João Santos Filipe PolíticaOrçamento | Secretário e Ron Lam em discussão acesa O secretário para a Economia e Finanças e o deputado Ron Lam “pegaram-se” ontem, durante a discussão na especialidade do orçamento da RAEM para 2023. Em causa, esteve o facto de o deputado entender que o secretário devia repetir no plenário algumas das explicações adiantadas na comissão de especialidade, realizada à porta fechada. Logo no início da discussão, Lei Wai Nong mostrou-se incomodado com as questões sobre o facto de não serem injectadas 7 mil patacas nas contas individuais do regime de previdência das pessoas com mais de 65 anos. O tema tem sido recorrente, mas a injecção de 7 mil patacas é considerada “extraordinária”, estando dependente do orçamento registar um superavit. Como o orçamento para o próximo ano é deficitário, o Governo não vai distribuir o dinheiro. Quanto a não haver esta injecção, Lei Wai Nong respondeu que já tinha falado várias vezes sobre o assunto e apontou que a solução para os problemas económicos de Macau passa por alcançar uma “união de forças”. A polémica regressou quando Ron Lam defendeu que o Governo devia explicar o aumento dos encargos plurianuais à população. Lei Wai Nong não gostou. “O facto de o deputado não perceber [as questões], não tem a ver com o direito à informação”, atirou, depois de uma das suas assistentes ter explicado o assunto. A resposta do secretário, azedou o ambiente. “O secretário, e o próprio Chefe do Executivo, quando vêm à Assembleia Legislativa têm de assumir uma atitude de boa-fé, e não devem estar sempre a questionar as minhas capacidades, e se eu entendo as leis”, respondeu Lam. “Eu estive de boa fé, e actuei para que o Governo explicasse à população as alterações. Porém com o pretexto de que o deputado não sabe a lei, parece que não foi essa a intenção”, acrescentou. O orçamento foi aprovado, com Ron Lam a votar contra os dois aspectos que questionou.
João Santos Filipe PolíticaSaúde | Crianças com necessidades especiais preocupam Ma Io Fong Ma Io Fong está preocupado com o atraso no diagnóstico de crianças com necessidades especiais e apelou ao Governo para definir “um rácio razoável entre terapeutas e utentes”. “Recebi opiniões de muitos pais, referindo que, normalmente, as crianças com necessidades especiais só são identificadas na creche, e assim perde-se o melhor período para o tratamento”, disse Ma Io Fong na Assembleia Legislativa (AL) de Macau. Numa intervenção antes da ordem do dia, o deputado referiu que, de acordo com os dados do Instituto de Acção Social, o número de estudantes com necessidades especiais tem aumentado. No último ano lectivo, frequentavam o ensino inclusivo 2.244 alunos, ou seja, “nos últimos anos, o aumento anual foi de cerca de 200”, acrescentou Ma. “Prevê-se um aumento anual de 300 a 450 casos, portanto, há que aperfeiçoar o rastreio e a avaliação (…) para garantir o devido apoio a todas as crianças com necessidades especiais”, referiu. Citando especialistas internacionais, o deputado chamou a atenção dos governantes para a importância do tratamento precoce, preferencialmente “até aos três anos”. Para Ma Io Fong, é ainda imperativo reforçar a sensibilização da sociedade para o tratamento, sendo que “segundo o pessoal da linha de frente da área da educação, vários encarregados de educação” estão preocupados “com eventuais preconceitos em relação aos filhos que recebem terapia precoce”. “Por conseguinte, escondem a doença, por terem medo do tratamento”, constatou.
João Santos Filipe PolíticaMuseus | Macau pode ajudar China a ser “potência mundial” Wu Chou Kit considera que Macau deve trabalhar para se afirmar na área dos museus na Grande Baía e ajudar a China a tornar-se uma “potência mundial” neste campo. A ideia foi defendida ontem na AL, durante uma intervenção antes da ordem do dia, em que o deputado defendeu que seja feito um inventário e se crie um sistema de acreditação, para controlar as instituições. “Macau, enquanto parte integrante e importante da China, deve desempenhar bem o seu papel de ‘uma base’, por isso, propõe-se a promoção do desenvolvimento integrado dos museus da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e o reforço na integração dos recursos museológicos, e na inovação conjunta. Macau, como região com fortes recursos culturais e ocidentais, deve ter como objectivo desenvolver-se como ‘Cidade-museu’”, afirmou. “Sugere-se que Macau se articule com o objectivo de transformar o País numa potência museológica mundial até 2035 e que se prepare para promover activamente a legislação dos museus”, acrescentou. No entanto, segundo o engenheiro de formação, antes de avançar para a lei, Macau deve fazer um inventário com o conteúdo dos museus públicos e privados, e criar um sistema de acreditação, para controlar quem pode abrir este tipo de instituições.
João Santos Filipe PolíticaAL | Reconhecimento mútuo de cartas de condução gera polémica Ron Lam e Leong Sun Iok questionaram ontem a política de reconhecimento mútuo da carta de condução com o Interior e alertaram para o impacto no trânsito local. Uma das razões da polémica prende-se com o facto de Raimundo do Rosário ter afirmado em Agosto que a medida não ia ser implementada em conjunto com a política da circulação no Interior de veículos de Macau. A política é impopular, e no tempo de Fernando Chui Sai On gerou uma grande manifestação contra o Governo. No entanto, com Ho Iat Seng a liderar o Exeutivo vai mesmo avançar. A falta de coerência de Ho Iat Seng e do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, foi ontem um dos pontos criticados por Ron Lam, na intervenção antes da ordem do dia, que lembrou as palavras de outros tempos. O deputado recordou que Ho Iat Seng, em 2020, “afirmou que havia grande controvérsia na Assembleia Legislativa sobre o reconhecimento recíproco das cartas de condução, salientando a necessidade de reciprocidade do reconhecimento e da auscultação das opiniões dos deputados”. O legislador recuou igualmente a Agosto deste ano, quando “o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, afirmou claramente que os dois projectos, ‘deslocação dos veículos de Macau a Guangdong’ e o ‘reconhecimento recíproco das cartas de condução’, não iam ser ‘em simultâneo’”. Perigos ocultos Apesar disso, os dois governantes decidiram avançar, pelo que o deputado defende que deve ser feita uma consulta pública e ser adoptadas medidas de controlo: “Há em Macau cerca de 106 mil trabalhadores não residentes e 27 mil estudantes do ensino superior do Interior da China. Se não forem impostas restrições ou medidas transitórias, desde que os referidos indivíduos tenham carta de condução do Interior da China, podem imediatamente conduzir em Macau, sendo preocupante o problema dos motoristas sem a devida autorização”, alertou. No mesmo sentido, também Leong Sun Iok se mostrou preocupado com o impacto da medida. “A sociedade também teme que a implementação desta medida aumente a pressão do trânsito e conduza a problemas de segurança rodoviária, devido ao aluguer de veículos para conduzir em Macau entre outros motivos, ou até agrave o problema dos motoristas ilegais”, avisou “Espero que as autoridades avaliem, de forma dinâmica, o impacto do ‘reconhecimento mútuo das cartas de condução’ no trânsito de Macau”, acrescentou. Ao mesmo tempo, o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau lembrou que a forma de conduzir em Macau e no Interior é diferente, pelo que espera que o Governo saiba como reduzir os perigos da medida.