Venezuela: Organização de Estados Americanos critica “eleições sem democracia”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Organização de Estados Americanos (OEA) condenou o Presidente da Venezuela por realizar eleições sem existir democracia no país e considerou as presidenciais de domingo “uma farsa”.

“Não se pode ter democracia sem eleições, mas Nicolás Maduro demonstrou que podem realizar-se eleições sem ter democracia”, disse o secretário-geral da OEA, Luís Almagro, num comunicado divulgado na segunda-feira.

Para a OEA, o último domingo “foi um dia infame para a democracia nas Américas”, em que “o ditador [Nicolás] Maduro tentou, sem sucesso, dar uma roupagem democrática ao seu regime totalitário”.

“O totalitarismo e a democracia não podem conviver. As eleições na Venezuela foram um exercício sem as mínimas garantias para o povo, realizaram-se com uma falta generalizada de liberdades públicas, com candidatos e partidos proscritos e com autoridades eleitorais carentes de qualquer credibilidade, submetidas ao poder executivo”, afirmou.

Por outro lado, Almagro destacou que “o Estado [venezuelano] usou todos os recursos à sua disposição para a farsa”.

“Não reconhecemos Nicolás Maduro como o Presidente legítimo da Venezuela. A Venezuela necessita de um governo de transição que possa gerar um sistema eleitoral legítimo, que por sua vez permita soluções para o país”, afirmou.

Segundo Luís Almagro, “o pior que pode acontecer à Venezuela é o prolongamento da ditadura”.

“A crise humanitária, resultado da falta de comida e medicamentos, é cada vez mais profunda, como testemunham milhares de venezuelanos que abandonam o país diariamente”, frisou.

As instituições venezuelanas “não têm nenhuma legitimidade nem credibilidade”, acrescentou.

“O sistema político, as suas autoridades e o seu Presidente são uma fraude. Vamos dar resposta à falta de democracia na Venezuela. Não podemos ser indiferentes e não o seremos. Continuaremos a lutar por sanções mais fortes contra o regime. Continuaremos a lutar pelo fim da ditadura venezuelana”, concluiu.

Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais antecipadas de domingo com 5.823.728 (67,7%) votos, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.

O opositor Henri Falcon obteve 1.820.552 votos. O pastor evangélico Javier Bertucci 925.042 e o engenheiro Reinaldo Quijada 34.6714 votos, indicou o CNE.

De acordo com o CNE, foram registados 8.603.936 votos válidos, que correspondem a uma participação de 46% dos 20.527.571 eleitores.

Catorze países chamam embaixadores para consultas e reduzem relações com a Venezuela

Os 14 países do Grupo de Lima chamaram para consultas os seus embaixadores em Caracas e anunciaram que vão reduzir as relações diplomáticas e apresentar um protesto pelos resultados das eleições presidenciais de domingo na Venezuela.

O Grupo de Lima é formado pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.

Num comunicado conjunto afirmam “não reconhecer a legitimidade” das eleições presidenciais antecipadas de domingo, em que Nicolás Maduro foi reeleito Presidente da Venezuela, “por não cumprirem com as regras internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente”.

“Acordamos reduzir o nível das relações diplomáticas com a Venezuela, pelo que os embaixadores [destes 14 países] em Caracas vão ser chamados a consultas e vão ser convocados os embaixadores da Venezuela para expressar o nosso protesto”, lê-se no documento.

Por outro lado, o Grupo de Lima “reitera a sua preocupação pelo agravamento da crise política, económica, social e humanitária que tem deteriorado a vida na Venezuela, que se vê refletida na migração em massa de venezuelanos que chegam aos nossos países em difíceis condições e na perda das instituições democráticas, do estado de direito e da falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos”.

Também que vão apresentar, no quadro do 48º período de sessões da assembleia-geral da Organização de Estados Americanos, uma nova resolução sobre a situação na Venezuela.

Nesse sentido propõe aos países da região a adoção de várias medidas para atender os fluxos migratórios de venezuelanos “obrigados a abandonar o seu país” devido à crise.

Essas medidas passam por uma reunião de alto nível (para a primeira quinzena de junho) com autoridades migratórias dos distintos países para trocar experiências e definir diretrizes para uma resposta integral que inclua temas de facilidades migratórias e documentos de identidade.

“Considerar a possibilidade de realizar contribuições financeiras destinadas a organismos internacionais competentes para fortalecer as capacidades institucionais dos países da região, em especial os países vizinhos, para atender o fluxo migratório dos venezuelanos”, é outra possibilidade admitida pelo grupo no documento.

Por outro lado, convocam uma reunião com responsáveis pelo setor da saúde, para coordenar ações em matéria de saúde pública e fortalecer a cooperação, para atender “a emergências”, dar apoio no abastecimento de medicamentos por instituições independentes e desenvolver ações de vigilância epidemiológica na Venezuela e em países vizinhos, em particular perante o reaparecimento de doenças como o sarampo, o paludismo e a difteria.

O Grupo de Lima prevê ainda solicitar às autoridades de cada país que emitam boletins e circulares ao sistema financeiro e bancário sobre o risco em que podem incorrer se realizarem operações com o Governo da Venezuela e coordenar ações internacionais para que não sejam concedidos empréstimos ao Governo da Venezuela, exceto para ações de ajuda humanitária.

“O Grupo continuará acompanhando o desenvolvimento da situação na Venezuela, com o propósito de adotar as medidas adicionais que correspondam, de maneira individual ou coletiva, para favorecer o restabelecimento do estado de direito e da ordem democrática nesse país”, conclui.

22 Mai 2018

Casinos | MGM pediu aprovação para as novas salas de fumo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] MGM apresentou ao Governo o pedido de aprovação dos espaços para fumadores, de acordo com o regime que regula a matéria. A informação foi dada ontem pelo Director Executivo do MGM, Grant Bowie, ao canal chinês de televisão da TDM.

“Submetemos o nosso pedido à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e aos Serviços de Saúde e agora estamos à espera para ter as aprovações finais”, referiu o responsável.

De acordo com Grant Bowie, o trabalho da MGM está completo e em conformidade com o exigido legalmente, pelo que agora é esperar que o Governo seja expedito a dar seguimento aos pedidos. “O processo de aprovação da nossa parte está completo e gostaríamos de ver o Governo a dar andamento à aprovação oficial o mais depressa possível” apontou.

