Vigília de 4 de Junho continua no Senado

A União para o Desenvolvimento da Democracia de Macau, dirigida pelos deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong, afirmou ao HM que vai realizar a tradicional vigília de 4 de Junho no Largo do Senado. Au Kam San indicou que a vigília vai começar às 20h00. O deputado espera que “mais residentes participem” mas diz também que não se importa com que apareçam apenas dez pessoas, já que a “iniciativa tem como objetivo não esquecer o Massacre na Praça da Paz Celestial (Tiananmen)”, quando as tropas avançaram sobre estudantes que se manifestavam pacificamente.

26 Mai 2016

Imobiliária deixa 60 empregados sem salário

A Building Agency, agência imobiliária pertencente à empresa Macau Group, fechou repentinamente no dia 14 deste mês, deixando cerca de 60 empregados sem salários e comissões, num valor de mais de 500 mil patacas. Cerca de 20 destes 60 empregados foram já à Direcção dos Serviços dos Assuntos Laborais (DSAL) para se queixar do problema. Simon, um responsável por uma loja desta agência, indicou ao Jornal do Cidadão que a empresa não paga salários desde Janeiro. Os empregados souberam que a agência estava com problemas financeiros e pediram uma reunião com os dirigentes mas nunca obtiveram resposta. No dia 13 deste mês os equipamentos e o ar condicionado foram removidos e as lojas começaram a fechar no dia seguinte.

26 Mai 2016

Função Pública | Concurso centralizado aberto a todas as carreiras

Os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) indicaram que vão alargar o regime de concurso centralizado para ingresso na Administração, actualmente só para o técnicos superiores e adjuntos, para todas as carreiras de funcionários públicos.
Kou Peng Kuan, director dos SAFP, disse na resposta a uma interpelação escrita do deputado Si Ka Lon que, para garantir a transparência e justiça no recrutamento da Função Pública, o organismo vai alargar o regime para todas as carreiras de funcionários públicos, estando envolvidas 14 carreiras normais e 20 especiais.
O director sublinhou ainda que o mecanismo de recrutamento vai dividir-se em duas fases, sendo a primeira um exame de capacidades para os candidatos da função pública e a segunda exames dentro dos próprios organismos que pedem recursos humanos.
Além disso, o organismo governamental assegura que “vai melhorar a eficácia” do recrutamento da Função Pública através da criação de uma plataforma electrónica para os candidatos entregarem os seus documentos.
Si Ka Lon interpelou o Governo sobre a possibilidade de alargamento para as carreiras da Administração, além dos dois cargos que existem.

25 Mai 2016

Coração revelado 一堂歷史課

* por Julie O’yang
[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á pouco tempo descobri um álbum de 2004, da autoria da dupla de fotógrafos RongRong(da China) e Inri (do Japão), 榮榮&映里. Este duo de artistas marcou a fotografia contemporânea não só na China, como em todo o mundo. OK, mas voltem lá atrás e leiam outra vez a frase de cima. Não notam nada de invulgar? Pois é, isso mesmo. Ele é chinês e ela é japonesa.
De repente a minha memória dispara. Não foi há muito tempo, estava uma noite numa cidade do sul da China e deu-se um acontecimento que até hoje me continua a intrigar.
Na altura estava de visita à família. Um dia, ao fim da tarde, um amigo da escola ligou-me para me convidar para um jantar com outros amigos comuns de longa data. Depois do jantar, desafiaram-me para ir a um bar, pese embora uma série de restrições impostas pelo local onde estava alojada. Acabei por acompanhá-los. No bar descobri que comigo só tinham ficado homens. O que aconteceu a seguir, foi, no mínimo, bizarro. Os meus amigos da escola perguntaram-me se me podiam violar em grupo. Bom, ainda bem que perguntam. Não, não estavam bêbados. A ideia deste extraordinário pedido surgiu por terem lido uma das minhas novelas, na qual eu tratava as Violações de Nanjing de uma forma “moralmente ambígua”. Não defendi a perspectiva chinesa, e isso foi um erro. Nessa noite estive cara a cara com o passado do meu País e, pela primeira vez, senti o regresso da História, na carne. A Justiça é a Vingança. Depois de quase 80 anos, para os homens chineses a única possibilidade de conservar o orgulho masculino é fazer com que todos e cada um dos guizi*, incluindo eu, a anti-patriota, paguem por terem violado as suas mulheres.
Como é que eu saí desta estranhíssima situação, ao mesmo tempo fascinante e ameaçadora, não é para ser contado hoje. Em vez disso, vou convidar-vos a ver um filme que vos vai fazer ficar com pele de galinha.

Nanking! Nanking!, ou A Cidade da Vida e da Morte, é a terceira produção de Lu Chuan. Lu é independente e corajoso. Ele nunca pisca o olho a Zhang Yimou-ism (Lanternas Vermelhas). É brutal e brilhante e a sua narrativa cinematográfica é provocadora.
O cenário da história de Lu Chuan é a II Guerra Mundial, que começou na Ásia. Abalado por um colapso económico de longa data, o regime militar japonês sonhou com uma solução e arranjou um problema. O passe de magia passava por subjugar a China para catapultar o Japão para o futuro expansionista. Em 1931, o Imperador Hiroshito, passando por cima dos procedimentos parlamentares, deu uma ordem directa para que o exército japonês invadisse a Manchúria. No entanto, o Japão esperou até Julho de 1937, quando perto de Pequim se deu o incidente da Ponte Marco Polo, cuidadosamente encenado. O Japão declarou oficialmente guerra à China e ao resto do mundo. Em Novembro o Exército Imperial tomou Xanghai. Um mês depois, o Governo Nacionalista abandonou Nanking, a capital chinesa ao tempo.
Nanking! Nanking! conta, no período que se seguiu, a vida e morte de várias pessoas, misturando personagens ficcionadas e o histórico “Bom Nazi de Xanghai”, John Rabe. Mas este filme não quer ser a Lista de Schindler chinesa. Lu Chuan escolheu uma perspectiva corajosa para contar uma história nunca antes contada. Através do olhar de um jovem soldado japonês, Kadogawa, um “rapaz como todos os outros”, somos levados até ao campo de carnificina onde ocorreu o Massacre de Nanking, também conhecido como, Violações de Nanking. O trabalho da câmara é intencionalmente sóbrio e embalador, não perdendo de vista um objectivo maior. Transporta de forma impressionante os espectadores horrorizados para outro tempo e outro lugar, onde tudo era tão INSUPORTAVELMENTE “real”. Assassínios, roubos, incêndios, mutilações, violações em grupo, apunhalamentos com baionetas e crianças espetadas com um longo pau de bambu… Mas então, de repente, a câmara muda para o acampamento militar nas margens do Rio Yangtze. Jovens, pouco mais que crianças, cantam, dançam e falam sobre as suas terras. “O o-mochi da minha mãe é delicioso,” diz um soldado que toma banho no rio. “E Tóquio é tão incrivelmente bela!” respondem os amigos, enquanto lhe lavam as costas com rebentos de cerejeira e com ternura na voz. Estes homens são assassinos, exterminadores, que há um minuto atrás tínhamos visto em acção. A que será que lhes sabe o o-mochi!?
Quando estreou em 2009 Nanking! Nanking! revelou-se um imenso sucesso – para grande surpresa do realizador. Pouco depois Lu recebia ameaças de morte por email, que o visavam a si e à sua família. O seu pecado foi ousar mostrar um soldado japonês parecido com um ser humano.

