F1 dos barcos quer vir a Macau e negociações já começaram

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Campeonato do Mundo F1H20, mais conhecido como Campeonato do Mundo de Motonáutica, ou ainda, como “a F1 dos barcos”, confirmou ao HM estar em negociações para realizar um evento em Macau ainda em 2016. Em entrevista à Rádio Macau, no início de Fevereiro, José Tavares, ainda na qualidade de presidente do Instituto do Desporto, tinha admitido a possibilidade da realização de um evento de motonáutica na RAEM, não revelando no entanto qual a especialidade em questão.
“Estamos em negociações, é mesmo o F1H2O”, confirmou fonte oficial do campeonato ao HM, remetendo mais informação para mais tarde.
Macau tem hoje sob jurisdição do território 85 quilómetros quadrados de áreas marítimas, porém, o então dirigente máximo do desporto no território admitiu na entrevista à rádio de língua portuguesa as dificuldades em colocar de pé o evento com corridas de barcos que atingem impressionantes 240 km/hora, pois as provas de “barcos de alta de velocidade, obrigam a cercar uma boa área marítima só para isto” e o canal marítimo de Macau “é bastante utilizado, pelo que não é fácil fechar por umas horas”. “Tem que ser muito bem estudado, antes de lançar qualquer coisa”.
Sobre os requisitos para o circuito, a organização do F1H20 explicou ao HM: “Não há mais regras do que uma área capaz de acomodar um circuito de perímetro de cerca de dois mil metros, em águas abertas, rios ou lagos, com vias navegáveis. Localizações relativamente abrigadas são preferenciais”.
A competição mundial tem já duas provas marcadas na República Popular da China, a 4 de Setembro, em Hairbin, e a 3 de Outubro, em Liuzhou. Duas outras provas encontram-se por confirmar, sendo que estas serão realizados no continente asiático.
As datas de 16 de Outubro ou 6 de Novembro são as disponíveis para estes dois eventos e para a realização da prova em Macau, caso esta se concretize.

Do que se trata

Competindo com motores V6 de 2,5 litros e com uma potência capaz de atingir os 400 cavalos, estes impressionantes “barcos voadores” demoram pouco mais de quatro segundos a chegar dos zero aos 160 km/h e possuem a capacidade de virar 180 graus a 150 km/h, gerando uma força até 4,5 G.
As corridas com mais de três décadas de tradição têm duração de 45 minutos e são habitualmente muito animadas. O campeonato deste ano, que arranca em Março no Dubai, terá 18 concorrentes, incluindo uma equipa portuguesa, a F1 Atlantic Team, e uma chinesa, a campeã CTIC F1 China. Portugal acolhe há dois anos um evento desta modalidade, em pleno Rio Douro, entre as margens da Ribeira do Porto e de Vila Nova Gaia.
Segundo noticiou a imprensa portuguesa, o orçamento total da organização da prova rondou em 2015 cerca de quatro milhões de patacas. Através da televisão, a prova terá sido transmitida por 30 canais, para mais de cem milhões de casas em todo o mundo, segundo números avançados pela Câmara Municipal do Porto.

25 Fev 2016

Prova de Fórmula E em Hong Kong terá corrida extra

A moda pegou. A corrida do Campeonato FIA de Fórmula E nas ruas de Hong Kong no próximo mês de Outubro poderá ter uma corrida de celebridades para encher o programa, com viaturas eléctricas conduzidas por artistas e vedetas do mundo social e recreativo da região especial vizinha. A informação foi confirmada ao HM por fonte oficial do campeonato de carros eléctricos promovido pela federação internacional.
“Na nossa prova anterior em Buenos Aires também foi realizada uma corrida de celebridades usando pequenos carros eléctricos. Como campeonato que promove a mobilidade sustentável e tecnologias verdes, qualquer corrida de suporte ou categoria terá que usar carros eléctricos ou outros veículos de energias alternativas”.
Na última conferência de imprensa, dada antes do Ano Novo chinês, a organização do Hong Kong ePrix deu a conhecer os preços dos bilhetes e também deu conta que o evento poderá ter a duração de dois dias, em vez de um só, como na maior parte dos eventos da Fórmula E.
“Neste momento estamos em discussão com os organizadores de Hong Kong sobre o formato do evento. Ainda não tomamos qualquer decisão se o Hong Kong ePrix será disputado em um ou dois dias”, disse fonte oficial da organização da Fórmula E ao HM. “O objectivo do campeonato é minimizar as disfunções da cidade, causadas pelo evento em si, e é por isso que o formato da Fórmula E consiste em ter os treinos-livres, qualificação e corrida a acontecer no mesmo dia”, acrescentou.
O evento irá custar cerca de 300 milhões de dólares de Hong Kong, mas o apoio do governo cinge-se apenas à promoção e facilitação no erguer do circuito. A organização espera conseguir vender 40 mil bilhetes, sendo que 30 mil darão apenas acesso à “eVillage”, localizada em Central, mas não terão vista para a pista, tendo os espectadores que seguir a prova pelos ecrãs gigantes ali colocados.
Estes bilhetes custarão entre 500 e mil dólares de Hong Kong. De acordo com Alan Fang, chefe executivo da Formula Electric Racing (Hong Kong), os bilhetes VIP para a bancadas irão superar os dez mil dólares de Hong Kong.

Pequim em dúvida

O evento de Hong Kong tem já data, 9 de Outubro. Contudo, a prova do território vizinho poderá não ser a prova de abertura do calendário, como inicialmente se esperava. Alejandro Agag, o CEO do campeonato, afirmou a semana transacta à imprensa especializada que o calendário do próximo ano poderá sofrer alterações, estando as provas de Pequim e Punta del Este, no Uruguai, em dúvida.
“Se nós formos a Pequim, essa será a prova de abertura”, verbalizou Agag. “O ano passado tivemos que atrasar a data da prova e quase que gelámos. Tivemos grande sorte em termos uma janela de bom tempo. Não queremos regressar a Pequim em Outubro, a ser, terá que ser em Setembro”.
O Canadá, país candidato a entrar no calendário da temporada 2016/2017, é outra forte possibilidade a abrir as hostilidades.

Mais famosos na Guia?

O programa da 62ª edição do Grande Prémio de Macau incluiu uma corrida de celebridades, com viaturas da marca Lotus e apoio do distribuidor local. Apesar da corrida em pouco contribuir em termos desportivos para o evento e ter sido motivo de chacota nas redes sociais, o HM sabe que o promotor da ideia tem vontade de assegurar novamente a “slot comercial” do programa da edição deste ano. A prova do ano passado foi ganha por Sin Ling Fung de Hong Kong, piloto que não é uma celebridade, mas que aproveitou a oportunidade da prova estar igualmente aberta a quem pudesse comprar um lugar e para subir ao degrau mais alto do pódio do evento.

17 Fev 2016

Kartódromo de Coloane sem provas internacionais

Os dois eventos do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) são por agora as provas mais importantes do calendário de provas do Kartódromo de Coloane para 2016. Como é tradição, a maior competição da disciplina no continente agendou dois eventos para Macau, o primeiro e o último do campeonato composto por cinco etapas. Assim, a caravana do AKOC visita o território nos fins-de-semana de 4 a 5 de Junho e de 10 e 11 de Dezembro. Pelo meio, os participantes nas categorias Cadete, Mini ROK, Júnior 125, Sénior 125, Master 125 e Veteranos 125 vão também correr nas Filipinas (Carmona), Tailândia (Bira) e Singapura. A RAEM recebeu o ano passado uma prova do Campeonato CIK FIA Ásia-Pacifico KZ, no que representou o regresso do Grande Prémio Internacional de Karting ao território, com a participação de 140 pilotos de vários pontos do globo, mas por agora o Kartódromo de Coloane não tem calendarizado nenhum evento de cariz internacional.
“Não há nenhum evento marcado para Macau em 2016 até agora”, disse fonte oficial da Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) ao HM. Porém, o mesmo responsável da federação internacional esclarece que “um evento pode ser proposto à Comissão CIK e depois ao Conselho Mundial da FIA mais tarde no ano, mas sem garantias”.
Para além dos dois eventos asiáticos de 2016, o Kartódromo de Coloane deverá continuar a ser o palco único das provas do Campeonato de Karting de Macau, cujo calendário para esta temporada ainda não foi publicado.

3 Fev 2016

SRO espera renovar parceria com a AAMC

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] primeira edição da Taça do Mundo FIA de GT foi a grande novidade do programa de corridas da 62ª edição do Grande Prémio de Macau. A segunda edição desta competição ainda não foi oficialmente confirmada pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), mas tudo indica que será novamente disputada no Circuito da Guia. E se assim acontecer, a SRO Motorsports Group, a empresa que assessorou a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) nesta corrida em particular, espera renovar a parceria para a edição do próximo mês de Novembro.
A empresa promotora de eventos automobilísticos francesa que organiza os campeonatos de carros de GT com maior sucesso a nível mundial, onde se destacam as séries Blancpain ou o recém-criado Intercontinental GT Challenge, foi também responsável pelo defunto Campeonato do Mundo FIA GT1 até 2012 e na Ásia conseguiu os direitos para organizar as 12 horas de Sepang, na Malásia. Stéphane Ratel, o fundador e CEO da SRO Motorsports Group, diz que a primeira edição que contou com a participação dos portugueses André Couto e Álvaro Parente foi um sucesso. carros zhuhai
“Não há como negar que a Taça do Mundo FIA de 2015 em Macau teve uma boa qualidade de pilotos e carros e nós estamos encantados por coordenar e ter trabalhado em conjunto com o AAMC neste evento inaugural que teve o sucesso merecido”, disse o ex-piloto, agora empresário, citado pelo portal português SportMotores.com.
A empresa francesa espera este ano continuar a cooperar com as entidades do território na ainda também designada Taça GT Macau. Mas nem o facto do Grande Prémio de Macau voltar a coincidir em datas com a última prova do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC) – o que foi apontado na imprensa especializada como uma das razões para algum absentismo na prova do ano transacto – impede o optimismo gaulês.
“Macau é um lugar fantástico e o evento tem um grande potencial. Esperamos que em 2016 a SRO volte a assistir a AAMC e a FIA na organização da Taça do Mundo FIA de GT”.

