Joana Freitas SociedadeEmpregos na área do Jogo exigem mais domínio do Inglês [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á menos trabalhadores no sector do Jogo, mas mais empresas a pedir quem domine o Inglês, além do Mandarim. Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, referentes ao segundo trimestre deste ano, mostram ainda que os funcionários do principal sector da RAEM estão a ganhar mais. No final de Junho, o sector das lotarias e outros jogos de aposta tinha 55.708 trabalhadores a tempo inteiro, menos 3% em relação ao mesmo período de 2015. A maioria, 92,7%, trabalhava por turnos e, ao todo, 24.285 eram croupiers, menos 3,1%. No que aos requisitos para recrutamento diz respeito, mais de metade (57,6%) dos postos vagos requeriam experiência profissional e 75,1% exigiam mesmo habilitações académicas iguais ou superiores ao ensino secundário complementar. Os dados mostram, contudo, que há mais empresas face ao ano passado a pedir que os funcionários falem Inglês, além do Mandarim, já comummente tido como a língua favorita. No caso da língua chinesa, até diminui o número de operadoras que requeriam o domínio desta – 89,9% este ano face a 95,3% no ano passado. Já no que toca ao Inglês, 74,3% das empresas pedia mais pessoas a dominar esta língua, um aumento de mais de 20%. Os dados mostram ainda que a remuneração média dos funcionários de jogo era de 22.060 patacas, mais 2,7%, em termos anuais. No caso dos croupiers, o salário ficou-se pelas 18.960 patacas, ainda assim um aumento de 2%. Durante o segundo trimestre foram recrutados 660 trabalhadores, menos 66,5% do que no mesmo período do ano passado. A taxa de vagas subiu apenas 1%, o que indica, para a DSEC, que as necessidades de mão-de-obra neste sector “abrandaram ainda mais”.
Joana Freitas Manchete PolíticaCPC | Revisão inclui simplificar tratamento de infiltrações de água Em sete anos, foram detectados mais de 13 mil casos de infiltrações de água em prédios de Macau. A forma de os resolver não é simples e, por isso, o Governo vai incluir esta matéria na revisão ao Código de Processo Civil [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]revisão ao Código de Processo Civil (CPC) que está a ser levada a cabo pelo Governo e que quer expandir os poderes do Juízo de Pequenas Causas Cíveis vai também servir para resolver mais rapidamente os problemas das infiltrações de água nos edifícios. É o que diz o presidente do Instituto de Habitação (IH), numa resposta ao deputado José Pereira Coutinho. Depois do Governo ter dito, como noticiado pelo HM no mês passado, que um dos artigos a ser revisto no CPC está relacionado com os arrendamentos, de forma a simplificar e a aumentar a eficácia processual no que às acções de despejo diz respeito, a resposta ao deputado confirma que também os casos de infiltração poderão ser resolvidos com mais celeridade. “O Governo está a desenvolver os trabalhos de revisão do CPC, tendo em consideração a triagem dos mais variados processos judiciais relativos à vida da população e ao litígio com valor relativamente baixo através da ampliação da competência do Juízo de Pequenas Causas Cíveis. Tal contribui para uma solução mais conveniente e adequada relativamente aos conflitos relacionados com a vida da população, como o caso de infiltração de água nos edifícios”, pode ler-se na resposta assinada por Arnaldo Santos. José Pereira Coutinho queixava-se que o actual ritmo de solução das infiltrações não é suficiente, uma vez que cada vez mais vai haver prédios velhos em Macau. O deputado queria ainda saber quantas situações destas se registaram. O IH indica que, desde 2009 a Maio deste ano, o Centro de Interserviços para o Tratamento de Infiltrações de Água nos Edifícios já registou mais de 13 mil casos de infiltrações, tendo tratado “mais de dez mil”. Dos que restam, mais de 50% tiveram de ser sujeitos à fiscalização de uma terceira entidade – normalmente o Laboratório de Engenharia Civil de Macau – estando agora à espera de nova verificação ou de visitas ao local. “Só em 2,88% dos casos não se encontrou o proprietário ou este não cooperou na inspecção”, indica o IH. Só em risco O Centro conta ainda com um departamento dos Serviços de Saúde, que se responsabiliza pela avaliação ao risco de saúde pública e sugere medidas de acompanhamento ao Centro. Desde 2014 até Maio deste ano, os SS fizeram “80 inspecções referentes a casos de infiltração de água” em prédios. Como explica Arnaldo Santos a Pereira Coutinho, como as infiltrações de água não são de natureza criminal, a polícia não tem poder para entrar nas fracções envolvidas neste problema com os fiscalizadores, algo que o deputado tinha proposto. De acordo com o IH, só quando “a falta de reparação e manutenção por parte do proprietário ponha em causa a saúde pública, os SS podem tomar medidas urgentes, tais como a entrada forçada nas propriedades para eliminação” das situações que coloquem em risco a saúde das pessoas. Sem ser esta excepção, terá sempre de ser um juiz a emitir autorização. “Na [lei de Macau] está reflectido o espírito de protecção prioritária do direito à propriedade privada e à privacidade dos residentes. Por isso, caso ocorra um conflito relativo à infiltração de água nos edifícios, quando a parte interessada não obtenha o consentimento do proprietário e do morador, pode apresentar o pedido de processo civil junto dos órgãos judiciais e requerer ao juiz a realização da perícia na fracção que poderá ser a origem da infiltração”, indica Arnaldo Santos. A ideia é tornar estas situações mais fáceis de resolver, ainda que o IH não dê detalhes sobre o assunto. O mês passado a DSAJ assegurou ao HM que já fez uma primeira consulta ao sector e que o próximo passo, após análise das propostas que os operadores jurídicos e judiciários apresentaram e a auscultação da opinião do Conselho Consultivo da Reforma Jurídica, é “definir as orientações e o âmbito da revisão” do CPC, para se elaborar “uma proposta concreta”.
Joana Freitas EventosCinema | Arranca hoje mostra de filmes do Festival da América Latina Começa hoje e estende-se até 15 de Setembro: em três locais diferentes, sempre às 19h00, vai poder ver mais de uma dezena de filmes da América Latina gratuitamente. O ciclo de cinema arranca com “Valentín” e “Abril Despedaçado”, o filme que levou Rodrigo Santoro ao cinema internacional [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omeça hoje a mostra de filmes integrados no Festival da América Latina 2016, da Association for the Promotion of Exchange Between Asia-Pacific and Latin America (MAPEAL). A estreia dá-se com “Valentín”, na Fundação Rui Cunha, sendo que até dia 15 de Setembro poderá assistir a mais de uma dezena de películas gratuitamente, em diversos locais de Macau. A mostra arranca com “Valentín”, um filme da Argentina, de 2002. Dirigida por Alejandro Agresti e em colaboração com França, Espanha, Itália e Holanda, a longa-metragem é um drama que se foca num rapaz de oito anos que quer ser astronauta. Valentín (interpretado por Rodrigo Noya) mora com a avó e é fruto de uma família disfuncional: a mãe, judia, foi expulsa de casa pelo pai, tido como um “playboy”, e a criança sabe mais da vida do que a sua idade permitiria. Uma mulher que entra na vida do pai, a história da mãe que Valentín mal vê e tantos outros problemas são o mundo que gira em torno do rapaz de oito anos e que só ele poderá resolver. “Valentín” Já amanhã, também na Fundação Rui Cunha, é a vez de “Abril Despedaçado”. Um filme brasileiro com colaboração suíça e francesa, realizado por Walter Salles e que é uma adaptação do romance “Prilli i Thyer”, de Ismael Kadare. O ano é 1910 e, no sertão brasileiro, vive um jovem de 20 anos que é constantemente instigado pelo pai para vingar a morte de seu irmão mais velho, assassinado por uma família rival. Tonho, interpretado pelo conhecido actor Rodrigo Santoro, é de uma família pobre que luta com os vizinhos pelos pedaços de terra onde a agricultura, fonte de sustento da família, cresce. Sob a pressão do pai, Tonho mata um dos filhos da família rival, levando a que o jovem fique marcado como a próxima vítima das rixas entre famílias. Tonho começa a pôr em causa este tipo de tradição e a reviravolta pode fazê-lo a desonra da sua própria família. Foi com “Abril Despedaçado”, de 2001, que Rodrigo Santoro saltou para o estrelato do cinema e começou a receber convites para filmar fora do Brasil. Vidas cruzadas Para dia 29, segunda-feira, está reservada a mostra da película peruana “Magallanes”. Agendada para as 19h00, mas na Universidade de Macau – edifício da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – o filme debruça-se na história de um ex-soldado do Exército, que ganha dinheiro como motorista de táxi. Passa depois a ser motorista de um Coronel reformado, que esteve à frente de um pelotão do qual fazia parte Magallanes. Mas há algo mais que torna os homens próximos: um segredo com uma mulher que se cruza, literalmente, com Magallanes. Diridigo por Salvador del Solar, o filme é de Agosto de 2015. A este, segue-se “Luna de Avellaneda”, feito na Argentina em 2004 por Juan José Campanella. A película esmiúça a história de um clube desportivo e social em Buenos Aires, que pode vir a ser fechado. O local é a base de Román, que não só vê os sócios do seu clube diminuírem, como descobre que a sua esposa o trai. O filme narra os altos e baixos de uma luta contra o encerramento do espaço e de um ciclo. Pode ser visto na Fundação Rui Cunha. “Magallanes” Todos os filmes estão marcados para as 19h00 e têm entrada gratuita. O ciclo de cinema latino da MAPEAL estende-se até 15 de Setembro, com filmes do Brasil, Venezuela, Chile, Equador e Colômbia, entre outros.