A história foi clara? Sem dúvida. A história foi útil? Aí está uma coisa que dá que pensar.

Veja o fragmento em: bit.ly/1U7jsq3

南京! 南京! (Cidade da Vida e da Morte)
Lu Chuan, 132 min / Drama, História, Guerra

* Guizi (termo insultuoso que pode designar estrangeiros e tem também uma conotação racista)

25 Mai 2016

Yoga Loft | Formação de professores para bebés abre em Macau

Numa altura em que se assiste cada vez mais e pelo mundo fora à introdução de actividades como o yoga nas escolas, Macau acolhe a primeira formação desta modalidade dedicada aos mais pequenos. A formação de professores para este público especial é o objectivo do Yoga Loft

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]estúdio Yoga Loft é o espaço onde vai decorrer nos dois primeiros fins-de-semana de Julho o curso dedicado à formação de professores de yoga para crianças e bebés. O workshop estará a cargo de Jenny Smith, criadora da “Gecko Yoga”.
Como explica ao HM Rita Gonçalves, responsável pelo estúdio anfitrião, a importância do yoga para os mais pequenos no aprender a relaxar é ainda mais relevante quando “agora, mais que nunca, vivemos numa sociedade em que estamos constantemente em estado de ‘vigilância’. Para a também professora de yoga, “é muito importante nesta conjuntura actual ajudar as crianças a desenvolverem a capacidade de se acalmarem e se concentrarem” de modo a poderem lidar com os desafios de forma mais positiva.
Na prática do yoga é conjugada tanto uma vertente física constituída como uma ginástica capaz de estimular a força, a flexibilidade e coordenação, como uma vertente psicológica aliada à capacidade de se fazer o caminho rumo à conquista de novas metas. Aqui é salientada a aprendizagem do aceitar desafios e trabalhar gradualmente na sua conquista, sem descurar a capacidade de concentração e do “recentrar” no que se passa com cada um, enquanto ferramenta de vida.

Satisfação para todos

Na componente dedicada aos bebés, Rita Gonçalves salienta que nesta interacção entre pais e filhos são explorados movimentos em que através da massagem é estimulada a coordenação motora e visual nos mais novos. Por outro lado, para os mais crescidos, esta é uma actividade “cativante e divertida” em que através da brincadeira se aprende a descobrir a respiração, a relaxar, a explorar o movimento e a sua coordenação num conjunto de posturas e sequências que muitas vezes se assemelharem a animais ou objectos. Com isto, traz-se não só a diversão, como também o sentimento de segurança aliado à familiaridade.

Módulos e formadora

Organizado em dois módulos, o primeiro fim-de-semana deste workshop é dedicado à formação para idades dos quatro aos 12. O segundo fim-de-semana, 9 e 10, dá lugar ao módulo sobre yoga para bebés dos 6 meses aos três anos. “Foi uma aposta que achámos valer a pena, por haver tantos bebés a nascerem nestes últimos meses em Macau” esclarece Rita Gonçalves.
Jenny Smith, formadora, é criadora da “Gecko Yoga” baseada em Hong Kong e líder na Ásia. É ainda uma instituição afiliada à Yoga Alliance, entidade mundial que garante a qualidade do ensino da modalidade.
“Para alguém que quer aprender yoga para crianças, faz toda a diferença”, garante Rita Gonçalves. “Há muitas formações, livros e até vídeos que se podem ver na Internet, mas nada se compara com uma formação feita por alguém com as competências que a professora Jenny Smith tem”.
Com a experiência da formadora está garantida a segurança das crianças na realização dos exercícios propostos de modo a prevenir lesões futuras, um cuidado tido como essencial, assegura ainda a responsável pelo Yoga Loft. As inscrições devem ser feitas através da página do Facebook do estúdio.

24 Mai 2016

Alunos da EPM com admissão directa na USJ

A Universidade de São José (USJ) firmou um acordo que prevê a admissão directa por parte dos alunos finalistas da Escola Portuguesa de Macau, a partir do próximo ano lectivo. Ao abrigo do acordo, assinado na sexta-feira, os alunos da Escola Portuguesa de Macau podem solicitar admissão directa, ficando isentos de realizar exames – têm apenas que fazer um teste de aferição de Inglês e uma entrevista –, e gozam ainda de prioridade no acesso aos cursos, de acordo com um comunicado divulgado pela USJ.
A USJ pertence à Fundação Católica, uma instituição fundada pela Universidade Católica Portuguesa e pela Diocese de Macau.
Em declarações reproduzidas ontem pelo jornal Ponto Final, a vice-reitora da USJ, Maria Antónia Espadinha, afirmou que o protocolo representa “a possibilidade de atrair bons alunos”, enquanto o presidente da direcção da Escola Portuguesa de Macau, Manuel Machado, destacou, por seu lado, que o acordo “significa que é reconhecida a qualidade com que eles [alunos] concluem os seus estudos no 12.º ano”.
Esse acordo, que entra em vigor no próximo ano lectivo, é renovável de três em três anos, explicou Manuel Machado, citado pelo jornal.

