Estado Islâmico reivindica atentados a três igrejas na Indonésia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] movimento extremista Estado Islâmico reivindicou ontem a responsabilidade pelos ataques com bombistas suicidas, todos da mesma família, em três igrejas de Surabaya, na Indonésia, que provocaram, pelo menos, 11 mortos. “Três ataques ‘kamikazes'” fizeram mortos e feridos “entre os cristãos da cidade de Surabaya”, segundo a entidade que divulga a informação do grupo extremista, a agência Amaq.

Segundo a polícia da Indonésia, os bombistas suicidas eram todos da mesma família e entre eles estavam crianças e adolescentes. O último balanço das autoridades apontam para 11 mortos e mais de 40 feridos em resultado dos ataques a três igrejas cristãs, durante a manhã, quando decorriam missas ou cultos.

O responsável da polícia local Tito Karnavian, disse que a família esteve na Síria, país onde o movimento Estado Islâmico controlava vastas áreas, até há pouco tempo. Acrescentou que o pai fez explodir um carro bomba, dois filhos, de 18 e 16 anos, usaram uma mota num dos ataques, enquanto a mãe estava com duas crianças de 12 e nove anos na terceira igreja.

As explosões registaram-se em Surabaya, a segunda maior cidade da Indonésia, com o primeiro ataque a ocorrer na igreja cristã de Santa Maria, onde morreram quatro pessoas, uma delas um bombista, disse aos jornalistas no local o porta-voz da polícia Frans Barung Mangera, acrescentando que entre os feridos estão dois agentes policiais.

Seguiu-se o ataque à igreja protestante de Diponegoro, minutos depois, com a terceira situação a ocorrer na igreja de Pentecostes de Arjuro.

Um polícia já tinha dito à agência AP que os explosivos eram transportados por, pelo menos, cinco bombistas suicidas, incluindo uma mulher que tinha duas crianças, uma situação igualmente descrita por uma testemunha que estava na igreja de Diponegoro.

A associação da igreja da Indonésia, em Jacarta, já condenou os ataques e apelou às pessoas para aguardarem a investigação da polícia.

Perigosa diversidade

A Indonésia tem realizado alguma pressão desde que bombistas radicais da Al-Qaida mataram 202 pessoas em Bali, em 2002, e nos últimos anos o país enfrentou uma nova ameaça com o aumento da influência do movimento Estado Islâmico no Médio Oriente.

A província de Java oriental é um dos palcos de ataques de movimentos extremistas islâmicos, já que a sua capital, Surabaya, é uma das cidades com maior diversidade religiosa naquele que é o mais populoso país muçulmano do mundo.

Os ataques a alvos cristãos acontecem dias depois de as autoridades indonésias terem posto fim a uma crise de reféns num centro de detenção perto de Jacarta, uma acção reivindicada pelo movimento extremista Estado Islâmico.

Os cristãos, muitos deles da etnia minoritária chinesa, representam cerca de 9 por cento da população da Indonésia, que atinge 260 milhões de habitantes, enquanto os muçulmanos são 88 por cento do total.

O país fica em alerta máximo nas semanas que antecedem o Ramadão, que começa na terça-feira, já que é uma época escolhida pelos ‘jihadistas’ para realizar ataques.

14 Mai 2018

Fórmula 3 | Vitória histórica de Zhou Guanyu

[dropcap style≠’circle’]Z[/dropcap]hou Guanyu entrou para a História do automobilismo ao tornar-se no primeiro chinês a vencer uma prova do Campeonato Europeu de Fórmula 3. O jovem de 18 anos da Prema Theodore foi o vencedor da primeira corrida do fim-de-semana no circuito de Pau, em França, que marcou igualmente o arranque do campeonato.

“Ainda não acredito que me tornei no primeiro chinês a vencer uma corrida de Fórmula 3 e um evento da FIA. O caminho até este momento foi muito duro, mas toda a preparação que fizemos teve uma grande recompensa”, afirmou Zhou, em comunicado.

“Hoje [Sábado] foi um dia histórico com o Zhou Guanyu a tornar-se no primeiro piloto chinês a vencer uma prova da Fórmula 3. Estamos incrivelmente orgulhosos por termos sido a equipa que ajudou o Zhou a conseguir esta vitória inesquecível”, declarou Teddy Yip Jr., filho do antigo parceiro de negócios de Stanley Ho na STDM.

14 Mai 2018

Região | Pyongyang anuncia desmantelamento do complexo de testes nucleares

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte anunciou no fim-de-semana que está a tomar “medidas técnicas” para desmantelar o seu complexo de ensaios nucleares e que convidará jornalistas estrangeiros para uma cerimónia de lançamento do processo entre 23 e 25 de Maio.

“Uma cerimónia de desmantelamento do complexo de ensaios atómicos está prevista para entre 23 e 25 de Maio, em função das condições meteorológicas”, indicou a agência estatal norte-coreana KCNA, citando um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Ministério adianta que o desmantelamento incluirá a explosão dos túneis, o bloqueamento das entradas e a eliminação de todas as instalações de observação, centros de investigação e estruturas de unidade de guarda no terreno e também a “área circundante será completamente fechada”.

Durante a histórica cimeira entre as duas Coreias, a 27 de Abril, o dirigente norte-coreano Kim Jong-un propôs a Seul encerrar em Maio o seu único complexo conhecido de ensaios nucleares, Punggye-ri, uma instalação secreta perto da fronteira com a China.

Foi neste complexo subterrâneo que se realizaram os seis testes nucleares realizados por Pyongyang, o último dos quais em Setembro do ano passado.

Os Estados Unidos declararam na sexta-feira estar “prontos” para ajudar a economia norte-coreana e dar “garantias” a Kim Jong-un se Pyongyang tomar “medidas corajosas” para uma “desnuclearização rápida” e “completa”. “Se a Coreia do Norte tomar medidas corajosas para uma desnuclearização rápida, os Estados Unidos estão prontos a trabalhar com a Coreia do Norte para a levar ao mesmo nível de prosperidade dos nossos amigos sul-coreanos”, declarou o secretário de Estado, Mike Pompeo, de regresso da Coreia do Norte onde se encontrou com o dirigente norte-coreano para preparar a cimeira com o Presidente Donald Trump.