Bom investimento

Na primeira edição da corrida, apenas a Audi, a Mercedes-Benz, a Mclaren e a Porsche aceitaram pagar 30 mil euros à FIA para se inscreverem oficialmente na prova, um valor que outros construtores se terão recusado a desembolsar. A prova ficou aquém dos sete construtores que a FIA ambicionava para a edição inaugural. Contudo, os construtores que participaram não se terão arrependido.
A Porsche foi a primeira marca a confirmar a presença na prova de 2016, porque esta corrida “está cada vez mais e mais importante como corrida, portanto cada vez a levamos mais e mais a sério”, disse Frank-Steffen Walliser aos jornalistas, à margem da “Noite dos Campeões” que a marca germânica organiza anualmente em Dezembro.
A Porsche irá fazer-se representar pela equipa oficial Manthey Racing e três novos Porsche 911 GT3-R (Tipo 991). A Audi e a Mercedes-Benz, com interesses comerciais fortíssimos neste ponto do globo e com uma tradição enorme no automobilismo, deverão igualmente voltar com as suas equipas oficiais. A Bentley, a Mclaren, a Lamborghini, a BMW e a Nissan são outros construtores que poderão eventualmente optar por uma participação mais a sério na prova de Novembro de 2016.

22 Jan 2016


Automobilismo | Época 2016 começou mais cedo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]temporada de automobilismo no delta do Rio das Pérolas começou como tradicionalmente encerra, com a realização dos 500 quilómetros de Zhuhai. A prova de resistência que habitualmente é a festa de encerramento de temporada foi este ano calendarizada para o segundo fim-de-semana do ano, isto por uma questão de disponibilidade do Circuito Internacional de Zhuhai, a entidade organizadora do evento. A corrida de três horas contou com a participação de um número recorde de quarenta e cinco viaturas, entre carros de Turismo, GT e Protótipos.
Vários pilotos da RAEM marcaram presença num evento animado que pela primeira vez teve cobertura televisiva na íntegra. Kevin Tse foi o melhor classificado entre os pilotos do território, terminando no 2º lugar da geral. O piloto residente em Hong Kong, mas que corre com licença desportiva de Macau, aproveitou para fiabilidade do Porsche 991 GT3 Cup para obter um resultado surpreendente. Também em pista esteve o português Rodolfo Ávila. O vice-campeão do TCR Asia Series foi chamado à última hora para fazer equipa com o piloto chinês Yang Xi num dos dois SEAT Léon TCR da equipa Asia Racing Team.
Ávila – pole-position da edição de 2012 com um Radical SR8 – não participou nos treinos livres, nem na qualificação, e viu o seu companheiro de equipa efectuar o primeiro turno de condução. Após ter partido do décimo segundo posto da grelha de partida, o duo luso-chinês terminou no sexto lugar da geral e terceiro da classe A (para viaturas com motorização 2.000cc ou superior), apenas atrás de um Caterham R500 e de um Lotus Evora, sendo o melhor dos muitos carros de turismo que participaram do evento. Aos comandos de um Honda Integra DC5, Kelvin Leong/So Ieng Hong/Chan Hei foram os 10º classificados e venceram a classe B. Jerónimo Badaraco liderou a ofensiva até ao 15º posto da geral do outro Honda Integra DC5 da David Group Racing Team, fazendo equipa com Chan Weng Tong, So Ieng Hong e Wong Kwai Wah. Com um carro igual, o trio composto por Miguel Kong/Henry Ho/Eurico de Jesus foi o 22º classificado. Já o Honda FD2, com as cores da MRT e Li Tak Wing ao volante, foi o 24º classificado. O veterano Rui Valente fez equipa nesta prova com dois pilotos chineses num Nissan Tiida, mas não terminou, pois um dos seus companheiros de equipa plantou a sua viatura na gravilha da última curva a duas voltas do fim. Filipe Souza esteve inscrito na prova, mas não participou porque um dos seus companheiros de equipa não foi autorizado a correr.
Num final dramático, a corrida foi ganha pelo Lamborghini Húracan SuperTrofeo de Smart Tse e Zhang Jin, dois pilotos da Ilha Formosa, isto após o favorito Audi R8 LMS GT3 da Absolute Racing ter desistido com um problema de caixa-de-velocidades a quatro minutos da bandeirada de xadrez.

Campeonato de Macau já tem datas

Tal como aconteceu em 2015, o circuito permanente da cidade chinesa adjacente a Macau deverá receber as duas habituais provas que compõem Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS) em 2016. Apesar de não existir ainda uma confirmação oficial por parte da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), fazem parte do calendário de provas do Circuito de Zhuhai, publicado nas redes sociais, um “Festival de Corridas de Macau” no fim-de-semana de 28 e 29 de Maio e outro no fim-de-semana de 25 e 26 de Junho. Estes dois eventos, realizados pela primeira vez na época transacta, deverão novamente servir para o apuramento dos pilotos locais de carros de turismo para as provas de suporte da 63ª edição do Grande Prémio de Macau que este ano se disputa de 17 a 20 de Novembro.

19 Jan 2016

GP | Motociclistas acidentados na Guia recuperam bem, mas Mountford desiste de correr

[dropcap style=circle’]R[/dropcap]uss ‘Monty’ Mountford foi um dos dois motociclistas azarados na 49ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. O britânico teve um aparatoso acidente na zona sinuosa do Circuito da Guia durante os primeiros treinos de qualificação, que se saldou em várias fracturas na bacia, externo, perna esquerda e algumas vértebras. Depois de ter sido operado por uma equipa de cirurgiões do Centro Hospitalar Conde de São Januário e após uma semana de convalescença em Macau, Mountford regressou a casa, à cidade de Wigan, onde decidiu colocou colocar um ponto final na sua carreira.
Na véspera de Natal, o motociclista britânico anunciou na rede social Twitter que seguiu o conselho do seu cirurgião. “Decidi retirar-me”, escreveu, para depois falar ao jornal Wigan Today, reforçando a ideia deixada na RAEM, onde afirmou aos jornalistas ter sido este “o acidente mais grave da carreira”. Mountford foi operado novamente à bacia no regresso à terra natal, tendo passado mais duas semanas na Wigan Infirmary, sendo que irá novamente ser intervencionado em breve, pois o dedo mindinho esquerdo precisa de mais uma cirurgia.
Os médicos reconhecem que o motociclista de 33 anos, pai de duas crianças, precisará de mais quatro meses para voltar a caminhar normalmente.
“Já praticamente decidi que acabaram as corridas de estrada para mim. Venho a correr há muito tempo e não será justo colocar a minha família na possibilidade de passar por isto outra vez. Nunca tinha experimentado nada parecido com a quantidade de dor em que tenho estado nas últimas cinco semanas”, afirmou Mountford à publicação de língua inglesa. “Obviamente eu fazia isto para viver e agora terei que encontrar um trabalho. Os próximos seis meses vão ser duros, mas eu quero concentrar-me na minha família”, concluiu Mountford, que antes de enveredar profissionalmente pelas corridas de motos trabalhava numa tipografia.

McHale quer continuar

Pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário também passou Tom McHale, que protagonizou um acidente ainda mais grave. O estreante britânico perdeu o controlo da sua Honda na Curva do Mandarim a mais de 230km/h, batendo com gravidade nas barreiras de protecção. Segundo os pais do motociclista de 31 anos, que assistiram ao acidente através das televisões colocadas nas boxes, este demorou sete dias até reconhecer a família, fracturou vinte e quatro ossos, incluindo cinco vértebras, rasgou o céu da boca e teve um hematoma no cérebro e outro no fígado.
Segundo a equipa responsável do hospital público do território, as lesões mais graves foram mesmo as duas fracturas na coluna vertebral, que poderiam ter consequências nefastas caso não tivessem sido logo tratadas. Contudo, este acidente no Circuito da Guia não tirou pitada de motivação a McHale, que à imprensa do seu país disse que conta os dias para voltar à competição.
“Preciso de esperar para que o meu braço recupere. Se recuperar bem, vou estar de volta no próximo ano. O objectivo é competir nas provas de estrada no próximo ano. Só o movimento das minhas mãos é que me impedirá”, explicou McHale ao jornal North-West Evening Mail, resumindo assim o por quê de tanta pressa em regressar ao activo: “Quando se gosta mesmo de fazer algo, isto torna-se a nossa paixão.”

29 Dez 2015

Automobilismo | Andy Chang e Luís Sá Silva com temporadas incompletas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ndy Chang e Luís Sá Silva são os únicos dois pilotos com licença desportiva de Macau a competir em corridas de monolugares além-fronteiras. Para ambos, 2015 foi um ano difícil e 2016 ainda é uma incerteza. Sem capacidade financeira para cumprir a totalidade do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, Andy Chang, ou Chang Wing Chung como também é conhecido, fez as últimas cinco provas – 14 corridas – da temporada de 2015 com o intuito de preparar a sua participação na Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, substituindo na equipa inglesa Fortec Motorsport o chinês Cao Hongwei.
Chang não foi além de um 18º posto como melhor resultado em corridas do europeu este ano, um resultado obtido no Autódromo Internacional do Algarve. No entanto, o piloto de matriz chinesa obteve um satisfatório 14º lugar na corrida rainha da especialidade nas ruas do território, o que lhe certamente dará uma motivação extra para o que há de vir.
Sobre a próxima época, o jovem de 18 anos que reside em Oxford disse ao HM, durante o fim-de-semana do Grande Prémio, que ainda é “cedo para saber o que fazer”, mas confirmou que “gostaria de voltar à F3 ainda que para isso seja preciso encontrar apoios”.
ma temporada ao mais alto nível no europeu de Fórmula 3 nunca ficará por menos de oito milhões de patacas, segundo o que apurou o HM. Pela mesma razão – falta de apoios – o angolano Luís Sá Silva teve igualmente uma época incompleta.
“O Luís teve uma temporada curta uma vez que os apoios no seu país de origem este ano escassearam”, explicou Nuno Pinto, o mentor da carreira do vice-campeão asiático de Fórmula Renault 2.0 em 2009 e da Fórmula Pilota China (Abarth) em 2011. “Ele estava a competir na AutoGP, uma competição interessante com monolugares de elevada performance, mas que foi interrompida a metade do ano por não ter o número de participantes que os organizadores esperavam”.
O treinador de pilotos português, que no passado mês de Novembro esteve em Macau com a equipa vencedora da corrida de F3, a Prema Powerteam, explica que Sá Silva “estava a demonstrar a sua grande evolução e obteve excelentes resultados, acabando mesmo a vencer na última prova disputada em Silverstone”.
Nuno Pinto salienta que o antigo aluno da Escola Portuguesa de Macau “precisa agora de tentar competir numa destas categorias de acesso à Fórmula 1 na próxima temporada” se quiser continuar a lutar pelo sonho de atingir o patamar mais alto do automobilismo, acrescentando que está “agora a trabalhar para que se voltem a reunir condições para que o Luís possa continuar a sua carreira nos monolugares, já que depois de ter passado pela F3 e GP3 e ter testado na Fórmula Renault 3.5 e GP2 com sucesso, para além dos bons resultados nas participações na AutoGP”.

