GP | SJM continua a ser patrocinadora da Theodore Racing

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) continua a ser a patrocinadora da equipa Theodore Racing na edição deste ano do Grande Prémio de Macau. A operadora mantém-se como “parceira oficial e patrocinadora do título” da equipa fundada por Teddy Yip.
“A equipa pretende tornar-se campeã do GP pela oitava vez. A Theodore Racing tem sido sinónimo desta competição desde que o seu fundador, Teddy Yip, conhecido como o ‘senhor Grande Prémio’, competiu pela primeira vez como piloto em 1956 e continuou entrando ou sendo patrocinador de corridas até 1992, conseguindo um total de seis vitórias no GP. Depois de 21 anos de intervalo, o filho, Teddy Jr. reavivou a equipa com a SJM, em 2013, para o que ficou comprovado como sendo uma vitória triunfante”, explica a SJM em comunicado.
A equipa da Theodore deste ano é composta por Felix Rosenqvist, Jake Dennis e Lance Stroll, sendo os carros Mercedes-Benz Dallara de Fórmula 3.
Os três pilotos juntam-se, assim, à lista de nomes da Theodore Racing, que inclui nada mais, nada menos do que Ayrton Senna, Alan Jones e Mika Hakkinen, entre outros.

22 Out 2015

Chung Moon-Joon diz que FIFA continua a “sabotar” a sua candidatura

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] sul-coreano Chung Mong-Joon, candidato à presidência da FIFA, acusou ontem o organismo de não ter uma “decisão fundamentada” na sua suspensão por seis anos, depois de um tribunal suíço ter rejeitado o levantamento da sanção.
O empresário, accionista da Hyundai, foi suspenso por seis anos pelo Comité de Ética da FIFA, que suspendeu também o presidente da FIFA, Joseph Blatter, o presidente da UEFA, Michel Platini, e o secretário-geral, Jerôme Valcke, por 90 dias.
Chung tinha recorrido para um tribunal suíço, para que pudesse manter a sua candidatura à presidência da FIFA enquanto decorre o recurso para o Comité de Apelo da FIFA e para o Tribunal Arbitral do Desporto.
Ontem, o empresário sul-coreano voltou a dizer que “a FIFA continua a sabotar” a sua candidatura e que, duas semanas depois, não sabe quais as alegações que conduziram à sua suspensão.
“Estou duplamente bloqueado: não posso manter a minha candidatura devido a sanções injustificadas e não posso recorrer dessas sanções ou conseguir uma injunção do tribunal suíço porque não tenho uma decisão fundamentada”, disse Chung Mong-Joon.

Sem vícios

Na terça-feira, o tribunal de Zurique considerou que não houve na sua punição qualquer vício de forma no procedimento da Comissão de Ética.
Da mesma forma, o tribunal também descartou os argumentos de que teriam sido violados os seus direitos privados, nos quais se baseava a petição do ex-dirigente.
Em comunicado, a FIFA referiu que recebeu “com satisfação” a decisão do Tribunal do Distrito de Zurique, sendo que o sul-coreano pode ainda recorrer ao Tribunal Superior.
A 8 de Outubro, o Comité de Ética anunciou a sanção de seis anos e multa de 100.000 francos suíços (cerca de 92.000 euros), depois de uma investigação aberta em Janeiro quanto aos processos de candidatura dos Mundiais de 2018 e 2022, atribuídos à Rússia e Catar, respectivamente.
A FIFA considerou que Chung Mong-Jong foi culpado de infringir vários artigos do Código Ético sobre normas gerais de conduta (artigo 13), confidencialidade (16), dever de cooperação e informação (18) e obrigação de colaborar (41 e 42).
 

22 Out 2015

Cristais

* Rui Parada

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]orde Gin, o vesgo prospectivo visionário apátrida, vindo temporariamente resfolegar ao Extremo-Ocidente por razões medicinais, e deitando um olho mercenário à indústria do comentário político que floresce para trás do Cabo da Roca, pôs-se a analisar as eleições legislativas de 4 de Outubro de 2015, e eis, sem delonga, o que divisa:

1) Os portugueses que elegeram deputados do Partido Comunista, do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista, compraram realmente com seus votos um ímpeto de bipolarização final do sistema político. Isto é, uma definição entre esquerda e direita não só mais precisa, mas mais eficiente e duradoura. Uma definição que passe a traduzir, de uma vez por todas, os seus votos em termos de efectivo poder de governo.
2) A coligação PàF absorveu toda, ou praticamente toda, a direita do Partido Socialista. A sua vitória indica, na verdade, uma cristalização do Partido Socialista à esquerda; a expurga da maioria de uma minoria, salubre ou insalubre, que laborava no seu interior há muito. Ora, isto deveria ser lido pelo PS pós-eleitoral como um decisivo ganho de definição, um adumbramento das hostes do qual não deve ter medo.
3) A bipolarização que se avizinha será entre uma LD (Liga de Direita) e uma LE (Liga de Esquerda).
4) O sistema político português encontra aqui uma oportunidade rara de transitar para um xadrez inteiramente novo, ou seja, o de dois campos claros de disputa do poder. Campos claros, mas, sobretudo, campos representativos e justos.
5) Existirem dois campos de disputa política não significa necessariamente, em nenhum dos lados e em nenhum caso, uma perda de matizes.
6) O Senhor Costa vê-se confrontado com a História; tem nas mãos a responsabilidade de ligar a esquerda portuguesa. Não precisa sequer de sacrificar o seu partido. Isso já foi garantido pelos diversos rituais internos e pela afortunada, ou desafortunada, deserção daqueles que foram votar à sua direita – o que, desde logo, explica como ao cabo de anos de “tortura do povo“ a coligação PàF tenha conseguido a maioria dos votos. Ou seja, os traidores do PS, as it were, são também a explicação para uma espécie de covardia, ou amedrontamento, ou resignação, que teria confirmado a Coligação no poder. Os direitistas do PS, não os votantes no PPD e CDS, é que explicam a “derrota” de Costa, ou a sua suposta “incapacidade”.
7) A ser válida, a tese assente neste verosímil desejo de bipolarização, despida da mediação de partidos charneira, poderá ser o capitulo derradeiro da maturidade da democracia em Portugal.
8) O Sr. Costa ou se encosta nas bancadas do circo encenado pelo Grande Portas ou faz avançar o sistema político português, civilizando a suposta “barbárie” que incha, e tudo indica continuará a inchar, à sua esquerda.
9) Mais, e tempo permitindo, o apoio focado de uma eventual Liga de Esquerda a um só candidato presidencial (considerando também um investimento real numa campanha radicalmente inteligente e acutilante) poderá conservar, por muitos mais augustos anos, o simpático Sr. Sousa no seu jovial e dentuço plinto de plasma.

