FIMM | Abertas inscrições para workshops, encontros e palestras

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) deste ano não vai resumir-se apenas a espectáculos e conta com diversos workshops, master classes, palestras e encontros com “músicos de renome”, que actuam nesta que é a 30ª edição do festival. Todos os cidadãos se podem inscrever como participantes ou observadores.
Entre as diversas actividades, destacam-se as master classes com músicos de renome. Em Outubro, no dia 8, reserve o sábado das 14h30 às 16h00 para a master class de percussão com Colin Currie. O líder do Colin Currie Group vai apresentar obras de Steve Reich e ensinar técnicas de percussão de bongo e marimba.
Percussionista, solista e músico de câmara, Colin Currie colabora regularmente com “as maiores orquestras e maestros mundiais”, como indica o Instituto Cultural. Em 2006, fundou o Colin Currie Group, aclamado pela execução de música de Steve Reich e convidado a actuar em todo o mundo. Colin ganhou o Prémio de Jovem Artista da Royal Philharmonic Society, em 2000, recebeu o Prémio Borletti-Buitoni Trust, em 2005, e o Prémio de Instrumentista daRoyal Philharmonic Society, em 2015.
As inscrições, ao preço de cem patacas, acontecem até dia 9 de Setembro e o limite de vagas é de quatro pessoas, sendo que é aconselhável que tenham já conhecimentos e experiência em percussão. Há, no entanto, espaço para 50 observadores, que pagam uma taxa de 40 patacas.
Salto para o dia 15, das 19h30 às 21h00, altura em que Zhang Hongyan vai ensinar técnicas de Pipa, no Conservatório de Macau. A “rainha da Pipa” vai ensinar os apreciadores de Pipa a melhorarem as suas técnicas de interpretação. Os lugares são para três pessoas, sendo que poderá haver 50 observadores.
Zhang Hongyan é professora e coordenadora de cursos de pós-graduação no Conservatório Central de Música e actuou em toda a China, tendo sido a primeira instrumentista a dar um concerto com uma orquestra sinfónica ocidental usando um instrumento chinês. Recebeu o Prémio Asiático de Gravação das Artes e Ciências, em 2006, e a sua gravação de clássicos de pipa foi inscrita permanentemente na Biblioteca do Congresso dos EUA e no American Folklife Center em 2007.
Segue-se um workshop de Piano com Adriano Jordão. O português foi o primeiro director artístico do FIMM e, no dia 22, das 14h30 às 16h00, convida os interessados a uma master class de piano “num estilo vívido e delicado”.
Adriano Jordão é um pianista contemporâneo formado pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa e tem actuado em concertos por toda a Europa, Ásia e Américas e colaborado com numerosas orquestras sinfónicas mundiais. A sua carreira musical tem sido reconhecida internacionalmente e tem granjeado diversas distinções em Portugal e no estrangeiro, incluindo o Primeiro Prémio no Concurso Internacional de Piano Debussy, em França.
O workshop está limitado a três participantes, sendo o prazo de inscrição o dia 23 de Setembro. Há ainda lugar para 50 observadores.
Todas as inscrições devem ser feitas no site do IC, organizador do evento.

30 Ago 2016

DSAT | Mais autocarros na rua no regresso às aulas

Mais de três dezenas de autocarros vão aumentar as frequências de partidas de manhã e ao início da tarde, de forma a escoar o número de passageiros que aumenta com a chegada do ano lectivo. São algumas das medidas propostas pela DSAT, que se integram ainda na colocação de mais sinais e agentes nos pontos críticos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s três operadoras de autocarros vão reforçar a frequência de partidas, com maior capacidade de lotação e do número de veículos de reserva. A ideia é minimizar o impacto que o regresso às aulas poderá ter no trânsito. Entre outras medidas, como o escoamento do trânsito em locais mais complicados, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) pediu às operadoras que aumentassem a frequência de partidas de 36 autocarros.
“Nos primeiros dias de aulas [as operadoras] vão acelerar o escoamento de passageiros através do aumento da frequência de partidas de autocarros com maior capacidade de lotação e do número de veículos de reserva, suspensão do direito ao gozo de férias de trabalhadores e afectação de condutores para as carreiras especiais”, começa por dizer a DSAT em comunicado. “Cerca de 36 carreiras de autocarros irão aumentar a frequência de partidas durante as horas de ponta da parte da manhã e da tarde nos primeiros dias de aulas do novo ano lectivo. A DSAT exigiu às três companhias de autocarros que destaquem mais trabalhadores auxiliares e fiscais de brigada móvel, para ajudar os passageiros nas filas de espera e fiscalizar as paragens das diversas zonas, com o objectivo de racionalizar a disciplina das paragens de autocarros.”
A aplicação móvel “Localização dos Autocarros”, que funciona a título experimental, vai fornecer informações da chegada, em tempo real, de um total de 32 carreiras de autocarros.
A DSAT e a PSP vão ainda vigiar “de perto a situação rodoviária das diversas zonas (…) e serão destacados agentes de trânsito nas proximidades das escolas para sensibilizar os peões sobre o cumprimento das regras de trânsito”. Foram ainda renovadas as sinalizações de 40 ruas nas proximidades de 32 escolas, de forma a aumentar a segurança dos estudantes.
Paralelamente, a DSAT prevê o final das obras gradualmente sendo que “até final” de Agosto estas vias serão reabertas para circulação de veículos, em articulação com o início do novo ano lectivo. A Avenida do Venceslau Morais, Estrada de Ferreira do Amaral, Rua da Ribeira do Patane, Avenida de Sidónio Pais e Rua do Campo já estão reabertas para circulação e as obras da Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, Avenida da Praia Grande, Estrada da Areia Preta, Avenida Dr. Francisco Vieira Machado e Rampa dos Cavaleiros terão conclusão ainda durante esta semana.
Já as obras da Taipa, nomeadamente as da Rotunda do Estádio, continuam a decorrer.

29 Ago 2016

Hepatite C | São Januário já tem Sofosbuvir e administrou-o a dezenas

Em Janeiro, eram cerca de 18 os doentes de Hepatite C que esperavam o Sofosbuvir. Agora, mais de vinte já o tomaram, garantem os SS, que indicam que o medicamento chegou finalmente a Macau, em conjunto com outros dois além do tradicional Interferon

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) já estão a administrar o Sofosbuvir – ou medicamentos com esta componente – a doentes portadores de Hepatite C. É o que garante o organismo numa resposta ao HM. Os SS asseguram que, desde final de Janeiro, que o medicamento está em Macau, depois de alguns doentes portugueses com residência em Macau, como o HM avançava no início do ano, estarem a ser tratados em Portugal com o novo medicamento.
Os portugueses que decidiram sair de Macau fizeram-no porque não havia forma de serem tratados no território com o Sofosbuvir, que tem uma taxa de cura de 90%. Agora, os SS indicam que mais de três dezenas já têm acesso a outros medicamentos que não o Interferon, tido como um remédio com mais efeitos secundários. Entre eles está o novo medicamento e dois outros, um deles que tem os mesmos componentes que o Sofosbovir.
Em Janeiro, os SS diziam que existia uma lista de 18 doentes que iriam ser tratados com o Sofosbuvir, sendo que para cada doente o Governo estima gastar um milhão de patacas. Até essa altura, apenas um doente de Macau estava a ser tratado com o medicamento, mas em Hong Kong, já que os SS entenderam que o seu caso carecia de intervenção urgente. Os números, agora, mudam.
“Actualmente existem em Macau cerca de 200 doentes diagnosticados com Hepatite C crónica aos quais não é adequada a prescrição de Interferon. Havendo, [por isso], a possibilidade de serem tratados com um de três medicamentos: Harvoni (que inclui Sofosbuvir), Sofosbuvir e Viekira Pak”, refere ao HM.
Os dados fornecidos pelos SS indicam que estes três medicamentos já foram administrados a 39 doentes portadores de Hepatite C crónica. Entre estes, a maioria tomou medicamentos com Sofosbuvir: “85% deles tomaram medicamentos com [esse] componente”.
Desde 2003 que o São Januário tem vindo a adoptar o medicamento tradicional Interferon na cura dos doentes com vírus de Hepatite C crónica, sendo que, até ao momento, mais de mil doentes foram tratados com este medicamento, “na maioria dos casos com bons resultados clínicos”. Desde 2013 que o Sofosbuvir está no mercado.

