Património Cultural | Marreiros e Tommy Lau saem ao fim de seis anos

A secretária Ao Ieong U nomeou seis membros novos para o Conselho do Património Cultural, numa situação encarada como “normal”. Entre as novas caras do conselho destaca-se o deputado e engenheiro civil Wu Chou Kit

 

[dropcap]O[/dropcap] arquitecto Carlos Marreiros e o engenheiro civil e ex-deputado Tommy Lau fazem parte do grupo de seis membros que vão deixar o Conselho do Património Cultural. O mandato destes dois membros terminava a 5 de Março deste ano, mas os nomes não constam da lista com os mandatos renovados.

Segundo o despacho publicado ontem, e assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, Carlos Marreiros e Tommy Lau ficam fora do conselho lista, assim como Francisco Ho Ka Lon, Lei Ip Fei, Lam Fat Iam, e Cheang Kok Keong. Todos estes membros estavam no organismo desde a data da criação, em 2014.

Por sua vez, o bispo Stephen Lee, Li Jiazeng, Lee Hay Up, Ip Tat, Leong Chong In e Choi Tin Tin viram os mandatos renovados. Este último membro tinha sido nomeada em 2018, na altura para ocupar o lugar de António Conceição Júnior.

No sentido contrário, foram nomeados para mandatos de três anos o deputado e engenheiro civil Wu Chou Kit, Lam Iek Chit, Ferreira Manuel Iok Pui, Mok Chi Wai, Tam Chi Keong e Jiang Chun.

Em relação às alterações, o Gabinete da Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura respondeu ao HM que se trata de “uma mudança normal”.

Dar o melhor

Por sua vez, Tommy Lau não confirmou, para já, a saída, mas garantiu que vai estar presente na próxima reunião de sexta-feira do Conselho do Património Cultural, para a qual foi convocado. “Por agora, ainda faço parte do conselho. No entanto, não sei se vou cumprir um terceiro mandato, não me recordo muito bem quando termina o actual. Mas vou estar na reunião de sexta-feira”, afirmou.

Por outro lado, admitiu a possibilidade de ficar de fora. “Ainda na altura de Chui Sai On, enquanto Chefe do Executivo, tentou-se implementar uma regra, que não está escrita, para que as pessoas não cumpram mais do que dois mandatos consecutivos num conselho. Eu já estou no conselho desde o início, por isso este cenário da saída pode confirmar-se”, revelou.

Por outro lado, Tommy Lau fez ainda um balanço dos dois mandatos no conselho, que começaram em 2014. “Dei sempre o meu melhor para encontrar um equilíbrio entre a preservação do património e o desenvolvimento do território. Foi com esse objectivo que participei nas reuniões”, considerou.

O HM tentou também entrar em contacto com o arquitecto Carlos Marreiros. No entanto, tal não foi possível até à hora de fecho da edição.

27 Fev 2020

Património Cultural | Marreiros e Tommy Lau saem ao fim de seis anos

A secretária Ao Ieong U nomeou seis membros novos para o Conselho do Património Cultural, numa situação encarada como “normal”. Entre as novas caras do conselho destaca-se o deputado e engenheiro civil Wu Chou Kit

 
[dropcap]O[/dropcap] arquitecto Carlos Marreiros e o engenheiro civil e ex-deputado Tommy Lau fazem parte do grupo de seis membros que vão deixar o Conselho do Património Cultural. O mandato destes dois membros terminava a 5 de Março deste ano, mas os nomes não constam da lista com os mandatos renovados.
Segundo o despacho publicado ontem, e assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, Carlos Marreiros e Tommy Lau ficam fora do conselho lista, assim como Francisco Ho Ka Lon, Lei Ip Fei, Lam Fat Iam, e Cheang Kok Keong. Todos estes membros estavam no organismo desde a data da criação, em 2014.
Por sua vez, o bispo Stephen Lee, Li Jiazeng, Lee Hay Up, Ip Tat, Leong Chong In e Choi Tin Tin viram os mandatos renovados. Este último membro tinha sido nomeada em 2018, na altura para ocupar o lugar de António Conceição Júnior.
No sentido contrário, foram nomeados para mandatos de três anos o deputado e engenheiro civil Wu Chou Kit, Lam Iek Chit, Ferreira Manuel Iok Pui, Mok Chi Wai, Tam Chi Keong e Jiang Chun.
Em relação às alterações, o Gabinete da Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura respondeu ao HM que se trata de “uma mudança normal”.

Dar o melhor

Por sua vez, Tommy Lau não confirmou, para já, a saída, mas garantiu que vai estar presente na próxima reunião de sexta-feira do Conselho do Património Cultural, para a qual foi convocado. “Por agora, ainda faço parte do conselho. No entanto, não sei se vou cumprir um terceiro mandato, não me recordo muito bem quando termina o actual. Mas vou estar na reunião de sexta-feira”, afirmou.
Por outro lado, admitiu a possibilidade de ficar de fora. “Ainda na altura de Chui Sai On, enquanto Chefe do Executivo, tentou-se implementar uma regra, que não está escrita, para que as pessoas não cumpram mais do que dois mandatos consecutivos num conselho. Eu já estou no conselho desde o início, por isso este cenário da saída pode confirmar-se”, revelou.
Por outro lado, Tommy Lau fez ainda um balanço dos dois mandatos no conselho, que começaram em 2014. “Dei sempre o meu melhor para encontrar um equilíbrio entre a preservação do património e o desenvolvimento do território. Foi com esse objectivo que participei nas reuniões”, considerou.
O HM tentou também entrar em contacto com o arquitecto Carlos Marreiros. No entanto, tal não foi possível até à hora de fecho da edição.

27 Fev 2020

Quarentena | Da Coreia do Sul directamente para casa

[dropcap]O[/dropcap]s residentes de Macau que tiverem estado na Coreia do Sul nos últimos 14 dias vão poder fazer a quarentena em casa, embora fiquem igualmente obrigados ao cumprimento de várias condições. A medida foi revelada ontem na conferência diária por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença.

Segundo a explicação, os residentes têm de assinar um compromisso por escrito, não podem partilhar o quarto nem a cama com familiares e vão receber chamadas frequentes das autoridades. Neste momento não está igualmente afastada a possibilidade de serem visitados nas suas casas por agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).

Os residentes que estiverem isolados em casa e não cumprirem as condições exigidas ficam ainda sujeitos a ser responsabilizados criminalmente.

Já no que diz respeito aos turistas e trabalhadores não-residentes, são obrigados a irem para o hotel Pousada Marina Infante, definido pelo Executivo para isolamentos, e pagarem 5.600 patacas pelos 14 dias.

Por último, o Governo apelou a todos os residentes de Macau que estejam na Coreia do Sul e que pretendam regressar através de Hong Kong que contactem o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT). Caso contrário, avisou Inês Chan, ficam sujeitos a não poderem embarcar no avião.

Ainda sobre os residentes de Macau na Coreia do Sul, até ontem tinham sido recebidos 12 pedidos de ajuda por parte do Governo da RAEM.

Finalmente, o Executivo foi questionado sobre a hipótese de colocar Itália na lista de lugares com “alto risco de incidência” das infecções por Covid-19, mas a medida é vista como pouco prática, uma vez que na União Europeia vigora a livre circulação de pessoas, o que faz com que pessoas que tenham estado em Itália possam contornar a quarentena, caso venham de um outro país.

27 Fev 2020

Quarentena | Da Coreia do Sul directamente para casa

[dropcap]O[/dropcap]s residentes de Macau que tiverem estado na Coreia do Sul nos últimos 14 dias vão poder fazer a quarentena em casa, embora fiquem igualmente obrigados ao cumprimento de várias condições. A medida foi revelada ontem na conferência diária por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença.
Segundo a explicação, os residentes têm de assinar um compromisso por escrito, não podem partilhar o quarto nem a cama com familiares e vão receber chamadas frequentes das autoridades. Neste momento não está igualmente afastada a possibilidade de serem visitados nas suas casas por agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).
Os residentes que estiverem isolados em casa e não cumprirem as condições exigidas ficam ainda sujeitos a ser responsabilizados criminalmente.
Já no que diz respeito aos turistas e trabalhadores não-residentes, são obrigados a irem para o hotel Pousada Marina Infante, definido pelo Executivo para isolamentos, e pagarem 5.600 patacas pelos 14 dias.
Por último, o Governo apelou a todos os residentes de Macau que estejam na Coreia do Sul e que pretendam regressar através de Hong Kong que contactem o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT). Caso contrário, avisou Inês Chan, ficam sujeitos a não poderem embarcar no avião.
Ainda sobre os residentes de Macau na Coreia do Sul, até ontem tinham sido recebidos 12 pedidos de ajuda por parte do Governo da RAEM.
Finalmente, o Executivo foi questionado sobre a hipótese de colocar Itália na lista de lugares com “alto risco de incidência” das infecções por Covid-19, mas a medida é vista como pouco prática, uma vez que na União Europeia vigora a livre circulação de pessoas, o que faz com que pessoas que tenham estado em Itália possam contornar a quarentena, caso venham de um outro país.

27 Fev 2020

Hubei | Governo diz que residentes mudam de opinião “todos os dias”

Macau pede mais tempo para retirar os 148 locais retidos na província de Hubei e admite que não tem uma equipa de resgate que reúna as condições de segurança para ir num avião fretado

 

[dropcap]O[/dropcap]s residentes retidos em Hubei não sabem o que querem e estão sempre a mudar de opinião sobre se pretendem regressar ou ficar na província que tem como capital Wuhan. O cenário foi traçado, ontem, por Inês Chan, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção de Serviços de Turismo (DST), que acusou ainda os retidos de omitirem informações sobre a situação em que se encontram.

Na conferência diária de ontem sobre a epidemia do Covid-19, o Governo voltou a ser questionado sobre o que está a ser feito para resgatar os cerca de 148 residentes que se encontram na província de Hubei.

No entanto, os planos estão por ultimar, o Executivo pede mais tempo, e Inês Chan responsabilizou os residentes por estarem sempre a mudar de opinião. “Os residentes têm de pensar muito bem o que querem. Hoje pensam que é melhor voltar, mas amanhã pensam que é melhor ficar. Mudam de opinião todos os dias”, afirmou Inês Chan.

