Prémios de cinema de Taiwan e Hong Kong banidos na China

As causas são políticas, naturalmente. O problema com Hong Kong é o filme “Dez Anos”, passado num futuro distópico em que a antiga colónia inglesa se vê a braços com um opressor regime comunista. Já em relação a Taiwan, a culpa é de Tsai Ing-wen, a nova presidente da ilha rebelde e de quem Pequim não gosta. Por cá, a reacção de alguns realizadores é de repúdio mas de que também estão a chegar ventos de mudança

Primeiro foi a CCTV, que emite a cerimónia de entrega de prémios Hong Kong desde 1991, a anunciar o boicote. Depois seguiu-se a Tencent que, apesar do contrato que detém, resolveu boicotar a emissão que estava agendada para o QQ.
A decisão das duas operadoras surgiu na sequência do comunicado da SAPPRFT, a autoridade chinesa para audiovisual, no dia 21 deste mês (ver caixa).
No entanto, tudo indica que a culpa é do filme “Dez Anos” nomeado para melhor filme do ano nos Hong Kong Film Awards, que serão entregues no próximo dia 4 de Abril. O filme traz-nos uma história que nos leva a Hong Kong daqui a dez anos quando a cidade se encontra debaixo de um impiedoso regime comunista, com lojas a serem atacadas por soldados por venderem materiais proibidos e activistas a imolarem-se como uma declaração de independência.

“Têm medo de quê?”

Para o jornal South China Morning Post, o filme é “uma advertência sobre o poder do cinema independente e inteligente como veículo para a crítica política e social”. Apesar de ter tido exibições limitadas e ter sido feito com um orçamento de apenas 600 mil dólares de Hong Kong, já conseguiu facturar seis milhões em bilheteira. As razões do sucesso terão muito ver com o facto da história impactar a população de Hong Kong tendo-se já visto pessoas a deixarem o cinema em lágrimas.
Já na China, as lágrimas são de raiva: o jornal Global Times, por exemplo, classificou “Dez Anos” como “um vírus da mente” e culpa-o mesmo pelos recentes desacatos em Mong Kok.
“É muito estranho. Estão com medo do quê?” disse à imprensa Ng Ka-leung, um dos cinco realizadores do filme sobre o boicote chinês. “É apenas um pequeno filme independente mas com esta atenção toda só fazem as pessoas ainda mais curiosas”, disse ainda Ng Ka-leung.

Falar verdade na “prisão”

“É uma loucura!” diz Vincent Hoi (Sio Lio), realizador local, considerando que os festivais de Taiwan e Hong Kong são os mais significativos para o mundo chinês e chegando mesmo ao ponto de dizer que “a China é uma prisão” para ilustrar as limitações criativas que se colocam aos cineastas.
Harriet Wong, realizadora, não estava a par do assunto mas está bem ligada ao que se passa no meio do cinema na China já que estudou em Pequim e por lá tem vivido bastante tempo. Desmultiplica a situação dizendo que tanto ela como os meus colegas também nunca vêem televisão. “A CCTV, para nós, é só o espectáculo de fim de ano. Em relação a outros temas, há sempre uma forma de vermos o que queremos na internet. Usamos todos VPN”.
A realizadora fez-nos uma revelação interessante quando falamos de censura dizendo-nos ter vários colegas do curso de Cinema que foram trabalhar para a censura na esperança de mudar as coisas a partir de dentro, alguns mesmo com projectos de filmes.
“Pelo que sei”, diz Harriet, “há um processo de renovação em curso. A geração dos mais velhos tem um passado histórico que nós temos”, explica Harriet, anunciando como que uma “guerra de gerações” em curso. Por isso, acredita que as coisas têm tendência para mudar. “É como uma pequena luz na escuridão”, diz-nos, porque a vontade de mudar é grande. “Todos nós temos vontade de falar a verdade”, garante Harriet.
Para Tracy Choi, outra realizadora local, o boicote não é nenhuma novidade: “É a forma que eles têm de fazer as coisas”, diz, mas a sua opinião em relação ao assunto é clara: “não faz sentido nenhum. É um bocado estranho tudo isto”, diz, lamentando que os cineastas não sejam livres para escolherem os seus próprios temas.
Além disso, as dificuldades começam logo quando se procura um investidor, como diz Harriet, que também reconhece que se se pretende ter um filme na China tem de se passar por isso.
“O problema maior são os investidores”, diz Tracy, “porque se ficam com medo dos temas nem chegamos a fazer o filme. E aí a solução é fazermos filmes de baixo orçamento”, explica. Foi o caso de “Dez Anos”.
Harriet e Tracy não viram o filme, mas Vincent viu e considera que toda gente em Macau, Taiwan e Hong Kong também o deveria ver. A realização é um bocado imberbe, diz, mas o tema genial: “porque não é apenas algo que possa acontecer daqui a dez anos”, garante Vincent Hoi, “Está a acontecer agora.”

“Com esta presidente, não”

Mas se “Dez Anos” pode ajudar a explicar o boicote a Hong Kong, em relação aos Taiwan Golden Horses, a história é outra – de acordo com o China Digital Times, a cerimónia de Novembro também não irá passar na China, o que parece também pacífico de inferir a partir do comunicado dos SAPPRFT.
As razões ninguém as esclarece de forma clara, mas tudo indicia que a chegada de Tsai Ing-wen à presidência estará intimamente ligada a isso, pois a sua eleição não caiu bem em Pequim e os cavalos, apesar de ouro, também devem acabar na lista negra.

Comunicado da SAPPRFT

Devido às mudanças sociais registadas em Hong Kong e Taiwan este ano, e para prevenir as influências negativas de discursos, filmes e televisões que não se conformem com as condições nacionais, todos os principais websites e todas as aplicações móveis devem suspender qualquer transmissão directa ou em diferido dos “Hong Kong Film Awards” em Abril e dos “Taiwan Golden Horse Awards” no final deste ano.

26 Fev 2016

Biblioteca do IFT depositária da Organização Mundial de Turismo

A partir de Janeiro deste ano, a biblioteca multimédia do Instituto de Formação Turística (IFT) torna-se a primeira de Macau, Hong Kong e Taiwan a ser distinguida como Depositário da Organização Mundial de Turismo (OMT). Lançado em 2003, o Programa de Biblioteca Depositária tem por objectivo promover o acesso a pesquisas e relatórios publicados pela OMT e disponibilizar informação para audiências mais vastas. Até ao momento, existem cerca 60 bibliotecas certificadas em 30 países e regiões. Assim, a partir deste ano, a Biblioteca Multimédia do IFT vai passar a receber todas as publicações oficiais da OMT na versão inglesa. A informação está, portanto, disponível ao público interessado em saber mais sobre dados turísticos de Macau e das regiões vizinhas. O IFT, recorde-se, foi a primeira instituição de ensino mundial a ser acreditada pelo Sistema de Certificação UNWTO.TedQual, é depositário da Medalha de Ouro do Governo e venceu por duas vezes a Medalha de Ouro para ‘Educação e Treino’ da Asia Pacific Travel Association (PATA).