Joana Freitas SociedadePatrimónio | Quase todos os imóveis propostos a classificação recebem aval da população [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]edifício número 28 da Rua de Manuel de Arriaga não deverá vir a ser classificado. É o que indicam resultados preliminares das opiniões recolhidas em consulta pública sobre o próximo grupo de imóveis propostos a ser classificados. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), que indica que só hoje se saberão os resultados concretos, nove dos dez imóveis que eram propostos a classificação “obtiveram o apoio do público”: os Templos Foc Tac Chi do Bairro da Horta da Mitra, da Rua do Teatro, da Rua do Patane e da Rua do Almirante Sérgio estão entre eles, ao lado das Antigas Muralhas da Cidade (troço próximo da Estrada de S. Francisco, o troço próximo da Estrada do Visconde de S. Januário e o troço próximo da Igreja da Penha), da antiga Farmácia Chong Sai, da antiga Residência do General Ye Ting, dos Antigos Estábulos Municipais de Gado Bovino e do Canil Municipal de Macau. Também a Casa Azul na Estrada do Cemitério, sede do Instituto de Acção Social, deverá integrar a lista. “Já o Edifício na Rua de Manuel de Arriaga, n.º 28 obteve opiniões divergentes, não havendo um consenso da sociedade relativamente à classificação do mesmo”, explica o IC. Este prédio, dos anos 1960 e que ocupa também o número 1 da Rua da Barca, chegou a ser alvo de uma demolição parcial. Analistas têm vindo a defender que o edifício é de “interesse arquitectónico”. Segundo a lei, o procedimento de classificação deve ser concluído no prazo de 12 meses após a sua abertura. O IC diz que vai concluir o procedimento “com a maior brevidade”.
Joana Freitas BrevesTaxa de inflação em 3,45% A taxa de inflação fixou-se em 3,45% nos 12 meses terminados em Julho em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu impulsionado sobretudo pelos aumentos dos preços das bebidas alcoólicas e tabaco (36,20%) e da educação (8,45%). Só em Julho, o IPC geral médio aumentou 2,08% face ao mesmo mês de 2015. O indicador continuou a abrandar, já que o valor de Julho representa uma descida face ao registado em Junho (+2,26%). O crescimento do mês passado deveu-se principalmente à subida das rendas dos parques de estacionamento, das refeições adquiridas fora de casa, ao aumento dos preços dos automóveis e ao acréscimo das despesas dos serviços de administração de edifícios, segundo a DSEC. No cômputo dos primeiros sete meses do ano, o IPC geral médio cresceu 3% em termos anuais.
Joana Freitas Manchete SociedadeCasas-Museu da Taipa | Revitalização já começou e custa 6,4 milhões [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s obras de remodelação nas Casas-Museu da Taipa marcam o início da revitalização da zona. É o que garante o Instituto Cultural (IC) numa resposta enviada ao HM, onde se fica ainda a saber que as obras custam mais de seis milhões de patacas. Um anúncio recente do Governo dava conta do início de obras nas Casas-Museu da Taipa, mas a falta de detalhes sobre o motivo levantou algumas ondas na sociedade. Questionado pelo HM, o Governo explicou que esse facto levou a que fossem emitidos comunicados sobre a construção, tendo o documento em Português só chegado ao final da noite de ontem. Na resposta, o IC explica que as obras estão a ser dirigidas por três entidades – onde se inclui o próprio instituto, a Direcção dos Serviços de Turismo e o Instituto de Formação Turística – e que servem já para concretizar a ideia de transformar esta área “numa zona de lazer e confortável e numa plataforma de intercâmbio de culturas internacionais”. Prevê-se que as obras de manutenção e melhoramento sejam concluídas totalmente no final de Setembro, sendo o orçamento cerca de 6,4 milhões de patacas. São cinco as casas que o Governo quer transformar, “deixando as características arquitectónicas actuais e reunindo os elementos de promoção da cultura portuguesa, gastronomia portuguesa, exposições e actuações culturais e criativas, a fim de proporcionar um local de lazer colorido e tranquilo aos residentes e turistas”. Muda o nome Os nomes dos cinco edifícios portugueses serão alterados e, entre estes, vai nascer um museu “para apresentar a vida cultural dos macaenses e da alimentação, operado pelo IFT”. Mais detalhes serão anunciados na abertura, altura que será, garante o IC, a pensar no Festival lusófono. “Actualmente, a fim de assegurar a segurança pública e as obras desenrolarem-se de forma positiva, os cinco edifícios portugueses das Casas-Museu da Taipa estão temporariamente encerrados, prevendo-se que as obras de melhoramento sejam concluídas totalmente no final de Setembro, mostrando o novo conteúdo ao público e turistas antes do Festival da Lusofonia.” Desde a abertura das Casas-Museu em 1999, estas são as primeiras grandes as obras de manutenção e melhoramento daquela zona, afirma o Executivo, que explica que estas vão incidir no ambiente circundante, nas as pinturas das paredes exteriores – que ficam iguais – , na reparação de janelas e batente de portas danificados, na iluminação. “Prevê-se que o orçamento inclua as obras de manutenção e melhoramento do interior dos edifícios, implementação da iluminação exterior, sinalização e de renovação das paredes exteriores dos edifícios, entre outras”, remata o Governo.
Joana Freitas Manchete SociedadeGoverno não pagou sistema de registos médicos, mas pode abrir concurso O Governo vai avançar com a implementação do sistema de trocas de registos médicos, mas não descarta a possibilidade de vir a abrir novo concurso público para adjudicar o serviço. Isto depois de garantir que a empresa inicialmente encarregue de o criar não foi paga [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde não chegaram a assinar contrato e a pagar à à Companhia de Equipamentos Master para que esta criasse o sistema de troca de registos de saúde. É o que assegura o organismo, num comunicado enviado após também o HM ter questionado os SS sobre a devolução do dinheiro. Apesar de garantirem que, numa primeira fase, vão ser os responsáveis pelo programa, os SS não descartam a abertura de novo concurso público. Foi em Março do ano passado que os SS adjudicaram o serviço de troca de registos entre hospitais e centros de saúde – que permite aos médicos ter acesso aos registos hospitalares dos pacientes – à empresa, que se comprometeu a concluir a implementação do sistema no prazo de um ano a contar da data de celebração de contrato. A previsão era que este pudesse ser lançado e entrar em funcionamento no final deste ano. Mas a empresa apresentou um pedido de “substituição do parceiro de cooperação” que não foi aceite pelo Governo. “A empresa não cumpriu as obrigações definidas nas disposições do concurso público, o que casou impacto nos efeitos de adjudicação. Os Serviços de Saúde estão agora a efectuar procedimentos administrativos para acompanhar a situação”, pode ler-se no comunicado. A Master receberia mais de 38 milhões de patacas pelo sistema, mas os SS dizem que nenhum contrato foi feito com a empresa, nem lhe foi pago qualquer montante “por esta não ter reunido um conjunto de requisitos para celebrar o contrato”. Em análise Numa resposta à deputada Kwan Tsui Hang, na semana passada, os SS tinham dito que iriam implementar o sistema. Mas agora dizem que vai ser avaliada “a possibilidade de abertura de novo concurso público”. No entanto, “de forma a que seja implementada com a maior celeridade possível”, os SS estão a estudar a criação de um programa piloto com vista à partilha dos dados dos processos clínicos até ao final do ano. Numa primeira fase, o sistema vai permitir a troca de registos médicos entre o Centro Hospitalar Conde de S. Januário, o Hospital Kiang Wu e os centros de saúde. Na fase seguinte vai abranger as clínicas e as instituições médicas privadas. Os cidadãos podem participar voluntariamente.
