Metro Ligeiro | Leong Sun Iok exige mudanças contratuais

Leong Sun Iok entende que o Metro Ligeiro continua a representar muitos gastos para o erário público, dinheiro que poderia ser usado para apoiar residentes e empresas afectados pela crise originada pela pandemia. Em declarações ao jornal Ou Mun, o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau pede mudanças no contrato de concessão para reduzir as taxas pagas pelo Executivo à empresa por serviços prestados.

A título de exemplo, o deputado refere que no ano passado as despesas relacionadas com o Metro Ligeiro foram de 836 milhões de patacas, sendo que 720 milhões, ou seja, 86 por cento, foram relativas a taxas de serviço. Por sua vez, as receitas da empresa foram de apenas dois milhões de patacas.

O deputado não deixou de referir a baixa taxa de afluência de passageiros que usam o meio de transporte, além de defender um planeamento mais eficaz depois de terminar o contrato de concessão, em 2024.

Leong Sun Iok entende que deve ser acrescentada uma taxa enquanto garantia de responsabilidade contratual por parte da concessionária do Metro Ligeiro, para que possam ser alavancados mais benefícios económicos.

20 Jul 2022

Bairro do Iao Hon | Deputado Ron Lam envia carta ao Governo

O edifício San Mei On pode deixar de ser zona vermelha no sábado depois de quase um mês selado. As queixas de moradores levaram Ron Lam a enviar uma carta à secretária para os Assuntos Sociais e Cultura. O deputado pede explicações sobre a actuação das autoridades no velho edifício e exige maior coordenação governamental

 

A forma como as autoridades têm gerido o surto de covid-19 no edifício San Mei On, no bairro do Iao Hon, levou o deputado Ron Lam U Tou a enviar uma carta a Elsie Ao Ieong U, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura.

Uma vez que o edifício pode deixar de estar classificado como zona vermelha a partir deste sábado, o deputado pede medidas concretas para esse processo. Na carta, Ron Lam U Tou cita críticas de moradores pela forma como as autoridades têm lidado com o surto no prédio, além de referirem que apenas se realizaram quatro rondas de testes de ácido nucleico no local. As condições de habitabilidade do edifício foram também referidas.

“Se o Governo não consegue manter a ordem no edifício deveria encaminhar os moradores para fazerem a quarentena num hotel, tal como aconteceu no ano passado, ao invés de manter as pessoas fechadas em casa sem a previsão de um prazo, alimentando receios de virem a ser infectadas”, lê-se na carta enviada às redacções.

Desde 29 de Junho que o edifício San Mei On está classificado como zona vermelha, uma vez que surgem sempre novos casos de covid-19, tornando-se no prédio que mais tempo esteve selado pelas autoridades sob a classificação de zona vermelha. “Os moradores desta zona estão preocupados por não conhecerem um prazo para o fim do confinamento, mas temem também casos de infecção na família, situações que agravam o enorme stress psicológico e físico”, acrescentou o deputado.

Vários problemas

Na carta enviada à secretária, o deputado faz ainda referência aos moradores das restantes zonas vermelhas, que também criticam a actuação das autoridades de saúde. “Apesar de o Governo afirmar que organizou as rondas de testes para que os moradores evitem o risco de infecção, a verdade é que quase todos os moradores se afirmam que a organização dos testes tem sido confusa. Não só não foi cumprido o calendário anunciado, como as pessoas esperavam sempre entre a entrada do prédio e o quarto andar. Alguns não foram informados de que tinham de fazer teste, outras tinham feito antes, e houve ainda pessoas encaminhadas para o Centro Hospitalar Conde de São Januário por não terem feito teste.”

Para Ron Lam, estes exemplos mostram como os diversos departamentos públicos que lidam com este processo não comunicam e cooperam de forma efectiva, pois “os erros só se repetem se o Governo não melhora [a actuação]”, defendeu. Neste sentido, o deputado sugere que a própria secretária lidere a gestão das zonas vermelhas.

Recorde-se que a situação do surto no edifício San Mei On tem gerado alguma controvérsia, nomeadamente sobre a questão da limpeza e da colocação de toneladas de lixo nas zonas comuns, com as autoridades a responsabilizarem sempre os moradores.

Na segunda-feira foi referido que, até domingo, tinham sido recolhidas nove toneladas de lixo do prédio. O Instituto para os Assuntos Municipais apontou responsabilidades aos moradores e apelou para não saírem de casa ou deitarem grandes quantidades de lixo no prédio.

20 Jul 2022

Surto | Deputados defendem confinamento parcial e pedem mais apoios

Apesar do profundo impacto do confinamento parcial na economia, os deputados Si Ka Lon, Ngan Iek Hang, Ho Ion Sang e Leong Hong Sai defendem que o Governo deve insistir na erradicação do surto, aplaudem os ajustes nas medidas de apoio e pedem mais ajuda para sectores específicos. A Associação Comercial diz que o confinamento é uma “faca de dois gumes”, com efeitos letais na economia

 

Com o prolongamento do confinamento parcial de Macau por mais cinco dias, deputados ouvidos pelo jornal Cheng Pou concordam com a estratégia do Governo de procurar eliminar, a todo o custo, as fontes de transmissão do vírus que ainda persistem na comunidade. Isto, apesar de se mostrarem “preocupados” com a situação económica do território, que tem levado muitos a ficar temporariamente sem rendimentos, ou até, a perder o emprego.

Para o deputado Si Ka Lon, a rápida propagação da variante BA 5.1. da estirpe Ómicron, tornou a tarefa de prevenir e combater a pandemia “complexa e desafiante”. No entanto, defende que “o surto deve ser estancado”, de modo a permitir a “estabilização da economia”.

Nesse sentido, e apesar de admitir que a população está a dar sinais claros de cansaço, Si Ka Lon acredita que, com a ajuda do Governo Central, através da reabertura das fronteiras com o Interior da China será possível “aliviar a pressão social”, restabelecer o fluxo de pessoas entre as regiões e “impulsionar a recuperação económica de Macau”. “Espero que a população tenha confiança e paciência (…), de modo a injectar energia positiva na comunidade e trabalhar com o Governo para controlar a pandemia e contribuir para a eficácia do confinamento parcial”, disse ao jornal Cheng Pou.

Sobre a revisão das medidas de apoio no valor de 10 mil milhões de patacas, Si Ka Lon considerou positivo que o Governo tenha tido em consideração as opiniões da população para aumentar o espectro de beneficiários. Contudo, acrescenta, o Governo deve ponderar também a introdução de novos apoios direccionados especificamente às pequenas e médias empresas e aos sectores do turismo e das convenções.

Também os deputados Ngan Iek Hang, Ho Ion Sang e Leong Hong Sai mostraram concordância com a estratégia de combate epidémico do Governo e defenderam a introdução de mais medidas de apoio à população, direccionadas a sectores específicos.

Além disso, os três deputados querem que o Executivo anuncie “de forma antecipada”, as orientações para a reabertura das actividades económicas. Por último, Ngan Iek Hang, Ho Ion Sang e Leong Hong Sai defendem que o Governo deve criar uma linha de apoio telefónico para prestar apoio psicológico à população, severamente afectada pelo arrastar da pandemia e os seus efeitos económicos.

Dor lancinante

Apesar de aplaudir os bons resultados alcançados pelo Governo com a implementação do confinamento parcial de Macau, o presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma Chi Ngai, considera que a medida agora estendida até sexta-feira é “uma faca de dois gumes”, que está a ter um “efeito letal” na economia.

“A medida de confinamento parcial é uma faca de dois gumes. O fecho dos negócios por mais uma semana, significa mais tempo sem rendimentos e em que as empresas continuam a ter de pagar rendas e dívidas. Mesmo que a dor seja de curto prazo, não deixa de ser uma dor que chega ao coração”, disse Frederico Ma Chi Ngai.

O responsável deseja, por isso, que o Executivo continue a ouvir as preocupações das empresas do território e que adicione ao pacote de apoio financeiro, novos benefícios a pensar nos sectores do retalho, turismo, publicidade e convenções. O objectivo passa por providenciar uma “transfusão de sangue” em termos de capital, às empresas que estão a sofrer há quase três anos.

Plenário online | Revisão orçamental votada na quinta-feira

Na próxima quinta-feira, a Assembleia Legislativa (AL) irá realizar uma sessão plenária online, que inclui na agenda a discussão e votação na generalidade das alterações ao orçamento necessárias para contemplar o pacote de apoios à população no valor de 10 mil milhões de patacas.

Da ordem do dia, faz ainda parte a discussão e votação na generalidade da proposta de lei de alteração à lista de doenças transmissíveis e a discussão e votação na especialidade da proposta de lei do Regime Jurídico da Intercepção e Protecção de Comunicações.

Recorde-se que no passado dia 7 de Julho, o deputado José Pereira Coutinho adiantou ao HM que uma sessão plenária online estava a ser preparada, pela primeira vez, através de uma simulação a partir de casa, de uma reunião com intervenções antes da ordem do dia, recorrendo à plataforma Zoom com tablets fornecidos pelo Governo.

18 Jul 2022

Confinamento | Associação diz ser necessário sensibilizar estrangeiros sobre infrações

Após as primeiras condenações por violação das regras do confinamento parcial de Macau, o Centro da Política da Sabedoria Colectiva considera que os empregadores têm de esclarecer os trabalhadores estrangeiros sobre as medidas em vigor, dado que estes “não são fluentes em chinês” e “não dão atenção às notícias locais”. A vice-presidente da associação ligada aos Kaifong defende ainda que o Governo deve reforçar o apoio prestado à saúde mental da população

 

A vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, Cheong Sok Leng, considera que à luz do aumento diário das infracções às regras do confinamento parcial, os empregadores e outros agentes devem sensibilizar os trabalhadores estrangeiros com quem mantêm contacto, de forma a sensibilizá-los para o cumprimento das medidas de excepção em vigor até à próxima segunda-feira.

Citada pelo jornal Ou Mun, a responsável da associação ligada aos Kaifong, mostra-se “preocupada” com o facto de “alguns dos suspeitos de violar as actuais medidas de prevenção da pandemia serem estrangeiros”, nomeadamente por não usarem máscara na rua, tirarem a máscara para fumar e fazerem exercício físico ao ar livre. Além disso, aponta, na base das infracções estará o facto de estes trabalhadores não serem fluentes em chinês e de não prestarem atenção às notícias locais.