25 Fev 2016

Confirmado segundo caso de dengue importado

Foi confirmado o segundo caso de dengue importado em Macau, como avançam os Serviços de Saúde (SS) em comunicado à imprensa. A doente é uma mulher de 38 anos, residente de Macau, que na primeira quinzena de Fevereiro viajou até Johor Bahru, na Malásia. “Após o regresso a Macau, em 21 de Fevereiro, a doente manifestou sintomas de febre, dores da órbita ocular e dores nas articulações, tendo recorrido ao Centro Hospitalar Conde de São Januário. Durante o exame médico foi ainda detectada erupção cutânea nos membros superiores. Na terça-feira, o Laboratório de Saúde Pública confirmou os resultados do teste dengue tipo III”, relatam no documento. A doente está ainda internada a receber tratamento e tem febre. Os SS indicam ainda que já procederam à eliminação de mosquitos na área de residência da paciente, sendo que é necessário que os residentes daquela zona [Estrada Coronel Nicolau de Mesquita da Taipa] adoptem medidas anti-mosquitos.

25 Fev 2016

SS notificados para caso de gripe B

Os Serviços de Saúde (SS) foram notificados pelo Hospital Kiang Wu de um caso grave de infecção de gripe B. O homem, de 89 anos, é residente de Macau e apresentava sintomas de febre e tosse. Um raio-x revelou a existência de pneumonia ligeira no pulmão direito e o idoso foi internado. A febre baixou e o estado clínico é considerado normal, mas o paciente não tinha efectuado a vacinação antigripal do Inverno. Em relação aos dois casos de “gripe grave” anunciados nos últimos dias, numa mulher com 60 anos e num homem com 53 anos de idade que necessitaram de ventilação assistida, as informações mais recentes “revelam uma acentuada melhoria, já não sendo necessário o uso de ventilação”. Os dois foram já transferidos para a enfermaria geral e estão estáveis.

25 Fev 2016

Trienal de Gravura de Macau estendida

A segunda Trienal de Gravura de Macau, um evento de intercâmbio internacional na área da gravura que revela a diversidade criativa neste ramo artístico, vai ser estendida até dia 10 de Abril. A mostra, indica a organização, tem sido muito procurada desde a sua inauguração em Novembro do ano passado, pelo que a trienal em exibição no Museu de Arte de Macau e a exposição “Novo Panorama da Gravura na China”, na Galeria Tap Seac, serão estendidas.
Planeada pelo gravador veterano de Macau Wong Cheng Pou, a edição deste ano da Trienal apresenta as obras mais significativas, após a selecção pelo júri de nove especialistas, de um total de 560 obras de 22 países e regiões. As obras seleccionadas são oriundas da Croácia, Canadá, Índia, Indonésia, Brasil, Eslovénia, Japão, Bélgica, Polónia, Tailândia, Austrália, Portugal, Espanha, Coreia, Malásia, Interior da China, Hong Kong, Macau e Taiwan, entre outros países e regiões. O primeiro prémio deste ano foi atribuído ao gravador de Macau Cheong Cheng Wa, com a obra “Pessoas de Macau”.
As exposições decorrem diariamente, excepto às segundas-feiras, das 10h00 horas às 19h00 horas na Galeria Tap Seac, que encerra duas horas mais tarde. O preço dos bilhetes é de cinco patacas e a entrada é livre aos domingos e feriados.

25 Fev 2016

Radovan Vlathović estreia-se na RAEM

O Instituto Cultural vai juntar a Orquestra de Macau (OM) com Radovan Vlathović, o mestre mundial de trompa num concerto integrado no ciclo “Virtuosos Extraordinários”. A direcção ficará a cargo do Maestro e Director Musical da OM, Lü Jia. Radovan Vlathović foi trombino principal da Orquestra Sinfónica da Rádio de Berlim e conquistou o Primeiro Prémio no Concurso Internacional da ARD, em Munique. A sua gravação dos concertos de Mozart foi galardoada com o Prémio da Crítica Discográfica Alemã e em 2012 recebeu o Prémio Porin, de Carreira, na Croácia. Neste “Concerto para Trompa por Radovan”, assim se designa, Vlathović tocará o Concerto para Trompa e Orquestra N.º 2 em Mi Bemol Maior, de Strauss, uma obra considerada extremamente desafiante para este instrumento e, para além disso, a OM irá executar a famosa Sinfonia N.º 5 “Destino” de Beethoven. O evento acontece no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau, dia 5 de Março, pelas 20h00 horas. Os bilhetes encontram-se à venda e custam entre as cem e as 250 patacas.

25 Fev 2016

Jazz | Mn’JAM actuam amanhã na Casa Garden

A proposta é de um concerto diferente onde se combinam imagens, mesas de mistura e guitarra portuguesa – tudo embrulhado numa indumentária jazz. São os Mn’JAM, um projecto liderado pela portuguesa Melissa Oliveira, nascida na Austrália e radicada na Holanda

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Mn’JAM actuam amanhã na Casa Garden, num concerto organizado pelo Jazz Clube de Macau, que traz ao palco o projecto da portuguesa Melissa Oliveira e que apresenta mais do que música. Melissa gravou o seu primeiro álbum – “In My Garden” – em Boston com a participação especial de Greg Osby, um inovador saxofonista norte-americano, especialista do free jazz e do funk e com o trompetista e compositor Jason Palmer, também norte-americano e considerado uma dos músicos mais procurados da sua geração. Agora chegou a vez de apresentar um trabalho ao vivo e a artista resolveu fazê-lo de forma inovadora: juntou-se com o “turntablist” J.A.M. (mesa de mistura) numa formação que considera idiossincrática e que inclui ainda Virgílio da Silva (guitarra), José Carlos Barbosa (contrabaixo) e Tuur Moens (bateria). jazz_Juliana Gonçalves
Neste elenco, destaque para a presença de uma guitarra portuguesa que, para Melissa, “em vez de ser utilizada de maneira estritamente tradicional, tem também direito a melodias e harmonias jazzísticas como parte obrigatória dos arranjos feitos para este projecto”.

Fusão instrumental

Guitarra portuguesa, turntables e efeitos visuais é uma forma diferente de encarar o jazz. Conforme diz Melissa Oliveira, “trata-se de um espectáculo que apesar de multifacetado não deixa de ser fiel aos princípios criadores deste estilo”. No entanto, a fusão de instrumentos e estilos não fica por aí, pois, adianta a artista, “a presença de J.A.M., que utiliza as ‘turntables’ de maneira auditiva mas também visual, interage de maneira a que, também neste instrumento, sejam possíveis solos audiovisuais, fazendo com que não existam dois concertos iguais e que o espírito do jazz se mantenha mesmo em formas inusitadas.”
Melissa Oliveira nasceu na Austrália mas obteve a sua formação em jazz (voz) na ESMAE, o Conservatório do Porto. Em 2009, foi premiada com uma bolsa para estudar na Berklee College of Music, em Boston, EUA, e depois seguiu para a Holanda onde tirou o mestrado em performance de jazz no Conservatório Real de Haia. Segundo a banda, a promessa é de “um espectáculo único porque nunca fazem dois iguais”.

Campanha no “indiegogo”

A caminho está o primeiro álbum para o qual a banda lançou uma campanha no sítio “indiegogo” e para o qual procuram quatro mil euros, tendo já juntado 1364 num mês e faltando ainda outro para que a acção de recolha de fundos termine.
Durante a sua permanência em Macau, os Mn’JAM vão ainda realizar um workshop para os músicos locais. O concerto realiza-se na Casa Garden, amanhã, pelas 21h15. A entrada é livre.