24 Mai 2016

Artesanato, prémios e música na Tap Seac

Vinte sete de Maio é a data marcada para a inauguração da Feira de Artesanato do Tap Seac que continua nos dois fins-de-semana que lhe seguem, havendo ainda uma extensão na Praça do Lago Nam Van de 3 a 12 de Junho. Em fim-de-semana de inauguração – às 18h00 de sábado – acontece ainda a Cerimónia de Abertura, a Entrega dos Prémios e o Concerto do Programa de Subsídios à Produção de Álbuns de Canções Originais.
É esperada nesta edição a presença de cerca de 200 stands onde estarão representados, para além de profissionais do sector cultural e criativo local, participantes do sector de Hong Kong, Guangzhou, Taiwan, Malásia, Singapura e Coreia. Em coordenação com o Projecto de Melhoria da Zona Junto ao Lago Nam Van e com as Regatas Internacionais de Barcos-Dragão, o projecto, este ano, entende-se às margens do lago e contará ainda com workshops e espectáculos de música.
Por sua vez, no âmbito do Programa de Subsídios à Produção de Álbuns de Canções Originais, serão homenageados os oito beneficiários, onde se inclui a Tuna Macaense, Queena Tam, Sean Pang, Fall to Fly (em representação de Bobby Lio), Forget the G, Eunice Wong e Riejohn, que irão interpretar ao vivo canções seleccionadas a partir dos álbuns contemplados. Segundo a organização, esta Feira que decorre desde 2008 é a primeira plataforma integrada de exibição e comercialização de produtos culturais e criativos em larga escala de Macau.

24 Mai 2016

Aurelio Porfiri lança livro de poesia

Chama-se “Dança das Palavras: Poemas no Exílio” e é o nome do livro da autoria de Aurelio Porfiri, que se encontra agora disponível em edição portuguesa com tradução de Mariana Pereira. O autor, nascido em Roma e especialista em música, passou sete anos em Macau, tendo regressado recentemente a “casa”. Foi durante a estadia na RAEM que deu início à escrita de poesia, como adianta Mariana Pereira no texto de apresentação da versão portuguesa desta obra. A tradutora refere ainda que o autor abarca a vida “na perspectiva de alguém que durante vários anos viveu e trabalhou numa terra estrangeira, numa espécie de ‘exílio’ voluntário do seu amado país” e onde terá sentido ausência de condições para o desenvolvimento dos seus projectos. Esta é uma colectânea que reflecte ainda este espaço “que lhe é metafísico” e com o qual desenvolveu uma relação aqui espelhada de amor/ódio em que são abordadas as várias forças, positivas e negativas que movem esta Cidade do Nome de Deus.

24 Mai 2016

Festival das Artes arranca para semana final

O próximo fim-de-semana marca o final do XXVII Festival de Artes de Macau onde cabe a música portuguesa e novas reinterpretações em ópera sul africana e de Macau

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]ermina mais uma edição daquele que representa um dos maiores eventos anuais dedicado às artes na RAEM, o Festival de Artes de Macau. O fim-de-semana conta com um cartaz de luxo, que arranca com produção portuguesa.
Sexta e sábado são dias de “Coppia”, que vem de terras lusas num projecto musical que convida a “uma viagem pelo que, em todos nós, só faz sentido a dois”, afirma a organização. O projecto integra Manuela Azevedo, vocalista dos Clã, e dois “parceiros de crime”, Hélder Gonçalves – que tem a cargo a direcção musical – e Victor Hugo Pontes, com a direcção cénica e cenografia. Este é um projecto que remete não só para a dualidade e a parelha, como para a réplica e o reflexo. É no sentido de explorar todas estas vertentes que “Coppia” vai buscar canções de artistas como David Byrne, Sérgio Godinho, Gilberto Gil, Sonny and Cher ou Clã enquanto pontos de partida para um espectáculo de música e dança num campo de ténis. O evento tem lugar no Teatro Sands, sendo que na sexta é às 20h00 e no sábado às 15h00.
Os mesmo dias são ainda dias de ópera no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau pelas 20h00, desta feita com a Associação de Representação Teatral Hiu Kok. A convite do FAM a Associação leva a cena “Alguém em ‘Foragidos do Pântano’”, com o intuito de representar uma comédia capaz de combinar os estilos chinês e ocidental enquanto marco de uma nova era na opera cantonense.
Esta é uma reinterpretação da história original, que narra a saga de duas personagens desconhecidas com toques de humor e sátira em que os estereótipos dos heróis de “Salteadores do Pântano” são despojados do seu carácter sagrado e chamados à sua pertença humana. Após o espectáculo de dia 27, os interessados poderão participar de uma conversa com os artistas.

Mais um clássico

Em tom de encerramento, o festival volta a acolher um clássico de Shakespeare, “Macbeth”, numa adaptação em ópera feita por  Giuseppe Verdi e que chega à RAEM pelas mãos da companhia sul-africana Third World Bunfight. Exultada pela crítica internacional, esta é uma oportunidade de assistir a uma ópera renovada e adaptada ao mundo contemporâneo em que, e segundo o “The Telegraph”, “não se pode negar o poder e a originalidade desta extraordinária apropriação de Macbeth”. O espectáculo tem lugar sábado e domingo pelas 21h00 no grande auditório no Centro Cultural de Macau, sendo que para domingo está agendada uma conversa pós-espectáculo.
O FAM termina, mas não sem deixar rasto e de 27 de Maio a 9 de Outubro vai ter em exposição “O Encantador Barco Vermelho – Um episódio da Cultura da opera Cantonense” no Museu de Macau. Para tal, a entidade anfitriã procedeu a uma selecção dos artefactos mais representativos desta ópera que desde 2009 integra a Lista Representativa do Património Cultural Intangível da Humanidade. É objectivo desta exposição proporcionar ao publico um momento de contemplação da beleza desta arte tradicional, do seu percurso e desenvolvimento em Macau, bem como a vida e técnicas dos seus encenadores.

23 Mai 2016

“Nuvem” no lago

Numa colaboração entre os estudantes de Arquitectura da Universidade de S. José e dos alunos de Média da City University de Hong Kong está a ser posta de pé a estrutura “Nuvem”, que será inaugurada na quarta-feira pelas 19h30 no Lago Sai Van. O pavilhão “Nuvem” constitui-se como uma estrutura construída com recurso a materiais como o bambu, cabos de aço e painéis de tecido ao mesmo tempo que é envolvida numa instalação de luz e som. Nesta conjunção entre a aplicação de técnicas de design avançadas e matérias tradicionais é objectivo representar a ligação entre as tradições de construção históricas de Macau e a paisagem contemporânea. A cerimónia de abertura contará ainda com um conjunto de performances a cargo de artistas que vivem na RAEM na praça dos lagos Sai Van e a “Nuvem” estará montada até 3 de Junho.