21 Out 2015

Steve Wynn critica limite a mesas de jogo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] presidente da Wynn Resorts, o norte-americano Steve Wynn, disse que em 45 anos de ligação ao negócio dos casinos, nunca viu nada como aquilo que está acontecer em Macau e criticou o Executivo local. Wynn considerou “irracional” a introdução por parte das autoridades de Macau de limites às mesas de jogo em novos ‘resorts’ no território e que as operadoras só saibam quantas mesas poderão criar poucas semanas antes de abrirem os novos casinos.
“Construímos dezenas de milhares de quartos, restaurantes e atracções, mas dizemos [às pessoas]: ‘vocês não podem jogar porque não há mesas’. Bem, essa é uma das razões por que elas vêm a Macau. Se quiserem minar e sabotar a viabilidade desta indústria, imponham limites às mesas. Sou muito crítico desta decisão, porque não a entendo de maneira nenhuma”, afirmou, sublinhando que tem 45 anos de experiência neste negócio e nunca viu uma situação semelhante.
Steve Wynn, citado pela agência Bloomberg, falava numa conferência telefónica com analistas, a partir dos Estados Unidos, no dia em que foram divulgados os resultados da empresa que lidera relativos ao terceiro trimestre do ano. A Wynn Macau teve uma quebra homóloga de 37,9% das receitas líquidas no terceiro trimestre, para 585,1 milhões de dólares. Já a operação em Las Vegas caiu 3,9%. Com dois casinos em Macau – Wynn e Encore – a operadora tem actualmente em construção um ‘resort’ integrado, com um orçamento global de 4,1 mil milhões de dólares e que deverá abrir portas na primeira metade do próximo ano.
As receitas dos casinos de Macau, o maior centro de jogo do mundo, estão em queda desde Junho de 2014, tendo registado em Setembro o valor mais baixo dos últimos cinco anos. A quebra do negócio está a ser associada à campanha anti-corrupção lançada por Pequim e a um abrandamento da economia chinesa.

19 Out 2015

Jogo | Junkets em conversações com Governo para criação de código de Ética

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á operadoras de junkets locais em conversações com o Governo para a criação de um código de Ética, de acordo com o jornal Sunday Morning Post. O periódico da RAEHK dá conta de uma fonte que aponta para uma reorganização deste sector de trabalho.
“Está a haver uma espécie de revolução e os junkets estão a reorganizar-se. Sabem que precisam de alterar a sua imagem, porque actualmente, há muita desconfiança quando se fala deste sector”, afirma a referida fonte.
Este clima de “desconfiança” surgiu com o escândalo Dore, em que a alegada funcionária de salas junket do Wynn fugiu com depósitos de clientes no valor de mais 400 milhões de Hong Kong dólares. O presidente da Associação de Promotores de Jogo, Kwok Chi Chung, que esteve presente em reuniões com o Secretário para a Economia e Finanças e representantes da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, disse que ainda nada está concluído, estando-se agora a aguardar uma resposta do Governo.
“Estamos à espera que o Executivo decida quando vai organizar a próxima reunião”, disse Kwok ao diário de Hong Kong. Durante os encontros passados, o sector dos promotores de Jogo defendia a necessidade de alterar a regulamentação sob a qual exercem a sua actividade, incluindo a criação de um código de Ética. “Esperamos poder fazer parte da equipa de redacção da nova lei para poder explicar ao Governo quais as dificuldades sentidas pelos junkets, para que a legislação permita um crescimento saudável do nosso sector”, adiantou Kwok. Além disso, disse concordar com a revisão da lei, de forma a tornar “o sistema mais transparente” e tornar o trabalho de toda a indústria mais claro para a população.
A revisão das normas que regulamentam a actividade dos junkets foi anunciada pela DICJ no passado mês de Setembro, aquando do escândalo Dore. A partir dessa altura tem-se discutido os trâmites sobre os quais a alteração legislativa vai decorrer. Também Fernando Vitória, que recentemente publicou o livro “Lei de Jogos de Azar em Macau”, concorda com a existência de um Código de Ética para estes profissionais. “Há, certamente, uma necessidade de criar normas mais actualizadas, incluindo a redacção de um código de Ética para os junkets”, disse Vitória durante a cerimónia de lançamento da sua obra. “O Governo poderia participar nesta redacção, estabelecendo algumas normas ao sector”, acrescentou.

19 Out 2015

Executivo rejeita lentidão no caso Pearl Horizon

A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) considera que a aprovação dos processos relacionados com o edifício Pearl Horizon não foi feita de forma lenta, rejeitando as acusações da empresa concessionária do terreno, o Grupo Polytec. Segundo o Jornal do Cidadão, Ao Peng King, chefe do departamento de urbanização da DSSOPT, explicou que “como a aprovação envolve âmbitos diferentes, tais como o planeamento, regimes jurídicos e solicitações de residentes, a velocidade de aprovação depende da análise feita a cada caso”. O responsável disse esperar que os três terrenos em situação semelhante do Pearl Horizon, ou seja, do Windsor Arch, La Scala e na Estrada dos Sete Tanques, na Taipa, possam ver a situação de concessão resolvida antes do prazo chegar ao fim. Recorde-se que o Grupo Polytec acusou o Governo de ter demorado muito tempo na aprovação dos relatórios de impacto ambiental. O edifício Pearl Horizon, que deveria estar concluído este ano, poderá ficar pronto em 2019.

19 Out 2015

Empresário Ng Lap Seng em prisão domiciliária

O milionário chinês acusado de subornar o ex-presidente da Assembleia Geral da ONU vai pagar uma fiança de 50 milhões de dólares e ficar em prisão domiciliária, decidiu um juiz de Nova Iorque. Ng Lap Seng deverá também ficar sob vigilância electrónica, segundo fontes do Ministério Público norte-americano citadas pela EFE. De acordo com a justiça norte-americana, o ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas John Ashe recebeu mais de um milhão de dólares de Ng Lap Seng e outros empresários chineses para tentar influenciar decisões da organização.
Entre outros objectivos, Ng Lap Seng queria concretizar o seu projecto de construção de um centro de conferências da ONU em Macau. Após a detenção do magnata chinês, a ONU abriu também uma investigação interna às doações à organização da fundação do grupo imobiliário de Macau Sun Kian Ip, a que Ng Lap Seng preside. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o parceiro de Ng Lap Seng, William Kuan, está a tentar entrar em contacto com o advogado do empresário e pretende realizar uma campanha de recolha dos 50 milhões de dólares necessários para a fiança.

19 Out 2015

Newman Lam preocupado com instabilidade económica

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]investigador da Universidade de Macau Newman Lam manifestou preocupação em relação à estabilidade do território, que considerou uma “bomba” que a queda das receitas dos casinos pode fazer rebentar. Lam, que falou na Conferência Anual da Associação de Ciência Política de Hong Kong, acredita que Macau está à beira de uma crise, mas defende que isso pode não ser mau.
O investigador traçou um cenário de descontentamento crescente e de quebra da legitimidade do Governo de Macau que, juntamente com a descida das receitas dos casinos, principal fonte de receita pública e sector em que assenta a economia da região, pode pressionar a população a agir. Lam apontou números do Programa de Opinião Pública de Hong Kong, relativos a 2014, segundo os quais a satisfação da população de Macau em relação ao desenvolvimento democrático atingiu 26,5% em 2014, o valor mais baixo desde que os dados começaram a ser recolhidos.
Também a confiança na fórmula chinesa “um país, dois sistemas” atingiu os seus mínimos: 69,6%. E apenas 37,6% disseram no ano passado estar satisfeitos com a protecção dos direitos humanos e 56,2% aprovaram o trabalho do chefe do Executivo, segundo o mesmo inquérito.
“Qual é o motivo para a descida da confiança? Depois da liberalização do jogo, o fosso salarial aumentou, os ricos ficaram mais ricos, os pobres mais pobres. Os preços do imobiliário subiram a pique, 28,2% da mão-de-obra é importada, o Governo não consegue resolver o problema do trânsito. Macau está cheia, já nem queremos ir até ao Senado, são demasiados turistas”, resumiu. O investigador chamou também a atenção para o surgimento de novos “grupos críticos” além da Associação Novo Macau, como a Juventude Dinâmica e a Macau Civic Power, que, apesar de “poucos e pouco efectivos”, são “um sinal do que vem aí”.