Por isso, refere que os empregadores “têm a responsabilidade de fornecer aos trabalhadores estrangeiros, informações sobre as medidas mais actualizadas de prevenção e combate da pandemia e contribuir para a sua sensibilização”.

Depois da confirmação das primeiras condenações por violação das regras do confinamento, Cheong Sok Leng disse ainda esperar que, tanto os trabalhadores estrangeiros como os residentes, “não devem interpretar a lei à medida das suas necessidades” e sugere que aqueles que costumam fazer exercício físico passem a fazê-lo dentro de casa para reduzir o risco de transmissão da covid-19.

Em nome da harmonia

Em pleno “período crítico” de combate à pandemia, a vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva disse ainda esperar que as autoridades reforcem o apoio à saúde mental da população, através da criação de mais linhas telefónicas de apoio, destinadas a prestar aconselhamento geral e emocional.

Isto, quando ao fim de mais de dois anos, os residentes estão “inevitavelmente cansados” da pandemia e, devido à crise económica gerada pela mesma, muitos estão a enfrentar enormes dificuldades financeiras para sustentar as suas famílias ou pagar as dívidas.

Recorde-se que, desde segunda-feira, as forças de segurança enviaram ainda para o Ministério Público 19 casos de pessoas suspeitas de violarem as restrições, revelou o chefe da Divisão de Ligação de Assuntos Policiais e Relações-Públicas dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Cheong Kin Ian.

Na quarta-feira, o Tribunal Judicial de Base (TJB) aplicou a primeira sentença desde o início do confinamento através de um processo sumário, a um residente encontrado “sem máscara a fumar na rua” na terça-feira à noite, revelou o dirigente policial na ocasião.

Além de uma pena de prisão de cinco meses, suspensa por cinco meses, o homem tem ainda um mês para pagar uma multa de 10 mil patacas, disse Cheong Kin Ian. Segundo o despacho do Chefe do Executivo que decretou a suspensão das actividades não essenciais de Macau, “todas as pessoas têm de permanecer no domicílio, salvo por motivos de trabalho necessário e compra de bens básicos para a vida quotidiana ou por outros motivos urgentes”.
A violação destas regras pode ser punida com uma pena de prisão de até dois anos ou até 240 dias de multa.

15 Jul 2022

Animais | Sulu Sou critica decisão exclusiva do CPSP

Sulu Sou juntou-se ao coro de vozes que critica a proibição, decretada pelas autoridades, de passear animais nas ruas. O ex-deputado deu o exemplo de uma idosa que esteve detida mais de dez horas por ter saído de casa para passear o cão na rua, porque este não conseguia fazer as necessidades em casa.

Numa publicação nas redes sociais, Sulu Sou disse que o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) é o organismo público mais qualificado para lidar com as questões dos animais, e que o despacho do Chefe do Executivo, em vigor desde domingo, deveria acompanhar as sugestões do IAM.

Sulu Sou entende que este organismo deveria definir horários para as pessoas levarem os animais à rua, não se devendo apenas seguir as orientações do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), que não tem competências técnicas para tal.

Importa recordar que, à TDM – Rádio Macau, o médico veterinário Henrique Galvão disse que a ordem que está a indignar os defensores dos animais partiu do CPSP e não do IAM.

Sulu Sou referiu também que o foco do IAM tem sido errado, uma vez que o maior problema não é o acolhimento dos animais, pelo facto de os donos estarem em quarentena, mas sim o facto de não poderem sair à rua satisfazer necessidades básicas.

14 Jul 2022

Deputados pedem celeridade nas medidas de apoio e mais subsídios

Perante o encerramento parcial de Macau, os deputados Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man consideram urgente que o plano de apoio económico de 10 mil milhões patacas seja lançado e melhorado, a curto prazo, para ajudar as empresas a lidar com a pressão “tremenda” que estão a sentir. Zheng Anting defende a distribuição de um subsídio mensal até 5.000 patacas para os residentes

 

Deputados ouvidos pelo jornal Ou Mun defendem que, as nove medidas de apoio económico no valor de 10 milhões de patacas anunciados no início do presente surto devem ser ajustadas para beneficiar mais residentes e empresas. Além disso, Chui Sai Peng, Ip Sio Kai, Wang Sai Man e Zheng Anting consideram que, dado que o actual estado de confinamento parcial de Macau irá “inevitavelmente” afectar ainda mais as empresas, os apoios devem ser aprovados pela Assembleia Legislativa (AL) e lançados o mais rápido possível.

Apesar de considerarem que o encerramento das actividade não essenciais em Macau é uma “decisão acertada” que resultou de “uma análise exaustiva e de estudos profundos”, os deputados eleitos pela via indirecta, Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man apontam que a medida pode contribuir para o “colapso em grande escala” de muitas pequenas e médias empresas (PME) do território. Facto que, a acontecer, terá “efeitos negativos irreversíveis no emprego e na economia”, consideram.

Por isso mesmo e para evitar males maiores, o trio de deputados sugeriu que o Governo não só acelere a implementação do novo pacote de apoio financeiro o quanto antes, mas também que alargue “o grupo de beneficiários” e atribua mais subsídios destinados às empresas que se mantêm em funcionamento e asseguram os postos de trabalho dos residentes, apesar da crise.

Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man consideram ainda que devem ler lançadas medidas “mais precisas” e outras de “carácter excepcional” para apoiar os sectores e empresas específicas e aqueles que trabalham em regime de freelance.

Situação limite

Também o deputado Zheng Anting considera que o estado de confinamento parcial a que Macau estará submetido até ao próximo dia 18 de Julho “irá inevitavelmente afectar a capacidade de subsistência de empresas e residentes” e sugere que o Governo alargue o espectro dos apoios económicos, de forma a beneficiar mais cidadãos afectados pela crise inerente à pandemia.

“Aqueles que têm estado em regime de licença sem vencimento ou que trabalham de forma intermitente também precisam de apoio e, neste momento, não são elegíveis para receber. Além disso, as donas de casa e os menores cuja principal fonte de subsistência é o rendimento de outros membros do agregado familiar que trabalham fora de casa, também irão ser afectados pela queda súbita de rendimentos [devido à suspensão de actividades]”, referiu o deputado.

Perante este cenário, Zheng Anting defende que o Governo deve ir mais longe e atribuir, adicionalmente, um subsídio mensal entre 3.000 e 5.000 patacas durante seis meses para todos os residentes que estiveram em Macau por um período superior a 183 dias no ano passado, bem como trabalhadores, estudantes e reformados que vivam no Interior da China.

12 Jul 2022

Trabalhadores dos lares queixam-se do modelo de circuito fechado

O Sindicato dos Assistentes Sociais de Macau acusa o Governo de não ter ouvido as opiniões dos dirigentes e trabalhadores dos lares de idosos que operam em gestão de circuito fechado praticamente desde que começou o surto.

Numa publicação no Facebook, a associação profissional denuncia a existência de muitos problemas para manter idosos e funcionários no mesmo espaço 24 horas por dia, sete dias por semana, tal como a falta de espaço, más condições de trabalho, falta de materiais e aumento dos problemas psicológicos.

Os funcionários têm de partilhar o espaço de descanso comum e a casa de banho, sendo muitas vezes obrigados a dormir no chão, havendo casos em que dormem em cima de tapetes de ioga.

A associação refere também que existem profissionais com problemas do foro psicológico, sofrendo de ansiedade e receio devido ao tempo prolongado em que estão afastados de familiares. Muitos funcionários dizem não ter tido sequer tempo para preparar bens essenciais que necessitam para estar no lar a tempo inteiro, e que estes também não foram providenciados mais tarde.

Ao trabalharem em regime de circuito fechado, muitos trabalhadores desconhecem garantias e direitos de que dispõem, incluindo as resoluções a adoptar caso fiquem infectados com covid-19 ou isolados.

A associação indica também que algumas instituições não mencionam se vão ser pagas compensações pelo facto de os funcionários terem de ficar no local de trabalho a tempo inteiro.

Desta forma, os profissionais pedem que a gestão em circuito fechado seja breve ou então que sejam asseguradas as devidas condições de privacidade, com melhor organização do trabalho por turnos.

No total, foram encaminhadas para a associação 60 cartas com queixas de associados, o que levou o organismo a sugerir que os funcionários possam ficar em hotéis de quarentena, fazendo apenas o percurso hotel-trabalho, além de exigir melhor comunicação com as autoridades.

IAS rejeita queixas

Segundo o jornal Ou Mun, Paul Pun, secretário-geral da Caritas Macau e presidente do Conselho Profissional dos Assistentes Sociais, frisou que há poucos pedidos de demissão por parte de pessoas que não se adaptam a este regime. O responsável espera que esta forma de gestão dure pouco tempo, acreditando que muitos preferem ficar a viver nos lares por temerem o contágio na comunidade.

Opinião semelhante tem Hon Wai, presidente do Instituto de Acção Social (IAS), que recusa as acusações de falta de diálogo. “Temos comunicado com os dirigentes dos lares para tentar saber a situação. Em casos urgentes esperamos poder disponibilizar mais locais [de descanso], mas não é fácil encontrá-los. Tem de ser um local independente, não pode ser de uma associação. Muitas vezes propomos lugares para descanso, mas os próprios trabalhadores preferem ficar dentro dos lares, conseguimos controlar a situação e eles não querem também correr o risco. Temos mais de três mil utentes nos lares”, declarou ontem na conferência de imprensa diária de balanço da pandemia.

11 Jul 2022

DSAL | Sulu Sou pergunta se Macau está a recrutar auxiliares de saúde do Interior

O ex-deputado Sulu Sou quer saber se o Governo de Macau está a recrutar auxiliares de saúde no Interior da China para trabalhar nos hotéis de quarentena. A questão surgiu depois de ter sido divulgada nas redes sociais uma mensagem de recrutamento com esse teor, indicando que o salário seria da ordem das 22 mil patacas.

Os auxiliares teriam como missão a entrega de refeições, ajudar nos testes de ácido nucleico, medição de temperatura e leitura de códigos de saúde. As fotos divulgadas indicavam ainda que caso o profissional tenha um bom desempenho poderá ter a oportunidade de ficar como trabalhador não-residente na unidade hoteleira.

