Hoje Macau China / ÁsiaComércio | EUA acusados de violar regras ao vetar veículos conectados chineses A China afirmou ontem que o veto dos Estados Unidos à importação e venda de automóveis conectados e respectivos componentes provenientes da China e da Rússia “constitui uma violação da economia de mercado” e do “princípio da concorrência leal”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, afirmou em conferência de imprensa que a decisão de Washington “não tem qualquer base factual”, classificando-a como “puro proteccionismo”. Guo Jiakun exortou os Estados Unidos a “pôr termo à prática incorrecta de generalizar a segurança nacional e à repressão irrazoável das empresas chinesas”. “A China tomará as medidas necessárias para proteger firmemente os seus direitos e interesses legítimos”, acrescentou o porta-voz. A Casa Branca afirmou que o Departamento de Comércio emitiu os regulamentos finais “que irão proibir a venda e importação de componentes e sistemas informáticos de veículos conectados, bem como veículos completos da China e da Rússia”. A administração do Presidente cessante dos EUA, Joe Biden, justificou a medida porque “a presença nas cadeias de abastecimento de adversários estrangeiros” significa que os sistemas e componentes destes veículos representam uma “ameaça significativa para a maioria dos carros que circulam atualmente na estrada”. A proibição afecta igualmente os sistemas de condução autónoma.
Hoje Macau China / ÁsiaAlibaba | Empresas chinesas enfrentam ambiente geopolítico mais hostil das últimas décadas O co-fundador e presidente do gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba, Joe Tsai, advertiu ontem, em Hong Kong, que as empresas chinesas enfrentam o ambiente geopolítico mais adverso das últimas décadas. “É definitivamente o ambiente geopolítico mais hostil que alguma vez enfrentámos. Como empresa chinesa, se quisermos fazer negócios nos Estados Unidos, vamos ser afectados por tudo, incluindo o agravar das taxas alfandegárias”, afirmou Tsai num fórum financeiro em Hong Kong e citado pelo jornal da região semiautónoma South China Morning Post. Segundo o empresário, isto deve-se ao facto de os norte-americanos considerarem que os fabricantes e exportadores chineses são demasiado fortes e vendem demasiados produtos. “Quero lembrar ao Governo dos EUA que, enquanto plataforma, vendemos também para os consumidores chineses. Todos os anos, vendemos cerca de 50 mil milhões de dólares de produtos norte-americanos aos consumidores chineses. Na verdade, estamos a ajudar a reduzir o défice comercial dos EUA”, afirmou. Perante a situação actual, o segundo maior accionista individual da empresa – apenas atrás do fundador, Jack Ma – garantiu que os administradores das empresas chinesas devem “identificar os riscos, proteger a empresa e diferenciá-la das que são mais vulneráveis”. Washington investigou, em 2022, o negócio de computação em nuvem da Alibaba para determinar se representava um risco para a sua segurança nacional. A empresa tecnológica é uma das muitas empresas do sector afectadas pelos controlos norte-americanos sobre a exportação de semicondutores avançados. Tanto as autoridades como as empresas chinesas estão a preparar-se para o regresso, a partir da próxima semana, do republicano Donald Trump à Casa Branca, que no primeiro mandato (2017-2021) lançou uma guerra comercial contra o país asiático e prometeu novas taxas alfandegárias de até 60 por cento sobre as importações oriundas da segunda maior economia do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaImpostas sanções a sete empresas norte-americanas por venda de armas a Taiwan A China acrescentou ontem sete empresas norte-americanas à lista de entidades não fiáveis por terem vendido armas a Taiwan, uma medida decretada a menos de uma semana do Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, tomar posse. As empresas afectadas são a Inter-Coastal Electronics, System Studies and Simulation, IronMountain Solutions, Applied Technologies Group, Axient, Anduril Industries e Maritime Tactical Systems, que serão proibidas de qualquer actividade de importação ou exportação de ou para o país asiático, informou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado. Estas empresas não serão autorizadas a efectuar novos investimentos na China e os seus gestores estão proibidos de entrar no país. As medidas anunciadas pelo ministério entraram ontem em vigor. O Ministério do Comércio acusou estas empresas de se envolverem na venda de armas a Taiwan “apesar da forte oposição” de Pequim, o que “prejudica seriamente a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento” da China. “As entidades estrangeiras que são honestas e cumpridoras da lei não devem estar preocupadas de todo”, afirmou o ministério, acrescentando que o “Governo chinês, como sempre, dá as boas-vindas às empresas de todo o mundo para investirem e prosperarem na China”. Olhos no ocidente As sanções foram anunciadas no mesmo dia em que dois veículos aéreos não tripulados militares chineses circulavam em torno de Taiwan, informou o Ministério da Defesa Nacional da ilha. De acordo com o último relatório diário da agência, 24 aviões chineses, incluindo caças e bombardeiros, sobrevoaram as imediações de Taiwan entre terça e quarta-feira, 21 dos quais atravessaram a linha do Estreito e entraram nas regiões norte, sudoeste e leste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan, mas não penetraram no espaço aéreo de Taipé. As autoridades da ilha estão a acompanhar de perto a política da administração norte-americana em relação à China após 20 de Janeiro. Apesar de ter reforçado a assistência militar a Taipé no seu primeiro mandato, Donald Trump teceu várias críticas a Taiwan durante a sua última campanha eleitoral, garantindo que a ilha “roubou” a indústria norte-americana de semicondutores e que deveria pagar a Washington pela sua defesa.