HK | 28 vítimas de tráfico humano

As autoridades de Hong Kong disseram ontem que pelo menos 28 residentes foram vítimas de tráfico humano para centros, no Sudeste Asiático, dedicados à burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet.

Desde o segundo trimestre de 2024, as forças de segurança de Hong Kong receberam 28 pedidos de assistência de residentes “alegando estarem detidos em países do Sudeste Asiático e impedidos de partir”.

O Gabinete para a Segurança disse que 16 já conseguiram regressar a Hong Kong, enquanto os restantes 12 “relataram restrições de movimento, mas estavam ainda em segurança e conseguiram contactar as suas famílias” ou as autoridades.

Num comunicado, o gabinete admitiu que “têm surgido sinais de um ressurgimento” de residentes da região semiautónoma chinesa “atraídos para países do Sudeste Asiático e detidos para se envolverem em trabalho ilegal”.

Uma equipa especial, formada em Agosto de 2022 por elementos da Polícia de Hong Kong e do Departamento de Imigração, viajou ontem para a Tailândia. O objectivo é “trocar informações e solicitar às autoridades competentes que ajudem tanto quanto possível no resgate dos requerentes de assistência”, referiu o comunicado.

13 Jan 2025

Tóquio | Estudante detida por ferir oito pessoas com um martelo

Uma estudante de 22 anos foi detida depois de ter atacado com um martelo oito estudantes num campus universitário nos arredores de Tóquio, disseram sábado as autoridades locais.

A jovem, uma cidadã sul-coreana identificada como Yoo Ju-hyeon, foi detida depois de ter atacado colegas durante uma aula no Campus Tama da Universidade Hosei, em Machida, a oeste de Tóquio, na sexta–feira.

A polícia foi chamada após receber uma chamada dos funcionários, que conseguiram conter a agressora após o incidente, quando esta ameaçava agredir outros alunos nas instalações da universidade. A estudante disse à polícia que o motivo do ataque foi o facto de estar frustrada por se sentir ignorada e assediada pelos colegas de turma, avançaram os meios de comunicação japoneses.

Os oito alunos atacados sofreram ferimentos ligeiros e nenhum dos feridos perdeu a consciência, disse a televisão pública japonesa NHK. Imagens ao vivo transmitidas pela NHK mostraram uma longa fila de veículos de emergência e ambulâncias a seguir para o campus universitário no distrito de Machida.

13 Jan 2025

Seul | Caixas negras não registaram minutos antes de acidente aéreo

As duas caixas negras do avião que se despenhou a 29 de Dezembro pararam de gravar quatro minutos antes do acidente que matou 179 pessoas, informou sábado o Ministério dos Transportes sul-coreano.

“A análise revelou que o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo não estavam a gravar durante os quatro minutos que antecederam a colisão da aeronave” com o muro que se encontrava no final da pista do aeroporto de Muan, no sul do país, e fez com que o Boeing da Jeju Air explodisse em chamas, disse o ministério, em comunicado.

As autoridades planeiam “investigar a causa da perda de dados”, refere o comunicado, enquanto investigações conjuntas entre especialistas sul-coreanos e norte-americanos, incluindo da fabricante aeronáutica Boeing, foram iniciadas após a tragédia.

Na terça-feira, as autoridades sul-coreanas lançaram um plano de revisão do perímetro dos aeroportos após o pior acidente aéreo da sua história. O acidente levou as autoridades a rever as estruturas de cimento que foram concebidas para alojar os localizadores que servem para orientar os pilotos e facilitar o alinhamento com a pista.

O ministro dos Transportes, Park Sang-woo, indicou que estas paredes serão modificadas independentemente de cumprirem ou não a regulamentação em vigor. “Vamos melhorá-las de uma forma que aumente a segurança”, referiu o governante, sem dar mais detalhes, segundo a imprensa local.

O anúncio ocorre depois de o Governo sul-coreano ter apelado à melhoria da segurança aérea. Desde que a polícia começou a avaliar o aeroporto de Muan para recolher dados e provas, vários especialistas questionaram o desenho da infraestrutura, especialmente no que diz respeito ao muro.

Cortes à vista

A companhia aérea sul-coreana Jeju Air anunciou na terça-feira que vai reduzir as operações. Após o acidente, a companhia aérea de baixo custo já tinha anunciado planos para reduzir os serviços entre 10 e 15 por cento, de forma a reforçar as operações de manutenção de aeronaves.

Embora o plano ainda não esteja finalizado, a Jeju Air disse que irá cancelar todos os 78 voos previstos de 22 a 30 de Março entre Gimhae, o aeroporto que serve Busan, no sudeste da Coreia do Sul, e Clark, nas Filipinas.

A empresa cancelou também outros 110 entre Gimhae e Kaoshiung, em Taiwan, de 03 de Fevereiro a 29 de Março. Também na terça-feira, os dois principais partidos sul-coreanos anunciaram a criação de uma comissão parlamentar conjunta para investigar o acidente, apesar das divisões políticas.

“O Partido do Poder Popular [PPP, no poder] e o Partido Democrático [na oposição] decidiram criar uma comissão especial” para investigar a tragédia e prestar assistência aos familiares, afirmou o PPP.

Num comunicado, o PPP revelou que a comissão irá incluir sete deputados de cada um dos dois movimentos e um último membro não pertencente a nenhum dos partidos.

13 Jan 2025

Portugal | Vinho, azeite ou cortiça cruzam Nova Rota da Seda

O transporte ferroviário assume-se cada vez mais como uma alternativa eficaz ao comércio por via marítima entre Portugal e a China

 

Reportagem de João Pimenta, agência Lusa 

No centro do vasto território chinês, a mais de mil quilómetros do litoral, centenas de produtos portugueses chegam semanalmente em comboios de carga, reflectindo a crescente importância do transporte ferroviário no comércio China – Europa.

Carregados com vinho, azeite, flor de sal, produtos de cortiça ou os tradicionais sabonetes Ach Brito, os contentores partem de Tilburg, nos Países Baixos, e percorrem quase 11.000 quilómetros, atravessando a Alemanha, Polónia, Bielorrússia, Rússia e Cazaquistão, até chegar a Chengdu, a capital da província de Sichuan.

“É muito vantajoso: permitiu que a posição de Chengdu no interior da China se convertesse de periférica para central e reduziu o tempo de transporte, que foi afectado pela instabilidade no Mar Vermelho”, explicou à agência Lusa Ni Xiaozhen, co-fundadora do Pavilhão de Portugal, um espaço destinado à exposição e venda a grosso de produtos portugueses, situado no Porto Ferroviário Internacional de Chengdu.