Além desta publicação, foi também colocado nas redes sociais um documento que parece indicar que a Direcção para os Assuntos Laborais (DSAL) aprovou recentemente a importação de 130 trabalhadores não-residentes, incluindo 100 assistentes de testagem e 30 assistentes laboratoriais para uma empresa do ramo da saúde.

“Hoje de manhã (ontem) enviei uma carta ao director da DSAL a pedir explicações concretas e a confirmação se estas informações serão verídicas. Segundo o princípio de dar prioridade ao recrutamento de trabalhadores locais, o Governo proporcionou formação a residentes para trabalharem nos cargos relacionados com os trabalhos de prevenção da pandemia nos últimos dois anos?”, questiona Sulu Sou.

Durante a conferência de imprensa de acompanhamento da situação da pandemia, a questão do recrutamento de trabalhadores no Interior da China com salários de 22 mil patacas ficou sem resposta. “Não sei esses dados, não conheço a situação”, respondeu a médica Leong Iek Hou.

7 Jul 2022

Defendido confinamento geral e mais orientações para códigos amarelos

Para melhor controlar o actual surto de covid-19, residentes ouvidos pelo jornal Ou Mun consideram que o Governo deve ponderar avançar com um confinamento geral de Macau durante, pelo menos, três dias. Além disso, foram também defendidas medidas mais claras para os portadores de código amarelo, que se dizem sentir “rotulados” e “estigmatizados”, acabando por encontrar inúmeras dificuldades na altura de comprar bens essenciais.

Uma residente da zona Norte da cidade, de apelido Ao Ieong, que recentemente viu o seu código convertido para amarelo, mostra-se assustada e considera que, se o Governo pretende controlar a pandemia rapidamente, deve avançar para o plano de gestão circunscrita durante um ou dois dias.

“Tenho medo todos os dias e estou preocupada a possibilidade de transmissão do vírus através das superfícies. Sempre que chego a casa, tomo logo um banho”, revelou.

Afirmando não ter conhecimentos suficientes que a permitam fazer compras online, a mesma residente disse defender ainda a criação de canais especiais nos supermercados para portadores de código de saúde de cor amarela para satisfazer mais facilmente as suas necessidades diárias.

Ainda sobre a gestão da circulação das pessoas com código amarelo, foi defendido que o Governo deve transmitir “orientações mais claras” sobre aquilo que pode ou não ser feito, o envio de SMS mais detalhados e a criação de linhas de apoio directas destinadas a indivíduos nessa situação.

Liberdade ou consequência

Um segurança, obrigado a fazer mais rastreios à covid-19 por estar inserido no grupo-chave definido pelo Governo, diz estar “cansado” das sucessivas testagens a que foi submetido nos últimos dias e aponta que não tem conseguido descansar devidamente, após cumprir o seu horário de trabalho. Por isso, defende, o Governo devia “restringir ainda mais a circulação de pessoas” e suspender todas actividades comerciais.

Uma outra residente de apelido Tam, acredita que, se o Governo avançar para o plano de gestão circunscrita durante as rondas de testagem em massa da população, o número de novos casos poderá ser reduzido. Outra residente, administrativa de profissão, considera que “embora um encerramento total da actividade vá, inevitavelmente, trazer impactos negativos para a economia e para a sociedade”, as autoridades devem ponderar aplicar um confinamento total a Macau.

Um profissional da indústria hoteleira mostrou-se preocupado com o facto de muitos funcionários de alguns sectores terem sido obrigados a trabalhar desde o início do surto e defendeu, por isso, que a população só deve poder sair de casa para efectuar viagens essenciais.

7 Jul 2022

Construção | Renovação Urbana justifica omissão de acidente com surto pandémico

Após um acidente com seis feridos na construção de habitação temporária e para troca, na Areia Preta, a Macau Renovação Urbana não chamou ambulâncias e optou por transportar os feridos directamente para o hospital. A empresa de capitais públicos afirmou não querer sobrecarregar o pessoal médico

 

A empresa de capitais públicos Macau Renovação Urbana demorou cinco dias a divulgar a ocorrência de um acidente que resultou em seis feridos, para não sobrecarregar “o pessoal médico”. A explicação foi avançada ao jornal All About Macau, após o acidente na Areia Preta, onde estão a ser construídas habitações públicas temporárias e para troca, ter sido divulgado pelos órgãos de comunicação social.

Segundo a empresa, as equipas de salvamento não foram chamadas ao local e os seis afectados foram transportados para os hospitais pelos próprios meios da Macau Renovação Urbana. “No dia do acidente, o médico do estaleiro verificou preliminarmente os trabalhadores, que apresentavam escoriações”, reconheceu a empresa. “Como não queríamos aumentar o stress do pessoal médico local, não utilizámos o serviço de ambulância e os feridos foram transportados para o hospital pelo empreiteiro”, foi acrescentado.

Como a construtora não recorreu ao Corpo de Bombeiros para as operações de socorro, a informação nunca foi oficialmente comunicada aos órgãos de comunicação social, ao contrário do que acontece noutros acidentes de trabalho.

Após ter sido questionada sobre o assunto, a Macau Renovação Urbana, detida pela RAEM, reconheceu que durante o processo de colocação de barras de ferro que uma das barras superiores se dobrou e atingiu seis trabalhadores.

A companhia não explicou a razão de não ter comunicado a ocorrência publicamente, ao contrário do verificado noutras ocasiões e outros assuntos, que são divulgados através do Gabinete de Comunicação Social. Porém, a empresa garante que informou os “serviços” competentes.

Pouco convencional

Sobre o facto de o empreiteiro ter transportado directamente os feridos para o hospital, a Macau Renovação Urbana reconhece a forma pouco convencional de actuar e que o esperado pela população era o recurso às equipas médicas e ambulâncias da RAEM.

Face ao procedimento pouco usual, a empresa prometeu “assimilar esta experiência para melhorar” e assegurar a qualidade e a transparência das obras.

No melhoramento dos trabalhos foi ainda indicado que haverá uma unificação das técnicas de estabilização de barras de ferro, para evitar que se dobrem, e prevenir acidentes no futuro.

Uma pergunta que ficou por responder diz respeito à responsabilidade do acidente. O All About Macau indica ter colocado a questão à Macau Renovação Urbana, mas a empresa não respondeu.

5 Jul 2022

Apoios | Empresários consideram medidas escassas, mas “melhores que nada”

Gestores de pequenas e médias empresas consideram que as nove medidas de apoio económico no valor de 10 mil milhões de patacas são “melhor que nada”, mas não são suficientes para fazer face à situação “muito difícil” que atravessam. Por seu turno, o académico Davis Fong e o deputado Ma Chi Seng aplaudem a capacidade de resposta do Governo

 

Responsáveis por pequenas e médias empresas (PME) de Macau acham que as medidas de apoio económico anunciadas no domingo pelo Governo ficam aquém das necessidades de subsistência actuais dos empresários do território, embora sejam “melhor que nada”. Ouvidos pelo jornal Ou Mun, os mesmos empresários apontaram haver detalhes por esclarecer e criticaram o facto de a atribuição dos montantes depender de rendimentos dos anos anteriores e não da “situação actual”, podendo beneficiar “empresas fantasma” e prejudicar outras com rendimentos ligeiramente superiores ao estabelecido.

Recorde-se que entre as nove medidas de apoio destinadas a combater a pandemia no valor de dez mil milhões de patacas, está a atribuição de um apoio entre 30 mil e 500 mil patacas a operadores de espaços comerciais, calculado com base em 10 por cento da média dos custos operacionais declarados entre 2019 e 2021, sendo necessários lucros inferiores a 600 mil patacas em 2021. Além disso, os trabalhadores residentes por conta de outrem, que nos últimos dois anos tiveram rendimento inferior a 480 mil patacas, ou seja, ordenado inferior a 20 mil patacas mensais, vão receber um apoio de 15 mil patacas.

Face ao anúncio, um dos empresários, cujo ramo de actividade não é detalhado, não tem dúvidas de que, apesar do sinal positivo, as medidas de apoio “não cobrem as despesas das empresas que estão a lutar para sobreviver”, esperando que o Governo melhore os procedimentos de candidatura e faça bom uso do erário público para ajudar “as empresas que mais precisam”.

Um outro responsável pela gestão de uma PME lamentou o facto de, na prática, as medidas não serem eficazes, sobretudo quando a atribuição dos montantes ignora a situação actual das empresas.

“O Governo exige que as empresas apresentem dados do ano passado para definir a sua elegibilidade, mas porque é que não toma como referência a sua situação actual para efeitos de candidatura? Acredito que se analisarmos as folhas salariais e as rendas actuais das empresas (…) podemos apoiar de forma mais directa as empresas”, disse o empresário ao jornal Ou Mun.

Os empresários criticaram ainda a falta de detalhes no plano de bonificação de juros de créditos bancários para empresas, que consideraram “vago e ambíguo”.

Sem pestanejar

Por seu turno, o ex-deputado e professor da Faculdade de Gestão de Empresas da Universidade de Macau, Davis Fong, aplaudiu que o Governo tenha levado menos de duas semanas a apresentar o pacote de apoio e lembrou que pode beneficiar 39 mil empresas e 231 mil trabalhadores.

Segundo o jornal Ou Mun, Davis Fong acredita que as medidas de apoio “são capazes de aliviar o fardo da população e das empresas” e a pressão económica do mercado “a curto prazo”, desejando que o Governo avance com a implementação “o mais rápido possível”.

Dado que 85 por cento das medidas se traduzem em apoios pecuniários e as empresas podem beneficiar de bonificações de juros e do prolongamento, até Dezembro de 2023, da medida que permite pagar “apenas os juros” dos créditos contraídos, o antigo deputado acredita que as medidas vão “efectivamente prolongar a vida de muitas PME e garantir a subsistência de muitos trabalhadores”.

Já o deputado e coordenador da Comissão Preparatória de Formação de Empreendedorismo e Criatividade da Juventude, Ma Chi Seng, mostra-se satisfeito com o pacote apresentado pelo Governo e considera que pode ajudar a população “que está sob pressão para conseguir pagar as contas”, a ultrapassar as dificuldades impostas pela pandemia.