O povo é sereno

Ainda assim, sublinhou que Macau tem sido uma cidade pacífica, com poucos protestos e uma resposta moderada da sociedade civil. Mas a “crise do jogo” pode vir a acabar com este cenário: “As pessoas de Macau põem muita ênfase na harmonia. Não as temos visto agir como em Hong Kong. O que as pessoas pensam e o que manifestam são coisas diferentes, elas inibem-se. A harmonia é uma coisa boa, mas pode tornar-se uma bomba”, afirmou. O académico acredita que há um sentimento de saturação que, aliado a uma juventude “mais informada e que não aceita com tanta facilidade as decisões da autoridade”, pode fazer tremer a estabilidade social.
Lam prevê também consequências para os bolsos dos residentes de Macau em 2016, antecipando o fim dos cheques anuais à população, cortes no orçamento e despedimentos nos casinos. “Não acreditem nos jornais que dizem que estamos no caminho da recuperação, os jornais são controlados pelo Governo. Não vejo a China a amenizar a política anti-corrupção e, por isso, a recuperação de Macau não vai acontecer”, alertou.
O que Macau precisa, defendeu, é de uma reforma económica, que reduza a dependência do jogo e, acima de tudo, garanta acesso à habitação: “Acho que esta crise vai pressionar o Governo e isso pode ser uma coisa boa. Quando as pessoas se aperceberem que há uma bomba prestes a rebentar, talvez façam alguma coisa para a impedir de explodir”.

19 Out 2015

Xi Jinping em visita de Estado para consagrar “era de ouro” com Reino Unido

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente da China inicia amanhã uma visita de quatro dias ao Reino Unido, em que a questão dos direitos humanos deve ser ofuscada pelas relações económicas favoráveis a uma “era de ouro” entre os dois países.
A imprensa oficial chinesa insistia ontem que a visita de Estado de Xi Jinping, que decorre entre terça e sexta-feira, a primeira de um chefe de Estado chinês ao Reino Unido desde 2005, vai marcar o início de uma “década de ouro” nas relações sino-britânicas.
As relações diplomáticas entre os dois países arrefeceram em 2012, depois de o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ter recebido o Dalai Lama, em Londres.
Londres esforçou-se por reverter essa situação, com simbólicas decisões, como a de se tornar o primeiro país ocidental a pedir para aderir ao Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), impulsionado por Pequim, um gesto que agradou tanto à China como desagradou aos Estados Unidos que, a par do Canadá e Japão, ficaram de fora.

O príncipe em Buckingham

Durante a visita de Xi Jinping – que vai ficar com a sua esposa, Peng Liyuan, alojado no Palácio de Buckingham, como dita a tradição para as visitas de Estado – espera-se a assinatura de acordos económicos e também de cariz cultural.
“Nós encorajamos o investimento e a China investe mais na Grã-Bretanha do que noutros países europeus”, congratulou-se David Cameron.
Por sua vez, o embaixador da China em Londres, garantiu que o Reino Unido “está em vias de se tornar no líder na Europa e em todo o Ocidente” referindo-se às relações com o seu país.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e o ministro da Economia britânico, George Osborne, já exibiram, no mês passado, em Pequim, essa sintonia com a assinatura de 53 acordos, incluindo vários que visam usar a “City” londrina como ponte para a internacionalização da moeda da segunda maior economia mundial, o yuan.
Espera-se, portanto, que a visita de Xi sirva para amadurecer esses acordos, que incluem projectos de envergadura como a construção da primeira central nuclear desenhada e operada pela China em solo ocidental e de linhas ferroviárias de alta velocidade.
Todos esses assuntos vão ser abordados na reunião entre Xi e Cameron, um dos pontos-chave da agenda do chefe de Estado chinês, a qual contempla também encontros com líderes de outros partidos e empresários.
Está também previsto que profira um discurso no Parlamento, uma visita a Manchester e uma cerimónia de boas-vindas da rainha Isabel II no Palácio de Buckingham.
Com efeito, foi já notada pela imprensa britânica a ausência do príncipe Carlos no banquete oficial, para o qual são esperados o príncipe William e a sua esposa, Kate Middleton, de acordo com o programa oficial apresentado em Londres.
Próximo do Dalai Lama, o príncipe Carlos mantém historicamente relações tensas com os presidentes chineses.
Por exemplo, nunca foi à China e já tinha faltado aos jantares oficiais com Jiang Zemin em 1999 e Hu Jintao em 2005.

19 Out 2015

Dez pessoas multadas em 14 ME por irregularidades na bolsa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China (CRMV) vai punir dez pessoas com multas que ascendem a 100 milhões de yuan pelo uso de informação privilegiada e difusão de rumores falsos na bolsa, informou sábado a imprensa oficial chinesa.
O regulador não especifica, contudo, quando foram praticadas as referidas infracções – agora punidas –, embora a perseguição de más práticas se tenha intensificado sobretudo devido à crise que afectou as bolsas chinesas durante o Verão.
Essas actividades prejudicaram os interesses legais dos investidores, alteraram o normal funcionamento do mercado e confundiram quem nele opera, assinalou a Comissão Reguladora.
Segundo a imprensa oficial, o organismo regulador também vai proibir dois dos sancionados de voltarem a operar nos mercados bolsistas.
Essas duas pessoas, tal como outras sete, ter-se-ão aproveitado, segundo o regulador, de informação privilegiada para efectuar transacções vantajosas. Já uma outra foi punida por ter divulgado na Internet informação falsa sobre uma firma financeira que havia recomendado aos investidores que vendessem as suas acções, o que provocou o pânico no mercado, de acordo com a CRMV.
Mais de uma dezena de altos funcionários de firmas financeiras, bem como da CRMV, foram detidos desde a crise bolsista na China no Verão.
Esta semana, o Conselho de Estado chinês destituiu o presidente adjunto da CRMV, Zhang Yujun, recentemente alvo da abertura de uma investigação por suspeitas de corrupção.
Aquando do anúncio da investigação, em meados de Setembro, a Comissão Central de Controlo e Disciplina do Partido Comunista chinês referiu, em comunicado, que Zhang Yujun é suspeito de “graves violações da disciplina”, utilizando a terminologia que descreve habitualmente os casos de corrupção.