29 Ago 2016

Acidente com ferry de Macau ao largo de Hong Kong

Quase 300 pessoas ficaram presas durante aproximadamente duas horas, ao largo de Hong Kong, na noite de sábado, depois do ferry em que seguiam, procedente de Macau, ter colidido com um barco de pesca. Todos os 289 passageiros e dez membros da tripulação que seguiam a bordo do barco, que viajava sob aviso de tempestade, encontram-se a salvo, ainda que uma passageira tenha ficado ligeiramente ferida.
Operado pela empresa TurboJET, o barco zarpou de Macau às 23h15 de sábado e colidiu aproximadamente meia hora depois com um barco de pesca de 15 metros junto a Ngau Tau, grupo de ilhotes perto da ilha de Lantau, onde se localiza o aeroporto internacional da antiga colónia britânica.
O barco ficou parado no local durante duas horas para permitir inspecções por parte da tripulação e pelas autoridades de Hong Kong e da província chinesa de Guangdong, por o acidente se ter registado nas suas águas, que foram ao local para analisar se o ferry tinha ainda condições para continuar a navegar. A frente do barco de pesca ficou danificada, mas as pessoas que seguiam a bordo encontram-se bem.
O ferry acabou por seguir para o porto de Sheung Wan, em Hong Kong, onde chegou por volta das 02h20.

29 Ago 2016

Mulher vende carne de cão no Facebook

Uma mulher vietnamita que trabalha e reside em Macau estará alegadamente a vender carne de cão por encomenda. A denúncia foi feita nas redes sociais Facebook e WeChat, depois da mulher ter colocado duas fotos com a legenda “a comida está pronta e vai agora ser entregue aos clientes”.
A publicação foi feita em Macau e a mulher acabou por retirar as imagens, mas não sem antes receber uma série de mensagens de residentes. Entre algumas delas, admite que vende comida para fora através do Facebook, mas diz que a fotografia – que entretanto apagou e que mostra claramente cães – é de “cordeiros”. Uma das residentes, que chegou a reportar o caso à polícia, como confirmou ao HM, responde que o que está na imagem são cães e a mulher vietnamita deixa de responder.
A conta inicial do Facebook onde foram colocadas as fotografias foi apagada e a mulher, que segundo a rede social trabalha no Venetian, tem uma outra onde foi colocado um cão como foto de perfil a 26 de Agosto, um dia depois do caso ter provocado uma onda de indignação nas redes sociais.
O HM tentou confirmar com a polícia se o caso está a ser investigado mas não foi possível até ao fecho desta edição.

29 Ago 2016

Polytec acredita na retoma da construção do Pearl Horizon

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polytec está à espera que o tribunal marque uma data para começar o processo sobre a retirada, pelo Governo, do terreno onde estava a ser construído o Pearl Horizon mas acredita que vai conseguir retomar a construção. Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, ontem, a empresa mostra-se esperançosa numa decisão favorável pelos tribunais.
“De acordo com uma opinião legal recebida pela empresa, a Polytec tem bases suficientes para [acreditar] na continuação do projecto e na sua conclusão”, começa por referir. “Segundo as opiniões legais, os tribunais vão considerar e julgar os pontos essenciais relativos aos atrasos causados pelo Governo de Macau e o direito da empresa em pedir compensação pelo tempo, de forma a que possamos completar a construção do lote e entregar as propriedades aos compradores.”
A empresa ainda espera uma data para o início do julgamento, depois de ter visto ser-lhe retirado o terreno por falta de aproveitamento dentro do prazo. A empresa sempre acusou o Governo de demorar na atribuição de licenças para a construção. Mas mostra-se positiva.
“A construção vai recomeçar assim que houver uma decisão favorável e as licenças sejam aprovadas pelo Governo”, frisa, acrescentando que acredita que vai conseguir concluir o outro projecto imobiliário em curso na Areia Preta, em meados do próximo ano. A concessão destes dois lotes termina em Julho de 2017.
No comunicado de ontem, o grupo deu ainda a conhecer uma subida de 3,6% nos lucros líquidos do primeiro semestre deste ano. As receitas ascenderam a 42,7 milhões de dólares de Hong Kong. Algumas das receitas, recorde-se, vêm dos arrendamentos no Macau Square, detido em parte pela empresa. Lá encontra-se o Tribunal Judicial de Base, cuja renda é paga à Polytec. O grupo conseguiu mais de 36 milhões de dólares só com rendas.

26 Ago 2016

Manuel de Arriaga | Proprietário não quer classificação e fala de manipulação

Lao Chau Lam diz que a consulta pública sobre a proposta de classificação do imóvel da Rua de Manuel de Arriaga foi “tendenciosa”, apenas porque o Governo quer que o prédio seja classificado como património. Apesar do IC admitir que não há consenso sobre a proposta, o dono do número 28 diz que o Executivo está a manipular a opinião à sua maneira e que quebrou uma promessa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]proprietário do número 28 da Rua de Manuel de Arriaga não quer que o imóvel seja classificado e acusa o Governo de ter feito uma consulta pública “tendenciosa”. O dono do prédio de estilo Neo-Clássico e Art Dèco, que também ocupa o número 1 da Rua da Barca, admite ao HM não perceber muito da lei e mesmo confrontado com o facto do Governo admitir controvérsia na classificação do edifício, acusa o Executivo de estar a tentar fazer com que o prédio seja classificado.
Os recentes resultados da consulta pública sobre a proposta de classificação de imóveis do Instituto Cultural (IC) – onde este foi o único dos dez imóveis propostos que pertence a privados – mostram que mais de metade dos inquiridos concorda com a classificação do prédio. O Governo considere que “não houve consenso” quanto à sugestão de se classificar o edifício, nomeadamente – como esclarece numa resposta enviada ontem ao HM – por causa dos proprietários.
De acordo com as informações da consulta, 61,8% das 667 pessoas que apresentaram opiniões face a este prédio “concorda com a classificação”, sendo que apenas 38,2% não estão a favor de que se torne património. O Governo insiste que não há consenso, mas os números mostram que ganha a maioria a favor. O dono do prédio não tem dúvidas: houve uma alteração significativa na forma de ver o edifício e é o Executivo quem está por trás disso.
“Há dois meses, o Governo teve uma reunião connosco, pequenos proprietários. Na altura, perguntei como estavam os resultados da consulta pública e o Governo disse-me que estava quase a ‘meio-meio’. Pelo que entendi na altura, a proporção de pessoas que concorda com a classificação ainda não tinha chegado a metade. Mas agora os resultados dizem que é mais de 60% para 30 e tal% e estou com enormes dúvidas sobre isso. Certamente este resultado é questionável. Porque a reunião só foi há um ou dois meses e, na altura, já deveria ter acabado a consulta”, começa por referir ao HM Lao Chau Lam, para quem estes resultados “são muito injustos”.
“Já disse na sessão consultiva que a inclusão do edifício da Rua de Manuel de Arriaga número 28 é injusta porque, do meu conhecimento, durante a consulta pública o pessoal do Governo mostrou uma foto do edifício às pessoas e perguntou-lhes se a foto ‘de uma idosa quando ela tinha 18 anos era bonita ou não’”, acusa Lao Chau Lam, referindo-se à fotografia do prédio quando este estava ainda em bom estado.
Ao que o HM apurou, o livro da consulta pública tem, de facto, uma fotografia do número 28 quando foi construído e outras antes da demolição parcial a que foi sujeito, portanto fotografias de antes de 2013.

Se ninguém conhece, não vale?

Se é verdade que os proprietários já se tinham manifestado contra a classificação do prédio – dos únicos, segundo o IC, a manter o estilo Neo-Clássico -, também é verdade que Lao Chau Lam assegura que ainda não sabe o que fazer ao espaço, se o prédio for realmente abaixo. Ainda assim, a insistência é na demolição, até porque, diz, ninguém conhece aquilo.
“Os moradores da zona conhecem o edifício e já lhes perguntei e quase 90% disseram que não vale a pena ser preservado. O edifício já foi demolido, deixando só meia parte dele e, por causa das chuvas e vento, está muito danificado. Mas para outras pessoas – e vocês podem fazer inquérito sobre isso – não vai haver muita gente que conheça onde fica o edifício. Certamente que a consulta que o IC ou o Governo fez é tendenciosa. Foi uma consulta feita de forma escondida.”

CPU sem peso

Lao Chau Lam admite que não entende muito bem a Lei de Salvaguarda do Património e pede ao Governo, “através do HM”, que lhe diga o que pode fazer.
O diploma dedica vários pontos face a direitos e deveres dos proprietários de imóveis já classificados. Se nuns, os direitos dos proprietários são defendidos, noutros a lei permite a expropriação de bens imóveis em vias de classificação pelo IC, e depois de ouvido o Conselho do Património Cultural. Estes casos podem acontecer quando há uma violação grave dos deveres do proprietário e este corra risco sério de deterioração ou destruição, quando se revele a forma mais adequada de assegurar a tutela do bem imóvel ou quando os bens imóveis estão situados nas zonas de protecção ou ofendam ou desvirtuem as suas características ou enquadramento. Seja qual for o caso, contudo, o proprietário terá direito a ser compensado.
Depois do HM dar a conhecer a Lao Chau Lam estes pontos, o proprietário não baixa a guarda. “Não entendo muito bem a Lei do Património. Mas se calhar, eles também a podem explicar da forma que gostarem mais e eu também não sei o que podemos fazer. Depois de ler os jornais sobre os resultados das consultas públicas, sobre as opiniões públicas que o Governo criou, sinto-me muito oprimido e quase não consigo respirar”, atira.
O proprietário diz que o Governo ainda não o contactou, mas faz questão de dar um exemplo que considera ser semelhante ao do prédio de que é dono.
“Os comissários do património votaram 13 contra três, ganhando a demolição. Eles são profissionais, ou não eram intitulados comissários. A maioria deles acha que não vale a pena ser avaliado como património, mas agora o Governo quer criar uma opinião pública para mudar esta avaliação. Quando este voto saiu nas notícias, os moradores da zona consideram que foi a decisão correcta. Agora, em dois ou três meses, o Governo não quer seguir a opinião dos comissários.”