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | António Costa fala com Xi Jinping sobre questões comerciais e económicas Em conversa telefónica, o presidente do Conselho Europeu e o líder chinês abordaram as relações comerciais e económicas entre a União Europeia e a China, numa tentativa de melhorar a cooperação entre os dois lados O presidente do Conselho Europeu, António Costa, alertou na terça-feira o Presidente da China, Xi Jinping, que é necessário “rebalancear os desequilíbrios comerciais e económicos existentes” entre Pequim e o bloco comunitário. Numa conversa telefónica com Xi Jinping, ambos concordaram que a “cooperação é preferível à competição”, segundo fonte europeia. Costa e Xi disseram que é necessário encontrar uma resolução com “benefícios mútuos” para a disputa sobre os veículos eléctricos. A Comissão Europeia decidiu colocar impostos adicionais sobre os veículos eléctricos chineses, depois de uma investigação feita pelo próprio executivo comunitário concluir que Pequim estava a ajudar as empresas, levando a que o preço destes automóveis fosse mais baixo do que deveria ser. A decisão foi encarada com anti-concorrencial. O presidente do Conselho Europeu disse ao Presidente da China que é importante “trabalhar em conjunto para resolver os problemas globais, em particular as alterações climáticas”. Os dois concordaram que uma cooperação mais estreita entre Pequim e os 27 países da União “era um sinal positivo para a paz mundial”. A divergência entre os dois polos surgiu em relação à Ucrânia, que em Fevereiro de 2022 foi alvo de uma invasão russa. Durante a conversa, António Costa alertou que nenhum país devia auxiliar a Rússia no conflito, muito menos ajudar Moscovo a contornar as restrições impostas pela União Europeia (UE). Xi Jinping lembrou que a Rússia é um antigo aliado de Pequim, mas disse que era necessário alcançar uma paz justa e duradoura na Ucrânia. Novos desafios Para este ano está também prevista uma cimeira UE – China, por ocasião do 50.º aniversário das relações diplomáticas entre o bloco comunitário e Pequim. Ainda não há data concreta para a realização da cimeira. A última cimeira foi em Dezembro de 2023, em Pequim, e foi a primeira reunião presencial desde 2019. A pandemia de covid-19 impediu a concretização de outros encontros presenciais. Já na altura o então presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que, em conjunto com Xi Jinping, o bloco dos 27 e Pequim tinham concordado em respeitar o direito internacional e cooperar para resolver os desafios globais. Paz duradoura O presidente do Conselho Europeu alertou o Presidente da China que a paz na Ucrânia tem de ser “compreensiva, justa e duradoura” ao anunciar uma cimeira em Bruxelas para abordar as relações entre Pequim e o bloco comunitário. “Expressei que a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia ameaça a paz global. E enfatizei a necessidade de uma paz compreensiva, justa e duradoura”, escreveu António Costa, na rede social X, na tarde de terça-feira. Depois de uma conversa telefónica com o Presidente da China, Xi Jinping, António Costa anunciou também uma cimeira em Bruxelas este ano, ainda sem uma data concreta.
Hoje Macau China / ÁsiaWAPCo fica responsável pela segurança das instalações petrolíferas em África O Níger e a empresa chinesa WAPCo assinaram na terça-feira, em Niamey, acordos de “segurança das operações” e das “instalações petrolíferas”, que incluem o gigantesco oleoduto que transporta petróleo bruto para o vizinho Benim. “Os acordos-quadro e de aplicação com a WAPCo (West African Oil Pipeline Company) relativos à segurança das operações e das instalações petrolíferas foram assinados numa cerimónia presidida pelo secretário-geral do Ministério da Defesa do Níger, o brigadeiro-general Sani Kaché, e por um representante da WAPCo”, declarou o ministério em comunicado. O ministério anunciou um compromisso mútuo, sem dar mais pormenores. De acordo com o Ministério do Petróleo do Níger, a China propôs recentemente a utilização de drones para monitorizar o oleoduto de 2.000 quilómetros que transporta petróleo bruto de Agadem, no nordeste do Níger, para o porto beninense de Sèmè-Kpodji. Desde o ano passado, o oleoduto tem sido alvo de uma série de ataques nos dois países que atravessa. A última sabotagem ocorreu sábado, no Níger, perto de Mounstéka, por assaltantes que depois “se retiraram para sul, em direcção à Nigéria”, segundo o mais recente boletim de operações do exército nigerino, que não dá pormenores sobre os danos. Dedo apontado No início de Dezembro, no Benim, três soldados responsáveis pela vigilância do oleoduto foram mortos em Malanville num ataque de “homens armados”. O primeiro ataque contra o gasoduto foi reivindicado em Junho de 2024, na região de Zinder, por um grupo armado que exigia o regresso ao poder de Mohamed Bazoum, o Presidente derrubado em julho de 2023 pelo actual regime militar. Posteriormente, a China National Petroleum Corporation (CNPC), uma empresa petrolífera estatal chinesa da qual a WAPCo é uma filial, suspendeu os seus projectos de construção em Agadem. No comunicado de imprensa do Ministério da Defesa, o Níger afirma também que “concluiu com êxito a venda do seu petróleo bruto” pelo Benim em 2024. As relações entre este país governado por uma junta militar e o Benim têm sido tumultuosas. O Níger mantém a sua fronteira com o Benim fechada e acusou-o várias vezes de servir de base de retaguarda para “terroristas” e de procurar desestabilizar o país. Este petróleo é essencial para as economias dos dois países, que trabalham com a CNPC. A China extrai petróleo do Níger desde 2011.
Hoje Macau China / ÁsiaArqueologia | Destilação de bebidas alcoólicas tem mais de 3000 anos A descoberta de um líquido num recipiente de bronze da Dinastia Shang, nas Ruínas de Daxinzhuang, permitiu aos investigadores detectar a presença de etanol, identificando o conteúdo como licor destilado Uma equipa de investigadores chineses confirmou que a produção de bebidas destiladas no país remonta ao final da Dinastia Shang (1600 a.C.-1046 a.C.), o que antecipa a origem conhecida desta tecnologia em mais de mil anos. A conclusão surge de uma análise a um líquido encontrado num recipiente de bronze descoberto em 2010 nas Ruínas de Daxinzhuang, em Jinan, capital da província de Shandong, no leste da China, adiantou na terça-feira a agência de notícias estatal Xinhua. O recipiente, selado pela ferrugem há mais de uma década, foi recentemente aberto a estudos. Uma amostra do líquido foi analisada no Laboratório Conjunto Internacional para Investigação Arqueológica Ambiental e Social da Universidade de Shandong, onde foi confirmada a presença de etanol, identificando o conteúdo como licor destilado. Esta descoberta destaca-se por ser a mais antiga do género no contexto chinês. De acordo com Wu Meng, investigador associado do laboratório que liderou o estudo, o vinho de fruta e o vinho de arroz produzidos por fermentação sem destilação contêm açúcar e proteína, bem como etanol. “No entanto, o líquido encontrado desta vez não contém açúcar nem proteína, confirmando que se trata de uma bebida destilada”, explicou Wu. O especialista salientou ainda que “a origem do licor destilado na China sempre foi um tema importante no estudo da história da ciência, tecnologia e cultura do vinho no país”. Para além do valor