Nesse sentido, Ma Chi Seng recordou ainda o discurso do presidente Xi Jinping aquando das celebrações do 25.º aniversário da transferência de soberania de Hong Kong para dizer que, tal como desejado, o Governo foi ao encontro “das preocupações de subsistência da população de forma prática”.

4 Jul 2022

Quarentena | Mulher colocada em quarto com desconhecido

Uma mulher diagnosticada com covid-19 relatou ontem ter sido levada para o Hotel Sheraton e colocada num quarto, que, mais tarde, viria também a ser atribuído a um homem, também ele um caso positivo, que lhe era totalmente desconhecido.

Segundo o relato partilhado na página do Instagram “macausecret”, a mulher conta como foi surpreendida com a entrada do homem, no momento em que se preparava para tomar banho.

“Depois de chegar ao hotel, estava a preparar-me para tomar um banho quando, de repente, ouvi alguém a usar um cartão para abrir a porta do quarto. Abri a porta e perguntei o que se estava a passar. O homem disse-me que tinha sido colocado no mesmo quarto que eu. Como é que um homem e uma mulher que não se conhecem de lado nenhum podem ser colocados no mesmo quarto? Mesmo tratando-se de um hospital, nunca se faria isso”, pode ler-se na publicação.

Depois de a mulher ligar para a recepção e se ter recusado a ficar no mesmo quarto que o homem, o assunto acabaria por ser resolvido e os dois casos positivos colocados em quartos separados. No entanto, a recepcionista ainda insistiu para a mulher aceitar a situação, dado que “tudo tinha sido coordenado pelos Serviços de Saúde”.

Depois de Alvis Lo ter considerado a medida “razoável” para evitar infecções cruzadas, o caso foi abordado ontem na conferência de imprensa sobre a covid-19, com a médica Leong Iek Hou a frisar que os procedimentos estão a ser melhorados, mas que os residentes terão de aceitar ficar com estranhos, caso não haja espaço suficiente.

“O director dos Serviços de Saúde já tinha dito que é possível juntar duas, três ou quatro pessoas num quarto. É muito comum. Já abrimos uma nova torre do Sheraton [para quarentenas], temos mais quartos e, sempre que for possível, vamos tentar não juntar residentes com outras pessoas. No entanto, quando tivermos muitas pessoas a precisar de fazer observação médica, os residentes têm de aceitar ficar com outras pessoas”, disse.

1 Jul 2022

Covid-19 | Obrigação de teste em casinos e obras gera caos e leva Governo a recuar

A exigência de apresentar um teste de ácido nucleico levou a uma corrida aos centros de testagem, na manhã de ontem. Após várias horas de confusão, corridas, gritos e aglomerações, o Governo anunciou a retirada da medida

 

O dia de ontem começou com uma corrida ao centro de testes por parte de milhares de trabalhadores de casinos e da construção civil. Face à obrigação de terem de apresentar o resultado negativo de um teste de ácido nucleico com a validade de 48 horas, os trabalhadores geraram grandes aglomerações, muita confusão, gritos, empurrões e até insultos.

Para piorar a situação, por volta do almoço, e numa altura em que estava içado o sinal número um de tufão, a chuva apareceu e apanhou muita gente desprevenida. Sem chapéu de chuva, muitos não tiveram outro remédio que não fosse aceitar a molha.

As críticas à situação não se fizeram esperar, ao mesmo tempo que os vídeos começaram a circular nas redes sociais. E depois de várias horas de concentrações, por volta das 14h40, o Governo voltou atrás. Como justificação, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus apontou que a aglomeração de pessoas “não é condizente nem favorável ao combate epidémico”.

Em alternativa, passa a haver a obrigação de fazer testes rápidos para estes trabalhadores. “Foi decidido cancelar o requisito de que os trabalhadores da construção civil e casinos devem ter um certificado de teste de ácido nucleico negativo 48 horas antes de irem para o trabalho”, foi reconhecido.

Desastre anunciado

Antes da aplicação da exigência do teste, várias vozes na sociedade tinham alertado para a possibilidade de haver concentração excessiva nos centros. Uma dessas vozes foi a de Cloee Chao, a presidente da Associação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores de Jogo. Ao HM, a dirigente da associação revelou ter enviado na noite de terça-feira um email à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) a sugerir que o prazo do teste fosse de sete dias.

“Não sei com que antecedência foi pensada esta política, porque parece que os trabalhadores que precisavam de um teste negativo são mais do que o número estimado pela DICJ”, afirmou Cloee Chao. “Quando os residentes vão fazer os testes em massa, têm uma flexibilidade de horários, podem ir a várias horas, mas estes trabalhadores não têm essa flexibilidade, o que faz com que haja uma concentração. Parece que isso não foi tido em conta”, acrescentou.

Cloee Chao justificou ainda a corrida aos centros com receios de represálias, no caso de não conseguirem fazer os testes. Numa altura em que a economia atravessa a fase mais negra dos últimos anos, Chao apontou que os funcionários tiveram receios de não poder trabalhar e ficar sem o bónus de presença.

Além disso, segundo Cloee, houve vários trabalhadores que apareceram nos postos de trabalho sem qualquer marcação, porque não conseguiram fazê-la online.

A brincar com as pessoas

Por sua vez, José Pereira Coutinho, deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), lamentou a situação causada e a incoerência governativa. “O Governo está a proceder muito muito mal porque quando é confinamento é geral, independentemente de serem casinos, estaleiros ou construções das obras públicas dos aterros”, afirmou Coutinho, ao HM. “Se o Chefe do Executivo e as autoridades de saúde a dizem às pessoas para ficarem em casa, porque é que estas pessoas têm de sair de casa e ir trabalhar?”, questionou.

Neste sentido, toda a situação das aglomerações mereceu críticas do legislador. “Andam a brincar com as pessoas. Ora dizem que é necessário fazer um teste, ora dizem que já não é necessário. Lamento ter de criticar o Governo sobre esta questão de haver excepções”, admitiu. “Mas, se também não há jogadores por que é que não fecharam os casinos?”, perguntou.

José Pereira Coutinho alertou para o “grande risco de propagação” entre os presentes, incluindo os trabalhadores destes locais, como as autoridades públicas. “Há um polícia que está no local de uma das grandes aglomerações e teve muitas pessoas em cima dele. Ele corre o risco de ficar contaminado”, atirou. “Há vários agentes que me telefonaram a dizer que foram contaminados em serviço. Eu recebi informações directas”, revelou.

O deputado defendeu ainda que os acontecimentos de ontem mostram que mais tarde ou mais cedo o Governo vai ter de aceitar a realidade e adoptar uma política de coexistência com o vírus, que se encontra “disseminado em todo o lado”.

572 casos

Ontem, às 17h, quando foram apresentados os dados havia 572 casos de covid-19 ligados ao surto actual, um aumento de 88 face ao número anterior. Além desses, de acordo com as estatísticas apresentadas pelo Executivo, 35 pessoas tinham testado positivo, mas de forma preliminar, pelo que os casos tinham de ser confirmados. Entre os 88 confirmados ontem, 48 foram detectados na comunidade e 40 nos postos de controlo.

Código de saúde | Advogado alerta para penas por uso indevido

Um advogado ouvido pelo jornal Ou Mun alertou para o facto de que a utilização de códigos verdes de outras pessoas para entrar em determinados espaços pode resultar em consequências legais. Segundo Mak Heng Ip, recorrer ao código verde de terceiros para entrar em determinado local é uma violação clara às medidas de prevenção epidémicas, aumentando assim o risco de propagação do vírus. Ao jornal Ou Mun, Mak Heng Ip vincou ainda que a população tem a obrigação de colaborar com as medidas da prevenção da pandemia lançadas pelo Governo.

Teste em massa | Falha afectou resultado de 132 pessoas

Uma anomalia detectada durante a análise de 22 amostras mistas recolhidas durante a última ronda de testes em massa levou a que o resultado de 132 pessoas permaneça desconhecido. De acordo com o Centro de Coordenação e Contingência, a situação está a ser revista, estando em causa falhas detectadas numa máquina de testagem da empresa Kuok Kim.

“Após investigação, o Centro de Coordenação apurou que a Companhia de Higiene Exame Kuok Kim (Macau) Limitada, que participa no trabalho de teste massivo de ácido nucleico, não conseguiu detectar normalmente resultados em 22 amostras devido a falhas de uma das máquinas que deu erros no teste e que envolve 132 pessoas. Estas situações estão em revisão”, pode ler-se num comunicado divulgado ontem.

No rescaldo do incidente, o Centro de Coordenação pediu desculpa a todos os residentes pelo atraso na publicação dos resultados e diz lamentar “profundamente” os erros da empresa, tendo solicitado à mesma que proponha “medidas práticas de melhoria para evitar que incidentes semelhantes aconteçam novamente”.

O teste em massa realizado nos dias 27 e 28 de Junho resultou na recolha de 652.544 amostras, das quais 652.124 são negativas. No total, foram detectados 48 conjuntos de amostras mistas positivas.

30 Jun 2022

Testes | Nelson Kot critica falta de comunicação entre Governo e casinos

O ex-candidato a deputado Nelson Kot criticou a forma deficiente como o Governo comunicou com os casinos, resultando em horas de espera de funcionários das concessionárias para realizarem teste do ácido nucleico na terça-feira no Posto Fronteiriço de Qingmao.  Esforço que acabou por ser inglório, porque o Governo anunciou mais tarde que a necessidade de apresentar teste de ácido nucleico feito nas últimas 48 horas só entrará em vigor a 1 de Julho.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Nelson Kot afirmou que as concessionárias emitiram uma ordem interna na semana passada a exigir que, a partir de hoje, os funcionários apresentem teste de ácido nucleico feito nas últimas 48 horas antes de se apresentarem ao serviço.

O responsável acrescentou que a maioria das empresas do jogo tem postos de testagem nas suas instalações, situação que poderia atenuar a pressão nos locais de testagem espalhados pelo território.

O facto de o Governo não ter mandado encerrar os casinos motivou queixas de trabalhadores, segundo Nelson Kot, que não compreendem porque têm de trabalhar quando não há clientes, ainda para mais face à possibilidade de os funcionários públicos ficarem duas semanas sem trabalhar.

