Apoios | Deputados pedem subsídios de consumo

Song Pek Kei e Pereira Coutinho defendem que o Governo deve continuar a lançar subsídios de incentivo ao consumo interno. As posições foram tomadas ontem na Assembleia Legislativa, durante as intervenções antes da ordem no dia. No início da semana, o secretário para a Economia e Finanças fechou a porta a uma nova ronda do cartão de consumo.

Porém, ontem, Song Pek Kei, deputada ligada à comunidade de Fujian, apelou aos governantes para saírem à rua e ouvirem as pessoas. “Os dirigentes devem ir aos bairros comunitários para observar, ouvir as opiniões e sugestões da população. Há que, durante a retoma económica, lançar benefícios ao consumo, para promover a economia comunitária e atenuar a pressão causada pelos preços elevados, com vista a libertar o poder de compra dos residentes e a dinamizar a economia, assegurando-se, de forma mais eficaz, a qualidade de vida da população e a estabilidade social”, afirmou Song.

20 Abr 2023

Ensino | Deputados querem programas focados na segurança nacional

Ngan Iek Hang, Ma Chi Seng e Chan Hou Seng defenderam ontem na Assembleia Legislativa que as escolas e a comunidade escolar, com participação dos encarregados de educação, devem dar prioridade à educação nacional

 

Vários deputados apelaram ontem na Assembleia Legislativa à introdução de mudanças nos programas de ensino para dar ênfase à segurança nacional como tema central, principalmente entre os mais jovens. Os apelos foram feitos na sequência do Dia da Segurança Nacional, assinalado no passado dia 15 de Abril.

Ngan Iek Hang, deputado ligado aos Moradores, foi o mais claro na necessidade de reforçar do sistema educativo para dar prioridade à segurança nacional. O legislador considerou mesmo os currículos escolares devem abordar o tema em diferentes disciplinas.

“Sugiro que o Governo planeie, de forma global, os trabalhos de educação sobre a segurança nacional a realizar em Macau e desenvolva um sistema curricular de educação sobre a segurança nacional que envolva diferentes disciplinas e fases de aprendizagem, com a integração do conceito geral de segurança nacional”, disse o deputado.

Segundo Ngan Iek Hang, esta reforma educativa vai “cultivar, desde tenra idade, nos jovens de Macau, a consciência da segurança nacional e o conceito de amor pela pátria e por Macau”.

O legislador apontou ainda que o Governo tem o dever de “proporcionar mais recursos e apoio aos diversos sectores da sociedade, comunidades, escolas, famílias, entre outros, para incentivar todas as partes a trabalharem juntas, no sentido de construir um sistema de educação sobre a segurança nacional”.

Também Ma Chi Seng, deputado nomeado por Ho Iat Seng, considerou necessário “reforçar mais o ensino sobre o amor dos jovens pela pátria e por Macau”. “Os jovens são o futuro de Macau e a principal força para salvaguardar a segurança nacional”, afirmou. “O Governo e os diversos sectores da sociedade devem continuar a manter uma estreita cooperação, promover a integração dos jovens no desenvolvimento nacional e implementar as exigências apresentadas pelo Chefe do Executivo […] de enraizar nos jovens a ideia de defesa da segurança nacional, desde pequenos”, completou Ma Chi Seng.

Ataques internacionais

Por sua vez, Chan Hou Seng, afirmou que o trabalho de segurança nacional “depende de todos nós”. “Atendendo à mudança constante da situação internacional, se a segurança nacional não for garantida, qualquer desenvolvimento não passa de palavras”, começou por apontar.

O deputado nomeado por Ho Iat Seng indicou de seguida que a segurança nacional tem de estar ligada às perspectivas de emprego dos mais jovens: “Defendemos a segurança nacional a todos os níveis, para consolidar o vigor da nação e os jovens conhecerem profundamente o caminho de desenvolvimento extraordinário da pátria e ligarem a sua carreira profissional ao destino do país”, vincou.

Chan Hou Seng disse também que todos devem participar na missão defina pelo Governo Central de “construção de um país socialista moderno com características chinesas”, onde considerou serem “indispensáveis a participação do povo e a democracia popular de processo integral”. Porém, na intervenção na Assembleia Legislativa, não definiu o que se entende por “democracia popular de processo integral”.

20 Abr 2023

Comporta de marés | Raimundo Rosário avisa contra ilusões

O secretário avisou os deputados contra a criação de ilusões face à eficácia da barragem de marés no Porto Interior na resolução do problema das cheias. Anteriormente, Raimundo do Rosário tinha insistido que o projecto era pouco viável, e ontem voltou a abordar o tema, na sequência de uma interpelação oral do deputado Zheng Anting.

“Depois da conclusão da comporta de marés, e mesmo com a conclusão destas obras, ainda vamos ter inundações”, afirmou o secretário. No seguimento das declarações, Raimundo do Rosário recusou tomar uma decisão sobre a construção do projecto por considerar “que não é o tempo oportuno”.

Além disso, o membro do Executivo avisou os deputados que os trabalhos vão tornar o trânsito naquela zona caótico: “Com essas obras, e como as ruas são estreitas e têm um fluxo de circulação enorme, vamos ter muitos problemas no trânsito”, respondeu. “E depois vou ter outro problema, porque os deputados se vão queixar do trânsito”, acrescentou.

18 Abr 2023

Pérola Oriental | Governo recusa alterar monumento

O secretário para os Transportes e Obras Pública recusou a ideia de deslocar o monumento da rotunda da Pérola Oriental, de forma a construir um cruzamento naquela zona. A posição foi tomada ontem na Assembleia Legislativa, numa sessão de interpelações orais dos deputados.

A proposta tinha sido apresentada pela deputada Lo Choi In, como forma de melhorar a condição do trânsito na rotunda da Pérola Oriental, que tem congestionamentos frequentes, uma vez que é o único ponto de ligação à Zona A dos Aterros e à Ilha Artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. No entanto, Raimundo não só recusou mudar o monumento da rotunda, como ainda negou que a situação do trânsito seja tão caótica como a descrição da deputada.

“A situação de trânsito em Macau não é tão má quanto pensa”, começou por responder o secretário. “Não estamos a pensar deslocalizar o monumento, nem sequer temos esse plano. Queremos optimizar o trânsito na zona, o que foi feito através de um viaduto superior. E agora queremos vamos fazer uma nova ligação para a Zona A dos Novos Aterros, para melhorar o trânsito”, acrescentou.

Apesar dos planos apresentados pelo Governo, vários deputados como Zheng Anting, Che Sai Wang, mostraram-se muito preocupados com a situação do trânsito, face ao desenvolvimento da Zona A e as poucas ligações viárias.

18 Abr 2023

Economia | José Pereira Coutinho defende mais apoios à população

Após o secretário para a Economia e Finanças ter anunciado a indisponibilidade para lançar uma nova ronda do cartão de consumo de 8 mil patacas, Pereira Coutinho defendeu que a sociedade de Macau ainda atravessa uma fase em que todo o apoio é bem-vindo

 

O deputado José Pereira Coutinho defende que o Governo deve lançar mais uma ronda do cartão de consumo, mesmo que o valor não seja 8 mil patacas. Em declarações ao HM, o legislador ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) considera que o território ainda atravessa uma fase em que “todo o apoio é bem-vindo”.