A crise no Mar Vermelho, suscitada pelos ataques dos rebeldes Houthis, forçou as empresas de transportes a desviar navios de mercadorias para o Cabo da Boa Esperança, o que triplicou os preços dos fretes e aumentou o tempo de viagem em 15 dias.

“O transporte naval demora, pelo menos, quatro meses. A ligação ferroviária permite reduzir o tempo para apenas 13 dias”, explicou Ni, que emigrou para Portugal em 1998. O custo é também apenas um quinto do frete aéreo.

Ainda antes da crise no Mar Vermelho, o transporte ferroviário de mercadorias pela Eurásia foi impulsionado pela pandemia da covid-19, beneficiando das interrupções nas vias aérea e marítima.

Pequim construiu na última década alguns dos maiores portos secos do mundo nos países da Ásia Central, capazes de descarregar um comboio de contentores em menos de 50 minutos.

A primeira ligação ferroviária foi inaugurada em 2013, com destino final em Almati, a maior cidade do Cazaquistão. Nos últimos anos, novas vias passaram a incluir o resto da Ásia Central, Médio Oriente e a região do Cáucaso, com paragem final na Alemanha, Países Baixos, Polónia, Bélgica ou Espanha.

Bem público

No ano passado, o valor das mercadorias transportadas por comboios representou mais de 7 por cento do comércio total entre a China e a Europa, segundo dados das alfândegas chinesas.

O transporte ferroviário insere-se na Iniciativa Faixa e Rota, ou Nova Rota da Seda, um gigantesco projecto internacional de infraestruturas lançado por Pequim e inspirado nas milenares rotas comerciais que outrora ligaram a China Antiga ao mediterrâneo.

“O serviço de comboios de mercadorias China – Europa é um importante vector de cooperação aberta e de benefício mútuo entre os países envolvidos na Iniciativa Faixa e Rota e uma nova rota de transporte, para todas as condições meteorológicas, de elevada capacidade e com baixas emissões de carbono, que se tornou num bem público internacional”, descreveu à Lusa um funcionário da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planeamento económico da China.

A iniciativa aproximou Pequim da Ásia Central, região historicamente sob a órbita de Moscovo, composta por cinco repúblicas ex-soviéticas (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão). Na semana passada, o Presidente do Quirguizistão, Sadyr Japarov, deu início à construção da linha ferroviária China – Quirguizistão – Uzbequistão, que terá uma extensão total de 522,94 quilómetros.

Presença regular

Com uma área de 500 metros quadrados, o Pavilhão de Portugal foi inaugurado em 2021, resultado de uma parceria entre empresários portugueses e chineses. O espaço reúne dezenas de marcas portuguesas, incluindo vinhos, azeite, cortiça ou têxtil.

Além do espaço de exposição e venda em Chengdu, o Pavilhão de Portugal tem uma presença regular em feiras especializadas de produtos internacionais na China.

Situados em pontos opostos na vasta massa terrestre da Eurásia, Portugal e China distinguem-se também pela dimensão. Com cerca de 1,4 mil milhões de habitantes, o país asiático é a segunda maior economia do mundo e o principal mercado para diversos produtos, desde matérias-primas ou produtos alimentares a bens acabados. Esta escala, no entanto, nem sempre é compatível com a reduzida capacidade de produção das empresas portuguesas, alertou Ni Xiaozhen.

“Existe mercado na China para os produtos portugueses, mas falta volume a Portugal para responder à dimensão das encomendas”, explicou. “Mas julgo que, desde que haja trabalho sério, será possível definir estratégias que fomentem o comércio”, vincou.

12 Jan 2025

Pequim lança maior emissão de obrigações de sempre em Hong Kong para apoiar moeda

A China vai lançar uma emissão de obrigações no valor de 60 mil milhões de yuan, a maior realizada através de Hong Kong, para apoiar o câmbio do renmimbi. Num comunicado publicado ontem, a Autoridade Monetária de Hong Kong, o regulador financeiro da região semiautónoma chinesa, anunciou que estas obrigações terão uma maturidade de seis meses.

A agência de notícias financeiras Bloomberg notou que este é um número recorde em leilões deste tipo realizados pelo banco central da China através da antiga colónia britânica, desde que começaram em 2018, e salientou que a instituição vai absorver a quantidade de yuan actualmente disponível no mercado, gerando assim procura pela moeda.

“A absorção de liquidez provavelmente limitará o financiamento ‘offshore’ de yuan no curto prazo, mas a força do dólar [norte-americano] e as incertezas tarifárias contínuas provavelmente continuarão a pressionar o yuan para baixo”, disse Wee Khoon Chong, analista do banco de investimento BNY, citado pela Bloomberg.

O banco central da China não recorre a emissões de obrigações para apoiar a moeda desde 2023, e as previsões de liquidez apertada em Hong Kong fizeram com que os custos de financiamento do renmimbi atingissem o valor mais elevado desde meados de 2021.

Nos últimos meses, o banco central chinês fixou repetidamente taxas de câmbio oficiais mais fortes do que o previsto – em relação às quais a taxa ‘onshore’, a que é transacionada nos mercados chineses, só pode flutuar num máximo de 2 por cento por dia – para defender a moeda, tornando também público o compromisso de manter a estabilidade cambial. Esta semana, o yuan esteve muito perto de cair para o valor mais baixo desde finais de 2007.

Final infeliz

Desde meados de 2024 até ao final de Setembro, o valor da moeda chinesa registou tendência ascendente, devido às expectativas de cortes nas taxas de juro nos Estados Unidos e de um prolongamento significativo das medidas de apoio à economia chinesa, face a uma recuperação aquém do esperado após a pandemia da covid-19.

No entanto, a curva inverteu-se perante a desilusão dos investidores com as medidas de estímulo anunciadas por Pequim e a vitória eleitoral nos EUA do republicano Donald Trump, que iniciou em 2018 uma guerra comercial contra a China, durante o seu primeiro mandato, e prometeu impor novas taxas alfandegárias sobre as importações do país asiático.

A Oxford Economics estimou que a China permitirá uma depreciação entre 20 por cento e 25 por cento no caso de Trump cumprir a sua promessa de aumentar as taxas para 60 por cento, embora veja um cenário mais realista de as taxas subirem da média actual de 17 por cento para 30 por cento, o que se traduziria numa perda de valor entre 6 por cento e 8 por cento para a moeda chinesa.

10 Jan 2025

Eléctricos | Vendas em Pequim aumentaram 40,7% em 2024

As vendas de automóveis eléctricos e híbridos na China aumentaram 40,7 por cento em 2024, em termos homólogos, segundo dados publicados ontem por uma associação do sector, confirmando a liderança do país asiático numa indústria com forte apoio estatal.