19 Out 2015

Instituto Cultural assina acordos de cooperação em Lisboa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] presidente do Instituto Cultural de Macau, Ung Vai Meng e o director geral do Livro e Arquivos e das Bibliotecas, Silvestre de Almeida Lacerda formalizam esta terça-feira no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Lisboa, um Memorando de Entendimento entre a RAEM e Portugal no domínio dos Arquivos.
O Memorando de Entendimento tem por objectivo promover uma candidatura conjunta da RAEM e Portugal, da Colecção “Chapas Sínicas” ao Programa Memória do Mundo da UNESCO, segundo um comunicado do IC.
A colecção é composta por mais de 3600 documentos (em documentos individuais e em forma de registo) provenientes da Procuratura do Leal Senado de Macau e faz parte do acervo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Documentam e ilustram as relações luso-chinesas desenvolvidas entre o procurador do Leal Senado de Macau e as diversas autoridades chinesas, abrangendo cronologicamente um período entre 1693 e 1886.
Os assuntos e temas são referentes aos mais diversos aspectos das relações entre as autoridades portuguesas e chinesas, nomeadamente no que diz respeito a questões de justiça e de jurisdição (aplicação da justiça chinesa em Macau, jurisdição sobre os estrangeiros de Macau, casos legais e de ordem pública), assuntos económicos e de comércio (fiscalidade, designadamente o foro do chão, a proibição do ópio, contrabando, mercadores), problemas religiosos (a missão clandestina na China, a repressão contra os católicos chineses, selecção de missionários e evangelização), as relações diplomáticas (entre Macau e os países asiáticos e europeus, nomeadamente a Inglaterra e a sua presença em Macau, circulação de estrangeiros, o envio de embaixadas), ou a navegação dos mares e utilização de portos (combate à pirataria, embarcações, naufrágios e náufragos, tributos à navegação). São igualmente frequentes as situações referentes a obras em edificações, quer civis quer militares, e a construção clandestina, acrescenta o comunicado.

Protocolo de Cooperação

Para além deste memorando, Ung Vai Meng e o presidente do Centro Científico e Cultural de Macau, Luís Filipe Barreto assinam no dia 21 deste mês um Protocolo de Cooperação entre as duas Instituições no sentido de aprofundar as relações entre a RAEM e Portugal, através do intercâmbio de informação e colaboração na promoção e divulgação das acções de ambas as instituições, actividades de co-edição de estudos, fontes, artigos, catálogos, em línguas portuguesa, chinesa e inglesa, assim como actividades conjuntas, informa o IC.
Segundo o comunicado, há já uma acção agendada para o próximo ano, que passa por levar a Portugal a Exposição Refugiados de Xangai – Macau – 1937-1964″, actualmente patente ao público no Arquivo Histórico de Macau.

19 Out 2015

Prevista tendência de encerramento de restaurantes em 2016  

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação Comercial Geral de Pequenas e Médias Empresas de Macau prevê uma tendência de fecho dos pequenos restaurantes no próximo ano, caso a economia de Macau não melhore. Segundo o Jornal Ou Mun, o presidente da Associação, Fong Kin Fu, afirmou que os negócios de todos os estabelecimentos de comida e bebida estão já a cair, sobretudo os da ZAPE, que estão a sofrer um impacto maior, já que “nas horas de jantar os clientes diminuíram de forma larga”. Fong aponta ainda que o consumo diminui muito. “Antes as pessoas jantavam fora quatro a cinco noites por semana, agora apenas uma a duas vezes, têm mais cautela no consumo.” Além disso, o presidente referiu que muitos restaurantes foram frutos de investimento de salas VIP, pelo que não se importavam com a renda alta, mas o volume de negócios destas também retrocedeu. Fong regista uma queda de 40 a 50% nos restaurantes japoneses, por exemplo, quando a renda continua alta. Fong Kin Fu prevê que, caso a economia não melhore no final do ano ou no início do próximo ano, os negócios de restauração podem mesmo vir a encerrar, como já aconteceu esporadicamente.

16 Out 2015

Funcionário do CCAC saltou de edifício

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m funcionário do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) saltou do edifício onde se situa um dos Postos de Atendimento de Queixas do organismo, tendo morrido no local. Segundo um comunicado, o indivíduo, com cerca de 40 anos, caiu numa plataforma do edifício, onde se situa também o Ministério Público. As autoridades policiais refeririam que não tinha documentos de identificação consigo, mas mais tarde descobriram que era residente de Macau e funcionário do CCAC. Não se sabe ainda dos motivos para o suicídio, mas o CCAC assegura que vai cooperar com a PJ para os descobrir. O CCAC enviou ainda um comunicado onde envia pêsames à família.

16 Out 2015

Hong Kong | Sete polícias e activista do Occupy agredido acusados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] polícia de Hong Kong acusou ontem sete agentes por agressão contra um activista durante os protestos de 2014, mas este vai ser também acusado de violência e obstrução às autoridades, informou a imprensa.
Os sete agentes foram acusados no âmbito do ataque ao activista e membro do Partido Cívico Ken Tsang, na madrugada de 15 Outubro de 2014, há exactamente um ano.
“Sete polícias foram acusados em conjunto por causarem lesão corporal grave com intenção”, disse ontem um porta-voz da polícia citado pela AFP. Um deles enfrenta ainda a acusação de agressão comum, refere o South China Morning Post.
Os sete agentes saíram ontem em liberdade sob caução e vão comparecer em tribunal na próxima segunda-feira.

Em directo

O caso da agressão veio a público na sequência da divulgação de imagens da agressão pela estação de televisão local TVB.
As imagens mostram um grupo de homens, que se acredita serem polícias à paisana, a levarem Ken Tsang, algemado, para um canto escuro do Complexo de Tamar – uma das zonas ocupadas por manifestantes em protesto pelo sufrágio universal durante 79 dias. Um dos homens está em cima do activista a dar-lhe socos, enquanto outros três o atacam repetidamente ao pontapé.
As forças de seguranças de Hong Kong foram bastante criticadas pela demora no tratamento do caso. A agressão aconteceu em meados de Outubro e os agentes foram detidos e suspensos de funções no final de Novembro do ano passado.
Ken Tsang disse aos jornalistas que foi convocado pela polícia para se apresentar ontem numa esquadra para ser formalmente acusado.
O activista afirmou que enfrenta uma acusação de agressão e quatro de obstrução ao trabalho da polícia. Não foram especificadas as situações na base das acusações.
Ken Tsang criticou as acusações como “infundadas, excessivas, ridículas e contrárias aos factos”.
Além disso, considerou poder tratar-se de uma “tácica de relações públicas” e de uma manobra para “minimizar” o processo contra a polícia.
“Nada disto deveria estar a acontecer um ano depois. Sinto que o governo está apenas a tentar marcar uma posição ao deter-me”, afirmou.
Ken Tsang e os apoiantes reuniram-se, na noite de quarta-feira, no local do ataque realizado há um ano, para uma vigília contra a violência policial.

16 Out 2015

MUST apresenta seminário sobre indústrias criativas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ugusto Mateus, professor e antigo Ministro da Economia português, apresenta o seminário “Indústrias Criativas em Macau – uma plataforma estratégica nas relações económicas entre a China, a União Europeia e os Países de Língua Portuguesa”. Co-organizada pelo Albergue SCM e pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa), com o patrocínio da Fundação Macau, a palestra acontece pelas 15h00 na universidade.
“Tendo em conta a vasta experiência do professor Augusto Mateus no desenvolvimento de estudos estratégicos considerados de grande sucesso e no sentido de fortalecer a competitividade e acelerar a inovação com o sector cultural em Macau, será crucial para a aplicação de políticas concretas nas Indústrias Criativas na RAEM o seu contributo e inestimável conhecimento”, explica a organização em comunicado.
Augusto Mateus é formado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Finanças da Universidade Técnica de Lisboa, sendo ainda um reconhecido economista e presidente da Augusto Mateus & Associados, uma empresa de consultadoria.
Professor catedrático de Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão, Mateus lidera múltiplos estudos de macroeconomia e política económica, de avaliação de programas e políticas públicas e de competitividade de empresas e regiões. Foi Secretário de Estado da Indústria e Ministro da Economia do XIII Governo Constitucional, lançou o plano de regularização de dívidas ao Estado também conhecido como “Plano Mateus”. No domínio da reforma administrativa, coordenou o projecto de investigação em que se baseou o novo modelo de governação de Lisboa.
Augusto Mateus é ainda autor de mais de uma centena de apresentações de seminários sobre economia. Em Macau apresenta mais um especificamente dedicado às indústrias culturais. A entrada é livre.