“É uma pena [se não houver mais uma ronda do cartão de consumo]. Não é em três meses que se consegue recuperar de três anos com implementação de medidas gravosas pandémicas”, reagiu José Pereira Coutinho, face às declarações do secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. “Todo o apoio é bem-vindo, as pessoas utilizam os cartões de consumo para comprar bem essenciais. Além de ajudar as pequenas e médias empresas, também consegue aliviar as dificuldades das famílias”, acrescentou.

Na segunda-feira, em resposta a uma interpelação de Pereira Coutinho, o secretário indicou que a “recuperação económica já está mais estável e melhor do que previsto”, por isso, o Governo considera não ter “condições para atribuir mais oito mil patacas através do cartão de consumo”.

Dificuldades escondidas

No entanto, na perspectiva do deputado, o cenário económico ainda coloca muitos desafios à população. “Muitas famílias estão em dificuldades financeiras, devido à perda de trabalho dos familiares mais próximos. As pequenas e médias empresas têm enormes dificuldades de sobrevivência, porque as rendas são extremamente elevadas, após o levantamento das restrições pandémicas”, indicou.

O aumento generalizado dos preços é outro problema para quem vive no território e Coutinho fala em casos de pobreza escondida. “A inflação está a disparar. Com todo o devido respeito, as estatísticas oficiais não reflectem a realidade social, nomeadamente a muita pobreza envergonhada”, afirmou.

“Os que mais sofrem são as camadas mais vulneráveis da sociedade, como os idosos, em especial os acamados, as pessoas com deficiências, as famílias monoparentais, os desempregados, os trabalhadores com doenças crónicas, que têm todos os meses dificuldades para pagar as despesas fixas, como a electricidade, gás, águas e os transportes. Não são situações fáceis”, acrescentou.

18 Abr 2023

Justiça | Ng Kuok Sao perde “recurso extraordinário” de revisão de sentença

O empresário pretendia que o julgamento do caso IPIM fosse repetido, por recusar que a sua assinatura conste em vários dos contratos de trabalho que serviram como prova para condená-lo a 18 anos de prisão

 

O Tribunal de Segunda Instância (TSI) recusou um recurso extraordinário para a repetição de parte do julgamento do caso Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). A decisão foi tomada na quarta-feira, e o empresário Ng Kuok Sao pretendia que o julgamento voltasse à primeira instância, por considerar que vários dos contratos de emprego utilizados como prova contra si têm assinaturas que não são efectivamente suas.

A fundamentação da decisão tomada pelo colectivo de juízes constituído por Choi Mou Pan, Vasco Fong Man Chong e Ho Wai Neng ainda não foi publicada. Porém, a possibilidade de haver uma segunda repetição de um dos casos mais mediáticos dos últimos anos na RAEM está afastada.

Quando foi julgado pela primeira vez, à revelia, Ng Kuok Sao foi condenado a uma pena de 18 anos de prisão, pela prática de um crime de associação criminosa e 23 falsificação de documentos. O tribunal deu como provado que Ng liderava uma associação criminosa para garantir que várias pessoas do Interior da China conseguiam o estatuto de residente em Macau, através do IPIM.

Apesar dos vários recursos, a pena foi confirmada pelo Tribunal de Última Instância, significando que se tornou definitiva.

No entanto, em Dezembro do ano passado Ng Kuok Sao veio apresentar “um recurso extraordinário da revisão de sentença transitada”. Este mecanismo especial permite que em condições extremas se recorra de um acórdão transitado em julgado. Neste caso, a defesa do empresário considerou que foram “descobertos novos factos ou meio de prova” que “suscitam graves dúvidas sobre a justiça da condenação”.

Perícia forense

A defesa do empresário pretendia no recurso que o julgamento fosse repetido e Ng Kuok Sao libertado, enquanto aguardasse por uma nova decisão.

Para argumentar a existência de “novos factos ou meio de prova”, a defesa recorreu aos depoimentos de testemunhas que recusaram que certas assinaturas em contratos de trabalho simulados fossem de Ng Kuok Sao.

Para provar que várias das assinaturas não pertenciam ao condenado foi igualmente apresentado um relatório de perícia de escrita manual, elaborado pelo Centro de Ciência Forense de Guangdong Tianjain. Na perícia foram analisados vários documentos atribuídos ao empresário, e foi concluído que algumas das assinaturas diziam respeito a diferentes pessoas.

Quanto ao facto de estes argumentos apenas terem sido apresentados nesta altura, a defesa salienta que Ng foi julgado à revelia, pelo que não teve oportunidade de se debruçar sobre as provas apresentadas até ser preso.

O empresário foi julgado à revelia, mas foi entregue em Abril de 2022 pelas autoridades do Interior às congéneres de Macau, estando a cumprir pena no Estabelecimento Prisional de Coloane. Negada a revisão da sentença, Ng Kuok Sao fica agora impedido de apresentar um novo pedido do recurso.

17 Abr 2023

SimplePay | Ron Lam critica taxas do sistema

O deputado Ron Lam criticou ontem as taxas de 0,8 por cento que são cobradas em todas as transacções feitas com a aplicação móvel SimplePay.

O legislador sublinhou a discrepância de taxas, argumentando o valor cobrado em Macau é quase o triplo do cobrado no Interior, onde a taxa é de 0,3 por cento, sem que haja realmente alternativas. Ron Lam insistiu ainda que o valor prejudica em particular as pequenas e médias empresas do território.

A posição foi tomada depois de Lei Wai Nong ter indicado que “os serviços SimplePay são utilizados em mais de 90 por cento dos locais de venda a retalho”. Por sua vez, Ma Io Fong indicou estar preocupado com o facto de os turistas do exterior não estarem tão disponíveis para utilizar os meios de pagamento locais. Por isso, deixou o desejo que o Governo conseguia mudar os hábitos de quem visita a cidade.

17 Abr 2023

Consumo | Coutinho preocupado com subida dos preços

O deputado José Pereira Coutinho mostrou-se ontem preocupado com a subida dos preços, principalmente o gás, e considerou que são alterações que estão a obrigar os mais velhos a regressarem ao mercado do trabalho.

“Com a impossibilidade de arranjar emprego e a perda de fontes de rendimento, o aumento constante do índice de preços no consumidor agravou ainda mais a situação dos residentes”, atirou.

“Por exemplo, segundo os dados oficiais, em 14 de Fevereiro de 2023, o preço do gás natural (para os clientes residenciais) aumentou mais de 8 por cento, e o preço das botijas de gás butano (13,5 kg) aumentou 36 por cento, de 199 patacas, em 2018, para 270 patacas”, exemplificou.

Neste contexto, Coutinho revelou que “muitos funcionários públicos da linha da frente e das categorias mais baixas têm de procurar emprego depois de se aposentarem aos 65 anos, só para conseguirem parcos rendimentos para suportar as despesas do dia-a-dia”.

17 Abr 2023

Hong Kong | Secretário destaca regresso de turistas

O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, destacou ontem a importância do regresso dos turistas de Hong Kong e sequente impacto para a economia local, com o aumento do consumo.