Sobre este aspecto, a representante da DST deu o exemplo de cinco residentes, que se dividem em duas famílias, que pediram ajuda para serem resgatados ao Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT). No entanto, acabaram por abandonar a província, ontem, através dos meios das empresas em que trabalham e que ficam no Interior.

Por outro lado, o Governo afirmou não saber ainda como lidar com famílias em que apenas os filhos são residentes ou em que um dos membros do casal não tem o bilhete de identidade de residente. “Temos um caso em que só os bebés é que são residentes de Macau. Os pais não são. Que medida devemos adoptar? E para a grávida que tem um marido que não é residente de Macau? Qual é a solução?”, exemplificou a responsável da DST sobre as diferentes situações.

Sobre este aspecto, o Governo pediu mais tempo, e garante que as diferentes províncias e municípios do Interior da China pelas quais estão espalhados os 148 residentes dão todo o apoio, mas que é preciso tratar de muitos detalhes e assegurar todas as condições de segurança.

Ainda em relação à segurança, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilâncias da Doença, admitiu que não existe em Macau uma equipa de salvamento com condições para ir num avião fretado.

Por contar

Inês Chan reagiu ainda à história da mãe de um bebé doente, que em declarações ao jornal Ponto Final afirmou estar retida numa aldeia de Hubei, onde não há médicos disponíveis.

Segundo a história da residente, que terá sido pressionada posteriormente para não prestar mais declarações, o filho de seis meses tem uma infecção na boca, manchas pelo corpo e febre alta. Todavia, não existe nenhum médico para tratar da situação.

No entanto, Inês Chan negou este cenário, com base na informação prestada pelo Gabinete de Ligação. De acordo com a responsável, o bebé foi levado a um hospital, onde o pai ou a mãe terão recusado que ficasse internado. Inês Chan não comentou os motivos que terão levado à recusa, e admitiu não saber se a decisão terá partido do pai ou da mãe do bebé.

Contudo, depois de várias questões sobre o assunto, alertou os presentes para que os residentes de Macau em Hubei só contam um pouco da realidade. “Cada pessoa tem a sua liberdade e muitas vezes, por questões de privacidade, só contam um pouco da sua história”, atirou.

27 Fev 2020

Hubei | Governo diz que residentes mudam de opinião “todos os dias”

Macau pede mais tempo para retirar os 148 locais retidos na província de Hubei e admite que não tem uma equipa de resgate que reúna as condições de segurança para ir num avião fretado

 
[dropcap]O[/dropcap]s residentes retidos em Hubei não sabem o que querem e estão sempre a mudar de opinião sobre se pretendem regressar ou ficar na província que tem como capital Wuhan. O cenário foi traçado, ontem, por Inês Chan, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção de Serviços de Turismo (DST), que acusou ainda os retidos de omitirem informações sobre a situação em que se encontram.
Na conferência diária de ontem sobre a epidemia do Covid-19, o Governo voltou a ser questionado sobre o que está a ser feito para resgatar os cerca de 148 residentes que se encontram na província de Hubei.
No entanto, os planos estão por ultimar, o Executivo pede mais tempo, e Inês Chan responsabilizou os residentes por estarem sempre a mudar de opinião. “Os residentes têm de pensar muito bem o que querem. Hoje pensam que é melhor voltar, mas amanhã pensam que é melhor ficar. Mudam de opinião todos os dias”, afirmou Inês Chan.
Sobre este aspecto, a representante da DST deu o exemplo de cinco residentes, que se dividem em duas famílias, que pediram ajuda para serem resgatados ao Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT). No entanto, acabaram por abandonar a província, ontem, através dos meios das empresas em que trabalham e que ficam no Interior.
Por outro lado, o Governo afirmou não saber ainda como lidar com famílias em que apenas os filhos são residentes ou em que um dos membros do casal não tem o bilhete de identidade de residente. “Temos um caso em que só os bebés é que são residentes de Macau. Os pais não são. Que medida devemos adoptar? E para a grávida que tem um marido que não é residente de Macau? Qual é a solução?”, exemplificou a responsável da DST sobre as diferentes situações.
Sobre este aspecto, o Governo pediu mais tempo, e garante que as diferentes províncias e municípios do Interior da China pelas quais estão espalhados os 148 residentes dão todo o apoio, mas que é preciso tratar de muitos detalhes e assegurar todas as condições de segurança.
Ainda em relação à segurança, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilâncias da Doença, admitiu que não existe em Macau uma equipa de salvamento com condições para ir num avião fretado.

Por contar

Inês Chan reagiu ainda à história da mãe de um bebé doente, que em declarações ao jornal Ponto Final afirmou estar retida numa aldeia de Hubei, onde não há médicos disponíveis.
Segundo a história da residente, que terá sido pressionada posteriormente para não prestar mais declarações, o filho de seis meses tem uma infecção na boca, manchas pelo corpo e febre alta. Todavia, não existe nenhum médico para tratar da situação.
No entanto, Inês Chan negou este cenário, com base na informação prestada pelo Gabinete de Ligação. De acordo com a responsável, o bebé foi levado a um hospital, onde o pai ou a mãe terão recusado que ficasse internado. Inês Chan não comentou os motivos que terão levado à recusa, e admitiu não saber se a decisão terá partido do pai ou da mãe do bebé.
Contudo, depois de várias questões sobre o assunto, alertou os presentes para que os residentes de Macau em Hubei só contam um pouco da realidade. “Cada pessoa tem a sua liberdade e muitas vezes, por questões de privacidade, só contam um pouco da sua história”, atirou.

27 Fev 2020

PJ | Contratação “secreta” gera dúvidas a deputados

A comissão da Assembleia Legislativa que se encontra a analisar as alterações à Lei da Polícia Judiciária está preocupada com a contratação secreta, por considerar que o texto legal é demasiado vago

 

[dropcap]O[/dropcap]s deputados estão preocupados com a proposta do Executivo que autoriza a contratação de pessoal de forma secreta pela Polícia Judiciária (PJ). Em causa está a formulação “muito vaga” do artigo de alteração à lei em vigor, que os membros da 1.ª Comissão Permanente consideram poder abrir diversas possibilidades.

O cenário foi traçado ontem pelo presidente da comissão, Ho Ion Sang. “Em casos excepcionais a publicação ‘de actos relativos aos trabalhadores da PJ’ pode ser dispensada da publicação no Boletim Oficial. No entanto, a redacção é muito vaga porque apenas refere ‘actos relativos aos trabalhadores da PJ’. Mas, quais são estes actos? Temos de perguntar ao Governo”, apontou o deputado.

Ainda em relação a este assunto, foi frisado que apesar de o artigo ser inspirado na lei do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), há diferenças em termos de clareza. “A redacção deste artigo teve em conta a lei para o CCAC. No entanto, o conteúdo na lei da PJ é muito vago”, indicou. “Estamos preocupados com esta questão […] No nosso ponto de vista, o Governo tem de esclarecer melhor este aspecto”, admitiu.

A dúvida vai ser enviada ao Governo, durante esta semana, para que o assunto possa ser debatido nos futuros encontros entre os representantes do órgão Executivo e Legislativo.

Por esclarecer

Outro assunto que gerou dúvidas nos deputados diz respeito aos crimes “relacionados com informática e cibersegurança” em que a PJ passa a ter competência exclusiva. A proposta não enumera os crimes em particular visados por este artigo, e os legisladores consideram que é necessário ser mais claro. O mesmo acontece nos crimes contra a Segurança de Estado, que a lei também não nomeia. “Vamos pedir ao Governo que nos esclareça algumas dúvidas, nomeadamente quais são os crimes que estão em causa porque esta lei não os especifica”, justificou Ho Ion Sang.

Em cima da mesa de discussão entre os deputados estiveram ainda a interconexão de dados e a posse de arma por parte de ex-agentes. Em relação ao primeiro ponto, os membros da comissão querem perceber como é que a PJ se vai ligar à base de dados da Administração Pública e outras entidades, numa alteração que lhe vai permitir aceder a dados pessoais sem autorização prévia do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Já para que os ex-agentes possam ter acesso a armas de fogo, os deputados querem perceber se serão realizados testes psicológicos regularmente.

26 Fev 2020

PJ | Contratação “secreta” gera dúvidas a deputados

A comissão da Assembleia Legislativa que se encontra a analisar as alterações à Lei da Polícia Judiciária está preocupada com a contratação secreta, por considerar que o texto legal é demasiado vago

 
[dropcap]O[/dropcap]s deputados estão preocupados com a proposta do Executivo que autoriza a contratação de pessoal de forma secreta pela Polícia Judiciária (PJ). Em causa está a formulação “muito vaga” do artigo de alteração à lei em vigor, que os membros da 1.ª Comissão Permanente consideram poder abrir diversas possibilidades.
O cenário foi traçado ontem pelo presidente da comissão, Ho Ion Sang. “Em casos excepcionais a publicação ‘de actos relativos aos trabalhadores da PJ’ pode ser dispensada da publicação no Boletim Oficial. No entanto, a redacção é muito vaga porque apenas refere ‘actos relativos aos trabalhadores da PJ’. Mas, quais são estes actos? Temos de perguntar ao Governo”, apontou o deputado.
Ainda em relação a este assunto, foi frisado que apesar de o artigo ser inspirado na lei do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), há diferenças em termos de clareza. “A redacção deste artigo teve em conta a lei para o CCAC. No entanto, o conteúdo na lei da PJ é muito vago”, indicou. “Estamos preocupados com esta questão […] No nosso ponto de vista, o Governo tem de esclarecer melhor este aspecto”, admitiu.
A dúvida vai ser enviada ao Governo, durante esta semana, para que o assunto possa ser debatido nos futuros encontros entre os representantes do órgão Executivo e Legislativo.

Por esclarecer

Outro assunto que gerou dúvidas nos deputados diz respeito aos crimes “relacionados com informática e cibersegurança” em que a PJ passa a ter competência exclusiva. A proposta não enumera os crimes em particular visados por este artigo, e os legisladores consideram que é necessário ser mais claro. O mesmo acontece nos crimes contra a Segurança de Estado, que a lei também não nomeia. “Vamos pedir ao Governo que nos esclareça algumas dúvidas, nomeadamente quais são os crimes que estão em causa porque esta lei não os especifica”, justificou Ho Ion Sang.
Em cima da mesa de discussão entre os deputados estiveram ainda a interconexão de dados e a posse de arma por parte de ex-agentes. Em relação ao primeiro ponto, os membros da comissão querem perceber como é que a PJ se vai ligar à base de dados da Administração Pública e outras entidades, numa alteração que lhe vai permitir aceder a dados pessoais sem autorização prévia do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Já para que os ex-agentes possam ter acesso a armas de fogo, os deputados querem perceber se serão realizados testes psicológicos regularmente.