14 Mai 2018

Reportagem | A ascensão de Xi no século de afirmação da China

Por João Pimenta, jornalista da agência Lusa

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]unto à entrada do Wujing Yiyuan, um dos maiores hospitais públicos de Pequim, uma faixa com oito metros de comprimento e dois de altura dita: “Ouçam as ordens do Partido Comunista, sigam o Presidente Xi”

Desde que assumiu a liderança da China, em 2013, Xi Jinping tornou-se o centro da política chinesa e é hoje considerado um dos líderes mais fortes da história recente do país, comparável ao fundador da República Popular, Mao Zedong.

No mês passado, numa única sessão do legislativo chinês, Xi conseguiu abolir o limite de mandatos para o seu cargo, criar um organismo com poder equivalente ao executivo para supervisionar a aplicação das suas políticas e promover aliados a posições chave do regime.

“É enorme; é histórico”, afirma à agência Lusa Xie Yanmei, analista de política chinesa do centro de investigação Gavekal, com sede em Hong Kong. “Requer grande margem de manobra e muito capital político”, diz.

Xi Jinping anunciou já o início de uma “nova era” para a China, com dois objectivos: construir uma “sociedade moderadamente próspera”, até 2035, e depois firmar a posição do país como grande potência, até 2050.

“Ele tem uma visão para o país e quer usar os meios institucionais para cumprir essa visão”, explica Xie Yanmei. Entre aqueles “meios institucionais”, destaca-se a criação da Comissão Nacional de Supervisão, que acumula poderes comparados aos do executivo, legislativo ou judicial, e abrange toda a função pública.

Trata-se de uma “organização política e não de aplicação da lei”, que “pode ser potencialmente transformativa”, defende Xie. “A Comissão estará encarregue de garantir que as decisões do partido são rigorosamente implementadas”, através do envio de inspectores para as empresas estatais e diferentes organismos do Governo, afirma.

Trata-se de uma forma de institucionalizar a mais ampla e persistente campanha anticorrupção na história da China comunista, lançada por Xi após ascender ao poder, e que puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista Chinês (PCC).

Grandeza recuperada

Além de combater a corrupção, a campanha tem tido como propósito reforçar o controlo ideológico e afastar rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a incluírem frequentemente “excesso de ambição política” ou “conspiração”.

David Kelly, director da unidade de investigação China Policy, de Pequim, defende, no entanto, que é no plano internacional que Xi quer deixar o seu “grande legado”. “A China vai trazer para o mundo moderno a sua sabedoria milenar e recuperar a grandeza de outrora. Vai oferecer ao mundo uma solução chinesa. E isto vai ser atribuído a Xi”, aponta o analista, sobre a nova narrativa do regime.

A “solução chinesa” materializa-se na “Nova Rota da Seda”, um gigantesco plano de infraestruturas lançado por Xi e avaliado em 900 mil milhões de dólares, visando reactivar as antigas vias comerciais entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático.

A proposta chinesa surge numa altura em que os Estados Unidos de Donald Trump rasgam compromissos internacionais sobre o clima, comércio ou migração.

“Xi projecta a imagem de um líder no comando, com uma visão estratégica de longo prazo e rodeado de uma equipa capaz”, afirma Xie Yanmei. “É um contraste nítido com a imagem agora projectada por Washington”, nota.

Na faixa junto à entrada do Wujing Yiyuan, Xi Jinping está com as duas mãos juntas, palma contra palma, à altura do peito. Veste um uniforme militar verde-oliva. Atrás, a Grande Muralha, um dos símbolos mais expressivos da China, serpenteia por um vasto terreno montanhoso.

14 Mai 2018

Artes Plásticas | Bienal de mulheres artistas com “espaço para crescer”

A 1.ª bienal internacional de mulheres artistas de Macau, determinada a ocupar um lugar na história das artes plásticas na região, chega quase ao fim com “espaço para crescer”, disse à Lusa o organizador Carlos Marreiros

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ‘ArtFem Mulheres Artistas’ nasceu para preencher uma lacuna que existia em Macau: “A falta de grandes exposições de importância internacional”, explicou o presidente do Albergue SCM, co-organizador do evento, que chegou ontem ao fim.

Para se destacar das “grandes bienais” das regiões vizinhas, Carlos Marreiros teve de avançar com uma ideia original: uma bienal dedicada inteiramente a mulheres artistas. “Tinha de ser uma coisa totalmente diferente e pareceu-nos que assim poderia ter um chamativo”, afirmou, destacando o objectivo central de “valorizar a mulher”.

Embora projectada há 18 anos, a exposição foi organizada em apenas três meses. “Partimos com um orçamento pequeno e em muito pouco tempo fizemos uma bienal com a representação de 100 artistas e mais uma – Paula Rego”, realçou. A artista portuguesa de 83 anos foi a madrinha desta edição, que teve a presença da filha Victoria Willing, em representação da mãe.

“Contamos com artistas de mais de 20 países dos cinco continentes. A lusofonia está toda representada – desde o Brasil a Timor, Macau, Angola, Moçambique”, o que contribuiu para “superar largamente as expectativas”, sublinhou.

Não há ainda números oficiais dos visitantes do Museu de Arte de Macau, mas o também arquitecto disse que conseguiram “movimentar bastante gente”. A exposição patente no Albergue SCM, da artista portuguesa Raquel Gralheiro, recebeu em média 3.000 pessoas por mês.

Questionado sobre a possibilidade de crescimento do evento, o presidente do Albergue SCM mostrou “um optimismo moderado”. “Estou com os pés bem assentes na terra. Temos de dar o salto, mas para isso precisamos de mais orçamento para apostar na publicidade internacional e conseguir trazer mais instalações”, enfatizou, lembrando que a projecção deste tipo de eventos depende de pessoas influentes da área da crítica internacional.

Alargar horizontes

A bienal pretende agora alargar horizontes, garante. “Em futuras edições pensamos estender a Cantão, no antigo Delta das Pérolas, agora integrado na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

A iniciativa “Uma faixa, uma rota” não retrata só trocas económicas, também se trata de trocas culturais e artísticas. “Se puder contribuir para que haja um verdadeiro mercado de arte em Macau – que não há – a bienal também pode contribuir neste domínio”, sublinhou.

“O mundo precisa de saber que Macau é fascinante e se preocupa com a valorização da mulher. Espero que isso continue, mas está muito nas mãos das instituições do Governo”, concluiu.

Organizada pelo Albergue SCM e pelo Museu de Arte de Macau, a ArtFem Mulheres Artistas – a 1.ª bienal internacional de Macau – foi inaugurada a 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, tendo estado patente ao público até ontem.