16 Out 2015

Presidente do grupo Fosun é o 17.º chinês mais rico

[dropcap style=’circle’]G[/dropcap]uo Guangchang, o presidente do grupo Fosun, que comprou em Portugal a Fidelidade e a Luz Saúde, subiu 15 lugares na lista dos maiores multimilionários chineses e figura agora na 17.ª posição, segundo a imprensa oficial.
A fortuna pessoal de Guo Guangchang, 48 anos, aumentou 79%, em termos homólogos, para 6,88 mil milhões de euros, indica a Hurun Report Inc.
Presidente de um grupo de investimento internacional, Guo é também um dos 42 multimilionários com assento no principal órgão de consulta do Partido Comunista e do Governo da China.
Com sede em Xangai, o grupo Fosun vale em bolsa cerca de 20.000 milhões de dólares e só em Portugal já investiu quase 1.500 milhões de euros.
A Hurun Report Inc, uma unidade de investigação fundada em 1999 pelo contabilista britânico Rupert Hoogewerf, publica anualmente uma lista das personalidades mais ricas da China.

À frente dos EUA

A mesma pesquisa indica que o país asiático ultrapassou pela primeira vez os Estados Unidos da América (EUA) em número de bilionários, apesar do abrandamento da economia, que deve crescer este ano 7%, o valor mais baixo do último quarto de século.
A nação mais populosa do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes, tem agora 596 bilionários, mais do dobro do ano passado (242) e ligeiramente acima do registado nos EUA (537).
“Apesar do abrandamento económico, os mais ricos da China desafiaram a gravidade, ao conseguirem o melhor ano de sempre”, lê-se num comunicado emitido pela Hurun Report.
O magnata chinês especializado no mercado imobiliário e no sector do entretenimento, Wang Jianlin, destronou Jack Ma, o fundador do grupo de comércio eletrónico Alibaba, como o homem mais rico da China.
A fortuna do presidente e fundador do grupo Dalian Wanda aumentou mais de 50% para 34,4 mil milhões de, impulsionada por uma valorização na bolsa de Xangai de 150% no espaço de quase um ano inteiro.
A China representa 10% da riqueza mundial e desde o início do século o Produto Interno Bruto (PIB) chinês quintuplicou.
Apesar de a Constituição continuar a definir o país como “um Estado socialista liderado pela classe trabalhadora e assente na aliança operário camponesa”, o fosso social mantém-se acima do “nível alarmante” definido pela ONU.

16 Out 2015

Empresário intermediário entre Angola e China detido

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] empresário Sam Pa, um dos mais importantes intermediários nos negócios entre Angola e a China, foi esta semana detido em Pequim no âmbito da investigação contra a corrupção, noticia ontem o Financial Times.
No texto do FT, argumenta-se que “o futuro deste misterioso empresário que gere uma rede empresarial em Hong Kong está em perigo depois da notícia de que o seu principal responsável, um bilionário com sete nomes e ligações aos serviços de inteligência chineses, foi apanhado numa investigação do Partido Comunista contra a corrupção”.
O artigo, assinado pelo jornalista de investigação Tom Burgis e autor do livro ‘A Pilhagem de África’, explica que Sam Pa é o líder de um grupo empresarial com interesses no Médio Oriente e em África, mas também na Coreia do Norte e na Rússia, que tem a sede em Hong Kong, e a que os seguidores chamam o ‘Queensway Group’ devido à morada.
“Durante a última década, Sam Pa ergueu-se da obscuridade para conseguir negócios em cinco continentes no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares, e ajudou a construir de raiz uma abrangente teia de empresas ligadas por donos e directores comuns na morada 88 Queensway, em Hong Kong”, escreveu o FT em 2014, quando publicou uma aprofundada investigação sobre Sam Pa, na qual o descreveu como “um homem mais discreto do que os asiáticos que normalmente visitam África para exibir a sua ligação ao país”.
O grupo, escreveu então o FT, “tem negócios com a BP, a Total e a Glencore, e tem interesses que vão desde o gás da Indonésia até uma refinaria no Dubai, passando por apartamentos de luxo em Singapura e uma frota de aviões Airbus; abarca uma rede de companhias privadas sediadas em paraísos fiscais para sustentar duas grandes empresas”. Uma delas é a “Sonangol China, que é principalmente uma companhia petrolífera, mas que também é dona do antigo edifício JP Morgan, em frente à bolsa de Nova Iorque, em Wall Street”.

16 Out 2015

Turismo | Chui Sai On quer junção à cultura

Turismo e cultura combinados para um maior crescimento do sector e mais recursos humanos. É o que defende o Governo, no dia em que abriu o Fórum de Economia Global. O IFT vai ter um papel principal no turismo de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Chefe do Executivo, Chui Sai On, defendeu ontem que é preciso “combinar turismo e cultura” para fomentar o crescimento do sector e “desenvolver os recursos humanos”. O líder do Executivo falava na abertura do 4.º Fórum de Economia de Turismo Global, uma cerimónia que terminou com a assinatura de acordos e de um memorando de entendimento com a Organização Mundial de Turismo para o estabelecimento de um Centro Global para Educação e Formação em Turismo em Macau.
“Temos de combinar turismo e cultura para que isso possa trazer maior crescimento ao sector. O turismo hoje dá-nos muitos desafios e oportunidades e temos de agarrar estas oportunidades, no sentido de desenvolver mais os recursos humanos”, afirmou Chui Sai On.
Segundo a informação divulgada à imprensa, “este novo projecto permitirá aprofundar a cooperação entre as partes, providenciar programas de educação e formação, realizar estudos em turismo, bem como oportunidades de estágios para melhorar a qualidade dos recursos humanos de Macau, elevando assim a sua competitividade internacional enquanto destino turístico”.
Na cerimónia de abertura, Chui Sai On sublinhou que “os cidadãos de Macau podem usufruir dos frutos do desenvolvimento que o turismo traz à cidade”, observando que a região “tem a vantagem de [ser governada sob o princípio] ‘Um país, dois sistemas’ e de ter registado um desenvolvimento económico muito rápido”.