26 Fev 2020

Obediências

[dropcap]U[/dropcap]ma investigadora da Universidade de Macau afirmou que o facto de as pessoas serem mais obedientes na RAEM faz com que a resposta ao Covid-19 seja melhor do que em Hong Kong. Primeiro, o elogio: há um académico na UM que não culpa os “brancos” pelas desgraças das RAEs. Pode parecer que não, mas sempre é um ar fresco.

Mas, não compro o argumento. É desligado da realidade. Quantas pessoas correram para as farmácias, supermercados e andaram nas ruas, apesar dos apelos do Governo? Também esta agenda política do “nós obedientes, eles maus” desvaloriza o trabalho do Governo da RAEM. Foram tomadas medidas de antecipação que inspiraram confiança.

Em Hong Kong, as medidas foram sempre tardias. Carrie Lam gere HK como Nero geriu Roma, está a deixar arder. No início da epidemia ficou em Davos. Não conseguiu comprar as máscaras, que ela criminalizou. No meio da paródia, quis impedir os funcionários públicos de utilizarem essas máscaras… Ao mesmo tempo que chegavam infectados de Wuhan por comboio à RAEHK, ela recusava fechar a fronteira. Meteu a política acima da saúde pública. Só tomou as medidas nas fronteiras quando foi forçada por uma greve do pessoal de saúde. Greve essa que foi que um sinal de desespero de quem tinha de tirar a água do porão do Titanic com uma colher de açúcar…

Neste contexto de um Governo totalmente falhado, criticado por “azuis” e “amarelos”, vir falar que a diferença está na “obediência” é só cegueira ideológica.

25 Fev 2020

Multas obrigam residentes a sair de casa

Os dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública mostram que durante as últimas semanas houve mais gente multada por estacionamento ilegal em locais com parquímetros do que nas vias públicas

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar do Governo apelar às pessoas que fiquem em casa, para evitar o contágio do coronavírus Covid-19, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) voltou às ruas e está a multar os veículos estacionados em zonas de parquímetros, para além do tempo pago. Esta situação resultou em várias multas durante o fim-de-semana, como aconteceu na Areia Preta.

O cenário foi relatado, ao HM, por Pedro Lobo, que habita na Areia Preta, e se mostra preocupado com a ambiguidade das políticas do Executivo. Isto porque, por um lado, é pedido aos cidadãos que fiquem em casa, mas, por outro, obriga-se a que saiam para colocarem moedas nos parquímetros onde têm as viaturas estacionadas.

“O Governo apela-nos a que fiquemos em casa. Por isso, qual não foi o meu espanto quando, no sábado de manhã, quando começaram a aparecer multas atrás de multas na zona da Areia Preta, onde vivo”, relatou. “Estava em casa e fui avisado por mensagem que o carro tinha sido autuado, numa postura da PSP que contrasta com o comportamento das semanas anteriores”, sublinhou.

De acordo com o mesmo relato, nas últimas semanas, as autoridades tinham sido permissivas com o estacionamento na Areia Preta, até em locais de paragem para carga e descarga de mercadorias. No entanto, tudo mudou subitamente no sábado: “À hora do jantar, eram pelo menos 15 ou 20 os carros que tinham sido multados. Aliás, a essa hora na Rua Central da Areia Preta todos os carros que passaram o tempo de estacionamento foram multados”, contou.

O cenário voltou a repetir-se no domingo. “O Governo tem muito mérito porque conseguiu manter as pessoas em casa, evitando que saíssem ou só saindo por coisas essenciais ou urgentes. Mas agora temos a PSP a multar a torto e a direito. É um contra-senso que não dá para entender”, desabafou.

Pedro Lobo mostrou-se ainda preocupado com o movimento de pessoas que terão de sair de casa para fazer o pagamento dos parquímetros. “Assim, de duas em duas horas, todos os residentes com carros nesta zona têm de ir à rua. Se imaginarmos o número de pessoas que vive nestes prédios residenciais, como no La Baie du Noble, Villa de Mer, Residência ou La Cité, vemos que não é pequeno”, apontou.

 

Menos coimas

Segundo os dados fornecidos pelo CPSP, entre 22 de Janeiro e 15 de Fevereiro, altura em que o Governo começou a pedir às pessoas para ficarem em casa, devido ao surto do coronavírus, houve uma redução de 62 por cento nas multas por estacionamento ilegal, face ao mesmo período do ano passado.

Em 2019, de 22 de Janeiro a 15 de Fevereiro, houve um total de 44.198 autuações por estacionamento indevido, o que representa uma quebra de 62,4 por cento face ao presente ano em que o número de multas por estacionamento ilegal se cifrou em 16.607.

As multas nos parquímetros tiveram a redução mais pequena, uma vez que em 2019 tinham sido 14.646 e caíram para 8.545, ou sejam uma redução de 41,7 por cento. Já as multas por estacionamento nas vias sofreram uma redução de 72,7 por cento, de 29.552 autuações para 8.062.

Os dados revelam que na altura em que se apelou às pessoas para ficarem em casa, houve mais gente multada por estacionar nos parquímetros do que nas vias públicas.

25 Fev 2020

Ng Kuok Cheong preocupado com não-residentes no sector do jogo

A proporção de trabalhadores não-residentes na indústria do jogo passou de 20 por cento, em 2011, para 30 por cento, em 2018. Ng Kuok Cheong quer que Ho Iat Seng controle este crescimento

 

 

[dropcap]O[/dropcap] deputado Ng Kuok Cheong exige medidas ao Governo para garantir a presença maioritária de residentes nos principais cargos, intermédios e chefias, durante a emissão das novas licenças de jogo. É este o conteúdo da última interpelação escrita do democrata, divulgada no domingo à noite.

Para Ng, apesar de a RAEM ter uma economia próspera, a forma desigual como são geridos os recursos humanos na indústria do jogo faz com que os residentes “não tenham acesso aos benefícios económicos em termos de rendimentos do trabalho”.

Por isso, o deputado mostra-se preocupado com a ocupação dos cargos mais altos e intermédios por não-residentes e exige soluções para a situação. “Será que o novo Governo pode fornecer os dados da proporção de trabalhadores não-residentes nas concessionárias na altura em que tomou posse? E pode o Executivo comprometer-se com a política de garantir que a proporção de todos os trabalhadores nas concessionárias é inferior a 30 por cento?”, questiona. “Como é que o Governo pode garantir que as posições de chefia e intermédias são ocupadas em 85 por cento por residentes? Será que o Executivo está a pensar na forma de melhorar os mecanismos em vigor para cumprir essa proporção?

Por outro lado, o democrata quer medidas preferenciais para residentes nas posições de chefia e intermédias. Por isso, pergunta se com os novos contratos vai haver mecanismos legais para forçar esse controlo da proporção de não-residentes.

 

Alterações indesejadas

No documento, o deputado recorda que em 2011, quando também abordou o assunto, a proporção de não-residentes nas seis concessionárias era de 20 por cento. Nesse ano, a média de residentes para as mesmas posições era de 80 por cento.

Contudo, depois de 2013 gerou-se uma alteração que preocupa o legislador: “Em 2018, quando se debateram as Linhas de Acção Governativa para a área da Economia e Finanças, pedi os dados sobre a proporção dos trabalhadores não-residentes e em cinco concessionárias a proporção era superior a 30 por cento, nomeadamente 33,3 por cento, 32,9 por cento, 32,8 por cento, 31,8 por cento e 30,8 por cento”, apontou. “Apenas uma operadora tinha uma proporção inferior a 30 por cento com 23,3 por cento”, atirou o membro da Assembleia Legislativa.

Agora, com o novo Governo em funções, desde 20 de Dezembro, e a futura emissão de licenças de jogo, que deverá acontecer em 2022, quando expiram as actuais concessões, Ng Kuok Cheong exige a Ho Iat Seng que obrigue as concessionárias a apresentarem uma proporção de 85 por cento de trabalhadores residentes nas posições intermédias e de topo, de forma a haver uma maior partilha dos benefícios do desenvolvimento económico.

25 Fev 2020

Residentes entraram em Macau após terem estado em Wuhan

Autoridades recusam, para já, hipótese de trazer residentes que estão na província de Hubei, uma vez que consideram que não estão garantidas as medidas de segurança para as equipas de salvamento

 

[dropcap]Q[/dropcap]uatro residentes que estiveram na província de Hubei conseguiram entrar em Macau, no domingo, e foram atendidos no Hospital Conde São Januário. A informação sobre o estado destes residentes foi divulgada ontem, na conferência de imprensa do Governo sobre a epidemia.

Os resultados dos exames foram negativos, o que permitiu que os residentes regressassem a Zhuhai, onde habitam. “Estes quatro residentes têm Bilhete de Identidade de Residente (BIR) e, em Janeiro, deslocaram-se a Hubei, na altura do Ano Novo Chinês, para visitarem a família”, explicou Leong Iek Hou, coordenador do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. “Eles entraram pelos seus próprios meios em Macau, através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, onde declararam ter estado em Hubei”, acrescentou.

A declaração de saúde fez com que os quatro residentes fossem levados para o hospital, de ambulância, onde fizeram os testes, que registaram resultados negativos.

Assim, os quatro locais regressaram a Zhuhai, onde vivem, e também onde já tinham estado a cumprir um período de quarentena, desde o início de Fevereiro.

 

Para ficar

Quem vai continuar na província de Hubei são os 145 residentes. Ontem, as autoridades chinesas anunciaram que os não-residentes poderiam sair desta província. Mas a informação acabou por ser contrariada pouco tempo depois, devido a um recuo das autoridades justificado com “questões burocráticas”.

Face a este cenário, o Governo de Macau considera que não estão reunidas as condições de segurança para trazer estes residentes de volta à RAEM: “Percebemos como essas pessoas se sentem e que querem voltar a Macau. Mas, temos de fazer uma avaliação geral e calcular o risco que podem constituir para a RAEM”, começou por explicar Leong Iek Hou. “Os residentes estão em sítios muito dispersos e remotos, por isso temos de ponderar bem se temos condições para fazer um plano para o seu regresso. É preciso ponderar muito bem. Só quando houver condições de segurança é que o Governo vai iniciar esses trabalhos”, vincou a responsável.