30 Jun 2022

Casinos-satélite | David Chow defende criação de legislação

O empresário considera que há vários aspectos que precisam de ser clarificados para garantir o futuro dos casinos-satélite. A competição com as concessionárias é um aspecto que também preocupa David Chow

 

David Chow, co-presidente e director não-executivo da Macau Legend, considera que o Governo deve criar legislação específica sobre a situação dos casinos-satélite. As declarações foram prestadas pelo empresário ao jornal Ou Mun, na sequência do anúncio do fecho dos casinos dos hotéis Rio e Presidente. Também o casino do Hotel Emperor tinha anunciado que fecharia portas, mas vai afinal ser explorado até ao final do ano pela concessionária SJM Resorts.

Segundo o empresário, após os casinos-satélite terem garantido a sobrevivência com a nova lei, agora é necessário resolver as questões pendentes e definir bem as áreas de cooperação entre as concessionárias e as operadoras dos casinos-satélite, que utilizam mesas de jogo e empregados das concessionárias.

Entre os assuntos a necessitarem de clarificação, David Chow defendeu que os casinos-satélite devem poder continuar a operar sem terem de prestar informações sobre os clientes às concessionárias, por uma questão de segredo comercial e para evitarem que estas tenham informações privilegiadas e lhes “roubem” os clientes.

O co-presidente da Macau Legend mostrou-se também preocupado com o futuro dos casinos-satélite, quando as licenças das concessionárias não se renovarem ou forem retiradas. Para David Chow, é preciso deixar claro numa lei própria se os casinos-satélite podem operar com as licenças de outras concessionárias ou se deixam de poder operar.

Contratos mais longos

Ainda no que diz respeito às políticas para os casinos-satélite, o empresário explicou que a indústria só pode ser sustentável com um ambiente de negócios favorável. Por isso, acredita que todos os casinos devem ter uma licença que permita operar a longo prazo, que deve ser de dez anos.

Ainda no que diz respeito ao sector, Chow criticou o modelo actual que permite às concessionárias decidirem o montante que recebem dos casinos-satélite, para que estes possam operar. No entender do empresário, o modelo adoptado favorece em demasia as concessionárias, que ficam com todo o poder negocial, mesmo que os casinos-satélite estejam a perder dinheiro.

Sobre a situação financeira dos casinos-satélites, Chow alertou para a situação de que grande parte contraiu empréstimos bancários, e que, caso não consigam pagar as dívidas, o sistema pode ficar ameaçado.

22 Jun 2022

Restauração | Negócio cai 90% no dia do Pai. Sector espera dias difíceis

Logo após a declaração do estado de prevenção imediata e o anúncio dos primeiros casos de covid-19, o negócio dos restaurantes de Macau caiu entre 80 e 90 por cento no domingo, dia do Pai. O sector espera negócio “muito fraco” durante, pelo menos, meio mês e o cancelamento de dezenas de banquetes previamente agendados

 

À medida que o novo surto de covid-19 em Macau se começou a materializar, a maioria dos restaurantes da cidade, muitos deles com todas as mesas reservadas devido às celebrações do dia do Pai, viram, no domingo, a maioria das marcações canceladas e o negócio reduzido entre 80 e 90 por cento.

De acordo com o gerente de um restaurante de yum cha citado pelo jornal Ou Mun, depois da entrada em vigor do estado de prevenção imediata e do anúncio dos primeiros casos confirmados na madrugada e manhã de domingo, praticamente todos os clientes que tinham mesas reservadas para o período da manhã e da tarde acabaram por cancelar as marcações.

Contudo, o mesmo responsável apontou que, dado que o anúncio do Governo aconteceu às primeiras horas do dia, foi possível ajustar as quantidades dos bens fornecidos, evitando assim prejuízos maiores.

Por outro lado, sem negócio e com grandes incertezas no horizonte, o mesmo gerente lamenta a situação, sobretudo numa altura em que o limite para banquetes foi recentemente aumentado pelos Serviços de Saúde de 200 para 400 pessoas e o estabelecimento já tinha recebido pedidos de agendamento para mais de 30 eventos do género.

Pratos vazios

Na mesma linha, o gerente de outro restaurante ouvido pelo jornal Ou Mun, confirma ter perdido por completo todo o negócio que a celebração do dia do Pai fazia antever. Isto quando a lotação do espaço estava esgotada ao longo do dia.

Perante o cenário de emergência epidémica e os apelos do Governo para a população permanecer em casa, o dono do restaurante prevê que o negócio seja “muito fraco” durante, pelo menos, meio mês, com várias dezenas de banquetes a ser cancelados nos próximos dias. Além disso, depois da sugestão das autoridades para que os restaurantes suspendam, temporariamente, o consumo de refeições no interior dos estabelecimentos, o responsável considera que o volume de venda de refeições para fora é uma “ajuda pequena” face à baixa vontade de consumo dos residentes nesta fase.

Apesar de estar disposto a colaborar com as autoridades em termos de prevenção contra a covid-19, segundo o Ou Mun, o gerente mostra-se “muito preocupado com o futuro”

Um outro proprietário conta que, o novo surto de covid-19 em Macau o fez perder, no imediato, cerca de 60 por cento dos clientes que costumava ter no período da manhã. Contudo, por ter ajustado o volume dos bens a adquirir aos fornecedores atempadamente, diz ter evitado prejuízos maiores.

Recorde-se que, no domingo, perante o risco de transmissão comunitária, Elsie Ao Ieong U apelou à população para ficar, tanto quanto possível, em casa e aos estabelecimentos não essenciais para fecharem portas.

“Excepto, supermercados e outros locais de venda de bens essenciais, apelamos aos outros estabelecimentos para fecharem. Apelamos aos residentes para se manterem em casa e colaborarem com as medidas de prevenção da pandemia”, disse a secretária.

21 Jun 2022

Covid-19 | Medidas de apoio económico consideradas insuficientes e sem novidade

Assim que foram registados os primeiros casos do surto de covid-19 que afecta Macau, o secretário para a Economia e Finanças anunciou medidas de apoio económico para residentes e empresas. No entanto, economistas, deputados e dirigentes associativos entendem que os estímulos são insuficientes numa economia estrangulada

 

O Governo anunciou no domingo medidas de apoio a pequenas e médias empresas (PME) e residentes assim que as autoridades começaram a registar os primeiros casos de covid-19 do surto que fez parar Macau. Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, anunciou sete medidas, no valor total de dez mil milhões de patacas, que passam sobretudo pelo adiamento da devolução dos empréstimos pedidos ao Governo e de impostos cobrados, sem esquecer outros benefícios fiscais.

No entanto, tendo em conta que a economia está em recessão há muitos meses, analistas consideram que o pacote de medidas não basta. “O Chefe do Executivo disse que quando a maioria da população estivesse vacinada Macau voltaria à normalidade. Temos de o fazer”, adiantou o deputado José Pereira Coutinho ao HM.

“Estas medidas são insuficientes porque se mantém a devolução dos empréstimos, além de outros benefícios fiscais não chegam. É preciso clarificar a situação das PME na área da restauração, para que tenham alguma actividade. Não se resolvem dificuldades destas empresas impedindo as pessoas de fazer as refeições dentro dos estabelecimentos. Estas restrições são extremamente prejudiciais para as PME”, declarou.

Recorde-se que os restaurantes e outros estabelecimentos de comida estão a ser incentivados a funcionar apenas em regime de take-away, embora tal não seja para já obrigatório. No entanto, Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), assegurou no domingo que tal poderá ser obrigatório caso a situação pandémica assim o justifique.
Coutinho defende ainda que a bitola deve estar também do lado da banca, que deve ter “uma responsabilidade social” face a pagamentos de empréstimos. “O Governo tem de estabelecer moratórias, o que poderia ajudar famílias com dificuldades financeiras, monoparentais, ou que têm a seu cargo idosos.”

O deputado não tem dúvida de que este novo surto, e a forma como as autoridades estão a lidar com ele, constitui “um grande rombo na economia, com um grave impacto psicológico nas pessoas”.

Quem também considera as medidas insuficientes é o economista José Sales Marques, embora “sejam sempre um paliativo”. “Há algum tempo que vivemos em recessão, as perspectivas começavam a tornar-se optimistas e de repente surge algo como aquilo que estamos a passar. As medidas não são suficientes e o sentido delas é apenas minorar os problemas, dar alguma folga às PME, nomeadamente no que diz respeito à bonificação de juros e devolução de alguns impostos cobrados. Os montantes não são significativos e dão apenas um certo conforto paliativo”, acrescentou.

Sales Marques considera fundamental dar ânimo aos números económicos, para que se verifique um crescimento sustentável. “Espero que esta crise não se prolongue e se limite aos casos que já existem, e que não sejam impostas novas limitações. A economia vive da procura externa e do jogo, das actividades ligadas à exportação de bens e serviços. Esta tem de começar a funcionar de novo, porque continuaremos a viver com dificuldades.”

Resposta rápida

Ouvido pelo jornal Ou Mun, o deputado Ho Ion Sang, ligado aos Kaifong e presidente do Centro de Sabedoria Colectiva, defendeu que as medidas visam resolver, de forma urgente, os problemas que os diversos sectores da economia e os residentes sentem.

Ho Ion Sang recordou que a situação pandémica nas regiões vizinhas tem causado impactos negativos no turismo e outras indústrias associadas a este sector.

Chui Sai Cheong, deputado e presidente da Associação Comercial de Macau, disse concordar com o pacote de apoios lançado pelo secretário Lei Wai Nong, sendo esta decisão “necessária e oportuna” e algo que permite aos mercados ganharem alguma confiança. No entanto, tendo em conta o actual estado da economia, Chui Sai Cheong entende ser necessário que as autoridades avaliem a eficácia das medidas, uma vez que a estabilidade das PME é essencial para uma economia onde a confiança predomine.

Un Sio Leng, presidente da Associação Geral das Mulheres, defendeu que as medidas mostram, acima de tudo, uma resposta rápida e urgente por parte do Governo perante as dificuldades da população. A dirigente sublinhou que as PME dão emprego aos residentes que são muito importantes para o desenvolvimento económico do território, pelo que as medidas anunciadas, logo no início do surto, são um incentivo. Un Sio Leng espera ainda que o Governo pondere a criação de um subsídio de apoio às despesas familiares, alunos, idosos e famílias com maiores dificuldades, além de medidas de apoio complementares para desempregados e pessoas em licença sem vencimento.