A mostra juntou 142 obras de 132 mulheres realizadas desde os anos 70 até aos dias de hoje, incluindo o quadro “Nossa Senhora das Dores” de Paula Rego.

14 Mai 2018

Literatura | Obras sobre Silva Mendes lançadas na próxima quinta-feira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Clube Militar vai ser palco, na próxima quinta-feira, pelas 18h30, do lançamento de dois livros com a chancela do Instituto Internacional de Macau (IIM). As obras em questão são “O Oriente na Literatura Portuguesa – Antero de Quental e Manuel da Silva Mendes”, de Carlos Botão Alves e “Manuel da Silva Mendes”, de António Aresta, indicou o IIM em comunicado.

As apresentações vão ser realizadas por Ana Cristina Dias, professora de língua e literatura da Universidade de Macau, José Rocha Diniz, administrador do Jornal Tribuna de Macau, Carlos Botão Alves, autor de um dos livros e professor do Instituto Politécnico de Macau, com a coordenação de Jorge Rangel, presidente do IIM.

14 Mai 2018

MAM | “Marc Chagall, Luz e Cor no Sul de França” inaugura no próximo dia 31

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau (MAM) vai acolher, a partir de 31 de Maio, a exposição “Marc Chagall, Luz e Cor no Sul de França”. Trata-se da primeira mostra em Macau dedicada àquele que é um dos principais artistas do século XX.

Na exposição, que figura como um dos destaques do XXIX Festival de Artes de Macau e do Le French May, vão ser exibidas obras que Marc Chagall (1887-1985) criou a partir dos anos 1950, altura em que se instalou no sul de França, após deixar a terra natal (actual Bielorrússia), até aos anos 1970.

A mostra reúne uma selecção composta por pinturas, guaches, litografias, figurinos e tapeçarias que destacam a preeminência da luz e da cor das suas obras, indica um comunicado do Instituto Cultural (IC). A mostra, com entrada livre, vai ficar patente ao público entre 1 de Junho e 26 de Agosto,

Com o objectivo de dar a conhecer ao público a carreira do pintor, o MAM organizou, na sexta-feira, um seminário especial intitulado “Marc Chagall e Seus Tempos”, conduzido por Gigi Lo, coordenadora da exposição e investigadora do MAM.

14 Mai 2018

Legionella | Serviços de Saúde relativizam descoberta de bactéria na fronteira de Gongbei

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde relativizaram o facto de ter sido detectada a bactéria da Legionella no sistema centralizado de ar condicionado do posto fronteiriço de Gongbei, em Zhuhai.

Num comunicado, divulgado na sexta-feira, os Serviços de Saúde dizem que “estão atentos” e “dão relevância” ao caso, mas informam que “não receberam o relatório” por parte das entidades responsáveis, apelando aos residentes para que “não estejam preocupados”.

Segundo o organismo, a bactéria da doença dos legionários tinha sido anteriormente detectada no posto fronteiriço, sem que tenha havido casos de infecção humana. As autoridades de saúde sublinham que existem no ambiente amplas fontes de propagação da Legionella, mas que, “mesmo assim, os casos de infecção são raros”.

Segundo os Serviços de Saúde, o hospital público de Macau registou uma subida dos casos da doença dos legionários nos últimos anos, particularmente entre idosos e doentes crónicos, sem que nenhum se tenha revelado mortal.

14 Mai 2018

Sarampo | Detectado primeiro caso importado do ano

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde confirmaram na sexta-feira ter detectado um caso de sarampo. A paciente é uma residente de Macau, de 47 anos, que terá contraído sarampo durante uma deslocação a Singapura e à Malásia.

Com base no historial de viagem e no período de manifestação dos sintomas, os Serviços de Saúde consideram tratar-se de um caso importado de sarampo, o primeiro do ano. A paciente, que nasceu em Meizhou, na província de Guangdong, não sabe se foi vacinada.

Segundo os Serviços de Saúde, na sexta-feira, já não apresentava febre e a erupção cutânea tinha começado a desaparecer. Macau obteve a acreditação da erradicação do sarampo da Organização Mundial da Saúde em 2014.

14 Mai 2018

Função Pública | Zheng Anting quer uniformizar informações

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Zheng Anting entregou uma interpelação ao Governo onde defende a criação de um mecanismo de uniformização das informações decorrentes de queixas feitas pelos cidadãos ou tratamento de casos por parte dos departamentos públicos. Na visão do deputado, a forma de funcionamento dos serviços públicos causam inconveniências aos cidadãos.

O deputado deu como exemplo as queixas apresentadas por violação da lei do ruído, uma vez que a Polícia de Segurança Pública (PSP) podem emitir avisos, mas só a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) é que tem a competência para decidir se os infractores são ou não sujeitos a sanções. Mas nem sempre este organismo consegue tratar das queixas de forma atempada, o que tem levado a uma má implementação da lei do ruído.

No que diz respeito às fiscalizações feitas nos restaurantes, quanto à emissão de fumos, o deputado alerta para a existência de critérios diferentes adoptados pela DSPA e Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), o que fazem com que os proprietários dos estabelecimentos fiquem confusos quanto às regras a adoptar e afirmem que as queixas não tenham o devido tratamento por parte das autoridades.

Zheng Anting defende que os departamentos públicos passam muitas vezes as responsabilidades para os outros, o que afecta a eficiência do mecanismo de tratamento de queixas. Nesse sentido, é defendida a criação de uma plataforma uniformizada onde os residentes possam obter todas as informações de que necessitam, além de poderem apresentar as suas queixas, além de ser garantida a sua devida distribuição pelos serviços públicos competentes.

14 Mai 2018

Caso Costa Nunes: Suspeito de pedofilia obrigado a apresentar-se periodicamente às autoridades

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] suspeito de pedofilia no jardim de infância D. José da Costa Nunes está obrigado a apresentar-se periodicamente às autoridades, determinou o Ministério Público.

“Tendo em conta a gravidade do caso e a situação concreta do respectivo processo, o juiz de instrução criminal, sob a promoção do delegado do procurador, impôs ao arguido as medidas de coacção, nomeadamente, a obrigação de apresentação periódica”, enquanto decorre a investigação do caso, de acordo com um comunicado divulgado no sábado.

Na sexta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) entregou ao Ministério Público o funcionário, servente no infantário de matriz portuguesa, por suspeita de “abuso sexual de criança”.

