novembro. A viagem também marcou a abertura da ligação marítima operacional bidirecional entre Xangai e o Porto de Chancay, um projeto emblemático recém-inaugurado da cooperação da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” entre a China e o Peru. A carga da viagem inclui uma variedade de produtos peruanos, como mirtilos, abacates e produtos minerais. De acordo com Wu Jianzhong, gerente regional da Joy Wing Mau Fruit Technologies Corporation Limited (JWM), proprietária dos mirtilos peruanos no navio, metade dos mirtilos será distribuída em Xangai, visando mercados e supermercados no leste da China, enquanto o restante será enviado para o norte da China. Antes da abertura do porto de Chancay, o comércio entre o Peru e a China era feito principalmente através do porto peruano de Callao. Com a entrada em funcionamento do porto de Chancay, foram introduzidos mais serviços de transporte de contentores ao longo da costa ocidental da América do Sul, reduzindo o tempo de transporte entre o Peru e a China para cerca de 23 dias – muito mais rápido do que a média atual do mercado. Espera-se que o lançamento da nova rota aumente a entrada de frutas frescas e outros produtos do Peru nos mercados chinês e da Ásia-Pacífico. Para garantir a qualidade dos produtos perecíveis durante o transporte, a China COSCO Shipping Corporation Limited integrou tecnologia de ponta e soluções digitais. Estas inovações permitem a monitorização em tempo real da temperatura e da humidade, garantindo um processo seguro e eficiente da cadeia de frio. Ponto de expansão Olhando para o futuro, a empresa planeia expandir as suas rotas de transporte marítimo com base no desenvolvimento do Porto de Chancay e contribuir para o estabelecimento de um novo corredor de transporte marítimo-terrestre entre a América Latina e a Ásia. “Esta nova rota directa entre o Porto de Chancay e Xangai contribuirá para uma rede comercial mais eficiente e interligada que liga as regiões costeiras do Peru às zonas interiores, bem como a outros países da América Latina”, afirmou Chen Xiaochen, diretor comercial para a América Latina da COSCO Shipping Lines Co. “A rota é um marco significativo na estratégia mais ampla da China de aumentar a conetividade marítima global, demonstrando o papel crescente do país na construção de uma rede de comércio internacional mais integrada e eficiente”, acrescentou Chen. Sendo o primeiro porto inteligente e verde da América do Sul, o Porto de Chancay, inaugurado em Novembro, está localizado a cerca de 78 km a norte de Lima, a capital peruana. Com um comprimento total de 1.500 metros e quatro cais, o porto, alimentado pelas tecnologias inteligentes da China, pode lidar com navios com uma capacidade de 18.000 TEUs (unidades equivalentes a vinte pés) e está projectado para processar 1 milhão de TEUs anualmente, com capacidade para escalar até 1,5 milhão de TEUs a longo prazo.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Presidente volta a faltar a audição, pela terceira vez O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, voltou ontem a faltar a uma audição no âmbito da investigação da controversa lei marcial decretada no início de Dezembro e que levou à sua destituição. Yoon foi convocado para ser ouvido pelos investigadores às 09h de ontem (hora de Macau), mas voltou a não comparecer, o que acontece pela terceira vez, segundo a agência espanhola Europa Press. O Presidente está a ser investigado simultaneamente pelo Gabinete de Investigação Anticorrupção (CIO), pelo Ministério Público (MP) e pelo Ministério da Defesa. É suspeito de ter incitado à rebelião ao declarar a lei marcial em 3 de Dezembro, que foi revogada pelo parlamento poucas horas depois de ter entrado em vigor. O Presidente conservador justificou na altura que a lei marcial se devia a uma alegada aproximação da oposição a posições “semelhantes às da Coreia do Norte”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Empresa entregas obriga estafetas a descansar após muito trabalho O gigante chinês das entregas ao domicílio Meituan vai obrigar os motoristas a