Por sua vez, Chan Ka Leong, presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong), disse ao jornal Cheng Pou que as medidas são oportunas e que podem dar resposta às necessidades da população.

Uma vez que o surto levou a uma nova suspensão de muitas actividades, como o programa de excursões locais para residentes, Chan Ka Leong destaca o enorme impacto para as PME e empregados que dependiam desse plano de fomento turístico. Olhando para o pacote das medidas anunciadas no domingo, Chan Ka Leong entende que o subsídio para a compra de combustível atribuído aos taxistas pode ajudar muito o sector.

Jorge Valente, empresário, entende que reduzir taxas e impostos é sempre uma boa medida. No entanto, uma vez que os impostos sempre foram baixos em Macau, onde as concessionárias de jogo dão o grande contributo em matéria fiscal, trata-se de uma medida “que não ajuda muito”, pois estão envolvidos pequenos montantes.

“O principal problema que enfrentamos é a falta de actividades económica, de pessoas e turistas que possam consumir. Relativamente à medida de apoio aos taxistas, só funciona se os táxis tiverem muitos clientes. Se o veículo estiver quase sempre parado, e se, ainda por cima, houver muitos carros eléctricos ou híbridos, creio que é uma medida que não ajuda quase nada”, apontou ao HM.

Como medida “bastante boa” Jorge Valente destaca o facto de as PME só pagarem, até 31 de Dezembro de 2023, os juros dos empréstimos concedidos pelo Governo e não os montantes. “[A eficácia] destes empréstimos depende muito se a empresa sobrevive para ter melhores dias de negócio. Se a empresa entrar em insolvência antes do fim da pandemia, [os custos e perdas] vão ser muito maiores”, frisou.

Reserva q.b.

O economista José Félix Pontes entende que as medidas em questão “trazem algum alívio, embora temporário” às PME, residentes e algumas profissões liberais, tendo como ponto de referência “as medidas tomadas nos dois anos anteriores” e, portanto, sem novidade.

“Quanto ao montante dos fundos públicos envolvidos (dez mil milhões de patacas), provenientes, mais uma vez da Reserva Financeira, a sua adequação dependerá da alteração da denominada ‘política de tolerância zero’. Esta, a manter-se, fará com que Macau continue com poucos visitantes, níveis baixos de taxa de ocupação hoteleira, quebra nas receitas do jogo ou aumentos sem significado.”

Félix Pontes traça ainda o cenário do crescente desemprego, com mais empresas, de pequena ou grande dimensão, a encerrarem portas, o que resultará “num Produto Interno Bruto anémico”.

Na óptica do economista, a Reserva Financeira da RAEM deve ser destinada “a projectos relevantes na área económica e social” e não como uma espécie de “amortecedor ou ‘tapa buracos’ da economia local”. Como tal, a alternativa passa por elevar a taxa de vacinação contra a covid-19 com três doses. Félix Pontes entende que deveria mesmo obrigar-se toda a população a vacinar-se contra a doença.

Só assim “não seriam necessários os confinamentos, ainda que localizados, e a realização de testes em massa sempre que haja um certo número de casos”, concluiu.

21 Jun 2022

Jogo | Gestores do Rio e Galaxy com versões diferentes sobre fecho de casino

A gestora do Casino Rio acusou a Galaxy de nunca ter colocado a possibilidade de o casino-satélite continuar em funcionamento depois de 26 de Junho. No entanto, a concessionária defendeu-se e apontou que a gestora nunca mostrou vontade de prolongar o funcionamento

 

A empresa Rio Holdings, responsável pela gestão do Casino Rio, atirou as culpas do encerramento do espaço para a “concessionária”, ou seja, a Galaxy Entertainment. A posição foi tomada através de um comunicado publicado no Jornal Ou Mun, na sexta-feira, em que a identidade da concessionária não foi indicada.

Segundo a informação, a gestora do casino, a Rio Holdings, foi notificada pela Galaxy que o actual contrato que permite o casino-satélite operar ia terminar a 26 de Junho, e que se recomendava que o encerramento fosse feito a 15 de Junho, como efectivamente veio a acontecer.

A empresa do casino-satélite veio ainda recusar rumores de que estaria a exigir o pagamento de uma renda muito elevada à Galaxy, para operar depois de 26 de Junho. “Durante o processo, a concessionária nunca negociou connosco a possibilidade de o contrato ser renovado depois do prazo da concessão, e também nunca propôs que o espaço fosse arrendado para que pudesse continuar a operar”, pode ler-se no comunicado da Rio Holdings. “São absolutamente falsos os rumores que circulam na comunidade de que o proprietário do espaço pediu uma renda mensal [para exploração do casino] demasiado elevada”, foi acrescentado.

O anúncio do encerramento foi divulgado na quarta-feira passada, dia em que o casino no Hotel Rio e o casino no Hotel Presidente fecharam portas. Os dois espaços eram explorados através de acordo com a Galaxy.

Decisão antiga

Em declarações ao Jornal Ou Mun, Elmen Lee, vice-presidente executivo da Galaxy, afirmou que o encerramento foi discutido há meses e que não houve manifestação de vontade da outra parte para que o Casino do Rio continuasse a operar depois de 26 de Junho.

De acordo com Lee, mesmo depois de ser anunciado que os casinos-satélite iam receber um tratamento diferenciado do inicialmente proposta pela lei, a Rio Holdings não mostrou vontade de que o espaço continuasse a funcionar. Apesar da troca de responsabilizações, vice-presidente executivo da Galaxy confirmou que nunca houve discussões sobre “um pedido de renda demasiado elevada” por parte da entidade que explorava o casino.

Por outro lado, e ao contrário do noticiado na quinta-feira por um órgão de comunicação em língua portuguesa local, o Casino Waldo não vai encerrar até 26 de Junho. Segundo os responsáveis da Galaxy, o casino-satélite deverá assim continuar a operar até ao final do corrente ano, apesar de os moldes ainda serem desconhecidos.

20 Jun 2022

Muralha Antiga | Ron Lam apela a investigação independente

O deputado considera que o caso é grave e defende a necessidade de uma investigação independente das Obras Públicas e do Instituto Cultural ao deslizamento que danificou a Muralha Antiga

 

Ron Lam defendeu a necessidade de o incidente que destruiu um troço da Muralha Antiga ser investigado por uma entidade independente. O pedido foi feito pelo deputado numa interpelação escrita, divulgada ontem.

Segundo Ron Lam, o caso tem contornos graves e é indispensável que uma entidade independente faça uma investigação para apurar os motivos que levaram ao deslizamento de terras na Estrada de São Francisco. Ainda de acordo com o deputado, urge fazer os trabalhos de forma a descobrir os responsáveis pelo sucedido.

Actualmente, as Obras Públicas estão a elaborar um relatório interno sobre o sucedido. Por sua vez, o Instituto Cultural, que tutela o património local, afirmou que não planeia pedir nenhuma investigação, nem criminal, até as Obra Públicas terminarem o procedimento em curso. Também o Ministério Público não manifestou vontade, até à semana passada, de averiguar a ocorrência de qualquer crime neste episódio.

Na interpelação, Ron Lam indica também que o talude onde ocorreu o deslizamento não faz parte dos taludes que são frequentemente vigiados pelas entidades competentes, para evitar deslizamentos, e perguntou se há planos para que integre a lista.

No mesmo documento, Lam questionou ainda o Governo se vai prestar apoio aos moradores do edifício Ka On Kok, e ajudá-los a obterem as compensações pelos danos causados pelo deslizamento.

Demolição total

A interpelação surgiu dias depois de o Governo ter confirmado que vai demolir um troço de cerca de dez metros da muralha da cidade, por considerar que é “instável e em risco de derrocada”.

Em comunicado foi explicado, que depois de uma “avaliação e análise técnica no local”, na Estrada de São Francisco, as autoridades vão realizar “com urgência” a demolição do respectivo troço da antiga muralha.

O plano de demolição foi apresentado aos vogais do Conselho do Património Cultural, “tendo em consideração que, neste momento, a referida antiga muralha da cidade encontra-se num estado de urgência e que envolve a segurança pública, o Conselho não apresentou reclamação em relação ao respectivo plano”.

As autoridades também já acordaram com os moradores afectados o plano de restauro, procederam à limpeza e à vedação provisória do local.

20 Jun 2022

Lucina Laam, segunda mulher de Stanley Ho, morreu aos 79 anos

Lucina Laam casou com Stanley Ho quando tinha 14 anos e é mãe dos filhos mais influentes do magnata: Pansy, Daisy, Maisy e Lawrence. No sábado não resistiu a um cancro prolongado que a tinha atirado para o hospital no ano passado

 

A segunda mulher de Stanley Ho, Lucina Laam, morreu no sábado aos 79 anos, vítima de um cancro que se vinha a manifestar há vários anos, de acordo com os órgãos de comunicação social de Hong Kong. Os últimos momentos de Lucina foram passados no Hospital e Sanatório de Hong Kong, onde estava internada desde o ano passado.

A informação sobre a morte de Laam foi divulgada na quarta-feira à noite, depois de na última semana a saúde da mulher do magnata se ter deteriorado de forma acelerada, o que fez com que fosse levada para a unidade de cuidados intensivos.

Lucina Laam parte praticamente um ano depois do marido, que morreu em Maio do ano passado, aos 98 anos, também no Hospital e Sanatório de Hong Kong. Ao longo do casamento de várias décadas, Stanley e Lucina tiveram cinco filhos, Pansy, Daisy, Maisy, Josie e Lawrence, que por sua vez lhes deram três netas, Beatrice e Gillian, filhas de Daisy, e Mia, filha de Lawrence Ho.

Lucina Laam dividiu grande parte do seu tempo entre Hong Kong e o Canadá, onde acompanhou sempre de muito perto o seu pai, que emigrou e decidiu passar os últimos tempos no país da América do Norte.

Família de militares

Lucina Laam nasceu em 1943 em Jinhua, na Província de Zhejiang, durante o período da República da China, numa família de militares nacionalistas. O avô Laam Yam Nghi chegou a ocupar o posto de Major-General do exército na zona de Chaoshan. No entanto, após a reforma, o avô optou por se mudar para Hong Kong, onde comprou um prédio de cinco andares.