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSegurança Nacional | Assembleia Legislativa aprovou diploma por unanimidade Entre pedidos de recuperação da soberania nas redes sociais e de promoção de maior educação para a segurança nacional, a Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade a nova Lei de Segurança Nacional. Wong Sio Chak afirmou que a futura lei vai ser basilar A Assembleia Legislativa aprovou ontem na generalidade e por unanimidade a futura Lei de Segurança Nacional. Como tem sido prática, o presidente do hemiciclo, Kou Hoi In, não votou, apenas utiliza o voto em caso de empate, mas todos os restantes 32 deputados expressaram-se a favor do diploma. A lei não levantou grandes questões nem discussão, mas foi elogiada por Leong Hong Sai, deputado do Moradores de Macau, por ser inspiradas nos conceitos de Xi Jinping, ao mesmo tempo que fez um apelo para que fosse suficientemente eficaz para permitir recuperar a soberania nacional no âmbito da utilização das redes nacionais. “Esta lei é urgente, porque como disse o Presidente Xi Jinping temos de cuidar e salvaguardar a nossa segurança nacional”, começou por dizer Leong. “E esta salvaguarda tem de ser concretizada nas redes sociais, para que o país possa retomar a soberania nas redes sociais”, acrescentou. Por sua vez, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak , respondeu que o objectivo da lei passa por concretizar plenamente o conceito de segurança nacional compreensiva, para fazer face às novas ameaças não tradicionais. Anteriormente, o secretário já tinha deixado o desejo de que o diploma aprovado se tornasse numa lei basilar para o sistema de segurança da RAEM. “Críticas injustas” Ainda durante a fase de discussão, Ron Lam alertou para a necessidade de os artigos da lei serem suficientemente claros para que não haja “críticas injustas” às intenções do Governo. Face a este ponto de vista, o governante defendeu a actuação do Executivo e apontou que foram feitas várias reuniões durante a consulta pública para esclarecer a população. Apesar da preocupação demonstrada, Ron Lam deixou claro o seu apoio ao diploma: “tendo em conta o contexto de Macau e o nosso amor pela Pátria e por Macau, a proposta de lei não vai prejudicar os nossos direitos. Como vemos no articulado, são artigos e normas que se enquadram nas exigências da Lei Básica e dos acordos internacionais”, indicou. Por sua vez, Nick Lei, o último dos três deputados a intervir antes da votação, mostrou-se preocupado com a possível falta de pessoal para garantir a segurança, e destacou que o principal é apostar “na educação”. “Mais importante do que o articulado da lei, é a educação. A responsabilidade nacional é uma responsabilidade de todos, e todos têm de contribuir. A educação é fundamental”, vincou. Ataque em Hong Kong Após a votação da lei, os deputados José Chui Sai Peng e Ângela Leong também acrescentaram o seu apoio ao diploma. O primo do ex-Chefe do Executivo, deu mesmo o exemplo das manifestações de 2019 em Hong Kong, contra a lei de extradição, que considerou “um ataque de leis externas”. “A lei actual está em vigor há mais de 10 anos e é preciso fazer as devidas alterações, para fazer o nosso diploma melhor coincidir com as necessidades legais da segurança do Estado”, justificou Chui. “No novo contexto há muita competição entre os países, como vimos em Hong Kong em 2019, onde as forças estrangeiras ameaçaram o Estado. Por isso, Macau tem de alterar a lei para prevenir e combater as forças do exterior”, acrescentou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMUST | Cidadãos chineses vêm a Macau tomar a vacina da BioNTech Apesar de as vacinas bivalentes ainda não estarem disponíveis para turistas, os visitantes aproveitam as vindas a Macau para tomar a vacina Pfizer-BioNTech, com a tecnologia mRNA, que não foi autorizada no Interior Os turistas do Interior que vêm a Macau estão a aproveitar para ser inoculados com a vacina Pfizer-BioNTech, que não está disponível do outro lado da fronteira. A informação foi adiantada ontem pelo jornal Caixin, publicação do Interior especializada em notícias financeiras, numa altura em que no Interior da China a política de zero casos chegou ao fim. Segundo o relato da publicação, um dos locais mais populares para os turistas acederem à vacina que utiliza a tecnologia mRNA é o Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia e Macau. Ni Lin, um dos visitantes ouvidos no local pelo jornal Caixin, afirmou que aproveitou o último dia da deslocação ao território para tomar a vacina e que à sua frente, na fila de espera, estavam mais de 100 turistas. O cidadão do Interior explicou também que há pessoas a virem especificamente a Macau só para serem inoculados com a vacina da Pfizer-BioNTech, que não foi aprovado para o Interior. No início, as vacinas com a tecnologia mRNA não estavam disponíveis para os visitantes. No entanto, desde Novembro que a política foi alterada, com os turistas a poderem ser inoculados. Ni Lin revelou ter optado por ser vacinado em Macau, depois de ter levado duas doses de uma vacina chinesa, que recorre à tecnologia tradicional do vírus inactivado. As vacinas do Interior são consideradas menos eficiente na redução dos efeitos graves da covid-19. Ni ainda justificou a escolha com o facto de sofrer de doenças crónicas e entender que assim garante uma maior imunidade. Corrida à vacina Segundo as explicações do Hospital MUST, neste momento, as vacinas bivalentes, produzidas a pensar nas variantes mais recentes, não estão disponíveis para quem vem do Interior. Contudo, esta realidade não tem afectado a procura. Através do sistema de marcações, o Caixin apurou que na segunda-feira já só era possível fazer marcações para domingo, o que implica uma espera de quase cinco dias para arranjar vaga. Representantes do hospital confirmaram que desde o início de Dezembro, mais de uma centena de residentes do Interior da China são ali vacinados diariamente. Com o aumento da procura, também a Fosun está a ponderar abrir um outro local para fornecer a vacina além da MUST. O grupo Fosun é o responsável pela importação e manufacturação da vacina da Pfizer-BioNTech na Grande China, que implica, o Interior, Hong Kong, Macau e Taiwan.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAAM | Vong Hin Fai votado presidente em eleição sem concorrência O deputado da Assembleia Legislativa e da Assembleia Popular Nacional Vong Hin Fai vai suceder a Jorge Neto Valente, que liderou a Associação dos Advogados de Macau desde 2002. Leonel Alves passa a assumir a Mesa da Assembleia-Geral Vong Hin Fai foi eleito na terça-feira o novo presidente da Associação de Advogados de Macau, sucedendo a Jorge Neto Valente. Num acto eleitoral com apenas uma lista candidata, à semelhança do que aconteceu ao longo dos mandatos do anterior presidente, o acto tratou-se praticamente uma formalidade. Segundos os números apresentados pela Rádio Macau, Vong Hin Fai foi eleito num acto que contou com a participação de 321 advogados votantes de um universo de 450, o que representa uma taxa de participação de 71 por cento dos inscritos. Entre os 321 advogados votantes, 293 apoiaram o único candidato, no que representa uma taxa de 91 por cento. Ao mesmo tempo, cerca de 28 votantes optaram não apoiar o único candidato, o que correspondeu a sete por cento. Além do presidente, a lista vencedora conta com Oriana Pun, como secretária-geral, Álvaro Rodrigues, Chao Sio Ngan, Susana de Souza So, Chau Seng Chon e Chang San Chi. Quanto à Mesa da Assembleia-Geral passa a ter como presidente Leonel Alves, que substitui Philip Xavier, e Leong Hon Man, José Costa Álvares, como secretários. Ainda em relação à lista vencedora, Lei Wun Kong assume a liderança do Conselho Fiscal, que conta ainda com Fung Oi Lam e Carlos dos Santos Ferreira como os restantes membros. Consagração política Escolhido para a presidência da AAM, Vong Hin Fai tem um percurso marcado pela política. Logo após a transferência de soberania, o advogado entrou para a Assembleia Legislativa, então nomeado por Edmund Ho, cumprindo dois mandatos. A grande afirmação e crescente influência chegou mais tarde, quando foi escolhido como mandatário da candidatura de Fernando Chui Sai On a Chefe do Executivo. O ex-líder do Governo de Macau concorreu sem qualquer oposição, nos dois mandatos, e Vong Hin Fai regressou ao hemiciclo, onde se mantém até hoje. No entanto, em vez de ser nomeado, passou a integrar a Assembleia Legislativa enquanto deputado eleito pela via indirecta. No entanto, a grande consagração de Vong Hin Fai chegou no início da semana, quando foi votado deputado por Macau na Assembleia Popular Nacional. É o cargo de maior relevo a nível nacional desempenhado pelo político. Além disso, soma várias nomeações do Governo da RAEM para posições como presidente do Conselho Fiscal da Fundação Macau, membro do Conselho da Universidade de Macau. É também membro da Comissão da Lei Básica do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional e da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. Conselho com mais votos O acto eleitoral da AAM de terça-feira serviu igualmente para votar os representantes no Conselho Superior da Advocacia, com 299 votos a favor, uma percentagem de 93 por cento entre os 321 advogados votantes. De acordo com a escolha, entre os membros com mais de 10 anos de actividade, António Dias Azedo, Paulino Comandante, Kuong Iok Kao foram os seleccionados, tendo como substitutos Mónica Tavira Neves, Cheang Seng Cheong e António Almeida. Em relação aos membros com menos de 10 anos de actividade os escolhidos foram Cheong Wang Chit, Cao Lemeng e Henrique Lei, que têm como substitutos Cheong Barry Shu Mun, Cheng Ka Man e Júlio Anjos.
