Coreias | Arrancou terceira cimeira para fazer avançar desnuclearização

[dropcap style≠‘circle’]K[/dropcap]im Jong-un  e Moon Jae-in encontram-se pela terceira vez desde Abril num clima excepcionalmente amistoso que pode trazer progressos no processo de desnuclearização do Norte.

Os líderes das duas Coreias voltaram ontem a reunir-se, até quinta-feira, no Norte, numa tentativa de desbloquear o diálogo entre o regime de Kim Jong-un e os Estados Unidos para a desnuclearização da península.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, tem pedido progressos na assinatura de um tratado de paz que ponha fim ao estado de guerra que tecnicamente se mantém na península para, em troca, executar passos concretos para desmantelar o seu arsenal nuclear e de mísseis tal como exigem os Estados Unidos.

A Guerra da Coreia (1950-53) terminou com a assinatura de um armistício, que Kim pretende ver agora substituído por um tratado de paz.

Washington, por seu lado, deu já a entender que precisa de mais garantias, como a autorização de Pyonyang para a entrada de inspectores ou a divulgação dos inventários de armas, antes de começar a elaborar um acordo de paz e de fim das sanções que pesam sobre o regime.

Para o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a Coreia do Norte “tem vontade de efectuar a desnuclearização” e os Estados Unidos estão prontos a voltar a página das relações hostis.

Boas energias

O encontro de Kim e Moon, que viajará de avião para o Norte, será o terceiro desde o final de Abril, o que confirma um excepcional clima de distensão na península.

O objectivo é dar um novo impulso às negociações entre Washington e Pyongyang sobre o processo de desnuclearização, há várias semanas num impasse.

Moon admitiu, na quinta-feira passada, a existência de bloqueios e afirmou que os dois lados precisam de definir compromissos para avançar na questão chave dos programas nuclear e de mísseis do Norte.

“A Coreia do Norte tem vontade de efectuar a desnuclearização e portanto desfazer-se das suas armas nucleares (…) e os Estados Unidos têm vontade de pôr fim às relações hostis com o Norte e de dar garantias de segurança”, declarou o Presidente sul-coreano, no final de uma reunião com os seus conselheiros.

“Mas há bloqueios pois cada lado exige ao outro que actue primeiro. Penso que vão estar em condições de encontrar um ponto de compromisso”, declarou.

O clima de reconciliação na península começou em Junho, em Singapura, com a cimeira histórica entre Kim e o Presidente norte-americano, Donald Trump, durante a qual o líder norte-coreano se comprometeu a trabalhar em prol da desnuclearização da península.

Para Washington, a desnuclearização tem de ser “definitiva e inteiramente verificada” e o processo está bloqueado há várias semanas.

Pressão britânica

O chefe da diplomacia britânica disse ontem que está na hora da Coreia do Norte tomar medidas concretas para eliminar as suas armas nucleares, no dia em que começou a cimeira entre os líderes das duas Coreias. “Precisamos ver as acções agora”, afirmou em Tóquio, no Japão, o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Jeremy Hunt, ao mesmo tempo que sublinhou que o diálogo ajudou a melhorar o clima político. O governante, que está no Japão no âmbito de conversações com o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, disse à agência de notícias Associated Press que o Reino Unido está pronto para levantar algumas das sanções económicas impostas à Coreia do Norte, desde que existam provas concretas de uma mudança do lado norte-coreano.

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