Promessa quebrada

Nos resultados da consulta pública consultados pelo HM, é possível perceber que quem concorda com a classificação considera que “o prédio possui valor cultural” e outros acreditam que a classificação só é possível depois de ser apresentado “um plano de restauro” que tenha em causa a ponderação dos custos e o consentimento do proprietário. Quem discorda, diz que o edifício está “num avançado estado de degradação” e que repará-lo pode ser “um desperdício de recursos”. A integridade do prédio e os custos das obras são os motivos que levam alguns a estar de pé atrás.
Para Lao Chau Lam, e apesar do Governo considerar – apesar dos resultados – que há um “elevado número de pessoas” contra a classificação do prédio, o Executivo quer seguir com a classificação.
“Quando antes perguntei ao Governo sobre se o edifício, se não for avaliado como património, pode ser demolido, o Governo respondeu-me imediatamente que podia. As duas casas perto do São Januário foram demolidas porque a avaliação dos membros permitia isso. Então quero perguntar ao Governo o que podemos fazer? O Governo fez a promessa mas agora não quer realizá-la”, diz.

O que é?

Na história que acompanha o edifício, fornecida pelo IC, pode ver-se que ao longo dos anos se mantiveram as fachadas, “como as elegantes e bonitas decorações e molduras e a entrada em arco decorada com colunas”, como descreve o Instituto. Pormenores como mosaicos e acabamento em estuque de Xangai, “populares na época”, levam a que o IC considere o prédio como uma das poucas obras do estilo Neo-Clássico e Art Déco “populares na primeira metade do século XX”.
Apesar do edifício incluir apenas parte da construção original, o IC descreve-o como sendo ainda capaz de mostrar a sua função como ponto nodal pela sua “localização estratégica” entre as duas ruas que ocupa e que eram “as principais vias do Bairro de San Kio”. Mas não só.
“Os detalhes arquitectónicos do edifício com os seus acabamentos requintados reflectem desta forma um estilo muito característico das habitações do século XX sendo este um dos poucos edifícios de referência na zona [que] mantém o estilo há mais de cem anos”. Isto devido principalmente à demolição de diversas casas nos anos 60 e 70.
O IC propôs a classificação do espaço como sendo um edifício de interesse arquitectónico. Construído em 1917/1918, a propriedade serviu como residência, escritórios e clínica de medicina chinesa, sendo hoje novamente utilizado como habitação. Mas, o IC também deixa o alerta: o prédio de 192 metros quadrados “está em mau estado de conservação” e viu uma parte do seu telhado ser demolida em 2013, uma questão que levantou polémica e que levou o Governo a impedir mais trabalhos de demolição.

Arquitecto português pede classificação de dezenas de imóveis

Na compilação das opiniões recolhidas sobre os dez imóveis propostos a classificação pelo IC pode encontrar-se uma opinião de um arquitecto português. João Palla Martins, que o HM tentou contactar sem sucesso, congratula o Instituto pela iniciativa de classificação, caracterizando-a como “a abertura de portas a novas oportunidades”. Na mesma opinião, o profissional pede que o mesmo seja feito “a uma miríade de lojas, bairros e casas isoladas que, fazendo parte da história de Macau, estão, as que sobram, em risco sério de desaparecimento”.
João Palla Martins defende, por exemplo, a abertura de um processo de classificação “urgente” para imóveis como o Pagode Sin Fong, a Casa de Chá Long Wa, a moradia “provavelmente dos anos 30” da Calçada da Vitória, o conjunto de casas do Pátio da Claridade, o Pátio dos Cules e das Seis Casas, o Pátio da Ilusão e o Cinema Alegria. Mas a lista continua, com mais templos e moradias, bem como com o Grande Hotel, o edifício dos CTT e da Escola Portuguesa, o conjunto de edifícios na Rua de São Domingos em frente à Livraria Portuguesa e os edifícios do Largo do Lilau, entre tantos outros.
Numa outra opinião, sem identificação e na secção referente às opiniões relacionadas com os bens imóveis propostos, pode ler-se que “é triste ver que a arquitectura comum de Macau tem sido destruída e não haja maior consciencialização da sua importância”.
A opinião refere precisamente o exemplo do número 28 da Rua de Manuel de Arriaga. “O desenvolvimento urbano da cidade pode, sem dúvida, estar em harmonia com a preservação dos seus edifícios históricos, pois é isto que distingue a cidade de todos os outros sítios da China.”

IC sem decisão tomada

O HM tentou saber junto do IC se continua a haver interesse em classificar o prédio, ou se o Instituto vai desistir devido aos resultados da consulta pública, que considera “divergentes e sem consenso”. O organismo responde que nesta fase, se mantém a juntar e analisar dados. “O procedimento de classificação [desse prédio] ainda está em curso, não havendo ainda um resultado final”, frisa na resposta ao HM. “O IC irá esforçar-se para concluir o procedimento com a maior brevidade, dentro do prazo legal, e fazer a respectiva publicação mediante Regulamento Administrativo.” Face ao prédio, e tendo em conta a lei, o IC diz que o procedimento de classificação deve ser concluído no prazo de 12 meses após a sua abertura e a fundamentação para a classificação de bens imóveis deve ter em conta “vários factores, incluindo a apreciação dos critérios de classificação, a opinião dos proprietários, o parecer do Conselho do Património Cultural e os resultados da consulta pública”.

26 Ago 2016

Galaxy com aumento de 26% nos lucros

A Galaxy Entertainment anunciou ontem um aumento de 26% nos lucros líquidos no primeiro semestre, para 2,6 mil milhões de dólares de Hong Kong. O presidente do grupo, Lui Che Woo, observou que a operadora registou “resultados financeiros sólidos” no primeiro semestre, altura em que “o mercado de Macau continuou a mostrar sinais graduais de estabilização”.
“O [empreendimento] Galaxy Macau, com o seu grande segmento de massas e instalações extra jogo, é o principal contribuidor para os nossos resultados. Isso, combinado com a transição contínua do [empreendimento] StarWorld Macau para uma operação focada no segmento de massas ilustra (…) a expansão da oferta não-jogo do grupo”, acrescentou.
Segundo os resultados divulgados, as receitas da operadora entre Janeiro e Junho mantiveram-se estáveis em 25,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, representando um ligeiro aumento em comparação com igual período do ano passado, quando foram contabilizadas em 25,4 mil milhões de dólares de Hong Kong.

26 Ago 2016

Coloane | Animais vítimas de maus tratos e a desaparecer

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]nome dele é Kebab e é um dos muitos cães que ocupa as colónias de animais de Coloane. Foi a mais recente vítima de crueldade contra animais, ainda que não se saiba quem foi o perpetrador do caso: Kebab foi resgatado com um elástico enrolado nos testículos, tão apertado que não permitia a circulação sanguínea.
Os casos de maus tratos a animais têm assombrado Coloane, como confirmou ao HM a Associação para os Cães de Rua e Bem Estar Animal em Macau (MASDAW). Entre espancamentos “brutais”, a desaparecimentos de cães, há ainda relatos de homens que estarão a matar cães para os comer. Algo proibido em Macau, mesmo sem a Lei de Protecção aos Animais estar em vigor.
“A fotografia [dos homens] foi posta numa página, entretanto apagada, mas temos a original. Estavam a falar num restaurante, onde uma amiga da MASDAW estava e ouviu eles a dizerem que tinham apanhado três cães aleatoriamente em Coloane, que os tinham morto e comido. Mas quando eles perceberam que alguém estava a ouvir foram embora”, explica ao HM Fátima Galvão, da MASDAW.
No caso do Kebab, o cão está melhor. Um dos testículos acabou por cair, antes da visita que fez à clínica veterinária Green Cross, que ajuda a MASDAW com animais abandonados. A Associação vai, agora, devolvê-lo ao local onde ele pertence – um sítio arrendado por um homem que tem um cão licenciado e castrado. Mas onde outros cães como o Kebab podem vir a sofrer com a nova lei.