Joana Freitas Manchete SociedadeWynn | Processos da Dore e de Okada decorrem no TJB [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Wynn Macau tem diversos processos em tribunal: a maioria deles diz respeito a investidores da Dore, mas há um processo a decorrer nos tribunais locais que coloca frente-a-frente Kazuo Okada e Steve Wynn. As informações constam do último relatório da empresa entregue à Bolsa de Valores de Hong Kong e onde frisa a existência de obstáculos para fazer dinheiro. O relatório indica que a operadora, que abre hoje o seu novo casino no Cotai, tem “vários” processos no Tribunal Judicial de Base interpostos por “indivíduos que dizem ser investidores ou pessoas com créditos em contas da Dore Entertainment Company, uma empresa de junkets licenciada que opera na Wynn Macau”. A empresa explica à Bolsa que os autores das acções judiciais alegam que a Dore não honrou o compromisso e que tal resultou em algumas perdas para estes indivíduos. As principais alegações comuns a todas as acções judiciais são de quea Wynn, como concessionária de jogo, deve ser responsabilizada pelo comportamento da Dore, uma vez que é responsável pela supervisão das actividades da Dore no Wynn Macau. A operadora diz que tem “procurado conselhos de seus assessores em Macau” e acredita que as alegações são “desprovidas de mérito e são infundadas”. O caso Dore remonta ao ano passado, quando mais de 50 pessoas denunciaram à Polícia Judiciária (PJ) que tudo o que tinham “depositado” na sala VIP controlada pela empresa dentro do casino Wynn tinha sido desviado. A alegada autora do furto será a contabilista da empresa, que desapareceu com mais de 300 milhões de dólares de Hong Kong. Os processos estão ainda na fase inicial. Ainda Okada No mesmo relatório, a Wynn dá conta que ainda não se livrou de processos judiciais onde consta Okada, antigo parceiro de negócios de Steve Wynn que perdeu, recentemente, um processo no tribunal do Nevada face a uma doação da empresa à Universidade de Macau. Agora, a Wynn diz ter sido “nomeada ré” numa acção movida no Tribunal Judicial de Base por Kazuo Okada e por duas empresas por si controladas, a Aruze USA, Inc. e a Universal Entertainment Corp. “As principais alegações no processo são de que a retoma de Okada nas acções da Wynn foram impróprias e desvalorizadas, que o pagamento anteriormente divulgado pela Wynn a uma terceira parte sobre qualquer desenvolvimento futuro num terreno no Cotai era ilegal e que a doação à Universidade de Macau era ilegal. Okada quer a dissolução da Wynn e danos compensatórios”, pode ler-se. A empresa diz que as alegações são desprovidas de mérito e infundadas, mas estes processos estão ainda em fase inicial. A operadora diz ainda que continua a cooperar com o Comissariado contra a Corrupção no que ao terreno do Cotai diz respeito, depois de ter sido lançada a suspeita de que a empresa poderá ter pago 50 milhões de dólares americanos a um grupo de intermediários de Pequim que, alegadamente, tinha os direitos de utilização do terreno. Esses direitos “nunca foram documentados”. E outros obstáculos Apesar de notar alguns balanços positivos, nomeadamente com a abertura do novo Wynn Palace, a operadora não traça uma perspectiva muito satisfatória para a continuação dos negócios no território. Desde a perda de receitas à perda dos clientes vip, são diversos os obstáculos apontados pela Wynn Macau no relatório. “Um número significativo dos nossos clientes vêm da China continental. Qualquer contracção económica ou incerteza na China tem impacto no número de clientes que visitam as nossas propriedades e no dinheiro que estes estão dispostos a gastar. Além disso, as políticas adoptadas de tempos a tempos pelo Governo Central, incluindo restrições de viagem e a campanha anti-corrupção, tem influenciado o comportamento dos chineses, o que pode continuar a ter impacto em Macau ou resultar mesmo num declínio ainda maior que vai continuar a afectar negativamente as nossas receitas e resultados operacionais.” A Wynn fala ainda num aumento “significativo” no número de casinos em Macau e alerta para o facto de que, se o Governo permitir concorrentes aquando da revisão dos contratos, “poderá haver um efeito adverso sobre negócios, condição financeira e resultados de operações”. Mas isto não é só o que assusta a Wynn. “Uma quantidade significativa dos nossos jogadores é trazida até nós pelos promotores de jogo (…) e dadas as condições actuais do mercado em Macau e certos factores económicos e outros que ocorrem na região, eles estão a encontrar dificuldades em atrair clientes para vir a Macau e certos promotores estão a expandir as suas operações para outras jurisdições.” Mais ainda, a operadora diz que também os junkets estão a enfrentar dificuldades de liquidez, “o que pode limitar a sua capacidade de concessão de crédito aos clientes” e que resulta em menos receitas para a Wynn.
Joana Freitas SociedadeGoverno presta apoio jurídico a moradores do edifício Wa Keong [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) e o Instituto de Acção Social (IAS) estão a prestar apoio jurídico aos pequenos proprietários de fracções do edifício Wa Keong, no qual embateu o autocarro de turismo que seguia desgovernado na Rua da Entena. De acordo com um comunicado do Governo, dez das 11 vítimas do acidente terão alta esta semana. Responsáveis da DSAJ encontraram-se com os moradores do prédio – que o Governo disse estar estável – para se inteirarem das solicitações e dar-lhes pareceres jurídicos, “para ajudá-los a defenderem os seus direitos e interesses conforme a lei”. A polícia ainda está a investigar as causas do acidente, pelo que “as autoridades apenas podem fazer aos pequenos proprietários uma breve apresentação sobre os assuntos da lei vigente, respondendo a questões jurídicas”, como indica o Executivo. A responsabilidade civil, os processos de pedido de indemnização através da arbitragem e via judicial, a prescrição do procedimento penal, as condições e meios de pedido da assistência judiciária e a cobertura e valor do seguro de responsabilidade civil automóvel foram algumas das áreas de interesse dos moradores. Do acidente com o autocarro de turismo resultaram mais de 30 vítimas, sendo que 11 delas ainda estavam internadas no Kiang Wu. Todas, à excepção da que foi operada a um traumatismo craniano e que se encontra em coma, terão alta esta semana. A empresa de consultadoria contratada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) está ainda a efectuar um estudo de viabilidade para obras de reparação do pilar do prédio. Actualmente, quatro famílias do edifício afectado estão alojadas em fracções temporárias. Entre os 44 turistas do grupo de excursão, além dos feridos que se encontram hospitalizados, há nove turistas (um dos quais voltou a Macau) que ainda permanecem no território para acompanhar os familiares hospitalizados ou continuam em negociações com a agência de viagens local sobre a questão da compensação monetária. Sete familiares dos turistas feridos permanecem em Macau, tendo-lhes sido fornecido alojamento pela agência de viagens local responsável pela excursão que vinha de Shenzhen. Autocarro evacuado Um autocarro que seguia este sábado na Avenida de Venceslau de Morais expeliu fumo, levando a que 15 passageiros fossem retirados do veículo. Segundo uma análise preliminar dos Bombeiros, o fumo devia-se às más condições dos travões, cujos calços acabaram por ficar “colados ao pneu traseiro do autocarro”. O caso não deixou feridos, mas nos últimos anos os acidentes de autocarro provocados por problemas técnicos têm sido frequentes. Em Outubro do ano passado, um autocarro incendiou-se devido a um curto-circuito. Em Janeiro, Julho e Agosto outros veículos viram fumos a sair da carroçaria.