João Santos Filipe PolíticaElla Lei quer medidas para facilitar passagem fronteiriça para Hengqin A deputada Ella Lei está preocupada com a circulação entre Macau e a Zona de Cooperação Aprofundada, na Ilha da Montanha. Numa interpelação escrita, a legisladora ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) quer saber quais são os planos para facilitar a circulação de pessoas e de veículos. Na opinião da deputada, muitos residentes “que atravessam a fronteira todos os dias” afirmam existir “inconvenientes consideráveis” que atrasam muito o processo. Ella Lei deu como exemplo as medidas de controlo da pandemia que defende terem dificultado bastante a vida dos residentes que circulam regularmente nos dois sentidos, considerando que é um dos casos em que a cooperação entre Macau e Zhuhai pode ser melhorada. Por isso, e tendo em conta o objectivo político de promover a mudança de residentes para Hengqin, Ella Lei quer saber o que as autoridades estão a fazer. “Muitos residentes ainda se queixam que o controlo fronteiriço tem muito espaço para melhorias”, relatou. “Para encorajar mais residentes a viver na Zona de Cooperação Aprofundada, melhorar os procedimentos para atravessar as fronteiras, e promover o turismo, quais são os planos das autoridades a nível de medidas fronteiriças?”, questionou. As palavras e a realidade No documento, Ella Lei atira ainda às declarações de Wong Sio Chak, que aponta não corresponderem à realidade no terreno. Segundo a deputada, anteriormente, o secretário para a Segurança respondeu que no máximo da capacidade, as autoridades alfandegárias conseguiam permitir a passagem de 4.400 veículos por dia. O número parece ser desmentido pela realidade, apontada a deputada. “Nas alturas com maior trânsito e nos períodos altos de férias demora sempre muito tempo para atravessar a fronteira, o que tem um grande impacto na vida das pessoas, principalmente para quem precisa de se deslocar para trabalhar”, indicou. “Com o Novo Bairro de Macau concluído no próximo ano e a deslocação de mais funcionários públicos para a Ilha da Montanha, assim como as várias políticas de incentivo às deslocações para Hengqin, o que vão fazer as autoridades para melhorar a situação? Que planos têm?”, perguntou. No mesmo sentido, Ella Lei quer saber se há planos para aumentar o número de vias activas de circulação para passar a fronteira, nomeadamente para veículos privados.
João Santos Filipe Manchete PolíticaZhuhai | Song Pek Kei quer postos ou testes rápidos Face à diminuição do número de postos de testagem no Interior, a deputada ligada à comunidade de Fujian aponta que os residentes que vivem no outro lado da fronteira enfrentam problemas para fazer testes de ácido nucleico e entrar em Macau Song Pek Kei considera que o Governo tem de criar mais postos de testagem a pensar nos residentes que vivem no Interior e trabalham em Macau. A posição foi tomada ontem numa interpelação escrita, em que visa as exigências para quem entra no território, vindo do outro lado da fronteira. Segundo a deputada do campo político de Fujian, depois do Governo do Interior ter anunciado o alívio de várias medidas de controlo da pandemia, tornou-se cada vez mais difícil fazer testes de ácido nucleico. A medida não tem impacto para quem entra em Zhuhai vindo de Macau, porque o resultado negativo deixou de ser exigido à entrada no Interior. Porém, na RAEM, apesar das promessas de abertura, ainda é exigido a quem vem do Interior a apresentação de certificado com a validade de 24 horas de um teste com resultado negativo. Segundo Song Pek Kei, as diferentes políticas têm levado a que quem tem de fazer testes no Interior atravesse um período de dificuldades, não só devido às longas filas de espera, agora que vários postos foram desmontados, mas também devido aos custos dos testes. Antes das medidas mais recentes, os testes no Interior custavam 2,5 RMB e agora passaram a ser 13 RMB. A deputada quer assim saber se o Governo tem planos para auxiliar os residentes e abrir centros em Macau, para compensar as medidas do Interior, e ajudar os cidadãos a evitar as longas filas no outro lado da fronteira. Testes para sempre Na interpelação, a legisladora nunca considera a hipótese de Macau deixar de exigir testes à entrada para quem vem do Interior. Porém, defende que a “nova fase das medidas de prevenção da pandemia” tem de ser implementada e que as medidas têm de servir a população. No âmbito das futuras alterações, Song Pek Kei sugere ao Governo que seja suficiente fazer um teste rápido com o resultado negativo e declarar os resultados na plataforma online. “É muito inconveniente para a população ter de enfrentar esperas longas para fazer um teste de ácido nucleico”, justificou. “Será que neste período de transição o Governo vai considerar introduzir uma declaração para a entrada e saída de Macau com os resultados do teste rápido?”, perguntou. Quanto à possibilidade de haver entradas do resto do mundo em Macau com recurso a teste rápido e sem quarentena, a deputada não menciona o assunto.
João Santos Filipe SociedadeEPM | DSEDJ abdica de construção de novo pólo A Direcção de Serviços de Edução e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) admite que a construção de um novo pólo para a Escola Portuguesa de Macau (EPM) nos novos aterros deixou de estar nos planos daquele organismo. As declarações foram prestadas ontem por Kong Chi Meng, director da DSEDJ, à Rádio Macau, depois de ter participado no fórum da Ou Mun Tin Toi. “A EPM está a fazer uma avaliação [da situação], tendo em conta os últimos anos, a taxa de natalidade e as necessidades de ensino. Também acontece que a EPM está a pensar na ampliação das suas instalações”, afirmou Kong Chi Meng, citado pela Rádio Macau. “Estamos em contacto com a EPM, através de várias formas”, garantiu. No entanto, e depois da promessa feita, o futuro desenvolvimento da EPM passará apenas pela expansão das instalações locais. A decisão terá sido tomada tendo em conta que “as circunstâncias mudaram” face ao contexto de 2019. As declarações de Kong Chi Meng deixam também a entender que a decisão de abdicar do novo pólo terá partido da Escola Portuguesa de Macau, que se prefere concentrar na ampliação do espaço existente. Novos tempos O anúncio do novo pólo da EPM tinha sido feito a 1 de Maio, durante a visita do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, a Macau. Depois de um encontro com o então Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, na sede do Governo, Marcelo anunciou que lhe tinha sido prometido a EPM ia ter um pólo novo nos aterros. “O Chefe do Executivo [de Macau] anunciou há pouco que vai haver apoio do Governo a um novo pólo da Escola Portuguesa de Macau (EPM)”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, durante a visita, e após a reunião com Chui. Na mesma visita, o Presidente português tinha também deixado elogios ao sistema de ensino local, ao destacar que em 2019 se falava mais português em Macau, do que quando o território estava sob administração portuguesa. Apesar dos planos e elogios de 2019, a intenção deixada pelo Governo de Fernando Chui Sai On parece agora abandonada, numa altura em que Ho Iat Seng lidera o Executivo local.