22 Mai 2018

Coloane | Leong Sun Iok quer controlo de construções ilegais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Leong Sun Iok pede ao Executivo uma optimização da gestão de terras de modo a que os recursos naturais sejam preservados. Em causa, diz o deputado em interpelação, está a protecção de Coloane que “com a construção em massa de edifícios e casinos é uma espécie de pátio para os residentes onde podem desfrutar da natureza nos momentos de lazer”.

No entanto, as construções ilegais têm vindo a crescer naquela área, nomeadamente na zona da Hac Sá, e, na opinião de Leong, devem ser fiscalizadas. Mas, o mesmo problema pode ser identificado em outras zonas de Coloane. Para o deputado, o Executivo não está a fazer uso do seu dever de gerir terras.

“Devido à má gestão de terras em Macau, o meio ambiente natural de Coloane tem vindo a ser destruído com ocupações ilegais e o Governo tem sido incapaz de controlar a situação”, lê-se. No entender do deputado, a situação reflecte “a ausência de mecanismos reguladores capazes”.

Para Leong Sun Iok, as autoridades deviam dar prioridade à preservação dos recursos naturais do território. Como tal, exige ao Governo esclarecimentos no que respeita a medidas para proteger os espaços verdes de Coloane e como pensa combater as construções ilegais que continuam a existir.

22 Mai 2018

Coreia do Sul e EUA vão continuar esforços para realizar cimeira

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s presidentes da Coreia do Sul e dos Estados Unidos acordaram ontem continuar com os esforços para realizar a histórica cimeira com a Coreia do Norte, depois de o regime de Pyongyang ter ameaçado cancelar o encontro. Segundo um comunicado da presidência de Seul, os presidentes Moon Jae-in e Donald Trump conversaram ao telefone, durante 25 minutos, para analisarem os últimos desenvolvimentos da Coreia do Norte em relação à cimeira prevista para 12 de Junho, em Singapura. Moon e Trump concordaram em continuar a trabalhar em estreita colaboração para garantir que o encontro se realize e seja um êxito, adiantou a mesma fonte.
A 15.ª conversa telefónica entre Moon e Trump aconteceu depois de o regime de Pyongyang ter ameaçado cancelar o histórico encontro entre os líderes norte-coreano e norte-americano, por causa das exigências unilaterais de Washington em relação ao programa de desnuclearização da Península da Coreia.
O chefe do Executivo de Seul estará em Washington nesta semana para se reunir com Trump e “fazer a ponte”, a três semanas daquela que, se acontecer, será a primeira cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
Na quarta-feira, Pyongyang cancelou uma reunião de alto nível com Seul, argumentando que a Coreia do Sul e os Estados Unidos estavam a realizar manobras conjuntas que parecem um ensaio para invadir o território norte-coreano, apesar de terem recebido autorização e visto das autoridades norte-coreanas. Horas mais tarde, o regime de Kim Jong-un assegurou que também a cimeira com Trump estava em perigo face às pressões dos Estados Unidos em torno do modelo de desnuclearização que querem impor à Coreia do Norte, baseado no que foi usado na Líbia.
Até agora cordial e construtiva, a postura do regime de Pyongyang deu uma reviravolta, face à qual a Coreia do Sul, que tem sido o grande artífice da anunciada cimeira, decidiu apostar na mediação para garantir a realização do encontro.

21 Mai 2018

Automobilismo | Rodolfo Ávila à porta do pódio em Zhuhai

[dropcap style=’circle’] R [/dropcap] odolfo Ávila ficou perto de subir ao pódio na segunda jornada dupla do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) que decorreu este fim-de-semana em Zhuhai.
Depois de um desafortunado primeiro fim-de-semana do campeonato sem pontos em Xangai, Rodolfo Ávila esteve perto de subir ao pódio nas duas corridas, realizadas este fim de semana, no Circuito Internacional de Zhuhai.
Após colocar o VW Lamando GTS nº9 no topo da tabela de tempos no primeiro treino livre, na qualificação o piloto português radicado em Macau conquistou o segundo lugar da grelha de partida para a corrida de sábado, ficando a 0.023 segundos da ‘pole position’. Contudo, na corrida, um arranque menos feliz custou-lhe duas posições, as quais foram impossíveis de recuperar numa prova de oito voltas que foi encurtada em duas voltas, acabando por terminar atrás do ‘safety car’ devido a um acidente entre dois concorrentes, refere um comunicado enviado pela assessoria do piloto da SVW333 Racing.
“Não fiz um bom arranque e perdi duas posições. Dei o meu melhor para tentar chegar ao pódio, mas este fim-de-semana tivemos sempre dificuldade em acompanhar os KIA e os Ford”, referiu o vice-campeão da edição 2017 do CTCC.

Potência perdida
No Domingo, na corrida principal, com a grelha formada pela ordem inversa dos primeiros doze classificados da primeira corrida, Rodolfo Ávila largou do nono posto. Após um início empolgante, em que subiu cinco posições em sete voltas e quando se preparava para atacar o adversário que seguia à sua frente na terceira posição, Ávila foi forçado a abandonar.
“Estava com um ritmo forte, mas a pressão do óleo do motor já vinha a descer nas últimas quatro voltas, até que comecei a perder potência e parei imediatamente o carro para não danificar o motor”, explicou Ávila, citado na mesma nota enviada às redacções.
O piloto português radicado em Macau não escondeu uma ligeira frustração: “Acho que um lugar no pódio estava hoje [ontem] perfeitamente ao nosso alcance. Fizemos alterações nas afinações que resultaram, mas as corridas são mesmo assim. Há que continuar a trabalhar para melhorar o comportamento do carro e a sua fiabilidade”.
A temporada do CTCC continua dentro de 15 dias, no primeiro fim-de-semana de Junho, desta vez no Circuito Internacional de Guangdong, nos arredores da cidade de Zhaoqing.

21 Mai 2018

Comércio | China e EUA renunciam a guerra comercial entre os dois países

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] China e os Estados Unidos decidiram renunciar a qualquer guerra comercial e à imposição de novas taxas entre os dois países, afirmou ontem o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, citado pela agência de notícias Xinhua.