Apesar de no passado, outras jurisdições terem fretado aviões para o regresso dos cidadãos, esta hipótese parece afastada no que diz respeito aos residentes de Macau: “Mesmo que seja fretado um avião, ainda estamos num ambiente confinado, por isso a segurança das equipas de salvamento pode ser colocada em causa”, apontou.

O discurso apresentado ontem contrasta com as declarações de domingo, quando foi sustentado que a falta de meios impedia que as pessoas de Macau em Hubei fossem trazidas para a RAEM.

 

Japão e Itália de fora

No domingo, a Coreia do Sul foi classificada como “zona de alta incidência epidémica”, o que faz com que todos as pessoas vindas dessa região tenham de ficar sujeitas a um rastreio.

Ontem, entraram igualmente em Macau 11 turistas da Coreia, sendo que, entre estes, oito cumpriram a inspecção mdica exigida a quiem vem de a inspecçm ao Interior, de onde vinha.,prir exames mto, a grande maioria dos turistas coreanos recusédica exigida. No entanto, a grande maioria dos turistas coreanos, ou seja 42, recusou-se a entrar assim que soube que tinha de cumprir exames médicos com a duração de oito horas e voltou para o Interior.

Também todos os voos entre a RAEM e a Coreia do Sul, e vice-versa que estavam agendados para ontem foram cancelados.

Finalmente, apesar de terem sido anunciados novos casos no Japão e em Itália, estas zonas ainda não vão ser classificadas como de “alta incidência epidémica”, segundo a informação da representação da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Inês Chan. “Não há alterações à classificação das zonas neste momento, mas apelamos aos residentes que evitem deslocações a zonas onde saibam que há casos”, apelou.

 

25 Fev 2020

Jogo | Lawrence Ho diz que impacto do Covid-19 vai durar meses



Após um lucro de 3 mil milhões de patacas no ano passado, a Melco Resorts & Entertainment prepara-se para uma recuperação lenta do mercado em Macau devido ao surto do novo coronavírus

 

[dropcap]O[/dropcap] empresário Lawrence Ho, que controla a concessionária do jogo Melco Resorts & Entertainment, admitiu que o impacto do coronavírus para a principal industria do território vai fazer sentir-se durante “um longo período de tempo”. O cenário foi traçado pelo presidente da Melco na apresentação dos resultados para o ano de 2019.

“O início de 2020 foi fenomenal. Já em 2019 tínhamos tido um ano fantástico com recordes em todos indicadores do desempenho financeiro, até ao nível da quota do mercado alcançamos o valor mais alto da empresa. Mas, claro, assim que o coronavírus apareceu tudo caiu abruptamente”, começou por explicar o filho de Stanley Ho. “A nossa opinião, como a de outras concessionárias do jogo, é que para voltarmos ao nível onde estávamos vai levar muito tempo […] antecipamos que o mercado de Macau fique muito ‘quieto’ durante um longo período de tempo”, acrescentou.

Entre os desafios, além do vírus, está a mobilidade dos turistas do principal mercado, o Interior da China. “Como é que as pessoas vão vir do Interior para Macau? E quanto tempo vai levar até que possam regressar? Há muitos pormenores que ainda têm de ser resolvidos”, apontou.

Também na apresentação dos resultados compareceu David Sisk, director de operações dos empreendimentos integrados da Melco em Macau, que revelou que após a reabertura dos casinos, o Studio City e o City of Dreams receberam apenas 30 clientes. “Quando abrimos o Studio City houve 10 clientes que apareceram. E quando abrimos o Cityf of Dreams eram 10 ou 12 clientes. Quando saí, às 02h00, o número devia ser de 20 clientes, mas isto mostra que vamos ter de esperar”, vincou Sisk.

O mesmo membro da direcção da empresa admitiu ainda esperar um período de recuperação entre os quatro e seis meses.

Grandes apostadores

Por outro lado, a direcção da Melco acredita que o eventual regresso à normalidade vai ser feito principalmente à conta dos grandes apostadores, os jogadores VIP, numa primeira fase. Só depois é que o mercado de massas deverá regressar à RAEM, quando forem emitidos novos vistos individuais de viagem no Interior e as excursões forem autorizadas a regressar.

“Neste primeiro mês em que vamos reabrir não esperamos muita gente. Portanto, inicialmente a recuperação deve ser principalmente motivada pelo sector VIP. Depois, de forma gradual, vamos ver os visitantes individuais a regressar e mais tarde os excursionistas”, indicou Lawrence.

Finalmente, a empresa tem até 24 de Julho de 2021 para terminar as obras de construção da 2.ª Fase do casino Studio City. Sobre este aspecto, Lawrence Ho admitiu que a empresa ainda está à espera da licença de construção do Governo, que deverá demorar, uma vez que a prioridade do Executivo passa agora por combater o coronavírus. No entanto, nesta altura, recusa admitir um cenário de atraso nas obras.

Em relação aos resultados para 2019, a Melco apresentou um lucro de 3 mil milhões de patacas, o que representa um aumento de 9,7 por cento face a 2018, quando o lucro tinha sido de 2,7 mil milhões de patacas.

24 Fev 2020

Jogo | Lawrence Ho diz que impacto do Covid-19 vai durar meses



Após um lucro de 3 mil milhões de patacas no ano passado, a Melco Resorts & Entertainment prepara-se para uma recuperação lenta do mercado em Macau devido ao surto do novo coronavírus

 
[dropcap]O[/dropcap] empresário Lawrence Ho, que controla a concessionária do jogo Melco Resorts & Entertainment, admitiu que o impacto do coronavírus para a principal industria do território vai fazer sentir-se durante “um longo período de tempo”. O cenário foi traçado pelo presidente da Melco na apresentação dos resultados para o ano de 2019.
“O início de 2020 foi fenomenal. Já em 2019 tínhamos tido um ano fantástico com recordes em todos indicadores do desempenho financeiro, até ao nível da quota do mercado alcançamos o valor mais alto da empresa. Mas, claro, assim que o coronavírus apareceu tudo caiu abruptamente”, começou por explicar o filho de Stanley Ho. “A nossa opinião, como a de outras concessionárias do jogo, é que para voltarmos ao nível onde estávamos vai levar muito tempo […] antecipamos que o mercado de Macau fique muito ‘quieto’ durante um longo período de tempo”, acrescentou.
Entre os desafios, além do vírus, está a mobilidade dos turistas do principal mercado, o Interior da China. “Como é que as pessoas vão vir do Interior para Macau? E quanto tempo vai levar até que possam regressar? Há muitos pormenores que ainda têm de ser resolvidos”, apontou.
Também na apresentação dos resultados compareceu David Sisk, director de operações dos empreendimentos integrados da Melco em Macau, que revelou que após a reabertura dos casinos, o Studio City e o City of Dreams receberam apenas 30 clientes. “Quando abrimos o Studio City houve 10 clientes que apareceram. E quando abrimos o Cityf of Dreams eram 10 ou 12 clientes. Quando saí, às 02h00, o número devia ser de 20 clientes, mas isto mostra que vamos ter de esperar”, vincou Sisk.
O mesmo membro da direcção da empresa admitiu ainda esperar um período de recuperação entre os quatro e seis meses.

Grandes apostadores

Por outro lado, a direcção da Melco acredita que o eventual regresso à normalidade vai ser feito principalmente à conta dos grandes apostadores, os jogadores VIP, numa primeira fase. Só depois é que o mercado de massas deverá regressar à RAEM, quando forem emitidos novos vistos individuais de viagem no Interior e as excursões forem autorizadas a regressar.
“Neste primeiro mês em que vamos reabrir não esperamos muita gente. Portanto, inicialmente a recuperação deve ser principalmente motivada pelo sector VIP. Depois, de forma gradual, vamos ver os visitantes individuais a regressar e mais tarde os excursionistas”, indicou Lawrence.
Finalmente, a empresa tem até 24 de Julho de 2021 para terminar as obras de construção da 2.ª Fase do casino Studio City. Sobre este aspecto, Lawrence Ho admitiu que a empresa ainda está à espera da licença de construção do Governo, que deverá demorar, uma vez que a prioridade do Executivo passa agora por combater o coronavírus. No entanto, nesta altura, recusa admitir um cenário de atraso nas obras.
Em relação aos resultados para 2019, a Melco apresentou um lucro de 3 mil milhões de patacas, o que representa um aumento de 9,7 por cento face a 2018, quando o lucro tinha sido de 2,7 mil milhões de patacas.

24 Fev 2020

Areia Preta | Planta confirma construção de mercado na zona

Habituados a deslocarem-se ao Mercado do Iao Hon, os moradores da Areia Preta vão ter o seu mercado, previsto para ser construído no terreno do Pearl Horizon. A revelação consta na Planta de Condições Urbanísticas para o lote que vai ser desenvolvido pela Macau Renovação Urbana

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo está a equacionar a possibilidade de ser construído um mercado na Areia Preta, nomeadamente no espaço que estava destinado para a construção do empreendimento de luxo Pearl Horizon. Esta possibilidade está contemplada na Planta de Condições Urbanísticas (PCU) para a futura construção da empresa com capitais públicas Macau Renovação Urbana.

Depois de o terreno na Areia Preta ter sido recuperado, o Executivo de Chui Sai On decidiu que o mesmo seria utilizado para a construção de habitação pública e casas para troca no âmbito da renovação urbana, cujos moldes ainda não estão definidos.

Mas além da construção de habitações públicas, a PCU prevê a construção de um mercado, assim como equipamentos e instalações públicas, que poderão ser, por exemplo, casas-de-banho.

Neste momento, a zona da Areia Preta é servida pelo Mercado do Iao Hon, que fica mais próximo. As outras alternativas para os moradores passam pelo Mercado Vermelho ou o Mercado Tamagnini Barbosa.

Ainda de acordo com a planta que vai ser discutida na terça-feira, as alturas das torres habitacionais poderão ser de 160 metros. Além disso, o futuro empreendimento nesta área vai ter de criar zonas de paragens para veículos para garantir que o trânsito não é afectado por eventuais paragens nas vias de circulação. Após a abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau esta área foi uma das mais atingidas pelo aumento do trânsito. Além disso, é ainda um acesso chave, e único até ao momento, para os Novos Aterros da Zona A.