descansar quando se verificar que trabalharam demasiado tempo, avançou ontem o portal de notícias The Paper. O portal, que cita uma circular enviada pela Meituan aos estafetas, referiu que a aplicação que utilizam para trabalhar vai encerrar automaticamente a sessão se detectar que o tempo acumulado a fazer entregas excede um determinado limite, que ainda não foi divulgado. Quando for detectado um excesso de horas, a aplicação apresentará uma mensagem convidando o condutor a fazer uma pausa. Se continuar a aceitar encomendas, o estafeta verá a sessão automaticamente desligada durante o resto do dia. A empresa confirmou que está a testar programas para evitar a fadiga dos condutores. A medida surgiu na sequência de meses de debate público na China sobre as pressões enfrentadas pelos motoristas, que recebem menos de um euro por entrega e têm pouco tempo para descansar, depois de vários incidentes terem sido notícia no país. Em Wuhan, no centro da China, um estafeta ameaçou um cliente com uma faca. Outro danificou uma vedação em Hangzhou (leste), quando se apressava a entregar uma encomenda, e foi obrigado a ajoelhar-se como castigo pelos seguranças do local, o que levou dezenas de colegas a convocarem um protesto. Da vida para o ecrã Um dos maiores sucessos de bilheteira na China este Verão foi um filme que ilustrava as dificuldades enfrentadas por milhares de pessoas que trabalham como estafetas em empregos temporários, correndo contra o relógio pelas cidades em trotinetas eléctricas, para entregar as encomendas a tempo. No final de Novembro, as autoridades chinesas exigiram às plataformas digitais uma revisão e e correcção de algoritmos que pudessem prejudicar os condutores, especialmente os que reduzem os prazos de entrega, algo que aumenta a pressão sobre os trabalhadores e resulta frequentemente em infrações de trânsito e acidentes.
Hoje Macau China / ÁsiaCarros eléctricos | Empresa planeia infra-estrutura para troca de baterias A chinesa CATL, o maior fabricante mundial de baterias para veículos eléctricos, anunciou ontem que vai construir uma vasta rede de estações para troca de baterias na China, a partir do próximo ano O maior fabricante do mundo de baterias para veículos eléctricos, a CATL, anunciou ontem um plano para lançar uma rede de larga escala para troca de baterias. A ideia subjacente à troca de baterias consiste em reabastecer rapidamente, à semelhança do que acontece com o abastecimento de gasolina num automóvel com motor de combustão interna. Em vez de esperar que as baterias sejam recarregadas, os carros são colocados num dispositivo que troca a bateria antiga por uma nova numa estação de serviço. Aquele sistema é já utilizado pelo fabricante de veículos eléctricos chinês NIO. A CATL, com sede no leste da China, anunciou planos para abrir 1.000 estações de troca de baterias no próximo ano no país asiático, incluindo em Macau e Hong Kong, com o objectivo a longo prazo de ter 10.000 estações construídas com diferentes parceiros. Se a empresa avançar, poderá rivalizar com a NIO, que conta já com mais de 2.700 estações. Não existe nada a esta escala noutras partes do mundo, embora a NIO tenha cerca de 60 estações no norte da Europa. Um investimento desta envergadura é possível na China, onde o apoio governamental transformou o maior mercado automóvel do mundo num mercado fortemente eléctrico e fez do país líder na tecnologia dos veículos eléctricos. “Até 2030, a troca de baterias, o carregamento em casa e as estações de carregamento públicas partilharão o mercado”, previu Robin Zeng, director-executivo da CATL, numa apresentação na província de Fujian, onde a CATL está sediada. O responsável apelou aos parceiros empresariais para que trabalhem em conjunto para “criar serviços mais convenientes, mais económicos e mais seguros para os clientes, promovendo um novo modo de vida”. A troca de baterias enfrenta obstáculos. Requer uma padronização das baterias para que as estações de troca possam suportar a operação. Mas a maioria dos veículos eléctricos tem a sua própria configuração. Por outro lado, um carro