18 Dez 2015

Grande Prémio Internacional de Kart de Macau já começou

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]esde ontem que os motores se ouvem com mais intensidade no Kartódromo de Coloane. Quinta-feira foi dia dos primeiros treinos-livres, antes das mangas de qualificação previstas para amanhã, sendo que as corridas irão animar o fim-de-semana.
O regresso do Grande Prémio Internacional de Kart de Macau tem como cabeça de cartaz o Campeonato CIK FIA Ásia-Pacífico KZ. A prova tutelada pela Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) contará com pilotos de quatro diferentes continentes e conseguiu reunir vinte e dois participantes. Contudo, esta prova só foi possível graças aos apoios colocados à disposição dos pilotos internacionais pela organização da prova a cabo da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC).
“As equipas que mostraram interesse no Campeonato Ásia-Pacífico em Macau não foram todas capazes de garantir um número suficiente de pilotos quando chegou a altura de partirem de casa. A Associação Geral Automóvel de Macau-China fez todos os esforços para cobrir uma parte significativa dos custos, principalmente a acomodação”, explicou a CIK-FIA em comunicado.
O AAMC atribuiu um subsídio de três mil dólares norte-americanos aos participantes na prova, assim como cinco quartos na Pousada Marina Infante e ajuda no transporte local do equipamento. A prova deste ano junta pilotos de várias idades, dos 16 anos até acima dos trinta, alguns com vasta experiência na condução de karts de 125cc de cilindrada com caixa de velocidade, outros estreantes.

Domínio italiano

Destaque para a presença dos italianos Lorenzo Camplese, que começou o fim-de-semana com o pé-direito ao dominar as três sessões de treinos-livres de ontem, e Francesco Celenta, profissionais das corridas de karting e que apostam no conjunto Parolin-TM Racing (chassis-motor) para vencer a prova rainha do karting asiático. O holandês Marijn Kremers (Ricciardo Kart-Parilla) e o jovem francês Hubert Petit (TB Kart-Modena Engines) são outros dos favoritos que representam o “velho continente”.
A Austrália tem em Macau um contingente de dez concorrentes, o maior entre os países participantes, liderado por Joshua Fife (CRG-TM Racing), Cody Gillis (CRGSPA-Maxter), Zane Morse (CRG-Maxter) e Jonathan Mangos (CRG-TM Racing).
João Afonso (Gillard-TM Racing) representará novamente a RAEM na prova, tendo ontem sido 16º, 17º e 19º nas três sessões de treinos.
Para além da prova rainha, quem se deslocar estes dias a Coloane poderá ver também em acção os participantes do Campeonato Open de Karting Asiático, Formula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos; Rotax Max Júnior e Sénior; Mini Rok; Rok Sénior; Fórmula Cadetes; Taça AAMC (X30 Sénior e Veteranos) e Taça Macau KZ. A prova principal está marcada para as 15h00 de domingo e a entrada no Kartódromo é livre.

11 Dez 2015

Grande Prémio Internacional de Kart regressa a Coloane

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Grande Prémio Internacional de Kart de Macau de 2015, evento que decorre de 10 a 13 de Dezembro, foi apresentado esta semana. O evento que marca o regresso do Kartódromo de Coloane à ribalta internacional deverá contar com a presença de 140 pilotos provenientes da Austrália, Itália, França, Holanda, EUA, Japão, Malásia, Singapura, Filipinas, Indonésia, Tailândia, China continental, Hong Kong e Macau.
Estes irão competir em sete provas divididas em onze categorias: Campeonato Open de Karting Asiático, Formula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos; Rotax Max Júnior e Sénior; Mini Rok; Rok Sénior; Fórmula Cadetes; Taça AAMC (X30 Sénior e Veteranos), Taça Macau KZ; e a prova cabeça de cartaz, o Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico KF.
O evento perdeu duas categorias internacionais por falta de quórum. “Sem o número suficiente de pilotos, o Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico Júnior KF e o Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico KF, inicialmente planeados para Macau de 10 a 13 de Dezembro de 2015, foram cancelados”, anunciou a Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) na sua página electrónica em meados de Novembro.
Devido ao cancelamento da prova de Macau, o japonês Haruyuki Takahashi sagrou-se campeão CIK FIA Asia-Pacifico KF, cuja única prova se realizou em Abril no kartódromo de Sugo, no Japão. A prova do Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico KZ em Macau contará com vinte e dois participantes, entre eles um representante da RAEM.

Aperitivo local

O experiente João Afonso, o piloto com mais títulos de Karting em Macau, irá tripular um kart, chassis Gillard e motor TM Racing, da equipa CKS Racing Team. A entrada para os espectadores é gratuita. O evento, que inicialmente estava marcado para Outubro mas, a pedido das entidades locais, foi adiado para Dezembro, é organizado pela Associação Geral Automóvel de Macau – China, Instituto do Desporto de Macau e pela Direcção dos Serviços de Turismo.
Como aperitivo, este fim-de-semana o Kartódromo de Coloane recebe a última jornada de provas dos campeonatos locais de karting e motociclismo.

3 Dez 2015

Taça do Mundo GT – FIA | Maro Engel faz a festa. Mortara, penalizado, perde segundo lugar

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]aro Engel sagrou-se o primeiro vencedor da Taça do Mundo FIA de GT, vencendo pela segunda vez consecutiva a Taça GT Macau ao volante de um Mercedes-Benz AMG SLS GT3. Numa corrida renhida logo desde início e marcada por acidentes e momentos menos felizes para alguns pilotos – como o caso de André Couto e Renger Van der Zande (Holanda) – o piloto alemão partiu da pole-position, após ter vencido a Corrida de Qualificação de sábado, fruto de uma penalização de dez segundos dada ao vencedor da prova, Stephan Muecke.
Engel largou que nem um foguete, enquanto o seu companheiro de equipa, van der Zande ultrapassava tanto Edoardo Mortara, como Muecke. Mais atrás, Kevin Estre travou tarde de mais para o Lisboa e o seu Mclaren entrou pela traseira do Aston Martin de Richard Lyons, resultando no abandono de ambos.
Assim, na frente, Engel assumiu a dianteira da corrida e por lá manteve-se a seu bel-prazer, enquanto o seu companheiro de equipa fazia de tampão para o grupo perseguidor constituído por Muecke, Mortara e Réne Rast. Maro Engel
A corrida, que vinha a ser uma procissão aborrecida, voltou a ter interesse quando à 12ª volta o Aston Martin de Muecke tocou em Zande, danificando a carroçaria do Mercedes do holandês, que acabou por cair de segundo para sexto.
Quem beneficiou foi Mortara: o “Senhor Macau” consegue, então, ultrapassar também o Aston Martin, ascendendo à segunda posição da geral. Mas, duas horas depois do fim da corrida, Mortara foi penalizado em 20 segundos por o que foi visto como uma falsa partida – desce para sexto e promove Rast a segundo e Muecke a terceiro.

Acidentes e azares

Duas voltas depois o safety-car é chamado à pista para remover um Porsche 911 GT3 R acidentado no Paiol. Quando tudo parecia preparado para um final emocionante desta corrida de 18 voltas, a duas voltas do fim, e com o pelotão a seguir em marcha lenta atrás do carro de segurança, John Shen bateu sozinho nos pneus, o que gerou um toque em cadeia, onde também estiveram envolvidos André Couto, Philip Ma e Jacky Yeung, sendo que o Bentley deste último danificou a suspensão traseira de Couto.
O piloto de Macau, que corria nos top 10, viu o seu carro bater contra as paredes do circuito da Guia, na sexta-feira. A equipa ainda conseguiu reparar o McLaren para, no sábado, o carro apresentar novos problemas. Couto voltou, por isso, à pista no domingo em último lugar, mas conseguia manter-se na 11º posição quando Yeung lhe bateu na traseira. Com a pista bloqueada, a direcção de corrida optou por terminar prematuramente a contenda sob bandeiras vermelhas, com Engel a celebrar mais uma vitória, seguido de Mortara e Rast.
“Estou muito satisfeito por ser o primeiro vencedor desta corrida mas também estou orgulhoso da minha equipa. Vencer aqui hoje é fantástico, eu adoro este lugar e esta pista”, disse o alemão da Mercedes-Benz AMG. “É inacreditável. Estou tão, tão feliz. E tão, tão orgulhoso por ser o primeiro vencer”, frisou.

O melhor tempo – 2m19s736ms (Stephan Mucke)
23 Nov 2015

André Couto e Álvaro Parente “frustrados”, mas com boas recuperações

Álvaro Parente (Foto de Kelsey Wilhelm)
Álvaro Parente (Foto de Kelsey Wilhelm)
[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]em Álvaro Parente, nem André Couto tiveram hipóteses de dar mais nas vistas durante o fim-de-semana. Os McLaren 650S GT3 acusaram o “Balanço de Performance” muito desfavorável e, apesar da sua aerodinâmica aprumada, nunca foram capazes de rivalizar com os outros carros presentes em termos de velocidade de ponta. Mas os dois portugueses conseguiram boas recuperações, dentro das dificuldades técnicas.

Parente de volta

Parente, que se estreava na Taça do Mundo de GT, ainda mostrou ser o mais rápido no segundo sector do circuito, aquele que engloba a zona mais sinuosa do Circuito da Guia. O portuense – que começou em 9º na grelha de partida e que ainda conseguiu subir até ao sexto lugar – perdeu o sexto posto para Darryl O’Young no início da segunda metade da prova, caindo para sétimo. Mas, Parente estava resignado com o seu resultado. Até porque quando o assunto é técnico, não há muito a fazer.

“Não temos velocidade de ponta suficiente. O balanço do fim-de-semana em geral é muita frustração. Em todas as rectas não estamos a lutar de igual para igual. Na zona das curvas e contra-curvas tivemos muito fortes, tivemos bem. Mas, pronto, chegámos à recta e deixamos lá tudo. Não temos hipótese.”

O balanço “geral” pode ser de frustração, mas o piloto do Porto também se mostrou contente “por ter terminado a corrida” e “ter feito o melhor” que conseguiu.

“Terminámos no sexto lugar, não foi horrível. Dentro do que temos em termos de carro, diria que foi bom. Gostei muito de vir aqui, esta pista é um desafio. Estou satisfeito com a corrida”, disse, frisando que a pista de Macau é difícil, mas voltar 11 anos depois é “uma mistura de sentimentos”.