Mais de 1900 candidatos

O futuro edifício no terreno do Pearl Horizon vai ser utilizado para vender casas aos lesados do empreendimento de luxo. Segundo os dados apresentados pela Macau Renovação Urbana, houve 1932 candidaturas aceites de pessoas que tinham comprado apartamentos do Pearl Horizon e que mostraram interesse em receber uma fracção habitacional no futuro edifício.

No entanto, estes lesados, assim como os futuros participantes no programa de renovação urbana, deverão ter de esperar até 2023 para poderem receber uma habitação.

O projecto está a ser levado a cabo pela Macau Renovação Urbana, empresa presidida pela empresário do sector Peter Lam, sem fins lucrativos. Além destes trabalhos, a Macau Renovação Urbana viu alterado recentemente o seu estatuto, numa decisão aprovada pelo Conselho Executivo, de que Peter Lam também faz parte, para poder assumir projecto do Novo Bairro de Macau, em Zhuhai.

21 Fev 2020

Areia Preta | Planta confirma construção de mercado na zona

Habituados a deslocarem-se ao Mercado do Iao Hon, os moradores da Areia Preta vão ter o seu mercado, previsto para ser construído no terreno do Pearl Horizon. A revelação consta na Planta de Condições Urbanísticas para o lote que vai ser desenvolvido pela Macau Renovação Urbana

 
[dropcap]O[/dropcap] Governo está a equacionar a possibilidade de ser construído um mercado na Areia Preta, nomeadamente no espaço que estava destinado para a construção do empreendimento de luxo Pearl Horizon. Esta possibilidade está contemplada na Planta de Condições Urbanísticas (PCU) para a futura construção da empresa com capitais públicas Macau Renovação Urbana.
Depois de o terreno na Areia Preta ter sido recuperado, o Executivo de Chui Sai On decidiu que o mesmo seria utilizado para a construção de habitação pública e casas para troca no âmbito da renovação urbana, cujos moldes ainda não estão definidos.
Mas além da construção de habitações públicas, a PCU prevê a construção de um mercado, assim como equipamentos e instalações públicas, que poderão ser, por exemplo, casas-de-banho.
Neste momento, a zona da Areia Preta é servida pelo Mercado do Iao Hon, que fica mais próximo. As outras alternativas para os moradores passam pelo Mercado Vermelho ou o Mercado Tamagnini Barbosa.
Ainda de acordo com a planta que vai ser discutida na terça-feira, as alturas das torres habitacionais poderão ser de 160 metros. Além disso, o futuro empreendimento nesta área vai ter de criar zonas de paragens para veículos para garantir que o trânsito não é afectado por eventuais paragens nas vias de circulação. Após a abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau esta área foi uma das mais atingidas pelo aumento do trânsito. Além disso, é ainda um acesso chave, e único até ao momento, para os Novos Aterros da Zona A.

Mais de 1900 candidatos

O futuro edifício no terreno do Pearl Horizon vai ser utilizado para vender casas aos lesados do empreendimento de luxo. Segundo os dados apresentados pela Macau Renovação Urbana, houve 1932 candidaturas aceites de pessoas que tinham comprado apartamentos do Pearl Horizon e que mostraram interesse em receber uma fracção habitacional no futuro edifício.
No entanto, estes lesados, assim como os futuros participantes no programa de renovação urbana, deverão ter de esperar até 2023 para poderem receber uma habitação.
O projecto está a ser levado a cabo pela Macau Renovação Urbana, empresa presidida pela empresário do sector Peter Lam, sem fins lucrativos. Além destes trabalhos, a Macau Renovação Urbana viu alterado recentemente o seu estatuto, numa decisão aprovada pelo Conselho Executivo, de que Peter Lam também faz parte, para poder assumir projecto do Novo Bairro de Macau, em Zhuhai.

21 Fev 2020

Julgamento do ex-presidente do IPIM agendado para 27 de Abril

[dropcap]J[/dropcap]ackson Chang, ex-presidente do Instituto de Promoção do Comércio do Investimento de Macau (IPIM), vai começar a responder a 27 de Abril pela prática de associação criminosa, corrupção, branqueamento de capitais e violação de segredo. A notícia foi avançada na manhã de ontem pela Rádio Macau, e remete para o alegado esquema de favorecimento na atribuição do estatuto de residente de Macau.

O início do julgamento acontece mais de meio ano depois de Jackson Chang ter sido colocado em prisão preventiva. Jackson Chang encontra-se em Coloane, na prisão, acompanhado por outros notáveis anteriormente condenados, como o antigo secretário para os Transportes e Obras Públicas Ao Man Long e o ex-procurador da RAEM, Ho Chio Meng.

No que diz respeito ao crime de associação criminosa, a moldura penal vai dos 3 aos 10 anos. Porém, se Jackson for considerado como o cabecilha, a moldura aumenta para de 5 a 12 anos. No caso de corrupção passiva para acto ilícito, a pena varia entre 1 e 8 anos. Contudo, se for considerado corrupção passiva para acto lícito, o máximo são dois anos de prisão. Em relação ao branqueamento de capitais, Jackson Chang arrisca uma pena que pode chegar até aos 12 anos. O crime de violação de segredo é o que tem penalização mais leve, com o máximo de um ano de prisão.

Tudo em família

Jackson Chang não é o único membro da família a ser acusado, o mesmo acontece com a filha e a mulher, num processo que envolve mais de 26 arguidos.

Quem também vai estar no banco dos réus é Glória Batalha Ung, antiga secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum Macau e vogal executiva do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento. Glória Batalha, que regressou ao IPIM depois da medida de coacção de suspensão ter sido levantada, vai responder pelos crimes de abuso de poder e violação de segredo.

O MP acusou ainda o antigo director adjunto do Gabinete Jurídico e de Fixação de Residência do IPIM, Miguel Ian Iat Chun, embora a acusação ainda não tenha sido revelada.

Os restantes acusados são empresários de diferentes ramos, assim como familiares e pessoas que terão beneficiado do alegado esquema de atribuição indevida de residência por investimento e a técnicos especializados.

21 Fev 2020

Petição | Motoristas querem extensão das licenças para colmatar falta de receitas 

O deputado José Pereira Coutinho entrega hoje uma petição na sede do Governo onde se exige medidas de apoio aos taxistas, que também sofrem os efeitos da crise gerada pelo novo coronavírus. O sector exige ajudas semelhantes às que são concedidas às PME e pedem a extensão do prazo de validade das licenças de concessão do serviço

[dropcap]O[/dropcap]s taxistas entregam hoje na sede do Governo uma petição dirigida ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, onde pedem apoios para lidar com a falta de receitas causada pelas medidas de quarentena de combate ao Covid-19. Em causa está o pedido de apoios financeiros e da extensão do prazo de validade das licenças concessionadas.

“Um dos pontos que pedem é a extensão do período de validade da licença. Pretendem que os prazos de validade possam ser estendidos e que não sejam cobradas taxas, que não seja contabilizado este prazo em que estão parados”, explicou ao HM o deputado José Pereira Coutinho.

Esta não é a primeira vez que o sector dos táxis clama por ajuda. No início do mês, um grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo.

Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista e empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e ainda a distribuição de materiais de esterilização.

Contudo, a petição apoiada pelo deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) não fala de valores monetários.

“Na petição é referido que os taxistas entendem que este período de inactividade não gerou quaisquer receitas. A maioria dos táxis estão estacionados no parque público da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. À semelhança dos apoios que estão a ser dados às Pequenas e Médias Empresas, também querem que seja encontrada uma solução para a falta de receitas do sector dos táxis”, frisou Coutinho.

Infracções diminuíram

José Pereira Coutinho fala de cerca de 200 famílias afectadas por medidas como o encerramento dos casinos por um período de 15 dias ou a quarentena imposta a todos os que habitam o território, que levaram a que as ruas de Macau tenham ficado vazias.

“Eles querem que o Governo de Macau dê atenção às centenas de famílias que dependem dos salários e das receitas de exploração desta actividade”, disse o deputado, que reuniu esta terça-feira com representantes do sector na sede da ATFPM.

Questionado sobre se estas medidas de apoio se justificam tendo em conta o mau comportamento de muitos taxistas, o deputado à Assembleia Legislativa disse que, desde a entrada em vigor da nova lei dos táxis que o número de infracções tem vindo a diminuir.

“Acreditamos que a maioria dos taxistas são honestos. Dados oficiais mostram que o número de infractores diminuiu drasticamente. Acredita-se que neste momento a situação que existia no passado não tem ocorrido”, concluiu Pereira Coutinho.

21 Fev 2020

Petição | Motoristas querem extensão das licenças para colmatar falta de receitas 

O deputado José Pereira Coutinho entrega hoje uma petição na sede do Governo onde se exige medidas de apoio aos taxistas, que também sofrem os efeitos da crise gerada pelo novo coronavírus. O sector exige ajudas semelhantes às que são concedidas às PME e pedem a extensão do prazo de validade das licenças de concessão do serviço

[dropcap]O[/dropcap]s taxistas entregam hoje na sede do Governo uma petição dirigida ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, onde pedem apoios para lidar com a falta de receitas causada pelas medidas de quarentena de combate ao Covid-19. Em causa está o pedido de apoios financeiros e da extensão do prazo de validade das licenças concessionadas.
“Um dos pontos que pedem é a extensão do período de validade da licença. Pretendem que os prazos de validade possam ser estendidos e que não sejam cobradas taxas, que não seja contabilizado este prazo em que estão parados”, explicou ao HM o deputado José Pereira Coutinho.
Esta não é a primeira vez que o sector dos táxis clama por ajuda. No início do mês, um grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo.
Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista e empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e ainda a distribuição de materiais de esterilização.
Contudo, a petição apoiada pelo deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) não fala de valores monetários.
“Na petição é referido que os taxistas entendem que este período de inactividade não gerou quaisquer receitas. A maioria dos táxis estão estacionados no parque público da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. À semelhança dos apoios que estão a ser dados às Pequenas e Médias Empresas, também querem que seja encontrada uma solução para a falta de receitas do sector dos táxis”, frisou Coutinho.