eléctrico pode utilizar qualquer estação de carregamento na China porque todas utilizam uma ficha comum e a tecnologia de carregamento rápido está a reduzir o tempo de recarga. Jing Yang, director da empresa de notação financeira Fitch Ratings, que se dedica aos sectores automóvel e das energias renováveis na China, afirmou que os fabricantes de automóveis podem estar preocupados com o facto de a adopção de um conjunto de baterias padronizadas poder ceder demasiado controlo da sua cadeia de abastecimento a terceiros. Mas alguns podem querer testar o sistema para ver se a troca de baterias pode melhorar as vendas, e fazê-lo com CATL ou NIO poderia reduzir o custo, argumentou. Questão de tempo Lei Xing, analista do mercado automóvel chinês, acredita que a troca de baterias pode complementar a rede de carregamento bem desenvolvida do país. “Não estou a ver que se torne uma tendência dominante, mas vejo-a a tornar-se uma parte fundamental da infra-estrutura”, explicou. O conceito provou ser mais fácil de implementar com veículos de frota – táxis, autocarros e camiões comerciais – que têm um modelo padrão e, em alguns casos, seguem rotas definidas. A CATL, que lançou um pequeno projecto-piloto há dois anos destinado a táxis, começará a sua implementação com frotas e expandirá mais tarde para proprietários de automóveis individuais, disse Zhang Kai, vice-presidente da subsidiária de troca de baterias da CATL. A troca continua a ser mais rápida do que o carregamento rápido. A estação da CATL, com a marca EVOGO, pode trocar uma bateria em 100 segundos, disse Yang Jun, diretor-executivo da filial. “Tempo é dinheiro para os motoristas de táxi e de camiões”, explicou Lei Xing. Tanto a CATL como a NIO anunciaram acordos com fabricantes de automóveis para a utilização das suas estações de troca. A questão é saber se um número suficiente de fabricantes de automóveis e de condutores adoptam esta prática para que a utilização das estações se torne rentável. Entre Janeiro e Outubro, quase 70 por cento das vendas de veículos eléctricos a nível mundial foram feitas na China, segundo dados do sector.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Astronautas fazem passeio mais longo de que há registo no país Dois astronautas da estação espacial da China realizaram o mais longo passeio espacial na história do programa aeroespacial do país, anunciou ontem a Agência de Missões Espaciais Tripuladas chinesa. Os astronautas Cai Xuzhe e Song Lingdong trabalharam no exterior da estação espacial na terça-feira sob a supervisão do parceiro, Wang Haoshe, que permaneceu no interior da nave espacial. Cai e Song estiveram fora da estação durante cerca de nove horas, durante as quais instalaram dispositivos de protecção contra detritos espaciais e realizaram trabalhos de inspecção do equipamento, assistidos pelo braço robótico da estação e por uma equipa de controlo na Terra. Esta foi a primeira missão exterior da actual tripulação da estação espacial Tiangong, cujo nome significa Palácio celestial, em mandarim. No entanto, foi a segunda caminhada espacial de Cai, que já integrou a tripulação da estação durante o segundo semestre de 2022. Song, de 34 anos, tornou-se o primeiro astronauta chinês nascido nos anos de 1990 a efectuar um passeio espacial. Os três astronautas, que chegaram à estação espacial em Outubro a bordo da nave espacial Shenzhou-19, vão realizar uma série de experiências científicas e testes técnicos no espaço durante a missão de seis meses. A tripulação deverá também efectuar outros trabalhos no exterior da estação durante a estada, acrescentou a agência. A única sobrevivente A Shenzhou-19 é a décima nave espacial a visitar a Tiangong, que vai funcionar durante cerca de dez anos e possivelmente a única estação espacial do mundo a partir de 2024, se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos EUA à qual a China está impedida de aceder devido a laços militares do programa espacial, for retirada este ano, como planeado. A China investiu fortemente no programa espacial e alcançou êxitos como a aterragem da sonda Chang’e 4 no lado mais distante da Lua – a primeira vez que tal foi conseguido – e a colocação de uma sonda em Marte, tornando-se o terceiro país – depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética – a fazê-lo.