“As duas partes chegaram a um consenso, não participarão numa guerra comercial e não aumentarão as respectivas taxas”, adiantou o governante, que liderou a delegação chinesa que se encontrou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, em Washington.
Entretanto, foi noticiado no sábado que Washington e Pequim concordaram em reduzir “significativamente” o défice comercial dos Estados Unidos, de acordo com um comunicado conjunto após negociações na capital dos Estados Unidos. “Houve um consenso em tomar medidas para reduzir significativamente o défice americano no comércio de mercadorias com a China”, escrevem os dois lados sem, no entanto, fornecer números.
A Casa Branca exige uma redução de cerca de 170 milhões de euros do seu défice com o gigante asiático. No ano passado, os Estados Unidos registaram um défice de cerca de 318 milhões de euros com Pequim.

Oferta e procura
“A fim de atender à crescente procura pelo consumo chinês e à necessidade de desenvolvimento económico de alta qualidade, a China aumentará significativamente as suas compras de bens e serviços dos Estados Unidos, o que apoiará o crescimento e o emprego dos Estados Unidos”, continua o texto difundido pela Casa Branca. Os negociadores americanos e chineses concordaram ainda avançar com um “aumento significativo” nas exportações dos EUA nos sectores agrícola e de energia. “Os Estados Unidos enviarão uma equipa à China para trabalhar nos detalhes” de um acordo, anunciaram, sugerindo que a delegação chinesa, chegada no início da semana, já deixou Washington.
Os dois países, com fortes laços comerciais e financeiros, iniciaram algumas semanas de negociações delicadas para tentarem encontrar uma solução para a sua disputa comercial após meses de tensões, medidas e ameaças de retaliação comercial de ambos os lados, com o receio de uma guerra comercial com consequências imprevisíveis.
Uma delegação liderada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, visitou Pequim há duas semanas. Em seguida, uma delegação chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, amigo íntimo do presidente chinês, havia continuado esta semana as negociações, desta vez na capital federal.
As negociações foram realizadas apenas alguns dias antes do final de um período de consultas sobre novas sanções dos EUA sobre as importações chinesas.

21 Mai 2018

Portugal | Governo revela investimentos chineses na área da indústria

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, revelou que analisou com o homólogo chinês, em visita a Portugal, “novas oportunidades de investimento de empresas chinesas em Portugal, designadamente industrial”.

Após “uma reunião muito proveitosa” com o Conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wank Yi, o membro do Governo português anunciou também a possibilidade de aumentar as exportações portuguesas para aquele mercado asiático.
“Também estão em curso na China processos de inspecção sanitária muito importantes para o desenvolvimento das exportações portuguesas para o mercado chinês, designadamente produtos na área agropecuária e alimentar”, referiu Augusto Santos Silva, acrescentando que espera que “esse processo esteja concluído ainda este ano”.
Augusto Santos Silva afirmou também que Portugal “está muito interessado em participar na grande iniciativa desenvolvida pela China, conhecida como nova Rota da Seda”. O ministro português aludiu às “razões geográficas e económicas” do país para afirmar que Portugal “pode ser um bom ponto de encontro entre a faixa terrestre e a rota marítima da nova Rota da Seda”.
Assinalando que o país asiático “é o sexto fornecedor de bens a Portugal”, o governante realçou que “o aumento das exportações portuguesas para a China significará que ambos os países beneficiam de uma relação comercial cada vez mais importante”. Santos Silva declarou que “as relações entre os dois países são excelentes”, sustentando que a “razão dessa excelência” funda-se “na mesma visão sobre a ordem internacional baseada em regras, baseada no multilateralismo”.
“Portugal e China estão unidos na defesa de uma globalização inclusiva que todos possam beneficiar, na defesa do comércio internacional, na resistência ao regresso de formas de proteccionismo comercial”, disse.
Augusto Santos Silva ressalvou “a importância” que ambas as nações dão “às agendas essenciais para o futuro da humanidade, a agenda do Acordo de Paris e a agenda do Clima ou a agenda dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”.

Outono em Pequim
O ministro afirmou que tem uma visita prevista para a China “no próximo Outono”, também para preparar a estada do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, em Portugal no fim deste ano.
Augusto Santos Silva limitou-se a dizer que “se trata de uma operação de mercado que dever ser acompanhada pelas entidades reguladoras competentes”, sem se ter referido a hipotética alteração à lei que facilita a OPA chinesa na EDP.
O Conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi frisou que “China e Portugal ficam nos dois extremos do continente euro-asiático, mas as relações e laços entre os dois países são estreitas”.
Wang Yi assinalou que, “especialmente nos últimos anos”, Portugal tem mostrado “espírito de abertura e inclusão” e em “expandir a cooperação e fazer com que a Parceria Estratégica Global seja elevada para um novo patamar”. “Vamos manter a nossa cooperação e aumentar a nossa confiança política, para consolidar a relação bilateral”, afirmou Yi, manifestando agrado pela possibilidade de Portugal, que goza de “uma posição privilegiada”, constituir “um parceiro para a construção de uma rota da seda” e “formar Portugal como país estratégico”.
Salientando a “abertura mais inclusiva chinesa a investimentos estrangeiros”, Wang Yi notou que a China pretende “aumentar a importação de produtos agrícolas de Portugal e explorar novas oportunidades na área da energia e do financiamento”.
Portugal e China estabeleceram uma Parceria Estratégica Global em 9 de Dezembro de 2005, para reforço da cooperação em vários domínios, com especial enfoque para o diálogo político, a economia, a língua, a cultura e a educação, a ciência e tecnologia, a justiça e a saúde.

21 Mai 2018

Costa Nunes | Educadora e psicóloga com funções suspensas

[dropcap style-‘circle’] U [/dropcap] ma educadora e a psicóloga do jardim de infância D. José da Costa Nunes estão com as suas funções suspensas. A informação consta de um comunicado enviado aos pais daquela instituição acerca do relatório que seguiu para a DSEJ.
O jardim de infância D. José da Costa Nunes entregou na quinta-feira o relatório relativo aos casos de alegado abuso sexual à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e, para já, uma educadora e a psicóloga daquela escola estão com as suas funções supensas.
De acordo com o canal de rádio da TDM, a suspensão consta de um comunicado enviado pela Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) aos pais e encarregados de educação do jardim de infância, a que a Rádio Macau teve acesso. Trata-se de uma comunicação que resume os principais pontos do relatório enviado pela instituição à DSEJ sobre o caso de alegados abusos sexuais por parte de um servente a várias crianças que frequentam a instituição.
As suspensões da educadora e da psicóloga foram decididas no momento em que o relatório foi entregue à DSEJ. De acordo com a APIM, a educadora de infância apenas transmitiu à direcção da escola as suspeitas em relação ao funcionário dois meses depois de essas suspeitas terem sido transmitidas, em primeira mão, pelos pais.
Essa informação foi transmitida à direcção da escola a 24 de Abril de 2018, durante uma reunião que se destinava a “discutir assuntos pedagógicos da turma em questão”. A docente em causa relatou à directora da escola “pela primeira vez parcialmente a conversa passada com pais”, referindo-se aos alegados abusos sexuais.