A abrir precedentes

O local onde pertence o Kebab tem, pelo menos, mais uma dezena de animais, desde cachorros a cães adultos, como confirma a MASDAW ao HM. Se, no dia anterior a este artigo ser redigido, o proprietário do espaço – onde os cães têm vivido e onde são alimentados por voluntários e acarinhados por trabalhadores – assegurou que eles lá podiam estar, ontem um membro da MASDAW viu-se obrigado a travar o que seria uma chacina animal.
“Os cães estavam todos dentro de um carro para serem levados para o IACM”, confirmou ao HM a MASDAW. “Adultos e cachorros. Ia ser uma data de vidas desperdiçadas.”
A razão desta decisão é óbvia para a associação de animais: a nova lei que vai entrar em vigor não permite cães sem licença ou soltos e os cães de estaleiros – que são frequentes em Macau – também têm de ser legalizados. Responsabilidade que os donos dos sítios de construção não querem assumir.
“Vai ser um holocausto animal. Isto é licença para matar”, refere Fátima Galvão.
Uma voluntária da MASDAW conseguiu pôr travão à ida dos cães para o Canil, comprometendo-se a ajudar no que puder. Mas, se para estes, para já, houve um final feliz, este é apenas um dos recentes casos reportados por quem vive de perto com os animais e em Coloane.
“Dois cães de um homem que têm uma garagem em Coloane desapareceram. Um apareceu morto espancado [mais tarde] e outro também morto por espancamento noutro sítio. Mas há várias pessoas que têm alertado para o desaparecimento de cães em Coloane”, frisa Fátima Galvão, algo que também o HM conseguiu testemunhar.
A ilha tem “imensas colónias de cães”, sendo que alguns estão já castrados e tratados, graças aos esforços de associações como a MASDAW e a ANIMA. O problema, contudo, é que a falta da lei, que entra em vigor em Setembro, não permite que sejam abertas investigações a eventuais perpetrados de maus tratos.

26 Ago 2016

Lucros da Sands China caíram 25% até Junho

Os lucros da Sands China caíram 25% em termos anuais no primeiro semestre, totalizando 4,27 milhões de dólares de Hong Kong. Segundo informa a operadora num comunicado enviado à bolsa de Hong Kong, citado pela rádio, entre Janeiro e Junho, as receitas foram de 24 mil milhões de dólares, uma descida 12% em comparação com o mesmo período de 2015. A Sands China dá conta de uma descida das receitas em “todos os segmentos” de negócios da operadora, o que é explicado pelo “abrandamento na indústria do jogo de Macau”. No dia 13 de Setembro, a Sands China planeia inaugurar o Parisian Macao, um investimento equivalente a 2,9 mil milhões de dólares americanos.

26 Ago 2016

“Conversas a Giz” sobe ao palco do CCM este fim-de-semana

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Divertida, emocional e imprevisível.” É assim descrita a peça de dança e teatro “Conversas a Giz”, que sobe este fim-de-semana ao palco do Centro Cultural de Macau (CCM). Especialmente dedicada aos mais pequenos, a peça trazida pela companhia escocesa Curious Seed quer fazer os mais pequenos perceber da vida.
“Numa mescla de dança e conversas traçadas a giz, os performers pedem ao público que revele as suas preferências, abordando tópicos que vão de Harry Potter e Beyoncé a dinossauros e zombies, sem abordá-los verdadeiramente. Em vez disso, ‘Conversas a Giz’ permite um momento descontraído e uma oportunidade para uma reflexão mais complexa sobre identidade pessoal”, começa por descrever a organização. “Através de diálogos sinceros, por vezes emocionais, em combinação com uma série de momentos coreografados, os dois artistas descrevem-se a si próprios de forma pouco habitual, frequentemente ao som de música atmosférica e intensa, cativando as mentes de grandes e pequenos.”
A ideia é simples: permitir que a dupla de bailarinos que sobe ao palco consiga interagir com os mais pequenos de uma forma que os leve a descontrair e a perceber a vida, “tocando em temas universais, do amor à felicidade” e sem esquecer coisas boas, “como a pizza”. “Equilibrando humor e descontracção com intensos movimentos corporais, a dupla vai interagir com uma plateia de miúdos a partir dos oito anos”, frisa o CCM.
Levando pais e crianças numa viagem de retorno às coisas simples da vida, Chook e Gek, os personagens de “Conversas a Giz”, misturam técnicas de teatro para recontar a história original do russo Arkadi Gaidar, escrita em 1939.
A Curious Seed foi fundada em 2005 pela coreógrafa e performer escocesa Chsritiane Devaney. A visão da companhia “é criar espectáculos envolventes, estimulantes e descomprometidos tendo como base a expressão física”.
A peça está em exibição amanhã, pelas 15h00 e 19h30 e domingo às 19h00.

26 Ago 2016

Seminário sobre Moda este sábado

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]contece este sábado o seminário “A Moda e as Indústrias Culturais”, organizado conjuntamente pelo Fundo das Indústrias Culturais e Centro de Incubação de Marcas de Moda de Macau. O evento tem lugar às 15h30 no auditório do Museu de Arte de Macau e conta com convidados do sector de moda, como Xander Zhou, designer de renome no interior da China, Trunk Xu, fotógrafo de moda “no topo de ranking no interior da China”, e Nic Lei, mestre de maquilhagem de Macau.
Os três vão contar as suas histórias da carreira no design de vestuário, nas indústrias de moda e na arte de fotografia, partilhando a experiência que tiveram no funcionamento das marcas de produtos.
Xander Zhou é o primeiro designer de moda da etnia chinesa que entrou no programa oficial da semana de moda masculina de Londres e uma das personalidades chinesas mais influentes do mundo, no ranking da revista Forbes 2010. Trunk Xu é fotógrafo no topo de ranking no continente, com 41 coberturas nas revistas mais reconhecidas no continente e nos outros países e fotógrafo especial indicado pelos artistas da China. Já Nic Lei é mestre de maquilhagem colaborador com a Semana Internacional de Moda realizadas em Pequim e Xangai, mestre de maquilhagem colaborador do Sindicato de Moda da Grã-Bretanha.
O seminário será conduzido em Chinês mas com tradução para Português e dura cerca de duas horas. Os lugares são limitados para cem pessoas e a entrada livre. As inscrições devem ser feitas pelo telefone 89850890, ou através do email lilycheong@fic.gov.mo.

26 Ago 2016

Residentes manifestam-se contra bomba de gasolina na Taipa

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omo é que o Governo pode dizer que “tem por base a população” se ignorou os pedidos dos cidadãos? É a questão colocada por alguns residentes, que se manifestaram ontem contra a construção da bomba de gasolina na Estrada Almirante Marques Esparteiro. Na noite de ontem, uma faixa foi colocada no local onde, tal como a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes confirmou ao HM, foi retomada a construção da infra-estrutura.
A faixa, contra a construção da bomba de gasolina no local onde está um jardim, faz uma pergunta directamente ao Chefe do Executivo: “como é que entende que tem por base a população se ignorou os pedidos dos cidadãos? Contra a construção da bomba da gasolina, devolva o nosso jardim”.
De acordo com os residentes, que criaram até uma página no Facebook, a polícia terá ido ao local para identificar os manifestantes. O residente que colocou a faixa disse que o Governo cobriu o facto de ter reiniciado a construção com tubos e plantas falsas à volta das obras. O residente também referiu que já colocou uma vez a faixa mas que esta foi retirada, deixando só a parte de “ter por base a população”. “É irónico por que é exactamente o que nós queremos”, frisa.
O residente disse que vai tomar mais acções, incluindo apelar a mais pessoas para irem ao local “colocar sacos plásticos usados como uma forma de manifestação”. Também vai marcar um encontro com a DSSOPT juntamente com outros residentes. Ao HM, deputados como Au Kam San e Pereira Coutinho disseram ter recebido reclamações dos residentes. Um dos motivos que mais preocupa a população é a proximidade à zona de queima de panchões e de residências.

25 Ago 2016

Uber avisou Governo que dia 9 de Setembro é último dia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]final, a Uber já tem uma data certa para deixar Macau: 9 de Setembro. Apesar de ter rejeitado admitir directamente que iria abandonar Macau quando questionada pelo HM, na passada semana, a empresa tinha enviado já um documento ao Governo onde indicava claramente a decisão de deixar o território.
“Pretendemos suspender o nosso serviço em Macau. O Governo não tem intenção de agendar a legislação para as empresas de transportes privados e, ao mesmo tempo, multa de forma elevada os nossos condutores, o que impede o funcionamento em Macau. Raimundo do Rosário não aceitou os nosso pedidos”, pode ler-se no início da carta assinada por Mike Brown e Damian Kassabgi, responsáveis da empresa.
Esta parte já era do conhecimento público desde a semana passada, depois do HM e jornal Ponto Final ter publicado que a empresa foi multada em dez milhões de patacas. Mas a data certa não foi avançada pela empresa, que, questionada pelo HM, se limitou a dizer que “queria funcionar num ambiente livre de multas”.
“Se o Governo ainda não avançou com a matéria, a Uber vai sair de Macau até dia 9 de Setembro, sendo este o último dia de funcionamento.” A empresa disse que não queria tomar esta decisão mas não tem outra solução. A carta foi enviada ao Chefe do Executivo a 16 de Agosto, e publicada dia 22, sem a Uber ter recebido qualquer resposta.