A PJ recebeu três queixas e, após as declarações prestadas pelas alegadas vítimas e pelo suspeito, o caso foi encaminhado para o Ministério Público por “existirem provas suficientes”.

Nos termos da lei, o crime de abuso sexual de crianças é punido com pena de prisão de um a oito anos.

13 Mai 2018

Israel venceu 63.ª edição da Eurovisão e Portugal ficou em último lugar

[dropcap style≠’circle’]I[/dropcap]srael venceu este sábado, pela quarta vez, o Festival Eurovisão da Canção, com o tema “Toy”, interpretado por Netta, enquanto a canção portuguesa, “O Jardim”, defendida por Cláudia Pascoal e escrita por Isaura, ficou em último lugar.

Israel foi o país que obteve maior pontuação (529 pontos), atribuída pelos espetadores de cada país e pelos júris nacionais dos 43 países que participaram na edição deste ano, embora apenas 26 canções tenham competido na final.

A final da 63.ªedição do Festival Eurovisão da Canção decorreu hoje à noite na Altice Arena, em Lisboa.

No segundo lugar ficou o Chipre, com 436 pontos, e na terceira posição a Áustria, com 342 pontos.

A canção da Áustria liderava a tabela de pontuação após a votação dos júris nacionais, com 271 pontos, enquanto a de Israel era 3.ª, com 212 pontos, e a do Chipre 5.ª, com 183 pontos.

Na votação do público, Israel obteve 317 pontos, suficientes para vencer, sendo a canção do Chipre a segunda mais votada pelos espetadores. O tema da Áustria não foi além da 13.ª posição na votação do público.

Esta foi a quarta vez que Israel venceu o concurso, depois dos triunfos em 1978, 1979 e 1998, neste último ano com o tema “Diva”, interpretado pela transsexual Dana International.

O desfile das canções ficou marcado pela invasão do palco por um elemento do público durante a atuação do Reino Unido. Um homem retirou o microfone à cantora SuRie quando esta defendia o tema “Storm”, impedindo-a de cantar durante cerca de 20 segundos.

O ‘invasor’ ainda conseguiu dizer algumas palavras ao microfone, mas acabou por ser retirado por seguranças.

A organização, em comunicado divulgado através do ‘twitter’, lamentou o sucedido e anunciou que o homem se encontra “sob custódia policial”.

Foi dada a possibilidade ao Reino Unido de repetir a atuação, mas a delegação inglesa decidiu não o fazer “por estar extremamente orgulhosa da atuação” e considerar não haver “razão absolutamente nenhuma para apresentar a canção novamente”.

Nos ensaios da primeira semifinal, a tentativa de fazer um mortal em palco acabou por levar o interprete da República Checa, Mikolas Josef, ao hospital. Na primeira semifinal, na terça-feira, foi impedido pelos médicos de voltar a tentar repetir a façanha, mas hoje arriscou e correu bem.

Além de Cláudia Pascoal e Isaura, estiveram em palco mais dois portugueses em competição, já que Ricardo Soler e Kiko Pereira fizeram parte do coro que acompanhou o concorrente da Áustria, Cesar Sampson.

Durante a final, atuou o vencedor do ano passado, Salvador Sobral, primeiro a solo, acompanhado ao piano por Júlio Resende, para apresentar ao vivo o seu novo ‘single’ “Mano a Mano”.

Depois, Caetano Veloso juntou-se à dupla em palco, para cantar com Salvador Sobral “Amar pelos Dois”, tema que valeu a Portugal no ano passado a primeira vitória no concurso.

Pelo palco da Altice Arena passaram ainda as fadistas Ana Moura e Mariza, a dupla Beatbombbbers, campeões mundiais de ‘scratch’, e ‘Som de Lisboa’, que junta Branko, Mayra Andrade, Sara Tavares, Plutónio e Dino D’Santiago.

A assistir à final esteve o primeiro-ministro, António Costa, e os ministros da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, das Finanças, Mário Centeno, e da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Portugal, por ser o país anfitrião, teve entrada direta na final, bem como Espanha, Reino Unido, Alemanha, Itália e França, os países que contribuem com mais verbas para a União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês), que organiza o concurso, ficando assim isentos das semifinais.

A organização estimou previamente que cerca de 200 milhões telespetadores assistiriam à final.

A 63.ª edição do Festival Eurovisão da Canção tem um orçamento estimado entre os 19,7 milhões e os 20,1 milhões de euros e é a mais barata desde 2008, segundo a organização.

13 Mai 2018

Timor-Leste/Eleições: AMP vence legislativas antecipadas com maioria absoluta

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) venceu as eleições legislativas antecipadas de sábado em Timor-Leste com mais de 305 mil votos, ou 49,56% do total, segundo os dados praticamente finais do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE).

Os dados dizem referência a um escrutínio de quase 99%, faltando apenas nove dos 85 centros de votação do município de Bobonaro, onde a AMP lidera com ampla vantagem (mais de 51,29% dos votos).

Com este apoio eleitoral, a AMP, liderada pelos ex-Presidentes Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak obtém 34 dos 65 mandatos do Parlamento Nacional, o que lhe permite formar o VIII Governo constitucional sem necessitar de qualquer apoio adicional.

Em segundo lugar ficou a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que liderou a coligação minoritária do anterior Governo, e que obteve cerca de 211 mil votos, ou 34,27% do total, mantendo o mesmo número de deputados, 23.

No Parlamento estará também o Partido Democrático (PD) – parceiro da Fretilin no VII Governo, que perde dois deputados para cinco, tendo obtido quase 49 mil votos ou 7,95% do total.

Pela primeira vez no parlamento estará a Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD) – uma coligação de quatro pequenos partidos – que terá três lugares e que obteve quase 34 mil votos ou 49,56% do total.

Nenhuma das outras oito forças políticas conseguiu chegar à barreira dos 4% de votos válidos que é necessária para conseguir eleger deputados.

Os dados mostram um aumento da taxa de participação, que em 2017 foi de 76,74% (584 mil votantes num universo de 760 mil) e este ano aumentou para quase 80% (626.500 num universo de 784 mil.

Os três partidos que integram a AMP conseguiram aumentar, em conjunto, a sua vantagem sobre a Fretilin, de cerca de 84.500 em 2017 para mais de 90 mil.

Globalmente, a AMP teve mais de 94 mil votos que a Fretilin (a diferença era de cerca de 83.600), tendo aumentado o seu apoio total em cerca de 52.500 votos, enquanto a Fretilin viu crescer o seu apoio eleitoral em quase 41 mil votos.