23 Mai 2016

“Final Fantasy” em concerto

O conhecido jogo “Final Fantasy” sai da consola para versão musical desta feita em concerto da Orquestra de Macau a 11 de Junho no Venetian. “Mundos Distantes – música de Final Fantasy” será dirigido pelo maestro Arnie Roth, que terá a seu cargo a orientação das composições do japonês Nobuo Uematsu, conhecido pelo seu trabalho para a banda sonora de jogos, entre eles o “Final Fantasy”. Segundo a organização, esta interpretação é mais que um concerto, uma vez que pretende ser um espectáculo que pretende proporcionar “uma experiência audio-visual onde serão projectadas imagens do jogo durante a apresentação musical”.
O concerto “Final Fantasy” estreou-se no Japão em 2002, sendo posteriormente apresentado e aclamado mundialmente. Depois de ter estado em Hong Kong em 2013, chega agora a vez Macau receber o espectáculo sob a liderança do maestro músico e vencedor de um Grammy Award.
Os bilhetes já se encontram à venda e têm valores entre as cem e as 300 patacas.

23 Mai 2016

Bélgica com sabor

A Bélgica quer mostrar-se a Macau que vê como “a plataforma ideal para introduzir os produtos do país aos clientes locais, aos da China e do resto da Ásia”. Como, para além de diamantes e moda também produz alimentos e bebidas de qualidade, o Consulado-Geral da Bélgica em Hong Kong – em colaboração com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) – vai apresentar hoje ao fim da tarde um evento chamado “Sabor da Bélgica”. No local, vão estar uma dúzia de fornecedores de produtos belgas, com o objectivo de proporcionarem aos representantes dos sectores hoteleiro e de retalho de Macau uma oportunidade para experimentarem os produtos alimentares, bebidas e o estilo de vida da Bélgica.
O evento inicia-se com uma apresentação das marcas e dos produtos presentes e, durante a sessão de bolsas de contacto, os convidados poderão também degustar algumas das melhores cervejas, chocolates, bolachas e outros produtos da Bélgica. O evento terá lugar no restaurante “The Seasons” da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, Taipa, hoje, pelas 18h00. O acesso é efectuado por inscrição, processada por ordem de chegada, junto do Núcleo de Serviço às PMEs do IPIM.

23 Mai 2016

Mak Soi Kun sugere pontos para calcular imposto de jogo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Mak Soi Kun sugeriu a criação de um regime de pontos para o cálculo do imposto sobre o jogo, a fim de garantir a competitividade da principal indústria da cidade.
“Segundo especialistas e académicos, o Governo pode criar um regime de pontuação para o cálculo do imposto do jogo e para decidir acerca das futuras concessões e renovações dos contratos para a exploração do jogo”, afirmou na passada sexta-feira, na Assembleia Legislativa. “Por exemplo, pode definir-se, expressamente, no respectivo contrato de exclusividade, medidas de incentivo fiscal, tais como a redução de imposto, para as concessionárias que assumirem as suas responsabilidades sociais e que promoverem, com sucesso, projectos não ligados ao jogo. E quando, pelo contrário, tal não acontecer, o Governo pode descontar pontos e aumentar a taxa do imposto”, sublinhou.
Na semana passada, foi apresentado o relatório da revisão intercalar do sector do jogo após a liberalização, em 2002, que traça um retrato macro da indústria, sem facultar, no entanto, pistas sobre o futuro das actuais seis licenças de jogo, que expiram entre 2020 e 2022.
O deputado adverte que o Governo “deve preparar-se, antecipadamente, para reforçar a sua competitividade a nível regional”, dado que jurisdições vizinhas “já estão a liberalizar, progressivamente, o jogo” e o imposto cobrado é “bastante diferente” do de Macau, dando o exemplo das Filipinas e do Vietname, onde o valor corresponde a 15% e 10%, respectivamente.
As receitas dos casinos encontram-se em declínio há aproximadamente dois anos, um cenário que Mak Soi Kun também não ignorou. “Tudo isto é um risco para o desenvolvimento a longo prazo dos elementos extra-jogo e do próprio sector, o qual terá de enfrentar a possibilidade da redução sucessiva da sua competitividade a nível regional”, apontou. “Como é que Macau, sob a influência de tantos factores, vai manter as vantagens concorrenciais do seu sector do jogo e, ainda, manter ou reforçar o desenvolvimento dos outros sectores? Trata-se de uma missão importante para o Governo.”

Trabalho sim, mas mais

Ella Lei também usou o relatório sobre o jogo para a sua intervenção, mas colocou a tónica no mercado laboral.
“É verdade que o desenvolvimento do sector do jogo, ao longo de mais uma década, criou muitos postos de trabalho. Segundo a revisão intercalar, seis empresas concessionárias de jogo recrutaram mais de 95 mil trabalhadores e, face à pressão das aspirações sociais, nos últimos anos, entre 94 e 97% dos postos na área do jogo passaram a ser desempenhados por residentes, assim, o emprego destes é relativamente estável”, começou por observar.
No entanto, ressalvou, o número de trabalhadores locais na área não ligada ao jogo só é um pouco maior do que o dos não residentes.
“É de notar que neste sector ainda há 2247 cargos de gerente, ou de categoria superior, desempenhados por não residentes, registando-se um aumento anual desde 2010, o que contraria, evidentemente, a política de ascensão dos residentes para um patamar superior”, acrescentou. “Estas concessionárias devem assumir a responsabilidade social de criar mais oportunidades de emprego para os residentes e o Governo também tem a responsabilidade de não permitir tantos trabalhadores não residentes em postos não ligados ao jogo e adequados aos residentes”, defendeu ainda.