arqueológico, esta descoberta destaca o avanço tecnológico e cultural da Dinastia Shang, também conhecida pelos seus contributos para a metalurgia e a escrita. Os investigadores enfatizaram a relevância destas descobertas para a compreensão da evolução histórica da ciência, tecnologia e cultura do vinho na China. Paraíso arqueólogo As Ruínas de Daxinzhuang, onde a descoberta foi feita, são um local importante para o estudo da civilização Shang, com múltiplas descobertas que lançam luz sobre a sua complexa organização social e económica. No final de 2023, outra equipa de arqueólogos encontrou uma garrafa com mais de 7000 anos no sítio de Peiligang, na província de Henan, a mais antiga do género na China, ligada à cultura Yangshao, conhecida pelo seu desenvolvimento inicial no curso médio do Rio Amarelo. Os especialistas sugerem que a garrafa pode ter sido utilizada para fermentar bebidas, o que fornece provas do conhecimento das técnicas de fermentação naquela época e enriquece o estudo da origem da civilização agrícola chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Detidos 49 homens acusados de abusar sexualmente de adolescente A polícia indiana deteve 49 homens suspeitos de abusar sexualmente de uma adolescente ao longo de vários anos no sul do país, declarou ontem a polícia local. A jovem vítima pertence à comunidade dalit, anteriormente conhecida como “intocáveis”, que são particularmente alvo de violência sexual num país que regista uma elevada taxa de crimes contra as mulheres. A vítima, agora com 18 anos e cuja identidade não foi revelada, disse que foi abusada sexualmente desde os 13 anos por cerca de 60 homens, no estado de Kerala. Um total de “49 pessoas foram detidas”, confirmou Nandakumar S., um oficial responsável da polícia no distrito de Pathanamthitta, no sul de Kerala. Os homens detidos eram conhecidos da vítima, incluindo vizinhos e amigos da família. “A família, no entanto, não estava consciente do pesadelo [vivido] pela sua filha”, disse à agência de notícias AFP Rajeev N., advogado que dirige o comité distrital de protecção de menores. A jovem “está a ser mantida afastada dos meios de comunicação e só a polícia a visita para registar as suas declarações”, acrescentou Rajeev N. O jornal Indian Express noticiou esta semana que um dos acusados teria chantageado a vítima com um vídeo que tinha gravado das “suas relações sexuais”. Após esta chantagem, vários dos seus amigos agrediram a jovem sexualmente. De acordo com a investigação, a vítima foi violada colectivamente pelo menos cinco vezes, incluindo uma vez num hospital local. Cerca de 90 violações foram registadas todos os dias em 2022 no país mais populoso do mundo, com 1,4 mil milhões de pessoas, mas muitas agressões deste tipo ainda não são denunciadas. Esta semana, um tribunal da cidade de Calcutá deverá dar o seu veredicto contra um homem acusado de violar e matar uma médica de 31 anos em Agosto. A descoberta do seu corpo ensanguentado num hospital público em Calcutá desencadeou uma grande comoção em todo o país, incluindo greves de equipas médicas e grandes manifestações contra a violência contra as mulheres no país.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Novo presidente da federação de futebol quer reactivar campeonato O empresário timorense e recém-eleito presidente da Federação de Futebol de Timor-Leste (FFTL), Nilton Gusmão, disse ontem à Lusa que pretende reactivar o campeonato nacional, parado há mais de três anos. “A minha principal missão será focar-me na reactivação da nossa liga de futebol, que está parada há mais de três anos. A nossa liga precisa de ser reestruturada e revitalizada para garantir que o futebol em Timor-Leste tenha a energia, a organização e o dinamismo necessários para crescer e conquistar o seu lugar de destaque”, disse Nilton Gusmão. O empresário foi eleito no sábado presidente da Federação de Futebol de Timor-Leste, substituindo no cargo o actual chefe das Forças Armadas timorense, Falur Rate Laek, que assumiu o cargo interinamente. O novo presidente reconheceu que a FFTL precisa de realizar o campeonato para formar uma selecção nacional, que possa contribuir para o desenvolvimento do futebol timorense. “É importante começar a organizar a liga”, incluindo a criação de uma estrutura definitiva, explicou Nilton Gusmão. O presidente reconheceu que a Liga Futebol de Timor-Leste está a um nível “muito fraco” e que durante o seu mandato pretende também apostar na formação dos jogadores, salientando a importância do apoio do Governo para o desenvolvimento do futebol.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Yoon mantém-se em silêncio sob custódia policial O líder deposto da Coreia do Sul foi finalmente detido, após uma primeira tentativa falhada. Yoon Suk-yeol exerce o direito de se manter em silêncio O presidente deposto da Coreia do Sul Yoon Suk-yeol detido ontem para prestar declarações sobre a imposição de lei marcial em Dezembro, optou por manter-se em silêncio, afirmaram os investigadores. Yoon, o primeiro chefe de Estado sul-coreano em exercício a ser detido, está “a exercer o seu direito de permanecer em silêncio”, disse à imprensa um responsável do Gabinete de Investigação da Corrupção (CIO). A equipa que está a investigar Yoon executou o mandado de detenção contra o presidente às 10:33, declarou pouco depois o CIO, em comunicado. Após uma primeira tentativa falhada de deter Yoon, no início de Janeiro, agentes do CIO e da polícia chegaram ontem em grande número, antes de amanhecer, à residência presidencial, num bairro nobre de Seul, onde o antigo procurador permanecia sem sair há semanas. Numa mensagem de vídeo gravada antes de as forças da ordem invadirem a residência presidencial esta manhã, Yoon disse que concordou submeter-se ao interrogatório “para evitar qualquer infeliz derramamento de sangue”. “Decidi responder ao Gabinete de Investigação de Corrupção”, anunciou Yoon, acrescentando que não reconhece a legalidade da investigação. Caso único O presidente deposto, que está a ser investigado por rebelião, na sequência da declaração de lei marcial em 03 de Dezembro, é o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser detido. Suspenso pelos deputados e objecto de investigação por rebelião, o líder conservador tem-se recusado desde o início a prestar declarações sobre a imposição da lei marcial, o que levou os procuradores a emitirem um mandado de detenção. Yoon pode permanecer sob custódia policial durante 48 horas, ao abrigo do actual mandado. Os investigadores terão de solicitar um novo mandado para prolongar a detenção. O presidente surpreendeu o país em 03 de Dezembro ao declarar lei marcial, uma medida que fez lembrar os dias negros da ditadura militar sul-coreana e que justificou com a intenção de proteger o país das “forças comunistas norte-coreanas” e de “eliminar elementos hostis ao Estado”. No entanto, a Assembleia Nacional frustrou os planos presidenciais ao votar a favor do levantamento do estado de emergência. Pressionado pelos deputados e por milhares de manifestantes pró-democracia, Yoon foi obrigado a revogar a decisão. Em 03 de Janeiro, os serviços de segurança presidencial, responsáveis pela proteção do chefe de Estado, bloquearam uma primeira tentativa do COI de executar o mandado de detenção. Na segunda incursão, ontem, as autoridades avisaram que deteriam qualquer pessoa que impedisse a detenção.