25 Fev 2016

Virgem Suta – “Ela Queria”

“Ela Queria”

Ela sonhava com um herói
Ele playboy
Tinha alta pinta de jingão
Ela queria ser feliz
Ele um petiz
Queria apenas diversão
Ela sonhava com o amor
Ele estupor
Achava isso uma aflição
Mas algo havia entre os dois
Havia pois
E era para lá do bom

E o final foi bestial
Tudo ligou
O Dom Juan lá com o charme
Romeu virou

Ela adorava o céu azul
Ele ser cool
E lançar charme para o ar
Ela era tão bom coração
Ele um pimpão
Para com outras se embeiçar
O que pra ela era bem bom
Pra ele não
Tanto mais tinha em que pensar
Mas algo havia entre os dois
Havia pois
E era coisa pra durar

E o final foi bestial
Tudo ligou
O Dom Juan lá com o charme
Romeu virou

O tempo venceu o herói
Tudo lhe doi
E mesmo assim bem ela o quer
Agora é ele que lhe diz
Sou tão feliz
Por ter-te aqui supermulher
Ela sorri por tê-lo ali
Cutchi, cutchi
Tão manso, agora mimo quer
E nem aquele olhar mongol
De quem vê mal
Esconde o brilho a irromper

E o final foi bestial
Tudo ligou
O Dom Juan lá com o charme
Romeu virou

Virgem Suta

JORGE BENVINDA / NUNO FIGUEIREDO

24 Fev 2016

BNU doa 750 mil patacas à UM

O BNU doou 750 mil patacas à Universidade de Macau (UM). Esta verba resulta do volume das transacções do Cartão de Crédito da UM, das quais o BNU doa uma percentagem e que foi lançado em 2013 com o objectivo de proporcionar melhores serviços aos estudantes, colaboradores e antigos alunos, bem como a recolha de fundos para apoiar o desenvolvimento da Universidade. O Cartão de Crédito Visa da UM está isento do pagamento de anuidade e aquela instituição bancária vê-o como um exemplo de colaboração entre o sector financeiro e uma organização sem fins lucrativos, “em prol do bem-estar da comunidade local”.

24 Fev 2016

Descontos em hotelaria e espectáculos

Lionel Leong congratulou-se ontem pelo lançamento do evento “De Macau, com Amor”, organizado pelas seis operadoras da indústria do jogo em colaboração com o Governo. A ideia consiste no fornecimento, durante um período de tempo limitado, de diversos benefícios aos consumidores de Macau em alojamento, espectáculos, entretenimento, restauração e bebidas, entre outras actividades não directamente associadas ao jogo. Para o Secretário, “este evento pretende favorecer os residentes e impulsionar o desenvolvimento das operadoras” neste período de vacas magras. Para Lionel Leong , “a indústria de jogo de Macau encontra-se num período de ajustamento”.

24 Fev 2016

O Macaco, A Sereia & Companhia 美猴与人鱼

*por Julie O’yang

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jornal que li hoje de manhã trazia em destaque a seguinte notícia: No quinto dia do novo Ano Lunar Chinês, Ano do Macaco, (12 Fevereiro de 2016), 500.000 pessoas reuniram-se no Templo Guiyuan, na baixa da cidade chinesa Wuhan, para oferecer incenso ao Deus da Prosperidade 财神爷. A fim de garantir a sua segurança, alguns milhares de polícias estiveram de serviço ao local.
Sendo chinesa, acredito que é fantástico estar dentro de uma nuvem de incenso, talvez porque o incenso representa o eterno sagrado. Em silêncio, a queimar pauzinhos aromáticos, sentimos a angústia desvanecer-se e os deuses descem dos céus para nos vir beijar. O fumo do incenso transmite boa energia aos seres humanos, seja qual for a sua raça e, desce sobre nós… em paz. Os chineses têm um ditado que diz: A vida é uma canção, o incenso é a música.

Para os chineses existe outro mito sagrado, o Ano Novo Lunar, que este ano se iniciou a 8 de Fevereiro. Agora quero convidar-vos a vir comigo dar uma volta ao Mundo para vermos juntos alguns eventos inesquecíveis, relacionados com o Ano Novo Chinês. Embora para mim seja uma viagem retrospectiva, mantenho o uso do Presente para prolongar um pouco as sensações.
O Museu Britânico, expõe os Manuscritos das Admoestações de Gu Kaizhi, 女史箴图, durante os festejos do Ano Novo Chinês. é da autoria do poeta Zhang Hua. O texto dirige-se às mulheres possuidoras de ambições políticas, ou de qualquer ambição em geral, admoestando-as e exortando a obediência ao homem, ou seja, ao Imperador, ao pai, ao marido e ao(s) filho(s). Por ordem hierárquica. Deve haver qualquer coisa muito errada neste mundo para que, nos dias que correm, Confúcio ainda seja considerado um sábio!
Mas voltemos a Hong Kong, onde o Ano Novo é celebrado com a intensidade sulista e a ostentação e excessos actuais. Eu, pela parte que me toca, continuo a preferir os costumes tradicionais. E não só para o Novo Ano Lunar Chinês, cujo zénite se situa no início de Março. Só para dar um exemplo, alguns naturais de Hong Kong pagam a certas mulheres para irem a Canal Road amaldiçoar quem espalhe rumores sobre as suas pessoas. Funciona da seguinte maneira, estas “profissionais” atam um pedaço de papel, previamente untado de gordura, a um sapato por estrear do cliente, onde está escrito o nome do caluniador. Aqui está um exemplo acabado de umas vilãs dos diabos!
Enquanto isto, em Victoria Harbour, Wilson Mao Wai-shing, o tipo mais fixe de Hong Kong, organizou o lançamento de quatro toneladas e meia de fogo de artificio, no valor de vários milhões de dólares, um espectáculo que durou 23 minutos.

Illu 3
Foto: Ilha de Hong Kong Island e Victoria Harbour, Escola Chinesa, séc. XIX .1858-1875 pintura a óleo
Wilson Mao: “Nasci nos anos 60 e o meu entretenimento preferido era ver o meu pai lançar fogo de artificio. Era vendedor e fazia demonstrações para os clientes. Eu tinha este luxo, podia brincar com fogo de artificio.”
Este ano, na China Continental, as pessoas tiveram o Hong Bao 红包 mais vermelho de sempre. Ao que parece, o Partido Comunista Chinês descobriu uma maneira de “encurralar” os cibernautas mais credenciados. Para terem hipóteses de receber os seus envelopes vermelhos com dinheiro, os utilizadores tinham de usar uma frase passe numa conta. A conta pertencia a uma poderosa organização ligada ao Partido, a agência on WeChat, dirigida pela oficial Xinhua, da Tencent, que fornece um serviço de mensagens instantâneas muito usado. Por exemplo, uma das frases passe usada era “Colherás o fruto do teu trabalho,” seguida de “Desde que perseveremos, os sonhos tornam-se realidade,” As duas frases faziam parte do discurso de Ano Novo (entrada em 2016) do Presidente Xi, e foram repetidamente transmitidas pelas Emissoras Nacionais ao longo do dia 31 de Dezembro.
Como os negócios online dispararam na China, os gigantes do sector, Tencent e Alibaba, passaram a permitir a utilização de dinheiro electrónico. O Partido Comunista viu aqui uma oportunidade e associou-se às duas empresas. Em apenas três dias, um total de 300.000 yuans (50.000 USD) circulou no Alipay, o serviço de pagamento online da Alibaba, fundada por Jack Ma, um dos homens mais ricos da China, que comprou o South China Morning Post em Dezembro. .
O IKEA de Taiwan criou um sistema muito engenhoso para impedir que as pessoas fiquem agarradas ao telemóvel durante as refeições. Uma mesa da qual se eleva uma chapa central, que aquece a comida a partir da energia dos telemóveis. Para que resulte é preciso pôr os telemóveis por baixo da chapa.