Também o pai de Lucina, Laam Kin Yee, enveredou pela via militar. Depois de concluir uma licenciatura em estudos chineses da Universidade de Linang, o homem que viria a ser sogro de Stanley Ho foi admitido na famosa Academia Militar de Whampoa, em Cantão.

Concluída a formação militar, o pai de Lucina integrou o exército ligado ao regime de Chiang Kai-Shek, o que fez com que participasse nas operações de defesa contra a invasão japonesa, que só terminou com o fim da Segunda Guerra Mundial. Concluída a guerra, e com a subida do Partido Comunista ao poder e a implementação da República Popular da China, pai e filha mudam-se definitivamente para a colónia britânica.

Matrimónio polémico

O casamento com Stanley Ho chegou aos 14 anos, quando o magnata vivia com a primeira mulher, Clementina Leitão, há 15 anos. Stanley Ho tinha 36 anos. Na altura, Clementina sofreu um grave acidente de viação em Portugal, que provocou extensas lesões e acabou por entrar em coma. Enquanto recebeu tratamento médico no Reino Unido, Stanley Ho, sentindo que precisava de se fazer acompanhar por uma mulher nas ocasiões mais formais, decidiu então casar uma segunda vez.

O casamento realizou-se em Hong Kong com base no Código Civil da Dinastia Qing. Apesar do código ter sido revogado no Interior, com a queda do Império e a implementação da República da China, estava em vigor em Hong Kong onde continuou a aplicar-se à população de etnia chinesa até 1970.

O código permitia que os homens se casassem com mais do que uma mulher e foi o que o futuro rei do jogo decidiu fazer em 1957, quando Lucina tinha 14 anos.

A decisão terá sido arrasadora para Clementina Leitão, mulher macaense e de uma família católica convicta. Apesar de Stanley Ho garantir que as duas mulheres tinham uma boa relação, a verdade é que Clementina vivia em Macau e Lucina em Hong Kong, o que fazia com que raramente se encontrassem.

Além disso, Stanley Ho, um ávido dançarino, encontrou o par ideal na segunda mulher, o que fez com que durante vários anos ambos fossem conhecidos como o Rei e a Rainha da Dança.

Um carinho especial

Polémicas à parte, Stanley Ho sempre valorizou bastante a segunda mulher e comprou-lhe uma das mansões mais caras de Hong Kong, no número 25 da Park Road no Vale de Jardine.

A casa foi adquirida por 1,75 milhões de dólares de Hong Kong, uma soma astronómica para a data, no que foi visto como um acto simbólico de valorização da relação e de reconhecimento pelo “trabalho” a nível social, em eventos de caridade, por Lucina Laam. Mesmo muito anos depois, Stanley Ho sempre falou bem da segunda mulher. “Ela é muito bonita, e apesar de ter casado comigo quando era muito nova sempre me tratou bem!”, reconheceu o rei do jogo, anos depois, num evento de caridade à imprensa de Hong Kong.

Com o avançar da relação foram chegando os filhos, que com a morte de Stanley assumiram a maior parte dos negócios, com participações na Shun Tak e Sociedade de Turismo e Diversões de Macau. A primeira a nascer foi Pansy Ho, em 1962, seguida por Daisy, em 1964, Maisy, em 1967, e Josie, em 1974. Finalmente, em 1977, Stanley Ho viu nascer o seu segundo filho Lawrence.

Segundo os relatos da imprensa de Hong Kong, o magnata terá ficado tão feliz com o nascimento de Lawrence que encheu a segunda mulher de presentes.

Mudança para o Canadá

Com Stanley Ho envolvido com Ina Chan, terceira mulher do magnata, que fora contratada para tomar conta de Clementina Leitão, e também com a entrada da actual deputada Angela Leong na vida amorosa do magnata, Lucina muda-se para o Canadá, no final da década de 1980.

A mudança foi justificada com o facto de Lucina ter decidido tomar conta do pai, que havia emigrado há mais de 10 anos para a América do Norte, e por Stanley Ho ter decidido investir nesse país. Lucina tinha assim a missão de ajudar o magnata a tratar dos seus vários investimentos por terras canadianas.

A deslocação veio com um preço, e marido e mulher começaram a ver-se menos regularmente. Lucina terá ainda sido responsabilizada por Stanley por ter criado um episódio de mal-estar em público com Angela Leong. No entanto, a verdade é que o magnata sempre confiou grande parte dos bens à segunda mulher e os filhos deste casamento foram dos mais beneficiados em termos de partilhas.

Sem reacções por agora

Apesar da morte ter ocorrido no sábado, a notícia só foi divulgada nos últimos dois dias. O jornal Oriental Daily, de Hong Kong, entrou em contacto com os assessores de Lawrence Ho, logo na quarta-feira, que terão respondido que por enquanto ainda não haveria reacções públicas por parte dos filhos ao falecimento da mãe.

Mãe exigente

Na imprensa de Hong Kong, Lucina Laam era geralmente apontada como uma mãe que prestava muita atenção à educação dos filhos e que era muito exigente, qualidades amplamente reconhecidas por Stanley Ho. Este aspecto chegou a ser confirmado por Josie Ho, filha mais nova do casal, que admitiu ter sido a mais rebelde e a que mais dores de cabeça deu aos pais. Ainda assim, Josie reconheceu que muitas das traquinices foram feitas para chamar a atenção dos pais.

Pansy trata do funeral

Ontem os pormenores sobre as cerimónias fúnebres de Lucina Laam ainda não eram conhecidos. No entanto, Pansy Ho, a filha mais velha, foi escolhida para ser a mestre do funeral, responsável por todos os procedimentos, que deverá ocorrer em Hong Kong.

17 Jun 2022

Hong Kong | Palavras de Xi Jinping devem inspirar imprensa de Macau

O Clube de Jornalistas de Macau e a Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau consideram que os meios de comunicação do território devem aprender com a imprensa patriótica de Hong Kong, recentemente elogiada pelo Presidente Xi Jinping

 

No seguimento do elogio tecido por Xi Jinping ao histórico jornal de Hong Kong Ta Kung Pao, por ocasião do seu 120.º aniversário, associações de imprensa de Macau apontaram que os meios de comunicação do território se devem inspirar nesse exemplo e nas palavras do presidente chinês para materializar o princípio “Um País, Dois Sistemas” e contribuir para o desenvolvimento nacional. Isto, sem prejuízo do papel “notável” que a imprensa de Macau tem vindo a desempenhar desde a transferência de soberania.

De acordo com o jornal Ou Mun, o Clube de Jornalistas de Macau e a Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau consideram que as palavras de Xi Jinping são de “grande relevância” para o sector dos media e que “os jornalistas de Macau devem aprender e inspirar-se” com os resultados alcançados pelos meios de comunicação social patrióticos de Hong Kong, como Ta Kung Pao.

Recorde-se que, na mensagem de felicitações enviada por Xi Jinping devido à proximidade da data em que se assinala o 25º aniversário da transferência de soberania de Hong Kong, o presidente chinês sublinhou que “o papel positivo que os meios de comunicação patrióticos de Hong Kong desempenharam ao longo da história e sob o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”.

Aprender com os mais velhos

Ouvido pelo jornal Ou Mun, o Clube de Jornalistas de Macau vinca que, enquanto órgão de comunicação social mais antigo de Hong Kong, o Ta Kung Pao deve servir de referência para a imprensa de Macau. Isto, apesar do contributo inegável que a imprensa local tem dado para o desenvolvimento de Macau.

“Em termos jornalísticos, Macau tem uma longa história. O sector tem sido capaz de se desenvolver de forma contínua, firme e notável, criando um ambiente de comunicação com características locais e um grande número de jornais e novas plataformas. Desde o regresso de Macau à pátria, os meios de comunicação têm contribuído para a construção de uma sociedade harmoniosa e para o desenvolvimento global de Macau”, refere a associação.

Desta forma, tal como refere Xi Jinping, tendo em conta que a imprensa deve contribuir para concretizar o princípio “Um País, Dois Sistemas” e realizar “o sonho do grande rejuvenescimento da nação chinesa”, as associações consideram que os meios de comunicação do território devem ter a capacidade para “ir além das fronteiras de Macau”. Sobretudo, perante o actual contexto marcado pela pandemia.

“Macau está a enfrentar enormes desafios colocados pela pandemia e está no processo de integração na conjuntura de desenvolvimento nacional. No contexto do desenvolvimento da Grande Baía (…), os meios de comunicação social de Macau devem estar do lado de Macau, mas ir além das suas fronteiras, mostrando o caminho do desenvolvimento futuro”, atestou a Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau.

16 Jun 2022

Economia | Associação prevê crescimento “lento” no próximo trimestre

À luz dos últimos indicadores e da complexidade do contexto internacional, a Associação Económica de Macau prevê que o crescimento do território seja “lento” nos próximos três meses. Apesar da diminuição das quarentenas e do alargamento do prazo dos testes, a elevada inflação e a confiança reduzida dos consumidores chineses colocam grande “incerteza e risco” ao ambiente económico de Macau

 

A Associação Económica de Macau prevê que o crescimento económico do território nos próximos seis meses seja “lento”. Isto, perante os mais recentes indicadores económicos “pouco animadores”, o contexto internacional complexo, marcado pela subida galopante da inflação, e apesar dos recentes sinais de relaxamento fronteiriço do Governo, onde se inclui a diminuição das quarentenas para 10 dias e o alargamento do prazo dos testes de ácido nucleico para quem entra em Macau a partir de Guangdong.

Além disso, de acordo com as perspectivas económicas da associação divulgadas na segunda-feira e citadas pelo jornal Ou Mun, o índice de confiança dos consumidores do Interior da China atingiu em Abril de 2022 o nível mais baixo desde o início da pandemia, tendo registado uma queda de 28,6 por cento em termos anuais. Facto com implicações directas na disponibilidade e na vontade que os turistas do Continente têm de vir e consumir em Macau.

A Associação Económica de Macau aponta ainda para a queda anual de 24,2 mil milhões de patacas (3,5 por cento) do índice de liquidez (M2), que inclui o nível de poupanças e depósitos bancários dos residentes, entrando assim, pela primeira vez, no patamar de crescimento “lento”.