Hoje Macau China / ÁsiaUE necessita de dois milhões de peritos em tecnologia até 2050 O presidente da Academia Europeia de Ciências, o português Rodrigo Martins, disse à Lusa que a UE vai precisar de formar ou atrair mais dois milhões de especialistas em novas tecnologias emergentes até 2050. “Nós [a União Europeia (UE)] vamos precisar de talentos para estas novas tecnologias emergentes”, disse Martins, um especialista em nanotecnologia e microelectrónica. O investigador recordou que o bloco europeu implementou desde 2023 várias agendas, incluindo na promoção dos semicondutores e na criação de uma cadeia de abastecimento sustentável e viável de materiais considerados vitais, como o lítio. Em Setembro de 2023, entrou em vigor o regulamento europeu para impulsionar o setor dos semicondutores, o qual visa garantir a segurança do aprovisionamento e reforçar o investimento, num apoio de 3,3 mil milhões de euros em fundos comunitários. Um dos principais âmbitos da nova lei europeia visa a transferência de conhecimentos dos laboratórios para as fábricas, colmatando o fosso entre a investigação e a inovação e as actividades industriais e promovendo a exploração industrial de tecnologias inovadoras pelas empresas europeias. Semicondutores são a designação corrente para os circuitos integrados que permitem que os dispositivos eletrónicos – sejam telemóveis, micro-ondas ou elevadores – processem, armazenem e transmitam dados. “Precisamos, no mínimo, de cerca de 300 mil novas pessoas nestas áreas, até 2030, e até 2050, mais dois milhões”, disse Martins. “E nós não temos essas pessoas. Onde é que as vamos encontrar? É na China, não estou a ver outra hipótese”, referiu o investigador em Macau. A tal ponte Para Martins, que lidera a Academia Europeia de Ciências desde 2018, “a ideia é ver se se faz uma melhor aproximação e talvez Macau seja a melhor ponte para se ligar a China com a Europa”. “Directamente é muito difícil”, lamentou o investigador, numa referência às tensões geopolíticas e comerciais entre Pequim e a União Europeia. Martins falava à margem de uma conferência na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, onde discursou sobre materiais impressos sustentáveis para aplicação em electrónica. Na mesma conferência também falou a mulher, a antiga ministra portuguesa da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato (2022-2024). O casal é conhecido por ter inventado em 2008, com colegas, o chamado “papel electrónico”, o primeiro transístor feito de papel.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas queixam-se de acções de Pequim no Mar do Sul Um responsável pela segurança das Filipinas disse ontem que Pequim está a empurrar o seu país “contra a parede”, no disputado Mar do Sul da China, e avisou que “todas as opções estão em cima da mesa” para Manila. Um grande navio da guarda costeira chinesa patrulhou ontem o disputado recife de Scarborough e navegou a seguir em direcção à costa noroeste das Filipinas, chegando a aproximar-se 77 milhas náuticas, disseram as autoridades filipinas, em conferência de imprensa. “A presença do navio em águas filipinas (…) a 77 milhas náuticas da nossa costa, é inaceitável e, por conseguinte, deve ser retirado imediatamente pelo Governo chinês”, disse Jonathan Malaya, director-geral adjunto do Conselho de Segurança Nacional, na conferência de imprensa, juntamente com altos funcionários militares e da guarda costeira. “Estão a empurrar-nos contra a parede”, disse Malaya sobre a China. Dois navios da guarda costeira filipina, apoiados por um pequeno avião de vigilância, ordenaram repetidamente ao navio da guarda costeira chinesa de 165 metros que se retirasse da zona económica exclusiva das Filipinas, uma extensão de água de 200 milhas náuticas, disse o Comodoro Jay Tarriela, da guarda costeira filipina. “O que estamos a fazer é, hora a hora e dia a dia, desafiar a presença ilegal da guarda costeira chinesa para que a comunidade internacional saiba que não vamos permitir que a China normalize a sua presença ilegal”, disse. Não houve comentários imediatos das autoridades chinesas. No passado, as autoridades chinesas acusaram repetidamente as Filipinas e outros Estados rivais, incluindo o Vietname e a Malásia, de invadirem o que dizem ser águas territoriais chinesas “incontestadas”. A escaldar Sob a presidência de Ferdinand Marcos Jr., que tomou posse em meados de 2022, as Filipinas defenderam assertivamente os seus interesses territoriais no Mar do Sul da China, uma importante via comercial. Este facto tem levado as forças filipinas a confrontos frequentes com a guarda costeira e a marinha da China, e tem provocado receios de que um conflito armado de maiores dimensões possa atrair os Estados Unidos, o aliado de longa data das Filipinas e rival regional da China. A China cercou o recife de Scarborough com a sua guarda costeira e outros navios após um tenso impasse territorial com as Filipinas em 2012. As Filipinas responderam com um processo contra a China no tribunal internacional de Haia, em 2013. O painel de arbitragem em Haia invalidou as reivindicações expansivas da China na passagem marítima movimentada ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982. A China rejeitou a decisão da arbitragem de 2016 e continua a desafiá-la abertamente. Após a arbitragem, a China advertiu as Filipinas de que não deveriam iniciar outro processo judicial num fórum internacional, preferindo negociações bilaterais. Os dois países têm também discutido os seus conflitos territoriais no âmbito de um mecanismo de consulta bilateral para evitar uma escalada das disputas. A próxima ronda de conversações será organizada pela China, disse o funcionário.