23 Mai 2016

Saúde | Mais médicos, enfermeiros e camas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número de médicos e enfermeiros aumentou no ano passado 5,2% e 14,5%, respectivamente, segundo dados oficiais divulgados na semana passada. Em 2015, havia 1674 médicos no território – 2,6 por cada mil habitantes. Quanto aos enfermeiros, passaram a ser 2279 no ano passado em Macau, ou 3,5 por cada mil habitantes.
Apesar do aumento de profissionais, esta taxa de cobertura da população manteve-se quase inalterada – era 2,5 em 2014, abaixo da média da OCDE (3,2 por mil habitantes), mas acima da média dos países e regiões da Ásia (1,2). A taxa de enfermeiros é também um pouco melhor do que em 2014, quando o rácio estava nos 3,1 por cada mil habitantes, também abaixo da média da OCDE (8,7), mas acima da média na Ásia (2,8).
Em Maio do ano passado, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, disse que o território precisava de 2640 profissionais de saúde nos próximos cinco anos, incluindo quase 500 médicos.
“Está previsto que serão necessários nos próximos cinco anos cerca de 480 médicos, 1700 enfermeiros, 120 farmacêuticos, 200 técnicos superiores de saúde, 140 técnicos de diagnóstico e terapêutica, num total de 2640 profissionais de saúde”, na Assembleia Legislativa.
Em Dezembro, o responsável disse que no ano passado foram recrutados 529 profissionais de Saúde, incluindo 60 médicos e 188 enfermeiros. E acrescentou a intenção de contratar mais 300 médicos e enfermeiros, incluindo em Portugal.
“Temos já dados para confirmar as necessidades dos recursos humanos. E daí que, para fazermos face ao recrutamento de mais trabalhadores – mais médicos e mais enfermeiros – aumentámos o orçamento em sete mil milhões de patacas, um aumento de 13% em 2015. Mas não só: vamos aumentar o número de profissionais num total de 300 profissionais”, afirmou, tendo reconhecido que “há insuficiência de recursos humanos no hospital público” e que perante o aumento da população e visitantes há “necessidade de continuar a contratar” pessoal médico.
Segundo as estatísticas divulgadas, as camas hospitalares para internamento em Macau em 2015 também aumentaram: passaram a ser 1494, mais 73 do que em 2014. Os internamentos chegaram aos 54 mil, mais 4% do que no ano anterior.
 

23 Mai 2016

Ensino | IPM liga-se a Portugal para projectos de cooperação

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) vai desenvolver, a partir de Junho, projectos no âmbito do empreendedorismo e eficiência energética em Macau, disse à agência Lusa o presidente, Joaquim Mourato. Os contornos dos projectos começaram a ser trabalhados em reuniões à margem do 4.º Fórum Internacional entre instituições membros do CCISP e do Conselho de Reitores das Universidades Tecnológicas Polacas, que terminou este fim-de-semana em Macau.
“Trazíamos já agendadas duas formas de cooperação: uma que tem a ver a energia e outra com o empreendedorismo. Deste encontro resultou um conjunto de projectos que vamos desenvolver, e uma boa parte destes projectos também com Macau, designadamente no programa dos politécnicos portugueses: o Poliempreende”, disse Joaquim Mourato.
O presidente do CCISP explicou que se trata de um programa de empreendedorismo na comunidade académica, essencialmente para os diplomados, estudantes e professores, para promover o espírito empreendedor e para gerar projectos, ideias e criação de novas empresas.
“É um projecto com bastante maturidade em Portugal e que estamos a replicar, quer na Polónia, quer no Instituto Politécnico de Macau (IPM)”, afirmou. Joaquim Mourato adiantou que, em Junho, uma equipa de investigadores portugueses vai deslocar-se ao IPM com vista ao ensino da metodologia e criação de equipas, que podem ter estudantes de várias formações.
“Vários professores vão ajudá-los a transformar uma determinada ideia num projecto de negócio, e esse projecto de negócio pode dar depois origem ao registo de patentes, criação de empresas, ou à inovação numa empresa já existente”, adiantou. “Este trabalho será acompanhado por uma equipa nossa nas diversas escolas do IPM. Vamos fazer o mesmo na Polónia, em princípio nesta primeira fase, em cinco universidades polacas.”
Outro projecto a desenvolver em parceria com o IPM é na área da eficiência energética. “Dado que os hotéis e casinos são centrais para o desenvolvimento de Macau, provavelmente será escolhido um destes edifícios para fazer esse primeiro teste”, afirmou. O objectivo passa por “certificar um determinado edifício”, daí resultando “um conjunto de benefícios, designadamente ambientais e de redução de consumos”.
No mês de Junho, já está agendada uma reunião de ambos os grupos – de energia e do empreendedorismo – para prepararem o programa de acção e contactarem os parceiros públicos e privados, como adiantou o responsável.

Encontro com EPM

O presidente do CCISP reuniu ainda com outras entidades, nomeadamente com a direcção da Escola Portuguesa de Macau, com vista ao desenvolvimento de um programa de formação contínua de professores através das Escolas Superiores de Educação de Portugal.
Além disso, apresentou uma proposta ao Gabinete de Apoio ao Ensino Superior para a formação em Portugal de licenciados de Macau interessados em aprofundar os conhecimentos sobre a língua e cultura portuguesas durante um ou dois anos.
Joaquim Mourato esteve com o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, com quem abordou a possibilidade de formação de profissionais da área da Saúde.
Antes do fórum internacional, a delegação do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos visitou a província chinesa de Guangdong – adjacente a Macau – onde foram realizados contactos para o desenvolvimento de relações bilaterais ao nível do ensino superior com politécnicos portugueses.
Segundo um comunicado oficial, Alexis Tam lembrou que Macau “é o único sítio da região Ásia-Pacífico que providencia 15 anos de escolaridade gratuita”, referindo ainda que existe “falta de recursos humanos especializados”. Alexis Tam disse também que o Governo “pretende aumentar a cooperação na área do ensino superior e que os institutos politécnicos são essenciais para a concretização daquele objectivo”.

23 Mai 2016

Quem quer tramar o São Januário?

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Centro Hospitalar Conde de São Januário tem estado a ser vítima de acusações falsas. É o que diz o próprio hospital, que indica num comunicado que a colocação de lixo alegadamente médico na via pública terá sido “provocado por alguém que intencionalmente depositou os resíduos” na rua.
Nos últimos dias tem circulado na internet uma foto de um saco plástico vermelho com as palavras “Resíduos Médicos”, que colocou o hospital sob suspeita de abandono de resíduos nas ruas. Já em Março, o São Januário tinha recebido uma foto idêntica, sendo que o cidadão que apresentou a imagem disse que o saco plástico estava colocado junto ao Edificio Merry Court, na Estrada do Visconde de S. Januário.
O hospital, que “não usa sacos plásticos vermelhos para resíduos médicos”, iniciou uma investigação mas não sabe ainda quem possa ser o autor da acção.
“A colocação intencional de lixo em vias públicas é um comportamento que afecta a saúde pública, censurado pelo hospital que se reserva no direito de pedir a responsabilidade. O CHCSJ possui procedimentos rigorosos de eliminação de resíduos, todos os serviços da acção médica pedem mensalmente três tipos de sacos de lixos, nomeadamente, sacos pretos para resíduos gerais, sacos amarelos para resíduos médicos e sacos verdes para documentos confidenciais com necessidade de ser triturados antes de ser destruídos.”
O hospital público diz ainda que após a recolha dos resíduos, os sacos são selados, pesados e registados, sendo ainda transportados por veículos especializados.