Quase 11 milhões de modelos híbridos ou eléctricos foram vendidos no mercado chinês em 2024, de acordo com as estatísticas da Federação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CPCA).

Estes modelos representam 47 por cento dos quase 23 milhões de veículos vendidos na China em 2024. O mercado chinês de veículos eléctricos e híbridos tem crescido a passos largos nos últimos anos.

O fabricante chinês de veículos eléctricos líder, a BYD, domina quase 40 por cento do mercado, com 4.272.145 de veículos vendidos em 2024, segundo dados publicados na semana passada pela empresa.

Mas a situação é menos positiva no mercado internacional, onde as medidas proteccionistas aumentaram nos últimos meses, incluindo na Europa, que aumentou as taxas alfandegárias sobre as importações de veículos chineses. O gigante BYD realizou apenas 12 por cento das suas vendas no mercado externo em Dezembro, de acordo com dados da empresa.

Esta situação poderá agravar-se com a entrada em funções, no final de Janeiro, do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu aumentar as taxas sobre as importações chinesas.

10 Jan 2025

Pequim confirma primeiro surto de nova variante do vírus Mpox

A China confirmou ontem o primeiro caso da nova variante clade Ib do mpox (varíola dos macacos), que remonta a um cidadão estrangeiro com historial de viagens e residência na República Democrática do Congo.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) do país asiático, as cidades de Pequim e Tianjin e as províncias de Guangdong e Zhejiang activaram um mecanismo conjunto de prevenção e controlo para o rastreio epidemiológico, encontrando mais quatro casos em pessoas infectadas, após contacto próximo com o estrangeiro.

“Apresentam sintomas como erupções cutâneas e herpes zoster, que são relativamente ligeiros. As pessoas infectadas estão a receber tratamento médico e a ser observadas. A epidemia está a ser eficazmente controlada”, declarou o centro num breve comunicado.

No dia 14, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou uma emergência sanitária internacional devido à propagação da varíola dos macacos, especialmente em África, onde foram registados milhares de infecções e centenas de mortes.

Apenas dois dias depois, as autoridades chinesas anunciaram um reforço de seis meses das medidas de vigilância nas suas fronteiras para evitar a entrada do vírus, obrigando todos os aviões e navios provenientes de zonas afectadas pela doença a cumprir medidas sanitárias. A China está também a desenvolver uma vacina contra a doença, que já se encontra na fase de investigação clínica.

Contagiosa e mortífera

A Suécia confirmou o primeiro caso da variante clade 1b fora de África a 15 de Agosto. A Tailândia confirmou o primeiro caso na Ásia a 22 de Agosto.

O alarme da OMS no Verão passado centrou-se na rápida propagação e na elevada mortalidade em África desta nova variante (clade Ib), da qual foram identificados vários casos fora do continente em pessoas que viajaram para partes de África.

Esta variante difere da clade II, que causou um violento surto em África em 2022, bem como centenas de casos na Europa, na América do Norte e em países de outras regiões, e que já levou à declaração de uma emergência sanitária internacional entre 2022 e 2023.

O mpox é uma doença infecciosa que pode causar uma erupção cutânea dolorosa, gânglios linfáticos inchados, febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas e falta de energia.

10 Jan 2025

Economia | Inflação abranda em Dezembro na China

Os valores de Dezembro fixaram o aumento anual acumulado da inflação em 0,2 por cento. Um resultado semelhante ao registado em 2023

 

O índice de preços no consumidor (IPC) na China continuou a abrandar em Dezembro para 0,1 por cento, fixando a subida acumulada no ano de 2024 em 0,2 por cento, e acentuando as pressões deflacionistas na segunda maior economia do mundo.

O valor de Dezembro é inferior em uma décima ao do mês anterior, mas cumpre as previsões da maioria dos analistas, enquanto o acumulado de 2024 está exactamente ao mesmo nível do ano anterior, de acordo com os dados revelados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS) do país asiático.

Enquanto a variação homóloga de 0,1 por cento é a mais baixa desde Março, na comparação mensal os preços mantiveram-se ao mesmo nível de Novembro, mês em que caíram 0,6 por cento em relação a Outubro.

A economia chinesa permanece à beira da deflação há mais de um ano, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de zero casos de covid-19, no início de 2023.

A pressão deflacionista está a empurrar os rendimentos das obrigações para mínimos históricos. O rendimento das obrigações do Tesouro da China a 10 anos tem oscilado em torno de mínimos históricos desde o início do ano, o que, segundo os analistas, reflecte as expectativas dos investidores quanto a uma perspectiva de baixo crescimento e deflação para a economia.

A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida. O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

Dieta de Ano Novo

O funcionário do gabinete de estatística do NBS, Dong Lijuan, atribuiu a evolução dos preços ao equilíbrio entre a subida do preço dos bilhetes de avião e dos serviços de viagem, devido à proximidade do Ano Novo Lunar, e a descida do preço dos legumes e frutas devido ao bom tempo, que facilitou a produção, o armazenamento e o transporte.

O responsável destacou ainda que a carne de porco, principal fonte de proteína animal na dieta chinesa, reduziu a sua queda de preço devido à recusa dos produtores em vender enquanto continuam a engordar os seus porcos em preparação para a época alta que marca o Ano Novo Lunar, a principal época festiva no país asiático.

Dong quis sublinhar que a inflação de base – uma medida que elimina o efeito dos preços dos alimentos e da energia devido à sua volatilidade – subiu 0,4 por cento, em termos homólogos, mais 0,1 por cento do que no mês anterior.

Os dados do NBS indicaram também que o índice de preços no produtor, que mede os preços industriais, reduziu a sua queda de 2,5 por cento para 2,3 por cento em Dezembro, fixando a contracção no conjunto do ano em 2,2 por cento. Este indicador está em território deflacionário há 28 meses, contabilizando Dezembro.

10 Jan 2025

Moeda | Yuan atinge menor valor em 16 meses

A moeda chinesa atingiu esta semana um mínimo de 16 meses, apesar dos esforços do banco central da China para acalmar os investidores sobre a possível imposição de taxas alfandegárias punitivas pelos Estados Unidos, sob presidência de Donald Trump.

O yuan tem atingido consecutivamente novos mínimos desde que Trump venceu as eleições, com a promessa de taxar até 60 por cento todas as importações oriundas da China.

O índice de ações CSI 300, que reúne as maiores empresas do país asiático, também se desvalorizou 4,5 por cento, ao longo do último mês. O índice registou as maiores perdas semanais em mais de dois anos na semana passada, quando caiu 5 por cento.

Em resposta, as praças financeiras chinesas pediram a vários grandes fundos de investimento, na semana passada, que restringissem as suas vendas de acções para evitar fortes correções nos mercados, segundo a imprensa internacional.