Uma coisa é certa, Parente assegura poder voltar: tudo depende da McLaren. “Se eles me chamarem outra vez, eu venho com todo o gosto e muito contente.”

Couto em “casa”

André Couto (Foto de Kelsey Wilhelm)
André Couto (Foto de Kelsey Wilhelm)
Depois do violento acidente de sexta-feira, Couto foi obrigado a abandonar devido a um problema do acelerador na Corrida de Qualificação de sábado. Largando do fim da linha da grelha de partida para o “prato principal” do fim-de-semana, o único piloto de Macau nesta corrida fez o que lhe competia: recuperar o máximo de posições possíveis.

Sem nunca ter encontrado um bom compromisso com o McLaren, Couto subiu nove lugares e foi o 11º classificado no final, num fim-de-semana que foi “difícil”.

“Consegui chegar ao fim em 11º, não é o melhor. [Os problemas com o carro] fizeram com que tivesse só de procurar um resultado, ainda que nada de especial. Positivo sim, para quem saiu em 20º e ficou em 11º. Em termos de performance não. O carro até estava em boas condições, mas Macau é assim, sempre difícil. Para o ano há mais e o piloto não desiste. “Acho que volto. Macau é a nossa casa.”

23 Nov 2015

Corrida da Guia reduzida a sete pilotos entre 30. Ávila incólume

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Corrida da Guia teve 30 participantes este fim-de-semana, mas só sete, incluindo o piloto de Macau Rodolfo Ávila, viram a bandeira de xadrez na segunda corrida. Dois carros foram eliminados por problemas técnicos logo nos treinos, três concorrentes não foram autorizados a participar, por não obterem o mínimo tempo para se qualificarem, e quinze carros estiveram envolvidos em acidentes nas duas corridas de dez voltas de ontem, ambas pontuáveis para os campeonatos TCR International e Asia Series.
O inglês Rob Huff foi o mais rápido ao longo do fim-de-semana, cumprindo o objectivo de ganhar pela oitava vez no Circuito da Guia. Saindo do primeiro lugar para a primeira corrida, após ter obtido a pole-position nos treinos de qualificação de sábado, Huff apenas viu a sua liderança ameaçada nos primeiros metros da primeira corrida por Stefano Comini e Pepe Oriola que ensanduicharam o inglês.
O suíço e o espanhol que estavam na luta pelo título do TCR internacional acabaram superados por Jordi Gene que foi o segundo classificado no final, à frente do suíço de origens italianas. O quarto lugar deixou Pepe Oriola sob pressão para a segunda corrida.

Stefano Comini
Stefano Comini

Ávila foi o 12º classificado, ele que perdeu algumas posições ao travar bruscamente para evitar o carro desamparado do compatriota Francisco Mora à saída da Curva do Mandarim após a largada.
A partida para a segunda corrida do fim-de-semana, que segundo o regulamento da prova é aquela que conta como a “Corrida da Guia”, será um sucesso nas redes sociais nos próximos tempos. Os experientes Huff e Gené foram os responsáveis pelo aparatoso acidente da segunda corrida que deixou de fora mais de metade do pelotão. Para além de ambos terem desistido, Gené ainda partiu duas costelas e foi multado em mil dólares americanos por alegadamente ter causado o acidente.
Apesar de só nove carros terem voltado à pista, os espectadores tiveram muito com que vibrar. Comini e Pepe Oriola discutiram taco-a-taco a luta pela vitória, tendo ambos os carros se tocado por diversas vezes. E a três voltas do término, Comini, sob pressão do Oriola, travou cedo e o espanhol não hesitou em empurrar o suíço. No entanto, os vários toques que o espanhol deu no seu adversário danificaram o radiador do SEAT vermelho que viria a abandonar, abrindo as portas para o título de Comini.
Ávila (Foto de Kelsey Wilhelm)
Ávila (Foto de Kelsey Wilhelm)

A desaceleração de Pepe Oriola, quando viu o seu motor a fumegar, surpreendeu também o seu irmão, Jordi Oriola, que seguia de muito de perto a luta quente entre líderes no terceiro posto. Jordi não evitou um choque na traseira do carro de Pepe e também desistiu.
Apesar de duas corridas anónimas, Andrea Belicchi e Mikhail Grachev completaram o pódio.
Quem passou quase incólume ao massacre desta corrida foi Ávila, cujo SEAT apenas ficou com o pára-choques dianteiro danificado, o que não afectou a performance do carro espanhol. O piloto luso da RAEM optou por uma estratégia cautelosa que se revelou acertada e que lhe valeu dois triunfos na TCR Asia Series, ajudando a equipa local Asia Racing Team a vencer o título de equipas. Ávila foi o 5º à geral na sua estreia na Corrida da Guia.

O que disse… Ávila

“Não é por ficar nos primeiros, não acabou quase ninguém. Mas também diverti-me na [corrida] de qualificação e depois levei tudo mais devagarinho. O objectivo era acabar e foi o que fizemos. Aquilo foi complicado, já se estava à espera [dos acidentes], até levantei o pé do acelerador para não ficar lá, mas tive sorte também. Isto é Macau, sabemos que é assim, mas para nós que corremos uma vez por ano aqui, não nos interessa estar no meio deles. O que interessa para nós é acabar. Temos de trabalhar, para pelo menos assegurar-mos alguma ajuda para o ano. Logo vemos se voltamos a Macau ou não, não sei se vale a pena voltar. Não gosto de correr assim.”

Mora e Ho azarados

O jovem português Francisco Mora foi uma boa surpresa este fim-de-semana, rodando sempre próximo dos dez primeiros. Contudo, a participação do piloto luso no domingo foi bastante curta, visto que foi o SEAT Léon da Target Competition com a bandeira de Portugal que causou o primeiro grande acidente da corrida. Mora entrou demasiado depressa na Curva do Mandarim, batendo forte nos muros de protecção, acabando a sua viatura imobilizada do outro lado da pista, para segundos mais tarde ser colhida pelo Honda de Kenneth Lau. Henry Ho, o outro piloto de Macau em prova, teve problemas de motor no seu Honda cor-de-rosa na primeira corrida, sendo depois uma das vítimas da carambola inicial da segunda corrida ao ser atingido por Samson Chan.

23 Nov 2015

49º Grande Prémio de Motos | Estreias para Hickman, que destrona Rutter

McGuiness quer fazer mais duas voltas na Guia (Foto de Kelsey Wilhelm)
McGuiness quer fazer mais duas voltas na Guia (Foto de Kelsey Wilhelm)
[dropcap styçe=’circle’]O[/dropcap]49º Grande Prémio de Motos voltou a ser uma caixinha de surpresas. Quando todos os prognósticos apontavam para o triunfo de um ex-vencedor na prova deste ano, o britânico Peter Hickman, na sua segunda vez em Macau, superou a concorrência, naquela que foi a primeira vitória de sempre de uma moto da BMW nas ruas do território.
O piloto de 28 anos, que para o ano vai conduzir uma Kawasaki, levou a melhor sobre os mais experientes Martin Jessop e Michael Rutter, obtendo a primeira vitória da sua carreira em provas de estrada.

Jessop partiu da pole-position mas à quarta volta viu-se passado pelo seu rival na Curva do Lisboa. Assim na frente, Hickman impôs um ritmo forte, cimentando uma vantagem confortável até ao final da prova. No final da prova Hickman disse estar a sentir algo “absolutamente fantástico”.

“Esta é a minha segunda vez em Macau. Eu não corria em estrada há muito tempo. Todos nós sabíamos desde os treinos e qualificações que o Jessopp era muito forte, e o andamento que ele tinha comparado com todos os outros parecia demais, para ser honesto. Estava com pneus Dunlop e o Jessop e o Rutter com diferentes, por isso sabíamos que íamos ser fortes na segunda metade da corrida, o que veio a acontecer”.

Rutter, que ao longo do fim-de-semana mostrou que está longe de estar acabado, falhou o objectivo de vencer pela oitava vez entre nós, mas levou a melhor a luta pelo terceiro posto sobre Gary Johnson, Ian Hutchinson e o par da Honda Racing John McGuinness e Conor Cummins, ficando em terceiro.

Hutchinson chegou a rodar em terceiro, mas acabou por destruir os pneus, descendo para sexto. McGuiness e Johnson foram o quarto e quinto classificado, respectivamente, isto depois do veterano piloto da Honda ter ultrapassado o seu adversário, com uma manobra arriscada, na Curva D. Maria.

O vencedor do ano passado, Stuart Easton, que este ano teve uma passagem muito discreta pela RAEM, desistiu com problemas técnicos na sua Yamaha a cinco voltas do fim. Ao contrário dos treinos acidentados, na tarde de sábado assistiram-se a 12 voltas sem grandes sobressaltos.

Portugueses cumpriram

(Foto de Kelsey Wilhelm)
(Foto de Kelsey Wilhelm)
Os dois portugueses em prova não desapontaram e rodaram no fim-de-semana nas posições esperadas para o material que têm à disposição. André Pires, em Yamaha, terminou na 20ª posição, subindo três posições ao longo da prova.

(Foto de Kelsey Wilhelm)
(Foto de Kelsey Wilhelm)
“Não podemos comparar o nível dos da frente. Eles têm motos de fábrica, Superbikes. Nós viemos com a mota que habitualmente usamos no campeonato nacional”, frisou, “satisfeito”. Nuno Caetano, a contas com dores de uma recente operação a uma clavícula que ao longo da semana o impossibilitou de conseguir fazer várias voltas consecutivas, muito fez para chegar até à corrida. Na sua quinta visita à RAEM, a Kawasaki de Caetano parou ainda na primeira volta, pois o motociclista luso “não estava em condições” de continuar. Caetano reconheceu que foi “frustrante”, mas considerou que fez “mais do que aquilo que esperava”. Uma última nota para o 15º posto obtido pelo sul-africano Allann-Jon Venter, com uma Honda da CF Racing Team 32, equipa liderada pelo ex-piloto local João Fernandes.