Joana Freitas Manchete SociedadeTurismo | Visitantes gastam menos e dizem haver pouca atracção As despesas dos turistas estão a baixar, com os da China continental no topo dos que deixaram de dar mais dinheiro a Macau. São dados da DSEC, que mostram ainda que pouco mais de 30% considera suficiente o número de atracções [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s turistas que visitam Macau estão a gastar menos e não estão satisfeitos com o número de atracções turísticas. São dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), tornado públicos na sexta-feira. De Abril a Junho deste ano, a despesa total dos visitantes cifrou-se em 11,70 mil milhões de patacas, menos 4,5%, face ao mesmo trimestre do ano passado. Os números não incluem gastos com o jogo e mostram ainda que a despesa total dos turistas atingiu 9,29 mil milhões de patacas, menos 3% em termos anuais, e a dos excursionistas 2,40 mil milhões, menos 10%. Cada pessoa gastou em média 1601 patacas no território, menos 4% do que no passado, ainda que mais 3,4% em termos trimestrais. Os turistas do continente são os que mais puxam das carteiras, com gastos no valor de 1850 patacas. Mas nem aqui se evitaram as descidas: “os visitantes provenientes da província de Guangdong gastaram menos 3,2% e os da província de Fujian menos 31,1%”. Estes números referem-se aos turistas que cá chegam em excursões, com as despesas per capita dos visitantes com visto individual a descer 11,3%. Japão, Malásia, Hong Kong e Taiwan foram a única fonte de turistas que fizeram subir as despesas, na ordem dos 10%, a par de visitantes do Reino Unidos, Estados Unidos da América e Austrália, que gastaram mais entre 1,2% a 6%. Outras despesas Se as compras continuam a ser o motivo por que mais dinheiro gastam os turistas (com 43,4% do total), já alojamento e alimentação seguem em segundo e terceiro lugar, com as despesas de cada um a atingir mais de 20% do total dos gastos. A despesa per capita dos visitantes que vieram a Macau para fazer compras foi a mais elevada, representando ainda assim menos 3,1% em termos anuais. Seguiu-se a despesa per capita dos visitantes que vieram participar em reuniões, conferências e exposições e passar férias, que decresceu 10% e 12%, respectivamente, em termos anuais. Os dados da DSEC incluem ainda o “Inquérito aos Comentários dos Visitantes”, que indica que 90,8% dos visitantes se “declararam satisfeitos com os serviços das agências de viagens”, mais 1% em termos trimestrais, mas que mostra que os turistas não estão tão satisfeitos quanto antes no que toca a atracções. “Apenas 39,5% dos visitantes referiram que os pontos turísticos eram suficientes. Em relação aos serviços de transportes públicos, 9,3% dos visitantes (-1,4 pontos percentuais) consideraram que estes serviços deveriam ser melhorados, sendo esta percentagem relativamente elevada”, pode ler-se. “Realça-se que 90,1% dos visitantes estavam satisfeitos com os serviços e as instalações dos hotéis e similares.”
Joana Freitas Manchete SociedadeUber | Empresa poderá deixar Macau no início de Setembro Mais de dez milhões de patacas. São estes os valores referentes às multas passadas à Uber que “uma fonte credível” dá ao deputado Pereira Coutinho e que podem justificar a possível saída da empresa de Macau. A empresa não desmente e pede um sistema regulador amigável [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Uber pode vir a sair de Macau já no próximo mês. É o que garante José Pereira Coutinho ao HM. O presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM) cita “uma fonte credível” próxima da empresa para assegurar que a empresa de serviço de transporte privado “está a considerar suspender os seus serviços em Macau no início de Setembro”. Questionada pelo HM, a directora-geral da Uber em Macau não desmente a notícia. Mas deixa uma declaração que indica que a empresa poderá estar a pensar adoptar esta estratégia. “Gostaríamos de continuar a fornecer serviços convenientes aos utilizadores e oportunidades económicas aos condutores que contam com a Uber todos os dias. Mas isso, sob um regime inovador e amigável, sem as multas proibitivas”, admite Trasy Lou Walsh. Desde o seu lançamento em Outubro de 2015 que a Uber tem vindo a levantar polémica. Apesar de ser utilizada por residentes e turistas – “milhares” como assegura o presidente da ATFPM – e de ter mais de dois mil condutores a tempo inteiro que receberam em retorno “21 milhões de patacas”, ainda segundo informações prestadas por José Pereira Coutinho, a empresa não é bem-vinda. Pelo menos da parte do Governo. O serviço de transporte privado Uber é, de acordo com o Governo, mesmo ilegal e o porta-voz do Governo, Leong Heng Teng, prometeu fazer de tudo para impedir, “de forma séria”, que estes veículos circulem. A directiva vinha este ano do Gabinete do porta-voz do Governo, que referia estar muito atento à entrada da Uber em Macau. O assunto foi discutido por diversas vezes por deputados no hemiciclo, que pediram inclusivamente a legalização do meio de transporte. As multas passadas aos condutores podem ir até às 30 mil patacas. “Desde o lançamento que a PSP multou já 300 condutores num montante total de dez milhões de patacas. A média semanal é de um milhão de patacas em multas. Estaremos mesmo perante crime organizado ou terrorismo?”, ataca Pereira Coutinho. Não dá É precisamente esta “perseguição” que deverá levar a empresa a sair de Macau. “Eles irão suspender os serviços pois a situação é insustentável e lamentam que os residentes fiquem com menos uma opção de transporte e os condutores com menos uma fonte de rendimento. Eles preferiam não tomar esta decisão, mas infelizmente sentem que não têm outra solução a menos que se conclua que a discussão sobre a regulamentação irá ocorrer e que durante tal período se proceda de boa-fé e sem este nível de multas”, indica ao HM. O Governo considera esta actividade ilegal por não ser “um meio eficiente para colmatar a insuficiência de automóveis de aluguer”, pois será difícil “regular o funcionamento e a remuneração do serviço cobrado”. Mas a verdade é que já foram vários os residentes que asseguram usar a Uber, até devido à escassez de táxis no território. “De acordo com a sondagem dos Kaifong 80% dos inquiridos consideram esta tecnologia necessária em Macau. Outros 90% dos inquiridos consideram que regulamentação para partilha de transporte é necessária para dar mais opções de transporte.” Nem o facto da China ter abraçado esta nova forma de serviço teve qualquer impacto no território, como nota Pereira Coutinho. Recorde-se que a Uber está disponível para reunir com o Secretário para os Transportes e Obras Públicas e o Chefe do Executivo para discutir regulamentação, mas até agora não houve novidades. “As soluções da China podem servir como referência”, remata Pereira Coutinho.
Joana Freitas Eventos“City Notes”, de Yves Etienne a 30 de Agosto na AFA [dropcap style=circle’]Y[/dropcap]ves Etienne inaugura no dia 30 de Agosto a exposição “City Notes”, na Art For All Society (AFA). A exposição do artista francês é aberta ao público e concentra-se em diversas artes, que vão da pintura à fotografia e ao vídeo e música, “numa simbiose perfeita com a cidade”. “City notes” não é apenas o que ouvimos no dia-a-dia da cidade. Não é o som dos peões, dos carros ou dos mercados. Nem sequer dos pássaros, dos aviões e da natureza. “É o som emitido pelas fileiras e fileiras de prédios ao longo das ruas. Aos olhos do artista, as camadas de edifícios são como a estrutura de uma pauta”, descreve a organização. Yves Etienne cria pautas musicais a partir de elementos que encontra na cidade. E foi o que fez em “City Notes”: imprimiu uma imagem panorâmica da cidade e fez furos de acordo com os elementos que encontrou nos prédios representados na imagem, por exemplo aparelhos de ar condicionado. “Esses pequenos furos são posicionados como as notas musicais na pauta. Depois passa a imagem para uma pequena máquina de música onde o som é criado de acordo com os elementos existentes na fotografia ou na pintura. E é assim que nasce uma música para cada paisagem, edifício ou rua”, indica a AFA. Yves Etienne tem um mestrado em Belas Artes pelo Instituto Superior de Artes de Toulouse e vive na Ásia há já alguns anos. A mostra será diversificada uma vez que Yves Etienne trabalha com fotografia, pintura, música e vídeo. A exposição inaugura pelas 18h30 de dia 30 deste mês e pode ser visitada entre as 12h00 e as 19h00 até 18 de Setembro. A entrada é livre.