25 Ago 2016

Rádio-Táxis | Resultados de concurso só no quarto trimestre

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ó entre Setembro a Novembro se vai saber os resultados do concurso público para a obtenção de licenças de rádio-táxis. É o que confirma ao HM a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que diz que neste momento “está a acompanhar os trabalhos de adjudicação destas licenças especiais”.
Inicialmente, depois de ter sido aberto um concurso público para a substituição da antiga empresa detentora dos rádio-táxis, a Vang Iek, só a Lai Ou Serviços de Táxi foi aceite. A empresa de David Chow, empresário detentor da Macau Legend, viu duas concorrentes serem chumbadas por não cumprirem regras do concurso. Depois, contudo, a Companhia de Serviços de Rádio-Táxis interpôs um recurso da decisão, que foi aceite pela DSAT, estando então as duas empresas aptas para receber a licença.
O Governo tinha dito anteriormente que “no segundo ou terceiro trimestres” se saberia algum resultado, mas agora frisa ao HM a nova data. “Prevê-se que haja resultado no quatro trimestre do corrente ano, procurando que os serviços entrem em funcionamento no primeiro semestre do próximo ano”, indica a DSAT.  O organismo afirmou que, pelo menos 50 rádio-táxis, devem começar a circular em 2017, incluindo cinco acessíveis a deficientes.

25 Ago 2016

Macauport perde terreno que servia para expansão do Porto de Ká Hó

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Macauport – Sociedade de Administração de Portos perdeu um terreno em Coloane, junto ao porto de Ká Hó. O lote de 90 mil metros quadrados serviria para a expansão do porto, sendo que o prazo de arrendamento expirou em Abril de 2013 sem que este se mostrasse aproveitado.
A empresa – administrada por Ambrose So e que tem como presidente do Conselho Fiscal José Chui Sai Peng, deputado e empresário – detinha o terreno desde os anos 1990, quando este lhe foi adjudicado sem concurso público por arrendamento. O arrendamento seria válido “pelo período que durar a concessão da construção e exploração do porto de Ká-Hó, até ao prazo máximo legal de 25 anos, contados a partir de 11 de Abril de 1988”.
O Governo, de acordo com despacho do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, recupera não só o terreno, como “as benfeitorias por qualquer forma incorporadas no terreno, livre de quaisquer ónus ou encargos”. A Macauport não tem direito a qualquer indemnização e o terreno vai integrar o domínio da RAEM, mas a empresa tem 30 dias para interpor recurso em tribunal.
O HM tentou perceber junto de Chui Sai Peng se a Macauport tem intenções de contestar a decisão e que motivos levaram a que a empresa não expandisse o porto de Ká Hó, mas o deputado e empresário não se mostrou disponível.
A Macauporto é responsável pela operação do Terminal de Contentores do Porto de Ká-hó, em Coloane, tendo ainda como subsidiárias a Macauport Sociedade de Administração do Terminal de Contentores, Lda., a Companhia de Navegação Veng Lun Fat, Lda. e a Sociedade de Gestão do Terminal de Combustíveis de Macau.

25 Ago 2016

Jockey Club diz estar a trabalhar em plano sobre violação à lei

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Jockey Club assegurou ao HM que tem conhecimento sobre a violação ao Código Comercial e admite estar a preparar uma proposta para repor a situação. A resposta da empresa chega depois de, há duas semanas, o HM ter avançado com a notícia de que a empresa violou a lei devido a ter contas que não batem certo com o que é obrigatório com o Código Comercial e que levariam empresas à dissolvência ou administradores à prisão.
“O Conselho de Administração da nossa companhia já está informado sobre o assunto. Em Março, durante a conferência anual dos accionistas, também já [falámos] do artigo 206º do Código Comercial”, começa por frisar o Departamento das Relações Públicas da empresa.
“A empresa também já implementou uma consulta a assessores profissionais e a elaboração de um plano de sugestões. O plano vai ser entregue à Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) em breve.”
A DICJ disse ao HM que o Jockey Club tem até ao final de Agosto para “apresentar uma proposta com vista a solucionar a questão em causa”. A questão em causa, contudo, não é de agora. A Macau Jockey Club apresentou prejuízos de 88 milhões de patacas só no ano passado altura em que o seu capital social era inferior a metade do original, apresentando a empresa dívidas de milhões de patacas.
De acordo com o Código Comercial, o administrador da empresa que apresentar capital social inferior à metade viola a lei, devendo propor a dissolvência da empresa ou injectar o capital social novamente em 60 dias. Tal não aconteceu. Mais ainda, de acordo com o mesmo Código, se não se respeitar a regra de injecção de capital ou propor a dissolvência, o administrador é punido com pena de multa ou de prisão de três meses.
A questão reside ainda no facto de que a empresa terá contas a negativo desde, no mínimo, 2005. Em 2014, por exemplo, as perdas foram de 54 milhões de patacas. Em 2013, foram de mais de 41 milhões.

Futuro em aberto

A Macau Jockey Club viu o seu contrato estendido até Agosto de 2017. O organismo liderado por Paulo Chan não explica o que se poderá passar se a empresa não encontrar uma solução. A empresa detém o monopólio das corridas de cavalos desde 1978 e conseguiu, desde 2005, pagar apenas 15 milhões de patacas anuais ao Governo, quando deveria estar a pagar o dobro de acordo com o contrato assinado em 1999, segundo o Macau Business Daily.
No ano passado, Angela Leong revelou que estar a negociar com o Governo nova extensão do contrato, admitindo algumas alterações nas cláusulas de forma a que estas correspondam à diversificação económica almejada pelo Governo.

25 Ago 2016

Blue Man Group: “A melhor noite de teatro da sua vida”

Andam nisto há mais de 20 anos, mas a idade não pesa. Os Blue Man Group estão em Macau até dia 28 de Agosto, prontos para lhe dar “a melhor noite” da sua vida. Teatro, comédia e música sobem ao palco do Venetian, naquela que é a digressão mundial dos homens azuis. Mas não sem antes Meridian, capitão do grupo, e Tony Aguirre, director musical, nos darem a conhecer um pouco mais do espectáculo. Os bilhetes ainda estão à venda e, sim, pode trazer as crianças e a alegria de viver

Nasceram em 1987, começaram com espectáculos em 1991. Como é que conseguem manter a vitalidade ao longo de todos estes anos, de forma que não seja sempre a mesma performance?
Acho que muita da energia e contínua inspiração para o espectáculo vem da própria audiência, porque o nosso espectáculo é tão interactivo que mesmo nós, ao fazê-lo, sentimos que é sempre diferente. Sentimos que estamos sempre a interagir com um quarto elemento, que será o público. E ao longo dos anos, essa contínua inspiração mantém-nos enérgicos. Também há as mudanças no mundo, que estão constantemente a acontecer. Somos muito curiosos e tiramos sempre ideias da cultura e das pessoas à nossa volta e incorporamos isso no nosso espectáculo, na evolução por que ele passa.

Então o espectáculo é alvo de mudanças? Engloba a coreografia, a música, a própria performance?
Pensamos nisso como uma evolução do espectáculo. Há certas coisas que se mantêm constantes, como a curiosidade que referi, o personagem Blue Man, que tentamos que se mantenha de uma certa forma, na forma como interage com as pessoas, no seu carácter… É difícil de descrever, tentamos tirar algumas das nossas características pessoais para nos podermos abrir a algumas características mais profundas, que todos temos, para podermos celebrar a vida com a audiência. Essas são as constantes do espectáculo. Mas há novas tecnologias, os visuais, o design do palco… estamos sempre a inventar novas músicas e instrumentos. E claro, o personagem está sempre à procura de novas formas de interagir, de responder ao que se passa. CREDITOS_BMD

Disse que absorvem o tipo de lugares onde estão, as pessoas e a cultura. Estão em Macau desde o início de Agosto… já vos inspirou de alguma forma para os vossos próximos espectáculos?
(Risos) Vamos ver. Às vezes demora algum tempo para essas coisas acontecerem e ainda estamos no início da nossa digressão mundial, que começou [em Março] em Singapura. Só estamos nisto há uns meses e vamos continuar por algum tempo mais, por isso todos os locais onde vamos pensamos “o que se passa aqui?”. Temos de recolher a informação e ver o que acontece da próxima vez.

Já estiveram na Ásia anteriormente?
Alguns membros do espectáculo já cá estiveram, mas é a primeira vez que este espectáculo específico, que é o mais actual, cá está. Nunca foi visto em sítio algum. E para todos nós nesta performance, incluindo eu, esta é a primeira vez.