O que disse… McGuiness

“Fui rápido no início, conheço a pista e a mota, mas os outros apanharam-me. Não estou muito desapontado, gostava de ficar no pódio, mas estou feliz por ter acabado. Sou velho já! Volto, esta vez foi a 18ª participação e quero fazer 20 e depois talvez reformar-me. Mas gosto de Macau, gosto das pessoas e do ambiente aqui e fiquei feliz da forma como conduzi. Agora é relaxar e beber uma cerveja”

O que disse… Easton

“Foi um ano duro para nós, nova mota que nunca conduzi e estive lesionado durante quatro meses, este é o meu regresso. Estava enferrujado, mas consegui chegar ao sexto. Estou um pouco desapontado, mas quero voltar e vencer”

23 Nov 2015

CTM Taça de Carros de Turismo de Macau | Tetra de Poon

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]aul Poon e Samson Fung, dois veteranos das provas locais e amigos de longa data, levaram os dois Peugeot RCZ do Teamwork ao triunfo. Esta foi a quarta vitória do veterano piloto-empresário Poon, campeão da especialidade de Hong Kong, no Circuito da Guia. O piloto dominou os acontecimentos desta prova desde o primeiro dia, obtendo tempos que o permitiriam alinhar na Corrida da Guia. CTM_GCS
O ex-vencedor do defunto Troféu Hotel Fortuna, Chou Keng Kuan, foi o terceiro classificado e o melhor de Macau, beneficiando de um erro cometido por Andrew Lo a duas voltas para o fim. Três macaenses terminaram nos dez primeiros. Sem motor no seu Chevrolet para acompanhar os Peugeot nas rectas, Filipe Souza foi o quinto classificado, enquanto Célio Alves Dias foi oitavo e Jerónimo Badaraco nono, recuperando desde o 15º posto à partida.
Ainda no que respeita aos nomes portugueses participantes, Eurico de Jesus ficou em 17º lugar e Rui Valente ficou em 18º, Álvaro Mourato no 20º posto e Hélder Rosa em 21º.
A corrida foi marcada pelo violento acidente do Peugeot de Andy Yan. O campeão chinês de turismos vinha a rodar entre Poon e Fung quando bateu forte nos muros, o que obrigou a entrada do safety-car e uma ida do piloto de Hong Kong ao hospital, onde lhe foram diagnosticadas duas costelas partidas.

23 Nov 2015

Taça do Mundo de GT poderá mudar de formato

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]primeira edição da Taça do Mundo FIA de GT apresentou-se com um formato diferente do que era a Taça GT Macau até aqui, isto porque a corrida em si teve uma Corrida de Qualificação, realizada no sábado, que não existia, e a corrida a valer foi no domingo. Christian Schacht, presidente da Comissão de GT da FIA, esteve presente na RAEM este fim-de-semana e afirmou à imprensa internacional que o formato da prova ainda poderá sofrer alterações no futuro.
“Talvez um formato com dois pilotos por carro é algo que temos que considerar no futuro também, pois esse é o espírito das corridas de GT. Mas depois, a corrida terá que ser longa”, disse o responsável dos GT na federação internacional, que no entanto acrescentou que “em termos de comunicação, é melhor ter apenas um piloto como campeão do mundo.
É algo que teremos que falar no futuro”, disse apenas.
Apesar da FIA ter tentado um acordo a longo termo com Macau, após o território ter vencido o concurso lançado pelo Conselho Mundial da organização para a organização da provas, ambas as partes ainda terão que se sentar à mesa depois do evento deste fim-de-semana para discutir o futuro desta competição entre nós.

Macau Road Sport Challenge | Piloto local leva vitória

A primeira corrida do fim-de-semana teve um vencedor da casa. O piloto de Macau Leong Ian Veng, ao volante de um Mitsubishi Lancer EVO 9 de “outro campeonato”, confirmou o seu favoritismo, triunfando pela primeira vez na categoria que puxa pela criatividade dos preparadores locais de automóveis. Leong esteve intocável durante todo o fim-de-semana, acabando por levar a melhor na corrida de nove voltas – quatro delas atrás do safety-car – sobre o japonês Mitsuhiro Kinoshita, num Nissan GTR34 preparado na China continental.
O terceiro a subir ao pódio foi Billy Lo, piloto residente em Hong Kong mas que corre com licença desportiva de Macau e que tripulou um Mitsubishi Lancer EVO 7. Luciano Castilho Lameiras, o único piloto de matriz portuguesa em prova, foi o 12º classificado da geral. A prova ficou marcada pela violenta colisão nos primeiros metros da corrida entre Wong Wan Long, vencedor desta corrida em 2014, e Choi Kei Lei, com este último a demorar algum tempo até abandonar a sua viatura antes de ser transportado para o hospital para ser observado.

Suncity Lotus Celebrity Cup | Anónimos apagam estrelas

A corrida de celebridades com os dezasseis Lotus Elise que se qualificaram teve um pódio sem uma única celebridade, sendo composto por três pilotos que conseguiram comprar lugares na grelha de partida. Sin Ling Fung de Hong Kong venceu a corrida, seguido dos conterrâneos Vincent Chao e Kevin Liu. O actor Fong Lik Sun foi a primeira celebridade na lista, vendo a bandeira de xadrez no sétimo posto da geral.

Casinos discretos

Os mais atentos terão certamente reparado na presença muito mais discreta este ano das operadoras de jogo do território nos placares de publicidade no circuito na edição deste ano. As limitações de publicidade e a quebra de receitas são as justificações mais plausíveis para esta descrição. No entanto, a Comissão do Grande Prémio afirmou que terá reunido apoios na ordem daqueles obtidos o ano passado.

Polémico BOP

A maior reclamação dos pilotos da prova do GT ao longo do fim-de-semana foi certamente o BOP (balanço de performance), a fórmula que a FIA aplica em todas as corridas desta categoria para equilibrar o andamento de carros tão diferentes. Edoardo Mortara, Earl Bamber, Kevin Estre e Álvaro Parente foram alguns dos pilotos que se mostraram desagradados com os BOP aplicados nos seus carros.

Subaru TCR sem peças

Alain Menu teve uma curta passagem pelo Circuito da Guia, visto que logo na quinta-feira o motor do seu Subaru Impreza TCR cedeu. A equipa italiana Top-Run não trouxe nenhum motor sobressalente e a concessionária de Macau só vende o motor 2.5 turbo em vez do 2000cc. Como mandar vir um novo motor de Hong Kong demorava dois dias a chegar a Macau, a equipa desistiu da prova.

Yip Jr desinveste na Europa

Teddy Yip Jr voltou este ano a estar presente no Grande Prémio, onde a sua Theodore Racing apoiou novamente a Prema PowerTeam. Porém, o sobrinho de Stanley Ho reduziu a sua operação europeia. Em 2016, a Status Grand Prix, abandonará a GP3 Series, categoria rival à Fórmula 3, para se concentrar na GP2 Series, a antecâmara da F1. Yip Jr comprou o ano passado a equipa de GP2 a Tony Fernandes, o patrão da Air Asia.

80 mil assistiram

Cerca de 80 mil pessoas assistiram das bancadas ao GP. Nos dias de treinos, somaram-se 22.500 pessoas na assistência, com os dias de corridas a fazerem 60 mil lugares serem ocupados

Taça da Corrida Chinesa | Finalmente Macau

Michael Ho, em representação da Associação Geral de Automóvel Macau-China (AAMC), venceu a segunda edição da Taça da Corrida Chinesa, naquele que foi também o primeiro triunfo da AAMC nesta competição em duas épocas. Cui Ye, a correr pela Federação do Desporto Automóvel da República Popular da China (FASC), e Lo Ka Chun, a representar a federação de Hong Kong, completaram o pódio. Hélder Assunção teve um sábado infeliz, não tendo o seu BAIC Motor Senova D70 completado uma volta sequer.

23 Nov 2015

Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 | Acidentes e emoção ao rubro. Vitória dupla para Rosenqvist

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]elix Rosenqvist igualou o recorde de Edoardo Mortara e tornou-se ontem o segundo piloto a vencer por duas ocasiões a Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3. O sueco teve um fim-de-semana imaculado em Macau, dominando os dois treinos de qualificação, para além de ter triunfado na Corrida de Qualificação de sábado, apesar desta vitória decisiva ter acontecido na secretaria.
O piloto da Prema Powerteam viu-se surpreendido por Charles Leclerc, que é por agora provavelmente mais conhecido pela cadeia de supermercados da família que pelas suas proezas em pista, na travagem para o Lisboa.
O piloto do Mónaco surpreendeu e tonrou a corrida emocionante, já que estava decidido a obrigar Rosenqvist a um esforço suplementar. Depois do nórdico ter recuperado a primeira posição no Reservatório, Leclerc voltou a ultrapassá-lo no Lisboa. 62ndMacauGP_Sun_F3055 A corrida viria a ser interrompida à segunda volta, devido a um acidente na Curva dos Pescadores que deixou de fora Gustavo Menezes, Ryan Tveter e Mitsunori Takaboshi. No recomeço, Rosenqvist, que este fim-de-semana vestiu a camisola da Theodore Racing, não se deixou surpreender e Leclerc viu-se superado por Sam MacLeod. Leclerc só voltou ao segundo posto na sétima volta, enquanto que o escocês viria às boxes com problemas no seu monolugar, após um ligeiro toque no Ramal dos Mouros, regressando já no final para efectuar a melhor volta, mas para um mero 20º lugar.
“Quando cheguei à curva, o carro escorregou completamente. Acho que havia cimento, óleo ou alguma porcaria na estrada. Não sei. Infelizmente bati contra a parede e parti o volante. Depois disso, mudei o volante e voltei mas já era tarde. Estou desiludido porque poderíamos ter dado cartas, com a posição em que estávamos”, frisou ao HM.
Com Leclerc mais preocupado em segurar o segundo posto, Rosenqvist teve uma segunda parte de corrida tranquila rumo ao triunfo. Alexander Sims foi o terceiro classificado, usando a sua experiência para subir ao último lugar do pódio, apesar de ter terminado com Antonio Giovinazzi na sua traseira. O italiano da Carlin, que venceu em pista a Corrida de Qualificação, subiu seis posições ao longo da corrida.
O único lusófono em pista, o brasileiro Sérgio Sette Câmara, era quinto quando o que o jovem terá tido uma disputa com dois outros carros, ao que o HM apurou, que o obrigou a ir às boxes por o que terá sido um furo no carro, terminando no último lugar da corrida.
O espanhol Dani Juncadella não alinhou na corrida de domingo, porque a monocoque do Dallara-Mercedes da Fortec Motorsport ficou comprometida no acidente de sábado.

O que disse… Rosenqvist ao HM

Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)
Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)
“É um sentimento especial vencer duas vezes seguidas. Só um piloto fez isso antes de mim. Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)[/caption]A corrida de hoje foi muito boa e tivemos a boa estratégia, defendi a minha posição”, frisou, dizendo que não sentiu que a corrida tinha sido mais competitiva do que no ano anterior. “Este ano tive de mais para cosnseguir, mas isso é sempre bom e nunca é fácil vencer aqui. Foi algo que me fez provar a mim mesmo que eu consegui. É a melhor demonstração de que merecemos, quando vencemos duas vezes.” Depois de ter vencido a Taça Intercontinental de F3 pela segunda vez, o sueco admitiu ao HM que poderia regressar à Guia para uma outra prova. “Não acho que vou voltar em Fórmula 3, mas em GT talvez. Nunca se sabe.”