Joana Freitas Breves“Singing Girl”, de Macau, consegue financiamento em Feira de Cinema O filme de Macau “Singing Girl” foi o único a conseguir financiamento na Feira de Investimento na Produção Cinematográfica entre Guangdong–Hong Kong–Macau 2016. Co-organizada pelo Instituto Cultural, pelo Hong Kong Film Development Council e pela Administração de Imprensa e Publicação, Rádio, Cinema e Televisão da Província de Guangdong, a feira terminou esta quarta-feira. Entre os 25 projectos cinematográficos que procuravam chamar a atenção dos mais de 50 investidores foi “Singing Girl”, de Lou Ka Hou, quem mereceu mais destaque. “O investidor de Guangdong Han Yuan Education Investment & Management Ltd., fechou negócio com um projecto cinematográfico de Macau, o Singing Girl, e três projectos cinematográficos de Guangdong, nomeadamente, “The Fist and Snows”, “The Same Fac”e e “Some stories about Love”. Realizou-se no local a cerimónia de assinatura de carta de intenção de cooperação de investimento”, indica a organização. À parte do investimento, nenhum dos sete projectos de Macau arrecadou prémios. “Singing Girl” conta a história de uma rapariga que sonha ser cantora. Um dia participa num concurso com uma canção contendo linguagem imprópria. Esse episódio sai-lhe caro e acaba por ser expulsa da escola e repudiada pela família. Por outro lado, a música que entretanto foi parar à internet permitiu-lhe conquistar uma legião de fãs. Esta dualidade divide a rapariga, que se questiona: abandona o sonho e recupera a vida que tinha, ou deixa para trás o passado e segue rumo ao palco?
Joana Freitas SociedadeEscarlatina aumenta novamente. Sobem infecções por VIH [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]ontinuaram a aumentar os casos de escarlatina em Julho em Macau face ao mesmo mês do ano passado. Dados ontem enviados aos média pelos Serviços de Saúde (SS) mostram que foram declarados 18 casos da doença, mais quatro do que no ano passado. Tal como o HM tinha avançado no final do mês passado, desde 2010 que Macau não via tantos casos de escarlatina. Só este ano, já contabilizou quase 300 casos da doença respiratória que atacou em força no século XIX e que foi erradicada, mas que regressou recentemente em todo o mundo. No ano passado, o número de casos de escarlatina chegou aos 268, tendo atacado especialmente crianças do sexo masculino. Este ano, o número de infecções pela mesma doença foi superior a todo o ano de 2015, ascendendo aos 285. Somam-se agora mais 18 casos registados o mês passado, ainda que muito menos do que em Junho, que totalizou mais de 50. Em Julho, os Serviços de Saúde registaram 406 situações em que foi efectuada a declaração obrigatória de doenças e “verificou-se que existe uma mudança mais evidente em algumas doenças”, como a escarlatina, a papeira (sete casos), a varicela (56 casos) e as salmoneloses (11 casos). “Estes números significam que houve um aumento de casos quando comparados com o período homólogo do ano passado”, admitem os SS, depois de no mês passado terem dito que a escarlatina estava a diminuir, mas comparando de mês para mês em vez de anualmente. Foram ainda declarados 225 infecções por enterovírus e oito casos de influenza, ainda que tenha havido uma diminuição do número de casos, em comparação com o período homólogo do ano passado e com o passado mês de Junho. Durante o mês de Julho foram também registados 32 casos de tuberculose pulmonar, “um número inferior ao período homólogo do ano passado”. Já casos de infecção pelo VIH foram registados oito e três de SIDA, “o que significa um ligeiro acréscimo relativamente ao período homólogo de 2015”.
Joana Freitas Manchete SociedadeRelatório | “Uma Faixa, Uma Rota” coloca China pela primeira vez no Top25 dos países mais inovadores A implementação da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e o facto de estar aberta a colaborar com economias mais desenvolvidas no ramo da investigação colocaram a China no Top25 dos países mais inovadores. É a primeira vez que tal acontece não só com o país, mas com uma economia considerada “média”, como a do Império do Meio. São os resultados do Global Innovation Index, que classifica o continente como “um caso notável” [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China entrou pela primeira vez no Top25 dos países mais inovadores. Os resultados são do Global Innovation Index (GII) e a posição também coloca o continente como o primeiro país do grupo das “economias médias” a integrar a tabela das mais desenvolvidas em nove anos. O documento, lançado pela Cornell University, The Business School for the World e a World Intellectual Property Organization (WIPO), foi dado a conhecer na quarta-feira. “A entrada da China no Top25 marca a primeira vez que um país com uma economia mediamente desenvolvida se junta às economias mais desenvolvidas do mundo e que dominaram, historicamente, o top do GII durante os nove anos de pesquisa sobre as capacidades de inovação de mais de uma centena de países em todo o mundo. A evolução da China reflecte a forma como o país melhorou a sua performance ao nível da inovação”, pode ler-se no relatório, que alerta, ainda assim, para ainda existente divisão entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Mas há também mais atenção dos políticos para o facto de que a inovação é crucial para uma economia vibrante e competitiva.” Xi Jinping pode ser o homem responsável por esta subida do 29º lugar em 2015, que já provocou diversas reacções nos média nacionais (ver textos abaixo). Em 2013, a implementação da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” pelo Presidente chinês – que a concretizou no ano passado – fez com que a China se posicionasse ainda mais estrategicamente no mundo. Especialmente, porque o que a iniciativa promove – a integração económica de países asiáticos, africanos e europeus – conta já com mais de 60 países e foca-se nas principais áreas que dão um empurrão à economia: infra-estruturas, trocas comerciais, educação, investigação e inovação. “A diversidade entre os países que fazem parte de ‘Uma Faixa, Uma Rota’, apesar de desafiante, é um dos factores mais apelativos nesta iniciativa. As vantagens dos diversos países podem ser aproveitadas e o potencial para o progresso é extremamente alto. O aprofundamento da integração económica, melhores infra-estruturas e cooperação em domínios como a educação, pesquisa e inovação têm o potencial de levar os [participantes] a níveis mais elevados e, consequentemente, maior desenvolvimento económico”, indica o GII. A aprender A abrir a tabela deste ano surgem a Suíça (com 66,28 pontos numa escala que vai até cem), a Suécia (63,57) e o Reino Unido (61,93). Hong Kong não fica numa má posição, conseguindo o 14º lugar dos mais inovadores (ver texto secundário), ainda que demonstre uma queda. Macau não aparece. Apesar de ficar atrás de Singapura, que arrebata o sexto lugar, a China consegue com o seu 25º lugar (50,57 pontos) ultrapassar países europeus como Portugal (30º), Itália e Espanha. Em último, na posição 128, surge o Iémen. Mas, em que apostou a China para subir na tabela? Segundo o GII, no investimento. “Inovação requer um investimento contínuo. Antes da crise de 2009, os gastos com a investigação e o desenvolvimento subiram cerca de 7% anualmente. Os dados deste ano mostram que estas despesas mundiais subiram apenas 4% em 2014, resultado de um crescimento económico mais lento nas economias emergentes e orçamentos mais apertados para a investigação nas economias mais desenvolvidas. O que, aliás, se mantém um motivo de preocupação”, explica o relatório. “Mas, ainda que os EUA liderem, a China demonstrou um crescimento rapidíssimo nos seus gastos de investigação e desenvolvimento. O [país] sozinho foi responsável por 21% das despesas globais em investigação, ficando apenas atrás dos EUA.” Estudos citados no GII