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Japão | Coreia do Norte dispara projéctil não identificado A Coreia do Norte disparou ontem um projéctil não identificado para o mar do Japão, declarou o exército sul-coreano, uma semana depois de Pyongyang anunciar ter testado um novo “míssil hipersónico”. “A Coreia do Norte lançou um projéctil não identificado na direcção do mar do Leste”, indicou o Estado-Maior sul-coreano, que tem uma designação própria para o mar do Japão. O lançamento ocorre uma semana depois de Pyongyang ter disparado o que o líder norte-coreano Kim Jong-un descreveu como “míssil balístico hipersónico de alcance intermédio” destinado a dissuadir “todos os rivais” do país na região do Pacífico. O teste teve lugar durante uma visita à Coreia do Sul do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e foi o primeiro de Pyongyang desde que o presidente eleito norte-americano, Donald Trump, venceu as eleições presidenciais, em Novembro. A Coreia do Sul, aliado dos Estados Unidos, mantém uma relação tensa com a Coreia do Norte, contra a qual continua tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou num armistício e não num tratado de paz. Em Novembro, a Coreia do Norte testou o que alegou ser o novo míssil balístico intercontinental (ICBM) de combustível sólido, o mais avançado do arsenal do país asiático, que possui armamento nuclear. Em resposta, o exército sul-coreano disparou também um míssil balístico. Washington acusou Pyongyang de receber apoio russo em troca do envio de tropas para combater na Ucrânia, mas nem Pyongyang nem Moscovo confirmaram oficialmente que forças norte-coreanas combatem pela Rússia em solo ucraniano.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Parlamento pede investigação a bala que atingiu residência de ex-presidente O parlamento timorense pediu ontem ao Governo para investigar o incidente com uma bala perdida, que atingiu no último dia de 2024 a residência do ex-presidente Francisco Guterres Lú Olo. “O Governo tem toda a responsabilidade, principalmente o Serviço Nacional de Inteligência, de fazer uma investigação profunda ao caso”, disse a deputada do Partido de Libertação Popular (PLP), Maria Angelina Sarmento. Em 31 de Dezembro, o ex-chefe de Estado e presidente da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) denunciou uma “aparente intenção de o assassinar”, depois de uma bala ter atingido uma mesa na sua residência. A Polícia Nacional de Timor-Leste esclareceu que o projéctil de nove milímetros foi disparado para o ar por uma arma ainda por identificar. A polícia disse também que o caso foi entregue ao Ministério Público e pediu às pessoas para informarem as autoridades caso tenham alguma informação. A deputada Maria Angelina Sarmento salientou também que aquele tipo de acidente pode “criar pânico na sociedade” em relação à segurança do país. “Embora tenha sido apenas um incidente, ainda não sabemos a verdade dos factos. Para não criar pânico na sociedade, o Governo, juntamente com as entidades relevantes tem toda a responsabilidade de investigar e divulgar o resultado da investigação”, disse a deputada do PLP. Para o deputado e secretário-geral do Partido Democrático (PD), é preciso esclarecer de onde veio a “ameaça”, sem fazer mais comentários. A Fretilin, através do deputado Joaquim dos Santos Boraluli, lembrou que apenas duas instituições, nomeadamente as forças armadas e de segurança, podem utilizar armas e que a polícia deve vigiar o seu uso no território nacional. “Penso que há algumas deficiências no trabalho de segurança. O Governo tem de rever as regras de licença de uso e porte de armas”, disse o deputado, salientando que o disparo pode ter sido “descuido”, mas também “intencional”.
Hoje Macau China / ÁsiaXiaohongshu | EUA impulsionam ‘app’ chinesa face ao bloqueio do TikTok A rede social chinesa Xiaohongshu passou a constar no topo da lista das aplicações mais descarregadas pelos utilizadores da Apple nos Estados Unidos, perante a iminência do bloqueio do TikTok no país, previsto para 19 de Janeiro. Na plataforma, a chegada de utilizadores estrangeiros foi saudada com a referência “refugiados do TikTok”. O portal de notícias local Sina cita alguns utilizadores norte-americanos que se dizem indignados com o iminente encerramento do TikTok, referindo que escolheram o Xiaohongshu precisamente por terem ouvido dizer que é semelhante àquela plataforma de partilha de vídeos curtos. Depois de a rede social chinesa ter chegado ao topo da tabela da Apple, a influenciadora Jen Hamilton, com quase quatro milhões de seguidores, carregou um vídeo no TikTok em que se apresenta em chinês e outro em que afirma, a rir: “É impossível subestimar o quão pouco me importa que os chineses tenham os meus dados. (…) Não me importo”. Vale a pena notar que o actual número dois na tabela de descarregamentos dos iPhone é o Lemon8, o concorrente do Xiaohongshu desenvolvido pela empresa-mãe do TikTok, a empresa tecnológica chinesa ByteDance. O Xiaohongshu (“pequeno livro vermelho” em mandarim, conhecido como RedNote em inglês) estreou-se em 2013 como uma aplicação de avaliação de compras e evoluiu para uma mistura de Instagram e Pinterest, centrando-se em funcionalidades como apresentações de fotografias, recomendações dos utilizadores e comércio electrónico. Depois de ganhar força entre os jovens chineses durante a pandemia, a rede social tem agora 300 milhões de utilizadores activos mensais, 79 por cento dos quais são mulheres. O sucesso do Xiaohongshu atraiu investidores como os gigantes digitais chineses Tencent e Alibaba, o que fez com que a empresa fosse avaliada em cerca de 17 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaChina responde a Biden que ambos países devem tratar-se como iguais Pequim defendeu ontem que a China e os Estados Unidos “devem tratar-se como iguais”, depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter afirmado na véspera que a economia chinesa nunca ultrapassará a do seu país. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, disse em conferência de imprensa que “nos últimos quatro anos, as relações bilaterais passaram por altos e baixos, mas a estabilidade geral foi alcançada”. Guo afirmou que “o diálogo e a cooperação foram seguidos entre os dois países, mais de 20 novos mecanismos de comunicação foram restaurados e construídos, e foram alcançados resultados em algumas áreas sob a liderança dos dois chefes de Estado”. “A China sempre aderiu aos seus princípios, protegeu resolutamente a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, e tomou medidas enérgicas para responder ao mau comportamento dos EUA”, acrescentou o porta-voz. Guo sublinhou ainda a importância de ambos os países “serem fiéis às palavras e aos actos, tratarem-se mutuamente como iguais, não desafiarem as linhas vermelhas, empenharem-se num maior diálogo e cooperação, corresponderem às expectativas das pessoas e mostrarem o seu papel de grandes potências”. Washington “deve avançar na mesma direçcão” que a China, disse. Últimas previsões Biden, que passará o poder ao republicano Donald Trump a 20 de Janeiro, previu na segunda-feira que a economia da China “nunca” ultrapassará a dos Estados Unidos. “Muitos especialistas previram que era inevitável que a economia da China ultrapassasse a nossa. De acordo com as últimas previsões, eles nunca nos ultrapassarão”, disse Biden, que manteve a guerra comercial com Pequim que Trump iniciou no seu primeiro mandato. O republicano vai recuperar a presidência depois de ter prometido na sua campanha eleitoral impor novas taxas alfandegárias sobre as importações chinesas.