20 Mai 2016

China e Índia enfrentam vasto problema de saúde mental

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de um terço da população chinesa e indiana sofre de problemas mentais, mas apenas uma pequena fracção recebe tratamento médico adequado, indicam estudos ontem divulgados pela revista britânica “The Lancet”.
Há mais pessoas com problemas mentais, neurológicos ou relacionados com o uso de substâncias nos dois países mais populosos do mundo do que em todos as economias desenvolvidas combinadas, indicam as investigações.
Este problema agravar-se-á nas próximas décadas, especialmente na Índia, onde deverá afectar um quarto da população em 2025.
A China está já a enfrentar uma rápida subida de problemas de demência, uma tendência relacionada com o envelhecimento da população, fruto das políticas de controlo da natalidade iniciadas há mais de 35 anos.

Não há condições

Nenhum dos dois países está equipado adequadamente para enfrentar as necessidades relacionadas com a saúde mental, de acordo com relatórios publicados nas publicações médicas “The Lancet” e “The Lancet Psychiatry” e “China-India Mental Health Alliance”, divulgados pela agência France Presse.
Na China, apenas 6% das pessoas com problemas de saúde mental, como depressão, desordens relacionadas com a ansiedade, ou com o abuso de substâncias e demência procurou ajuda médica, indicam as investigações.
“A falta de assistência médica nas zonas rurais” é especialmente grave, explica Michael Phillips, um dos coordenadores das investigações e professor na Emory University em Atlanta e na Jiao Tong University em Shangai.
Mais de metade dos doentes com desordens psicóticas graves, como a esquizofrenia, não são diagnosticados e muitos menos recebem tratamento, acrescenta o investigador.
Na Índia, a percentagem da população com problemas mentais que recebe tratamento é igualmente pequena, o que contrasta com taxas acima de 70% verificadas nos países desenvolvidos.

No campo ainda é pior

A divisão entre as economias desenvolvidas e estes gigantes populacionais é também expressiva no que concerne os orçamentos empregues no tratamento das doenças mentais. Enquanto na China e na Índia, os orçamentos de saúde consagram menos de 1% à saúde mental, nos Estados Unidos, por exemplo, este valor ascende quase a 6% e em França e na Alemanha alcança os dois dígitos.
Tanto a Índia como a China lançaram recentemente políticas de supressão de necessidades relacionadas com as doenças mentais, mas a realidade no terreno mostra que há ainda muito caminho a percorrer.
“As carências de tratamento, especialmente nas zonas rurais, são muito grandes”, afirma a propósito da Índia Vikram Patel, um professor na London School of Hygiene and Tropical Medicine.
Mas na China a realidade não é diferente. Deverá demorar décadas para que cada um destes países resolva estas necessidades, concluem os estudos. Os investigadores sugerem que um largo conjunto de praticantes tradicionais na Índia e na China podem ser treinados para reconhecer problemas de saúde mental e ajudar com tratamento.

20 Mai 2016

China | Parceria assinada com Moçambique tida como única fora da Ásia

Pequim assinou um acordo de cooperação com Moçambique como nunca foi visto fora da Ásia. Esta amizade, que vem desde a guerra de independência, resulta agora em apoios sínicos que vão do armamento um gigante plano de infra-estruturas colocando Moçambique como um ponto vital da nova Rota da Seda

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Acordo de Parceria e Cooperação Estratégica Global, assinado na quarta-feira pelo Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, torna Maputo num caso único para a diplomacia chinesa fora da Ásia.
Além do país africano, apenas Camboja, Laos, Birmânia, Tailândia e Vietname – todos países vizinhos da China – celebraram o mesmo tipo de acordo com Pequim.
Aquele documento, que estabelece os 14 princípios que deverão nortear as relações bilaterais, prevê fortalecer os contactos entre o exército, polícia e serviços de inteligência dos dois países.
Pequim compromete-se assim a ajudar Maputo a reforçar a capacidade de Defesa nacional, salvaguardar a estabilidade do país e formar pessoal militar.
Estipula ainda o comércio de armamento, equipamento e tecnologia, numa altura de renovada tensão político-militar entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Durante as conversações entre Xi e Nyusi, decorridas no Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim, o Presidente chinês lembrou o papel da China na libertação nacional de Moçambique.
“A amizade [entre os dois países] surgiu da luta conjunta contra o imperialismo e o colonialismo”, sublinhou.
A China apoiou os guerrilheiros da Frelimo na luta contra a administração portuguesa e foi um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com Moçambique, logo no próprio dia da independência, 25 de Junho de 1975.

Acordo de primeira

No aspecto económico e comercial, o mesmo acordo dedica ainda uma cláusula à iniciativa chinesa Rota Marítima da Seda do século XXI.
Aquele termo refere-se a um gigante plano de infra-estruturas que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático.
Neste sentido, os dois países devem cooperar nas áreas transporte marítimo, construção de portos e zonas industriais portuárias, aquacultura em mar aberto e pesca oceânica.
A China divide em 16 categorias os acordos de parceria que estabelece com países estrangeiros.
No caso de Portugal, por exemplo, Pequim assinou, em 2005, um Acordo de Parceria Estratégica Global, note-se, sem o termo cooperação.
Filipe Nyusi realiza esta semana a sua primeira visita oficial à China, o principal credor de Moçambique.
Desde 2012, a China aumentou em 160% o financiamento a Maputo, segundo dados citados pela imprensa moçambicana.
A descoberta recente de empréstimos de 1,4 mil milhões de dólares que não foram contabilizados nas contas públicas ou reportados ao Fundo Monetário Internacional (FMI) descredibilizou Moçambique perante os mercados financeiros e doadores internacionais.
Já a descida do preço das matérias-primas levou a uma depreciação de 35% da moeda local, enquanto as reservas em moeda estrangeira caíram 25% no ano passado.
Em declarações aos jornalistas, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhang Ming, disse na quarta-feira que “a China vai ajudar [Moçambique] neste momento difícil (…) fornecendo tecnologia, equipamento e até apoio financeiro”.
Zhang recusou-se, no entanto, a adiantar valores: “Como não se pergunta a idade a uma mulher, não se pergunta o valor a um comerciante”, justificou.