Andy Chang cumpriu

Andy Chan (Foto de Kelsey Wilhelm)
Andy Chan (Foto de Kelsey Wilhelm)
Antes do início do fim-de-semana Andy Chang Wing Chung apontava um lugar no “Top-10” como o ideal, mas sabia que se não terminasse dentro dos vinte primeiros a continuidade no desporto motorizado poderia estar seriamente comprometida. O piloto do território, tal como já acontecia nas provas de karting no Kartódromo de Coloane, voltou a dar-se bem com os ares da casa. Apesar de nunca ter andamento para os dez primeiros, ao longo do fim-de-semana, o jovem teve rasgos de competitividade terminando a corrida de domingo no 14º lugar, depois de partir do 18º lugar, superando muitos dos seus habituais adversários no europeu da especialidade. “Sinto-me bem, cumpri o objectivo dos top15. Estou feliz. Volto para o próximo ano. É difícil ter carro para os primeiros dez, mas tentamos sempre”, disse ao HM.

Sábado polémico

A primeira volta da Corrida de Qualificação de sábado acabou por ser um momento determinante no decorrer da prova de Fórmula 3. Isto porque Dani Juncadella e Antonio Giovinazzi colidiram entre o Lisboa e a subida para São Francisco, com o espanhol, que se tinha qualificado em segundo, a terminar a sua corrida nos muros. O italiano da Carlin, que partiu de terceiro no sábado, ultrapassou Rosenqvist e acabou mesmo por vencer a corrida em pista. Contudo, os Comissários Desportivos aplicaram-lhe uma penalização pela manobra que causou o acidente e que retirou de prova o vencedor do Grande Prémio de Macau de 2012, atirando-o para o 10º lugar final. Esta decisão polémica, pois pelas imagens televisivas é difícil culpar Giovinazzi pelo acidente, fez correr muita tinta na imprensa inglesa que não foi meiga com a decisão dos Comissários Desportivos. Estes, em vez de esperarem pelas imagens de vídeo do carro do piloto transalpino ou ouvirem a versão dos factos apresentada por Giovinazzi, como é habitual, mas não obrigatório nestas situações, tomaram a decisão no momento, não dando hipóteses à equipa Carlin de apelar.

Portugueses em provas não será para breve

Após praticamente uma década e meia representado na Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3, Portugal voltou este ano a não ter nenhum piloto presente na prova, algo que não deverá mudar nos anos mais próximos. “Actualmente não existe nenhum piloto português a competir em Formulas de iniciação com resultados de destaque, por isso não vejo a possibilidade de termos algum piloto português a participar em Macau na F3 nos próximos dois anos”, disse ao HM Nuno Pinto, fundador da WinWay – Intensive Driver Development Program, uma empresa portuguesa de gestão e treino de pilotos com vários sucessos além-fronteiras.
O também ex-piloto relembra que nos últimos 15 anos Portugal obteve “primeiro a vitória do André Couto e depois a do António Félix da Costa, em 2012, um feito único para o desporto automóvel português”. A crise que atravessa Portugal e a falta de aposta na formação jogam contra a internacionalização dos jovens lusos e só um cenário radical poderá eventualmente mudar o actual panorama pouco animador.
“É uma pena que a BMW não tenha motores na F3 pois assim talvez pudéssemos ter novamente a presença do António [Félix da Costa] em Macau para também ele tentar alcançar uma segunda vitória numa prova que acredito que é uma das suas preferidas”, refere Pinto.

23 Nov 2015

TCR pode ser possível para os locais no próximo ano

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]O conceito TCR para as corridas de carros de turismo teve uma estreia auspiciosa em Macau, com a audiência a esquecer depressa a saída do WTCC da Corrida da Guia. Com um custo a rondar os cem mil euros por viatura, estes carros de turismo equipados com motores 2.0 turbo estão a tornar-se uma força viva no automobilismo mundial, com vários campeonatos nacionais e regionais a adoptarem a regulamentação lançada apenas este ano por Marcello Lotti, o antigo patrão do WTCC.
Portugal, Itália, Alemanha e o Benelux vão avançar já com os seus campeonatos no próximo ano. Na Ásia, a Tailândia já aderiu e a República Popular da China poderá ser a seguinte, sendo que no caso chinês os carros do TCR serão integrados dentro de uma das três actuais categorias do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC). 2015_TCR_International_Series_Malaysia_Race_1_start
Por agora, a Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) terá eventualmente recusado esta aposta a curto prazo, mantendo a regulamentação 1.6 litros turbo vigente na sua categoria rainha, a “AAMC Challenge”, o que tem sido alvo de críticas de vários pilotos, dada a impossibilidade de usar estas viaturas fora dos campeonatos especialidade de Macau e Hong Kong, para além dos custos que têm subido em flecha.
Por seu lado, segundo fonte bem posicionada junto da Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), a aceitação das viaturas 2.0 litros turbo do TCR no campeonato de turismo do território em 2016 está ser ponderada, havendo a hipótese destes carros serem colocados numa das já existentes classes.
SEAT, Honda, Volkswagen, Ford, Subaru, Opel e Alfa Romeo já aderiram a este novo conceito, sendo que a KIA, Peugeot e Audi poderão juntar-se no futuro.

23 Nov 2015

À conversa com…Nuno Pinto

“Rosenqvist e Juncadella não têm nada a provar, tanto em Macau como na F3”
O português Nuno Pinto, fundador da WinWay – Intensive Driver Development Program, é um dos treinadores de piloto da Prema Powerteam e tem a particularidade de ter trabalhado de perto com os dois ex-vencedores do GP Macau F3 que estarão novamente prova este fim-de-semana, Felix Rosenqvist e Dani Juncadella

Tanto o Rosenqvist, como o Juncadella venceram a prova de F3 em Macau. Ao voltarem este ano, não têm mais a perder que a ganhar?
É verdade que os dois já não têm nada a provar tanto em Macau como na F3, mas a verdade é que ambos voltam principalmente pela paixão que têm por esta prova e pela vontade de voltar a competir naquele que é o seu circuito e evento preferido. Claro que em termos de carreira não existe muito para ganhar, mas é bom perceber que alguns pilotos ainda correm pelo simples prazer de conduzir num dos circuitos mais desafiantes para um piloto e não deixa de ser um aliciante suplementar o facto de poderem tentar igualar o feito do Mortara. Para além disto, o Felix é o único piloto da Prema com experiência prévia de Macau e desde o início do acordo com a equipa que estava previsto que ele ia participar novamente na prova para servir de referência aos novos pilotos.

O Rosenqvist é mesmo o piloto a bater este fim-de-semana?
Sim, o Felix é o claro favorito para esta prova uma vez que é o piloto mais experiente do pelotão da F3 e vem de uma época em que finalmente conseguiu o seu grande objectivo de vencer o campeonato FIA F3, tendo demonstrado ser também o piloto mais rápido ao longo de todo o ano. Depois de cinco temporadas na F3, onde foi sempre rápido mas pouco regular de forma a poder lutar pelo campeonato, a verdade é que desde que ingressou na Prema, que tem sido a equipa a bater na F3. O Rosenqvist ganhou nova motivação e confiança e dominou totalmente os adversários, não tendo assegurado o título com maior antecedência apenas porque foi vítima de alguns infortúnios e incidentes causados por outros pilotos na primeira metade da temporada. Penso que ele chega agora a Macau ainda mais motivado para fechar com chave de ouro um ano memorável na sua carreira.

O que fez o Juncadella voltar a Macau, sabendo à partida que, devido ao facto de ter estado afastado das provas de monolugares nos últimos anos, pode pecar por falta de ritmo?
O Dani, depois de ter ganho em Macau em 2011, ter vencido o Masters de F3 e o Campeonato FIA F3 em 2012, tornou-se piloto profissional no DTM com a Mercedes e foi ainda 3º piloto da Force India na F1 em 2014, mas nunca deixou de afirmar que o GP de Macau tinha sido o momento mais especial da sua carreira e que desejava voltar a competir aqui. Tem nos últimos anos tentado regressar, mas devido a compromissos no DTM ou na F1 não foi possível. Este ano desde o início que sabia que não haveria coincidências de calendário e esteve o ano inteiro a “chatear”, passe a expressão, os responsáveis da Mercedes para correr na prova dos GT. Essa participação esteve perto de acontecer mas no final a marca propôs que ele competisse antes na F3 uma vez que duas das equipas Mercedes iriam alinhar apenas com pilotos “rookies” em Macau. Quando surgiu esta possibilidade, ele não hesitou e volta não só para representar a marca mas também para cumprir o sonho de voltar a correr em Macau. Claro que não vai ser fácil e falta-lhe ritmo de F3 mas o trabalho que fez na F1 nos últimos anos permitiu-lhe não estar três temporadas sem pilotar um monolugar. Ele rodou um dia com o F3 da Fortec em Silverstone antes dos carros partirem para Macau e participou na última corrida do EuroOpen F3 em Barcelona, o que não é suficiente para estar ao nível dos pilotos que competiram toda a temporada com estes monolugares. Mas a motivação do piloto está em alta e pode ser que consiga fazer alguma surpresa e dê trabalho aos favoritos.

20 Nov 2015

Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Prema Powerteam de hoje não é a mesma equipa que André Couto correu de 1995 a 1998 de F3 em Macau. Hoje, a equipa da família Rosin, fundada nos anos oitenta do século passado como Prema Racing, está ainda mais forte. O investimento encapotado do empresário canadiano multi-milionário Lawrence Stroll, pai do seu piloto Lance Stroll, trouxe outra estabilidade e possibilidades de ir mais além, como investir em desenvolvimento e contratar este ano o “veterano” Felix Rosenqvist.

Na sua quinta tentativa, o sueco venceu o europeu da especialidade, dando o quinto título consecutivo aos milaneses. Este ano, Rosenqvist vai tentar repetir o feito do ano passado e igualar o recorde de duas vitórias de Edoardo Mortara. Ao mesmo tempo o piloto nórdico continuará a servir de “tutor” dos seus companheiros de equipa Jake Dennis e Stroll, este último piloto da academia de pilotos da Ferrari e que para o ano poderá ter uma posição na Williams F1 Team.