Hoje Macau China / ÁsiaTikTok | Venda a Elon Musk para evitar encerramento nos EUA é “pura ficção” A ByteDance rejeita a possibilidade adiantada pela agência Bloomberg nas vésperas de o Supremo Tribunal dos Estados Unidos se pronunciar sobre o encerramento da plataforma de vídeos O TikTok, propriedade da empresa chinesa ByteDance, classificou ontem como “pura ficção” a possibilidade de a plataforma de partilha de vídeos curtos ser vendida a Elon Musk, caso o Supremo Tribunal dos Estados Unidos decrete o seu encerramento. “Não se pode esperar que façamos comentários sobre algo que é pura ficção”, reagiu a empresa, num comentário citado pela agência de notícias Efe. A reacção surge após a agência Bloomberg ter avançado que as autoridades chinesas estão a avaliar como “possível opção” a aquisição das operações do TikTok nos EUA pelo magnata norte-americano Elon Musk, dono da rede social X, e que fará parte da administração de Donald Trump. Esta possibilidade surge, segundo a Bloomberg, que cita fontes próximas do processo, se o TikTok não conseguir contornar a sua proibição nos EUA, enquanto se aguarda uma decisão do Supremo Tribunal sobre a manutenção de uma lei que pode encerrar a rede social no país se a ‘app’ não se separar da sua casa-mãe, a ByteDance, até 19 de Janeiro, como estipula a norma. O regulamento, aprovado pelo Congresso norte-americano em Abril passado, dava à chinesa ByteDance nove meses para encontrar um investidor de um país que não fosse considerado “adversário” dos Estados Unidos. Os legisladores norte-americanos justificaram a decisão argumentando que a plataforma representa uma ameaça para a segurança nacional devido à possibilidade de o Governo chinês ter acesso aos dados dos utilizadores. A China criticou repetidamente “a repressão” dos EUA ao TikTok, afirmando que se trata de “uma táctica de intimidação” que acabará por “sair pela culatra” aos EUA. De oito a 80 O encerramento do TikTok nos EUA pode ocorrer apenas um dia antes do regresso de Trump ao cargo, a 20 de Janeiro. Enquanto no primeiro mandato o republicano tentou proibir a rede social, desta vez pediu ao Supremo Tribunal dos EUA que impedisse a entrada em vigor da lei até à tomada de posse, depois de ter prometido na campanha que iria “salvar o TikTok”. Musk, que se tornou um dos aliados mais próximos de Trump, tem interesses significativos na China, onde está localizada a principal base de produção global da sua empresa Tesla. O magnata já defendeu, em Abril passado, que “o TikTok não deve ser proibido nos EUA”. “Fazê-lo iria contra a liberdade de expressão, e não é isso que os EUA defendem”, disse. O Estado chinês tem acções de classe preferenciais na ByteDance que lhe dá direito de veto sobre qualquer decisão.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | Japão, EUA e Filipinas acordam em segurança marítima Num encontro realizado online na segunda-feira, Japão, Estados Unidos e Filipinas concordaram em dar continuidade à cooperação em segurança marítima e em outras áreas. O primeiro-ministro do Japão, Ishiba Shigeru, realizou uma videoconferência de 30 minutos com o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o Presidente filipino Ferdinand Marcos Junior. Os três líderes concordaram que os seus países continuarão a trabalhar juntos na segurança marítima e económica e na construção de infraestruturas, mesmo após Biden deixar o cargo na próxima semana, em parte tendo em mente a crescente actividade marítima da China. Ishiba também tratou de uma ordem emitida por Biden para bloquear a compra da US Steel pela japonesa Nippon Steel. O responsável afirmou que os líderes empresariais no Japão e nos EUA têm expressado fortes preocupações com a medida e instou o lado americano a arrefecê-las. Após a conversa, Ishiba disse aos jornalistas que a situação internacional está a ficar cada vez mais complicada, no entanto, fará mais esforços para concretizar um Indo-Pacífico livre e aberto com base no Estado de Direito. Questionado sobre quando se encontrará com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, Ishiba disse que a coordenação final está em andamento para que os dois conversem pessoalmente em breve.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Lucros das empresas chinesas caem pelo terceiro ano consecutivo Os lucros das empresas chinesas caíram pelo terceiro ano consecutivo em 2024, segundo dados ontem divulgados, prevendo-se que a tendência se mantenha este ano, face às pressões deflacionistas na segunda maior economia do mundo. Os lucros das empresas com mais de 20 milhões de yuan em facturação diminuíram em média 4,7 por cento, em termos homólogos, entre Janeiro e Novembro, de acordo com os dados do Gabinete Nacional de Estatística. Este valor é superior ao declínio de 4 por cento registado durante todo o ano de 2022, quando a pandemia da covid-19 paralisou a actividade económica. As receitas cresceram apenas 1,8 por cento em termos homólogos entre Janeiro e Novembro do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2023. Este valor compara com um crescimento de 5,9 por cento em 2022 em relação ao ano anterior. Os economistas apontam a deflação como o principal motivo para estes dados, numa altura em que o excesso de produção dos fabricantes e o fraco consumo interno levaram a uma intensa concorrência, minando os preços dos produtos e serviços, o que corroeu os lucros.