João Santos Filipe SociedadeTestes | Pedida redução do preço para trabalhadores O deputado Nick Lei queixa-se do preço do teste de ácido nucleico, que considera elevado, e pede que seja seguido o exemplo de Zhuhai, onde os custos dos testes individuais são de 13,5 renminbis Nick Lei considera que está na altura de o Governo voltar a reduzir o preço dos testes, que diz continuar a ser muito mais caro do que no Interior. A posição foi tomada numa interpelação escrita, divulgada ontem pelo Jornal do Cidadão. Segundo o legislador ligado a Fujian, além dos testes serem um mecanismo de prevenção da covid-19, tornaram-se num “bem necessário”, uma vez que são exigidos para que os residentes possam atravessar as fronteiras. Por isso Nick defende que esta medida, “depois de quase três anos de pandemia”, está a aumentar o custo de vida dos residentes, principalmente daqueles que vivem em Zhuhai e trabalham ou estudam em Macau. “Afectadas por diferentes surtos, Zhuhai e Macau estão repetidamente a encurtar o prazo de validade dos resultados do teste de ácido nucleico, o que faz com os cidadãos tenham de fazer cada vez mais testes, o que aumenta ainda mais a pressão sobre o seu custo de vida”, justificou. Lei critica ainda o Governo de Macau, porque não acompanha o exemplo da cidade vizinha, onde o preço foi novamente reduzido. “Um teste com uma amostra individual em Zhuhai não custa mais do que 13,5 yuan, e se for uma amostra com várias pessoas, o preço não vai além dos 2,8 yuan por pessoa”, indicou. “Em contraste com Macau, apesar do preço do teste ter sido reduzido de 180 patacas, no início da epidemia, para as actuais 45 patacas, o custo continuar a ser muitas vezes mais caro do que em Zhuhai”, acrescentou. Melhor controlo Neste contexto, Nick Lei perguntou ao Governo quais são os planos para reduzir o preço dos testes de covid-19 e qual a margem para diminuir os mesmos. O deputado quer ainda saber se as empresas que fornecem os testes vão aumentar o número de amostras individuais misturadas em amostras múltiplas, de forma a se poder reduzir ainda mais o preço do teste. Em vez de analisarem as amostras individuais uma a uma, os laboratórios misturam cerca de 10 amostras individuais de uma vez, para aumentarem a velocidade dos resultados dos testes. Em caso de haver algum positivo, todos os 10 testados são chamados novamente para um novo teste individual, que permite detectar quem está verdadeiramente positivo. Face às constantes exigências da realização de testes, Nick Lei apelou ainda ao Governo para montar mais pontos de testes que funcionem 24 horas, por considerar que os actuais são insuficientes e que trazem demasiados inconvenientes à população.
João Santos Filipe SociedadeAlerta para estigma social sobre famílias com casos de suicídio Uma assistente social da Cáritas Macau apelou à sociedade para compreender as necessidades de apoio por parte das famílias com casos de suicídio e evitar o estigma social. A mensagem da assistente Leong Ka I foi deixada em declarações ao jornal All Abou Macau. Numa altura em que o território bate recordes de suicídios e de tentativas, ao mesmo tempo que o Chefe do Executivo se limita a reconhecer que a situação só vai melhorar com uma provável recuperação económica, Leong Ka I destacou que os casos de suicídios são cada vez mais uma fonte de pressão para as famílias do território e que é necessário saber estar atento. Segundo Leong, o suicídio é uma situação extremamente dolorosa e prolongada, porque, além da tragédia, faz com que as famílias fiquem envolvidas durante um longo período em vários processos relacionados com o funeral e outros procedimentos, com recordações constantes do sucedido. A juntar à perda, e aos vários transtornos, Leong Ka I apontou que outro dos grandes desafios passa pelo “estigma social” de fazer parte de uma família em que ocorreu um suicídio. “Os familiares têm de lidar com muita pressão, como por exemplo o sentimento de culpa. ‘Porque é que não consegui descobrir a tempo o que se estava a passar e impedi este desfecho?”, “Porque é que ele se sentiu tão abandonado?’, são algumas questões com que os familiares vão ter de lidar”, explicou a assistente. “Tudo isto faz com que o caminho para a recuperação dos sobreviventes seja muito longo”, afirmou. Mudar de casa E nos casos em que os suicídios foram cometidos em casa, as superstições levam ainda a diferentes sentimentos que podem obrigar a uma mudança. Segundo Leong Ka I, é frequente que as pessoas mais supersticiosas decidam mudar de casa, por considerarem que a tragédia pode ser uma fonte de azar. Face a todos os sentimentos negativos do suicídio, Leong Ka I destacou a importância de as famílias procurarem ajuda e aconselhamento, no que pode ser um processo importante para a recuperação. Por outro lado, a assistente social, apelou à sociedade para se mostrar compreensiva para com a tragédia vivida pelas diferentes famílias e mostrar-se disponível para dar o apoio necessário. Outro aspecto destacado, foi a necessidade de a comunidade compreender a tragédia do suicídio e mostrar-se mais tolerante, de forma a reduzir o grande estigma social. Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | JP Morgan acredita que investidores podem regressar Depois de um ano em que os investidores evitaram as acções das operadoras do jogo, a JP Morgan acredita que com menos restrições o cenário pode ser muito diferente no próximo ano A JP Morgan acredita que em 2023 os investidores que ao longo deste ano “fugiram” das acções das operadoras do jogo podem regressar. A ideia é sustentada no mais recente relatório sobre a indústria do jogo do banco de investimento, citado pelo portal GGR Asia. No documento, os analistas Joseph Greff, Omer Sander, Daniel Adam, e Ryan Lambert reconhecem que “até muito recentemente” as acções das operadoras tinham sido “abandonadas pelos investidores” e que em comparação com os títulos das outras operadoras de jogo e hotelaria o desempenho ficou muito abaixo da média. Segundo o relatório, a falta de interesse tem sido motivada “pelas limitações extremas de circulação para Macau”, que são uma consequência da “política de zero casos de covid-19 da China”. Também até recentemente “os investidores estavam preocupados com os riscos associados à renovação das licenças de jogo”, incluindo a possibilidade de avultados “investimentos não económicos obrigatórios” ligados às concessões de 10 anos. No entanto, com a revelação de atribuição das concessões provisórias para as seis operadoras já presentes em Macau, a JP Morgan acredita que “o sentimento de pessimismo extremo” desapareceu. A conclusão é sustentada com a valorização na segunda-feira das acções das operadoras, apesar de ainda não ser público o valor que cada uma das concessionárias aceitou investir nos próximos 10 anos no território Bem prega Frei Tomás Por outro lado, embora os analistas admitam conhecimentos limitados da política do Interior, acreditam que com base nas acções do Governo Central se está a caminhar no sentido de uma maior abertura. “Concordamos com a ideia de que se deve seguir mais as acções da China, como por exemplo o levantamento de algumas restrições, do que o discurso da China (a manutenção da política de zero de casos covid-19)”, indicam. Ao mesmo tempo, o banco de investimento acredita que a “procura” pelo jogo em Macau “continua forte”, desde que haja condições para viajar para o território sem restrições. Actualmente, as receitas brutas do jogo estão em valores de 10 a 15 por cento dos níveis pré-pandemia. Porém, para a JP Morgan este número mostra uma melhoria “muito gradual”, porque há uns meses as receitas não iam além de 5 a 10 por cento dos níveis pré-pandémicos. “Pensamos que ainda há mais espaço para recuperar em 2023, particularmente no que diz respeito às receitas brutas do jogo de massas. Consideramos que as receitas de jogo podem aproximar-se de 60 por cento dos níveis de 2019, e melhorar em 2024, para cerca de 90 por cento dos níveis de 2019”, consta no relatório. “E gostávamos de pensar que estas nossas estimativas são conservadoras”, foi acrescentado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Acções das operadoras valorizam