“A data de 8 de Janeiro foi muito importante para nós, porque estivemos três anos sem muita abertura. Mas, a 8 de Janeiro [com o fim das exigências de quarentena] surgiram novas oportunidades”, afirmou Lei Wai Nong. “Com o regresso dos turistas, em comparação com 2019, temos uma recuperação de 58 por cento a nível do turismo. O regresso dos turistas de Hong Kong é satisfatório e contribuiu mais para a economia. Eles são importantes porque compram mais lembranças”, acrescentou.

Por outro lado, o secretário indicou que em algumas zonas da cidade até há mais turistas do que antes da pandemia. “Acho que na Rua do Cunha, neste momento, temos mais turistas do que em 2019. No último sábado foi registado um novo recorde este ano, com a entrada de mais de 98 mil turistas num único dia”, informou.

Lei Wai Nong adiantou ainda que actualmente há um novo perfil do turista típico que visita Macau. “Sabemos que neste momento os turistas são mais jovens. A maior parte dos turistas tem entre 18 e 35 anos. E estes consomem mais em Macau”, revelou.

17 Abr 2023

Desemprego | Lei Wai Nong diz que o pior já passou e traça cenário positivo

O secretário para a Economia e Finanças foi ontem à Assembleia Legislativa responder a questões de deputados sobre o panorama económico do território. O governante relevou que a taxa de desemprego deve cair para 3,9 por cento, depois de ter atingido 5,5 por cento entre Junho e Agosto do ano passado

 

A situação do desemprego na sequência de uma das mais graves crises económicas sentidas no território foi um dos grandes temas que esteve em discussão ontem na Assembleia Legislativa, no âmbito de uma sessão de respostas a interpelações orais dos deputados por membros do Governo. No entanto, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, garante que Macau já ultrapassou a pior fase da recessão e que a taxa de desemprego está a ser reduzida gradualmente.

O tema foi trazido para a sessão por Ella Lei, deputada ligada aos Operários, que sublinhou os desafios encontrados por idosos e pessoas com deficiências no acesso ao mercado do trabalho.

No entanto, José Pereira Coutinho, legislador ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau, levou a questão mais longe ao destacar um problema transversal à sociedade. “Recebi muitas pessoas desempregadas com idades entre os 30 e os 40 anos. E estamos a falar de cerca de 40 famílias que envolvem cerca de 100 pessoas. Onde vão agora arranjar um emprego?”, questionou José Pereira Coutinho.

“No dia 16 de Abril, o Chefe do Executivo veio à Assembleia Legislativa e anunciou a distribuição da comparticipação pecuniária. Mas não chega, estas pessoas precisam de ajuda”, sublinhou.

O deputado considerou mesmo que o contrabando de produtos entre Macau e o Interior tem como motivação a falta de dinheiro da população para fazer face às despesas diárias. “As pessoas fazem contrabando nas Portas do Cerco porque precisam de viver. Até as crianças têm de fazer contrabando porque têm de viver”, atirou.

Em resposta a Coutinho, Lei Wai Nong indicou que o pior período a nível do desemprego aconteceu no ano passado, entre Junho e Agosto: “Foi a época mais difícil para nós, porque a taxa de desemprego atingiu os 5,5 por cento”, reconheceu.

Contudo, Lei indica que a situação está a sofrer alterações para melhor. “Desde Janeiro a Março vimos que a taxa de desemprego sofreu uma redução para 4,1 por cento. E há uma nova tendência que pode levar a uma nova queda da taxa de desemprego para 3,9 por cento”, acrescentou. “Desde Março que começaram a ser contratados mais trabalhadores. Vemos esses dados diariamente para termos uma base científica para as nossas decisões”, reforçou.

Questões complicadas

Por sua vez, Lo Choi In perguntou se o Governo tinha planos para prolongar o subsídio de emprego, que actualmente tem um limite máximo de três meses por ano, para seis meses por ano.

A deputada justificou que a maior parte das pessoas que fica sem emprego demora, em média, quatro meses para conseguir um novo trabalho, pelo que fica sem rendimentos durante esse período e com despesas por pagar. A questão não teve uma resposta directa do secretário, que se limitou a responder que o Governo está empenhado em “criar oportunidades” de emprego para os desempregados.

Sobre a situação dos idosos e pessoas com deficiências, Lei Wai Nong apontou como solução um aumento das qualificações dessas pessoas e o reforço da “confiança”. “O problema do desemprego estrutural para estas pessoas [idosos e com deficiências] é resolvido quando se ajustar a mentalidade da sociedade e se elevar a sua capacidade profissional. Com uma maior capacidade vão ter mais oportunidades de emprego e uma maior confiança no acesso ao emprego”, afirmou Lei.

Por outro lado, o secretário reconheceu que a condição física deste segmento da população pode representar desafios no acesso ao mercado de trabalho. “Muitas vezes os empregos exigem uma grande força física. O insucesso na procura de emprego prende-se principalmente com a condição física”, informou.

Lei Wai Nong defendeu também os trabalhos feitos pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) na busca de uma solução para o desemprego estrutural. “A DSAL tem lançado muitas acções de apoio, para elevar a capacidade profissional dos desempregados. Também tem prestado formações técnicas, para que as pessoas se inteirem da situação actual do mercado laboral”, considerou.

17 Abr 2023

Crime | Enganada por burlão que se passou por polícia do Interior

Apesar de “só” ter perdido 174 mil dólares de Hong Kong, a vítima tentou vender um imóvel em Macau para “financiar” a investigação do alegado da polícia do Interior. A mulher chegou a equacionar vender uma casa para entregar dinheiro aos burlões

 

Uma mulher com 60 anos foi burlada em 174 mil dólares de Hong Kong, depois de ter sido enganada por, pelo menos, duas pessoas, que se fizeram passar por um funcionário de uma empresa especializada no envio de correio e um agente da polícia do Interior.

Segundo a Polícia Judiciária, citada pelo Ou Mun, o caso aconteceu a 26 de Março. Num primeiro momento, a mulher recebeu uma chamada de um alegado trabalhador de uma empresa especializada no envio de correio do Interior da China para Macau. A conversa serviu para que o burlão informasse a vítima que estava a ser acusada de ter enviado uma encomenda de correio para o Interior que continha o passaporte de outra pessoa e uma grande quantia de dinheiro. O suspeito acrescentou ainda que o dinheiro tinha sido enviado para o Interior ao abrigo de um esquema de lavagem de capitais.

Como a mulher negou qualquer envolvimento com a “encomenda”, a chamada telefónica foi transferida para outra pessoa, que se apresentou com agente de uma polícia chinesa.

O agente “já foste”

Face à perspectiva de ter problemas legais com as autoridades do Interior, a mulher concordou imediatamente em realizar uma videochamada com o alegado agente. A conversa serviu para responder a várias perguntas e fornecer os dados da sua conta bancária.

De acordo com o relato, o “agente” explicou à vítima que estava a ser investigada por ter enviado 2 milhões de renminbis para o Interior para serem lavados, com o passaporte de outra pessoa. No entanto, como o agente reconhecia que a vítima negava qualquer envolvimento, concordou em “aprofundar a investigação” para ilibar a mulher.