20 Mai 2016

UM |Curso de Verão de Português excede expectativas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Curso de Verão de Língua e Cultura Portuguesa da Universidade de Macau, que vai decorrer entre os dias 18 de Julho e 5 de Agosto, vai exceder o objectivo de 500 alunos traçado para a 30.ª edição. A informação foi avançada pelo Departamento de Português da Faculdade de Artes e Humanidades da UM, que organiza o curso que visa dar aos participantes de diferentes países uma oportunidade para melhorar habilidades em Português ou para começar a aprender a língua.
Até ontem foram contabilizados 275 alunos do exterior, a somar a 90 estudantes locais, mas ainda falta processar mais de 200 inscrições, pelo que o objectivo de 500 alunos traçado para a 30.ª edição vai ser excedido, indicou o Departamento de Português à Lusa.
A maior parte dos inscritos no curso vem da China, seguindo-se Coreia do Sul, Vietname ou Japão. De Timor-Leste vão chegar dois alunos com o apoio da Fundação Oriente.
Em anos anteriores chegaram a ser registadas mais de 500 candidaturas, mas o máximo de admissões, ponderado com base em factores como o contingente de professores ou na capacidade de alojamento e alimentação era bastante inferior, pelo que a selecção deixava de fora um maior número de candidatos.
A título de exemplo, em 2014 candidataram-se mais de 500 estudantes, mas apenas foram admitidos 370. No ano passado, o curso contou com aproximadamente menos cem alunos do que em 2014 (270), nomeadamente devido ao surto da Síndrome Respiratória do Médio Oriente na Coreia do Sul.
Ao longo de 30 anos, foram formados aproximadamente seis mil estudantes de todo o mundo, um terço dos quais oriundos de Macau.

20 Mai 2016

Hong Kong | Cinco detidos durante visita de dirigente chinês

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]inco pessoas foram detidas ontem em Hong Kong, num protesto relacionado com a visita do “número três” do regime chinês.
Entre os detidos está um líder estudantil de um movimento pró-democracia, Joshua Wong.
Os cinco foram detidos quando se preparavam para tentar deter uma caravana de carros onde seguia Zhang Dejiang, o presidente da Assembleia Nacional Popular da China que ontem terminou uma visita a Hong Kong.
Os cinco detidos entraram, a correr, numa estrada que tinha sido evacuada para a caravana passar.
Joshua Wong tinha um cartaz com a palavra “autodeterminação” e os cinco manifestantes foram detidos antes da chegada dos carros.
Todos pertencem ao movimento criado por Joshua Wong, que confirmou as detenções e colocou na internet um vídeo com o ocorrido.

Outras detenções

Na terça-feira, a polícia tinha também detido sete membros do partido pró-democracia Liga dos Sociais Democratas por colocarem faixas de protesto em espaços públicos, incluindo colinas e viadutos.
Zhang Dejiang disse na quarta-feira que a autonomia de Hong Kong será preservada.
Num jantar com deputados da região, a que não compareceram os pró-democratas, o dirigente chinês garantiu que Hong Kong não será “continentalizada” por Pequim.
O princípio “‘um país, dois sistemas’ é do maior interesse para o país e para Hong Kong. O Governo central vai implementá-lo sem hesitação. A sociedade de Hong Kong pode estar completamente descansada”, afirmou.
Antes do jantar, o dirigente chinês reuniu-se com deputados, incluindo quatro pró-democratas que no final do encontro disseram que “a atmosfera geral foi muito civilizada” mas não houve nada de novo.
Cerca de 200 manifestantes pró-democracia e pró-China juntaram-se na quarta-feira nas imediações do local onde Zhang jantou. Outras 100 tinham-se já manifestado de manhã noutro local onde estava Zhang.
A associação de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch disse na quarta-feira que as autoridades de Hong Kong “limitaram fortemente” a oportunidade da população expressar as suas críticas durante a visita do “número três” do regime chinês.
A organização disse também que as autoridades locais deviam desafiar Zhang Dejiang a “assumir compromissos concretos para respeitar a autonomia de Hong Kong em matéria de direitos humanos e democracia”.
A visita de Zhang Dejiang é a primeira deslocação de um importante responsável chinês ao território desde os protestos pró-democracia que paralisaram partes da cidade em 2014.
A deslocação a Hong Kong ocorre numa altura em que aumenta a preocupação na região de que as liberdades possam estar em risco e em que a falta de reformas políticas gerou novos grupos que defendem a ideia da independência da cidade.

20 Mai 2016

Juntos a dançar com a MDMA e John-E

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]MDMA (Macau Dance Music Association) vai voltar ao Pacha no próximo sábado com os DJs locais Erick Leong, D-Hoo e Sérgio Rola, membro do colectivo Flipside. Mas, esta sessão traz um convidado: fala-se de John-E, a.k.a. João Reis, iniciado por cá mas agora radicado em Portugal.
Com “Together we Dance”, assim se chama, esta será a terceira sessão organizada pela MDMA no Pacha, continuando assim a associação a afirmar-se com uma das principais potências do território no estabelecimento de uma base local de disc-jockeys, o seu grande objectivo. Mas a novidade para a próxima noite de sábado é mesmo a presença de John-E que começou a sua carreira como DJ precisamente aqui em Macau, corria o ano de 1994 e tinha ele apenas 17 anos. A coisa correu bem e um ano depois já actuava no Club UFO, onde viria a assentar arraiais como residente. Considerado um dos pioneiros da música de dança em Macau, João também tocou nas conhecidas festas I-Spy de Hong Kong vindo mais tarde a passar pelo Club Santa Fé, em Ko-Samui, Tailândia. Entre 1997 e 2000 viveu em Londres tocando regularmente em clubes como o 414 e o George IV (Brixton) e nalguns festivais underground. Esta experiência deu-lhe uma acentuada raiz electrónica britânica evoluindo com sons que vão do break-beat, ao techno minimal, passando ainda pelo house progressivo. Sábado, 21 de Maio a partir das 21h00.