Infracções diminuíram

José Pereira Coutinho fala de cerca de 200 famílias afectadas por medidas como o encerramento dos casinos por um período de 15 dias ou a quarentena imposta a todos os que habitam o território, que levaram a que as ruas de Macau tenham ficado vazias.
“Eles querem que o Governo de Macau dê atenção às centenas de famílias que dependem dos salários e das receitas de exploração desta actividade”, disse o deputado, que reuniu esta terça-feira com representantes do sector na sede da ATFPM.
Questionado sobre se estas medidas de apoio se justificam tendo em conta o mau comportamento de muitos taxistas, o deputado à Assembleia Legislativa disse que, desde a entrada em vigor da nova lei dos táxis que o número de infracções tem vindo a diminuir.
“Acreditamos que a maioria dos taxistas são honestos. Dados oficiais mostram que o número de infractores diminuiu drasticamente. Acredita-se que neste momento a situação que existia no passado não tem ocorrido”, concluiu Pereira Coutinho.

21 Fev 2020

Fronteiras | Mais de 900 pessoas sujeitas a inspecção de seis horas

Entre a meia-noite e as 16h00 de ontem, 916 turistas e residentes tinham sido sujeitos à nova medida de inspecção, em que se fica retido durante um período de seis a oito horas em observação

 

[dropcap]N[/dropcap]o dia em que as medidas de inspecção na fronteira ficaram mais exigentes, 916 turistas e residentes que pretendiam entrar no território foram submetidos a uma observação, de entre seis a oito horas. Esta observação aplica-se às pessoas que vêm de zonas consideradas com alta incidência do coronavírus, como Cantão, ou a residentes com múltiplas entradas e saídas para o Interior da China.

Segundo os dados disponibilizados pelo chefe substituto do Departamento para os Assuntos e Residência e Permanência do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), entre os observados, 784 entraram pelas Portas do Cerco, sendo que 738 vieram de zonas de alta incidência. Outros 46 que foram inspeccionados no mesmo local foram residentes com entradas múltiplas. Finalmente, 184 pessoas foram observadas quando entraram na RAEM através do Terminal Marítimo do Pac On. Houve ainda 544 pessoas que quando foram informadas sobre a necessidade de estarem seis horas em observação decidiram regressar ao Interior.

Entre os observados, três residentes foram levados para o Centro Hospitalar Conde São Januário, um por apresentar problemas tracto-respiratórios e dois por se sentirem mal. À hora da conferência, os resultados dos testes ainda não eram conhecidos.

Desde a meia-noite de ontem que só havia um lugar de observação, o que gerou queixas, não só pela longa espera, mas também por falta de acessos a água e à concentração de pessoas no local. Porém, Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau, defendeu que as seis horas são intencionais. “Temos de fazer uma observação activa de seis a oito horas porque existe a possibilidade de haver pessoas que tomaram medicamentos que reduzem os sintomas antes de passar a fronteira. Nós temos de considerar todas as hipóteses para evitar um surto”, justificou o director.

Face à situação, o Governo optou por abrir um segundo campo de observação, que só entrou em funcionamento horas mais tarde.

Avaliação positiva

No último dia antes medidas mais restritivas passarem a vigorar, e quando ainda se permitia aos trabalhadores não-residentes (TNR) entrarem em Macau, sem ficarem sujeitos a um período de quarentena, registaram-se 55 mil entradas, entre as quais 32 mil de TNR. Houve ainda 1.500 entradas de turistas e 5,8 mil de residentes.

Já ontem, com as novas medidas, contabilizaram-se 406 entradas de TNR, no que representou uma descida de 98 por cento.

“Houve uma redução significativa das entradas e saídas, o que confirma que as medidas do Governo estão a ser eficazes”, considerou Wong Kim Hong.

Ainda em relação à situação actual, Lei Chin Ion admitiu que o risco de epidemia actualmente é “reduzido”, mas que é necessário continuar a tomar medidas e manter as precauções, como ficar em casa. “Neste momento Macau tem um risco reduzido, porque foi ultrapassado um período de 14 dias sem qualquer caso na comunidade. No entanto, há um risco devido à situação das regiões vizinhas”, explicou.

21 Fev 2020

Fronteiras | Mais de 900 pessoas sujeitas a inspecção de seis horas

Entre a meia-noite e as 16h00 de ontem, 916 turistas e residentes tinham sido sujeitos à nova medida de inspecção, em que se fica retido durante um período de seis a oito horas em observação

 
[dropcap]N[/dropcap]o dia em que as medidas de inspecção na fronteira ficaram mais exigentes, 916 turistas e residentes que pretendiam entrar no território foram submetidos a uma observação, de entre seis a oito horas. Esta observação aplica-se às pessoas que vêm de zonas consideradas com alta incidência do coronavírus, como Cantão, ou a residentes com múltiplas entradas e saídas para o Interior da China.
Segundo os dados disponibilizados pelo chefe substituto do Departamento para os Assuntos e Residência e Permanência do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), entre os observados, 784 entraram pelas Portas do Cerco, sendo que 738 vieram de zonas de alta incidência. Outros 46 que foram inspeccionados no mesmo local foram residentes com entradas múltiplas. Finalmente, 184 pessoas foram observadas quando entraram na RAEM através do Terminal Marítimo do Pac On. Houve ainda 544 pessoas que quando foram informadas sobre a necessidade de estarem seis horas em observação decidiram regressar ao Interior.
Entre os observados, três residentes foram levados para o Centro Hospitalar Conde São Januário, um por apresentar problemas tracto-respiratórios e dois por se sentirem mal. À hora da conferência, os resultados dos testes ainda não eram conhecidos.
Desde a meia-noite de ontem que só havia um lugar de observação, o que gerou queixas, não só pela longa espera, mas também por falta de acessos a água e à concentração de pessoas no local. Porém, Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau, defendeu que as seis horas são intencionais. “Temos de fazer uma observação activa de seis a oito horas porque existe a possibilidade de haver pessoas que tomaram medicamentos que reduzem os sintomas antes de passar a fronteira. Nós temos de considerar todas as hipóteses para evitar um surto”, justificou o director.
Face à situação, o Governo optou por abrir um segundo campo de observação, que só entrou em funcionamento horas mais tarde.

Avaliação positiva

No último dia antes medidas mais restritivas passarem a vigorar, e quando ainda se permitia aos trabalhadores não-residentes (TNR) entrarem em Macau, sem ficarem sujeitos a um período de quarentena, registaram-se 55 mil entradas, entre as quais 32 mil de TNR. Houve ainda 1.500 entradas de turistas e 5,8 mil de residentes.
Já ontem, com as novas medidas, contabilizaram-se 406 entradas de TNR, no que representou uma descida de 98 por cento.
“Houve uma redução significativa das entradas e saídas, o que confirma que as medidas do Governo estão a ser eficazes”, considerou Wong Kim Hong.
Ainda em relação à situação actual, Lei Chin Ion admitiu que o risco de epidemia actualmente é “reduzido”, mas que é necessário continuar a tomar medidas e manter as precauções, como ficar em casa. “Neste momento Macau tem um risco reduzido, porque foi ultrapassado um período de 14 dias sem qualquer caso na comunidade. No entanto, há um risco devido à situação das regiões vizinhas”, explicou.

21 Fev 2020

Imobiliário | Hotéis criam pacotes de 30 dias a pensar em trabalhadores não-residentes

A medida que obriga TNR vindos do Interior da China a cumprir uma quarentena criou oportunidades para o sector da hotelaria, que procura receitas alternativas face à redução do número de turistas. Por exemplo, uma estadia de 30 noites no hotel Grand Coloane fica por cerca de 12 mil patacas

 

[dropcap]A[/dropcap] redução do número de turistas e a imposição de um período de quarentena para todos os trabalhadores não-residentes (TNR) vindos do Interior levou os hotéis a criarem pacotes de aluguer de quartos por períodos de 30 dias. Esta é uma solução que pretende não só aproveitar a onda de TNR que vai ficar em Macau a partir de hoje, mas também para gerar receitas numa altura em que a ocupação dos hotéis sofreu quebras significativas, devido à epidemia do novo coronavírus.

Um dos espaços que oferece pacotes de 30 noites por 9.999 patacas, mais 1.500 patacas em impostos, é o Grand Coloane, como explicou Elda Lemos, agente imobiliária na JML Property. “Era um pacote de 30 noites que já tinha existido no passado e que agora, face à situação que se vive, volta ao mercado. É uma oferta a pensar não só nos TNR que vão precisar de ficar em Macau, mas também nas pessoas que vivem em zonas habitacionais mais ocupadas e que tentam fugir à confusão”, disse Elda Lemos, ao HM.

Além desta oferta, a agente imobiliária sente que nos últimos dias houve mais hotéis a apostarem no mercado de arrendamento de breve duração: “Estou a sentir que há outros hotéis que para sobreviverem e manterem os seus trabalhadores procuram gerar receitas com produtos alternativos. Não só a pensar nos turistas, mas nos trabalhadores não-residentes ou mesmo nos residentes”, indicou. “Há hotéis que para 30 noites têm preços ao nível de um estúdio, ou seja são preços muito semelhantes, mas que ainda incluem os serviços de hotel. São pacotes altamente atractivos e que se fossem mantidos ao longo do ano haveria muita gente a querer morar nos hotéis”, apontou.

A agente imobiliária da JML Property revelou igualmente que após ter sido anunciado pelo Governo a obrigatoriedade de quarentena que foi abordada por empresas à procura de soluções de curta duração.

Luxo à parte

O cenário traçado por Elda Lemos foi igualmente descrito ao HM por uma fonte conhecedora do sector imobiliário, que pediu para permanecer anónima. “Os hotéis estão numa fase complicada e alguns começaram a arrendar quartos a trabalhadores não-residentes. Há ‘pacotes’ criados para este tipo de trabalhadores e em alguns casos foram acordados com empresas da construção civil, que têm muitos trabalhadores”, foi relatado, ao HM.

Segundo os dados da Direcção de Serviços de Turismo (DST), até sábado cerca de 29 hotéis tinham suspendido as operações devido à falta de clientes. Estas suspensões envolvem cerca de 3 mil quartos e alguns dos hotéis mais luxuosos como MGM Macau e o “13”.