As bolsas de valores de Xangai e Shenzhen também se reuniram recentemente com instituições estrangeiras, informaram ambas as praças financeiras no domingo, para assegurar os investidores que vão continuar a abrir os mercados de capitais da China.

9 Jan 2025

Advogados desmentem fuga de presidente sul-coreano deposto

Os advogados do presidente deposto da Coreia do Sul negaram ontem que Yoon Suk-yeol esteja em fuga, como alega a oposição.

As declarações da equipa jurídica surgem numa altura em que as autoridades preparam uma segunda operação para tentar deter Yoon, depois da execução de um primeiro mandado de detenção ter falhado, na sexta-feira, devido a um bloqueio da segurança na residência presidencial.

Os advogados encontraram-se com Yoon na residência na terça-feira à noite, disse, em conferência de imprensa, a equipa jurídica do presidente deposto, que está a ser investigado por ter declarado lei marcial a 3 de Dezembro.

Um dos advogados, Yun Gap-keun, insistiu que a defesa de Yoon continua a recusar-se a acatar uma investigação baseada naquilo a que voltou a chamar de mandado de detenção inválido e ilegal contra o dirigente, destituído pela Assembleia Nacional a 14 de Dezembro.

“O que é claro é que se o Gabinete de Investigação da Corrupção [CIO] solicitar o mandado [de detenção] a um tribunal do Distrito Ocidental de Seul, que está fora da jurisdição, não o podemos aceitar”, disse Yun, sublinhando que o poder para julgar a alegada insurreição de Yoon cabe aos tribunais do Distrito Central de Seul, os principais tribunais do país.

Yun fez estas declarações depois de, na terça-feira, ter sido concedida ao CIO uma prorrogação do prazo de execução de uma ordem de detenção emitida por um tribunal da área ocidental da capital sul-coreana.

Os advogados do presidente deposto também insistiram que a investigação do alegado crime de insurreição não é da responsabilidade do CIO, mas sim do Ministério Público. As divergências entre o gabinete anticorrupção e o Ministério Público remontam ao tempo de Yoon Suk-yeol como procurador-geral.

Sem sucesso

O CIO foi criado pelo anterior governo liberal, em 2021, para limitar os poderes do Ministério Público na investigação de titulares de altos cargos da administração pública, depois de uma investigação de Yoon ter levado à demissão do então ministro da Justiça.

A sucessora no cargo criou então o CIO, que, por sua vez, forçou a demissão do actual presidente deposto. Três meses depois, Yoon candidatou-se pelos conservadores às eleições de 2022, conduzindo ao cenário actual, marcado por um profundo ressentimento entre as agências e os dois principais partidos políticos, o PPP e o Partido Democrático.

9 Jan 2025

Brasil | Pequim protege direitos laborais após alegações contra a BYD

A diplomacia chinesa afirmou ontem que o país “atribui grande importância à protecção dos direitos e interesses legítimos dos trabalhadores”, após a fabricante de automóveis BYD ser acusada no Brasil de manter 163 trabalhadores em condições análogas à escravatura.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, disse em conferência de imprensa que Pequim “sempre exigiu que as empresas financiadas pela China operem de acordo com as leis e regulamentos”.

“A China está disposta a continuar a trabalhar com a parte brasileira para reforçar os intercâmbios e a cooperação”, afirmou Guo Jiakun. A cooperação deve ser efectuada “com base no princípio da igualdade e do benefício mútuo e de uma cooperação vantajosa para ambos os lados”, acrescentou o porta-voz.

O grupo chinês BYD declarou recentemente em comunicado que “não tolera o desrespeito pela lei brasileira e pela dignidade humana” e assegurou que vai garantir os direitos dos trabalhadores, que estavam a trabalhar na construção de uma nova fábrica de automóveis no município de Camaçari, no estado da Bahia.

A empresa chinesa, que está estabelecida no Brasil há 10 anos, reiterou o seu compromisso com a protecção dos direitos dos trabalhadores e garantiu que está a cooperar com os órgãos competentes.

Os 163 trabalhadores resgatados, todos de nacionalidade chinesa, viviam e trabalhavam em condições que as autoridades brasileiras qualificaram de “trabalho forçado”. A fábrica da BYD em Camaçari está na fase final de construção e deverá começar a produzir veículos no Brasil a partir do próximo mês de Março.

A instalação será a maior e mais avançada da BYD fora da China e deverá produzir 150.000 veículos eléctricos até ao final de 2025.

9 Jan 2025

Ano Novo Lunar | Pequim prevê nove mil milhões de deslocações durante férias

A China espera atingir um recorde de nove mil milhões de deslocações internas, durante o período de férias do Ano Novo Lunar de 2025, conhecido como ‘chunyun’, a maior migração anual do mundo.

Aquele período decorre este ano entre os dias 14 de Janeiro e 22 de Fevereiro, disseram ontem funcionários do Conselho de Estado, o executivo chinês, em conferência de imprensa. Trata-se da principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, e começa este ano a 28 de Janeiro, sob o signo da serpente, um dos 12 animais do milenar zodíaco chinês.

Durante uma semana, o país mais populoso do mundo ficará paralisado, enquanto centenas de milhões de pessoas deslocar-se-ão aos seus locais de origem para dar as boas-vindas ao novo ano, de acordo com tradições ancestrais, uma mistura de superstição e costume, para afastar o infortúnio e atrair prosperidade e abundância.

Espera-se que o volume de passageiros por via ferroviária e aérea ultrapasse os 510 milhões e os 90 milhões, respectivamente, embora as viagens rodoviárias representem a maior parte do fluxo.

O Governo central apelou ainda a todas as regiões da China para que envidem esforços no sentido de proporcionar à população umas férias “felizes, seguras e pacíficas”.

O país asiático ultrapassou as 8,4 mil milhões de deslocações durante o ‘chunyun’ de 2024, embora as previsões de Pequim nesse ano contemplassem ultrapassar os nove mil milhões, valor que não foi alcançado devido ao mau tempo, que provocou atrasos e cancelamentos no serviço de transportes e problemas nas infra-estruturas em várias regiões.

9 Jan 2025

Tibete | Operações de resgate prosseguem após terramoto

As equipas de salvamento continuaram ontem à procura de sobreviventes na região gelada e de grande altitude do Tibete abalada por um forte terramoto na terça-feira, que matou pelo menos 126 pessoas e arrasou milhares de casas.

Tendas, colchas e outros artigos de socorro foram entregues às pessoas cujas casas passaram a estar inabitáveis ou em risco de ruir. As temperaturas caíram muito abaixo de zero durante a noite, numa área com uma altitude média de cerca de 4.200 metros.