De referir ainda o aumento de cerca de 5.700 votos da FDD.

Os piores resultados foram dos partidos que integram a coligação MSD, que perderam mais de 10 mil votos, e do PD que perdeu quase seis mil.

Até ao momento ainda nenhuma das forças políticas fez qualquer declaração pública sobre o resultado eleitoral.

Os dados têm agora que ser reconfirmados na Comissão Nacional de Eleições (CNE), numa tabulação nacional – não se trata de uma nova contagem, apenas de uma verificação das atas.

É nessa fase que é decidida, com a presença dos partidos, a distribuição dos quase 600 votos “reclamados”, ou seja, votos em que, no momento de contagem, houve disputa sobre a quem deveriam ser atribuídos.

Os resultados finais terão depois que ser confirmados pelo Tribunal de Recurso, o que se prevê ocorra até final de maio, devendo os deputados tomar posse em junho.

Só depois deverá ocorrer a formação do Governo que deverá ser liderado, como o próprio disse à Lusa, por Xanana Gusmão, que regressa assim ao cargo que abandonou em 2015.

De referir que a AMP venceu na maioria dos municípios, em concreto Aileu, Ainaro, Bobonaro, Covalima, Dili, Ermera, Liquiçá, Manatuto, Manufahi e ainda na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) e no centro instalado na Coreia do Sul.

A Fretilin, por seu lado, venceu em todos os municípios do leste do país, Baucau, Lautem e Viqueque e ainda na Austrália, Portugal e Reino Unido.

13 Mai 2018

Claúdia Pascoal – “O Jardim”

“O Jardim”

Eu nunca te quis
Menos do que tudo
Sempre, meu amor

Se no céu também és feliz
Leva-me, eu cuido
Sempre, ao teu redor

São as flores o meu lugar
Agora que não estás
Rego eu o teu jardim

São as flores o meu lugar
Agora que não estás
Rego eu o teu jardim

Eu já prometi
Que um dia mudo
Ou tento, ser maior

Se do céu também és feliz
Leva-me, eu juro
Sempre, pelo teu valor

São as flores o meu lugar
Agora que não estás
Rego eu o teu jardim

São as flores o meu lugar
Agora que não estás
Rego eu o teu jardim

Agora que não estás, rego eu o teu jardim
Agora que não estás, rego eu o teu jardim
Agora que não estás
Agora que não estás, rego eu o teu jardim

Claúdia Pascoal e Isaura

11 Mai 2018

Justiça | Fundador de grupo que queria o Novo Banco condenado a 18 anos

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] m tribunal chinês condenou ontem o fundador do grupo Anbang, que foi apontado como candidato à compra do Novo Banco, a dezoito anos de prisão, por ter angariado milhares de milhões de dólares de forma fraudulenta.
O Tribunal Popular Intermédio Nr.1 de Xangai considerou Wu Xiaohui, que fundou a Anbang em 2004, culpado de ter enganado investidores e abusado do seu cargo em benefício próprio, segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. O magnata foi detido em 2017 e, em Fevereiro passado, o regulador chinês assumiu as operações do Anbang Insurance Group, depois de uma vaga de aquisições por todo o mundo ter suscitado dúvidas sobre a origem do dinheiro e a sustentabilidade do grupo.
Em Março passado, o empresário surgiu na televisão estatal chinesa a declarar-se culpado, apesar de ter inicialmente negado as acusações, segundo documentos do tribunal. O magnata possuía e controlava mais de 200 empresas que detinham participações na Anbang, de forma a assegurar um “controlo absoluto” sobre o grupo.
Em 2011, por decisão de Wu, a seguradora lançou um novo produto para investidores e falsificou documentos para obter a aprovação da Comissão Reguladora de Seguros da China. O regulador impôs limites às vendas daquele produto, com base no estado financeiro da Anbang, mas Wu emitiu relatórios de contas falsos para convencer os investidores da sustentabilidade do grupo. Até Janeiro passado, aquele produto captou mais de 93 mil milhões de euros a partir de 10,6 milhões de investidores, superando os limites de capital estipulados pelos reguladores.

Seguros tremidos
Segundo o tribunal, Wu usou mais de oito mil milhões de euros para investir em projectos, saldar dívidas e “levar um estilo de vida luxuoso”. A mesma nota detalhou ainda que Wu ordenou altos executivos da empresa a destruírem informação para encobrir os seus crimes.
Em Agosto de 2015, o grupo Anbang não conseguiu chegar a acordo com o Banco de Portugal para a compra do Novo Banco, numa corrida em que participaram também os chineses do Fosun e o fundo de investimento norte-americano Apollo.
Wu, cuja empresa se tornou mundialmente famosa, em 2014, ao comprar o icónico hotel de Nova Iorque Waldorf Astoria, por 1,9 mil milhões de dólares, é um dos multimilionários mais conhecidos da China. A mulher é neta de Deng Xiaoping, o “arquitecto-chefe das reformas económicas” que abriram o país asiático à economia de mercado.
A indústria dos seguros na China foi nos últimos dois anos abalada por vários casos de fraude. Em Setembro passado, o anterior director da Comissão Reguladora de Seguros da China foi julgado por receber subornos, enquanto executivos do sector foram punidos por corrupção e má gestão.
Criada em 2004, com sede em Pequim, a Anbang tem mais de 30 mil trabalhadores e activos no valor de 227 mil milhões de euros, segundo o ‘site’ oficial.