Hoje Macau China / ÁsiaNatalidade | Especialista pede apoio face a crise demográfica Um especialista chinês defende que a China deve focar-se em apoiar a natalidade e reduzir o custo com a educação das crianças, quando o país enfrenta problemas demográficos de dimensão inédita no mundo Num artigo de opinião difundido pelo Study Times, publicação da Escola Central do Partido Comunista Chinês, Du Yang, director do Instituto de Economia da População e do Trabalho da Academia de Ciências Sociais Chinesa afirmou que o apoio às famílias com filhos, incluindo a afectação de mais recursos públicos para a educação pré-escolar, deve ser prioritário, nos esforços para lidar com uma população que está a diminuir e a envelhecer rapidamente. O apelo surgiu depois de as autoridades chinesas terem prometido a construção de uma “sociedade favorável à natalidade”, uma vez que a população total do país começou a encolher há dois anos e a taxa de natalidade caiu para um mínimo histórico de 6,39 por cada 1.000 pessoas no ano passado. O número de nascimentos no país asiático caiu de 17,86 milhões, em 2016, ano em que a China aboliu a política de ‘filho único’, para 9,02 milhões, em 2023, uma queda superior a 50 por cento. A queda acelerada levou já ao encerramento de mais de 20.000 jardins-de-infância, nos últimos dois anos. Mas o verdadeiro impacto na sociedade chinesa só se fará sentir em meados do século, quando muitos dos que nasceram durante a política do ‘filho único’ atingirem a reforma, enquanto continuam a cuidar dos pais idosos. Em 2050, a ONU prevê que 31 por cento dos chineses terão 65 anos ou mais. Em 2100, essa percentagem será de 46 por cento, aproximando-se de metade da população. “Os vários tipos de custos pagos pelas famílias e pelos indivíduos são os principais factores que impedem o desejo de ter filhos”, lê-se no artigo de opinião de Du Yang. Du salientou a diferença substancial entre a China e os países desenvolvidos, no que respeita à despesa pública com a educação pré-escolar, sublinhando a importância para a melhoria da qualidade da população, uma visão reiterada pelo Presidente chinês, Xi Jinping. Apelou também para a optimização e expansão do ensino profissional, que ajudará a dotar a mão-de-obra chinesa das competências necessárias para impulsionar a produtividade e sustentar o crescimento económico. A segunda maior economia do mundo enfrenta desafios demográficos únicos que carecem de comparações internacionais directas, sublinhou. Idade da razão Ao contrário de muitas nações desenvolvidas que envelheceram gradualmente, a população da China está a envelhecer enquanto a economia permanece numa fase de transição. De país pobre e isolado, a China converteu-se, em 40 anos, na segunda maior economia mundial, mas o produto interno bruto ‘per capita’ continua muito aquém das nações desenvolvidas. É, por exemplo, metade do de Portugal. Enquanto 2 por cento da população portuguesa vive abaixo do limiar da pobreza, de 6,20 euros por dia, esta categoria abrange 25 por cento dos chineses. A China arrisca assim sofrer um fenómeno que os economistas designam como “envelhecer antes de enriquecer”. “O declínio da população total é uma mudança importante nas condições básicas de desenvolvimento da China, e é uma situação que nunca foi encontrada quando a China fez planos no passado”, escreveu Du. A China registou um declínio populacional em 2022 e 2023, as primeiras contracções desde 1961, quando o número de habitantes diminuiu devido ao fracasso da política de industrialização do Grande Salto em Frente e à fome que se seguiu. O país foi ultrapassado no ano passado pela Índia como a nação mais populosa do mundo. Durante o 20.º Congresso em 2022, o Partido Comunista Chinês sublinhou que o país precisa de um sistema que “aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto, da escolaridade e da parentalidade”.