O terramoto, que deixou 126 mortos e 188 feridos, segundo as autoridades chinesas, atingiu a cidade de Xigaze, sede tradicional do Panchen Lama, a segunda figura mais importante do budismo tibetano. Não se sabe se Panchen Lama se encontrava no seu mosteiro de Tashi Lhunpo na altura do terramoto ou quais os danos sofridos pela cidade. A distância do epicentro do terramoto a Xigaze, que se estende por uma planície de grande altitude, foi de cerca de 25 quilómetros.

Mais de 500 réplicas foram registadas após o terramoto, que, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, teve uma magnitude de 7,1. O centro sísmico da China registou uma magnitude de 6,8.

O terramoto ocorreu a cerca de 75 quilómetros do Monte Evereste e da fronteira com o Nepal, onde o abalo fez com que as pessoas saíssem a correr das suas casas na capital. Mais de 3.600 casas ruíram, de acordo com um levantamento preliminar, e 30.000 residentes foram realojados, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

9 Jan 2025

China | Peixes-zebra sobrevivem 43 dias em estação espacial

Os peixes-zebra que acompanharam os astronautas na missão Shenzhou-18 na estação espacial da China, no ano passado, estabeleceram um recorde depois de sobreviverem 43 dias no espaço.

Sun Yonghua, investigador do Instituto de Hidrobiologia da Academia Chinesa de Ciências, na cidade de Wuhan, no centro do país, afirmou que a longevidade dos peixes no espaço “representa um avanço significativo no cultivo de vertebrados e plantas aquáticas no espaço”, avançou ontem o jornal oficial China Daily.

Em Abril, dois peixes-zebra machos e duas fêmeas, juntamente com plantas aquáticas do instituto, foram enviados na missão espacial tripulada Shenzhou-18 para a estação espacial chinesa Tiangong. Na estação, os astronautas recolheram amostras de água e alimentaram os peixes-zebra, observando “comportamentos anómalos”, como nadar de cabeça para baixo ou rodar e girar no ambiente de microgravidade, disse Sun.

Os cientistas e investigadores do instituto têm estado a utilizar amostras de água recuperadas e outras amostras de ecossistemas aquáticos fechados para analisar o impacto do ambiente espacial no crescimento, desenvolvimento e comportamento dos vertebrados.

A semelhança do genoma entre o peixe-zebra e o ser humano é de 80 por cento, o que o torna uma espécie importante para a investigação de doenças humanas. Segundo Sun, mais de 500 laboratórios em todo o país estão a realizar investigações e estudos sobre os peixes-zebra e outras espécies relacionadas.

O especialista Wang Gaohong, também investigador do instituto, salientou que, tal como os seres humanos, os peixes também enfrentam problemas de adaptabilidade quando sobrevivem num ambiente espacial.

“Os investigadores trabalharam para criar um ecossistema em que as plantas aquáticas produzem oxigénio através da fotossíntese para fornecer respiração aos peixes, e os excrementos dos peixes fornecem nutrientes às plantas aquáticas”, acrescentou.

Sun explicou que a comida dos peixes no espaço “é como pasta de dentes. Espreme-se um pouco na água para os peixes-zebra comerem, tentando não lhes dar demasiado, pois pode piorar a qualidade da água”.

Foco espacial

O peixe-zebra, também conhecido por ‘zebra danio’, é um tipo de peixe de água doce alongado, aparentado com a carpa e o barbo.

Até à data, foram implementados 181 projectos científicos e tecnológicos na Tiangong, que vão desde experiências biológicas ao desenvolvimento de novas tecnologias, informaram recentemente as autoridades do programa espacial chinês.

A Tiangong, que funcionará durante cerca de dez anos, poderá em breve tornar-se a única estação espacial do mundo se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, for retirada em breve, como planeado.

A China investiu fortemente no seu programa espacial e conseguiu aterrar com sucesso a sonda Chang’e 4 no lado mais distante da lua – feito inédito – e outra sonda em Marte, tornando-se o terceiro país – depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética – a fazê-lo.

9 Jan 2025

República do Congo | MNE chinês promete energia limpa e protecção das florestas

Em mais uma paragem do seu périplo africano, Wang Yi reforçou a intenção da China continuar a promover a transição energética através do uso de energias limpas

 

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse ontem que o seu país vai ajudar a República do Congo a preservar as suas florestas e impulsionar o uso de energia limpa, na segunda paragem de um périplo por África.

“Vamos apoiar os esforços congoleses para preservar as suas florestas e recursos hídricos e trabalhar em conjunto com os países africanos para implementar projectos de energia limpa”, disse Wang, num vídeo partilhado na rede social X pela presidência congolesa.

O ministro chinês disse que Pequim também quer promover a construção de “uma ‘Cintura Solar Africana’ para que África possa ter um verdadeiro caminho de desenvolvimento verde”, referindo-se ao projecto homónimo do gigante chinês para ajudar na transição energética de África.

“Concordámos em consolidar ainda mais a amizade inquebrável entre a China e a República do Congo. Isto exige que nos mantenhamos firmemente unidos em questões que afectam os nossos interesses (…), tais como a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento”, sublinhou o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, durante um encontro com o Presidente Denis Sassou-Nguesso.

Wang encontrou-se também com o seu homólogo congolês, Jean-Claude Gakosso, que o recebeu no Aeroporto Internacional Maya-Maya, na capital, Brazzaville. Durante o encontro, o ministro congolês sublinhou a “parceria estratégica” entre a China e a República do Congo e garantiu que os dois países “partilham a mesma visão do multilateralismo”.

Visita esperada

Antes de chegar a Brazzaville, Wang aterrou no domingo na Namíbia para iniciar uma viagem que o levará também ao Chade e à Nigéria até ao dia 11. Há mais de três décadas que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa sempre o ano com uma viagem ao continente africano.

Ao confirmar a viagem de Wang, numa conferência de imprensa na sexta-feira, a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, classificou a deslocação a África como uma “excelente tradição”, que procura “aprofundar a cooperação prática em vários domínios e promover o desenvolvimento sustentado e profundo das relações China-África”.

Mao afirmou que a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria são “parceiros de cooperação amigáveis da China” e que Wang tem como objectivo “promover a implementação” dos resultados do último Fórum de Cooperação China-África, realizado em Setembro, em Pequim.

O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu então 360 mil milhões de yuan para financiar o desenvolvimento de África, ao longo dos próximos três anos.

Xi anunciou igualmente investimentos no continente no valor de 70 mil milhões de yuan. A China foi o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, com o volume de comércio a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares, em 2023.

O défice comercial de África com a China aumentou em 2023 para 64 mil milhões de dólares, embora a diferença tenha diminuído na primeira metade de 2024 graças ao crescimento das importações chinesas do continente africano.