Olhar para o futuro

“Tudo isto são boas características para podermos construir um centro de turismo internacional e também uma plataforma de parcerias económicas entre a China e os países de língua portuguesa”, acrescentou, invocando que já “há bastante cooperação” regional e internacional.
Para Chui Sai On, o facto de este fórum ser organizado pela quarta vez em Macau vai permitir “mostrar as vantagens de Macau a promover a cultura diversificada e as trocas internacionais”.
Já Edmundo Ho, antigo chefe do Executivo de Macau e presidente do fórum, sublinhou que o espectro da cooperação foi estendido desde os países que integram a antiga rota marítima da seda até às nações emergentes da América Latina.
“‘Uma faixa, uma rota’ é uma ideia e uma proposta e nós gostaríamos de ver algumas parcerias com os países a nível mundial. Não simplesmente aqueles que estão directamente ligados à rota da seda antiga”, afirmou.
Edmundo Ho referiu-se em particular aos países parceiros desta edição do fórum – os quatro membros da Aliança do Pacífico: Chile, Colômbia, México e Peru, nações com que a China tem vindo a “aumentar as trocas”.
“Esperamos que, ao utilizarmos esta plataforma que é o fórum, possamos ser capazes de promover o turismo entre a China e os países da América Latina e de construir novos interesses para um crescimento ulterior neste sector”, defendeu, apontando o turismo como “o pilar estratégico na economia” chinesa. LUSA/HM

IFT na linha da frente com dois grupos de investigação

O Instituto de Formação Turística (IFT) está a ganhar cada vez mais terreno no mundo da investigação a nível mundial, com a assinatura de um memorando para a criação do Centro Global para a Educação e Formação Turística e o anúncio da criação da Comissão da Aliança Global para a Pesquisa em Turismo (GReAT Alliance, na sigla inglesa).
O Executivo assinou ontem um memorando de entendimento com a Organização Mundial de Turismo da ONU para a criação do referido Centro, no qual o IFT deverá desempenhar o papel principal, segundo a presidente do Instituto, Fanny Vong. “Para já, o IFT é o único que está a colaborar”, informou Vong. “Assim que o Centro foi criado, ambas as partes vão trabalhar conjuntamente para implementar projectos que incluem a realização de programa educativos e de formação, projectos de investigação turística e criação de programas de estágio”, esclarece o IFT. estudantes
A responsável explica ainda que a GReAT Alliance – da responsabilidade do IFT – se vai focar precisamente nisso: em debater os principais problemas da actualidade no mundo do turismo através da criação de uma rede de universidades mundial. Coincidência ou não, a verdade é que GReAT quer dizer “óptimo” em inglês, resultado que Fanny Vong diz esperar do trabalho daqui para a frente desenvolvido. “Já temos o nosso próprio centro de investigação, mas sentimos que não é suficiente para fazer face a vários problemas no sector do Turismo, pelo que precisamos de olhar a nível global, convidando vários outros centros de investigação universitários para criar esta aliança”, esclareceu a líder. Em causa está a discussão de assuntos como Turismo e Paz Mundial, Turismo e Afiliação à pobreza.
A assinatura do primeiro memorando teve lugar durante a manhã de ontem, no Fórum Global de Turismo e o anúncio da criação da GReAT foi feita à tarde, durante a cerimónia de inauguração oficial do seu novo campus, na antiga Universidade de Macau.

Cooperação regional importa, diz Secretário da OMT

O Secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT) disse ontem que “a Ásia é o motor do mundo” e sublinhou a importância do turismo cultural e da cooperação para dinamizar o sector de Macau. “Somos um parceiro comprometido com este fórum. E queremos continuar. É muito importante estarmos aqui convosco por três razões. A primeira é que aqui é a Ásia, é o nosso futuro, o futuro do mundo. De facto, a Ásia é o motor do mundo, daquilo que acontece na direcção certa”, disse Taleb Rifai na abertura do 4.º Fórum de Economia de Turismo Global, que decorre até quarta-feira, em Macau.
“E depois também porque é a China: o futuro da China é o nosso futuro (…) E em terceiro lugar porque é Macau. De facto, Macau é uma história de sucesso dos séculos XX e XXI”, acrescentou.
O 4.º Fórum de Economia de Turismo Global tem como tema “Agarrar as oportunidades de ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, tema que o responsável diz ser muito importante: falta, de facto, ‘Uma faixa, uma rota’ divulgando as novas dinâmicas do turismo global. “O primeiro aspecto é o elemento do turismo cultural e o outro é a cooperação regional. Sem a cooperação regional, [a iniciativa] ‘Uma faixa, uma rota’ não tem grande sentido”, disse.
Taleb Rifai recordou que Macau celebra este ano o décimo aniversário desde a inscrição do centro histórico da cidade como património mundial pela Unesco, salientando que essa distinção “traz oportunidades”, mas também implica “uma maior responsabilidade para encontrar o equilíbrio entre o aumento da procura turística e a preservação” desses locais.
Além de observar a importância de reforçar a conectividade entre as regiões e países da Ásia-Pacífico, Taleb Rifai apelou à facilitação dos vistos para estimular o crescimento económico e a criação de empregos através do turismo.
 

13 Out 2015

Dignidade na Saúde Mental

Verónica Madruga
(Psicóloga e Professora Universitária)

[dropcap style=’cricle’]N[/dropcap]o passado dia 10 de Outubro celebrou-se o Dia Mundial da Saúde Mental. Este ano o tema eleito foi a “Dignidade na Saúde Mental” e teve como finalidade alertar a comunidade para as constantes ameaças à dignidade no atendimento prestado à população. As pesquisas realizadas neste âmbito identificam três áreas como potenciais ameaças à dignidade, tais como estigma e discriminação, nos cuidados em regime de internamento e nas violações aos direitos humanos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o respeito pela dignidade das pessoas na prestação de serviços de saúde é uma componente essencial para proteger cada individuo de possíveis práticas abusivas, infracções corporais e danos mentais.
A nossa saúde mental, ou seja, o nosso bem-estar físico, mental e social, é um bem precioso e como tal deve ser respeitado e protegido. Os psicólogos e outros profissionais na área tem a responsabilidade de alertar, informar, educar e cuidar com estima o bem-estar colectivo.
Colocar a tónica na dignidade é fundamental porque sem o respeito e acompanhamento inclusivo, o tratamento e recuperação tornam-se ainda mais difíceis. É urgente a presença de profissionais que não só possuam o “know-how” (conhecimento) mas também possuam os “soft skills” (competências sociais) necessárias no atendimento na saúde mental, bem como na promoção da mesma.
Todos nós reconhecemos que actualmente é um desafio cada vez maior tentar lidar com todas as exigências presentes no nosso dia-a-dia. Isso torna-nos mais vulneráveis, afectando a nossa capacidade de uma boa gestão emocional e consequentemente prejudicando o nosso bem-estar psíquico.
Assim, sublinho que não devemos considerar o sofrimento psicológico como um sinal de fracasso pessoal, mas antes compreender que a procura de apoio profissional é um passo importante para a recuperação do equilíbrio emocional e psicológico.
Como idealista assumida acredito que através da consciencialização e promoção da saúde mental potencializamos as hipóteses de sucesso e recuperação eficaz dos nossos pacientes, diminuindo o isolamento, medo ou vergonha dos portadores de perturbações mentais e das suas famílias.
Como psicóloga, sou defensora que cada pessoa é um ser único e multifacetado, e como tal deve ser respeitada a sua individualidade, identidade e história de vida. Neste sentido, temos o dever de zelar pela saúde psicológica dos nossos pacientes, promovendo uma visão inclusiva e ajudando na sua reintegração e compreensão da sua condição não só pelo próprio paciente como da sua família e comunidade.
Precisamos trabalhar mais para que exista uma mudança nas atitudes sociais e promover uma consciência colectiva sobre a natureza das doenças mentais. Sendo a educação a chave para existir uma real transformação de mentalidades e uma eficaz protecção dos direitos humanos.
Em suma, protecção, prevenção e melhorias na política de saúde são essenciais para o bem-estar da população. Assim, finalizo com uma citação do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, “quando nos unimos, não há limite para o que podemos alcançar”. Por isso, vamos juntos melhorar as condições da saúde mental do território de Macau? Vocês podem sempre contar comigo, e eu? Posso contar com vocês para combater a discriminação e estigma na saúde mental?