face às novas concessões Contrariando a tendência do mercado em Hong Kong, afectado pelas manifestações contra as medidas de covid-19 no Interior, as acções das concessionárias registaram ganhos. A Wynn Macau foi a que mais subiu Após o anúncio dos resultados do concurso público de atribuição das novas concessões do jogo, as acções das operadoras apresentaram ganhos, na Bolsa de Hong Kong. Os títulos das operadoras norte-americanas foram aqueles que mais valorizaram, numa sessão marcada por perdas, motivadas pelas manifestações contra as medidas de controlo da covid-19 no Interior e o impacto dos surtos mais recentes. No dia em que também se anunciou um aumento de capital, a Wynn Macau foi a operadora que mais valorizou com ganhos de 14,91 por cento para 5,01 dólares de Hong Kong por acção. No segundo lugar, surgiu a MGM China, com as acções a subirem 13,06 por cento, e a cifrarem-se em 4,76 dólares de Hong Kong. No terceiro lugar dos ganhos situou-se a Melco International, a subir 7,77 por cento (5,41 dólares), seguida pela Sands China (crescimento de 8,88 por cento para 18,88 dólares de Hong Kong) e SJM (crescimento de 7,28 por cento para 3,39 dólares de Hong Kong). A única empresa que não valorizou ao longo do dia foi a Galaxy, mas também não perdeu valor. As acções fecharam o dia como abriram, com o preço a cifrar-se em 42,85 dólares de Hong Kong por acção, o valor mais alto de todas as operadoras. Em termos gerais, índice Hang Seng registou uma quebra de 1,57 por cento, chegou a cair 3 por cento durante a manhã, devido às manifestações no Interior e ao impacto dos novos surtos para a economia. Aumento de capital No domingo, a operadora de jogo Wynn Macau anunciou um aumento de capital de quase 4,8 mil milhões de patacas para cumprir as regras impostas às novas licenças de jogo na RAEM. A injecção será feita na Wynn Resorts (Macau) SA, subsidiária à qual o Governo atribuiu no sábado uma licença provisória para a exploração de jogos de fortuna ou azar em casino, válida por 10 anos. A Wynn confirmou, ainda que o aumento de capital será feito “de forma a poder assinar um contrato para uma nova concessão de jogo” em Macau. A nova lei do jogo, aprovada em Junho, sobe de 200 milhões de patacas para 5 mil milhões o capital social mínimo exigido às operadoras de casinos. Após a injecção, a participação da directora executiva da Wynn Macau, Linda Chen, irá aumentar de 10 por cento para 15 por cento. A nova lei do jogo requer que pelo menos 15 por cento do capital das operadoras de jogo esteja nas mãos de um residente permanente do território. Também no domingo, a Sands China disse à bolsa de Hong Kong que teria de “cumprir certos requerimentos no que toca ao capital e participação social” para obter a licença de forma definitiva. Outras operadoras, incluindo a Sociedade de Jogos de Macau (SJM), fundada pelo falecido magnata do jogo Stanley Ho, e a MGM China Holdings, já tinham aumentado o capital para cumprir as novas regras.
João Santos Filipe Manchete PolíticaÁgua | Activado plano de emergência para garantir qualidade do abastecimento Desde 18 de Novembro, o abastecimento de água em Zhuhai e Macau foi afectado por níveis elevados de salinidade. A situação levou a Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas a activar um plano de emergência A seca e aumento das ocorrências de marés salgadas que entram nos rios do Interior, assim como os níveis de salinidade das águas que abastecem os reservatórios de Macau e Zhuhai levaram a Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas a activar o plano de emergência contra a salinidade. A informação foi revelada na edição de ontem do Jornal Ou Mun. De acordo com a informação divulgada, a situação que ameaçou a qualidade da água que abastece Macau e a outras cidades do Delta do Rio das Pérolas surgiu a 18 de Novembro. Para responder à situação, as autoridades do Interior optaram por um plano que passa pela circulação da água por 13 reservatórios, antes de chegar a Macau. Segundo as autoridades, no dia 19 de Novembro, os recursos hídricos começaram a ser concentrados em três reservatórios. Quando estes acumularam um certo nível de salinidade, a água fluiu para outros reservatórios, mais perto de Macau e de Zhuhai, de forma a garantir que a água mantinha um baixo nível de concentração de sal. A água voltou a ser acumulada neste segundo nível de reservatórios, e quando voltou a atingir níveis aceitáveis, a 22 de Novembro, voltou a fluir para outros reservatórios, à semelhança do que tinha acontecido na primeira fase do plano. Ainda de acordo com a informação do jornal Ou Mun, apenas na quinta-feira passada as bombas que recolhem água para abastecer Macau e Zhuhai conseguiram captar água com níveis de salinidade aceitáveis para o fornecimento das populações. Mais uma vitória Com o plano de emergência da Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas, as autoridades do Interior conseguiram resolver um problema que se prolongou durante cerca de sete dias. Além da seca, um dos aspectos que mais contribui para o aumento da salinidade das águas dos rios é a criação de aterros. Com a acumulação de areia para fazer aterros, a água salgada do mar tende a invadir o leito dos rios, fazendo com que também nestes o nível de salinidade aumente. As autoridades do Interior consideram que o plano de emergência foi executado com sucesso devido à “resposta atempada” e aos “esforços conjuntos”. No entanto, a Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas prometeu aumentar a supervisão em vários pontos do rio, ao mesmo tempo que vai aumentar a retenção de águas da chuva para acudir a situações de emergência. Segundo o jornal Ou Mun, a comissão destacou que o fornecimento de água de qualidade é essencial para o desenvolvimento socioeconómico das populações situadas no Delta do Rio das Pérolas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTribunal | Li Canfeng responsabiliza Chui Sai On por projecto do Alto de Coloane Acusado dos crimes de sociedade secreta e de corrupção, entre outros, Li Canfeng aconselhou o tribunal a convocar Fernando Chui Sai On e Raimundo do Rosário, para ficar a par de todo o processo que envolveu o projecto no Alto de Coloane Li Canfeng responsabilizou o ex-chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, pelo projecto de habitação no Alto de Coloane, em 2014. As declarações foram feitas no primeiro dia do julgamento em que o ex-director das Obras Públicas reponde por um crime de sociedade secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, e vários crimes de corrupção e branqueamento de capitais. No âmbito dos alegados crimes praticados, um dos projectos em causa é a construção de torres residenciais no Alto de Coloane. Apesar das obras não terem avançado, em 2014, o Governo focou os seus esforços para que fossem obtidas as licenças de construção necessárias. Na sexta-feira, Li Canfeng foi questionado pelos procedimentos e respondeu que se a juíza pretendesse obter respostas tinha de convocar o ex-chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, que “coordenou pessoalmente” o dossier. De acordo com o portal All About Macau, Li Canfeng revelou também que depois de ter assumido o cargo de director das Obras Públicas, em 2014, lhe foi atribuída como principal missão o recomeço do projecto, “tão depressa quanto possível”. No entanto, a juíza Lou Ieng Ha, que também está a julgar o caso Suncity, não gostou das respostas e avisou o arguido que apenas estava “a enrolar”, sem se pronunciar sobre o que estava a ser questionado. Lou afirmou ainda que o aspecto principal do caso passa por Li estar a ser acusado de ter ligações comerciais com vários empresários, que alegadamente terá beneficiado, enquanto director das Obras Públicas. Li negou ter beneficiado qualquer empresário. Quanto à detenção de 1 por cento do capital social de uma empresa que controlava o terreno C8 dos Lagos Nam Van, o ex-director das Obras Públicas confirmou o facto, mas recusou ter obtido qualquer benefício, apontando apenas ter ajudado “numa recolha de fundos”. Li Canfeng afirmou ainda que “todas as pessoas” que rodeavam Chui Sai On fizeram o mesmo, incluindo o/a então subdirector/a dos