9 Jan 2025

Seul | Emitido novo mandato de captura contra presidente deposto

Um tribunal sul-coreano emitiu ontem um novo mandado de captura contra o chefe de Estado deposto, Yoon Suk Yeol, anunciaram as autoridades de Seul. “O mandado de captura contra o suspeito Yoon foi emitido hoje”, disseram ontem em comunicado.

Os investigadores aguardavam que um tribunal emitisse um novo mandado de captura, numa segunda tentativa de prender o presidente deposto, que se mantém na sua residência em Seul sob a protecção de guarda-costas.

O primeiro mandado de captura, emitido a 31 de Dezembro, expirou na segunda-feira, sem que o Gabinete de Investigação da Corrupção (CIO) conseguisse deter Yoon para interrogatório.

Na sexta-feira passada, os investigadores do CIO, apoiados por agentes da polícia, entraram na residência, mas no local encontravam-se cerca de 200 soldados e agentes do Serviço de Segurança Presidencial.

As autoridades retiraram-se após seis horas em que se registaram confrontos. Na segunda-feira ocorreu um conflito entre serviços, com o CIO a querer confiar apenas à polícia a tarefa de prender Yoon e a polícia a responder que só o CIO tinha competência para o fazer. A crise política no país começou após Yoon Sul Yeol tentar impor a lei marcial no país, no final do ano passado.

8 Jan 2025

Saúde | China descarta preocupação sobre nova pandemia

Imagens de hospitais na China repletos de pacientes com mascaras suscitaram preocupações de uma nova pandemia, desta vez do metapneumovírus humano (hMPV), mas autoridades e especialistas descartam essa possibilidade, apontando para um pico sazonal comum.

Nas redes sociais circulam vídeos de salas de espera de hospitais alegadamente sobrelotadas na China. No entanto, hospitais visitados pela agência Lusa em Pequim não registavam cenários idênticos, enquanto profissionais de saúde negaram a existência de alta pressão hospitalar.

O Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças (CCDC) reconheceu, porém, um aumento do número de doenças respiratórias semelhantes à gripe na China, na penúltima semana de 2024.

Segundo os dados oficiais, cerca de um terço das pessoas afectadas acusou positivo para a gripe, um aumento de cerca de 6 por cento, face ao mês anterior. Entre as pessoas que tiveram de ser internadas no hospital com uma doença respiratória, 18 por cento tinham gripe.

Segundo a mesma fonte, o agente patogénico hMPV ficou em segundo lugar, com uma quota de 6,2 por cento de todos os casos – superior à quota de pacientes infectados com covid-19, rinovírus e adenovírus. O CDC indicou ainda que 5,4 por cento dos pacientes hospitalizados com sintomas de gripe e constipação testaram positivo para o hMPV.

Por todo o lado

Ao contrário da covid-19, cujos primeiros casos foram detectados no centro da China no final de 2019, o hMPV existe há décadas e quase todas as crianças são infectadas até ao seu quinto aniversário, segundo os especialistas.

Aquele vírus está presente em todo o mundo desde pelo menos 2001 e pode causar infecções em pessoas de todas as idades, embora estas sejam geralmente ligeiras e não necessitem de assistência hospitalar. Os sintomas da doença incluem tosse, dor de cabeça, febre, congestão nasal e dificuldade em respirar.

A transmissão de hMPV ocorre através do contacto directo com secreções contaminadas, incluindo saliva, muco e aerossóis. O período de incubação do vírus varia de 4 a 6 dias. Os especialistas referiram que o aumento de casos pode dever-se, em parte, às novas tecnologias que facilitam o reconhecimento do vírus.

O hMPV está disseminado no norte da China, mas também em outras regiões frias do hemisfério norte, incluindo Alemanha ou Reino Unido, prevendo-se que os surtos durem até Março. Não existe qualquer vacina ou medicamento contra o vírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse também não ver motivos de preocupação nos relatos do surto na China, apontando que se trata de um acontecimento sazonal normal. Segundo a OMS, embora o número de infecções respiratórias agudas, que incluem o hMPV, tenha aumentado em relação ao mês anterior, tal não é invulgar nos meses de Inverno no hemisfério norte.

8 Jan 2025

Tibete | Número de mortos em sismo aumenta de 95 para 126

As autoridades elevaram para 126 o número de vítimas mortais do forte terramoto que atingiu hoje a região autónoma do Tibete, no sudoeste da China, segundo um novo balanço anunciado pela agência oficial chinesa.

“Um total de 126 mortos e 188 feridos foi confirmado às 19:00 [11:00 em Lisboa] de terça-feira”, anunciou a Xinhua. O anterior balanço do sismo, cuja magnitude foi avaliada pelas autoridades chinesas em 6,8 na escala de Richter, era de 95 mortos.

O sismo ocorreu no condado de Dingri, a cerca de 75 quilómetros a nordeste do Monte Evereste, a uma profundidade de dez quilómetros abaixo da superfície por volta das 09:00 locais (01:00 na hora de Lisboa) e provocou cerca de 50 réplicas e afetou também o Bangladesh, o Nepal, o Butão e a Índia.

Milhares de casas foram danificadas devido à sua proximidade do epicentro do terramoto, o que levou as autoridades regionais a lançar esforços de busca e salvamento para tentar encontrar sobreviventes entre os desaparecidos.

Para o efeito, foram mobilizados efetivos do exército e dezenas de elementos do pessoal de emergência, segundo a imprensa chinesa. As réplicas, segundo as autoridades, tiveram até agora uma magnitude máxima de 4,4.

A situação levou o Presidente da China, Xi Jinping, a ordenar o lançamento de “todos os esforços possíveis para efetuar trabalhos de busca e salvamento” da população. Apelou ao tratamento dos feridos, à minimização do número de vítimas, à prevenção de catástrofes secundárias e à deslocação das pessoas afetadas.

“Devemos reforçar a monitorização do terramoto e o alerta precoce, atribuir atempadamente materiais de salvamento de emergência, reparar as infraestruturas danificadas o mais rapidamente possível, organizar as condições básicas de vida das pessoas e garantir um inverno seguro e quente”, afirmou.

Entretanto, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelou à “aceleração da verificação” das vítimas e dos danos, uma vez que a área atingida pelo terramoto se situa numa região de elevada altitude e baixa temperatura.

“Estamos no inverno e temos de fazer tudo o que for possível para garantir a subsistência básica e o aquecimento das pessoas na zona sinistrada”, acrescentou. O governador de Dingri, Tashi Dundup, afirmou que foi organizada uma retirada segura da população para evitar o impacto das réplicas.