mostram que a China está também a elevar o número de investigadores e de publicações científicas: entre 128 países, a RPC consegue o 46º lugar no número de países com mais investigadores. Isto tendo apenas em conta o continente, já que Hong Kong ocupa a 27ª posição nesta área. “A investigação na inovação é crítica para conseguir elevar o crescimento económico a longo-prazo”, refere Francis Gurry, director-geral do WIPO. “Neste clima económico descobrir novas formas de crescimento e conseguir novas oportunidades que surgem com inovação ao nível global deve ser a prioridade para todos.” Nota positiva acontece também com o registo de patentes, onde “os EUA estão a ver a sua liderança a diminuir”, com a China a conseguir, entre os países de “Uma Faixa, Uma Rota”, o primeiro lugar nesta área, ao lado do fabrico de produtos de alta tecnologia e de exportações. A China consegue ainda o 17º lugar na qualidade de inovação entre as quatro economias que se realçam nessa área – Japão, EUA, Reino Unido e Alemanha. “Esta posição torna o país o líder entre as economias médias, seguido da Índia, que ultrapassou o Brasil.” Um caso “notável” Com uma posição não tão satisfatória (88ª) no que à “estabilidade política” diz respeito, a China consegue ser “um caso notável”, como refere o GII. E tudo devido à sua abertura para o mundo. “A forma como a China se abre à cooperação internacional é cada vez mais estratégica. Desde o processo de abertura do país, em 1978, a política externa tem sido utilizada como um avanço no desenvolvimento da economia. E, mais recentemente, a intensificação da rede de colaborações internacionais espalhou-se em todos os aspectos da inovação chinesa – desde a investigação académica conjunta, ao licenciamento tecnológico e ao investimento directo e aquisições estrangeiros”, indica o relatório, que acrescenta que o resultado destas apostas é um sistema densamente conectado a fontes cujo ‘expertise’ é elevado. O país está ao lado da Malásia, Bulgária, Costa Rica, Roménia e Montenegro no Top10 dos melhores países com uma economia mediana e ocupa também uma posição invejável nos países com melhor rácio de inovações mais eficazes. E, como o HM analisou, no grupo dos países asiáticos o Império do Meio assume também um lugar de destaque: o quarto, atrás apenas da Coreia do Sul, Hong Kong e Japão. Precisamente graças à sua abertura. “Uma coisa que distingue a China do Japão ou da Coreia no caminho da inovação é a sua abertura para ‘comprar experiência que está na prateleira’ quando necessário”, ou seja procurar o que já é tido como de qualidade. “Uma e outra vez, exemplos de colaborações são evidentes. Como Adam Segal, um especialista em China no Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos, descreveu ‘uma das grandes vantagens da China tem sido o seu foco em moldar as interacções com os estrangeiros para servir os seus objectivos’”, remata o GII. Altos elogios “As 25 primeiras posições do GII são ocupadas por um conjunto estável de países de alto-rendimento que consistentemente lideram na inovação. Nos últimos anos, quase nenhum país mudou dentro ou fora deste grupo de melhor desempenho, mas este ano algumas mudanças notáveis tiveram lugar dentro do Top25, em parte devido à inclusão de novos indicadores. Notavelmente, pela primeira vez, um país de economia média – a China – está nesse top. Esta inclusão é impulsionada não apenas pelo desempenho na inovação, mas também por considerações metodológicas, como a adição de quatro novos indicadores em que a China fez particularmente bem”, realça o relatório. “Por exemplo, o país tem uma nota particularmente elevada no número de empresas que mais investem em pesquisa, tem rankings de inovação com pontuações mais altas e indicadores altos em pedidos de patentes, bem como nas exportações de alta tecnologia e bens criativos.” A China ainda não está a par de qualquer um dos dez países de topo, mas consegue pontuações mais altas em sofisticação empresarial e exportação de conhecimento e tecnologia do os seus pares no grupo do 11º ao 25º lugar, como indica o GII. Assim, está mais próxima de países de economia alta, com a Malásia agora em maior distância, quando no ano passado os dois países foram as duas únicas economias de economia mediana perto do grupo superior. A China tem demonstrado uma melhoria mais forte ao longo dos anos em vários indicadores.” Hong Kong à frente mas a descer Macau está de fora do índex, mas Hong Kong conseguiu arrecadar o 3º lugar na liderança dos países do Sudeste Asiático mais inovadores. No ranking geral, ainda assim, a região vizinha desceu face a anos anteriores. Se em 2015 conseguiu a 11ª posição, está agora no 14º lugar. Mantém-se à frente do continente e no Top25. “No que ao conhecimento e tecnologia diz respeito, Hong Kong está em 30º. Mas consegue boas posições em instituições e infra-estruturas [de inovação], com um quarto e segundo lugar. Também na sofisticação de mercado consegue um segundo lugar. O seu desempenho é superior em termos de sofisticação do mercado, onde a maioria das forças individuais da economia são identificadas: a protecção dos investidores minoritários, a capitalização de mercado e o valor total de acções são todos primeiros classificados. Por outro lado, apesar de melhorar na classificação em dois indicadores na Educação, os gastos com a educação e as despesas públicas em educação por aluno são áreas com oportunidades de melhoria.” O Top25 1. Suíça (número 1 em 2015) 2. Suécia (3 em 2015) 3. Reino Unido (2 em 2015) 4. EUA (5 em 2015) 5. Finlândia (6 em 2015) 6. Singapura (7 em 2015) 7. Irlanda (8 em 2015) 8. Dinamarca (10 em 2015) 9. Holanda (4 em 2015) 10. Alemanha (12 em 2015) 11. Coreia do Sul (14 em 2015) 12. Luxemburgo (9 em 2015) 13. Islândia (13 em 2015) 14. Hong Kong (11 em 2015) 15. Canadá (16 em 2015) 16. Japão (19 em 2015) 17. Nova Zelândia (15 em 2015) 18. França (21 em 2015) 19. Austrália (17 em 2015) 20. Áustria (18 em 2015) 21. Israel (22 em 2015) 22. Noruega (20 em 2015) 23. Bélgica (25 em 2015) 24. Estónia (23 em 2015) 25. China (29 em 2015) RPC, o futuro Gu Qingyang, professor associado da Escola de Políticas Públicas de Lee Kuan Yew da Universidade Nacional de Singapura, considera que esta entrada da China no Top25 é uma notícia incentivadora. Num editorial escrito no Diário do Povo, jornal que dedicou diversos artigos a este resultado, o académico considera este um momento de viragem decisiva para o desenvolvimento na inovação da China. Gu Qingyang crê que o plano nacional da inovação tecnológica do 13º plano quinzenal publicado pelo Conselho de Estado do Governo Central da China contribuiu imensamente para que se saiba qual o plano de inovação tecnológica da China nos próximos cinco anos. “No passado, a inovação era definida como o fruto das tecnologias de ponta, mas agora na China a inovação está entre a população”, refere. O “The Economist” publicou recentemente um artigo de capa em que considera que a China e o mundo ocidental já entraram numa fase de “referência mútua de inovação” no sector tecnológico. Um texto do Financial Times relata que os investidores aguardam com expectativa que o potencial da tecnologia chinesa possa ultrapassar os Estados Unidos da América, como relembra ainda o académico. O Diário do Povo frisa ainda um artigo da CNN norte-americana, que realça a inovação como um motor crucial para a economia chinesa. “Os gastos de pesquisa e desenvolvimento das empresas chinesas está a crescer a um ritmo de 20% enquanto o das empresas americanas é de 1 a 4%. A China está a tornar-se um país repleto de produtos e ideias inovadoras”, indicava. Também o director-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, Francis Gurry, fez questão de frisar que a inovação que a China está a prosseguir serve como um elemento essencial para a transição do produto “Made in China” a “Created in China”.