Informação “insuficiente”

A APIM alega que, nessa altura, havia ainda “pouca informação sobre o caso relatado e a convicção de que a informação que existia não tinha sido valorizada pelos próprios pais, que preferiram agir com discrição”, refere a mesma fonte.
Ainda assim, alega-se que a directora tentou determinar a veracidade das suspeitas, “tendo aumentado a frequência das visitas às salas e determinado um prazo para revisitar a questão com a educadora, caso não surgissem entretanto indícios que justificassem elevar a questão”, refere-se na comunicação a que a Rádio Macau teve acesso.
“A razão dada para esta cautela no procedimento prendeu-se com a sensibilidade da natureza das referências que, tratadas de forma precipitada, poderiam ser detrimentais para as crianças, para o pessoal escolar e causar também o desagrado dos encarregados de educação, caso efectivamente estes não valorizassem ou vissem mérito nessas mesmas diligências”, aponta a instituição.
A 8 de Maio, refere-se na comunicação, a directora é informada de um novo caso e, por fim, informa a APIM do sucedido que, tal como alguns encarregados de educação, “procederam à formalização de queixas-crime”. Foi então que o funcionário em causa foi suspenso e impedido de voltar ao jardim de infância.

21 Mai 2018

Diplomacia | MNE de Portugal visita Macau no Outono

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] ministro português dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, vai incluir uma visita a Macau na deslocação à China, prevista para o próximo Outono. “Nessa ocasião visitarei também a Região Administrativa de Macau, porque o Fórum de Macau é o instrumento certo para promover a cooperação entre a China, Portugal e os países africanos de língua portuguesa”, vincou, sem ter comentado a Oferta Pública de Aquisição chinesa da eléctrica portuguesa EDP. A visita de Santos Silva à China tem como objectivo preparar a visita do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, a Portugal, que pode acontecer até ao final do ano. O agendamento destas visitas resultaram de um encontro entre Augusto Santos Silva e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, em Lisboa.

21 Mai 2018

“Manbiki Kazoku” do japonês Kore-Eda venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme “Manbiki Kazoku”, do japonês Kore-Eda, venceu a Palma de Ouro da 71.ª edição do Festival de Cinema de Cannes, cujo júri é presidido pela atriz australiana Cate Blanchett, foi anunciado.

“Manbiki Kazoku”, a primeira Palma de Ouro japonesa desde 1997 (ano em que foi distinguido “A enguia”, de Shohei Imamura), conta a história de uma família que vive de roubos em lojas e acolhe uma menina vítima de abusos.

O júri, que além de Cate Blanchett inclui, entre outros, as atrizes Kristen Stewart e Léa Seydoux, decidiu atribuir o Grande Prémio a “BlacKkKlasman”, do norte-americano Spike Lee.

Em “BlacKkKlansman”, filme passado na década de 1970, o realizador aborda temas como o racismo e a extrema-direita e termina com imagens dos confrontos de agosto do ano passado em Charlotesville, no estado norte-americano da Virginia, entre nacionalistas brancos e antifascistas.

A Palma de Ouro especial foi atribuída ao cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard, que estava em competição pela Palma de Ouro com o filme “Le livre d’image”, e o prémio de Melhor Realizador ao polaco Pawel Pawlikowski por “Cold War”.

O prémio de melhor ator foi para o italiano Marcello Fonte (pelo papel que interpreta em “Dogman”, de Matteo Garrone) e o de melhor atriz para a cazaque Samal Esljamova (“Ayka”, de Sergueï Dvortsevoï).

O Festival de Cinema de Cannes contou este ano com vários filmes portugueses, nomeadamente “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, distinguido com o Grande Prémio da Semana da Crítica, e o documentário “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, que conquistou o prémio especial do júri da secção ‘Un Certain Regard’, onde foi estreado.

Na Semana da Crítica esteve também a curta-metragem “Amor, Avenidas Novas”, de Duarte Coimbra.

No programa dedicado aos clássicos, foi exibida uma versão restaurada de “A ilha dos amores”, de Paulo Rocha, e, fora de competição, estreou-se “O grande circo místico”, do realizador brasileiro Cacá Diegues, rodado em Portugal.

A 71.ª edição do Festival de Cinema de Cannes encerra hoje com a estreia mundial de “O homem que matou D. Quixote”, de Terry Gilliam.

Ainda com um processo judicial em curso, Terry Gilliam terá agora oportunidade de mostrar no grande ecrã um projeto que o acompanha há quase trinta anos, numa adaptação livre do romance “D. Quixote de la Mancha”, de Miguel Cervantes.

“O homem que matou Dom Quixote” é um projeto antigo de Terry Gilliam, que remonta a 1989 e cuja produção sofreu sucessivos solavancos e interrupções, com problemas com elenco e com financiamento, sendo descrito pela imprensa especializada como um filme amaldiçoado.

Palmarés da 71.ª edição do Festival de Cinema de Cannes

Palma de Ouro: “Manbiki Kazoku”, de Hirokazu Kore-Eda

Grande Prémio: “BlacKkKlansman”, de Spike Lee

Prémio do júri: “Capharnaüm”, de Nadine Labaki

Palma de Ouro especial: Jean-Luc Godard

Prémio de Melhor Realizador: Pawel Pawlikowski, “Cold War”

Prémio de Melhor Argumento (ex-aequo): Alice Rohrwacher, “Lazzaro Felice” e Jafar Panahi e Nader Saeivar, “Trois visages”

Melhor Atriz: Samal Esljamova, “Ayka”

Melhor Ator: Marcello Fonte, “Dogman”

Câmara de Ouro: “Girl”, de Lukas Dhont

Palma de Ouro de curta-metragem: “All these creatures”, Charles Williams

Menção especial em curta-metragem: “Yan Bian Shao”, Wei Shujun

20 Mai 2018

IC recolhe obras a partir de 8 de Junho para exposição colectiva

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) vai proceder, a partir do próximo dia 8 e até dia 12, à recolha de obras para a Exposição Colectiva das Artes Visuais de Macau. A mostra, que substitui a Exposição Anual de Artes Visuais, vai passar a ser organizada de dois em dois anos. Os concorrentes podem participar a título individual ou colectivo.