Serviços de Turismo, cujo nome não mencionou. Convidado por Chui A escolha de Li Canfeng para o suceder a Jaime Carion, que também é arguido neste processo, em 2014, foi controversa. Na altura, Li era conhecido devido ao depoimento durante o julgamento do ex-secretário para os Transportes e Obras Pública, Ao Man Long, quando apresentou várias falhas de memória. Entre a comunidade chinesa ficou conhecido como “o director amnésia”. A escolha foi altamente questionada e o diferendo público entre Chui Sai On e Raimundo do Rosário adensou a polémica. Num primeiro momento, Chui afirmou que Raimundo do Rosário tinha indicado o nome. Porém, o macaense recusou esse cenário, num primeiro momento, para depois afirmar que Li tinha sido “uma escolha do Governo”. Na sexta-feira, Li contou que o convite partiu de Chui Sai On, ainda antes de formar o seu segundo Governo, e que começou logo a trabalhar. Na altura, o convite foi aceite, mesmo não sabendo Li que posição iria assumir. Encontro a três Segundo o relato do jornal All About Macau, Li Canfeng contou ainda que no primeiro dia como director das Obras Públicas teve uma reunião com Fernando Chui Sai On e Raimundo do Rosário. Nesse encontro foi-lhe indicado pelo então Chefe do Executivo que o projecto no Alto de Coloane era para “ficar terminado rapidamente”. Após essas indicações, Li Canfeng admitiu ter atribuído grande importância ao projecto, mas negou ter pressionado os subordinados. O ex-director contou que apenas se limitou a contar aos subordinados, que o Chefe do Executivo estava a prestar muita atenção ao projecto e que esperava que ficasse concluído rapidamente. Ainda assim, devido à pressão da sociedade, Li apontou que projecto ficou suspenso, para mais tarde ser recomeçado, por iniciativa de Chui Sai On, que “coordenou pessoalmente” os trabalhos. “A Meng Wanzhou de Macau” Durante a primeiro dia de julgamento, Li Canfeng esteve a falar da sua relação com o empresário Ng Lap Seng. Num dos momentos mais marcantes do dia, Li comparou Ng a Meng Wanzhou, a filha do proprietário da empresa Huawei, que esteve detida três anos no Canadá. “Ng Lap Seng é a Meng Wanzhou de Macau”, afirmou Li. Em causa, está o facto de Ng ter cumprido pena de prisão nos Estados Unidos durante três anos, devido a acusações de corrupção relacionados com a construção de um centro da ONU em Macau.
João Santos Filipe Manchete PolíticaJogo | Atribuídas concessões provisórias às actuais operadoras O Executivo liderado por Ho Iat Seng decidiu atribuir as novas concessões do jogo às actuais operadoras de jogo, deixando a empresa GMM de fora. A MGM China conseguiu a pontuação mais alta das vencedoras O Governo anunciou a atribuição de licença provisória de jogo às seis operadoras presentes no território. A decisão foi anunciada no sábado, numa conferência de imprensa em que o presidente da comissão do concurso público para a atribuição de concessões para a exploração de jogos de fortuna ou azar, André Cheong, afirmou que ficou de fora a concorrente “sem experiência de exploração de jogo”. Num despacho publicado em Boletim Oficial, no mesmo dia, e por ordem de classificação, cujos critérios de avaliação nunca foram esclarecidos, constam os nomes de MGM Grand Paradise, Galaxy Casino, Venetian Macau, Melco Resorts (Macau), Wynn Resorts (Macau) e SJM Resorts. Numa conferência de imprensa, marcada com pouca antecedência e em que várias perguntas ficaram sem resposta, André Cheong destacou que as candidatas escolhidas “oferecem compromissos e condições mais vantajosas para assegurar o emprego local, abrir mais fontes de clientes e visitantes e permitir a exploração de elementos não-jogo, correspondendo aos objectivos do Governo”. André Cheong não quis revelar a razão que deixou o grupo Genting (GMM) de fora, realçando apenas que a empresa foi “estabelecida muito recentemente em Macau” e que “apesar de não ter experiência de exploração do jogo em Macau”, teve uma “atitude pró-activa” na participação do concurso público. Agradecimentos vários Minutos após o anúncio dos resultados, as operadoras começaram a reagir, destacando o compromisso em tornar Macau, como pedido pelo Governo, num centro internacional de turismo. A Melco, de Lawrence Ho, admitiu que se “sente honrada” por ter sido escolhida e elogiou o concurso público por ter sido um processo “transparente”. A S.J.M, num comunicado em língua portuguesa, agradeceu ao Governo a “oportunidade de poder continuar a contribuir para a economia de Macau”. Robert Goldstein, presidente e CEO da Sands China, prometeu uma empresa “comprometida com a estratégia de investimento em Macau, na sua economia, população e comunidade” não só nos próximos 10 anos, prazo da concessão, mas além desse período. Quanto a Lui Che Woo, o presidente da Galaxy sublinhou que no futuro a concessionária vai “incorporar mais elementos inovadores” nas suas operações e utilizar a experiência para promover ainda mais Macau como um Centro Mundial de Turismo e Lazer. A MGM China mostrou confiança no futuro do território e na “recuperação total, enquanto a Wynn Macau, em comentários ao portal GGR Asia, se mostrou mais cautelosa ao apontar que “a atribuição final da concessão ainda está sujeita à documentação final e os termos exactos do Governo de Macau”. Soluções anti-ruptura Conhecidos os resultados, o analista de jogo Ben Lee considerou que o Governo “decidiu contra uma grande ruptura” no concurso público para a atribuição de seis licenças para casinos, que manteve as atuais operadoras. De fora, ficou a única nova concorrente, o grupo malaio Genting, que “tinha boas hipóteses de obter uma licença, porque tinha várias vantagens face às existentes”, disse o analista da consultora de jogo IGamix. O caderno de encargos do concurso público contemplava exigências associadas ao reforço das actividades não-jogo e o Genting “é muito forte nos elementos não-jogo, particularmente nos parques temáticos”, sublinhou Ben Lee, apontando o sucesso do parque temático Resorts World Genting, que engloba um dos dois casinos de Singapura. Outro analista, Alidad Tash, disse à Lusa que o Governo “usou definitivamente a Genting como um espantalho para assustar as actuais operadoras a prometerem mais investimento”. O director executivo da empresa especializada em jogo 2NT8 defendeu que o actual Executivo é “muito mais anti-jogo” do que os anteriores, mas disse acreditar que “ainda falta muito” para a região chinesa ultrapassar a dependência dos casinos. Com Lusa
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Medidas de circulação na fronteira mais apertadas O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus apela aos residentes para que evitem deslocar-se às cidades de Zhuhai e Zhongshan devido aos surtos de covid-19. Testes rápidos passam a ser obrigatórios para quem atravessa diariamente a fronteira Face aos diversos surtos activos de covid-19 nas cidades de Zhuhai, Zhongshan e Cantão, o Governo passou a desaconselhar deslocações, a não ser quando estritamente necessárias. As novas recomendações foram publicadas ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “Tendo em consideração a evolução epidemiológica mais actualizada na Cidade de Zhuhai e na Cidade de Zhongshan da Província de Cantão”, o centro passou a pedir aos residentes que quando não for necessário “não se desloquem às regiões onde ocorre a epidemia”, de acordo com o comunicado de ontem. No entanto, para os que se deslocam “entre Macau e Zhuhai com frequência” é pedido que utilizem sempre máscaras KN95 ou com padrões equivalentes, principalmente “quando apanham de autocarros públicos ou realizam actividades em locais com aglomerações de pessoas”. Além disso, as autoridades pedem que as pessoas nunca deixem de utilizar as máscaras no outro lado da fronteira e tapem sempre o nariz com a máscara, para evitarem contágios. Em relação ao consumo de tabaco, o comunicado especifica que “os fumadores devem fumar em locais isolados” e não devem fumar “ao caminhar”. Foi ainda pedido que as pessoas realizem apenas deslocações entre o local de trabalho e a residência, num movimento que o comunicado do centro, num português incompreensível, define como “dar um ponto a ponto na