Contudo, com a desculpa da complexa burocracia do sistema de investigação no Interior, o “agente” pediu à vítima para adiantar 174 mil dólares de Hong Kong, que seriam utilizados para financiar a investigação. Após a conclusão da investigação, o agente prometeu que o dinheiro seria devolvido na íntegra.

Num segundo momento, a vítima admitiu que era proprietária de um imóvel em Macau avaliado em 6 milhões de dólares de Hong Kong. Face a esta informação, o “agente” pediu-lhe que vendesse o imóvel, para pagar as investigações.

No entanto, como o imóvel era ainda propriedade de outra pessoa, que recusou a venda, a mulher não conseguiu o dinheiro. Foi também nessa altura que a vítima desconfiou de que teria sido burlada e decidiu apresentar queixa.

17 Abr 2023

Ensino | Académicos querem mais nacionalismo nas universidades

Um estudo de um académico da Universidade Cidade de Macau propõe várias estratégias para aumentar a identificação de estudantes estrangeiros, principalmente os de etnia chinesa, com o país

 

As universidades de Macau devem promover o nacionalismo entre os estudantes estrangeiros de etnia chinesa e criar um maior sentimento de identificação cultural com a China. O conceito de uma educação de promoção do nacionalismo é defendido pelos académicos Peng Jun, da Cidade Universidade de Macau, e Su Baohua, da Universidade de Jinan, no estudo com o título “Estratégias para cultivar a identidade chinesa entre os estudantes estrangeiros na Zona da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

“A excelente cultura tradicional chinesa é um tesouro. No contexto das novas condições históricas, devemos prestar atenção à abrangência e nacionalidade da cultura e ideologia. Por conseguinte, a valorização da identidade cultural chinesa dos estudantes estrangeiros na China é uma das medidas importantes para reforçar o poder suave do país”, é indicado pelos investigadores sobre a estratégia a adoptar nas universidades da Grande Baía.

Para que as universidades “possam servir o país”, os académicos defendem que uma das principais funções deve passar pela promoção da identidade chinesa entre os estudantes estrangeiros, e principalmente aqueles de etnia chinesa. Estes alunos são encarados no estudo como muito importantes, porque podem servir o país como “uma ponte a nível económico, político e cultural”, entre a China e os países de origem.

“Devemos combinar os conceitos e características educacionais e de formação de Guangdong, Hong Kong e Macau, para fazer um uso pleno dos recursos pedagógicos de alta qualidade, respeitar as diferentes características culturais, encontrar a intersecção da mistura cultural, e depois cultivar gradualmente a consciência, compreensão e reconhecimento da cultura chinesa […] que deve ser a interacção do círculo ecológico formado pelo Estado, sociedade, escolas, professores e estudantes”, é indicado.

Aulas patriotas

No entanto, o esforço de promoção da identidade não pode passar apenas pelos que têm etnia chinesa, deve abranger todos. Neste sentido é defendida a criação de aulas extra para todos os cursos lecionados a “não chineses”, com conteúdos sobre a cultural e identidade chinesa.

“Do ponto de vista macro, a cultura chinesa é ampla e profunda, e tem uma história de cinco mil anos de civilização, por isso devemos construir um sistema curricular adequado sobre cultura chinesa que atenda às necessidades dos alunos estrangeiros e ensiná-los de acordo com suas capacidades”, é proposto. “Podemos formular objectivos específicos de acordo com as diferentes características dos alunos estrangeiros e estabelecer horários de aula razoáveis, para que os alunos estrangeiros possam ter formação direccionada para a identidade cultural chinesa”, foi acrescentado.

Como parte da estratégia, os académicos propõem também que os campus das universidades sejam transformados em autênticos museus, com exposições permanentes sobre os elementos culturais chineses que atraiam pessoas de todos os cantos do mundo.

“Uma nação sem coesão é uma nação sem vitalidade. O objectivo de reforçar a identidade cultural chinesa é reforçar a coesão e a força de atracção da pátria para os jovens estudantes. A essência da identidade reside na reunificação da pátria e da unidade da nação chinesa”, é concluído sobre a estratégia. O estudo dos académicos foi publicado Jornal de Sociologia e Etnologia, publicado pela editora canadiana Clausius Scientific Press.

14 Abr 2023

Lei Laboral | Governo não recua na exclusão de greve e negociação colectiva

O Executivo liderado por Ho Iat Seng recusa qualquer possibilidade de legislar o direito à greve e negociação colectiva na Lei Sindical. A posição firme do Governo aos deputados empresários

 

O deputado Chan Chak Mo defendeu a exclusão do direito à greve e o direito de negociação colectiva da Lei Sindical, que está a ser discutida especialidade na Assembleia Legislativa (AL). O legislador que preside à 2.ª Comissão Permanente da AL considera que o Governo adaptou o diploma à realidade de Macau.

“Esta é uma lei local, por isso acho que o princípio não deve ser transpor as leis de outros países ou regiões para a nossa sociedade. A transposição tem de depender da nossa sociedade e do desenvolvimento social”, afirmou Chan Chak Mo, citado pela TDM-Rádio Macau.

De acordo com o deputado, o Governo liderado por Ho Iat Seng recusou ainda qualquer possibilidade de alterar as “questões políticas” na Lei Sindical. Esta posição significa que o direito à greve e a negociação colectiva não serão contempladas no diploma.

Chan Chak Mo voltou a demonstrar apoio à posição do Executivo, e destacou que o direito à greve está consagrado na Lei Básica. “O direito à greve está consagrado na Lei Básica, que não prevê qualquer mecanismo de negociação colectiva”, apontou.

Por outro lado, o deputado considerou que a nova Lei Sindical foi pensada para impedir “entraves ao desenvolvimento social”.

“Em Hong Kong também não existe negociação colectiva. Na minha opinião, a negociação colectiva pode pôr em causa a sociedade, pode fazer com que haja sempre greves, que afecta a economia e a sociedade”, afirmou. “Acho que o Governo ponderou a situação real e a relação entre o patronato e os trabalhadores e se era necessário introduzir esta matéria [negociação colectiva]”, acrescentou.

Impedimentos normais

Chan Chak Mo desvalorizou ainda as cláusulas da Lei Sindical que impedem a cooperação de sindicatos locais com outros sindicatos internacionais, por motivos de segurança nacional. O deputado considerou que uma lei local tem de respeitar as características locais.

“Quanto a ser membro da organização internacional, não podemos copiar a 100 por cento a lei internacional, também temos de ter em conta o nosso desenvolvimento social, entre outros vários factores”, insistiu. “É a decisão do Governo, e não acho que a lei do Governo viole qualquer convenção internacional, que depois leve a que Macau seja censurado internacionalmente. É a minha ideia sobre a questão”, rematou.

Apesar do apoio dos deputados que representam o sector empresarial, o diploma recebeu várias críticas por parte dos legisladores mais próximos dos trabalhadores, como Federação das Associações dos Operários de Macau ou Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau.