Rosenqvist admite o estatuto de favorito este ano, até porque a equipa transalpina goza de uma relação privilegia com a HWA Mercedes, mas também diz “que só é possível vencer em Macau com um pouco de sorte”.

Como nos últimos três anos, a equipa italiana veste o traje da SJM Theodore Racing, trazendo à memória a antiga equipa do saudoso Teddy Yip, agora com o seu filho, Teddy Yip Jr, ao leme.

“O René fornece-nos consistentemente os carros melhores preparados da grelha de partida e a nossa longa relação com a SJM assegura que a Theodore Racing esteja sempre na frente do clamor e excitação deste carnaval conhecido mundialmente da cidade”.

Sob a bandeira da SJM Theodore Racing, a Prema Powerteam venceu esta corrida em 2013 com o inglês Alex Lynn. Mas enganam-se todos aqueles que pensem que esta vai ser uma caminhada fácil para o sueco.

Antonio Giovinazzi será o ponta-de-lança da equipa Carlin, a poderosa formação britânica que conta com motores VW e que ajudou Félix da Costa a vencer aqui em 2012. O italiano venceu o Masters de Fórmula 3 em Zandvoort e foi o maior adversário de Rosenqvist ao longo do ano.

“Macau é sempre Macau, nunca sabes o que pode acontecer. Saímos do Reino Unido 100% preparados para vencer. Veremos o que conseguiremos no domingo”, diz o simpático piloto que hoje está na esfera da Audi.

Devido às medidas de contenção de custos impostas pela FIA, os carros são os mesmos: Dallara F312, iguais para todos, mas com motores diferentes – Mercedes-Benz, VW, Toyota, e Tomei. Se é da Europa que chegam a maior parte das equipas, do Japão aterra como é hábito em Macau uma equipa que todos respeitam. A Tom’s voltará a trazer os seus monolugares equipados com os badalados super-motores Toyota, este ano entregues ao campeão e vice-campeão japoneses, Nick Cassidy e Kenta Yamashita. Destaque igualmente para o regresso de Daniel Juncadella, o vencedor da edição de 2011, que aproveitou a vaga causada pela desistência do neto de Emerson Fittipaldi. O espanhol que tem estado empenhado no DTM só fez uma corrida de F3 este ano, mas como diz o povo, “quem sabe, nunca esquece…”

O que esperar:

Tudo o que não seja um triunfo de Rosenqvist será uma surpresa. Contudo, o Circuito da Guia é dado a surpresas e Giovinazzi já mostrou que ombrear o rival sueco em condições normais. O campeão japonês Nick Cassidy foi a revelação da corrida de 2014 e num evento onde a sorte conta mesmo, ninguém poderá ignorar a experiência de Juncadella ou Sims.

Correr pela sobrevivência

A incompreensível política de atribuição subsídios para as provas internacionais pode fazer este fim-de-semana várias vítimas, mas esta pode ser a mais pesada, pois trata-se do único piloto da RAEM com menos de 20 anos e com uma carreira internacional já lançada. Visto que é o único representante de Macau na corrida, Andy Chang Wing Chung terá que terminar nos “70% dos melhores resultados na classificação final” na corrida de domingo se quiser estar habilitado a receber o precioso “subsídio a pilotos locais participantes nas corridas no exterior em 2016”, isto, segundo o regulamento publicado em Julho passado. A estudar em Inglaterra e sem apoios para mais, Chang fez apenas cinco eventos do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, tendo terminado no 18º posto em três ocasiões nas catorze corridas que completou. Para conseguir o seu objectivo primordial, Chang irá tripular um Dallara-Mercedes da equipa inglesa Fortec Motorsport, equipa que desapontou ligeiramente esta temporada, e espera “um lugar nos dez primeiros seria fantástico, mas não será fácil de obter porque a concorrência é muitíssimo forte este ano”. O ano passado Chang terminou no 19º lugar, um resultado que este ano “caía quem nem uma luva”.

20 Nov 2015

Arranca primeiro dia, numa quinta-feira à maneira

Com Joana Freitas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]manhã as coisas são mais a sério, mas o dia de ontem não deixou de ser marcante por diversos aspectos no Grande Prémio de Macau. O dia foi de treinos-livres e cronometrados e foi também o dia das primeiras alegrias e desilusões. Como em todas as quinta-feiras de GP, o, pouco se decide, pois o fim-de-semana é longo e ainda há três dias pela frente. Mas, além deste ser o dia perfeito para tirar a temperatura do que será o fim-de-semana que aí vem, alguns casos mudaram de figura e apresentam intrigantes eventuais mudanças.

Rosenqvist na F3 e McGuiness nas motas

O sueco que venceu na prova rainha do ano passado, Felix Rosenqvist, conseguiu ontem a pole-position provisória para a corrida de qualificação de F3 no sábado. Mas, se Rosenqvist já conhece bem o Circuito da Guia, o mesmo não se pode dizer de Calum Ilott, estreante no circuito que conseguiu ser o segundo mais rápido, ficando a mais de oito décimas do sueco, que conseguiu percorrer a Guia em 2m11s841ms, depois de conseguir descer por duas vezes o tempo.
Ilott, que tem apenas 17 anos, correu bem perto de Rosenqvist e deixou-se seguir por Antonio Giovanazzi, Sam McLeod e Daniel Juncadella, outro ex-vencedor da F3 em Macau. O piloto de Macau Andy Chang foi o último na sessão, muito devido aos problemas de caixa-de-velocidades no seu Dallara-Mercedes. Ao contrário do habitual, a corrida foi calma e sem interrupções. Mas sábado é que é a doer, já que é aqui que se decidem os lugares definitivos na grelha.
Nas duas rodas, assistiu-se à surpreendente performance do veterano John McGuiness, que deixou atrás de si Michael Rutter e Martin Jessopp. McGuiness fez um tempo de 2m27s246ms, deixando o veterano Rutter muito, muito aborrecido. Easton surpreendeu, mas pela negativa, já que o piloto – titular do melhor tempo de sempre na Guia em motos – ficou-se pelo 15º lugar. Aspecto negativo foi ainda a queda aparatosa do estreante Russ Mountford, britânico, que teve de ser hospitalizado. Não corre risco de vida, mas não se sabe qual a condição em que se encontra.
Os representantes da lusofonia, Nuno Caetano, que chegou a Macau lesionado, e André Pires, foram o 24º e o 29º na corrida que promete ser, como sempre, uma das mais emocionantes de amanhã.

Ávila e Couto em bom plano

Os dois pilotos portugueses do território, André Couto e Rodolfo Ávila, estiveram em bom plano, tanto na Taça FIA de GT, como na Corrida da Guia. No que respeita aos carros de Grande Turismo, a Mercedes-Benz colocou os seus dois automóveis nas duas primeiras posições, com Renger van der Zande a superar Maro Engel por apenas duas décimas.
Eduardo Mortara e o seu novo Audi foram terceiros. Ainda na Taça do Mundo FIA de GT, André Couto foi o melhor dos Mclaren, batendo o compatriota Álvaro Parente, como o francês Kevin Estre. Parente ainda conseguiu estar mais rápido que Couto, mas o piloto da casa, que ainda se está a adaptar ao carro inglês, ficou a 2.5 segundos da marca do melhor Benz. Foi o sétimo da geral, mas as esperanãs continuam altas para a corrida que aí vem. Nos acidentados treinos da Corrida da Guia, Rob Huff pulverizou a concorrência, com o seu Honda a rodar em tempos impossíveis de acompanhar pelo resto do pelotão do TCR internacional ou asiático. Henry Ho, também em Honda, foi o melhor piloto local, tendo sido o quinto da geral, três décimas à frente de Rodolfo Ávila, que lamentou as dificuldades que os SEAT têm em acompanhar os carros nipónicos nas zonas sinuosas do traçado do território.

Macau domina na Road Sport e Taça Chinesa

A RAEM dominou os acontecimentos na Macau Road Sport, com cinco representantes no Top-5, liderados por Leong Ian Veng. Na Taça CTM, Paul Poon, veterano piloto de Hong Kong, foi o mais lesto. Entre os pilotos da casa, Chao Chong In foi o quarto da geral, tendo Filipe Souza obtido um motivante quinto “crono” e Célio Alves Dias o sétimo. Na Taça da Corrida Chinesa, Michael Ho fez o melhor tempo com o BAIC da AAMC, enquanto Helder Assunção posicionou o carro na 6ª posição. Mas, como lá diz o povo: “o primeiro milho é para os pardais…” e muito mais há a acontecer.
As corridas continuam hoje e as emoções, essas, nem se fala.

20 Nov 2015

GP | Francisco Mora vem à descoberta do GP

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Francisco Mora

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]urante vários anos consecutivos Portugal esteve representado na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau pelo portuense Tiago Monteiro. Contudo, o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) rumou a outras paragens e com ele levou Monteiro. Mas, a bandeira da República Portuguesa continuará a estar presente na prova, dado que o jovem Francisco Mora fará a sua estreia no Circuito da Guia na prova rainha de carros de turismo do Sudeste Asiático.

O jovem português falou ao portal de automobilismo SportMotores.com pela primeira vez publicamente sobre esta sua participação na prova. O piloto de 19 anos disse que o objectivo principal passa por fazer duas boas corridas, sem erros.

“Sei que Macau é uma das pistas mais difíceis e exigentes do mundo onde cometer um erro é fácil. Tenho que estar muito concentrado pois não há escapatórias e o mais pequeno erro significa um acidente”, explicou. Sabendo que a concorrência é forte e tem nomes sonantes como Gianni Morbidelli, Rob Huff, Alain Menu ou o compatriota Rodolfo Ávila, Mora é cauteloso quando se trata de falar de resultados.

“Vamos ver como corre e onde terminamos, visto que esta será a primeira vez que vou correr [em Macau] e muitos dos meus adversários já lá andaram”, realçou.

O jovem da Maia participou este ano em algumas corridas do Campeonato de Itália de GT com um dos Mercedes da Sports & You, mas na segunda metade da temporada virou-se para o Campeonato Nacional de Velocidade, sendo o único inscrito na categoria de Turismos, aos comandos de um SEAT Léon TCR da Veloso Motorsport, sagrando-se sem grandes dificuldades campeão nacional da especialidade.

Antes disso, Mora também tinha alinhado nas duas corridas da TCR International Series no Autódromo Internacional do Algarve, com resultados expectativa dada a sua curta experiência ao volante deste tipo de viaturas. Mora está inscrito com um SEAT Léon TCR da Target Competition, fazendo equipa com Rafaël Galiana, Andrea Belicchi, Keith Chan, Jordi Oriola e Stefano Comini, o líder do Campeonato de Pilotos e que vai para a prova de Macau discutir o título da TCR International Series com Pepe Oriola e Jordi Gené. O piloto luso revelou também à mesma fonte que não irá ter qualquer oportunidade de testar pela equipa italiana antes da prova do Circuito da Guia.