Não têm problemas com a barreira da língua, presumo, porque não comunicam por palavras. Mas é fácil agradar ao público asiático?
Exacto. As audiências asiáticas tendem a ser, ainda que nem sempre, mais tímidas à primeira impressão. Mas é óptimo ver, no final do espectáculo, que eles se põem de pé, a dançar e a divertirem-se como todos os outros espectadores. (Risos)

Sabemos que o Blue Man é o personagem, o ícone, por trás do espectáculo, mas como é que vocês o descrevem?
O Blue Man é a personificação das melhores características do ser humano. A curiosidade, o desejo de conectar com os outros, o nosso lado criativo, a alegria e apreciação pela vida, está lá tudo. O Blue Man é um personagem que tenta perceber quem são as pessoas na audiência, para que servem os objectos à sua volta… é curioso e aberto a ideias. E, através dessa interacção com o público, a ideia é fazer com que também as pessoas fiquem nesse estado de alma. Estamos todos em contacto, tal como em crianças, que somos naturalmente curiosos. Tentamos trazer às pessoas a lembrança dessa forma de ser.

Tiveram algum tipo de treino para ser exactamente como o Blue Man criado por Matt Goldman, Phil Stanton e Chris Wink, fundadores do grupo?
Sim. É interessante dizer “exactamente como esse personagem”, porque cada um de nós é um diferente Blue Man. Quando um dos outros no show interpreta o Blue Man, vai ser diferente de mim. Todos temos de encontrar a nossa forma de estar aliados à tal abertura de mente e ligação às pessoas de que falámos, de ser curiosos, de experimentar. Mas isso vai sempre ser diferente em cada um, por isso não podemos chamar “exacto”. Há muita variação.

Ainda têm relação com os fundadores? Estão presentes diariamente?
Sim, eles são os responsáveis pela empresa e estão envolvidos na criação das novas ideias que chegam ao espectáculo. Phil [Stanton] veio à abertura do show em Singapura e vemo-los diversas vezes. Não quero falar por eles, mas acho que concordam que este trabalho é fruto do amor deles e mantém [os princípios de] como o criaram.

Vocês são três Blue Man em palco. Mas quantos existem nesta digressão?
Somos quatro, na verdade, mas apenas três sobem ao palco. Durante a semana vamos mudando, o que permite uma folga a cada um e também ter um substituto se houver uma lesão ou se alguém ficar doente. Depois temos a banda, que são quatro em palco mas têm dois substitutos. Ao todo, com a crew, somos 26.

Mas há outros grupos a actuar como Blue Man noutras partes do mundo ao mesmo tempo?
Sim, temos espectáculos em Nova Iorque, Boston, Chicago, Las Vegas (que já conta com dez mil espectáculos, o que é incrível), Orlando e Berlim. Mas nós somos os únicos na digressão mundial.

O Meridian é um Blue Man há mais de uma década. Porquê a escolha?
Achei que era algo que se adaptava a mim, em termos da diversidade artística que tem: música, sou formado em piano, representação, sou formado nisso também. E depois adoro a interacção, as pessoas doidas com quem consigo trabalhar. É espectacular. Não esperava estar a fazer isto, depois de tanto tempo, mas estou muito satisfeito que seja parte da minha vida e quero que continue.

Há quanto tempo é Capitão? E como é o trabalho?
Seis anos. Boston, Las Vegas e na digressão norte-americana. E agora nesta digressão mundial. O meu trabalho é ajudar-me a mim e ao resto da equipa a continuar a explorar o que é ser o Blue Man. Não é algo que se faz e já está: temos de continuar a encontrar formas, ao longo do tempo, de ser essa personagem em cada show, como se fosse a primeira vez que o fazemos. Isso exige concentração, mas também que estejamos a divertir-nos.

O espectáculo tem um guião ou é diferente?
Sim e não. Há uma linha orientadora, uma série de eventos que acontecem. Mas é muito dependente da audiência e de como ela interage. Fazemos quase as mesmas coisas, mas há respostas diferentes sempre, pelo que comunicamos – mesmo sem ser por palavras. E depois há sempre uma pessoa do público que trazemos ao palco e, essa, não está definitivamente em nenhum guião, temos de nos adaptar ao que possa vir daí.

Há uma combinação de música, representação, comédia. Ajuda o facto dos Blue Man terem um ‘background’ artístico?

Sim, temos um outro que é actor também, mas fez mais teatro musical, temos outro que é dançarino e um músico. Mas não interessa se há esse background ou não, é mais se é possível à pessoa adaptar-se. Eles ensinam-nos, desde que estejamos prontos a desenvolver essas capacidades.

Tony Aguirre, director musical. Como é que os ajuda a ser o Blue Man?
De diversas formas. Fazemos muitos sons para acompanhar os movimentos deles e muitas das cosias são feitas ao vivo: se um Blue Man atira com algo, ou apanha algo com a boca, salta de uma cadeira, há sons que vão com isso, que alguém faz num instrumento real em tempo real. O que é complicado porque não sabemos o que estes gajos vão fazer ou, ainda pior, o que a audiência vai fazer. Se um membro do público está em palco, temos de estar atentos do nosso “posto”, onde vivemos, para ajudar com os efeitos sonoros. E também temos música, que tocamos às vezes com os nossos fatos cheios de luzes… (risos)

Como é que integrou o Blue Man Group?
Toda a gente integra o grupo vindo de áreas muito diferentes. Temos o exemplo do Meridian, que é um excelente pianista – não sei se ele mencionou isso – (risos). Eu venho de um background de Rock and Roll, durante toda a minha vida toquei esse estilo e integrei o show há uns cinco anos, numa audição em Orlando.

Vocês criam a vossa própria música? É tudo original?
Sim e não. Aquilo que é muito, muito fixe em ser um músico neste grupo é que a nossa música não é de pauta, um livro com notas. Aliás nem sei ler música. O que é espectacular é que toda a gente aprende a forma de tocar um bocado recorrendo à tradição oral: somos contratados e aprendemos as partes vendo, o que implica que haja mudanças e nunca seja igual. Porque cada um adapta. Depois, muita da música que a banda toca é baseada no movimento físico dos actores. Se um Blue Man salta de uma parte para a outra, deixando pelo meio o que era suposto fazer, então temos rapidamente de criar algo para preencher essa acção. Às vezes criamos 16 barras de música num espaço onde não havia nada. E fazemos isso todas as noites. Podemos improvisar, mas dentro do estilo do Blue Man, dentro do universo.

O que é que o Tony toca na banda, além de a liderar?
Cordas: guitarras e alguns outros únicos instrumentos. Um deles é a Zether eléctrica (instrumento comummente utilizado para o estilo Folk no século XIX) e outro é o Chapman Stick (instrumento da família da guitarra criado nos anos 1970). Todos os instrumentos são baterias ou instrumentos de corda. Usamos muitos efeitos para criar sons interessantes necessariamente não vão ser os sons a que estamos habituados a ouvir destes instrumentos específicos.

Meridian, tanto tempo no Blue Man Group, tem de haver uma história engraçada que o tenha marcado.
Há tantas coisas engraçadas, como pessoas que deixam o palco a correr, o que é mau dizer porque não quero que tenham medo de ir lá acima (risos). Mas tenho uma, de uma senhora de idade que estava sorridente e atenta e eu escolhi-a para ir ao palco. Passei dez pessoas para lá ir ter mas não me apercebi até chegar ao pé dela que era muito frágil. Arrisquei e, devagarinho, levantei-a. Uma senhora que estava com ela levantou–se também para a ajudar e, muito devagar, caminhamos em direcção ao palco. Mas foi tão devagar numa parte que era para ser rápida, que estava tudo em suspense. A nossa equipa maravilhosa, sempre a pensar à frente, preparou mais um lugar na mesa, algo que não é comum, para a acompanhante da senhora. Foi a primeira e única vez que tivemos duas pessoas no palco. Foi maravilhoso, a audiência estava em suspense a ver o que ia acontecer e foi fantástico. Apesar do espectáculo ser mais longo que o costume (riso).

Para as pessoas que ainda não viram o vosso espectáculo, o que lhes podemos dizer?
Meridian: Uma das coisas que tem de fazer se vive aqui ou se está cá de férias é vir ver o nosso espectáculo, não perca a oportunidade. Prometemos muitas gargalhadas e um tempo bem passado. Asseguro que vão estar de pé no final, com os braços no ar a divertirem-se imenso. Não percam.

Tony: Pessoas boas de Macau, venham por favor ver o espectáculo. Vai ser, prometo, a melhor noite que alguma vez passaram num teatro. De sempre.

Em busca do sentido da vida

Matt Goldman, Phil Stanton e Chris Wink decidiram há 25 anos que iriam fazer da sua vida “uma com sentido”. Resolveram seguir os seus impulsos criativos, que acabaram por dar origem à criação de uma personagem azul. Tinha nascido a companhia que actualmente é conhecida por Blue Man Group e que veio a desenvolver-se num pequeno teatro de Nova Iorque. Hoje, são uma companhia à escala global e premiada com os mais prestigiados galardões do entretenimento. A vida e obra do grupo do homem azul corre os palcos do mundo e os seus espectáculos já foram vistos por mais de 35 milhões de pessoas em cerca de 15 países.