Embora o número de visitantes a entrar em Macau tenha começado a aumentar a partir de Março, a subida representa apenas uma melhoria de cerca de 20 por cento em relação ao período antes da pandemia, onde outros indicadores como as receitas brutas de jogo, o valor das acções das concessionárias cotadas em bolsa e as taxas de ocupação hoteleira permanecem classificados com um nível “muito baixo”.

Segundo o organismo, os únicos indicadores que permanecem num nível considerado “estável” são o Índice de Preços do Consumidor e o nível das importações de bens de consumo. Apesar disso, o indicador de sentimento económico de Macau entre Abril e Maio fixou-se, respectivamente, em 2,0 e 2,1 pontos, classificado como “deprimido”.

Ao ritmo de Zhuhai

Outra das ressalvas apontadas pela Associação Económica de Macau prende-se com a alteração verificada nos últimos meses relativamente à proveniência dos visitantes que chegam ao território.

Segundo a associação, num universo de turistas já de si reduzido, 40 por cento dos que entraram em Macau nos últimos tempos residem habitualmente em Zhuhai. Além disso, se anteriormente cerca de metade dos turistas costumava pernoitar em Macau, no actual contexto, o número de visitantes que fica alojado em hotéis caiu para cerca de 30 por cento.

Como sinais positivos para os próximos tempos, a associação vinca o alargamento do prazo dos testes de ácido nucleico para quem entra em Macau a partir de Guangdong de 48 horas para sete dias, a redução das quarentenas de 14 para 10 dias para quem vem de fora e o lançamento da terceira ronda do cartão de consumo.

Apesar da previsível tendência de relaxamento nas fronteiras e aumento de turistas, o organismo aponta que o ambiente económico de Macau continuará marcado, a breve trecho, por muita “incerteza e risco”.

“O elevado nível de inflação das economias desenvolvidas, o aperto das políticas monetárias e as tensões geopolíticas, têm levado à desaceleração da economia mundial e a quebras nas cadeias de fornecimento e de fluxos de capitais. Tudo isto se traduz em Macau, num ambiente económico repleto de incerteza e risco”, pode ler-se no relatório.

15 Jun 2022

Casinos-satélite | Concessionárias negoceiam continuidade de espaços

Uma fonte conhecedora do sector do jogo, citada pelo jornal Ou Mun, revelou que as concessionárias estão a negociar a continuidade dos casinos-satélite que querem fechar portas depois de 26 de Junho. O objectivo é evitar a desvalorização dos imóveis das concessionárias. Melinda Chan diz que 200 postos de trabalho de casinos-satélite da Macau Legend podem estar em causa

 

A ordem é para aguentar. Uma fonte conhecedora do sector do jogo que preferiu não ser identificada, revelou ao jornal Ou Mun que as concessionárias estão a negociar com os casinos-satélite que pretendem fechar portas a continuidade depois de 26 de Junho, data em que terminam as actuais concessões.

Numa altura em que muitos casinos-satélite indicaram a intenção de fechar portas, continuando a operar apenas para cumprir obrigações contratuais estipuladas nos contratos de concessão, a mesma fonte indica que as operadoras se estão a disponibilizar para assegurar o pagamento da renda e das facturas de electricidade e água depois de 26 de Junho.

O objectivo da manutenção em funcionamento dos casinos satélite, é apontado, passa por evitar a desvalorização abrupta dos imóveis e estabelecimentos, detidos pelas concessionárias, localizados nas redondezas desses casinos.

Recorde-se que o presidente da Associação de Mediadores de Jogos e Entretenimento de Macau, Kwok Chi Chung, confirmou recentemente ao jornal Exmoo que, até ao final de Junho, vão encerrar entre seis e oito casinos-satélite.

O primeiro casino a confirmar a decisão de fechar portas foi o Hotel e Casino Emperor. Isto, numa altura em que, face à degradação do ambiente de negócios no sector, muitos casinos-satélite não mostram vontade de pedir a autorização necessária para continuar a operar até ao final do corrente ano.

Contudo, a fonte ouvida pelo jornal Ou Mun não antevê que as concessionárias avancem para despedimentos antes do final do concurso para a atribuição das novas licenças de jogo.

Nesse sentido, também Hoffman Ma Ho Man, director executivo e co-presidente da “Success Universe”, que gere o casino-satélite do Sofitel Ponte 16, garantiu ao portal GGR Asia esperar que o estabelecimento possa continuar a operar depois de 31 de Dezembro de 2022. Ao mesmo portal, Ma disse também desejar que o Governo considere adoptar uma abordagem mais “razoável e flexível” ao modelo de receitas que a nova lei do jogo estipula para os casinos satélite.

Em risco

Neste contexto, a directora da Macau Legend, Melinda Chan anunciou no domingo que a empresa decidiu prolongar o contrato com a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) até ao final do ano, referente aos dois casinos-satélites detidos pela empresa na Doca dos pescadores.

Contudo, de acordo com a TDM-Canal Macau, a responsável admitiu que a Macau Legend está “na expectativa” em relação ao futuro do sector do jogo, preparando-se para uma operação de reorganização dos seus trabalhadores que poderá implicar a realocação ou despedimento de cerca de 200 funcionários.

“Em relação aos trabalhadores, vamos fazer um ajustamento temporário. Se alguns trabalhadores estiverem na disposição de ficar e desempenhar outras funções vamos tentar seguir esse caminho.”, começou por dizer.

“Se o trabalhador não quiser mudar de posição, a opção será o ‘layoff’. No nosso segmento de jogo, existem muitos trabalhadores que são veteranos. Em termos de compensação vão receber mais dinheiro, muitos deles vão receber mais de 200 mil patacas. Da parte da empresa, não há problema se quiserem optar por esta via”, acrescentou.

14 Jun 2022

Edifício Ka On Kok | Moradores desalojados devido a desmoronamento

Um deslizamento de terras provocado por uma obra, na quinta-feira, levou à destruição parcial de apartamentos do edifício Ka On Kok, junto ao Centro Hospitalar Conde de São Januário. Não houve mortos nem feridos, mas há vários desalojados. Moradores de prédios adjacentes temem pela segurança

 

Vincent Cheang não ganhou para o susto. Poucos minutos depois de o filho ter saído do quarto para ir ter consigo a uma outra divisão da casa, um deslizamento de terras destruiu o quarto por completo. Tal como ele, outras famílias do edifício Ka On Kok, na Estrada de São Francisco, perto do Centro Hospitalar Conde de São Januário, ficaram com as casas parcialmente destruídas.

Segundo o Governo, uma obra privada terá causado o deslizamento de terras ocorrido junto ao tardoz do prédio. O local do acidente fica ao lado do troço da antiga muralha da cidade, que também ficou parcialmente destruída. Os apartamentos sofrem agora com diversas infiltrações.

A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) efectuou, na quinta e sexta-feira, inspecções no local, incluindo ao estaleiro da obra, tendo concluído que a estrutura do prédio “não apresenta perigo iminente de desmoronamento”.

No entanto, tendo em conta a ocorrência de chuvas intensas nos próximos dias, tanto a DSSCU como a Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) iniciaram “obras urgentes de protecção” e de limpeza do local com a remoção dos pedregulhos.

Em relação à obra em curso, actualmente suspensa, as autoridades apontam que “o projecto de arquitectura foi aprovado dentro da validade da planta de condições urbanísticas e presentemente é ainda válida a licença de obra deste empreendimento”.

Vincent Cheang está neste momento a residir num hotel. Até sábado não havia água e luz nas casas. “Pelo menos agora já posso ir lá lavar a minha roupa. O Governo já nos contactou para discutirmos o que vai acontecer no futuro.

Sei que neste momento é difícil remover todas as pedras do local. Espero que possam resolver a situação rapidamente”, contou ao HM.

A culpa é do centro?

Ontem, os moradores de edifícios adjacentes ao local do acidente realizaram uma conferência de imprensa onde revelaram temer pela sua segurança. É o caso de um morador do rés-do-chão do edifício Kam Lai Kuok, de apelido Ng. “Caso chova muito vou ter infiltrações de água no prédio e em minha casa, pois moro num rés-do-chão. Isto aconteceu também em Outubro quando houve o tufão. Queixei-me aos bombeiros, à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes e ao Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. Vieram cá pessoas para fiscalizar, disseram que não havia riscos imediatos, mas depois não houve mais avanços”, adiantou. Ng vai precisar de renovar a casa por completo, uma vez que o soalho é de madeira e apodreceu com a água.

Muitos moradores descrevem que as infiltrações nunca ocorreram antes do arranque das obras de construção do edifício de doenças infecto-contagiosas junto ao hospital público, mesmo com os tufões Hato e Mangkhut. “As infiltrações já nos perturbam há cerca de meio ano e não temos meios para nos queixarmos. Com os danos causados no edifício Ka On Kok, estamos preocupados e queremos que haja medidas preventivas. Chegámos a recrutar um técnico para analisar a origem das infiltrações, que não nos deu certezas, mas que falou da possibilidade de virem da zona montanhosa ao lado. Não podemos fazer nada, porque se a obra é do Governo este é que tem de verificar”, explicou Ng.

Os deputados Song Pek Kei, Nick Lei e José Pereira Coutinho estiveram ontem presentes na conferência de moradores. Ao HM, Coutinho disse já ter recebido pedidos de ajuda de residentes de dois blocos habitacionais adjacentes às obras do centro de doenças infecto-contagiosas.

“Esta questão é bastante urgente e exige cuidados redobrados por parte das autoridades para evitar que as situações se repitam, nomeadamente a fixação de materiais que impeçam o deslizamento de terras e a queda de grandes pedras.”

Coutinho descreve que, neste momento, há sete pedregulhos caídos junto ao edifício Ka On Kok. “Se as águas fizerem deslizar essas pedras, então vamos ter acidentes graves porque a maior parte das fracções voltadas para o local da construção são quartos de crianças. Vejo esta situação com alguma apreensão. Estamos a analisar a que nível iremos interceder”, concluiu.

Segundo a imprensa chinesa, a presidente do Instituto Cultural, Leong Wai Man, prometeu recuperar da parte danificada da antiga muralha, de cerca de 18 metros. Para já, assegurou, a prioridade é garantir a segurança dos moradores.

13 Jun 2022