Cada participante pode submeter um número máximo de três peças/conjuntos de trabalhos, sendo que as séries podem ter um máximo de quatro itens. As obras a apresentar precisam ter sido produzidas nos últimos dois anos e nunca terem sido expostas ao público em Macau.

No que diz respeito a galardões, vai ser atribuído o grande prémio do júri, em que o autor da obra premiada será convidado a realizar uma exposição individual e a produzir uma publicação especial a ela dedicada, com o apoio do IC; serão distinguidas dez Obras Excelentes e dez Obras Seleccionadas; e ainda um Prémio Juventude para o melhor trabalho entre os concorrentes com idade até 29 anos.

Todas as obras de candidatos serão avaliadas e seleccionadas por um júri constituído por profissionais do mundo da arte de Macau e do exterior, esperando-se que a selecção tenha lugar até Julho. A Exposição Colectiva das Artes Visuais de Macau é dedicada aos meios de expressão ocidentais, nomeadamente pintura, fotografia, gravura, cerâmica, escultura, instalações, vídeo e outras criações em interdisciplinaridade. Segundo o IC, a mostra visa, “através de uma fusão de espírito inovador e criações de meios de expressão ocidentais, explorar a possibilidade do desenvolvimento e inovação dos trabalhos relativamente à categoria de expressão plástica ocidental, impulsionar o desenvolvimento de arte visual de Macau e criar uma plataforma de intercâmbio cultural e artística”.

18 Mai 2018

Fretilin acusa coligação de oposição de “tentativa de pressão” em Timor

O líder da Fretilin, no Governo em Timor-Leste, acusou ontem a coligação da oposição, que venceu as legislativas de sábado, de uma “tentativa de pressão”, que “não é admissível”, sobre o Presidente do país, Francisco Guterres Lu-Olo

 

 

[dropcap style≠‘circle’]”É[/dropcap] falta de noção de Estado. O Presidente Lu-Olo é Presidente da República. Quando se candidatou, candidatou-se como presidente da Fretilin, toda a gente sabe, mas é Presidente da República”, afirmou Mari Alkatiri, primeiro-ministro cessante. “É uma tentativa de pressão sobre um órgão de soberania que não é admissível, não é democracia”, sublinhou o líder da Fretilin, que ficou em segundo lugar nas eleições de sábado passado.

Alkatiri comentava assim declarações do líder da coligação Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), Xanana Gusmão. Na terça-feira, Xanana disse esperar que o chefe de Estado seja “Presidente da nação e não da Fretilin”, quando considerar eventuais vetos políticos.

“O Presidente Lu-Olo, para vetar, tem que apresentar duas razões: uma legal e outra política. Se a política tende para o partido dele, porque não deixou de ser presidente da Fretilin, o que é lamentável, se é por causa disso, vou questionar”, afirmou Xanaa Gusmão, em conferência de imprensa conjunta com o “número dois” da AMP, Taur Matan Ruak. “Estamos aqui dois ex-Presidentes e vamos questionar isso. A ele, [Francisco Guterres] Lu-Olo. O problema é que nós iremos exigir a Lu-Olo ser Presidente da nação, não um presidente da Fretilin, colocado no Aitarak Laran”, disse, referindo-se ao Palácio Presidencial.

 

Veto no horizonte

No VI Governo, do qual Xanana Gusmão fazia parte, o então Presidente Taur Matan Ruak fez um voto político do Orçamento Geral do Estado, numa altura em que já estava a ser preparado o Partido Libertação Popular (PLP), que Matan Ruak liderou na campanha para as eleições de 2017.

Com uma campanha marcada por duras críticas ao Congresso Nacional de Reconstrução Timorense (CNRT) de Xanana Gusmão, o PLP foi o terceiro mais votado em 2017. Mais tarde, aliou-se ao CNRT e ao Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) para formar a AMP.

A maioria absoluta conquistada pela AMP significa que a coligação tem o caminho facilitado para formar Governo e, posteriormente, aprovar o Orçamento Geral do Estado para 2018, sem necessitar do apoio adicional de qualquer força política. O único obstáculo poderá ser uma eventual decisão do Presidente timorense de vetar o Orçamento Geral do Estado, o que obrigará a um apoio de dois terços dos deputados.

Nesse caso, mesmo que a AMP faça uma aliança com os dois partidos mais pequenos no Parlamento – o Partido Democrático (PD, cinco lugares) e a estreante Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD, três mandatos) – só somaria 42 lugares, menos um dos que os dois terços.

Francisco Guterres Lu-Olo era presidente da Fretilin quando foi eleito, com o apoio do seu partido e do CNRT de Xanana Gusmão, agora líder da AMP.

Xanana Gusmão confirmou que a maioria absoluta conquistada pela AMP torna desnecessária qualquer eventual coligação. “Se só tivéssemos 32 lugares [a maioria absoluta são 33], então teríamos que pensar no PD e na FDD. E eles estariam sem dormir a olhar para os mobiles e handphones para ver se havia alguma chamada. Assim não”, disse.

O voto de sábado deu à AMP uma maioria absoluta de 34 dos 65 lugares no Parlamento nacional (mais de 305 mil votos ou 49,56 por cento do total), o que permite que forme o VIII Governo constitucional sem apoio adicional.

Em segundo lugar, ficou a Fretilin, que liderou a coligação minoritária do anterior Governo, e que obteve cerca de 211 mil votos, ou 34,27 por cento do total, mantendo o mesmo número de deputados, 23.

No Parlamento estará também o Partido Democrático (PD), parceiro da Fretilin no VII Governo, que perdeu dois deputados para cinco, tendo obtido quase 49 mil votos ou 7,95 por cento do total.