Neste período festivo, Huallywood bateu os recordes de bilheteira e deixou Hollywood para trás.
No primeiro dia do Ano do Macaco, as bilheteiras chinesas registaram uma entrada de 660 milhões de yuans (100,5 milhões de USD) – batendo o recorde de 425 milhões, obtido em 18 de Julho de 2015. As produções nacionais foram as mais vistas. A liderar as bilheteiras esteve A Sereia (de Stephen Chow周星馳que, na estreia, atingiu os 270 milhões de yuans, estabelecendo num só dia um novo recorde doméstico. Esta versão, criada em Hong Kong, apresenta uns pseudo cantonenses, que não poderão enganar os espectadores locais, mas é óbvio que Chow está a querer dirigir-se a mercados maiores. A Sereia conta a história de um grupo de sereias que lutam contra um empreiteiro. É uma mistura de romance, comédia e animação digital, com uma mensagem sobre a nossa relação com a Natureza. Um drama sólido, emotivo, que inclui imagens documentais sobre a poluição da água, a extinção de vida marítima e a destruição dos recursos naturais. Dizia-se que as comédias de Chow estavam mortas e que só os actores de Hong Kong as poderiam salvar, devido à sua mistura cultural, por um lado uma certa superioridade britânica e, por outro, os valores de humildade e condescendência chineses. O filme de Chow, Kung Fu Hustle, estreado em 2004, foi um sucesso monstro.
O Rei Macaco 2, protagonizado pelo actor de Hong Kong, Aaron Kwok Fu-shing, e pela actriz continental, Gong Li é a última produção dos Wuxi Studios – conhecidos por Huallywood, devido à aspiração de virem a rivalizar com a Meca do cinema mundial. Os promotores garantem que, ao nível nacional, o filme tem os melhores efeitos especiais de sempre e, como se sabe, os chineses adoram efeitos especiais.
Já que sou o vosso guia, assumo o papel “farol” do bom gosto. Por isso recomendo vivamente o meu preferido desta série, Rei Macaco: Caos nos Céus, de 1964. Inclui uma citação que pode ser considerada a mais profunda da novela do séc. XVI, Viagem ao Ocidente, de onde o Rei Macaco havido regressado: 皇帝轮流做,明天到我家。
Qualquer um pode ser Imperador, amanhã é a minha vez de me sentar no Trono do Dragão.
De repente lembrei-me de uma letra da Olivia Newton-John:
No lugar onde ninguém se aventurou,
Está o amor que procuramos
Chamam-lhe Xanadu

A animação em Inglês pode ser vista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Hu0XosgxCyU&feature=youtu.be

24 Fev 2016

MASDAW | Prova de vinhos para angariação de fundos no próximo sábado, com música e arte

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]site Ladybird of Leisure organiza, no próximo sábado, uma prova de vinhos para angariação de fundos para a Associação de Cães de Rua e Protecção dos Animais de Macau (MASDAW), fundada em 2014, e que, como informa a organização do evento, “desenvolve um importante papel em Macau, incluindo salvar e esterilizar animais.”
A actividade conta ainda com entretenimento ao vivo, com a banda luso-americana de Macau Concrete/Lotus. Anexo ao evento decorrerá ainda um leilão de obras de vários artistas locais que vão das jóias à fotografia, passando por objectos de cerâmica. Todos são da autoria de criadores locais, tão diversos como Gonçalo Lobo Pinheiro, Sofia Bobone ou Antonius Photoscript, entre vários outros.
A prova de vinhos e o concerto decorrerá no Centro de Design de Macau, a partir das 18h00 e até às 22h00. Os bilhetes custam 200 patacas e as rifas – que podem dar prémios como almoço e estadia em hotéis de Macau – custam 25 patacas, sendo que ambos estão à venda no Roadhouse Macau, no Blissful Carrot e no próprio Centro de Design.
A MASDAW, indica a organização, tem por “objectivo principal tornar Macau numa cidade amiga dos animais onde estes possam encontrar uma família que os acolha”. O trabalho desenvolvido pela MASDAW só em contas de veterinário, anuncia a Associação, “tem um custo anual de cerca de meio milhão de patacas”.

Dia de adopção da ANIMA no domingo

A Anima está a promover uma sessão de adopção de animais no próximo domingo dia 28. Vai acontecer no prédio Flower City na Taipa entre as 14h30 e as 17h30. Segundo a Anima, apenas um em cada três animais recolhidos é adoptado e a ideia é mudar a média. Com a sua ajuda. Vá lá… um animal muda uma casa para melhor.

24 Fev 2016

UM | Conversas meditativas ao almoço

Hoje e amanhã, pela hora de almoço, a Universidade de Macau (UM) apresenta Kim Hughes Wilhelm, professora da instituição que vai falar sobre meditação. Com os seus livros “The Journey Within” e “Journeys Beyond” como pano de fundo, onde a autora documenta as descobertas e experiências de vários praticantes, o evento utilizará o formato de “casa aberta” onde os participantes são convidados a partilhar as suas perspectivas sobre os livros e a explorarem as suas próprias noções e práticas de meditação. Cover_Journeys Beyond
A seguir à conversa há uma sessão especial de meditação para os interessados. Kim é docente da Faculdade de Artes Humanidades do Departamento de Inglês da UM e começou a meditar há cinco anos, tendo rapidamente descoberto “uma fonte vital para o equilíbrio da mente, do corpo e do espírito”. Descobriu também que poucos sabiam como começar ou integrar a prática na sua vida diária pelo que resolveu investigar o fenómeno, resultando na produção destes dois livros.
A sessão será acompanhada por uma sessão de música electrónica por Kelsey Wilhelm, da banda local Concrete/Lotus.
O evento está agendado para duas sessões sendo a primeira já hoje e a segunda amanhã entre as 13h00 e as 16h30 na sala 2025 da UM.

24 Fev 2016

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? II

* por José Drummond

[dropcap style=’circle’]2[/dropcap]. Ele

Levantei o copo e deixei o whisky deslizar pela goela. Parei por um momento a olhar para os peixes dourados no aquário ao fundo do bar. Quero pensar que nada se perdeu. Que nada se perde nunca. Mas sinto o contrário. Parece-me que perdi tudo. Perdemos tudo. Eu estou só. Esgotámos as palavras. O silêncio. Aquele silêncio aterrador. Aquele tempo amputado. Eu tinha prometido que não iria sangrar mais. Nunca mais.