Audi com baixa pesada

Entretanto a Audi sofreu uma baixa pesada. Lucas Vanthoor não marcará presença na Taça do Mundo FIA GT, devido às lesões que sofreu no acidente na prova de Misano do Blancpain Sprint Series. O piloto da Audi e quarto classificado na Taça GT Macau o ano transacto protagonizou um violento acidente na corrida italiana há um mês, tendo na altura lhe sido diagnosticado uma fractura numa perna e duas fracturas na anca. O belga esperava poder estar recuperado a tempo de participar na prova do território. Vanthoor foi submetido a exames pelos médicos da Audi na quarta-feira passada, tendo estes lhe negado a participação na corrida. “Os médicos da Audi disseram que se eu tivesse mais um acidente poderia magoar ainda mais a minha anca. Eu estava preparado para arriscar mas não fui autorizado e respeito a decisão”, escreveu Vanthoor na rede social Twitter. A marca de Ingolstadt, que estreia nas ruas de Macau o novo R8 LMS GT3, deverá nomeou o alemão René Rast, ex-vencedor das 24 horas de Spa-Francorchamps e 24 horas de Nurburgring, fazer parelha com Edoardo Mortara e Marchy Lee.

13 Nov 2015

GP | Dani Juncadella vai tentar repetir o feito de 2011 em F3

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] piloto espanhol do DTM, que triunfou em Macau com a Prema Powerteam em 2011, assinou com a Fortec Motorsport e vai substituir o brasileiro Pietro Fittipaldi, neto de Emerson Fittipaldi, que decidiu não se estrear no Circuito da Guia este ano. O acordo foi conseguido na segunda-feira com a bênção da Mercedes-Benz Motorsport, que fornece motores à Fortec Motorsport e com quem o ex-piloto de testes da Force India Formula 1 tem contrato. Juncadella será companheiro de equipa do piloto da RAEM Andy Chang e do chinês Martin Cao. gt carros
Esta será a segunda tentativa de Juncadella para repetir o feito. Já na qualidade de campeão europeu da especialidade, Juncadella tentou vencer esta prova por uma segunda ocasião em 2012, mas ficou aquém do esperado, tendo terminado no quinto lugar na edição ganha pelo português António Félix da Costa. Para se qualificar para a corrida de final de época da Fórmula 3, o espanhol fará a prova da Euroformula Open (ex-Campeonato de Espanha de Fórmula 3) em Barcelona no dia 1 de Novembro. Juncadella não será o único piloto em pista que tentará igualar o recorde de Mortara, pois o vencedor da edição de 2014, o sueco Felix Rosenqvist, será uma das estrelas da edição deste ano.

Easton muda de equipa

Stuart Easton não vai defender as cores da Paul Bird Motorsport no Grande Prémio de Macau de Motociclismo. Segundo a imprensa inglesa especializada, o escocês, que iria fazer equipa com Ian Hutchinson, vai correr com uma Yamaha da equipa SMT alugada à equipa SMR. Esta troca de equipa para a prova do Circuito da Guia deveu-se ao contrato que Easton, que dominou nas ruas de Macau de 2008 a 2010, assinou para a próxima temporada no Campeonato Britânico de Superbikes. “Será uma grande oportunidade para mim tripular a Yamaha mais cedo, mesmo sendo um circuito citadino”, disse Easton ao site bikesportnews.com.

23 Out 2015

Arquitecto português voltou a liderar projecto do circuito FIA de Pequim

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] segunda temporada do Campeonato FIA de Fórmula E, o primeiro campeonato mundial para automóveis de motorização eléctrica, arranca no sábado nas ruas da capital chinesa e o traçado citadino localizado nos arredores do Parque Olímpico de Pequim, que relativamente a 2014 não sofreu alterações profundas, voltou novamente a sair da lapiseira do arquitecto português Rodrigo Nunes.
“O circuito será praticamente o mesmo, tendo sido removida somente a primeira chicane e alterada a segunda. Também a definição da última curva será materializada de uma outra forma”, explicou o arquitecto português ao HM, referindo ainda que estas alterações, acima de tudo, “são resultado da análise do que se passou na corrida do ano passado e também de um melhor entendimento relativamente ao comportamento destes carros”.  
O director do gabinete R+S Project aclara que “um ano passou, o carro melhorou, e o que há um ano era uma quase completa incógnita, este ano já é possível tentar adaptar os circuitos à realidade Fórmula E”. Nunes explica também as novidades introduzidas no circuito de 3439 quilómetros e 17 curvas, o mais longo do campeonato: “O termos retirado a primeira chicane surge na tentativa de criar mais uma zona clara de ultrapassagem que será este ano na travagem para a Curva 3. Os pilotos serão obrigados a efectuar uma forte travagem, o que previsivelmente aumentará as hipóteses de ultrapassagem. Redesenhamos também a segunda chicane dado que tivemos alguns problemas com a saída o ano passado. Estava demasiado lenta e não ajudava ao espectáculo”.
A corrida do ano transacto, a primeira da história da disciplina, ficou marcada pelo espectacular acidente entre Nicolas Prost e Nick Heidfeld na última curva da volta final. Esta colisão, em que o monolugar do piloto alemão acabou por capotar, obrigou a mexidas no traçado. “Mesmo tendo sido o resultado de um conjunto de “azares”, vamos tentar que uma situação semelhante não aconteça”, clarificou Nunes.
A Fórmula E vai ter  onze corridas em três continentes, onde se destacam esta temporada a entrada no calendário de corridas no centro de Paris e num circuito permanente, o Autódromo Hermanos Rodriguez, bem no coração da Cidade do México. António Félix da Costa, o único piloto que venceu com a bandeira de Portugal o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, é o representante luso no campeonato e tentará repetir o triunfo do ano passado nas ruas de Buenos Aires. A Língua Portuguesa ainda está representada em pista pelos brasileiros Nelson Piquet Jr, Bruno Senna e Lucas Di Grassi, e ainda pelo português Bruno Correia que conduz o BMW i8 “Safety-Car”.

Além da China

Na primeira temporada da competição de carros eléctricos, Nunes não foi só responsável directo da construção do circuito de Pequim, tendo também liderado os projectos de Berlim e Moscovo. Em jeito de balanço, o portuense diz que “é muito interessante concluir que em todos foi diferente trabalhar. As culturas e mentalidades de trabalho são completamente distintas e temos de nos adaptar, dado que o nosso objectivo é claro….terminar a construção do circuito a tempo”. O arquitecto também está envolvido no projecto para o circuito de Hong Kong que em Outubro de 2016 será a prova de abertura da terceira temporada. “Finalmente foi encontrada uma solução que aparentemente permite a realização do evento”, explica sem entrar em detalhes.

22 Out 2015

Hong Kong | Governo da região vizinha apoia Fórmula E

[dropcap style=’cricle’]D[/dropcap]ois dias após a conferência de imprensa de apresentação da 62ª edição do Grande Prémio de Macau, aqui ao lado, em Hong Kong, a associação de desportos motorizados local, a HKAA, na sua sigla inglesa, ajudou a colocar de pé a conferência de apresentação da prova do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E no litoral da Ilha de Hong Kong. Na pretérita sexta-feira, o Chefe do Executivo Leung Chun-ying marcou presença no evento e sublinhou a perfeita localização do circuito, com os portos como plano de fundo.
O Chefe do Executivo, que disse que “este foi um sonho tornado realidade”, aproveitando a ocasião para salientar os benefícios do evento para o território: trará turistas e ajudará a promover os veículos eléctricos. O traçado terá cerca de 2.2 quilómetros, com partida na Lung Wo Road, em Admiralty, onde aconteceram os protestos pró-democracia, passando em frente do International Finance Centre e pelo Star Ferry Pier, em Central, onde se espera que os carros atinjam velocidades na ordem dos 225 km/h.
O Hong Kong ePrix já tem data marcada – 9 de Outubro de 2016 – e será a prova de abertura da terceira temporada do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E que contempla dez eventos, um deles em Pequim. Cerca de 20 mil espectadores são esperados para este evento de um dia só, sendo que os bilhetes rondarão cerca de 1400 patacas, apesar do Governo ter aconselhado um preço razoável aos organizadores.

Fantasmas do passado

Nelson Ângelo Piquet, filho do ex-campeão do mundo de Fórmula 1 e também ele ex-piloto da disciplina rainha do desporto automóvel, esteve presente no evento na qualidade de campeão em título da disciplina. O brasileiro afirmou à imprensa que “espera ter a oportunidade de correr neste circuito”.
Contudo, esta é a terceira tentativa que a HKAA tenta colocar este evento de pé. A primeira versão do circuito foi chumbada pela FIA e a segunda, por passar em frente a edifícios governamentais, não saiu do papel. Por seu lado, a última corrida de automobilismo realizada em Hong Kong foi o Grande Prémio Internacional de Karting no Victoria Park em 1992, evento que se realizava desde 1967 e que chegou a ser a prova de karting com o maior prémio monetário do planeta. O evento acabou por ser proscrito devido às queixas sobre o ruído das associações de residentes da área Causeway Bay-Tin Hau.
Várias outras tentativas de colocar de pé circuitos permanentes e citadinos nas últimas duas décadas esbarraram em condicionantes colocadas por departamentos governamentais.

Quanto custa?

Se a presença do Chefe do Executivo enviou a mensagem de que o Governo de Hong Kong apoia incondicionalmente o evento, há dúvidas sobre o financiamento, cujos detalhes não foram dados a conhecer à imprensa.
“Em termos de trazer os carros para Hong Kong, preparativos e outros custos, acredito que vai custar entre 250 a 300 milhões de dólares de Hong Kong. A Fórmula 1 custa muito mais”, disse, citado pelo South China Morning Post, Lawrence Yu Kam-kee, o presidente da HKAA.
A Formula E Holdings, empresa com sede precisamente na ex-colónia britânica, e os organizadores locais serão responsáveis pelos custos, com o apoio governamental na colocação da infra-estrutura e do Departamento de Turismo que será responsável pela promoção. Como comparação, o orçamento disponibilizado para a edição deste ano do Grande Prémio de Macau é na ordem dos 200 milhões de patacas. Já antes Yu tinha declarado publicamente que o evento será realizado apenas com fundos privados e chegou mesmo a afirmar que havia um rol de patrocinadores dispostos a financiar este projecto.

15 Out 2015