A zona do epicentro é onde as placas da Índia e da Eurásia chocam e causam elevações nas montanhas dos Himalaias suficientemente fortes para alterar a altura de alguns dos picos mais altos do mundo. Segundo o Centro de Redes de Terramotos da China, a altitude média na área em torno do epicentro é de cerca de 4.200 metros.

A televisão estatal CCTV revelou que há algumas comunidades dentro de um raio de cinco quilómetros do epicentro, que está a 380 quilómetros de Lhasa, a capital do Tibete, e a cerca de 23 quilómetros da segunda maior cidade da região, Shigatse, conhecida como Xigaze em chinês.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que avalia os sismos a nível mundial, disse ter registado um abalo de magnitude 7,1 na escala de Richter na zona dos Himalaias. De acordo com o USGS, o epicentro do sismo ocorreu numa zona desértica do Tibete, a 93 quilómetros da cidade de Lobuche, no nordeste do vizinho Nepal.

No século passado, registaram-se 10 sismos de pelo menos 6 graus de magnitude na zona onde ocorreu o terramoto hoje, de acordo com o USGS. O sismo foi sentido também na capital do Nepal, Katmandu, a mais de 200 quilómetros do epicentro, mas sem registo até ao momento de danos significativos ou feridos.

8 Jan 2025

Aviação | Jeju Air reduzi operações após acidente

O acidente da companhia de aviação sul-coreana, no final de 2024, fez 179 vítimas mortais

 

A companhia aérea sul-coreana Jeju Air, sob escrutínio após a queda de um avião em 29 de Dezembro, que causou a morte a 179 pessoas, anunciou ontem que vai reduzir as operações. Após o acidente, a companhia aérea de baixo custo já tinha anunciado planos para reduzir os serviços entre 10 e 15 por cento, de forma a reforçar as operações de manutenção de aeronaves.

Embora o plano ainda não esteja finalizado, a Jeju Air disse ontem que irá cancelar todos os 78 voos previstos de 22 a 30 de Março entre Gimhae, o aeroporto que serve Busan, no sudeste da Coreia do Sul, e Clark, nas Filipinas. A empresa cancelou também outros 110 voos entre Gimhae e Kaoshiung, em Taiwan, de 03 de Fevereiro a 29 de Março.

O plano geral de redução da Jeju Air para o período de Janeiro a Março, incluindo os voos que opera de e para o aeroporto de Incheon, que serve a capital Seul, deverá ser finalizado esta semana. Especialistas acreditam que o corte nos serviços no primeiro trimestre poderá afectar um total de cerca de 1.900 voos da maior companhia aérea de baixo custo sul-coreana.

Alto custo

A investigação do acidente ocorrido em Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, revelou que a Jeju Air, para obter maior rentabilidade operacional, reduziu o tempo para realizar verificações de manutenção nas aeronaves antes de cada voo.

Na primeira metade de 2024 o número de atrasos de voos da Jeju Air (1,01 por cento do total) por motivos de manutenção foi o dobro da média e o mais elevado da Coreia do Sul.

Em 02 de Janeiro, o presidente executivo da Jeju Air foi proibido de sair da Coreia do Sul. “A equipa de investigação impôs proibições de viagem a duas pessoas, incluindo o CEO da Jeju Air, Kim E-bae”, disse a polícia da província de South Jeolla, onde se situa o aeroporto de Muan.

Também ontem, os dois principais partidos da Coreia do Sul anunciaram a criação de uma comissão parlamentar conjunta para investigar o acidente, apesar das divisões políticas. “O Partido do Poder Popular [PPP, no poder] e o Partido Democrático [na oposição] (…) decidiram criar uma comissão especial” para investigar a tragédia e prestar assistência aos familiares, afirmou o PPP.

Num comunicado, o PPP revelou que a comissão irá incluir sete deputados de cada um dos dois movimentos e um último membro não pertencente a nenhum dos partidos. O Partido Democrático confirmou à agência de notícias France-Presse que concordou com o movimento rival.

Em 29 de Dezembro, um avião da Jeju Air proveniente de Banguecoque, capital tailandesa, aterrou de barriga no aeroporto de Muan e embateu num muro de betão, no final da pista, acabando por explodir. Apenas duas das 181 pessoas que se encontravam a bordo – uma hospedeira e um comissário – sobreviveram ao acidente, o pior desastre aéreo da história em solo sul-coreano.

8 Jan 2025

EUA | Pequim critica inclusão de empresas Tencent e CATL numa “lista negra”

A China criticou ontem o que chamou “repressão injustificada” por parte de Washington, depois de o ministério da Defesa norte-americano ter acrescentado os grupos Tencent e CATL à sua lista negra de empresas ligadas ao Exército chinês.

“A China continua a opor-se resolutamente à repressão injustificada das empresas chinesas e à travagem do desenvolvimento de alta qualidade do país”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.

A Tencent, criadora da popular rede social WeChat e da plataforma de pagamentos Alipay, é também a maior vendedora mundial de jogos de vídeo, com títulos como o conhecido “League of Legends” sob a sua alçada.

A CATL é o maior produtor mundial de baterias para veículos eléctricos, com clientes importantes não só no mercado chinês, mas também entre as grandes marcas internacionais, como a Tesla e a BMW. O Ministério da Defesa dos Estados Unidos considerou que estas empresas estão ligadas às Forças Armadas de Pequim.

“Os Estados Unidos da América devem corrigir imediatamente as suas más práticas”, exigiu Guo, acrescentando que a China vai “tomar as medidas necessárias para proteger os direitos das empresas chinesas”. Nos termos de uma lei de 2021, o Departamento da Defesa dos EUA deve identificar as empresas militares chinesas com interesses directos ou indirectos nos EUA e apresentar uma lista ao Congresso.

A inclusão na lista não tem consequências jurídicas para as empresas em causa, mas prejudica a sua reputação. No passado, alguns grupos apresentaram queixas depois de terem sido incluídos na lista. Um porta-voz da Tencent afirmou que a inclusão da empresa na lista “é claramente um erro”, acrescentando que “não somos uma empresa ou fornecedor militar”.

8 Jan 2025

Pequim diz-se “o parceiro mais fiável” de África em visita de Ano Novo

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros saudou na segunda-feira a “amizade de longa data” entre África e o seu país, que descreveu como o “parceiro mais fiável” do continente, durante uma breve visita à Namíbia.

A China dedica tradicionalmente a sua primeira visita diplomática do ano a África, recordou Wang Yi num encontro com a imprensa em Windhoek, na presença da próxima Presidente da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah, eleita em Dezembro.

“Isto tornou-se uma bela tradição e uma marca da diplomacia chinesa durante 35 anos consecutivos, sem qualquer mudança ou hesitação”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

“Apreciamos a amizade de longa data entre a China e África, desde a extraordinária era das lutas pela independência até à cooperação mutuamente benéfica que estamos a desenvolver”, acrescentou o chefe da diplomacia chinesa.