11 Mai 2018

Economia | Empresários “apavorados” face a possível guerra comercial

[dropcap style=’circle’] E [/dropcap] mpresários chineses estão “apavorados e indignados” perante uma possível guerra comercial entre Washington e Pequim, que ameaça indústrias inteiras nos dois países, testemunham exportadores radicados na China, na véspera de nova ronda de negociações.
“Existem fábricas com 300 funcionários que provavelmente vão parar”, contou Ricardo Geri, cofundador da Plan Ahead, empresa com sede em Pequim que exporta pedra artificial à base de quartzo para os Estados Unidos. Para cumprir uma das principais promessas eleitorais, o Presidente norte-americano, Donald Trump, exigiu à China uma redução do crónico défice comercial dos EUA com o país em “pelo menos” 200.000 milhões de dólares, até 2020.
Trump quer ainda taxas alfandegárias chinesas equivalentes às praticadas pelos EUA e que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certos sectores industriais estratégicos. Caso estas exigências não sejam satisfeitas, o chefe da Casa Branca ameaçou subir os impostos sobre um total de 150.000 milhões de dólares de exportações chinesas para os EUA.
“Há uma certa indignação entre os empresários chineses, que investiram muito dinheiro para aumentar a produção”, admitiu Geri, natural do estado brasileiro de Rio Grande do Sul e radicado em Pequim há cinco anos. No caso particular dos produtos de quartzo, “a China fornece 70 por cento do mercado norte-americano” e, nos últimos anos, “fábricas que tinham duas linhas de produção, passaram a ter quatro, seis ou até nove”, beneficiando da recuperação do sector da construção nos EUA e taxas alfandegárias inferiores a 2 por cento, contou o empresário.
No entanto, aproveitando a crescente tensão entre Washington e Pequim, o fabricante líder norte-americano de produtos de quartzo, o Cambria Co., apresentou ao Departamento de Comércio dos EUA uma petição para subir as taxas sobre as importações oriundas da China para 455 por cento, acusando os produtores chineses de receberem subsídios ilegais e prática de ‘dumping’, venda abaixo do custo de produção.

Cenário de risco
Em Setembro, Washington irá decidir a taxa preliminar e, em Julho do próximo ano, sairá a taxa final, com os produtos importados entre aquele período a serem taxados retroactivamente.
“Criou-se um cenário de alto risco, que parará praticamente todas as importações”, afirmou Ricardo Geri.
Pedro Ribeiro, empresário português radicado em Cantão, no sul da China, e que também exporta para os EUA, lembrou que as disputas comerciais poderão afectar também os exportadores norte-americanos de produtos alimentares.
“A China tem muito a perder nesta guerra”, refere Pedro Ribeiro. O empresário refere ainda que não acredita que o que “os EUA anunciaram entre em efeito na totalidade”. “Esta é apenas a forma como o Trump negoceia”, concluiu.
Porém, a China advertiu ontem que vai manter a posição na próxima ronda de negociações com os Estados Unidos, que visa encontrar uma solução para as crescentes disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
“A posição chinesa é muito clara: opomo-nos ao unilateralismo e ao proteccionismo comercial. Os EUA devem retirar as suas ameaças”, disse Gao Feng, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Na véspera de uma delegação chinesa, chefiada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, retomar as negociações com o secretário de Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, em Washington, Gao advertiu: “A posição chinesa não mudou e não mudará”. O porta-voz disse esperar que a nova ronda de negociações permita que a China e EUA “avancem, em conjunto, no desenvolvimento da cooperação económica e comercial e que alcance benefícios mútuos para os povos de ambos os países e do mundo”.
A viagem de Liu a Washington segue-se a uma primeira ronda de conversações, realizada na semana passada, em Pequim, entre uma delegação norte-americana chefiada por Mnuchin, e da qual não resultaram acordos concretos.

11 Mai 2018

Shanghai SIPG de Vítor Pereira perde com Kashima Antlers na ‘champions’ asiática

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Shanghai SIPG, orientado pelo treinador português Vítor Pereira, comprometeu hoje a continuidade na Liga dos Campeões asiáticos de futebol, ao perder no terreno do Kashima Antlers, por 3-1, na primeira mão dos oitavos de final.

A equipa japonesa colocou-se em vantagem antes do intervalo, através de Yuma Suzuki (43 minutos), e chegou ao 3-0 na segunda, com um tento Daigo Nishi (49) e um autogolo de Yu Hai (75), que logo depois faria a assistência para o brasileiro Elkeson reduzir a diferença e fixar o resultado final (77).

O conjunto de Vítor Pereira, que lidera o campeonato chinês, apesar das duas derrotas e do empate acumulados nas últimas três jornadas, recebe o Kashima Antlers em 16 de maio, no jogo da segunda mão.

Noutros encontro da primeira mão, o Al-Sadd, do Qatar, comandado por Jesualdo Ferreira, venceu em casa os sauditas do Al Ahli, por 2-1, na segunda-feira, enquanto o Tianjin Quanjian, equipa chinesa treinada por Paulo Sousa, empatou a zero na receção ao Guangzhou Evergrande, heptacampeão da China e vencedor da ‘champions’ asiática em 2015.

10 Mai 2018

Portugal vai ajudar na construção dos projetos do Bando Africano de Desenvolvimento para os lusófonos, diz Teresa Ribeiro 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] secretária de Estados dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação disse hoje que o objetivo de Portugal na estratégia de financiamento integrado do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para os países lusófonos é ajudar na construção dos projetos.

“O papel de Portugal, que não é um país beneficiário dos financiamentos do BAD, é ajudar na construção dos projetos” que o BAD vai financiar nos países lusófonos, explicou Teresa Ribeiro.

Em entrevista à Lusa, a governante vincou que Portugal “tem de estar numa fase muito precoce [do desenvolvimento dos grandes projetos], em que as grandes prioridades de desenvolvimento dos países parceiros são transformadas em projetos”.

“Temos de estar ao nível das embaixadas, na identificação das prioridades, temos de estar com a SOFID no desenho dessas prioridades, e depois transformá-las em projetos bancáveis, financiáveis, e contribuir para a construção do próprio esquema de financiamento desses projetos”, explicou Teresa Ribeiro, vincando que “é assim que temos mais hipóteses de associar as nossas empresa e fazê-las intervir numa fase mais prematura de um determinado projeto”.

O objetivo final é ajudar as empresas portuguesas na internacionalização e na obtenção de contratos no estrangeiro, nomeadamente em África, onde o BAD está a criar um programa de financiamento integrado para os países lusófonos.

“Celebrámos já um protocolo para a introdução do português [de apoio aos funcionários do BAD], porque a língua é uma barreira que impede uma ação mais consistente do BAD nos países lusófonos”, acrescentou a governante.

“O BAD está muito interessado em ter um programa específico para o conjunto dos PALOP porque reconhece que apesar da diversidade entre eles, com estádios de desenvolvimento e realidade diferentes, há traços importantes quando se pensa em termos de financiamento e desenvolvimento, como a língua e as matrizes jurídicas muito semelhantes, que são elementos essenciais para o interesse do BAD em desenhar um programa financeiro dirigido ao conjunto dos países lusófonos”, salientou Teresa Ribeiro.