deslocação”. Testes rápidos Também desde ontem, “as escolas do ensino não superior e instituições de ensino superior devem exigir que os alunos que vivem em Zhuhai e Zhongshan sejam submetidos a um teste rápido de antigénio”. O teste tem de ser feito diariamente, antes de os alunos saírem de casa e os resultados devem ser carregados na plataforma online. Embora Macau não tenha jurisdição em Zhuhai nem em Zhongshan, o centro afirma que os alunos no Interior “só podem sair da residência desde que o resultado seja negativo”. A distribuição dos kits com os testes rápidos vai ser feita pela Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEJ), e é gratuita para os alunos do ensino não superior. Aqueles que frequentem o ensino superior têm de pagar. Já no que diz respeito às empresas, foram adoptadas recomendações semelhantes para os trabalhadores que atravessam diariamente a fronteira, mas os testes têm de ser adquiridos e pagos pelas empresas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCorrupção | CCAC revela caso de espionagem comercial Um ex-trabalhador de uma empresa vai ser acusado dos crimes de violação de segredo e obtenção, utilização ou disponibilização ilegítima de dados informáticos por ter espiado a ex-entidade patronal, e lançado um negócio concorrente O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) afirmou ter detectado um caso de espionagem comercial, de acordo com um comunicado emitido ontem. Os alegados crimes terão causado à empresa espiada, cuja identidade não foi revelada, prejuízos de cerca de um milhão de patacas. Segundo as suspeitas, “um ex-quadro superior de uma empresa” e “um antigo subordinado” agiram em conluio “para obtenção de documentos sob segredo comercial” da empresa lesada. O objectivo passava por “facilitar a criação de uma nova empresa” concorrente, por parte do ex-quadro superior, que assim teria condições para prestar o mesmo tipo de serviços “a um preço mais baixo”. A investigação do CCAC foi iniciada, depois de ter recebido um “caso encaminhado pelo Ministério Público”. Contudo, a entidade liderada por Chan Tsz King, afirma que “ao mesmo tempo”, recebeu uma denúncia para a alegada situação de corrupção no sector privado, sem especificar a data. Com esta conduta, a empresa de consultadoria em engenharia lesada queixa-se que terá “sofrido prejuízos superiores a um milhão de patacas”. Caminho da reforma De acordo com os pormenores indicados pelo CCAC, o principal suspeito, com o aproximar da altura da aposentação, terá começado a preparar-se para “criar secretamente uma empresa de consultadoria em engenharia […] que entraria em funcionamento no dia seguinte ao da sua saída da empresa”. Com o propósito de apresentar no mercado uma companhia competitiva, começou também a tentar contratar trabalhadores da empresa para a qual ainda trabalhava. Ainda segundo o CCAC, ao mesmo tempo que preparava a sua própria empresa, o suspeito começou a dizer “a terceiros” que estava disposto a aceitar preços mais baixos dos cobrados pela companhia em que anteriormente exercia funções. Com esta estratégia, as autoridades acreditam que o homem veio a “ficar com negócios e projectos de obras que pertenciam inicialmente” à empresa original. Prejuízos de um milhão A investigação das autoridades terá ainda apurado que “um secretário do ex-quadro superior” da empresa tinha conhecimento dos planos do superior e que “cooperou com o mesmo obedecendo às suas instruções, providenciando, várias vezes e através do correio electrónico da empresa em questão e de aplicações de telemóvel, diversos documentos e informações de segredo comercial”. O ex-secretário, fora do horário de trabalho, terá também ajudado “na publicação de anúncios de recrutamento de pessoal para a nova empresa” e a concretizar os negócios, que para o CCAC resultaram na prática de “concorrência desleal”. Os dois indivíduos são suspeitos de terem praticado, em co-autoria, o crime de violação de segredo previsto no Código Penal, que pode implicar pena máxima de um ano e quatro meses, e o crime de obtenção, utilização ou disponibilização ilegítima de dados informáticos, com uma pena máxima de um ano e quatro meses.
João Santos Filipe PolíticaPrograma Espacial | Ngan Iek Hang questiona Governo O deputado Ngan Iek Hang quer saber se o Executivo pode garantir que os jovens de Macau são enquadrados no programa espacial promovido pelo Governo Central. A pergunta faz parte de uma interpelação escrita, divulgada ontem pelo escritório do legislador, e surge na sequência das autoridades do Interior terem definido como meta integrar pelo menos um residente local como astronauta no programa espacial. “Como podemos garantir que, no futuro, vamos contribuir para o modelo de desenvolvimento espacial nacional e cultivar quadros qualificados jovens na área aeroespacial?”, pergunta Ngan Iek Hang. Por outro lado, o legislador perguntou como será possível criar um programa de recrutamento de jovens para o sector aeroespacial, à semelhança do que acontece em Hong Kong, mas com “características de Macau”. Segundo Ngan Iek Hang, outra das áreas que deve ser desenvolvida no território é o “turismo espacial”. A sugestão ainda não foca as viagens ao espaço, mas antes várias exposições e locais que adoptem o Espaço como tema central. Por isso, quer saber o que está a ser feito para promover mais exposições e iniciativas que impressionem turistas e residentes.
João Santos Filipe Manchete PolíticaConcessionárias | Leong Hong Sai quer mais eventos desportivos e culturais O deputado ligado aos Moradores está em linha com os objectivos do Governo, e pretende que as futuras concessionárias de jogo invistam e organizem mais eventos desportivos e culturais que impulsionem a economia O deputado Leong Hong Sai considera que as concessionárias de jogo têm de organizar mais eventos culturais e desportivos no território, para atrair turistas e fomentar a economia local. A opinião foi publicada ontem no jornal Cheng Pou e o legislador apresentou-se como vice-presidente Centro da Política da Sabedoria Colectiva. Segundo Leong, ao apostar na organização de eventos desportivos e actividades culturais, em cooperação com o Interior, o território vai criar mais elementos para atrair turistas. Ao mesmo tempo, na perspectiva do deputado ligado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau, com mais atracções o território pode finalmente conseguir atingir reputação internacional, virada para eventos culturais e não apenas para os casinos. Como exemplo de eventos marcantes que já se realizam no território e que podem atrair mais visitantes internacionais, o deputado apontou o Grande Prémio de Macau, a Maratona Internacional de Macau, o Torneio de Ténis de Mesa e ainda o torneio da Grande Baía de 3×3 de Basquetebol. “São todos eventos muito populares em Macau, e os residentes e turistas participam neles de forma muito entusiástica”, apontou. Por outro lado, Leong Hong Sai indicou que estes eventos promovem a economia local, porque através dos participantes e turistas contribuem para aumentar a procura nos restaurantes e as dormidas nos hotéis. Microfone do Governo As exigências do deputado Leong Hong Sai foram tornadas públicas, numa altura em que se sabe que o Governo pediu às futuras concessionárias para organizarem mais eventos desportivos e culturais. No âmbito das negociações para a atribuição das futuras concessões do jogo, como revelado pela TDM – Rádio Macau na quarta-feira, foi pedido às concessionárias que invistam no principal museu de arte do território, criem um plano anual de espectáculos e convenções, recintos para concertos, espectáculos e obras de arte ao ar livre. Na parte cultural, o Governo pediu um plano e calendário para a criação do principal museu de arte, recintos para concertos e respectivos programas. Um dos objectivos do Executivo passa por garantir que no futuro são apresentados, pelo menos, dois espectáculos internacionais por semana. Houve também quem tivesse apresentado planos para um recinto de patinagem no gelo ou um ringue para a prática de skate ou patins em linha. Por sua vez, a Melco terá garantido que vai trazer de volta o espectáculo The House of Dancing Water.