14 Abr 2023

Saúde | Cerca de três em cada dez idosos têm problemas de alimentação

Um inquérito realizado pelo Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui Macau mostra um aumento significativo no número de idosos que admitem sofrer de “problemas psicológicos”

 

Mais de três em cada 10 idosos têm problemas de alimentação, de acordo com um inquérito realizado pelo Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui Macau. Os resultados foram divulgados na terça-feira, e têm em conta 665 inquéritos feito a pessoas com pelo menos 50 anos, entre Outubro e Novembro do ano passado.

Segundo as conclusões, 30,9 por cento dos inquiridos apresentava dificuldades na absorção de nutrientes dos alimentos. Esta aspecto é apresentado como estando “não só relacionado com o consumo insuficiente de comida”, mas principalmente com o “estado das funções físicas e psicológicas” dos idosos.

O inquérito teve em conta seis indicadores para medir este aspecto, como o apetite, perda de peso, doenças graves, capacidade motora, estado psicológico e o índice de massa corporal.

Para lidar com o problema, os Serviços Sociais Sheng Kung Hui sugerem que se aposte na melhoria da saúde dos idosos, para que os corpos recuperem algumas capacidades de absorção, e que se preste mais respeito aos mais velhos, de forma a melhorar e reforçar a vertente psicológica e o bem-estar destes.

Da saúde mental

Outra das conclusões indica que a saúde mental dos idosos piorou com as medidas impostas para reduzir a pandemia a zero casos. Entre os inquiridos, cerca de 15,7 por cento admitiram sofrerem de “problemas psicológicos”.

Em relação ao inquérito realizado em 2021 pela mesma instituição, regista-se uma subida de 6,8 pontos percentuais na percentagem de pessoas que reconhecem ter problemas. “O inquérito mostrou-nos que o apoio psicológico dos idosos é normalmente gerado no contexto dos encontros com outras pessoas. No ano passado, devido à influência dos factores ligados à pandemia, estas pessoas passaram mais tempo sozinhas”, é indicado. “Por isso, sentiram que tiveram menos apoio, porque a mobilidade foi altamente afectada com as restrições de circulação”, foi acrescentado.

Quanto aos serviços destinados a idosos no território, 70,3 por cento dos inquiridos declaram estar satisfeitos com os canais de acesso em que os idosos têm tratamento preferencial e 43,6 por cento consideraram que o território tem actividades diversificadas para os mais velhos.

Sobre os aspectos a precisar de melhorias, 58,9 por cento pediu a criação de mais habitação pública com preços acessíveis e 52 por cento mencionou a necessidade de haver mais empregos para idosos com um salário que permita pagar as despesas quotidianas.

13 Abr 2023

Tribunal Judicial de Base | Frederico Rosário declarado insolvente

Obrigado a indemnizar 29 lesados dos crimes de burla com criptomoedas promovidos na sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, o filho de Rita Santos foi declarado insolvente

 

Frederico dos Santos Rosário, filho de Rita Santos, foi declarado insolvente na sequência do caso de promoção de investimentos de criptomoeda na sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). A insolvência foi declarada por sentença do Tribunal Judicial de Base, a 31 de Março, e publicada ontem em Boletim Oficial (BO).

“Faz-se saber, que nos autos de Insolvência […] foi, por sentença de 31 de Março de 2023, declarado em estado de Insolvência o requerente Frederico Alexandre dos Santos Rosário”, pode ler-se no anúncio que vem assinado pelo juiz Paulo Chan.

Ainda de acordo com o aviso publicado no BO, os credores têm um prazo de 60 dias, desde ontem, para reclamar os seus créditos. O tribunal decidiu conceder o prazo máximo para os lesados tentarem recuperar parte do dinheiro investido no esquema fraudulento. Segundo a legislação vigente, o tribunal poderia definir um prazo entre 20 e 60 dias, tendo optado pelo período mais longo.

No dia 24 de Abril do ano passado Frederico Rosário foi absolvido da prática de 47 crimes de burla de que era acusado pelo Ministério Público, no âmbito de um esquema, que terá gerado perdas totais de 21 milhões de patacas. Mesmo se muitos dos lesados desistiram das queixas, 29 vítimas fizeram questão de ser indemnizadas pelas perdas.

O colectivo de juízes, liderado por Violeta Cheong Weng Tong, considerou que o empresário local também devia suportar o pagamento das indemnizações: “O tribunal é da opinião que [Frederico Rosário] agiu com negligência e que também não cumpriu o dever de prudência. Nessas circunstâncias, o tribunal considera que deve indemnizar os ofendidos porque está mais do que provado que teve responsabilidade pela entrega dos montantes”, foi decidido.
O montante das compensações aproxima-se dos 12 milhões de patacas.

Utilizado no crime

Apesar de Frederico Rosário ter sido absolvido, o tribunal considerou que o residente local foi manipulado por Dennis Lau, empresário de Hong Kong, na prática de vários crimes de burla. O homem de Hong Kong criou um esquema em que prometia aos investidores que o seu dinheiro seria utilizado para comprar computadores para a mineração de criptomoedas. Em troca, prometia pagar aos investidores juros elevados, independentemente dos resultados da mineração.

O esquema foi criado através das empresas Forgetech e Genesis, e em Macau foi promovido com acções realizadas pelo filho de Rita Santos na sede da ATFPM. Como consequência, Dennis Lau acabou condenado a 10 anos de pena de prisão por cinco crimes de burla simples, 24 de burla de valor elevado e 16 crimes de burla de valor consideravelmente elevado. O residente de Hong Kong está em liberdade, uma vez que foi julgado à revelia. Se não vier voluntariamente a Macau, não deverá cumprir qualquer pena.

13 Abr 2023

Metro Ligeiro | Concluídos dois terços da Linha de Seac Pai Van

A ligação do Metro Ligeiro entre o Hospital das Ilhas e as habitações sociais de Seac Pai Van vai ficar terminada durante o próximo ano. As Obras Públicas agradeceram ontem a paciência da população

 

A Linha de Seac Pai Van do Metro Ligeiro está concluída a dois terços, de acordo com a informação divulgada ontem pela Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP). O marco, atingido na semana passada, foi considerado um “sucesso”, pode ser ler-se no comunicado da direcção liderada por Lam Wai Hou.

A meta foi alcançada após terem sido terminados os “trabalhos de elevação e montagem da última peça pré-fabricada do viaduto da Linha Seac Pai Van do Metro Ligeiro”. “Com a conclusão dos trabalhos de elevação e montagem da última peça pré-fabricada do viaduto da Linha Seac Pai Van do Metro Ligeiro realizada na semana passada, foi igualmente concluída com sucesso a meta obrigatória relativa à estrutura do viaduto”, foi divulgado. “Actualmente, regista-se a conclusão da obra em de cerca de 67”, foi acrescentado.

Na nova etapa das obras, os trabalhos vão passar pela “instalação de parapeitos” e “organização dos trabalhos do sistema e material circulante”. De acordo com o calendário, espera-se que entrada em funcionamento desta linha aconteça no próximo ano.

Apoio da população

A Linha do Metro Ligeiro de Seac Pai Vai vai ter duas estações, uma no Hospital das Ilhas e outra perto das habitações sociais de Seac Pai Van. As obras começaram em 2021, e estão a cargo da empresa estatal China Road and Bridge Corporation, responsável por outros projectos como a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Desde o início das obras, em Setembro de 2021, fora instaladas 321 estacas perfuradas, 70 pilares com alturas compreendidas entre 10 e 12 metros, e a estrutura do viaduto, composta por mais de 750 peças pré-fabricadas.