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Shimao cai 7% na bolsa após novo pedido de liquidação As acções do promotor imobiliário chinês Shimao, outrora uma das maiores empresas do sector na China, caíram ontem quase 7 por cento, depois de um credor ter apresentado novo pedido de liquidação contra a empresa em Hong Kong. A Shimao informou, em comunicado, que a CPYM Link Investment Limited apresentou um pedido de liquidação relativamente a cerca de 258 milhões de yuan de garantias para um empréstimo emitido ‘offshore’. A audiência em tribunal foi marcada para 19 de Março, disse o promotor, que vai tomar “medidas legais para se opor vigorosamente ao pedido de liquidação”. No início de Dezembro, a Shimao obteve uma importante prorrogação do prazo para negociar um plano de reestruturação da sua dívida além-fronteiras de 11,5 mil milhões de dólares, depois de o tribunal de Hong Kong ter rejeitado um pedido de liquidação apresentado em Abril pela filial de Hong Kong do banco estatal chinês China Construction Bank, relativamente a obrigações no valor de cerca de 202 milhões de dólares. Na altura, o promotor afirmou que obteve o apoio de mais de 79 por cento dos credores. Uma assembleia geral extraordinária e uma audiência em tribunal para aprovar o plano estão agendadas para o final desta semana. Nos últimos meses, vários promotores chineses, como o Evergrande e o Country Garden, foram objecto de pedidos de liquidação em Hong Kong; na semana passada, outro grande promotor, a Sunac, juntou-se à lista. Bola de neve Há um ano, a justiça de Hong Kong ordenou a liquidação da Evergrande, uma decisão que deu início a um processo longo e incerto, devido a dúvidas quanto ao seu reconhecimento na China continental, onde o grupo detém a maior parte dos seus activos. A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em Agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para os promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares. Em resposta, o Governo anunciou uma série de medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem também linhas de crédito multimilionárias a vários promotores. Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é precisamente a crise no sector imobiliário, cujo peso no PIB nacional – somando factores indirectos – foi estimado em cerca de 30 por cento, segundo alguns analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaYuan | Autorizado mais financiamento estrangeiro O Banco Popular da China (banco central) anunciou ontem o aumento do limiar de financiamento transfronteiriço sobre os activos das empresas e instituições financeiras, visando proteger a taxa de câmbio da moeda chinesa, o yuan. Em comunicado, a instituição indicou que vai aumentar o chamado parâmetro de avaliação macroprudencial (MPA) para o financiamento transfronteiriço, de 1,5 por cento para 1,75 por cento, o que permitirá às empresas do país asiático obter mais crédito fora do território chinês. O banco central e outros reguladores garantiram que “é necessário manter inabalavelmente a estabilidade básica da taxa de câmbio do yuan num nível razoável e equilibrado”, avisando que vão “lidar firmemente com comportamentos que perturbem a ordem do mercado”. De acordo com um documento divulgado pelo regulador cambial, Pequim pretende “reforçar a gestão” do sistema e “evitar resolutamente os riscos de ultrapassagem das taxas de câmbio” da moeda nacional. O banco central fixou ontem a sua taxa de câmbio oficial em 7,1885 yuan por cada dólar norte-americano, acima das expectativas do mercado, como parte dos sinais de que vai proteger o valor da sua moeda, depois de a taxa ‘offshore’ – transacionada nos mercados internacionais -, ter flutuado no seu pior nível em 16 meses e perto dos mínimos desde 2007, nos últimos dias. “Para já, a estabilidade do yuan continua a ser uma prioridade. A médio prazo, o sucesso desta estratégia dependerá dos fundamentos económicos”, afirmou Tommy Xie, analista do OCBC Bank, com sede em Singapura. Entre as medidas tomadas nos últimos dias pelo banco central está também o lançamento da sua maior emissão de obrigações através de Hong Kong, equivalente a quase 8,2 mil milhões de dólares, para absorver a quantidade de yuan disponível no mercado e assim gerar procura pela moeda. A oscilar Desde meados de 2024 até ao final de Setembro, o valor do yuan registou uma tendência ascendente, devido às expectativas de cortes nas taxas de juro nos Estados Unidos e de um prolongamento significativo das medidas de apoio à economia chinesa, face a uma recuperação aquém do esperado no período pós-pandemia. No entanto, a curva inverteu-se perante a desilusão dos investidores com as medidas de estímulo económico anunciadas por Pequim e a vitória eleitoral nos EUA do republicano Donald Trump, que iniciou em 2018 uma guerra comercial contra a China, durante o seu primeiro mandato, e prometeu novas taxas alfandegárias sobre as importações do país asiático. Nos últimos meses, o banco central chinês fixou repetidamente taxas de câmbio oficiais mais fortes do que o previsto – em relação às quais a taxa ‘onshore’, a que é transacionada nos mercados chineses, só pode flutuar num máximo de 2 por cento por dia – para defender a moeda, tornando também público o compromisso de manter a estabilidade cambial. Na semana passada, o yuan esteve muito perto de cair para o valor mais baixo desde finais de 2007.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Dirigente de instituto de sondagens investigado por colaborar com fugitivo A Polícia de Segurança Nacional de Hong Kong iniciou ontem uma investigação contra Robert Chung, presidente do Instituto de Pesquisa de Opinião Pública (HKPORI) do território, por alegada colaboração com um fugitivo procurado por criticar o Governo. Um grupo de polícias deslocou-se ao HKPORI – uma organização independente – na manhã de ontem, ao mesmo tempo que Chung foi conduzido de sua casa às instalações do instituto de sondagens para assistir presencialmente à operação busca, de acordo com a agência EFE. O incidente configura um novo desenvolvimento na investigação das autoridades de Hong Kong, que colocaram em Dezembro último Chung Kim-wah, um antigo director-geral adjunto do HKPORI, a viver no Reino Unido desde 2022, numa lista de procurados pelo departamento de Segurança Nacional. Chung Kim-wah, de 64 anos, foi acusado de defender repetidamente a independência de Hong Kong nas redes sociais entre Maio e Junho de 2023, bem como de apelar a sanções contra Pequim e a cidade semiautónoma no período de 2020 a 2023. Três dias depois de ter sido colocado na lista de procurados por alegadas violações da lei de segurança nacional, Chung Kim-wah garantiu aos meios de comunicação social que não mantinha qualquer vínculo com o HKPORI. Por outro lado, Robert Chung afirmou em Dezembro passado que não existem ligações entre o antigo director e o HKPORI desde o fim do contrato de Chung Kim-wah em 2022, acrescentando que os dois já não estão em contacto. Hong Kong procura, pelo menos, 20 antigos advogados e activistas actualmente residentes em países como