João Santos Filipe PolíticaHabitação | Académica defende política do Governo Rose Lai, académica especializada no mercado do imobiliário da Universidade de Macau, considera que o modelo criado pelo Governo com recurso a cinco tipo de habitação será suficiente para resolver os problemas de habitação em Macau. A defesa da política do Executivo foi feita num artigo publicado ontem no jornal Ou Mun. Segundo a académica, depois da transição, com o crescimento acelerado da economia, os preços no mercado do imobiliário subiram a um ritmo muito elevado. Com preços a aumentar, Rose Lai indicou que se tornou cada vez mais difícil para os jovens terem acesso a habitação própria, o que também foi motivado pela falta de terrenos, que permitissem a construção de mais prédios. Face a esse cenário, explicou Lai, nem a possibilidade de fazer mais aterros pareceu contribuir para resolver o problema. Contudo, a académica entende que a conciliação de esforços e a apresentação de mais classes de habitação pública, com a criação das casas para a classe intermédia e as habitações para idosos, vão agora resolver um problema que se arrasta há anos. Segundo a especialista, o modelo com habitação social, económica, intermédia, para idosos, e ainda com o recurso ao mercado privado, que copia algumas das soluções adoptadas em países do estrangeiro, vai cobrir todas as necessidades da sociedade.
João Santos Filipe Manchete PolíticaOrçamento | Au Kam San questiona estimativas de receitas do jogo O ex-deputado considera “muito baixas” as hipóteses das receitas do jogo atingirem os estimados 130 mil milhões de patacas, devido ao novo ambiente no Interior, crise económica e o valor elevado do imposto do jogo O ex-deputado Au Kam San considera que as previsões do Governo sobre as receitas do jogo para o próximo ano levantam muitas dúvidas e que as hipóteses de se concretizarem são muito baixas. A posição foi tomada na terça-feira e ontem, através de duas publicações nas redes sociais. Desde que Ho Iat Seng está no cargo de Chefe do Executivo o Governo tem estimado todos os anos que as receitas brutas do jogo vão ser de 130 mil milhões de patacas. O valor tem sido mantido ao longo dos diferentes orçamentos, apesar de nunca corresponder à realidade. Com os efeitos das medidas de combate à pandemia a fazerem-se sentir, o melhor registo foi obtido no ano passado com 86,86 mil milhões de patacas. Também este ano, até Outubro, as receitas brutas não foram além dos 35,72 mil milhões de patacas, naquele que vai ser o pior ano desde o surgimento da covid-19. No seguimento destes dados, o ex-deputado acha difícil conseguir entender as bases para uma estimativa que se apresenta como optimista, até pela mudança do contexto político no Interior face ao jogo em Macau. “Desde que fomos atingidos pela pandemia, as receitas do jogo caíram para 60,4 mil milhões de patacas, em 2020, e nos anos mais recentes têm ficado pelas dezenas de milhões de patacas”, apontou. “Mas, mesmo que os efeitos da pandemia terminem quantos milhares de milhões a indústria do jogo pode valer?”, questionou. Au justificou as suas dúvidas: “Na verdade, temos de ter em conta que o cenário anterior mudou, devido à revisão do artigo 303 da Lei Criminal do Interior, que tornou impossível trazer jogadores VIP do Interior a Macau para jogar”, afirmou. “E os casinos de Macau tinham uma grande dependência deste tipo de jogadores, que contribuíam com cerca de metade das receitas do jogo”, adicionou. A falácia internacional Au Kam Sam considerou ainda pouco provável que a indústria de Macau tenha as condições necessárias para atrair jogadores vindos dos mercados internacionais, como Europa e Médio Oriente. “Para sermos realistas temos de entender a lógica dos proprietários dos casinos ou empresas do jogo. Será que essas pessoas preferem trazer um grande apostador do Médio Oriente para Macau, ou preferem levá-lo para jogar em Las Vegas ou Monte Carlo?”, questionou. “Não nos podemos esquecer que em Macau o imposto sobre o jogo é 35 por cento, o mais alto do mundo. Se um grande apostador perder 10 milhões de patacas, o Governo fica logo com 3,5 milhões de patacas”, respondeu. “Em termos puramente empresariais, faz sentido que prefiram não trazer os jogadores para Macau”, acrescentou. Por outro lado, Au Kam San considera também que os efeitos das medidas de covid zero se vão prolongar durante o próximo ano, ao mesmo tempo, que a economia chinesa atravessa uma das piores crises dos últimos anos. Estes dois factores em conjunto vão contribuir para afectar o jogo de massas, que deverá continuar em valores reduzidos, face aos períodos pré-pandémicos, quando as receitas totais do jogo, incluindo o segmento de apostares VIP e de massas, era de 290 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaConcessões | Governo exige museu e plano de espectáculos a operadoras A Melco prometeu trazer de volta o espectáculo The House of Dancing Water. Para corresponder às exigências do Executivo em relação aos componentes não-jogo, as propostas apresentadas incluíram um recinto de patinagem no gelo e um ringue para skate e patins em linha O Governo pediu às futuras concessionárias do jogo que criem o principal museu de arte do território, um plano anual de espectáculos e convenções, recintos para concertos, espectáculos e obras de arte ao ar livre. Alguns dos pedidos que surgiram no âmbito das negociações entre o Executivo e as empresas candidatas às concessões foram revelados ontem, pela TDM-Rádio Macau. De acordo com a emissora pública, os representantes das concessionárias reuniram pela última vez com os membros da comissão do jogo na segunda-feira, e agora vão aguardar pela atribuição provisória das concessões. Segundo os prazos apresentados anteriormente pelo Governo, as novas concessões entram em vigor no início do próximo ano. Na parte cultural, o Governo pediu um plano e calendário para a criação do principal museu de arte, recintos para concertos e respectivos programas. Um dos objectivos do Executivo passa por garantir que no futuro são apresentados, pelo menos, dois espectáculos internacionais por semana. Houve também quem tivesse apresentado planos para um recinto de patinagem no gelo ou um ringue para a prática de skate ou patins em linha. Por sua vez, a Melco terá garantido que vai trazer de volta o espectáculo The House of Dancing Water. A apresentação de diversões temáticas de nível internacional e organização de passeios marítimos temáticos, foi outro dos pedidos feitos pelo Governo liderado por Ho Iat Seng. Investimento de 100 mil milhões Anteriormente, foi revelado que o plano de investimentos das futuras concessionárias deve rondar os 100 mil milhões de patacas divididos por todas as concessionárias. Porém, o valor pode ser superior, uma vez que a comissão, durante as negociações, pediu às candidatas que aumentassem os valores. A Galaxy e a Venetian chegaram a acordo com valores que devem ultrapassar 50 mil milhões de patacas, os outros concorrentes podem atingir valor idêntico. Concluídas as negociações, a comissão do concurso elabora um relatório em que apresenta a selecção das propostas que considera mais vantajosas para a RAEM. Só depois o Chefe do Executivo decide se adjudica todas as concessões ou se opta por fazer as adjudicações em número mais reduzido. Todas as empresas do jogo actualmente a operar em Macau apresentaram propostas, ou seja, Sands China, SJM, Wynn Macau, Galaxy, MGM China e Melco. A estas juntou-se a GMM Limitada, uma empresa ligada a Lim Kok Thay, presidente do grupo Genting.