Fugir. Só sei fugir. Eu estou só e tu só estás e não há mais nada. Vou beber até um pouco mais tarde deitar-me para dormir. E dormir sem que perceba. Quando eu acordar tudo será melhor. Espero, um dia, poder morrer desta forma. Com uma leve memória do teu corpo apertado ao meu. Com o teu perfume a envolver-me. Beber no final de uma tarde de verão, esticar-me na cama de um hotel qualquer, num sítio onde ninguém me conheça, cair no sono, e nunca mais acordar.

Este movimento de levantar o copo tem um ritmo próprio. O álcool esfaqueia as palavras. Solta víboras na língua. Eu quero dizer-te a verdade. A ti que me deste força. A ti que me mostraste a simplicidade. A ti que nada me pedias. Nada mais. Apenas felicidade. Apenas felicidade. A ti que com a dança dos teus olhos me inebriavas. A ti que transformaste as paisagens. Transformaste as noites. Transformaste os dias. Transformaste o mundo. Queria ter te dito que nunca te deixei de amar. Que nunca deixarei de te amar. Mas não consegui. Quero agora dizer-te que não tenho medo de morrer. Quero dizer-te que me assusto comigo. Que te deixei porque me assusto comigo.

Um qualquer momento que se guarda numa gaveta da memória. Antes gostava de espreitar o amor nos teus olhos escuros. Mas quando eu fugi tu foste água. Ninguém sabe o que nós fomos. Um golpe de perfeição? Como pude eu ignorar as feridas? Eu prometi que não te magoava. Disse-te naquela tarde perfeita que te iria amar para sempre. E era mesmo para sempre. Mas algo mudou. A espaços deixei de nos ver. Deixei de me ver tão perto de ti. A espaços procurei a minha voz e deixei de a sentir. E o que foi que mudou? O que deixou de existir entre nós? E o que significa “para sempre”? Eu estou só e tu só estás e não há nada que se possa fazer contra isso.

A empregada no bar solta um sorriso fugaz que parece reanimar-me. Olho para os seus lábios de cor vermelha. E é isto que me assusta em mim. Esta falsa ilusão de limpar uma ferida aberta com outros lábios. Imagino-a nua. As hipóteses de tentar limpar esta ferida aumentam a cada momento que ela devolve mais um sorriso. E nós? Eu estou só e tu só estás. As nossas hipóteses de resultar foram sempre poucas. Mas sabes que a perda resultante do meu desaparecimento será nenhuma. Não existe nenhuma razão concreta, para além de me assustar comigo, para te ter deixado sem voltarmos a falar. Não tenho qualquer intenção em responder aos teus telefonemas. A única coisa importante para mim é que te quero com todo o meu coração. Lembro-me dos teus olhos sempre em admiração permanente. Agora sei que não foi uma questão de escolha. Foi aquilo que tinha que acontecer. O silêncio que encheu o nosso palácio murchou todas as flores. Perderam-se todas as palavras. Perdemo-nos. Perdi-me.

Os peixes dourados continuam a nadar. Vejo o reflexo dos lábios da empregada no aquário. Não podemos definir as coisas que acontecem. Nada disto foi planeado. Não podemos deixar o amor crescer. É sempre mais difícil cortar os laços quando se ama. O que eu tenho medo é de que a realidade retire o melhor de mim. De que a realidade me deixe para trás. Estava tudo pronto. Eu estava emocionalmente bem preparado. Iria deixar o apartamento e não olhar mais para trás. Esquecer que existes. Esquecer que existimos. Embarcar numa viagem. Mas a viagem trouxe-me aqui e aqui a existência é uma espiral.

Há quantos dias estou neste hotel? Neste bar? Há quantos dias te deixei? Naquele dia todas as lojas estavam fechadas. As ruas tinham menos pessoas. Quase não havia carros. A única coisa que aumentou foi o silêncio. Andei e andei sem decidir para onde ia. Quis perder o controle. Quis perder-me numa cidade desconhecida. É este, na verdade, o mundo real? Se não é, então onde podemos encontrar a realidade? Não sei onde posso mais procurar. Eu não tenho medo de morrer. Podia morrer aqui neste bar ensombrecido. Lembro-me da primeira vez que as tuas mãos apertaram as minhas. Pareciam possuir uma força maior do que aquela que calculei possuíres. Apertaste-as com a alma. Uma energia escondida dentro de ti. Tu és forte. Mais forte que eu. Eu assusto-me mas tu tinhas a sabedoria de minimizar as feridas.

Na televisão a apresentadora do noticiário da noite fala sobre um estranho caso. A empregada aumenta o som. “Após dois dias de buscas intensivas e complicadas devido ao nevoeiro, foi encontrado, em muitos maus tratos, o corpo da jovem que terá eventualmente saltado da ponte. O seu abdómen aberto, o rosto desfigurado, a caixa torácica desfeita. Ao que tudo indica e após autópsia preliminar a jovem estaria grávida mas não lhe foi encontrado qualquer feto dentro se si. A polícia acredita que ela tenha morrido durante a queda. No entanto existem imensas contradições neste caso. O facto de ter o abdómen aberto levanta suspeitas de crime embora que não tenha sido encontrada qualquer arma. A polícia está ainda a tentar contactar com o namorado que terá desaparecido há cerca de duas semanas. Desconhece-se se este caso, está relacionado com o feto encontrado na Vila da Taipa.”

24 Fev 2016

SJM | Quebra de 63,4% nos lucros em 2015

A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) anunciou ontem uma quebra de 63,4% nos lucros em 2015, que se fixaram em 2.465 milhões de dólares de Hong Kong.
A empresa acumulou ao longo do ano passado 21,7% da quota de mercado das receitas de jogo, incluindo 25,3% do mercado de massas e 20,2% do jogo VIP.
Ainda assim, a receita de jogo da SJM caiu 38,7% face a 2014, fixando-se em 48.590 milhões de dólares de Hong Kong.
Já o EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) caiu 50,3% para 3.862 milhões de dólares de Hong Kong.
A SJM indica que o novo projecto, em construção no Cotai – zona de casinos entre a Taipa e Coloane -, o Grand Lisboa Palace, “avançou substancialmente”, com as fundações terminadas no primeiro trimestre de 2015, avançando a construção da superstrutura e cave. O novo hotel-casino deverá estar concluído no final de 2017.
Em comunicado, o director executivo, Ambrose So, afirmou que “a SJM entra em 2016 numa posição forte, apesar dos desafios económicos que o mercado de jogo de Macau enfrentou em 2015”.
“Registámos progressos substanciais na construção do nosso Grand Lisboa Palace e mantemo-nos optimistas sobre o futuro da indústria de turismo de Macau”, rematou.
Os casinos de Macau fecharam 2015 com receitas de 230.840 milhões de patacas, uma queda de 34,3% face a 2014.
 

24 Fev 2016

Companhia de Teatro Hiu Koc celebrou 41 anos

Billy Hoi, mais conhecido por Tai Lio, ou Big Bird, (Pássaro Grande) é o director artístico do teatro Hiu Kok desde 2010. Hoje vê-o mais como uma plataforma para desenvolvimento do teatro em Macau do que propriamente uma simples companhia. O teatro pode mudar o mundo, diz. Escrever de forma honesta em Macau é difícil e Billy Hoi sonha com um fundo de apoio às artes no território


Está à frente da companhia de teatro Hiu Kok desde quando?