18 Mai 2018

Pequim promete defender interesses em negociações com EUA

A China afirmou ontem não querer um aumento das tensões com os Estados Unidos na questão comercial, quando se preparam o reinício das negociações em Washington, mas sublinhou estar pronta a defender os seus interesses

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s comentários de Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio chinês, surgem depois de o Presidente norte-americano ter afirmado que “não recuou” nas negociações com a China. Gao Feng disse esperar que os EUA adoptem “acções concretas” para resolver o caso da gigante de telecomunicações chinesa ZTE, que na semana passada afirmou que suspendeu operações, depois de Washington ter proibido a empresa de comprar componentes norte-americanos, por ter violado o embargo imposto ao Irão e à Coreia do Norte.

O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, e o vice-primeiro-ministro chinês Liu He estão a liderar as negociações em Washington, que terminam hoje, com o objectivo de travar uma possível guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.

“Nós não queremos um aumento das disputas comerciais entre a China e os EUA”, afirmou Gao, em conferência de imprensa, em Pequim. “Mas, claro, estamos preparados para todas as possibilidades”.

Trump ameaça subir os impostos sobre um total de 150.000 milhões de dólares de exportações chinesas para os EUA, como forma de punir Pequim por forçar empresas norte-americanas a transferirem tecnologia em troca de acesso ao mercado chinês. Em resposta, a China ameaçou subir os impostos sobre uma lista de produtos que valeram 50.000 milhões de dólares nas exportações norte-americanas para o país.

 

Chips e soja

A decisão do Departamento de Comércio dos EUA de negar encomendas à ZTE, no mês passado, levou a empresa a interromper as suas operações, que dependem de tecnologia norte-americana, como microchips e o sistema operacional Android. No início desta semana, Trump afirmou que quer encontrar uma solução para manter a firma chinesa a funcionar.

Segundo a imprensa norte-americana, os dois países negociaram uma troca: a isenção da ZTE, responsável pelo desenvolvimento da infra-estrutura 5G na China e fabricante de ‘smartphones’, por um recuo de Pequim em subir as taxas alfandegárias sobre produtos agrícolas norte-americanos.

“Vamos defender os nossos interesses resolutamente e não negociaremos os nossos interesses fundamentais”, afirmou Gao, questionado sobre aquela informação.

Na quarta-feira, Trump afirmou, numa mensagem na rede Twitter, que “nada se passou ainda com a ZTE, visto que pertence a um acordo comercial mais alargado”.

18 Mai 2018

DSEJ começou a analisar relatório entregue pelo infantário

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] jardim de infância D. José da Costa Nunes entregou ontem à tarde à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) o relatório sobre o caso de alegados abusos sexuais a crianças do infantário. Ontem era o último dia do prazo. De acordo com o canal de rádio da TDM, além da entrega do relatório, houve também uma reunião. À TDM-Rádio Macau, fonte da DSEJ indicou que o relatório começou já a ser analisado. Já para o infantário, a próxima fase passa pela abertura de um inquérito interno. Os pais que apresentaram queixa na Polícia Judiciária acusam a escola de negligência e de desvalorizar os primeiros alertas dados pelos encarregados de educação.

18 Mai 2018

Casas transaccionadas sofreram forte queda em Março

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s transacções de fracções autónomas destinadas à habitação aumentaram no primeiro trimestre. No entanto, Março registou uma forte queda mensal, após o lançamento das medidas para arrefecer o mercado imobiliário, realça a DSEC

Nos primeiros três meses do ano foram transaccionadas 3.627 fracções autónomas habitacionais, um número que traduz um aumento trimestral de 38,5 por cento, indicam dados dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em termos mensais, as vendas de casas subiram 85 por cento em Janeiro, tendo o crescimento desacelerado em Fevereiro (3,6 por cento). Com efeito, realça a DSEC, em Março, acabaram por cair 57,6 por cento, após o lançamento das medidas para controlar o mercado imobiliário.

Contudo, o preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais globais cifrou-se em 112.304 patacas, reflectindo um crescimento de 6,3 por cento face ao trimestre anterior. Os preços médios na península (99.312 patacas) e em Coloane (137.768) registaram a mesma tendência, subindo 1,8 e 9,9 por cento, respectivamente. A excepção foi a Taipa, onde o preço médio das casas (117.364) sofreu uma diminuição de 3,7 por cento.

Segundo os mesmos dados, as fracções destinadas à habitação vendidas entre Janeiro e Março foram transaccionadas por 24,3 mil milhões de patacas – um valor que traduz um crescimento superior a um terço.

Em paralelo, entre Janeiro e Março foram transaccionadas 122 fracções autónomas destinadas a escritórios – mais 86 em termos trimestrais – pelo valor de 2,65 mil milhões de patacas, um aumento substancial de 814,8 por cento. No caso dos escritórios, o preço médio por metro quadrado das fracções (194.311 patacas) subiu 75,3 por cento, em termos trimestrais.

Em sentido inverso, o preço médio por metro quadrado das fracções autónomas industriais (52.243 patacas) desceu 6,1 por cento comparativamente ao último trimestre de 2017.

18 Mai 2018

Plano para desenvolvimento da cidade inteligente em consulta pública

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] estratégia para o desenvolvimento da cidade inteligente de Macau, que entrou ontem em consulta pública, tem prevista a conclusão da plataforma de mega-dados sobre a promoção do turismo e controlo do trânsito ainda este ano.

“O centro de computação em nuvem e a plataforma de mega-dados”, assim como a inclusão na nuvem “de alguns dados sobre a promoção do turismo e informação de trânsito”, podem estar concluídos até ao final do ano, afirmou ontem aos jornalistas o vogal do Conselho de Administração do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT), Chen Won Hei, numa conferência de imprensa.

“Pretendemos através da tecnologia inovadora que a população tenha uma melhor qualidade de vida e que a cidade tenha um desenvolvimento sustentável”, declarou o presidente do FDCT, Ma Chi Ngai, na mesma ocasião.

A estratégia para o desenvolvimento da cidade inteligente vai ficar em consulta pública até 30 de Junho.

Questionado sobre se a Alibaba está a planear utilizar os dados adquiridos através das redes sociais dos utilizadores, para interferir e melhorar o tráfego nas estradas da região, violando a privacidade dos dados dos utilizadores, como aconteceu em algumas cidades chinesas, o vogal da FDCT assegurou que “tal não vai acontecer em Macau, pois a região tem leis muitos rígidas em relação à privacidade das pessoas”.