Joana Freitas SociedadeNovas paragens de autocarros na Taipa e Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) reordenou algumas paragens nas ilhas, cancelando duas delas perto dos Jardins do Oceano. “Tendo em conta que as paragens Jardins do Oceano/Rose Court e Ponte de Sai Van/Av. do Oceano e as da Rotunda dos Jogos da Ásia Oriental e Avenida dos Jogos da Ásia Oriental/Ponte de Sai Van estão relativamente próximas serão canceladas as Rotunda dos Jogos da Ásia Oriental e Avenida dos Jogos da Ásia Oriental/Ponte de Sai Van”, explica um comunicado. Assim, as carreiras n.os 26 e MT4 passam a fazer escala nas paragens “Jardins do Oceano/Rose Court” e “Ponte de Sai Van/Av. do Oceano”, enquanto a carreira n.o 73 para também nestas duas paragens. A DSAT vai ainda criar a paragem “Centro de Santa Lúcia” na Estrada de Nossa Senhora de Ká Hó e a paragem “Parque de M. da Barragem de Ká-Hó” na Estrada da Barragem de Ká Hó, alterando o itinerário da carreira n.o 21A para fazer com que este autocarro pare nestas duas paragens. Já do lado de Macau, a carreira n.o 5X deixa de circular na Rua de Malaca, a partir de passando a seguir para o viaduto, através da Avenida de Marciano Baptista e faz escala na paragem “Av. R. Rodrigues/Rua Malaca”. Todas estas mudanças acontecem amanhã, dia em que se inaugura o novo terminal de autocarros do Vale das Borboletas, localizado no complexo de habitação pública de Seac Pai Van. As carreiras n.os 51, 52, 55, 56, H3 e N5 passam a sair daquele terminal, em vez do terminal provisório de Seac Pai Van. Entretanto, este terminal provisório é repartido em duas paragens para uso do público com as novas denominações de “AL. da Harmonia / Edf. Ip Heng” e “AL. da Harmonia / Edf. Lok Kuan”. O Terminal do Vale das Borboletas tem cinco vias de autocarros.
Joana Freitas BrevesMais dois casos de dengue importado Os Serviços de Saúde (SS) deram conta de dois novos casos de dengue importados, diagnosticados depois de um homem e uma mulher terem viajado para o Camboja e Filipinas, respectivamente, elevando o número destes casos para sete. Em comunicado divulgado na quarta-feira à noite, os SS informam que um homem de 24 anos foi diagnosticado depois de ter estado no Camboja, entre 31 de Julho e 6 de Agosto, para fazer voluntariado. No dia 12, já depois de ter regressado a Macau, manifestou sintomas de febre e dores musculares, recorrendo ao hospital. Como a febre não passou, voltou ao hospital no dia 15, acabando por ficar internado e ser diagnosticado. O outro caso diz respeito a uma mulher de 44 anos que tinha estado nas Filipinas entre 3 e 12 de Agosto. Foi ainda no país que, após sintomas, foi diagnosticada. Após regressar a Macau, voltou a ser internada e começou a apresentar erupções cutâneas, tendo-lhe sido diagnosticado dengue de tipo III. Segundo os SS ambos apresentam melhorias. Estes dois diagnósticos elevam o número de casos de febre de dengue importado para sete desde o início do ano.
Joana Freitas Manchete PolíticaAMCM | Fundo de Investimento é para avançar mas só com formados O Fundo para o Desenvolvimento e Investimento vai mesmo avançar, mas não sem antes se formar pessoas na área financeira, diz a AMCM [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo vai mesmo avançar com o Fundo para o Desenvolvimento e Investimento, anunciado em 2015, mas não sem antes formar pessoal. O assunto tinha sido alvo de debate em sede da Comissão de Acompanhamento para as Finanças Públicas da Assembleia Legislativa (AL), onde os deputados questionaram o Executivo. Um porta-voz da Autoridade Monetária de Macau (AMCM) confirmou ao HM que o projecto é para avançar. Ontem, também o Jornal Tribuna de Macau tinha avançado que estão já em marcha os trabalhos “preparatórios” para o Fundo, que se prevê estar concluído em 2019. Um relatório da Comissão da AL publicado esta semana e analisado pelo HM indicava que “os pormenores do Fundo estavam em fase de estudo”, mas a AMCM disse ao diário que os trabalhos arrancaram após a conclusão desse estudo de avaliação interno feito pelo organismo. O Fundo será semelhante a um fundo soberano, “exclusivamente para gerir os investimentos das reservas” financeiras, sendo que a AMCM alertou os membros do hemiciclo de que está a ter uma atitude prudente face ao dinheiro público. “A AMCM adoptará apenas uma política de aplicação financeira mais prudente, face à previsão de uma maior oscilação no mercado financeiro mundial este ano de 2016.” Calmos e formados Os deputados tinham sugerido que o Governo avançasse com uma política de investimento “mais agressiva”, com investimentos no continente e a compra de imóveis de “alta qualidade em Macau”. Esse não é o desejo do Executivo, que quer, contudo, maior aposta na formação. “Seja em termos de política de gestão financeira, ou em termos de normação legal, a aplicação dos fundos públicos tem de ser sempre rodeada da maior cautela para se manter, pelo menos, a estabilidade dos activos. (…) Contudo, a tarefa primordial do Governo, enquanto este [Fundo] não for criado, é a formação de mais quadros qualificados para a área financeira.” Os números apresentados pelo Governo sobre a taxa de retorno dos investimentos da Reserva Financeira em 2015 mostram que o 0,7% não agrada e é menor que todas as taxas nos últimos quatro anos. “Pode até dizer-se que o seu valor é mais baixo do que os rendimentos de depósitos obtidos por particulares”, avisam os deputados. O Executivo diz que a baixa taxa se deve “às turbulências verificadas no mercado mundial bolsista e à depreciação do yuan”. O valor dos activos ascendeu a 345,05 mil milhões de patacas em 2015. Chui Sai On tinha anunciado que iria proceder a um estudo sobre a aplicação de determinada percentagem da actual reserva financeira na criação do Fundo.
Joana Freitas SociedadeGoverno opta por obras subterrâneas na Avenida da Amizade [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Executivo optou por fazer um novo método de obras para resolver o problema do limite na capacidade de retenção de águas residuais na ZAPE e nos NAPE. A ideia é diminuir os constrangimentos de trânsito com a abertura de mais buracos nas vias públicas. “No cruzamento da Avenida da Amizade com a Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues existem vários esgotos. Nos últimos anos, a pressão causada pela emissão de águas não só provocou danos nas tampas das caixas, como no pavimento e também causou a ocorrência de refluxo de água que interferiram com o normal funcionamento do trânsito e do próprio funcionamento da rede de drenagem de águas residuais. As autoridades tomaram algumas medidas de ajustamento e controlo, mas problema não ficou totalmente resolvido, pelo que urge melhorar a rede de drenagem”, começa por explicar o Governo, num comunicado. “Caso se adopte pela escavação a céu aberto, será preciso ocupar duas faixas de rodagem da Avenida da Amizade, o que causará um congestionamento grave do trânsito. O Governo decidiu utilizar o método de execução subterrânea (mediante o uso de perfuradora) no troço situado entre o Centro Unesco de Macau (ZAPE) e a Rua dos Pescadores, no sentido de diminuir a escavação das vias e reduzir o impacto no trânsito.” O método não produz também poluição sonora. As obras deverão demorar 1380 dias e o projecto está em fase de concurso até Novembro.