Entrei no Hiu Kok em 1986 e tornei-me o seu director artístico em 2010, até hoje.

Quantas pessoas constituem o grupo?

O núcleo duro são 62. Mas temos mais de 700 membros.

Que está a companhia a fazer agora?
Tivemos duas performances grandes no Centro Cultural e quatro mais pequenas durante o ano passado. Também estamos focados na formação de encenadores e guionistas. O Hiu Kok dá mesmo muita força à produção de textos novos. Além disso, nestes últimos anos, a tendência tem sido para transformar o Hiu Kok numa plataforma para a promoção do teatro de Macau. Iniciámos alguns projectos e colaborações com diferentes artistas locais e do estrangeiro. São os casos da série “Long Run”, realizados numa “caixa preta” onde possamos sentar cem – 200 pessoas, onde um guião é seleccionado e um actor convidado a produzir a peça. Queremos com isto dar mais experiência aos artistas para que não estejam sempre dependentes dos subsídios do Governo. Participamos ainda no projecto Macau – Zhuhai, uma ideia de intercâmbio entre as duas cidades, e promovemos activamente a escrita de guiões, pelo que costumamos enviar representantes ao Festival de Leitura de Guiões do Teatro Pequeno de Taiwan, na perspectiva, claro, de desenvolvermos talentos locais. Além disso, agora o Hiu Kok gere duas instalações: a mesma “caixa preta” que temos desde 1998 num prédio fabril da Areia Preta e um mini centro de artes junto ao Mercado Vermelho especialmente destinado a ensaios, treinos e outras actividades artísticas simples. billy hui hiu kok teatro

Fazem muitas tournées?
Há uns anos fazíamos mais, agora estamos mais focados no público de Macau. Mas já actuámos em Xangai, Shenzhen, Cantão, Hangzhou, Hong Kong, na China e em Taiwan, Singapura, Lisboa, Almada e Coimbra.

Qual foi a vossa peça mais bem sucedida e porquê?
Hum… “Sucesso” é um bocado difícil de medir. A força do Hiu Kok reside na mudança. Fazer novos projectos, ter novas ideias é sempre a nossa preocupação. Por isso, ao longo destes 41 anos temos vindo a fazer muita coisa significativa… podemos fala de “sucesso” e de “insucesso”. Ganhámos vários prémios em competições em Hong Kong nos últimos dez anos, produzimos o único drama em Macau de artes marciais, a tragédia grega de Édipo nas Ruínas de São Paulo e apresentámo-nos em vários países e cidades. Em boa verdade não consigo dizer qual foi a nossa peça mais bem sucedida.

Porque é que as pessoas devem fazer teatro?
Acho que nascemos todos para ser artistas, é da natureza humana. Algumas pessoas fazem teatro para se divertirem, outras para fazerem amigos, outras para satisfazerem o seu sonho e a sua ânsia de palco, algumas para preencherem o vazio do talento escondido, outras pela ilusão da fama. Eu acho que o teatro pode mudar o mundo.

Porque é que as pessoas devem ver teatro?
O teatro é a arte mais viva e interactiva que existe. O público não é apenas um espectador passivo como quando assiste a um filme. Ele é parte do teatro, a sua própria respiração afecta a peça. O encontro entre o actor e o público é algo de precioso e depois o momento mágico anuncia-se.

Vocês têm um género favorito de temas? Quais?
Somos muito livres em relação às escolhas dos guionistas e dos encenadores, por isso não definimos temas. Todavia, a maioria das nossas peças relaciona-se com questões sociais e problemas do quotidiano.

Produzem os vossos próprios guiões ou usam mais peças já escritas?
Eu diria que são 80% são originais e 20% já escritas. Mas o projecto “Long Run” é produzido com peças estrangeiras já escritas.

Qual a vossa missão como grupo de teatro?
Temos a visão de inspirar as pessoas e temos por missão promover e encorajar as artes performativas, trazer novas ideias às artes de Macau e para toda a população de uma forma englobante. hiu kok

Depois do Hiu Kok há muitos actores a seguirem uma carreira profissional?
O Hiu Kok é uma boa base para um actor começar e foram muitos os actores profissionais que passaram por aqui no início das suas carreiras. São os casos de Kaman Yip, Jacky Lee ou Maria Au.

Apesar dos anos todos que está dedicado ao teatro ainda mantém um emprego. Acha que um dia vai ser possível para si, ou para os outros que venham a estar no seu lugar, a dedicação a tempo inteiro? Que faz falta para que isso aconteça?
Acho que sim, que vai ser possível. Mas cada caso é um caso. É preciso um coração forte e pioneiro para uma decisão dessas. E depois cada um tem os seus problemas. Penso mesmo que “dinheiro” nem é o maior problema. Como lidar com a família é mais difícil.

Quais são as vossas maiores dificuldades?
Sem dúvida acompanhar as rápidas mudanças do mundo e conseguir correr na frente. Em Macau, escrever uma ideia de uma forma honesta é um desafio. Mas, na realidade, não acho que sejam tudo dificuldades e as que existem só servem para fazer crescer como grupo e tornam-nos mais fortes.

Tem grandes planos para o futuro?
Ligarmo-nos e unir-nos no grande Delta do Rio das Pérolas, constituir um fundo para as artes e desenvolver um sistema poderoso de marketing para promover os grupos de Macau lá fora.

23 Fev 2016

Rashidnia Reza | Treinador de karaté da selecção da RAEM

Veio para Macau com um contrato de três meses para preparar a equipa de karaté para os Jogos Asiáticos de Busan. Conseguiu três das quatro medalhas obtidas por Macau. Entretanto passaram-se 14 anos. Continua a ser treinador da selecção local e já trouxe mais 150 medalhas para o território. É iraniano mas para ele Macau já é a sua segunda casa. Rashidnia Reza, com o seu permanente sorriso e trato delicado é uma pessoa especial

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]embra-se de quando foi convidado para vir para Macau?
Em 2002, o presidente da associação de karaté na altura, José Achiam (falecido em 2008) era também secretário geral da Associação Ásia eu era treinador do Irão há já cinco anos, propôs-me vir para Macau. Mandei-o falar com o presidente da federação iraniana, o Nazerian, e um contrato de três meses foi negociado e a 17 de Agosto de 2002 cheguei a Macau para preparar a equipa para os Jogos Asiático Busan.

Como correu a experiência?
Muito bem. Conseguimos uma prata e dois bronzes. Na altura em que Macau conseguiu apenas quatro medalhas. As nossas três e uma de prata para o wushu. Mas depois voltei para o Irão e voltaram a propor-me um novo contrato, desta vez de dois anos para preparar a equipa para os Jogos da Ásia Oriental (EAG Macau 2005). Eu era apenas um simples treinador mas o trabalho de equipa foi muito e conseguimos duas medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze. Depois o contrato foi prolongado para nos prepararmos para Doha, mais três medalhas… karaté

Três meses que se transformaram em 13 anos…
É verdade. Na altura nunca perspectivei uma coisa dessas. Os primeiros meses foram muito difíceis.

Porque decidiu ficar?
Em 2007 trouxe a minha família, tenho duas filhas e um filho. Começaram a aqui a universidade. Agora já voltaram para o Irão mas essa permanência aqui nessa altura foi muito importante para a decisão de ficar.