12 Out 2015

Ng Lap Seng | Relatório diz que empresário tem má reputação e ligações perigosas

[dropcap style=’cricle’]U[/dropcap]m relatório encomendado por uma operadora de Jogo descreve o empresário de Macau Ng Lap Seng, acusado pelos EUA de subornar ex-dirigentes da ONU, como “tóxico” devido a alegadas ligações a tríades e redes de prostituição. O relatório elaborado em 2010 pela empresa de investigação privada de Steve Vickers, antigo chefe do Gabinete de Informações Criminais da Polícia de Hong Kong, foi revelado há poucos dias pelo Programa de Jornalismo de Investigação da Universidade de Berkeley, Califórnia, e traça um perfil do magnata.
A Sands quis avaliar os riscos de estabelecer negócios com Ng. A resposta foi clara: “A Internacional Risk sublinha que a reputação de Ng e as suas relações são bem mais tóxicas do que as do típico magnata chinês de Macau (…) Recomendamos à Sands que proceda com extremo cuidado em qualquer relação que estabeleça, já que associar-se com ele pode representar um grande risco à reputação” da empresa. Recorde-se que, segundo a imprensa, Ng Lap Seng seria a ligação de Leonel Alves, advogado da Sands, em Pequim para que fosse possível avançar com a venda dos hotéis do Four Seasons.
No relatório de cerca de 70 páginas, Vickers revela como Ng é descrito na imprensa como um “senhor do crime de Macau” e uma das figuras que controlam o tráfico internacional de prostituição no território.

Má Fortuna, amor ardente

O seu Hotel Fortuna, diz o relatório remetendo frequentemente para artigos de jornais (alguns dos anos 1990), era frequentado por membros da tríade Shui Fong, à qual se suspeita que Ng pertença, segundo “uma fonte do Governo ligada à regulação de jogos de Macau”.
Ng é descrito como bem conectado em termos políticos, tanto em Macau como na China – a discoteca do Hotel Fortuna era, aliás, muito frequentada por generais do Exército de Libertação Popular, indica o documento.
Entre 1999 e 2000, Ng adquiriu 34,5% do capital da Teledifusão de Macau, 15% vendidos pelo antigo Chefe do Governo Edmund Ho, e 19,5% pelo magnata Stanley Ho.
Foi responsável, em 2001, a par do Governo, pelo lançamento da Feira Internacional de Macau, que ainda hoje decorre anualmente.
O relatório observa ainda que o empresário recebeu diversas medalhas e distinções de Macau e da China e também, em 2009, um prémio do Comité dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio da Organização das Nações Unidas (ONU).
São também conhecidas as suas doações ao Partido Democrático dos Estados Unidos nos anos 1990 e à Administração de Bill Clinton, noticiadas na imprensa norte-americana por suscitarem suspeitas de que tivessem origem ilícita.
Menos conhecido é o seu alegado envolvimento na aquisição daquele que viria a ser o primeiro porta-aviões chinês. Segundo apurou Vickers, Ng terá sido o empresário por detrás da compra, num leilão, de um antigo porta-aviões russo, o Varyag, em 1998. O negócio foi feito através de uma empresa registada em Macau chamada Chong Lot por 20 milhões de dólares, que declarara a intenção de converter o navio num casino flutuante.
No entanto, o Varyag “está actualmente [em 2010] a ser requalificado e há especulações que se vá tornar um porta-aviões operacional nos próximos anos”. De facto, foi apresentado ao mundo em 2012 com o nome Liaoning.
Em Macau, onde Ng chegou em 1979, vindo do condado de Jiujiang, na província chinesa de Guangdong, construiu também o complexo residencial Windsor Arch.
Em declarações ao jornal de Hong Kong South China Morning Post, Vickers reafirmou as conclusões do relatório, mas rejeitou comentar por motivos legais. Por seu lado, o advogado de Ng, Kevin Tung, disse ao jornal que os conteúdos do relatório são baseados em “rumores”, não sendo “admissíveis em tribunal nos Estados Unidos”. “As pessoas podem dizer o que quiserem, [mas] sujeitam-se a acusações de difamação. Nesse sentido, não tenho nenhum comentário sobre essas alegações não fundamentadas”, afirmou.

ONU rejeita doação de 15 milhões de dólares

A Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) rejeitou uma doação do empresário Ng Lap Seng enquanto o também representante político de Macau está detido acusado de alegada corrupção. De acordo com a agência noticiosa France Press, o valor da doação era de 15 milhões de dólares americanos. O dinheiro era proveniente da Fundação Sun Kian Ip Group – a da empresa de Ng Lap Seng – e seria o remanescente de uma quantia anterior. Na sexta-feira, o escritório da ONU para a Cooperação Sul-Sul, a entidade mais mencionada no caso, disse que “não iria prosseguir” com a oferta da Sun Kian Ip. Em Abril, contudo, uma equipa da ONU tinha considerado a Fundação de Ng Lap Seng como “legítima”. A equipa – que veio especificamente a Macau com o propósito de avaliar a Fundação privada – considerou o empresário como “humilde, muito feliz por ter o encontro e por estar perto da ONU”, além de não ter sido detectado “qualquer problema”. Jorge Chediek, o novo director da Cooperação Sul-Sul da ONU, frisou ter encomendado a semana passada uma nova investigação interna a tudo o que esteja relacionado com a Fundação. A Sul-Sul recebeu 1,5 milhões de dólares da Fundação de Ng Lap Seng, sendo que faltariam estes 15 milhões. Chediek disse que se colocava a hipótese do dinheiro ser devolvido.

12 Out 2015

FRC | “A Arte da Ilustração em Macau e Portugal” em exposição até final do mês

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]“A Arte da Ilustração em Macau e Portugal”, exposição que reúne 40 obras de um total de 20 artistas, inaugurou ontem na Fundação Rui Cunha (FRC), depois de ter estreado, no Verão, no Porto. Da iniciativa da Associação Cultural Yun Yi, a mostra vai estar patente até ao dia 31 de Outubro.
“Foi sempre nossa missão facultar uma plataforma para o intercâmbio entre artistas de Macau e de outros países/cidades. Esperamos trazer talentos do estrangeiro para mostrar a Macau as novas tendências, tradições artísticas de outros países e, ao mesmo tempo, levar a nossa arte local lá fora”, afirmou Christine Hong Barbosa, fundadora da Associação e uma das curadoras da exposição.
Neste sentido, Portugal surgiu como uma escolha “muito natural” como primeiro destino nomeadamente pela “longa relação” e pelo background histórico. O Porto foi o palco da estreia, em particular.
“Esta exposição é muito significativa. É o primeiro ano que fazemos. Vamos tentar com que seja anual e tentar escolher outro país/cidade para aplicar o mesmo conceito. O nosso objectivo é que para o ano tenha lugar em Nova Iorque”, explicou Christine Hong Barbosa à agência Lusa. “Estamos a planear: depende do financiamento, dos participantes e, se tudo correr como esperado, espero que tenha lugar no Verão e depois novamente no Outono em Macau”.
A exposição não tem uma temática comum, tendo os 20 ilustradores ou grupos de ilustração de Portugal e Macau (dez de cada) sido convidados a apresentar os trabalhos que acabam, portanto, por ser “muito diferentes” desde logo do ponto de vista das técnicas, já que havia apenas um requisito – o tamanho – imposto para evitar dificuldades logísticas.
De Portugal chegam os trabalhos de André da Loba, Catarina Sobral, Nicolau, Rui Vitorino dos Santos, José Cardoso, Marta Monteiro, Lord Mantraste, Júlio Dolbeth, Pedro Lourenço e João Drumond. De Macau participam Eric Fok, Tun Ho, Rui Rasquinho, Kay Dung, Siomeng Chan, Kun Lam, Tim Chan, Aquino da Silva, 2UP e Chan VaiChun & Henry Chan.

