Tuberculose | Autoridades querem TNR a serem testados

Os trabalhadores e alunos não-residentes são uma das principais preocupações para as autoridades de saúde no combate à tuberculose. O Interior da China é o principal local de origem destes grupos

 

O Governo quer reforçar a testagem à tuberculose de trabalhadores e estudantes não-residentes, grupos considerados de risco. A intenção foi anunciada no sábado, um dia antes de se assinalar o Dia Mundial da Tuberculose, uma doença que pode ser mortal.

De acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde, a estratégia local de combate à doença vai ter três eixos principais: as pessoas com alto risco de contrair tuberculose, os lares de idosos e os trabalhadores e estudantes não-residentes.

O facto de os trabalhadores e os estudantes não-residentes estarem integrados nos grupos considerados prioritários não teve uma justificação oficial. Em Macau, os trabalhadores e alunos não-residentes são na grande maioria provenientes do Interior. Em Janeiro, representavam mais de dois em cada três trabalhadores.

Segundo as autoridades, vai haver um maior contacto com os empregadores locais, no âmbito de promoverem a realização frequente de exames por parte destes trabalhadores.

No entanto, o principal foco da campanha são os chamados “grupos de alto risco”, indicados como os “indivíduos com idade superior a 65 anos, doentes diabéticos, doentes sujeitos ao tratamento imunossupressor, doentes com SIDA, doentes com silicose, reclusos”, entre outros.

O segundo grupo são os idosos e centros de reabilitação, em que vão ser feitos exames regulares de radiografia do tórax, a cada dois anos, assim como exames a eventuais sintomas.

Mais de 300 casos

De acordo com os números oficiais, no ano passado foram registados 316 novos casos de tuberculose com cerca de metade a serem diagnosticados em pessoas com 65 ou mais anos.

A taxa de incidência da tuberculose tem vindo a ser reduzida de forma significativa em Macau. Em 1998 a incidência era de 109,1 casos por 100 mil habitantes. Já no ano passado, foi de 46,2 casos por 100 mil habitantes. O número representa uma descida de 57,7 por cento.

A incidência não deixa, no entanto, de ser elevada. Em comparação, em 2022, segundo os dados mais recentes, Portugal teve 10 casos por 100 mil habitantes. À semelhança de Macau, Portugal também tem vindo a reduzir os casos ao longo dos anos, mas teima em ser um dos poucos países da Europa Ocidental que não consegue reduzir o número de incidência para um registo inferior a 10 casos por 100 mil habitantes. Nesse ano, Portugal teve 92 casos de morte devido a tuberculose, um dado que não foi divulgado pelos SS.

Segundo os SS, a tuberculose é uma doença transmissível causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Mais de 90 por cento dos doentes apresentam sintomas nos pulmões, mas também pode alastrar-se a outras partes do corpo, como ossos e intestinos. A tuberculose transmite-se através da inalação de gotículas, expelidas por doentes, quando tossem, cospem, espirram ou falam em voz alta.

A detecção precoce permite o tratamento e não só pode elevar a taxa de cura, controlar eficazmente a doença e reduzir a ocorrência de complicações, como também desempenha um papel importante na manutenção da saúde pública comunitária.

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