25 Ago 2016

Lei Tabagismo | Au Kam San teme “abandono” do diploma

O deputado Au Kam San teme que o Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo se transforme numa lei esquecida no fundo da gaveta da Assembleia Legislativa, por culpa dos interesses instalados

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]inalizada mais uma sessão legislativa no hemiciclo, restam ainda concluir as análises na especialidade de dez propostas de lei, distribuídas por três Comissões Permanentes. Uma delas é o Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo.
Em declarações ao Jornal do Cidadão, o deputado Au Kam San teme que este diploma acabe por ficar esquecido na Assembleia Legislativa (AL) e que a sua votação fique eternamente adiada, por estarem em causa diversos interesses instalados na sociedade. De lembrar que já várias associações, uma delas ligada ao deputado Zheng Anting, têm vindo a exigir ao Governo a manutenção das salas de fumo nos casinos, algo que a lei quer abolir na totalidade, por temerem uma maior quebra nas receitas do Jogo.
Au Kam San alertou ainda para o facto de existirem mais diplomas cuja votação tem sido adiada, os quais não contêm, a seu ver, questões polémicas. O deputado não vê, por isso, razões políticas que possam interromper a sua aprovação.
Au Kam San disse também que, limitada pela Lei Básica, a AL não tem liberdade na realização dos trabalhos legislativos e que a sua agenda está dependente das propostas de lei apresentadas pelo Governo.
O deputado lembrou que, nos últimos anos, foram vários os presidentes do hemiciclo que falaram da falta de comunicação com o Executivo, sendo que não existe nenhuma preparação ou planos provisórios antes da entrega dos projectos de lei. Quanto ao progresso dos trabalhos legislativos, é passivo, disse Au Kam San.
“Quanto à legislação, por enquanto nada vai conseguir mudar a situação”, disse o deputado, que defende o estabelecimento de um novo mecanismo de comunicação para que agenda dos trabalhos legislativos possa ser mais clara.
Em Julho de 2015, Chan Chak Mo, presidente da 2.ª da Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), disse precisar de um ano para ter pronto o parecer sobre o diploma que revê o Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo. Dez meses corridos, o HM questionou a AL e os deputados diziam que esta revisão não tem sido prioritária. Para o deputado Ng Kuok Cheong, que falou ao HM na altura, e também membro da Comissão que avalia a revisão à lei, não há dúvidas: poucos são aqueles que querem que esta “revisão vá para a frente”. O colega de bancada de Au Kam San disse mesmo que a “AL está a atrasar os trabalhos até levar a que a proposta caia

Sistema novo

Ao jornal chinês, o deputado do campo pró-democrata referiu que é necessário um novo regime que possa resolver a “incapacidade” que a AL tem em supervisionar as contas públicas.
Na perspectiva de Au Kam San, existe uma óbvia lacuna no sistema de finanças públicas e a AL é incapaz de fazer uma supervisão, referindo ainda que o Governo não quer discutir os orçamentos de grandes projectos nem as despesas adicionais.
Quanto à Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, Au Kam San frisa que só tem capacidade para questionar o Governo em casos específicos, não conseguindo acompanhar em pleno os gastos públicos.

24 Ago 2016

Casas Taipa | ADM e APIM não foram contactadas para museu sobre macaenses

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação dos Macaenses (ADM) e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) não foram contactadas sobre o museu dos filhos da terra que vai nascer nas Casas-Museu da Taipa. Isso mesmo confirmou Miguel de Senna Fernandes, presidente das duas entidades, ao HM.
“Não, nunca fomos abordados para fosse o que fosse em relação àquelas casas”, começou por referir o também advogado, que admitiu “não fazer ideia” que está programada a abertura de um museu que vai “apresentar a vida cultural dos macaenses e da alimentação”, como anunciou o Governo numa resposta ao HM e num comunicado emitido posteriormente, na noite de segunda-feira.
“Falava-se de muita coisa, mas até agora não sei certo o que vai acontecer naquelas casas. Não sei absolutamente nada, lá está. É uma coisa [sobre a qual] nem sequer fomos ouvidos, nem a ADM, nem a APIM. Acho que a Santa Casa [da Misericórdia] também não foi ouvida neste sentido.”
O HM tentou perceber junto de António José de Freitas, presidente da Santa Casa, se esta instituição – que se junta às outras duas como uma das que representa os macaenses – foi envolvida na decisão do Executivo, mas não foi possível estabelecer contacto.
De acordo com as informações do Governo, o museu dedicado aos filhos da terra vai ser “operado pelo Instituto de Formação Turística”, sendo que mais detalhes vão ser anunciados “na abertura” das Casas após a reconstrução, ainda antes do Festival da Lusofonia. Senna Fernandes diz que a iniciativa é de louvar, mas por agora, a bola está, então, do lado do Governo.
“A ser assim, isto é da livre decisão do Governo. E estranho muito que, quando se fala da criação de uma coisa que é macaense – que é de louvar, naturalmente -, não sejamos sequer ouvidos. Mas pronto, fica ao critério do Governo.”

Restaurante português

As obras de reparação das Casas-Museu da Taipa foram anunciadas sem muitos detalhes, sendo que, na segunda-feira, o IC explicou que os trabalhos – que custam 6,4 milhões de patacas – marcam o início da revitalização da zona prometidos pelo Governo, conforme publicado pelo HM na edição de ontem. Recentemente, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura frisou que os espaços iriam ser transformados para serem uma demonstração das culturas de Macau, onde se inclui a portuguesa, e que irão focar-se sobretudo na gastronomia. Um pedido feito pela Casa de Portugal para transferir para lá o restaurante Lvsitanvs chegou a ser negado, mas esta instituição foi uma das recentemente convidadas para ocupar um dos espaços.
Ontem, numa conferência para a qual os jornalistas foram convidados em cima da hora, o IC explicou – de acordo com a TDM – que uma das casas, o primeiro junto ao palco da Avenida da Praia, vai ser “um restaurante de gastronomia portuguesa” que vai ser também fiscalizado pelo IFT, em moldes semelhantes ao novo café dos Lagos Nam Van. Fanny Vong, presidente do Instituto, diz que ainda está a ser estudada a forma como será atribuído o espaço – que vai ser arrendado – e que entidade ficará encarregue do local. Ainda não há prazo para que comece a funcionar. O HM tentou contactar Amélia António, presidente da Casa de Portugal, para obter uma reacção, mas não foi possível até ao fecho desta edição.
Ainda de acordo com a TDM, as outras casas vão receber um espaço permanente de exposição de produtos portugueses, trabalhos das indústrias criativas e outros serão reservados “para representações diplomáticas”.

24 Ago 2016

Macau com mais de 17 milhões de visitantes

Macau recebeu 17,5 milhões de visitantes entre Janeiro e Julho, um aumento ligeiro (0,9%) face ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o número de visitantes do interior da China (11,58 milhões), da Coreia (364.640) e de Taiwan (623.331) subiu 0,3%, 10,3% e 11,5%, respectivamente. Já os visitantes de Hong Kong diminuíram 1,7% para 3,68 milhões.
O número de visitantes de países mais distantes, como os Estados Unidos, Austrália, Canadá e Reino Unido também aumentou, de acordo com a DSEC, que não especifica valores.
Só no mês de Julho, chegaram a Macau 2,79 milhões de visitantes – mais 5,5% em termos anuais e mais 18,5% em termos mensais –, dos quais 1,84 milhões oriundos da China (+4,7% em termos anuais).
O número de visitantes da Coreia do Sul (51.992), de Taiwan (103.297) e de Hong Kong (618.611) conheceu um aumento de 40,3%, 10,5% e 5,5%, respectivamente, face ao mesmo mês do ano passado. Macau recebeu, em 2015, 30,71 milhões de visitantes, menos 2,57% face a 2014, registando a primeira queda anual desde 2009.