No comunicado divulgado ontem, a DSPO agradeceu também à população devido à compreensão perante as obras.
“A conclusão dos trabalhos com sucesso e num curto período de tempo deveu-se à plena cooperação dos moradores no período de execução dos trabalhos, pelo que se expressa os sinceros agradecimentos aos moradores pela sua paciência”, foi escrito como uma forma de agradecimento.

12 Abr 2023

Coutinho pede esclarecimentos sobre transparência no sector financeiro

O deputado José Pereira Coutinho quer saber como a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) assegura a transparência sobre a informação dos bancos, instituições de seguros e instituições cambiais no território. O pedido de informações faz parte de uma interpelação divulgada ontem pelo legislador ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).

De acordo com Pereira Coutinho, a crise financeira que afectou bancos nos Estados Unidos e na Europa, com a falência de instituições como Silicon Valley Bank ou Credit Suisse, deve ser uma preocupação para as autoridades que precisam de supervisionar as instituições locais.

No entanto, e apesar de vigorarem princípios de transparência no território, José Pereira Coutinho considera que na prática o cenário é diferente. Em causa estão queixas recebidas de cidadãos sobre a espera na compra de moeda estrangeira. “O nosso Gabinete de Atendimento aos Cidadãos tem recebido algumas queixas dos cidadãos, relacionadas com o atraso considerável que pode atingir uma semana, no processo de aquisição de divisas estrangeiras em moeda, tais como euros e dólares americanos”, revelou Coutinho.

Segundo o deputado, as instituições recusam ainda dar “qualquer explicação para o tempo anormal de demora”, um mau exemplo sobre o que também poderá acontecer ao nível da venda de produtos de risco.

Contra contágio externo

Por isso, o legislador quer saber como a AMCM pode assegurar a transparência das instituições financeiras e a protecção dos clientes. “Que medidas concretas estão a ser adoptadas para que a supervisão comportamental tenha como principal objectivo garantir a transparência de informação, prestada pelas entidades supervisionadas, aos seus clientes, na comercialização de produtos e serviços bancários?”, questiona.

Além disso, questiona também os procedimentos adoptados para garantir que as instituições bancárias locais estão a salvo de contágio do exterior e como é feita a avaliação sobre a execução desses procedimentos.

12 Abr 2023

Migração | Quadros qualificados do turismo sem vontade de ficar

Um estudo elaborado por académicos do Reino Unido e Hong Kong concluiu que os imigrantes do Interior da China que trabalham em Macau no ramo do turismo têm menos intenção de se fixar no território, face a profissionais de outros sectores

 

Os quadros qualificados do Interior que trabalham no turismo em Macau têm menos intenções de se fixar no território do que os trabalhadores qualificados de outras áreas profissionais. A conclusão faz parte do estudo publicado na revista científica britânica Cities, com o título The Challenge of Retaining Highly Educated Migrants in Tourism Destinations: Case Comparison of Macau and Hong Kong.

Elaborada pelos académicos Chang Yun-Tzu e Eric Fong, das Universidade de Londres e Universidade de Hong Kong, respectivamente, a investigação teve por fim analisar as motivações dos trabalhadores chineses com mais qualificações em relação à vontade de passarem a residir nas regiões administrativas especiais.

Segundo o estudo, os profissionais do Interior têm mais intenções de se fixar em Macau do que na região vizinha. No entanto, dentro do panorama local, os trabalhadores da área do turismo são aqueles com menos vontade de ficar em Macau a longo prazo.

Uma das possíveis explicações avançada pelos investigadores passa pela falta de alternativas para os quadros qualificados a nível do emprego.

Com a economia de Macau muito focada no turismo, tornar-se difícil para os trabalhadores encontrarem um emprego alternativo noutra área. “Os migrantes altamente qualificados que trabalham na indústria do turismo em Macau enfrentam mais desafios do que os seus congéneres em Hong Kong para obter um trabalho alternativo, numa indústria que não esteja ligada ao turismo”, é justificado. “Por isso, têm maiores probabilidades de deixar a cidade”, é acrescentado.

O facto da exclusão

Uma hipótese abordada na investigação para determinar a vontade de fixação foi o sentimento de exclusão por parte dos quadros qualificados no local de trabalho.

Segundo os académicos, a maior parte dos inquiridos, nas duas regiões, tende a considerar não ser excluída dentro das respectivas empresas. Porém, nos casos em que os quadros qualificados se sentem excluídos verificou-se uma menor vontade de residir nos territórios.

Em relação ao sentimento de exclusão, no caso de Hong Kong foi concluído que os trabalhadores do Interior se sentem mais excluídos quando os locais comunicam em cantonês do que quando o fazem em inglês. Quanto a Macau, os quadros qualificados não associaram a utilização de qualquer linguagem a sentimentos de discriminação.

Na investigação foi ainda traçado um perfil dos quadros qualificados nas duas regiões administrativas especiais. Em relação a Macau os inquiridos tinham uma média de permanência no território de cerca de sete anos, e tinham como qualificações o grau de licenciado. No caso de Hong Kong, a permanência era de cinco anos, e os quadros qualificados tinham maioritariamente o grau de mestre.

12 Abr 2023

Excursões | Turistas trancados durante duas horas em joalharia

Após a divulgação do caso num portal do Interior, a agência de viagens negou qualquer ilegalidade e afirmou ter apenas cumprido o contrato. Os Serviços de Turismo estão a averiguar o que dizem ser “rumores”

 

Um grupo de excursionistas do Interior ficou trancado durante duas horas numa joalharia em Macau, sem poder sair e contra a vontade de muitos dos turistas. A notícia foi revelada no sábado, pelo portal Jiupai, que pertence ao grupo do Diário Changjian, com sede em Hubei, no Interior da China.

Segundo o relato apresentado, os visitantes pagaram 2.880 renminbis por uma excursão que incluía paragens em Hong Kong, Macau, Guangzhou, Shenzhen e Zhuhai. No entanto, quando chegaram à RAEM foram levados para uma loja de venda de ouro, onde ficaram trancados, sem possibilidades de sair. A situação causou grande desagrado, até pela falta de condições do espaço.

“Disseram-nos que não éramos obrigados a comprar nada, mas que também não podíamos sair. Só que a loja era muito pequena e não nos deixaram sair”, afirmou a turista com o apelido Bian, ao portal Jiupai. “Também o guia só nos levou a esta loja de jóias, e não a outras, onde também devíamos ir. A situação fez com que algumas pessoas mais velhas ficassem muito ansiosas e zangadas com toda a situação”, acrescentou.

Bian revelou igualmente que comprou dois colares na loja, no valor de 3 mil renminbis. Porém, nem depois das compras teve autorização para sair do estabelecimento.

O portal Jiupai contactou a agência de viagens responsável pela excursão, cuja identidade não foi revelada, que se defendeu ao afirmar que apenas cumpriu o contrato assinado pelos excursionistas. “Também temos de dar hipótese aos vendedores de fazerem negócio”, foi justificado.