Canadá, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Registado valor recorde de exportações em 2024 A China registou um valor recorde de exportações em 2024, segundo dados oficiais ontem divulgados, numa altura em que a chegada ao poder do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, suscita receios de renovadas tensões comerciais com Washington. “O montante das exportações ultrapassou, pela primeira vez, os 25 mil milhões de yuan, um aumento de 7,1 por cento, em relação ao ano anterior”, anunciou a cadeia televisiva CCTV, após uma conferência de imprensa do Conselho de Estado chinês. As importações ascenderam a 18,39 mil milhões de yuan, mais 2,3 por cento do que no ano anterior, segundo a CCTV. No total, o comércio externo da China aumentou 5 por cento em 2024, em comparação com o ano anterior, atingindo 43,85 mil milhões de yuan, um nível recorde. Donald Trump prometeu aumentar até 60 por cento as taxas alfandegárias sobre as importações chinesas, assim que tome posse, no próximo dia 20 de Janeiro, medidas que poderão limitar o comércio externo da China. As alfândegas do país asiático também apresentaram ontem dados do comércio externo denominados em dólares, utilizados como referência pelos analistas internacionais e que normalmente divergem dos registados na moeda chinesa, devido às flutuações cambiais. Em Dezembro, as exportações da China cresceram a um ritmo mais rápido do que o esperado, uma vez que as fábricas se apressaram a concluir as encomendas para os Estados Unidos, face à incerteza sobre o aumento das taxas nos próximos meses. As exportações em Dezembro cresceram 10,7 por cento, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Infecções pelo hMPV estão a diminuir O número de infecções pelo metapneumovírus humano (hMPV) no norte da China está a diminuir, após o aumento de casos registados nas últimas semanas, anunciou domingo a autoridade de saúde do país. “Actualmente, a taxa de casos positivos detectados do metapneumovírus humano está a oscilar, a taxa de casos positivos nas províncias do norte está a diminuir e a taxa de casos positivos entre os doentes com 14 ou menos anos começou também a diminuir”, adiantou Wang Liping, investigador do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, durante uma conferência de imprensa da Comissão Nacional de Saúde da China. O hMPV pertence à mesma família do vírus sincicial respiratório e provoca sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre, tosse e congestão nasal, podendo causar doença respiratória mais grave especialmente em crianças, idosos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido. “O metapneumovírus humano não é um vírus novo e está presente nos humanos há pelo menos várias décadas”, recordou Wang Liping, ao salientar que o aumento de casos verificado nos últimos anos se deve a melhores métodos de deteção dessas infecções. Nas últimas semanas, surgiram preocupações sobre um aumento das infecções por hMPV no norte da China, depois de terem circulado vídeos nas redes sociais de hospitais lotados e com doentes de máscara, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse não ver motivos de preocupação nos relatos do surto, apontando que se trata de um acontecimento sazonal normal. Wang adiantou ainda que as doenças respiratórias que afectam actualmente a China são causadas por agentes patogénicos já conhecidos e não surgiram novas doenças infecciosas do foro respiratório. Visita de Inverno O número de doentes atendidos nos serviços de urgência de todo o país tem vindo a aumentar, mas ainda é menor em comparação com o mesmo período do ano passado, assegurou também Gao Xinqiang, vice-director do Departamento de Resposta a Emergências Médicas chinês. Na última semana, as autoridades de saúde portuguesas esclareceram que o metapneumovírus é habitual no Inverno e que os casos em Portugal são “bastante raros”. De acordo com o último relatório de Vigilância Epidemiológica da Gripe do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), foi apenas detectado um caso no país desde Outubro.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Não haverá modernização do mundo sem a modernização de África O périplo do ministro dos Negócios Estrangeiros visou reforçar os laços entre a China e o continente africano e fortalecer as parcerias entre a China e países como a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria A China afirmou ontem que a recente visita a quatro países africanos do Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, foi “um sucesso” e declarou que “não haverá modernização do mundo sem a modernização de África”. A situação mundial altera-se, mas “China e África tratam-se como iguais e apoiam-se mutuamente”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo disse que a viagem de Wang, durante a qual visitou a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria, na semana passada, “promoveu a cooperação China-África em vários domínios, forjando um amplo consenso e alcançando resultados tangíveis no reforço dos intercâmbios entre civilizações, promoção do desenvolvimento ecológico e aprofundamento da cooperação agrícola”. “China e África sonham com a modernização e não pode haver modernização do mundo sem a modernização de África”, acrescentou o porta-voz, afirmando que a visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês “promoveu conjuntamente a reparação das injustiças históricas sofridas por África, a unidade e revitalização do ’Sul Global’ e a construção de um sistema de governação global justo e razoável”. A visita de Wang “demonstrou a firme determinação da China e de África em trabalhar em conjunto para enfrentar mudanças que não se viam há um século”, segundo Guo. Há mais de três décadas que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa o ano com uma viagem ao continente africano. Entre os objectivos de Wang esteve “promover a implementação” dos resultados do último Fórum de Cooperação China-África, realizado em Setembro na capital chinesa. Investimento plantado O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu 360 mil milhões de yuan para financiar o desenvolvimento de África, ao longo dos próximos três anos. Xi anunciou igualmente investimentos no continente no valor de 70 mil milhões de yuan. A China foi o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, com o volume de comércio a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares, em 2023. O défice comercial de África com a China aumentou em 2023 para 64 mil milhões de dólares, embora a diferença tenha diminuído na primeira metade de 2024 graças ao crescimento das importações chinesas do continente africano.