Pequim é o principal parceiro comercial de África, com um comércio bilateral de 167,8 mil milhões de dólares no primeiro semestre de 2024, de acordo com os números dos meios de comunicação oficiais chineses, citados pela AFP.

O gigante asiático enviou centenas de milhares de trabalhadores e engenheiros para África e obteve acesso privilegiado aos seus vastos recursos naturais, como o cobre, o ouro e o lítio, essenciais para a transição energética.

Os empréstimos dos bancos estatais chineses financiaram a construção de muitas das infra-estruturas vitais para o crescimento de África, mas contribuíram também para aumentar o peso da dívida de alguns países.

De confiança

Nesta digressão, Wang Yi deverá deslocar-se ao Congo, antes de visitar o Chade e a Nigéria esta semana, para demonstrar, respeitando esta tradição de visitas diplomáticas, que a China é “o parceiro mais fiável dos países africanos na busca do desenvolvimento”, bem como “o mais forte apoiante de África na cena internacional”, sublinhou o ministro.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitou Angola no início de Dezembro para demonstrar as ambições de Washington em África, particularmente face à China, que está a investir fortemente na região.

8 Jan 2025

Coreia do Norte | Blinken e Seul condenam lançamento de míssil

O chefe da diplomacia dos EUA e o homólogo sul-coreano, Cho Tae-yul, condenaram ontem o lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte, no momento em que Antony Blinken chegava a Seul.

“Condenamos o lançamento de mísseis pela RPDC [República Popular Democrática da Coreia, a sigla oficial da Coreia do Norte] ainda hoje, outra violação de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse o secretário de Estado norte-americano, numa conferência de imprensa conjunta com Cho.

A Coreia do Norte lançou um míssil balístico em direcção ao mar do Japão, que terá caído por volta das 12:12 locais fora da Zona Económica Exclusiva do Japão, disse o Ministério da Defesa japonês, na rede social X.

O Governo japonês formou uma equipa especial para recolher informações e estudar possíveis danos, disse o porta-voz do Executivo, Yoshimasa Hayashi. “A Coreia do Norte lançou um míssil balístico desconhecido em direcção ao mar do Leste [o nome dado na península coreana ao mar do Japão]”, informou o Estado-Maior Conjunto (JCS, na sigla em inglês) da Coreia do Sul.

O JCS acrescentou que o míssil foi disparado de uma área perto da capital norte-coreana, Pyongyang, mas não revelou mais detalhes por ainda estar a aguardar os resultados de uma análise ao lançamento. Este é o primeiro teste de mísseis da Coreia do Norte desde uma salva de mísseis balísticos de curto alcance lançada em 06 de Novembro, poucas horas antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Na semana passada, a Coreia do Norte testou aquele que disse ser um novo míssil balístico intercontinental de combustível sólido, o mais avançado do arsenal de Pyongyang. A visita de Blinken faz parte de uma digressão, provavelmente a última, que levará o diplomata também ao Japão e a França, de acordo com um comunicado do Departamento de Estado norte-americano divulgado na sexta-feira.

7 Jan 2025

HK | Droga apreendida no aeroporto mais que triplicou em 2024

O Aeroporto Internacional de Hong Kong confiscou um total de 874 quilogramas de estupefacientes em 2024, o que representa um aumento de 244 por cento face a 2019, antes da pandemia de covid-19, foi ontem anunciado.

Os dados citados pelo South China Morning Post indicam que as substâncias interceptadas foram avaliadas em 349 milhões de dólares de Hong Kong.

As drogas foram detectadas em 111 voos internacionais, algo atribuído a uma intensificação dos controlos, especialmente durante as épocas festivas, quando os traficantes tentam tirar partido do aumento das viagens aéreas.

Só em meados de Dezembro de 2022 é que a metrópole abandonou a política chinesa de ‘zero covid’, com a restrição das entradas no território, aposta em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas. De acordo com fontes da polícia, citadas pelo jornal, os suspeitos recebiam até 1 por cento do valor da droga transportada, nomeadamente no interior do corpo, uma táctica comum entre as ‘mulas’ vindas de África.

As mesmas fontes disseram que a cocaína vem da América do Sul, enquanto os produtos de canábis vêm geralmente da América do Norte e de países asiáticos e a metanfetamina em cristal vem da Europa e do México. No final de dezembro de 2023, a polícia de Hong Kong deteve dois passageiros que voaram de Moçambique para a região chinesa com 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 1,9 milhões de euros.

A Alfândega de Hong Kong detectou um homem de 29 anos e uma mulher de 27 anos que chegaram ao aeroporto do território vindo de Moçambique através de Doha, no Qatar. Os agentes encontraram, no interior das malas de porão dos dois viajantes, 10 pinturas a óleo e 54 peças de artesanato, usadas para esconder um total de 33,5 quilos de metanfetamina, no valor de 16,5 milhões de dólares de Hong Kong.

O crime de tráfico de droga é punido na região chinesa com uma multa de até 5 milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão que pode ser perpétua.

7 Jan 2025

Aviação | Guangdong vai construir novo aeroporto internacional

O Conselho de Estado (Executivo) chinês aprovou ontem a construção de um novo aeroporto internacional na província de Guangdong, que faz fronteira com Macau, para descongestionar o tráfego aéreo e tornar a região “num centro internacional de carga”.

A nova instalação vai servir as cidades a oeste de Cantão, a capital da província, desviando os voos de três outros aeroportos da China continental, numa área de 55.800 quilómetros quadrados no Delta do Rio das Pérolas, que inclui também o centro tecnológico de Shenzhen.

Este novo aeroporto deve entrar em funcionamento em 2028, prevendo-se que acrescente 30 milhões de viagens anuais, até 2035, e duplique esse fluxo até 2050, segundo um comunicado do governo da província. A capacidade de carga do aeroporto deve aumentar para 500 mil toneladas até 2030 e 2,2 milhões de toneladas até 2050, acrescentou o portal financeiro Cailianshe.

Em comparação, o Aeroporto Internacional de Guangzhou Baiyun, o principal aeroporto de Guangdong, registou 76 milhões de viagens em 2024, um novo recorde, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua.

Em 2023 passaram 40 milhões de passageiros pelo Aeroporto Internacional de Hong Kong – parte do projecto da Área da Grande Baía da China. A infraestrutura foi também classificada como a instalação de carga aérea mais movimentada do mundo, com 4,5 milhões de toneladas de material processado.

O novo projecto faz parte de um plano nacional quinquenal para o desenvolvimento da aviação civil, de acordo com a imprensa local.

7 Jan 2025