Não pensa em voltar para o Irão?

Desde 2014 sou residente permanente e este é o meu segundo país. Sempre que volto ao Irão tenho saudades dos meus alunos, tenho muitos estudantes, são como meus filhos. Catorze anos é muito tempo, é difícil deixar Macau agora.

O que o fez aceitar vir para Macau?
Nunca tinha experimentado uma carreira internacional. Tinha apenas tido duas curtas experiencias na Bielorrússia, em part-time, e nalguns países do Golfo Pérsico por muito pouco tempo. Quanto me pediram para vir para Macau para preparar a equipa para um grande evento como os jogos asiáticos aceitei porque queria experimentar treinar fora do meu país. O Irão é um país grande, com muitos atletas e muitos treinadores.

Quando sentiu que ia ficar mais tempo do que os três meses?
Se no início, depois dos três meses, me tivessem proposto um contrato de 10 anos nunca teria aceitado mas a partir de 2005, com os EAG, já estava habituado a estar aqui, tinha planos para trazer a minha família, o que aconteceu em 2007, e queria trazer mais títulos para Macau, nomeadamente o título mundial que é algo que ainda não conseguimos.

E tem atletas para conquistar o titulo mundial?
Não é difícil conseguir este objectivo. Temos muitos bons atletas e treinadores e o governo apoia. Só precisamos que os atletas continuem. Para além disso, desde há dois anos para cá começámos a ter profissionais, não são muitos para já, apenas três, mas espero que no futuro tenhamos mais.

Quando é que isso pode acontecer?
Estamos no caminho. Precisamos de mais atletas, a escola de karaté começou apenas no ano passado e espero que em breve tenha mais atletas o que é fundamental para termos campeões.

Quais as razões para praticar karaté?
Para mim o karaté é um desporto especial. Não é apenas físico como a corrida ou a halterofilia; no karaté usamos muito a parte psicológica. A psique e o físico têm de andar de mãos dadas. Além disso, o karaté dá-nos lições para a vida. Temos de controlar a técnica. Quando enfrentamos um oponente é tudo sobre controlo . Mesmo quando estamos a perder não podemos bater-lhes. Temos de aprender o auto controlo e isso é uma lição para a vida. Nós ensinamos os estudantes a serem educados, a respeitarem os mais velhos. Alguns vêm para aqui e não sabem o que é o karaté mas depois acabam por perceber que isto não é apenas um desporto, é uma filosofia. Trabalhamos muitas áreas a nível físico como reflexos, agilidade, velocidade, resistência e flexibilidade, mas também damos treino mental para a táctica. É como jogar xadrez. Temos de praticar muitas tácticas e estratégias para o combate. E depois há vários estilos, várias escolas, vários tipos de adversários. O karaté também é importante para os estudos pela agilidade mental que proporciona. Também temos muitas técnicas para aprender, onde o foco e a concentração são essenciais.

E a vida em Macau?

Para mim agora é boa, após 14 anos é a minha segunda casa.

Como vê as mudanças que ocorreram nestes últimos anos?
Não ligo muito. À volta pode ter mudado mas a cultura não mudou. As pessoas continuam educadas a seguirem as regras e continua a ser um sitio seguro para viver.

Que sente falta do Irão?
Sinto alguma falta da comida mas também já estou habituado à comida chinesa. Ao princípio era difícil mas agora não. Estou confortável aqui.

Como descreve o Irão nestes dias?
Vai melhor. Mais liberdade que antes. É um pais seguro. Todos os anos levo a equipa a acampar lá. Os pais preocupam-se sempre mas eu tranquilizo-os. As pessoas imaginam que é um sitio perigoso mas não é nada disso.

Se alguém decidir visitar o Irão que aconselha as pessoas a fazer por lá?
A experimentarem a comida, claro, há muitos tipos de grelhados. Mas como é um país muito antigo também há muitos locais históricos para visitar como Pasargadae onde está o túmulo do primeiro rei da Pérsia, há 3000 anos, ou Kashan uma das primeiras cidades no mundo, com 5000 anos de história. Há sítios muito interessantes no Irão e muitas culturas diferentes.

É muçulmano?
Sou.

Como se sente quando se vê a destruição de relíquias museológicas que o Daesh tem feito no Médio Oriente?
Sinto-me perturbado, muito triste por estarem a apagar a história.

Há alguma diferença entre ser persa e iraniano?
Não. É a mesma civilização.

Como começou a praticar karaté?
Comecei com 13 anos, há praticamente 43 anos. Nessa altura visitei um clube no Irão, a luta é muito popular no país, e alguns amigos meus escolheram luta livre, outros boxe, judo, mas quando vi as pessoas entrarem no “tatami”, a fazerem a vénia ao “sensei”, fiquei impressionado, um amigo praticava e disse-me que o respeito pelos outros era um valor fundamental na modalidade e isso interessou-me muito. karaté

E depois? Que aconteceu depois?
Pratiquei até aos 19 anos e depois veio a guerra, mesmo quando eu ia para a equipa nacional. E depois foram 13 anos sem podermos entrar em competições internacionais o que me impediu de seguir uma carreira internacional. Mas fui umas sete ou oito vezes campeão do Irão ou de Teerão. Quando finalmente voltámos a ter competições internacionais já tinha passado o meu tempo de ir à selecção, mas num torneio com oito países organizado no Irão ainda fiz parte da equipa de Kata durante dois anos, tinha 32, e ganhei um segundo e um terceiro lugares. Terminado a carreira como atleta fiquei secretário geral de uma das maiores associações de karaté do Irão, com 30 000 membros dos quais cerca de 8000 cinturões negros, e mais tarde quando o meu sensei saiu do Irão, passei a presidente e depois tornei-me treinador da equipa nacional por cinco anos até vir para Macau.

Qual é o seu lugar preferido em Macau?
À beira mar, a praia de Coloane. Desde o início, desde que cheguei a Macau. Gosto de observar o mar porque aprendo muito com ele. Digo isso muitas vezes aos meus alunos: o karaté é como o mar: nem sempre calmo, nem sempre bravo. Muda. E assim têm de ser os nossos ritmos no karaté, uma alternância de força e pausas. As ondas não são sempre iguais, tal como os nossos movimentos não podem ser.

Vocês criam movimentos novos?
Sim, no Kata não, mas no Kumité criamos muitos movimentos novos, muitos tipos de saltos diferentes.

Comida favorita em Macau?
Chok (canja) e marisco.

Desejo particular?
Conquistar um título mundial para Macau.

22 Fev 2016

Lei Eleitoral deverá chegar à AL em Julho

Sónia Chan, Secretária para a Administração e Justiça, confirmou que a proposta de revisão da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa deverá chegar ao hemiciclo em Julho, sendo que nos próximos dois meses deverá ser realizada a consulta pública sobre o processo. Segundo um comunicado, a Secretária referiu, à margem de uma reunião da AL, que o relatório das últimas eleições “serviu de referência” e que a nova lei visa “reforçar a competitividade e aperfeiçoar a rectidão da eleição, nomeadamente, sobre os actos de corrupção”.