A ideia de um programa de financiamento integrado surgiu quando o presidente do BAD visitou Portugal, no ano passado, e discutiu com o Governo português uma nova abordagem à cooperação devido às enormes necessidades de financiamento que obrigam ao envolvimento dos parceiros financeiros.

O próprio presidente do BAD, Akinwumi Adesina, já tinha assumido esta ideia em entrevista à Lusa em novembro, no final da visita a Portugal, quando disse que o BAD vai “olhar para os países lusófonos de uma maneira diferente, com um compacto entre o BAD e Portugal para ver como olhar para projetos maiores e usar os nossos instrumentos para tirar risco e dar mais escala aos projetos”.

10 Mai 2018

Cimeira entre Kim e Xi reafirmam papel da China na península coreana – analistas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cimeira surpresa entre os líderes da Coreia do Norte e da China terá servido para garantir que a voz de Pequim será ouvida quando Kim Jong-un reunir com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmam analistas.

“Penso que Xi [Xi Jinping, o Presidente chinês] quer evitar um resultado imprevisível na cimeira entre Trump e Kim”, afirma Bonnie Glaser, conselheiro do Centro Estratégico e de Estudos Internacionais, em Washington, citado pela agência Associated Press.

O Presidente chinês, Xi Jinping, quer proteger os interesses estratégicos da China na península coreana, ao manter um país aliado como Estado-tampão, face às tropas norte-americanas, estacionadas na Coreia do Sul.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, chegou hoje a Pyongyang, um dia depois de Kim reunir com Xi Jinping, para preparar a cimeira entre o líder norte-coreano e Donald Trump.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, entretanto, realçou o seu desejo de que a China participe no diálogo, sobretudo com o seu apelo a uma desnuclearização “faseada e sincronizada”, em oposição à exigência de Trump, de que Pyongyang termine imediatamente com o seu programa nuclear.

Xi e Kim reuniram na terça-feira, na cidade chinesa portuária de Dalian, pela segunda vez no espaço de um mês, ilustrando um reaproximar de dois aliados ideológicos.

A cimeira de Dalian é também significativa porque seria expectável que Xi visitasse Pyongyang antes do líder norte-coreano voltar a deslocar-se à China.

Ao visitar o país por duas vezes seguidas, o líder norte-coreano mostra aceitar a sua posição de “parceiro menor” na relação com Pequim, segundo Michael Mazza, da unidade de investigação American Enterprise, citado pela AP.

Segundo a imprensa chinesa, Kim disse a Xi que a Coreia do Norte está comprometida com a desnuclearização, caso uma das “partes interessada” acabe com a sua “política hostil e ameaças à segurança” do país, numa referência evidente a Washington.

A visita ocorre poucos dias depois de Pyongyang mostrar o seu desagrado com os comentários de Washington, que sugeriu que Kim Jong-un foi forçado a negociar, devido à pressão e sanções impostas pelos EUA.

Glaser considera que Xi quer garantir que os interesses chineses são protegidos durante as conversas entre Pyongyang e Washington.

Essa visão foi enfatizada no editorial da versão de hoje do Global Times, jornal do Partido Comunista Chinês.

“Como resolver a questão da península, incluindo a questão nuclear, não poder ser decidido apenas por Washington”, lê-se. Os EUA, “devem respeitar as opiniões e interesses de Pequim, visto que pediram muitas vezes à China que cooperasse”, lembrou.

Nos anos 1950, China e Coreia do Norte lutaram juntos contra os EUA. Até há pouco tempo, as relações entre os dois países eram descritas como sendo de “unha com carne”.

Nos últimos anos, no entanto, a China afastou-se do país, desagradada com a insistência de Pyongyang em desenvolver o seu programa nuclear e consciente de que este representa cada vez mais uma fonte de tensão regional.

A China, que representava 90% do comércio externo da Coreia do Norte, passou a aprovar as sanções impostas pelas Nações Unidas ao país, contribuindo ainda mais para o seu isolamento.

“Para Xi, a mensagem importante é simplesmente de que a China é um elemento-chave para resolver a questão da península coreana e o encontro [em Dalian] serviu para reafirmar essa mensagem”, afirmou Steve Tsang, diretor do Instituto da China, na Escola de Estudos Orientais e Africanos, em Londres.

Kim, por seu lado, quis mostrar que a “China continua a ser um aliado da Coreia do Norte e que estará lá para apoiar o país, caso Trump exija demasiado durante as negociações”, acrescentou.

10 Mai 2018

Conclusão para as obras do novo hospital público de Macau continua sem data

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau escusou-se ontem a avançar com uma data prevista para a conclusão das obras do segundo hospital público do território, adiantando apenas que até abril estava quase metade da obra feita.

De acordo com a meta prevista, 80% das obras deveria estar concluída em 2019, mas é ainda “impossível garantir” uma previsão para o final dos trabalhos, disse hoje o porta-voz do Governo na reunião plenária da Assembleia Legislativa.

Sabe-se, porém, que foram concluídas até meados de abril 46,6% das obras de construção deste complexo hospitalar.

“A calendarização depende agora inteiramente dos trabalhos dos concursos públicos”, frisou o mesmo responsável.

Além dos prazos, foi também abordada a escassez dos recursos humanos.

Alguns deputados destacaram a urgência da formação na área da medicina, sem a qual este “gigante complexo” não poderá operar.

O Hospital Geral do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – na zona do Cotai – é uma das grandes obras públicas em curso em Macau. A infra-estrutura está planeada desde 2009.

Em dezembro, na Assembleia Legislativa, a deputada Song Peng Kei afirmou terem sido despendidos, até à data, “cerca de dois mil milhões de patacas”.

De acordo com os Serviços de Saúde, o novo hospital do território vai ter cerca de 1.100 camas e instalações especializadas em Medicina Nuclear, Centro de Radioterapia e Centro de Transplantes.

10 Mai 2018

UE quer igualdade de tratamento para as empresas europeias na China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] representante da União Europeia (UE) para a China apelou ontem a Pequim que dê “igualdade de tratamento” às empresas europeias que operam no país, alertando que, caso contrário, o investimento estrangeiro poderá ser afectado. Desde 2013 que as autoridades chinesas e da UE negoceiam um acordo de investimento, visando aumentar a transparência e reciprocidade dos investimentos.