A empresa terá igualmente clarificado que levou os turistas a mais locais no território, com a visita a, pelo menos, mais uma loja. Além disso, argumentou que com a venda da excursão era apresentado um contrato, onde constava que seriam passadas duas horas dentro de uma loja. A excursionista de apelido Bian admitiu não ter visto esta informação explicada de forma clara na altura de assinatura do contrato.

Defender a imagem

Após a divulgação do caso no Interior da China, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e o Conselho de Consumidores (CC) admitiram ter instaurado um processo de averiguação sobre o sucedido, embora sem conclusões.

“Relativamente a rumores recentes de que algumas excursões foram obrigadas a fazer compras, a DST e o CC deslocaram-se de imediato aos locais de venda envolvidos para se inteirarem da situação e procederem a inspecções.

A DST e o CC estão a acompanhar de perto a situação e vão tomar medidas para proteger os direitos e interesses dos visitantes”, foi escrito. “Ao mesmo tempo, manter-se-á uma comunicação estreita com a indústria turística, a fim de assegurar a realização ordenada das actividades de compras das excursões e criar um ambiente saudável para o turismo”, foi acrescentado.

Além disso, foi ainda destacado que “os serviços interdepartamentais continuam a inspeccionar os locais onde as agências de viagens organizam compras para grupos de excursionistas do Interior da China, a fim de fiscalizar o funcionamento dos estabelecimentos”.

11 Abr 2023

Turismo | Ella Lei alerta para impacto negativo de práticas ilegais

A recuperação do turismo ameaça trazer consigo episódios de outros tempos, como as excursões de baixo custo com compras forçadas. A deputada pede que se tomem medidas para salvaguardar a imagem do território

 

Ella Lei pede ao Governo que tome medidas para proteger o turismo, de forma a evitar práticas como as excursões com compras forçadas ou a existência guias turísticos ilegais. A posição foi tomada através de uma interpelação escrita, divulgada ontem, depois de na semana passada (ver página 6) um grupo de excursionistas ter sido forçado a ficar duas horas numa loja.

“Devido às promoções com preços demasiado baratos, algumas excursões com custo muito baixo apresentam problemas com os custos das refeições, transportes, organização dos roteiros ou compras forçadas”, relatou Ella Lei.

“Todas estas práticas afectam negativamente a imagem de Macau como uma cidade de turismo, prejudicam os turistas e até a vida diária dos residentes”, considerou.

Para combater o fenómeno, a deputada sugere que o Executivo entre em contacto com os agentes do sector e coordene com as regiões do Interior, onde as excursões são organizadas.

“As autoridades devem acompanhar de forma séria as queixas. Também devem reforçar a supervisão e a implementação das leis, e discutir com o sector sobre as melhores formas de evitar este tipo de práticas, que devem ser combatidas logo na fonte, inclusive em cooperação com as regiões vizinhas”, apontou Ella Lei. “É necessário proteger o turismo contra este tipo de comportamento ilegal ou irregular”, destacou.

Pedido generalizado

A posição da deputada está em sintonia com a tomada pela Associação de Indústria Turística de Macau que condenou o incidente em que uma excursão foi obrigada a permanecer numa joalharia, numa táctica ilegal de compras forçadas, alertando para o impacto no turismo local.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Andy Wu, presidente da associação, reconheceu que a recuperação do turismo levou ao aumento de ilegalidades.

Além do caso dos turistas forçados a ficarem duas horas trancados numa loja, Wu indicou que existem suspeitas de que algumas excursões estão a ser utilizadas para o contrabando de bens entre o Interior e Macau.

O presidente da associação apelou às autoridades para combaterem activamente estas ilegalidades, porque apesar da maior parte da indústria actuar legalmente, este tipo de casos podem manchar o nome de todos.
Andy Wu frisou ainda que os agentes de turismo estão disponíveis para colaborar com as autoridades, para garantir o cumprimento da lei e que os turistas ficam com boa imagem do território.

11 Abr 2023

Economia | Ella Lei alerta para fenómeno de inflação escondida

Com os rendimentos desgastados por três anos de economia parada ou a meio-gás, e com os combustíveis e a alimentação a ficarem mais caros, a deputada pede ao Governo políticas para fazer face à quebra do poder de compra das famílias

 

Ella Lei está preocupada com o impacto da inflação escondida, principalmente em bens como os combustíveis e o preço das refeições fora de casa. O aviso foi deixado em declarações ao Jornal do Cidadão.

De acordo com a deputada, o aumento dos preços enfrentado pelas famílias não está reflectido no índice de preços ao consumidor, que serve para medir a inflação. A legisladora indica que alguns bens consumidos com menor frequência ficaram mais baratos, enquanto os mais consumidos estão muito mais caros. Como o índice é uma média, a inflação é apresentada como a subir ligeiramente. No entanto, na realidade, como os bens mais consumidos estão muito mais caros, as famílias estão efectivamente a perder poder de compra. Ao mesmo tempo, com os bens mais baratos a serem pouco consumidos, as famílias acabam por nem sentir essa subida de preço.

A deputada dá os exemplos do preço dos combustíveis e dos custos das refeições fora de casa. “Apesar do Governos nos indicar que os preços estão estáveis, temos de analisar com maior detalhe os dados para percebemos que recentemente ficaram mais caros. Os preços são mais altos do que antes da pandemia”, justifica. “Os preços dos combustíveis, de comer fora e até dos juros pagos aos bancos ficaram todos mais altos. Tudo faz com que haja uma maior pressão sobre os agregados familiares”, alertou.

Acção, precisa-se

Ao Jornal do Cidadão, Ella Lei indicou também que o aumento do custo de vida chega numa altura em que os rendimentos dos residentes estão muito desgastados.

Após três anos com danos auto-infligidos na economia, face à política de zero casos, a legisladora indica que os rendimentos sofreram um corte significativo, que o desemprego é muito maior e que a vida ficou muito mais difícil. “Em indústrias que empregam um grande número de pessoas, como a venda por grosso e retalho, a hotelaria, a restauração e a construção civil a mediana dos salários é agora mais baixa em cerca de 2 mil patacas”, frisou.

Neste cenário de tempestade perfeita, Ella Lei apela ao Governo a manter-se atento aos preços, à luz da lei de protecção do consumidor, para evitar abusos, que garante um mercado de trabalho saudável e que incentive o aumento dos salários. Além disso, Ella Lei espera que seja estudado o lançamento de mais uma ronda do cartão de consumo, através do qual o Governo distribui dinheiro aos residentes para fazerem compras no território.

5 Abr 2023

Portugal | Frederico Ma quer mais cooperação nas energias renováveis

O presidente da Associação Comercial de Macau faz parte da comitiva com cerca de 40 empresários que vai acompanhar Ho Iat Seng na viagem a Portugal e que vai acontecer entre 18 e 22 de Abril

 

O presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma Chi Ngai, espera que a visita de Ho Iat Seng a Portugal resulte num aprofundamento das relações comerciais, principalmente em áreas como as energias renováveis e tecnologia de ponta. As declarações foram prestadas à Rádio Macau, pelo também empresário que vai integrar a comitiva liderada pelo Chefe do Executivo.