22 Fev 2016

Administração | Contas com primeira queda em cinco anos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Administração encerrou 2015 com receitas totais de 109.778 milhões de patacas, a primeira queda em, pelo menos, cinco anos, segundo dados oficiais divulgados na sexta-feira. Dados provisórios publicados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) indicam que as receitas totais sofreram uma descida de 29,7%, um cenário esperado, já que tinham registado o menor crescimento (0,4%) em 2014, ano em que as receitas do sector do Jogo encetaram uma curva descendente.
Esta é a primeira queda no cômputo de um ano pelo menos desde 2010. Dados anteriores não estão disponíveis na página online da DSF.
Os impostos directos sobre o jogo – no valor de 35% sobre as receitas brutas dos casinos – foram de 84.430 milhões de patacas, reflectindo uma redução de 34,5% face a 2014. As taxas sobre o sector não reflectem, com efeito, a queda de 34,3% da receita bruta apurada dos casinos em todo o ano de 2015, face a 2014, porque são pagas no mês seguinte ao mês de referência e em termos orçamentais contabilizadas de Dezembro de um ano até Novembro do ano seguinte.
Mas a importância do jogo reflecte-se no peso que o imposto detém no Orçamento: 76,9% nas receitas totais, de 77,6% nas correntes e de 90,3% nas derivadas dos impostos directos.
Já no campo da despesa, Macau gastou, entre Janeiro e Dezembro do ano passado, 80.479 milhões de patacas em termos globais – mais 22,4% do que em 2014.
O Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) equivaleu a 8.948 milhões de patacas, mais 23,3% face ao período homólogo de 2014. Ainda assim, entre receitas e despesas, a Administração acumulou um saldo positivo de 29.298 milhões de patacas, valor que excedeu largamente o orçamentado para todo o ano (18.805 milhões de patacas), mas que traduziu uma queda de mais de dois terços (67,6%) comparativamente ao arrecadado em 2014.

22 Fev 2016

Lucros da Melco caem 82,6%

Os lucros da Melco Crown Entertainment caíram 82,6% em 2015, para 105,5 milhões de dólares, segundo comunicado divulgado na quinta-feira.
Entre Outubro e Dezembro do ano passado, a operadora liderada por Lawrence Ho, um dos filhos do magnata dos casinos Stanley Ho, registou prejuízos de 12,3 milhões de dólares norte-americanos no quarto trimestre de 2015, contra um lucro de 92,9 milhões de dólares em igual período de 2014. No quarto trimestre, a operadora registou receitas líquidas de 1058 milhões de dólares, menos 6% em termos anuais homólogos.
O declínio nas receitas líquidas é atribuído maioritariamente à diminuição do negócio no mercado de massas nos empreendimentos em Macau – City of Dreams e Altira Macau – embora parcialmente compensados com a receita gerada pelo Studio City (Macau) e City of Dreams Manila (Filipinas), que iniciaram operações em Outubro de 2015 e Dezembro de 2014, respectivamente, adianta o comunicado.
O EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) foi de 236,4 milhões de dólares no quarto trimestre de 2015, abaixo dos 278,6 milhões de dólares registados em igual período do ano anterior. A queda de 15% neste indicador foi justificada com a menor contribuição do segmento de massas para o negócio da operadora.
No mesmo comunicado, o co-presidente e director-executivo da Melco Crown, Lawrence Ho, anunciou a atribuição de um dividendo especial de 350 milhões de dólares.
A Melco Crown resulta de uma parceria entre Lawrence Ho e o magnata australiano James Packer, que mantém a participação na empresa, mas saiu da direcção no ano passado. Recorde-se que a Melco Crown abandonou a bolsa de Hong Kong, mas mantém-se cotada no Nasdaq.

22 Fev 2016

Suspeita que abandonou bebé em prisão preventiva

Uma mulher filipina foi detida preventivamente e aguarda julgamento por suspeitas de ter sido quem abandonou a bebé recém-nascida no edifício Flower City, na Taipa. Segundo nota do Ministério Público, foi-lhe aplicada a medida de prisão preventiva para que não fuja às autoridades. O caso diz respeito ao abandono de uma bebé com horas de vida, ainda com a placenta, num caixote do lixo no 17º andar do Flower City. A mulher terá dado à luz numa casa nesse mesmo andar e, segundo a rádio chinesa, terá “cortado o umbilical” da bebé e colocado a menina no lixo porque esta “não chorou”, levando a mulher a crer que “estivesse morta”. Na mesma semana foi encontrado um bebé prematuro, morto, nos braços de uma outra mulher filipina, no mesmo edifício, quando a polícia investigava o primeiro caso.

22 Fev 2016

Gastos dos turistas caem quase 18%

Os gastos dos turistas que visitam Macau caíram no ano passado pela primeira vez desde 2010, altura em que há dados oficiais, revelaram as autoridades do território. A despesa que os visitantes fizeram em 2015 caiu tanto em termos globais como ‘per capita’: em 2015, os gastos dos turistas ascenderam a 51,13 mil milhões de patacas, menos 17,2% do que em 2014. Em termos ‘per capita’, a despesa dos turistas foi de 1665 patacas, menos 15% do que em 2014. Os gastos ‘per capita’ dos visitantes da China continental, a origem da maioria dos turistas de Macau, caíram 16,5%. No final de Janeiro, dados oficiais já haviam revelado que o número de turistas em Macau desceu 2,57% no ano passado, a primeira queda desde 2009.

22 Fev 2016

MGM com quebras. No Cotai só em 2017

A MGM China anunciou quebras de 33% nas receitas no território em 2015. A operadora registou receitas globais de 17,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 33% em relação ao ano anterior. A operadora compara estes resultados com o declínio de 34% registado pelo sector do jogo em Macau e de 38% na península. A companhia observa ainda que “a quota de mercado se manteve estável, apesar das novas aberturas” de casinos em 2015 no território.
A MGM, que resulta de uma parceria entre Pansy Ho, filha do magnata Stanley Ho, e a empresa norte-americana MGM Resorts, já tinha anunciado o adiamento da abertura do novo resort da empresa no Cotai e acrescenta agora que, apesar do orçamento para a construção do projecto se manter em 24 mil milhões de dólares de Hong Kong, este só abre para o ano.
“A companhia tomou a decisão estratégica de adiar a abertura do seu MGM Cotai do quarto trimestre de 2016 para o final do primeiro trimestre de 2017 com base nas condições actuais do mercado e do calendário de outras aberturas de resorts na zona”, refere.
A operadora referiu ainda que as receitas brutas do segmento de massas evidenciam “melhorias há dois semestres consecutivos”. Nos últimos três meses de 2015, os ganhos nas mesas de jogo deste segmento cresceram 12%, enquanto o segmento VIP registou perdas de 22%.

22 Fev 2016

Zika | Contaminação desmentida

Uma mulher de 60 anos de idade, suspeita de estar infectada com o vírus Zika, não está afinal contaminada, confirmam os Serviços de Saúde. A mulher terá apresentado sintomas da doença depois de ter viajado para a Tailândia entre os dias 8 e 15 de Fevereiro. Entretanto, no continente, foi detectada mais uma infecção num homem de 38 anos, proveniente de Zhejiang, que terá viajado no dia 2 deste mês para as ilhas Fiji e Samoa. Neste momento o doente está isolado no hospital para tratamento.

22 Fev 2016