8 Out 2015

Entre isto e outra coisa qualquer (Sobre o novo livro de Tiago Saldanha Quadros)

[dropcap style=’circle’]Q[/dropcap]uando em 2013 iniciámos o processo de concepção do livro Macau Sessions. Dialogues on Architecture and Society queríamos de alguma forma dar corpo, reunir, arquivar, partilhar uma espécie de estado da arte no que ao urbanismo e arquitetura de Macau diz respeito, numa perspectiva contemporânea e acessível ao público em geral, de forma a permitir o alargamento do debate de questões que afinal são do interesse de todos.
Sentíamos que o conhecimento que se produz sobre Macau nesta área do saber estava muito disperso, sendo publicado por autores e especialistas sediados em Macau, mas também nos Estados Unidos, na Austrália, em Singapura, Hong Kong, China e Portugal.
Como poderíamos nós reunir, compilar, partilhar esse conhecimento no sentido de iniciar uma reflexão e um debate que fosse mais universal, mais abrangente, mais relevante e sobretudo mais inclusivo?
Explorámos ideias, alternativas, modalidades. Tratando o livro, como projecto curatorial, e seguindo o exemplo de Hans Ulrich Obrist, optámos pela entrevista, explorando “the idea of an interview with an artist (architect) as a medium” e assumindo que todo aquele que intervém na cidade participa e colabora na criação daquilo que desejaríamos que fosse uma obra de arte.

A entrevista – entre o olhar de um e de outro

Uma entrevista é um diálogo e situa-se entre o que um vê e o que vê o outro (entre-vistas). O diálogo é, por oposição ao discurso, a forma mais dinâmica da inteligência humana, é a inteligência interrompida, interrogada, e por isso estimulada à sua máxima expressão, acuidade, a assertividade no imediato da conversação. Diria mesmo que o diálogo é a inteligência em movimento.
Como método de investigação a entrevista permite enunciar elementos de reflexão extremamente ricos. Há na entrevista, conversação, diálogo um contacto entre o investigador e os seus interlocutores, que obriga a uma sistematização e clarificação dos conteúdos muitas vezes difíceis de encontrar em textos de natureza académica, facilitando por isso um debate mais alargado, mais inclusivo. tiago quadros
Por outro lado, a entrevista permitiria aos entrevistados a partilha de uma dimensão mais humanizada das suas práticas, da análise de problemas específicos, reconstituindo processos de acção, de experiências ou acontecimentos do passado.

A assemblage

Este livro transformou-se numa assemblage: pedaços de “coisas” que se reuniram num único contexto. O conjunto, agrupamento ou reunião dessas “coisas”, “ideias”, “pensamentos”, “práticas”, “pontos de vista” ou “pontos entre vistas” pode revelar e gerar um qualquer número de “efeitos”:

In a book, as in all things, there are lines of articulation or segmentarity, strata and territories; but also lines of flight, movements of deterritorialization and destratification. Comparative rates of flow on these lines produce phenomena of relative slowness and viscosity, or, on the contrary, of acceleration and rupture. All this, lines and measurable speeds constitutes an assemblage. A book is an assemblage of this kind, and as such is unattributable. It is a multiplicity — but we don’t know yet what the multiple entails when it is no longer attributed, that is, after it has been elevated to the status of the substantive. On side of a machinic assemblage faces the strata, which doubtless make it a kind of organism, or signifying totality, or determination attributable to a subject; it also has a side facing a body without organs, which is continually dismantling the organism, causing a signifying particles or pure intensities or circulate, and attributing to itself subjects what it leaves with nothing more than a name as the trace of an intensity… (Deleuze)

Entendido deleuzianamente, este livro pode produzir, pelo menos assim o desejamos, um número infindo de efeitos, em vez de se apresentar como um todo organizado e coerente que procura apresentar uma visão única e dominante. A beleza desta abordagem reside exactamente na liberdade obtida por via da falta de organização sistemática, permitindo a inclusão no seu corpo de um número muito diverso de elementos, que podem aglomerar-se entre si ou entrar noutras assemblages com os seus leitores, livrarias, ou bibliotecas.
Ser curador, na sua dimensão mais contemporânea, significa preservar, no sentido de preservar o património, a arte; significa seleccionar novos trabalhos, ideias, pensamentos, ligá-los à história da arte e das ideias e da filosofia; e apresentá-los de forma única ao mundo, exibindo-os, partilhando-os.
Joseph Beuys falou-nos na ideia de expandir a noção de arte. Gilles Deleuze procurou expandir a noção de livro e Hans Ulrich Obrist expandiu a noção de curadoria. Aqui procurámos situar-nos entre isto e outra coisa qualquer. Ou seja, procurámos o lugar da cidade enquanto obra de arte pública (no sentido em que todos podem/devem participar, colaborar), a entrevista enquanto médium e o livro enquanto assemblage deleuziana ou projecto de curadoria obristiana.
Entre isto e tudo o que este livro assim concebido puder ou conseguir despertar, dar existência.
Enfim, entre isto e outra coisa qualquer, porque ser-se entre, é ser-se por definição indefinido.

Margarida Saraiva
Directora Artística
BABEL – Organização Cultural

8 Out 2015

Morreu José Braz Gomes

Morreu ontem de manhã, no hospital da Cruz Vermelha em Lisboa, José Braz Gomes. Tinha 69 anos e foi vítima de doença prolongada, avança a Rádio Macau. Braz-Gomes veio trabalhar para o Banco Nacional Ultramarino de Macau em 1982 e, em 2011, numa altura em que era director do ‘private banking’ do BNU, foi nomeado director-geral da sucursal offshore em Macau da Caixa Geral de Depósitos. Foi ainda vice-presidente do Clube Militar de Macau durante vários anos e fez parte da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo em 2004.

7 Out 2015

Caso Dore | PJ já recebeu 45 queixas que envolvem 500 milhões

No dia em que investidores na empresa de junkets Dore entregou nova petição junto da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) a pedir apoio ao Governo, a Rádio Macau avançou que já 45 queixas sobre o caso foram entregues na Polícia Judiciária (PJ), as quais envolvem 500 milhões de dólares de Hong Kong investidos.
A Rádio Macau avança ainda que o total do dinheiro a recuperar será de 700 milhões de dólares de Hong Kong, sendo que mais de 80 pessoas terão saído prejudicadas. Cerca de dez investidores entregaram ontem a petição na DSF e um dos participantes confirmou à Rádio Macau que um advogado já está a tratar do caso.
Para ontem estava também prevista uma manifestação junto do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, com partida do casino Wynn, mas segundo o canal chinês da Rádio Macau a mesma foi cancelada por ter sido negada a sua autorização pela PSP. Um dos participantes explicou que o pedido ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) foi feito “com demasiada pressa”, mas garantiu que “a luta não vai parar por aqui”.

7 Out 2015