“A Associação Comercial de Macau vai assinar novos acordo de cooperação com a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa. Isto significa que no futuro, nas visitas a Portugal ou a Macau haverá mais cooperação e melhores arranjos”, revelou. “Queremos reforçar a cooperação e a promoção entre Portugal e Macau em áreas como o comércio de alimentação, energias renováveis, solares e eólica, alta tecnologia e projectos de empreendedorismo juvenil”, acrescentou.

Frederico Ma considerou ainda a necessidade de haver maior ligação entre as duas partes, Portugal e Macau, e espera que a visita possa servir para implementar um novo sistema de comunicação.

“Sobre os resultados e efeitos da promoção e da cooperação nas diferentes áreas, penso ser necessário uma maior troca de opiniões entre as partes no futuro, por isso, o principal objectivo da visita, desta vez, é o estabelecimento de um mecanismo de comunicação melhor”, justificou. Com a comunicação aperfeiçoada, o empresário acredita ser. possível “assegurar as relações entre os dois lugares.”

Convite ao Interior

Já no âmbito da plataforma que Macau pretende assumir entre o Interior e os países de Língua Portuguesa, o presidente da Associação Comercial considerou haver espaço para uma maior aposta, principalmente por parte das empresas do outro lado da fronteira.

“Esperamos ainda que as empresas do Interior da China possam utilizar mais os serviços das empresas multinacionais de Macau, como a prestação de serviços financeiros e jurídicos”, desejou. “Penso que a actual taxa de utilização dessas plataformas de Macau não é utilizada, por isso queremos reforçar a promoção destes serviços do território nesta visita”, frisou.

O Chefe do Executivo vai deslocar-se a Portugal entre 18 e 22 de Abril e tem encontros agendados com Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, e António Costa, primeiro-ministro, de acordo com a Rádio Macau. Com Ho Iat Seng, vai viajar o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, e uma comitiva de Macau que deve incluir cerca de 40 empresários.

5 Abr 2023

Bolsa | Venda de acções do Grupo Jiayuan International suspensa

A imobiliária de Jiangsu, que fez a transacção mais cara de sempre de um terreno em Macau, falhou a data de apresentação dos resultados financeiros. No ano passado, a empresa foi alvo de dois pedidos de penhora em Hong Kong

 

As acções do Grupo Jiayuan International na Bolsa de Hong Kong estão suspensas desde ontem, depois de ter sido falhada a data para a apresentação dos resultados financeiros. A empresa que é responsável pela construção do projecto Ocean Hill, na Avenida Dr. Sun Yat-Sen na Taipa prometeu apresentar os resultados até 30 de Abril.

Em comunicado, a empresa explicou o atraso nos resultados financeiros com três motivos, entre os quais a falta de mão-de-obra. “As recentes demissões de certos empregados-chave, em particular, os que integravam unidade de contabilidade levou à falta de mão-de-obra, que impediu que fosse possível preparar os resultados consolidados do grupo para o ano financeiro que terminou a 31 de Dezembro de 2022”, é justificado.

O Grupo Jiayuan International indica ainda que a direcção esteve demasiado ocupada “a lidar com os pedidos de penhora dos bens da empresa” e ainda “a negociar com credores nacionais e estrangeiros” de forma a “criar um plano satisfatório da restruturação das dívidas” do grupo.

Por último, o atraso é igualmente explicado com a mudança de auditor da Jiayuan Services Holding Limited, uma subsidiária do grupo, que opera em Hong Kong e tem sede nas Ilhas Caimão.

Quase lixo

As dificuldades do Grupo Jiayuan International acompanham a tendência das construtoras do Interior, depois da grave crise financeira que começou a afectar o sector no ano de 2020.

Nesse ano o Governo Central começou a impor limites ao endividamento destas empresas, o que contribuiu para que várias atravessassem grandes dificuldades, como aconteceu com a Evergrande, Grupo Kaisa, Fantasia Holdings, ou Sinic Holdings.

A Jiayuan International não foi excepção, e desde o Verão de 2022 que é avaliada pela agência Moody’s como “lixo”, no nível “Ca”, o segundo mais baixo de toda a escala. A agência de notação financeira tomou a decisão depois de a Jiayuan International ter decidido suspender o pagamento de juros aos investidores internacionais que subscreverem os empréstimos obrigacionistas do grupo.

A classificação de “Ca” significa que a empresa é tida como “altamente especulativa com a probabilidade de estar próxima ou em falência”. Segundo esta classificação, os investidores “têm alguma possibilidade de recuperar parte dos empréstimos e dos juros”.

4 Abr 2023

Saúde Mental | Chan Iek Lap pede atenção para situação dos jovens

O deputado e médico chama a atenção do Governo para a falta de estudos sobre a condição psicológica dos adolescentes e pede maior intervenção das autoridades e reforço da aposta na saúde mental

 

O deputado Chan Iek Lap considera que é necessário prestar maior atenção aos “problemas emocionais” dos jovens. O alerta foi deixado através de uma interpelação escrita, em que o médico espera que se façam mais estudos e se reforce o acompanhamento dos mais novos, principalmente dos adolescentes.

Segundo as explicações de Chan Iek Lap, os adolescentes com “problemas emocionais” acabam por ser afectados a dois níveis: o psicológico e o físico.

Em relação aos efeitos psicológicos, o médico indica o desenvolvimento de crises de ansiedade, ataques de pânico, irritação constante, falta de paciência, ataques de nervosismo, e dificuldades em dormir como alguns dos sintomas revelados pelos mais novos.

Quanto aos aspectos físicos, Chan alerta para situações de “aceleração do ritmo cardíaco”, tonturas, dificuldades respiratórias, dores no peito, dores de cabeça ou tremores nas mãos e nos pés.

Apesar destes problemas, Chan Iek Lap mostra-se surpreendido porque considera que há poucos estudos no território sobre a condição dos adolescentes, e quer saber se o Governo planeia para dar um maior acompanhamento à situação dos jovens.

“No portal do Instituto de Acção Social encontramos o ‘Sumário do Relatório do Estudo: Actualidade e Tendência dos Jovens na Região Administrativa Especial de Macau de 2019’, mas, desde então não houve mais nenhum estudo”, justifica o deputado. “Será que o Governo vai fazer mais estudos para identificar quais são as tendências entre os mais jovens?”, pergunta.

Meter mãos à obra

Nos últimos anos, principalmente com a política de zero casos de covid-19, verificou-se um aumento do número de suicídios no território, inclusive com casos de adolescentes. Este aspecto não é referido por Chan Iek Lap. Contudo, apela ao Governo para que estude melhor a condição dos jovens.

“Será que o Governo vai ponderar lançar um estudo compreensivo sobre a saúde mental e os problemas emocionais dos jovens em Macau, para adquirir um conhecimento sobre a situação e poder implementar os planos necessários?”, questiona.

Por outro lado, o deputado também considera que a identificação dos casos de jovens com problemas nem sempre é fácil, porque estes tendem a esconder as situações. Por isso, o médico quer saber se a Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) tem planos para formar os professores.

“Até que ponto o Governo é eficaz a prestar formação aos professores que permita identificar muito cedo os jovens que merecem atenção?”, interrogou.

4 Abr 2023