Na quarta-feira, na feira Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), que decorreu no território, a directora dos Serviços de Turismo de Macau frisou que a evolução tecnológica de Macau pode ter “boas repercussões na área no turismo”, já que a “região em algumas alturas do ano [como na época do novo ano chinês] fica sobrelotada”, daí a importância “no desenvolvimento da cidade para se tornar uma cidade mais inteligente”.

Na primeira fase do projecto está prevista a criação de um centro de computação em nuvem e de uma plataforma de mega dados e o início gradual de projectos de utilização dos mesmos em seis domínios: promoção do turismo, formação de talentos, gestão do trânsito, serviços de assistência médica, gestão integrada urbana e prestação de serviços urbanos integrados e tecnologia financeira.

A segunda etapa compreende o aperfeiçoamento do centro de computação em nuvem e da plataforma de mega dados, abrangendo outras áreas como a introdução de novos carros eléctricos, a eficiência energética e a construção de postos fronteiriços electrónicos, através da tecnologia de reconhecimento facial.

18 Mai 2018

Iniciativa chinesa “uma Faixa, uma Rota” analisada em livro publicado em Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente do Instituto Internacional de Macau defendeu hoje que a iniciativa “uma faixa, uma rota” é, além de um processo de desenvolvimento e integração, a visão chinesa da globalização.

Jorge Rangel falava na apresentação do livro “A iniciativa chinesa ‘uma Faixa, uma Rota’ – O papel de Macau e dos Países de Língua Portuguesa”, também a cargo do presidente do Instituto de Estudos Europeus, José Luís de Sales Marques, e do professor da Universidade de São José Francisco Leandro.

A iniciativa de infraestruturas, que Pequim apresentou ao mundo em 2013, tem como objetivo refazer o mapa económico e político mundial, ao mesmo tempo que procura reformular o modelo de desenvolvimento eurocêntrico convencional, de acordo com um dos artigos que integram a publicação.

O livro, publicado pelo Instituto Internacional de Macau e produzido pelo grupo de media Macaulink, apresenta os desafios e o papel de Macau e dos países lusófonos no âmbito de um dos projetos diplomático e económico mais importante da atualidade.

Simultaneamente, pretende explicar o papel de Macau e dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste) naquela iniciativa e no projeto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, outro plano chinês para o século XXI.

Anunciada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a iniciativa “Faixa económica da rota da seda e a Rota da seda marítima do século XXI”, mais conhecida como “uma Faixa, uma Rota”, está avaliada em 900 mil milhões de dólares e visa reativar as antigas vias comerciais entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático.

Redes ferroviárias intercontinentais, portos, aeroportos, centrais elétricas e zonas de comércio livre estão a ser construídos em mais de 60 países, abrangendo 65% da população mundial.

No lançamento foi anunciado que o livro, publicado em inglês, vai ter em breve versões em chinês e em português.

17 Mai 2018

Solidariedade | BNU doa 1,6 milhões de patacas à associação Tung Sin Tong

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) de Macau doou 1,6 milhões de patacas à associação sem fins lucrativos Tung Sin Tong, anunciou ontem a instituição bancária em comunicado.

Criada em 1892, a associação sem fins lucrativos Tung Sin Tong “tem estado na primeira linha das organizações de caridade em Macau”, providenciando cuidados de saúde e de educação gratuitos para os cidadãos mais carenciados, indicou o BNU.

O valor doado anualmente pelo BNU é “calculado com base numa percentagem do valor gasto em compras” com um cartão de crédito do banco, lançado em conjunto com a associação em 1999, acrescentou. O BNU contribuiu, desde o início deste regime de doação, com 13,7 milhões de patacas para a Tung Sin Tong, de acordo com a mesma nota.

17 Mai 2018

CHCSJ | Concurso público para Edifício de Especialidade de Saúde Pública

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ncontra-se aberto até 20 de Junho o concurso público para a construção de fundações do Edifício de Especialidade de Saúde Pública do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

Segundo o anúncio, publicado ontem pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), em Boletim Oficial, a empreitada tem um prazo de execução máximo de 760 dias. O acto público de abertura de propostas tem lugar a 21 de Junho.

17 Mai 2018

Futebol | TDM estima mais de 160 mil espectadores das transmissões do Mundial

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Teledifusão de Macau (TDM) vai transmitir os 64 jogos do Mundial de futebol, a ter lugar entre 14 Junho e 15 de Julho, na Rússia, esperando mais de 160 mil telespectadores. Segundo a Rádio Macau, esse número foi estimado num estudo de mercado encomendado pela empresa.

Os jogos vão passar no Canal de Desporto e HD da TDM, com comentários em português e cantonense e no portal e na aplicação móvel também em língua inglesa. Segundo a emissora pública, a TDM não revelou, contudo, o investimento feito para garantir a cobertura integral do Mundial, por “obrigações de sigilo”.

O presidente da comissão executiva da empresa, Manuel Pires, adiantou apenas que a compra dos direitos foi possível graças ao patrocínio de três empresas (MGM, Galaxy e o grupo Suncity).

17 Mai 2018

Coreia do Norte | Cimeira com EUA só avança se não for “unilateral”

A Coreia do Norte afirmou ontem não estar interessada numa cimeira com os Estados Unidos, caso esta se reduza à “exigência unilateral” do desarmamento nuclear, horas depois de ter cancelado uma reunião com a vizinha do Sul

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] encontro marcado entre as Coreias foi cancelado ontem pela Coreia do Norte, que justificou a decisão com as manobras militares conjuntas de Seul e Washington. Entretanto, o Ministério da Defesa sul-coreano garantiu que os exercícios militares vão continuar apesar da “reacção irada” do Norte, uma vez que se destinam a melhorar as habilidades dos pilotos e “não são exercícios de ataque”.

A irritação norte-coreana ameaça agora pôr em causa a histórica cimeira entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para 12 Junho em Singapura.

Em declarações oficiais, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano afirmou que a Coreia não tem qualquer interesse numa cimeira de “negociações unilaterais”. Kim Kye-gwan criticou os recentes comentários do conselheiro da Segurança Nacional de Trump, John Bolton, e de outras autoridades norte-americanas, sobre como o Norte devia seguir o “modelo líbio” de desarmamento nuclear e fornecer um “desmantelamento completo, verificável e irreversível”.