Porém, a fonte ouvida pelo HM acredita que os hotéis de luxo vão evitar o segmento dos TNR nos próximos dias, por uma questão de marca. “Esse tipo de oferta para TNR tem aparecido no mercado, mas não acredito que chegue aos hotéis de cinco estrelas, como nos espaços geridos por MGM ou Wynn, por exemplo. Não acredito que vão procurar receber trabalhadores não-residentes. Vão antes focar os esforços na redução das despesas e procurar outras fontes de clientes”, considerou. No entanto, a tarefa não se avizinha fácil: “Não vai ser nada fácil gerar receitas alternativas no turismo, uma vez que a epidemia está a afectar o mundo, o que dificulta das viagens para Macau”, acrescentou.

Espaços partilhados

Mas a procura de espaços para acomodar os TNR não tem crescido apenas nos hotéis, o mesmo acontece nos edifícios geridos pela empresa Co-Living Macau, que adoptam o estilo de vida em comunidade, ou seja onde as pessoas arrendam um quarto e partilham os espaços comuns com outros moradores.

Segundo Robert Cai, líder do projecto, nos últimos dias houve um amento da procura gerado por empresas, que procuram espaços para alojar os TNR. Este aspecto levou mesmo a empresa a mudar a política de admissões. Enquanto antes apenas aceitava contratos com a duração mínima de três meses, agora permite que a duração mínima seja de um mês.

“Durante este período especial, em que todas as pessoas precisam de um lugar para ficar, permitimos que o arrendamento seja apenas de um mês. Antes, exigíamos que um período mínimo fosse de três meses”, admitiu Robert Cai, ao HM. “A procura tem sido maior devido às empresas que procuram espaços para os TNR. Mas os nossos preços vão manter-se, vamos cobrar pelos contratos de um mês o mesmo valor mensal que cobrávamos pelos contratos de três meses, porque estamos num período com medidas excepcionais”, garantiu.

No que diz respeito a receber TNR vindos do Interior, Robert Cai sublinha que a política do Co-Living passa apenas por aceitá-los depois de terem estado 14 dias seguidos em Macau, sem saírem, e terem um comprovativo que prova estarem bem de saúde. Mesmo assim, o responsável acredita que neste período a taxa de ocupação dos espaços que gere suba dos actuais 50 por cento para os 70 por cento.

“Alternativa divertida”

Mas nem todos os hotéis colocados no mercado têm em mente os não-residentes, há quem também esteja focado nos residentes e no facto de não poderem sair de casa. É este um dos grandes argumentos do Grand Coloane, que pretende captar residentes com a oferta de espaços onde as crianças se possam divertir.

“Os serviços dos hotéis estão a funcionar, os clubhouses estão a funcionar o que é bom para as pessoas com crianças pequenas que já não sabem o que fazer para entretê-las. Têm ainda os jardins e os espaços para brincar. Permite às pessoas que já passaram muito tempo em casa fugirem e ficarem isoladas noutro espaço”, afirmou Elda Lemos.

“É um ambiente limpo, controlado e desinfectado. Isto numa altura em que além das escolas, também os parques e espaços comuns dos prédios estão fechados, o que faz com que sejam uma boa alternativa para a famílias”, completou a agente imobiliária.

 

DSAL | Três mil quartos em hotéis para TNR

A Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais disponibilizou 3.000 quartos em hotéis para trabalhadores não-residentes “por um preço mais baixo”, de acordo com um comunicado emitido ontem. Segundo o Governo, este foi o resultado de negociações “durante dias, com os sectores profissionais e associações comerciais”. No entanto, a DSAL deixou um apelo para que mais hotéis assumam a sua responsabilidade social: “Esperamos que mais hotéis participem nesta iniciativa, proporcionando mais quartos, para assumirmos conjuntamente a responsabilidade social e atravessarmos juntos este momento difícil, satisfazendo a necessidade de alojamento de trabalhadores não residentes face à implementação de medidas durante este período”, foi apelado.

Gregory Ku, director-geral da JLL em Macau, não vê quebras nas vendas

Apesar da epidemia do coronavírus, Gregory Ku, director-geral da representação de Macau da JLL, empresa do ramo imobiliário, não vê quebras no valor das transacções das casas. Pelo menos não é essa a realidade que se regista no mercado, neste momento, contou ao HM. “A curto prazo não vamos ver uma grande redução nas vendas. Não vejo que estejam a ser feitas muitas vendas a preço reduzido. Talvez haja casos pontuais, uma ou outra transacção, mas não é uma tendência”, disse Gregory Ku. “A nível das transacções de habitações não podemos dizer que, por agora, haja um reflexo muito claro no mercado”, acrescentou.

Uma situação diferente pode acontecer no sector das rendas, principalmente devido aos contratos com uma duração reduzida, virados para os trabalhadores não-residentes. Estes apresentam valores mais elevados do que comparados com os contratos mais longos, de três anos. “Estes arrendamentos com uma duração mais curta têm preços mais caros. Por exemplo, se antes o custo do contrato era de 8 mil patacas por mês, agora para um contrato de um mês ou dois meses vai ser de 10 mil patacas por mês”, relatou. “É normal que por um período mais curto e com mais procura estas rendas sejam mais altas”, frisou.

Contudo, o representante da JLL não acredita que os preços destes contratos venham para ficar. “São ofertas de curta duração que vão regressar à normalidade logo após a situação de epidemia chegar ao fim. Até porque os não-residentes preferem regressar a Zhuhai onde os preços de arrendamento são mais baratos”, justificou.

Mercado parado

Por sua vez, Elda Lemos, agente da JML Property, vê o mercado de arrendamento a registar quebras: “Antes do vírus, o mercado estava estável, talvez houvesse uma quebra mesmo muito ligeira, que me leva a dizer que se pode considerar que a situação estava estável. Mas com o coronavírus o arrendamento está em quebra”, reconheceu.

Elda Lemos conta episódios de senhorios que fizeram descontos de 50 por cento do valor da renda aos inquilinos, que com os trabalhos “suspensos” deixaram de ter capacidade para pagar o montante da renda acordados. Em outros casos, houve mesmo pessoas que deixaram os espaços arrendados.

Ainda de acordo com a agente do imobiliário, nesta altura não é possível perceber bem o mercado de venda habitações, porque os serviços do Governo estão encerrados. “Em termos de transacções não podemos falar porque os serviços públicos têm estado fechados e está tudo suspenso, a nível de compras e vendas, mas também de escrituras”, explicou.

20 Fev 2020

Imobiliário | Hotéis criam pacotes de 30 dias a pensar em trabalhadores não-residentes

A medida que obriga TNR vindos do Interior da China a cumprir uma quarentena criou oportunidades para o sector da hotelaria, que procura receitas alternativas face à redução do número de turistas. Por exemplo, uma estadia de 30 noites no hotel Grand Coloane fica por cerca de 12 mil patacas

 
[dropcap]A[/dropcap] redução do número de turistas e a imposição de um período de quarentena para todos os trabalhadores não-residentes (TNR) vindos do Interior levou os hotéis a criarem pacotes de aluguer de quartos por períodos de 30 dias. Esta é uma solução que pretende não só aproveitar a onda de TNR que vai ficar em Macau a partir de hoje, mas também para gerar receitas numa altura em que a ocupação dos hotéis sofreu quebras significativas, devido à epidemia do novo coronavírus.
Um dos espaços que oferece pacotes de 30 noites por 9.999 patacas, mais 1.500 patacas em impostos, é o Grand Coloane, como explicou Elda Lemos, agente imobiliária na JML Property. “Era um pacote de 30 noites que já tinha existido no passado e que agora, face à situação que se vive, volta ao mercado. É uma oferta a pensar não só nos TNR que vão precisar de ficar em Macau, mas também nas pessoas que vivem em zonas habitacionais mais ocupadas e que tentam fugir à confusão”, disse Elda Lemos, ao HM.
Além desta oferta, a agente imobiliária sente que nos últimos dias houve mais hotéis a apostarem no mercado de arrendamento de breve duração: “Estou a sentir que há outros hotéis que para sobreviverem e manterem os seus trabalhadores procuram gerar receitas com produtos alternativos. Não só a pensar nos turistas, mas nos trabalhadores não-residentes ou mesmo nos residentes”, indicou. “Há hotéis que para 30 noites têm preços ao nível de um estúdio, ou seja são preços muito semelhantes, mas que ainda incluem os serviços de hotel. São pacotes altamente atractivos e que se fossem mantidos ao longo do ano haveria muita gente a querer morar nos hotéis”, apontou.
A agente imobiliária da JML Property revelou igualmente que após ter sido anunciado pelo Governo a obrigatoriedade de quarentena que foi abordada por empresas à procura de soluções de curta duração.

Luxo à parte

O cenário traçado por Elda Lemos foi igualmente descrito ao HM por uma fonte conhecedora do sector imobiliário, que pediu para permanecer anónima. “Os hotéis estão numa fase complicada e alguns começaram a arrendar quartos a trabalhadores não-residentes. Há ‘pacotes’ criados para este tipo de trabalhadores e em alguns casos foram acordados com empresas da construção civil, que têm muitos trabalhadores”, foi relatado, ao HM.
Segundo os dados da Direcção de Serviços de Turismo (DST), até sábado cerca de 29 hotéis tinham suspendido as operações devido à falta de clientes. Estas suspensões envolvem cerca de 3 mil quartos e alguns dos hotéis mais luxuosos como MGM Macau e o “13”.
Porém, a fonte ouvida pelo HM acredita que os hotéis de luxo vão evitar o segmento dos TNR nos próximos dias, por uma questão de marca. “Esse tipo de oferta para TNR tem aparecido no mercado, mas não acredito que chegue aos hotéis de cinco estrelas, como nos espaços geridos por MGM ou Wynn, por exemplo. Não acredito que vão procurar receber trabalhadores não-residentes. Vão antes focar os esforços na redução das despesas e procurar outras fontes de clientes”, considerou. No entanto, a tarefa não se avizinha fácil: “Não vai ser nada fácil gerar receitas alternativas no turismo, uma vez que a epidemia está a afectar o mundo, o que dificulta das viagens para Macau”, acrescentou.