24 Ago 2016

Manuel de Arriaga | Nº 28 afinal conseguiu maioria para classificação

O Governo dizia não ter havido consenso sobre a classificação do prédio que considera ser dos poucos a representar o estilo Neo-Clássico e Art Deco, mas os resultados da consulta pública indicam que mais de metade dos inquiridos quer o imóvel da Rua de Manuel de Arriaga classificado. O eventual preço das obras e a vontade do proprietário são factores a ponderar, mas é o Governo quem tem de decidir

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s resultados da consulta pública sobre a proposta de classificação de imóveis mostram, afinal, que mais de metade dos inquiridos concorda com a classificação do prédio da Rua Manuel de Arriaga. Ainda que o Governo considere que “não houve consenso” quanto à sugestão de se classificar o prédio número 28, como informou num comunicado enviado esta segunda-feira, os resultados da consulta apresentam números superiores.
De acordo com as informações, 61,8% das 667 pessoas que apresentaram opiniões face a este prédio “concorda com a classificação”, sendo que apenas 38,2% não estão a favor de que o também número 1 da Rua da Barca se torne em património.
Apesar do número de votos “sim” não ser tão alto quanto os que concordaram com a classificação de outros oito imóveis propostos – como os Templos de Foc Tak Chi e as antigas muralhas, que receberam todos pontos a favor acima dos 80% – os dados mostram que o prédio ficou a uma escassa diferença das opiniões face à antiga Farmácia Chong Sai, que obteve 77% de concordância.
Ainda assim, o Governo diz que “um número elevado” de pessoas se manifestou contra a classificação do imóvel, pelo que diz “não haver consenso” sobre a sua classificação.
Nos resultados da consulta pública consultados pelo HM, é possível perceber que quem concorda com a classificação considera que “o prédio possui valor cultural” e outros acreditam que a classificação só é possível depois de ser apresentado “um plano de restauro” que tenha em causa a ponderação dos custos e o consentimento do proprietário. Quem discorda, diz que o edifício está “num avançado estado de degradação” e que repará-lo pode ser “um desperdício de recursos”. A integridade do prédio e os custos das obras são os motivos que levam alguns a estar de pé atrás.

O que é?

Na história que acompanha o edifício, fornecida pelo IC, pode ver-se que ao longo dos anos se mantiveram as fachadas, “como as elegantes e bonitas decorações e molduras e a entrada me arco decorada com colunas”, como descreve o Instituto. Pormenores como mosaicos e acabamento em estuque de Xangai, “populares na época”, levam a que o IC considere o prédio como uma das poucas obras do estilo Neo-Clássico e Art Déco “populares na primeira metade do século XX”.
Apesar do edifício incluir apenas parte da construção original, o IC descreve-o como sendo ainda capaz de mostrar a sua função como ponto nodal pela sua “localização estratégica” entre as duas ruas que ocupa e que eram “as principais vias do Bairro de San Kio”. Mas não só.
“Os detalhes arquitectónicos do edifício com o seus acabamentos requintados reflectem desta fora uma estilo muito característico das habitações do século XX sendo este um dos poucos edifícios de referência na zona [que] mantém o estilo há mais de cem anos”. Isto devido principalmente à demolição de diversas casas nos anos 60 e 70.
O IC propôs a classificação do espaço como sendo um edifício de interesse arquitectónico. Construído em 1917/1918, a propriedade – que ainda hoje é privada – serviu como residência, escritórios e clínica de medicina chinesa, sendo hoje novamente utilizado como habitação. Mas, o IC também deixa o alerta: o prédio de 192 metros quadrados “está em mau estado de conservação” e viu uma parte do seu telhado ser demolida em 2013, uma questão que levantou polémica e que levou o Governo a impedir mais trabalhos de demolição.
O HM tentou saber junto do IC se continua a haver interesse em classificar o prédio, ou se o Instituto vai desistir devido aos resultados da consulta pública, que considera “divergentes e sem consenso”, mas não foi possível obter resposta até ao fecho desta edição.

24 Ago 2016

IC quer zona de protecção junto ao antigo Estábulo Municipal e Canil

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) quer criar uma zona de protecção do património de mais de três mil metros quadrados junto ao antigo Estábulo Municipal e Canil de Macau. A sugestão é deixada no relatório da consulta pública que ontem foi tornado público.
O documento indica que os espaços, também dentro do grupo de edifícios propostos para classificação pelo Instituto, podem ser alvo de inclusão em zonas de protecção provisórias de acordo com a Lei de Salvaguarda do Património: primeiro porque estão “numa zona com conexão às funcionalidades dos bens imóveis em vias de classificação”, segundo porque as zonas envolventes que apresentam uma ligação com os bens imóveis a nível de classificação e a nível estético da paisagem visual.”
Assim, a proposta do IC é que uma das zonas ao lado do antigo estábulo, onde havia instalações dependentes do espaço e que servem agora como instalações de apoio ao Canil, fique “dentro de uma zona de protecção provisória, mantendo-se a topografia, os espaços verdes e as estruturas relacionadas com os bens imóveis”. A outra é que outra das zonas, que inclui o jardim frente ao canil e o “declive na área posterior” também sejam incluídas em zona de protecção provisória.
“Juntamente com o Estábulo e o Canil Municipal, pela sua imagem icónica, [estes espaços] estabelecem uma continuidade no seu conjunto do ponto de vista estético, no sopé da Colina de Mong Há. Propõe-se a preservação das árvores no jardim da frente e na zona posterior dos imóveis, tendo como objectivo preservar a sua configuração global”, indica o IC.
A zona de protecção provisória ficaria com uma área de 3535 metros quadrados.

24 Ago 2016

Antigo Tribunal | Obras da nova Biblioteca Central estimadas em 900 milhões de patacas

A Biblioteca Central que vai ocupar o antigo tribunal vai ser “um marco de referência cultural”, mas as obras que vão fazê-la nascer poderão ascender a quase mil milhões de patacas. São estas as perspectivas do IC, que só englobam a construção do novo espaço, que não se sabe exactamente quanto poderá abrir

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]nova Biblioteca Central que se vai instalar no antigo tribunal pode vir a custar 900 milhões de patacas. Este montante, avançado pelo presidente do Instituto Cultural (IC), não inclui sequer todas as despesas relacionadas com a obra, mas apenas a construção.

Os números são anunciados numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Chan Meng Kam. No documento, Guilherme Ung Vai Meng indica que a biblioteca, a ser pensada desde 2007, tem “uma dimensão bastante grande” e perfaz uma área bruta de construção de 33 mil metros quadrados. Mas o projecto já foi alterado várias vezes, a inflação subiu e tem de se fazer novas contas.

“O planeamento orçamental abrange, entre outros, os custos das obras preliminares, do aperfeiçoamento das peças desenhadas e do projecto de execução, da construção, da decoração, das aquisições do acervo bibliográfico, dos equipamentos e do imobiliário. Tomando como referência o custo médio das obras de construção de grande dimensão em 2015 e a taxa de inflação anual de 5%, os custos das obras de construção, em 2018, serão na ordem das 28 mil patacas por metro quadrado, pelo que se estima que os custos de construção, excluindo os demais custos referidos, venham a ser de cerca de 900 milhões de patacas”, pode ler-se na resposta, datada do final de Julho e agora disponível em Português.

Projectos e mais projectos

Foi em 2007 que o edifício foi oficialmente entregue ao IC. Os dois anos seguintes foram períodos para os concursos de desenho do novo espaço da biblioteca. Concurso que deu problemas e que levou a que, em 2010, o Governo abandonasse o projecto e o recomeçasse do zero. Em 2012 foi concluído o planeamento da primeira fase das obras. Já aqui, as “condicionantes do edifício” levaram a problemas “técnicos”, que diminuíram o espaço dos pisos.

Problemas ultrapassados em finais de 2012: ao aperceber-se que a Polícia Judiciária (PJ) iria sair do edifício ao lado do tribunal, o IC ajusta o plano inicial e submete-o em forma de um único projecto ao Governo. O planeamento conjunto permitia uma distribuição “mais racional do espaço” e, ao não terem de seguir os constrangimentos técnicos como a construção de um piso de refúgio, os serviços poderiam contar “com uma redução dos custos”.

Em 2014, o estudo prévio do novo projecto – que “permitirá acrescentar uma livraria, uma loja de produtos criativos, um café-galeria, um espaço para exposições e um pequeno museu da PJ – é entregue às Obras Públicas. O ano passado, o IC faz um plano sobre os livros e equipamentos a adquirir. Este ano é criado um grupo de trabalho entre o IC e a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) que está a proceder a diversos trabalhos: “abertura de concursos para prestação de serviço de aperfeiçoamento das peças desenhadas e do projecto de execução e fiscalização e realização das obras preliminares de requalificação ambiental”.

Para quando?

Em 2015, o HM dava conta que a abertura da nova biblioteca central estava programada para 2020, depois de todo o edifício estar concluído em 2019, data em que a biblioteca que funciona actualmente na Tap Seac iria ser transferida para a Praia Grande.

Na resposta agora dada ao deputado Chan Meng Kam, Ung Vai Meng não estima datas, dizendo apenas que o aperfeiçoamento do projecto está previsto para 2018, ano em que vai ser entregue à DSSOPT. Só depois é que este organismo “inicia a execução e acompanhamento das obras de construção”, as tais que deverão custar 900 milhões de patacas.

“A data da entrada em funcionamento da nova biblioteca dependerá do desenvolvimento dos processos de concurso e dos procedimentos administrativos necessários para a implementação dos diferentes trabalhos”, frisa Ung Vai Meng, que acrescenta que a nova biblioteca será uma “referência cultural” para Macau.

23 Ago 2016