19 Mai 2016

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? | 13. O estripador

* por José Drummond

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]u não sou nada. Nada. Sinto-me como alguém lançado ao mar. À noite. Flutuando sozinho. Estendo a mão, mas não existe ninguém. Ninguém. Grito. Mas ninguém responde. Não encontro qualquer nexo em mim. Não me sinto em mim. Lembro-me que houve um momento em que tive uma família. Um momento, no qual, existia uma esperança, existia um carinho, existia um porto. Segredos. Como segurar um segredo? Não tenho forças. Como segurar um segredo? Enquanto isso, nesta cidade à beira-rio, a minha memória passa por altos e baixos. Sinto um arrepio. Hoje tudo parece repetido. Constantemente. Tudo se deteriora a cada dia. A memória. A verdade. Tudo se perde. O conhecimento. Tudo é monótono. Tudo é um pouco mais silencioso do que antes. Não sei quando tudo começou. Tudo é um névoa. Sei apenas que só me sinto bem nesta caça. À procura dela. Eu sei que ela está em algum lugar. Eu sei que devo ser obstinado e continuar a procurá-la. Esta foto dela que me serve de amuleto. Um qualquer encantamento. Estou cansado de viver em ódio e ressentimento. Estou cansado de viver incapaz de amar alguém. Não tenho um único amigo. Nem um. E, pior de tudo, não me posso amar. Porque é que não me posso amar? Porque é que não posso amar ninguém? Uma pessoa aprende a amar-se a si própria quando se ama e se é amado por alguém. Uma pessoa que é incapaz de amar outro não se pode amar a si mesmo. Não. Não. Não. Todas estas mulheres que me fazem lembrar-me dela. Estas vítimas servem apenas para me acalmar. Fechado em silêncio. Os lábios fechados. Já não há modo de voltar atrás. Uma brisa sopra pela janela. Agita as cortinas desbotadas pelo sol e as pétalas delicadas das flores. O cheiro que vem da colina é hoje mais forte do que nunca. O som suave das minhas agulhas. O som suave das minhas facas. O som do vento nas árvores. O som que se escoa e que se mistura. Os sons todos misturados uns com os outros e com os gritos das cigarras. O sons todos profundamente encharcados em tristeza.

A luz da tarde começou a enfraquecer e mistura-se com toques de noite. A brisa da colina continua a agitar as árvores. Por vezes tudo parece um vácuo. Cruzo-lhe as mãos e olho-lhe para o rosto uma vez mais. Esta mulher não é uma concha vazia. É um ser humano de carne e sangue. O sangue a escorrer que tanto me acalma. E este estar com alma teimosa. Este estar estreito. Estas memórias sombrias. Este sobreviver por entre trancos e barrancos sobre este pedaço de terra à beira-rio. Não tenho escolha senão conviver com este vácuo que lentamente se espalha dentro de mim. Este vácuo e estas memórias em desacordo. O vácuo que tudo engole. Todas as memória engolidas. Ficam apenas os olhos assustados destas mulheres. Fica apenas o sangue destas mulheres que espirra quando aplico as minhas lâminas nos seus corpos. Quando lhes aplico as minhas agulhas. E apenas depois algo se acalma. Fica apenas esta eterna procura. Fica apenas o estrondo distante do rio misturado com a brisa do início da noite a escorregar por entre os ramos das árvores. Fica apenas a consciência do vácuo. E não preciso de médicos especialistas. Porque nada do que me possam dizer ou fazer altera quem me tornei. Os sintomas foram progredindo lentamente. E estas mulheres? Não te preocupes comigo. Tudo o que tens a fazer é morrer. No fundo só quero beber um pouco de amor. Uma última vez. Mas não a encontro. E assim não posso. Não existe mais. Porque não a encontro. 19516P15T1-A

Olho novamente para o telhado desta escondida cabana. A lua brilha. Uma luz que ocupa metade do céu. São agora três e meia da manhã e gostaria de poder ver cores. Mas já não vejo nenhuma cor. Depois de se chegar a uma certa idade, a vida torna-se apenas num processo contínuo de perda. Um constante perder uma coisa atrás da outra. Uma após o outra. As coisas que valorizamos a escaparem-se das nossas mãos da mesma maneira como um pente perde dentes. As pessoas que amamos a desaparecerem uma após a outra. E, uma dor é aliviada ou cancelada por outra dor. Mas a verdade é que ela estrava grávida e eu nunca mais a vi de novo. Mas eu sei que ela está aqui. Tenho que a encontrar. Porque existe um lado trágico no amor? Quando deixei a casa da minha mãe, para não mais voltar, passei o dia seguinte sozinho num quarto de hotel, de manhã até a noite. No dia seguinte voei para Kyoto. E tentei procurá-la. Em vão. E o tempo? Que fez o tempo? Que fez o tempo? Nada. Nada havia a fazer. Desaparecer. Nada mais. E o dia depois? E o dia depois do dia depois? E todos os dias depois do dia depois do dia depois? E o tempo? Que fez o tempo? Que fez o tempo? O último dia cheio de memórias e todos os outros dias sem nada. Nada mais que as mesmas memórias recorrentes. Nada mais. Quando nada mais havia a procurar em Kyoto voltei a esta cidade à beira-rio. Esta cidade tão pequena. Esta cidade que foi íntima um dia. Mas agora, que fez o tempo? Aquelas memórias de uma nuvem de ouro pálido, translúcida, por cima das colinas. Aquelas memórias em cor ténue, fria, e foi à noite, e foi à noite. E o tempo? Que fez tempo?

19 Mai 2016

Corrida a estúdio do Macau Design Center

Pela primeira vez desde a abertura em 2014, o Macau Design Centre (MDC) abriu um concurso para o arrendamento de um estúdio, o único dos 17 que estava disponível, e a resposta, na óptica do MDC, foi massiva. No total, foram 13 as propostas de áreas tão diversas como o design gráfico, produção multimédia, design de produto, animação, efeitos especiais, fotografia, design de interiores, produção de vídeo e artesanato. As propostas foram avaliadas por um painel de selecção constituído por membros do MDC e do Fundo das Indústrias Culturais que analisou portefólios, áreas de negócio e propostas. No final, a escolha recaiu no Cliffs Studio Co. Ltd. Segundo indica a nota distribuída à imprensa, “não foi um trabalho fácil dada a qualidade dos proponentes”. O concurso esteve aberto entre os dias 2 e 25 de Abril. O MDC disponibiliza os espaços a preços controlados por um período máximo de três anos e, a partir daí, o contrato será renovado anualmente com base no estado de desenvolvimento dos projectos.

19 Mai 2016

Residentes não respeitam proibição de fumar

Quase 60% dos infractores da Lei de Prevenção e Controlo do Tabagismo eram residentes, enquanto que apenas 35,7% dos infractores foram turistas. Apenas 4,5% dos infractores foram cometidos por trabalhadores não residentes. Os números dizem respeito aos primeiros três meses do ano e foram divulgados ontem pelos Serviços de Saúde. Entre Janeiro e Março foram realizadas mais de 113 mil inspecções a estabelecimentos. Um total de 102 casos de infracções obrigou à intervenção das Forças de Segurança. Desde a implementação da lei, em 2012, que mais de 30 mil pessoas foram multadas. De Janeiro a Março, foram 2500 as acusações.

19 Mai 2016