Espaços partilhados

Mas a procura de espaços para acomodar os TNR não tem crescido apenas nos hotéis, o mesmo acontece nos edifícios geridos pela empresa Co-Living Macau, que adoptam o estilo de vida em comunidade, ou seja onde as pessoas arrendam um quarto e partilham os espaços comuns com outros moradores.
Segundo Robert Cai, líder do projecto, nos últimos dias houve um amento da procura gerado por empresas, que procuram espaços para alojar os TNR. Este aspecto levou mesmo a empresa a mudar a política de admissões. Enquanto antes apenas aceitava contratos com a duração mínima de três meses, agora permite que a duração mínima seja de um mês.
“Durante este período especial, em que todas as pessoas precisam de um lugar para ficar, permitimos que o arrendamento seja apenas de um mês. Antes, exigíamos que um período mínimo fosse de três meses”, admitiu Robert Cai, ao HM. “A procura tem sido maior devido às empresas que procuram espaços para os TNR. Mas os nossos preços vão manter-se, vamos cobrar pelos contratos de um mês o mesmo valor mensal que cobrávamos pelos contratos de três meses, porque estamos num período com medidas excepcionais”, garantiu.
No que diz respeito a receber TNR vindos do Interior, Robert Cai sublinha que a política do Co-Living passa apenas por aceitá-los depois de terem estado 14 dias seguidos em Macau, sem saírem, e terem um comprovativo que prova estarem bem de saúde. Mesmo assim, o responsável acredita que neste período a taxa de ocupação dos espaços que gere suba dos actuais 50 por cento para os 70 por cento.

“Alternativa divertida”

Mas nem todos os hotéis colocados no mercado têm em mente os não-residentes, há quem também esteja focado nos residentes e no facto de não poderem sair de casa. É este um dos grandes argumentos do Grand Coloane, que pretende captar residentes com a oferta de espaços onde as crianças se possam divertir.
“Os serviços dos hotéis estão a funcionar, os clubhouses estão a funcionar o que é bom para as pessoas com crianças pequenas que já não sabem o que fazer para entretê-las. Têm ainda os jardins e os espaços para brincar. Permite às pessoas que já passaram muito tempo em casa fugirem e ficarem isoladas noutro espaço”, afirmou Elda Lemos.
“É um ambiente limpo, controlado e desinfectado. Isto numa altura em que além das escolas, também os parques e espaços comuns dos prédios estão fechados, o que faz com que sejam uma boa alternativa para a famílias”, completou a agente imobiliária.
 

DSAL | Três mil quartos em hotéis para TNR

A Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais disponibilizou 3.000 quartos em hotéis para trabalhadores não-residentes “por um preço mais baixo”, de acordo com um comunicado emitido ontem. Segundo o Governo, este foi o resultado de negociações “durante dias, com os sectores profissionais e associações comerciais”. No entanto, a DSAL deixou um apelo para que mais hotéis assumam a sua responsabilidade social: “Esperamos que mais hotéis participem nesta iniciativa, proporcionando mais quartos, para assumirmos conjuntamente a responsabilidade social e atravessarmos juntos este momento difícil, satisfazendo a necessidade de alojamento de trabalhadores não residentes face à implementação de medidas durante este período”, foi apelado.

Gregory Ku, director-geral da JLL em Macau, não vê quebras nas vendas

Apesar da epidemia do coronavírus, Gregory Ku, director-geral da representação de Macau da JLL, empresa do ramo imobiliário, não vê quebras no valor das transacções das casas. Pelo menos não é essa a realidade que se regista no mercado, neste momento, contou ao HM. “A curto prazo não vamos ver uma grande redução nas vendas. Não vejo que estejam a ser feitas muitas vendas a preço reduzido. Talvez haja casos pontuais, uma ou outra transacção, mas não é uma tendência”, disse Gregory Ku. “A nível das transacções de habitações não podemos dizer que, por agora, haja um reflexo muito claro no mercado”, acrescentou.
Uma situação diferente pode acontecer no sector das rendas, principalmente devido aos contratos com uma duração reduzida, virados para os trabalhadores não-residentes. Estes apresentam valores mais elevados do que comparados com os contratos mais longos, de três anos. “Estes arrendamentos com uma duração mais curta têm preços mais caros. Por exemplo, se antes o custo do contrato era de 8 mil patacas por mês, agora para um contrato de um mês ou dois meses vai ser de 10 mil patacas por mês”, relatou. “É normal que por um período mais curto e com mais procura estas rendas sejam mais altas”, frisou.
Contudo, o representante da JLL não acredita que os preços destes contratos venham para ficar. “São ofertas de curta duração que vão regressar à normalidade logo após a situação de epidemia chegar ao fim. Até porque os não-residentes preferem regressar a Zhuhai onde os preços de arrendamento são mais baratos”, justificou.

Mercado parado

Por sua vez, Elda Lemos, agente da JML Property, vê o mercado de arrendamento a registar quebras: “Antes do vírus, o mercado estava estável, talvez houvesse uma quebra mesmo muito ligeira, que me leva a dizer que se pode considerar que a situação estava estável. Mas com o coronavírus o arrendamento está em quebra”, reconheceu.
Elda Lemos conta episódios de senhorios que fizeram descontos de 50 por cento do valor da renda aos inquilinos, que com os trabalhos “suspensos” deixaram de ter capacidade para pagar o montante da renda acordados. Em outros casos, houve mesmo pessoas que deixaram os espaços arrendados.
Ainda de acordo com a agente do imobiliário, nesta altura não é possível perceber bem o mercado de venda habitações, porque os serviços do Governo estão encerrados. “Em termos de transacções não podemos falar porque os serviços públicos têm estado fechados e está tudo suspenso, a nível de compras e vendas, mas também de escrituras”, explicou.

20 Fev 2020

Quarentena | Tratamento diferenciado para residentes em Zhuhai visto como aceitável

O diferente impacto para a economia de trabalhadores residentes e não-residentes e a protecção dos locais fazem com que a decisão de limitar a quarentena aos TNR seja encarada por José Sales Marques e Miguel de Senna Fernandes como acertada, nesta fase

 

[dropcap]A[/dropcap] partir de amanhã entra em vigor o regime de quarentena obrigatória de 14 dias para os trabalhadores não-residentes (TNR) que tentem entrar em Macau vindos do Interior da China. A medida deixa de fora os residentes que vivem em Zhuhai e que todos os dias atravessam a fronteira, numa opção que é tida como compreensível para Miguel de Senna Fernandes, advogado e presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, e José Sales Marques, economista e presidente do Instituto de Estudos Europeus.

Ao HM, Miguel de Senna Fernandes admitiu ainda estar a “digerir” a diferenciação e admite mudar de opinião no futuro, à luz de novos factos, mas por enquanto aceita o tratamento diferenciado. “Não vou dramatizar e vou tentar evitar entrar na perspectiva da existência uma discriminação”, começou por ressalvar. “Mas acho que é preciso constatar que muitos trabalhadores não-residentes vivem em Zhuhai e em outras zonas do Interior. Por isso, são pessoas que muitas vezes estão fora do controlo sanitário de Macau. Por esta razão e por precaução foi tomada esta medida”, apontou.

Miguel de Senna Fernandes fala de realidades diferentes entre residentes e não-residentes, mas prevê que a medida vai ser estendida a todos, caso a situação da epidemia se agrave. “Tento perceber é que esta medida é faseada. Toda a gente concorda que é preciso precaução nas entradas e saídas, inclusive com os residentes. Mas há que começar por algum lado e, como é óbvio, em Macau coloca-se os residentes em primeiro lugar”, afirmou.

A medida é igualmente apoiada por José Sales Marques, para quem o Governo teve em conta nesta decisão o impacto que os residentes de Macau que vivem em Zhuhai têm na economia da RAEM. “Parece-me que esta medida do Governo de ainda não impor uma quarentena a estes residentes, embora isso não seja posto de parte, é acertada”, opinou. “Não digo que os TNR não sejam importantes, obviamente que são, mas quando falamos de residentes de Macau estamos a falar de outro tipo de empregos e lugares que ocupam num serviço ou numa empresa”, considerou.

José Sales Marques avisou ainda contra uma eventual quarentena dos residentes a viver em Zhuhai: “Se o Governo, com a informação e avaliação do risco que tem, sente que a circulação dos residentes ainda é possível, então acho que deve ser mantida. Mas se, por outro motivo, passarem a considerar que não é possível a circulação desses residentes, não há nada que se possa fazer a não ser implementar”, reconheceu.

“Mas posso garantir que essa medida vai colocar muitos problemas no funcionamento normal de empresas, serviços públicos e outras instituições, como o próprio Instituto de Estudos Europeus”, avisou.

Elogio da transparência

Também consensual para Miguel de Senna Fernandes e José Sales Marques é o desempenho do Governo de Ho Iat Seng, principalmente pela forma como tem mostrado disponibilidade para comunicar e responder às perguntas sobre as diferentes decisões.

“O Governo está bastante bem. Sinto que em Macau há uma avaliação muito positiva, não só pela competência, que é muito importante, mas pelo bom senso. Há uma vontade de comunicar, que é fundamental. O que vemos é que as conferências de imprensa são diárias e, mesmo que não seja todos os dias, às vezes chegam a ter três secretários”, sublinhou Sales Marques. “É uma postura muito boa e isso dá confiança aos cidadãos. Vemos que o Governo está a seguir os acontecimentos ao segundo e a procurar as melhores soluções possíveis”, completou.

O modelo de abertura para enfrentar as questões foi igualmente elogiado por Senna Fernandes. “A imagem do Governo com a conferência de imprensa diária, sempre à mesma hora e com uma equipa para responder à imprensa, demonstra uma vontade de colaborar e estar sujeito a qualquer tipo de perguntas. Mostra-se tudo o que se sabe sobre o coronavírus”, considerou. “Há uma imagem de transparência a 100 por cento”, apontou.

O advogado sublinhou ainda a coragem nas medidas adoptadas, que se reflectiram no encerramento dos casinos. “Tem sido adoptada uma atitude muito frontal e corajosa. E é isso que é preciso num Chefe do Executivo. Acho que isso ficou bem visto com a paragem do jogo”, opinou. “O jogo é o coração da economia de Macau, quando pára o jogo pára a economia e pára tudo. E ter uma posição tão firme face ao encerramento dos casinos exige muita coragem, porque todos percebemos que há muita coisa que está em jogo, nos aspectos financeiros, laborais, sociais. […] E essa atitude aconteceu e não foi contrariada, pelo contrário toda a gente concordou”, completou.

19 Fev 2020