Joana Freitas Manchete SociedadeTaipa | Governo autoriza retoma da construção de bomba de gasolina A polémica bomba de gasolina que ia nascer na Estrada Almirante Marques Esparteiro veio mesmo para ficar. O pedido de retoma da construção, apresentado em Junho, foi autorizado pelo Governo, assegurou ontem a DSSOPT [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo deu autorização à Asia Environmental Energy para retomar a construção da bomba de gasolina na Estrada Almirante Marques Esparteiro, na Taipa. Após a polémica em torno do projecto, que levou associações e deputados a pedir um travão à obra, a construção foi retomada a 15 de Agosto, como confirmou a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) ao HM. “Foi emitida a licença de obras de construção para o projecto e foi aprovado o seu pedido de início de obras”, explica o organismo em resposta ao HM, depois desta semana os moradores terem dado o alerta no Facebook sobre o regresso de escavações ao local. A DSSOPT garante que tem acompanhado os projectos e assegura que tudo “está em conformidade com os procedimentos legais”. As informações do Governo explicam que em Junho deste ano e empresa solicitou novamente o “início de obras”. Anos de preparação Foi em Outubro de 2004 que a RAEM concedeu um terreno por arrendamento à Asia Environmental. Ficava na Avenida Leste do Hipódromo e já se destinava à construção de um posto de abastecimento, projecto lançado pelo próprio Governo, em 2001. Neste ano, Ao Man Long, ex-Secretário para as Obras Públicas e Transportes preso por corrupção, abriu uma consulta pública para a concessão de seis parcelas de terra para a construção de bombas de gasolina. Em 2002 reduziu para cinco e a Asia Environmental Energy foi uma das escolhidas. Pagou, em 2004, 3,8 milhões de patacas pelo arrendamento e foi representada por Ho Kam Pui (conhecido também por Ho Tat Ian e já falecido), administrador da empresa, membro da Câmara de Comércio e também do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Foi o IACM um dos departamentos que deu o parecer favorável para a construção do posto. Em Setembro de 2010, o Executivo “propôs ao concessionário que desistisse do terreno” por causa do metro ligeiro e, em Maio de 2013, a Administração concedeu este terreno à empresa, num acordo assinado entre Fong Seng Tong como administrador da empresa e Lau Si Io, ex-Secretário para as Obras Públicas. Protestos por terra Em 2014 vários residentes manifestaram-se contra o projecto porque o local fica em frente à zona de rebentamento de panchões e de residências, quando existe, a escassos metros, uma outra bomba de gasolina, na Avenida Sun Yat-Sen. Segundo José Pereira Coutinho, um dos deputados que se juntou aos moradores, há já novos protestos agendados. “Entregámos na altura pedidos ao Chefe do Executivo e aquilo ficou parado. Ressuscitou agora, mas já fomos contactados pelos moradores. Só que estamos num período de férias e muitos deles estão ausentes da zona, mas em todo o caso o Facebook já está a movimentar as pessoas para irem lá. Entretanto pedi aos residentes para contactarem os democratas porque eles foram também dos que participaram”, disse ao HM. Au Kam San e Ng Kuok Cheong juntaram-se, de facto, à causa, ao lado de Melinda Chan e dos activistas da Novo Macau. Outra das razões por que se levantou a polémica foi a alegada ligação da dona da Caltex Oil Macau a Chui Sai On, Chefe do Executivo. Agnes Fok Lai Si, da Câmara de Comércio de Macau, é a directora-executiva da empresa, que detinha, em 2014, 22% do total dos combustíveis da RAEM, ao lado da Nam Kwong e da HN. Agnes Fok “é da relação familiar do Chefe do Executivo”, como asseguravam na altura os deputados. Apesar da controvérsia, a bomba de abastecimento vai mesmo para a frente. A DSSOPT assegura que está atenta à segurança. “Foi exigido ao concessionário o cumprimento de padrões e requisitos na elaboração do projecto do posto de abastecimento de combustíveis, na sua construção e na sua futura exploração.”
Joana Freitas BrevesAberto concurso para construção de novo edifício do MP A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) pôs ontem a concurso a primeira fase da empreitada de construção do edifício do Ministério Público. As novas instalações vão nascer na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, no lote 138 A, perto do Gabinete de Ligação da China na RAEM. As empresas a concurso terão de apresentar propostas para a construção de fundações, estruturas da cave até ao rés-do-chão e depósitos de água para incêndios e de água potável do edifício. O prazo máximo de execução das obras é de 600 dias, sendo que as propostas têm de ser apresentadas até dia 8 de Setembro. Nos critérios de avaliação é o preço proposto que tem mais peso, 45%, sendo que a experiência e qualidade em obras ocupa 18% na avaliação, ao lado do prazo de execução (15%).
Joana Freitas PolíticaSteve Wynn não apoia nenhum candidato às presidenciais [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]patrão da Wynn, Steve Wynn, assegura que não vai apoiar nem Hillary Clinton, nem Donald Trump na corrida à presidência dos Estados Unidos. O magnata do jogo, que se pensava que iria pôr-se do lado de Clinton, não quer dinheiro de Macau nem dos EUA a voar para estas eleições. “Antes que me perguntem, não apoio nenhum dos candidatos, estou tão confuso como a maioria dos americanos”, disse Steve Wynn sobre as eleições presidenciais marcadas para Novembro, numa conferência de imprensa sobre o seu novo casino no Cotai, o Wynn Palace, que vai ser inaugurado na segunda-feira. Wynn já apoiou os dois principais partidos norte-americanos. Em 2008 apoiou o democrata Barack Obama na corrida à Casa Branca, mas em 2012 foi o republicano Mitt Romney que mereceu o seu apoio. Em 2013 doou 200 mil dólares à Associação de Governadores Republicanos. Dentro da política é habitualmente conhecido o papel de Sheldon Adelson como um dos grandes doadores, mas Steve Wynn também tinha anunciado ponderar o apoio a alguém. Ainda que o nome do empresário não seja tão sonante nos meandros da candidatura, duas coisas eram bem conhecidas: Steve Wynn “desaprova Barack Obama”, ao ponto de o comparar ao ex-presidente Richard Nixon, envolto num escândalo de escutas. Mas, ao contrário de Adelson, o facto de Wynn não gostar de Obama pode não o impedir de apoiar Hillary Clinton, candidata pelos Democratas. Wynn assegurava, em Maio deste ano, ter tido um “jantar charmoso com Clinton”, ainda que social e “não político” e que não descurava a eventualidade de apoiar a candidata, numa entrevista ao canal de televisão PBS. Do conhecimento público é também que Wynn não está nos melhores termos com Adelson ou Trump. Muito por causa dos negócios de casinos, já que o candidato republicano foi considerado, em tempos, provável competição de Wynn em Atlantic City. Agora, o habitual doador de fundos para as campanhas eleitorais no seu país põe-se de fora da corrida. Já Sheldon Adelson, o magnata dos casinos da Sands, tem preparados até agora cem milhões de dólares para Trump.
Joana Freitas BrevesAnselmo Teng à frente da AMCM por mais um ano Anselmo Teng vai ficar mais um ano à frente da Autoridade Monetária de Macau. O anúncio foi ontem feito em Boletim Oficial, num despacho assinado por Chui Sai On e que renova o cargo de Teng como presidente do Conselho de Administração do organismo “por este possuir capacidade de gestão e experiência profissional adequadas para o exercício das suas funções”. A renovação entra em vigor a 26 de Agosto.
Joana Freitas BrevesConselho do Património Cultural contra transferência de templo Os membros do Conselho do Património Cultural estão contra o projecto dos Serviços de Assuntos de Tráfego (DSAT) de abrir uma nova via rodoviária na zona da Avenida Coronel Mesquita, ideia que implica a demolição ou a relocalização do templo de Hong Chan Kuan. Isso mesmo foi demonstrado ontem, numa reunião plenária do Conselho, onde Cheang Kok Keong, da Associação para Protecção do Património Histórico e Cultural de Macau, disse que a ideia da DSAT põe em causa o valor histórico do conjunto que é formado com o templo de Kun Iam. “Este templo faz parte de um conjunto que integra o templo de Kun Iam. Por isso é um vestígio físico e um testemunho importante da história da povoação de Mong-Há”, disse, citado pela rádio. Outros conselheiros dizem que a relocalização do templo é tecnicamente difícil e muito dispendioso. O Presidente do Instituto Cultural, Ung Vai Meng, diz não acreditar que duvida agora que a DSAT queira levar o projecto para a frente. “Eu acho que essa situação não vai acontecer. Já conversámos com a DSAT e tenho muita confiança que isso não vai acontecer”, apontou, referindo que o templo data de 1717 e segundo o Instituto Cultural tanto o exterior como o interior do edifício possuem um “elevado valor arquitectónico e decorativo”. O presidente do IC falou novamente da Fábrica de Panchões Iec Long, para dizer que quer que a abertura do procedimento de classificação do espaço aconteça o mais rápido possível.