Numa altura de renovadas tensões entre Pequim e Washington, em torno de questões comerciais, o embaixador Hans Dietmar Schweisgut disse esperar que o “actual contexto internacional” incentive a China a avançar nas negociações. “A igualdade de tratamento que temos vindo a negociar desde há muito precisa de ser estabelecida”, afirmou Schweisgut, numa conferência de imprensa à margem das celebrações do Dia Europeu, em Pequim. O responsável da UE afirmou que “a mudança na disposição e ambiente” para o investimento estrangeiro está já a acontecer e pode tornar-se mais evidente. “Garantir um sistema internacional de comércio aberto e justo é essencial para ambos os lados”, afirmou. “Como uma das maiores economias do mundo e a maior potência comercial, a China poderia fazer uma enorme contribuição”, acrescentou.

Uma delegação da Comissão de Comércio do Parlamento Europeu está também na China esta semana para abordar questões comerciais com as autoridades do país. Segundo um comunicado da delegação da UE, os eurodeputados vão abordar as taxas recentemente impostas pelos EUA sobre as importações de aço e alumínio, o excesso de capacidade de produção, um acordo bilateral de investimento, acesso ao mercado chinês e direitos de propriedade intelectual.

10 Mai 2018

Ilha Verde | Governo sem investigação a proprietários

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, admitiu ontem que a questão da propriedade na Ilha Verde foi resolvida, sem que tivesse havido uma investigação. “Em relação à situação da propriedade do terreno, tratámos tudo de acordo com a legislação.

Na realidade, as Obras Públicas não fizeram uma investigação em relação a isso, tratámos de tudo de acordo com o registo e a inscrição”, afirmou Li Canfeng, ontem, à saída da reunião do Conselho do Planeamento Urbanístico. “Só tratamos das informações de acordo com o registo e inscrição feita”, acrescentou.

Nos últimos dias, a Associação Geral das Mulheres, através de deputada Wong Kit Cheng, e a Associação Sinergia de Macau apresentaram pedidos de investigação ao Comissariado Contra a Corrupção de Macau (CCAC) face à propriedade das terras na Colina da Ilha Verde.

10 Mai 2018

Cimeira | Pyongyang insta Washington a não minar actual clima de diálogo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] órgão de propaganda de Pyongyang adverte ontem o Governo norte-americano quanto à dureza do seu discurso, instando-o a não minar o clima de diálogo criado antes da cimeira que juntará os respetivos líderes, Donald Trump e Kim Jong-un.

“Os EUA deveriam saber que é melhor absterem-se de palavras e actos que possam estragar o bom ambiente excepcionalmente criado para as conversações” que em breve se realizarão entre Trump e Kim para debater a desnuclearização da península, lê-se num editorial ontem publicado no diário Rodong Sinmun, o jornal oficial do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia. O texto sugere ainda que Washington “também deve esforçar-se por mostrar atitudes sinceras e genuínas, à altura das actuais circunstâncias”.

Já no passado fim de semana, a agência de notícias KCNA tinha acusado os Estados Unidos de “manipularem a opinião pública”, ao afirmarem que a intenção de se desnuclearizar expressa por Pyongyang após a sua recente reunião com Seul era “resultado da pressão e das sanções” impulsionadas pela Administração Trump.

Esta nova advertência da Coreia do Norte sobre o discurso de linha dura da nova equipa negocial norte-americana surge precisamente no mesmo dia em que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, chegou a Pyongyang para preparar a cimeira entre os dois dirigentes.

10 Mai 2018

Diplomacia | Pequim, Tóquio e Seul prometem cooperar sobre Coreia do Norte

Os líderes da China, Japão e Coreia do Sul demonstraram ontem apoio ao acordo alcançado entre Pyongyang e Seul sobre a “total desnuclearização” e a paz duradoura na península coreana, comprometendo-se a cooperar para alcançar tais objectivos

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a primeira cimeira trilateral em mais de dois anos entre os três vizinhos do nordeste da Ásia, realizada em Tóquio, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o primeiro-ministro chinês, Li Kegiang concordaram em unir esforços e concentrar-se no diálogo aberto com o líder do regime norte-coreano, Kim Jong-un, com vista ao abandono irreversível do programa nuclear da Coreia do Norte.

O primeiro-ministro nipónico destacou a importância do acordo intercoreano para a estabilidade na região, sublinhando que partilha com Pequim e Seul “uma posição comum sobre as resoluções das Nações Unidas para resolver os problemas norte-coreanos”, declarou Shinzo Abe, durante um intervenção conjunta dos três líderes, à margem da cimeira.

Shinzo Abe apelou a Kim Jong-un para que tome medidas concretas em relação à desnuclearização do regime norte-coreano, aludindo à necessidade de manter as sanções impostas pela comunidade internacional a Pyongyang até que a desnuclearização seja uma realidade. Este último ponto não foi corroborado pelos restantes dois países presentes na cimeira.

O primeiro-ministro chinês, por sua vez, destacou o encaminhamento do diálogo na península, expressando o seu apoio a “todas as partes que estão a aproveitar este momento para resolver o conflito”. Li Kegiang declarou ainda que Pequim “fará todos os esforços para conseguir a desnuclearização da Coreia do Norte” e destacou a importância de trabalhar com Seul e Tóquio “para alcançar uma cooperação estável e saudável”, demonstrando ainda confiança no bom andamento do diálogo entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Kim Jong-un.

À espera de Trump

Já o presidente sul-coreano sinalizou o “grande apoio” manifestado por Li e Abe à chamada “Declaração de Panmunjom” assinada entre Seul e Pyongyang na cimeira de 27 de Abril, prometendo fazer “o possível” para implementar este pacto.

A cimeira de ontem realizou-se depois da histórica cimeira intercoreana e antes do encontro do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o líder do regime norte-coreano, Kim Jong-un, para debater a desnuclearização da península, que deverá realizar-se em meados de Junho, em Singapura. A reunião surgiu também poucos dias depois da visita-surpresa de Kim Jong-un à cidade portuária de Dalian, no norte da China, onde se encontrou com o Presidente chinês, Xi Jinping.

Esta é a sétima cimeira entre os três vizinhos do nordeste asiático desde que as reuniões trilaterais foram criadas em 2008, mas é a primeira desde 2015.

Os três países do nordeste da Ásia estão intimamente ligados em termos económicos. Contudo, o sentimento anti-Japão permanece bem vivo entre alguns cidadãos chineses e sul-coreanos, devido a disputas territoriais que remontam ao período da colonização da península coreana e à invasão da China na primeira metade do século XX, por parte do Japão.

10 Mai 2018