O responsável também criticou outros comentários dos EUA, relativos ao abandono não apenas das armas nucleares e mísseis, mas também das armas biológicas e químicas. “Não estamos interessados numa negociação que se reduza a levar-nos para uma esquina com a exigência unilateral de desistirmos das nossas armas nucleares, o que nos força a reconsiderar se avançamos mesmo com a cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, concluiu.

Kim Jong-un chegou ao poder semanas após a morte do ex-líder líbio Muammar Khadafi, pelas forças rebeldes aquando de uma revolta popular em Outubro de 2011. Pyongyang usa frequentemente a morte de Khadafi como argumento para justificar o desenvolvimento nuclear diante das ameaças dos Estados Unidos.

Do outro lado

Em contrapartida, a Coreia do Sul afirmou ser lamentável a decisão da Coreia do Norte de cancelar uma reunião bilateral, devido às manobras militares conjuntas com os Estados Unidos, e exigiu um rápido regresso às negociações. Esta reviravolta diplomática pode comprometer o clima de apaziguamento internacional e a histórica cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, marcada para 12 de Junho próximo, em Singapura.

Entretanto, Washington indicou não ter sido notificado sobre qualquer posição norte-coreana e, por isso, continua a preparar a cimeira entre Trump e Kim, indicou o Departamento de Estado norte-americano.

17 Mai 2018

Imobiliário | Preço das moradias permanece estável em Abril

O preço das moradias permaneceu estável nas principais cidades chinesas em Abril. A agência Xinhua atribui estes resultados, revelados ontem com a publicação de dados oficiais, às restrições rigorosas implementadas pelo Governo no campo das aquisições

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a base anual, os preços das novas casas em cidades consideradas por Pequim como “de primeira linha” caíram 0,4 por cento face à queda de 0,6 por cento em Março, informou o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

Ao mesmo tempo, o crescimento no preço das novas casas naquilo que o Governo chinês entende como “cidades de segunda linha” manteve-se inalterado face ao nível de Março, e os preços do imobiliário em “cidades de terceira” linha cresceram 0,3 por cento em termos mensais.

“Em Abril, as autoridades locais continuaram com as políticas reguladoras adaptáveis às condições locais, mantendo-as estáveis e consistentes”, refere o especialista em estatística do DNE Liu Jianwei.

O preço de novas moradias nas 15 cidades consideradas pelas autoridades chinesas como “mercados mais quentes” permaneceu estável em Abril, com sete cidades, incluindo Shanghai, registando quedas mensais de 0,1 por cento a 0,2 por cento, enquanto outras oito cidades tiveram crescimentos leves de 0,1 por cento a 0,5 por cento, mostraram dados do DNE.

Vendas aumentam

Nos últimos anos, a subida vertiginosa no preço das moradias, especialmente nas grandes cidades, gerou preocupações, inclusive a nível internacional, acerca de possíveis bolhas imobiliárias. Para conter a especulação, os governos locais aprovaram ou expandiram restrições no mercado, em especial no que toca à compra de moradias e elevaram o valor de entrada exigido para a hipoteca.

O investimento no sector imobiliário cresceu 10,3 por cento em termos anuais entre Janeiro e Abril, uma redução leve face os 10,4 por cento registados no primeiro trimestre, disse o DNE.

As vendas de moradias avaliadas pelas áreas ocupadas aumentaram 1,3 por cento nos primeiros quatro meses, o que representou uma queda em relação ao crescimento de 3,6 por cento no primeiro trimestre.

17 Mai 2018

Imprensa | Jornalista de Hong Kong ferido e arrastado pela polícia em Pequim

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m jornalista de Hong Kong foi ontem ferido, algemado e arrastado para uma carrinha pela polícia, em Pequim, quando cobria o julgamento de um advogado dos direitos humanos, informou o jornal South China Morning Post.

Em comunicado, a estação Now TV classificou a acção da polícia de “obstrução violenta e irracional” ao trabalhado do seu operador de câmara Chui Chun-ming, que “operava de acordo com a lei”. Chui estava a cobrir o julgamento do advogado de defesa dos direitos humanos Xie Yanyi.

A estação exige a libertação imediata de Chui Chun-ming, enquanto o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau está a servir de “mediador”, a pedido das autoridades de Hong Kong.

Imagens da Now TV mostram Chui a ser derrubado por três homens vestidos à civil e depois ser algemado por dois polícias. O operador de câmara surge depois a sangrar da têmpora esquerda, enquanto é arrastado para uma carrinha da polícia.

O incidente ocorre depois de, no fim-de-semana, um outro jornalista de Hong Kong ter sido espancado por dois homens na província de Sichuan, centro da China, quando reportava o 10.º aniversário de um terramoto que causou dezenas de milhares de mortos naquela região.

17 Mai 2018

Coreias | Pequim pede que não se desperdice o que foi alcançado

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pediu aos Estados Unidos e à Coreia do Norte flexibilidade e que não desperdicem a “duramente alcançada distensão na península da Coreia”, reagindo a um possível cancelamento do encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un.

“Esta distensão duramente alcançada justifica que as distintas partes assumam mudanças, por isso esperamos que elas possam continuar o espírito de diálogo, reconciliação e cooperação que se conseguiu na Declaração de Panmunjom”, afirmou ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, durante uma conferência de imprensa.

Os protagonistas da distensão “devem mostrar a compreensão pelo outro e pelos seus legítimos receios” para alcançar a confiança mútua e “consolidar a melhorada situação na península, evitando provocações recíprocas”, acrescentou.

O porta-voz fez estas declarações após saber que a Coreia do Norte está a equacionar cancelar o encontro entre o seu líder Kim Jong-un e o presidente norte-americano, Donald Trump, prevista para 12 de Junho, em Singapura.

O porta-voz chinês assinalou que o seu país “durante muito tempo defendeu que todas as partes devem tomar medidas concretas para aumentar a confiança mútua” e insistiu que Pequim sempre defendeu a “dupla suspensão” para encontrar uma solução política (fim dos testes nucleares norte-coreanos a troco do fim das manobras militares norte-americanas perto da Coreia do Norte). “Apenas o diálogo e os resultados concretos estabilizarão e trarão a paz à região”, insistiu o porta-voz chinês.

17 Mai 2018