Tailândia | Impedida manifestação no aniversário do golpe de Estado

A polícia tailandesa impediu ontem a realização de uma manifestação para exigir o restabelecimento da democracia na Tailândia, no quarto aniversário do golpe de Estado que levou os militares ao poder no país

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] protesto foi convocado pelo movimento “Queremos votar”, que exige à junta militar do general Prayut Chan-Ocha a realização de eleições. Prayut anunciou um escrutínio um ano depois do golpe, em 2014.

Centenas de activistas concentraram-se no centro de Banguecoque, no recinto da universidade Thammasat, empunhando bandeiras do país e cartazes onde se podia ler: “Queremos votar. O poder pertence ao povo. O povo é dono do país”, “Não temos medo”.

Um milhar de agentes policiais foram destacados para a zona em torno da universidade, bloquearam os acessos e a saída do recinto. Através de megafones, a polícia disse aos manifestantes que o protesto era ilegal e as concentrações de carácter político de mais de cinco pessoas estavam proibidas, antes de impedir a marcha até à sede do Governo.

Nos últimos dias, as autoridades intensificaram os controlos em Banguecoque e a repressão contra os dissidentes. Na segunda-feira, oito líderes, incluindo três antigos ministros, do Pheu Thai, o partido do Governo deposto no golpe de 2014, foram acusados de sedição. Estes antigos responsáveis acusaram o Conselho Nacional para a Paz e a Ordem (NCPO, nome oficial da junta) de ter violado os direitos fundamentais dos tailandeses e de ter aumentado o défice público sem melhorar as condições de vida no país.

Promessa adiada

As forças armadas, lideradas por Prayut, actual primeiro-ministro, tomaram o poder a 22 de Maio de 2014 com a promessa de acabarem com a corrupção, a crise política no país e realizar eleições o mais depressa possível.

O golpe deu-se poucos dias depois de a então primeira-ministra e líder do Pheu Thai Yingluck Shinawatra ter sido destituída do cargo pelo Tribunal Constitucional por abuso de poder.

Em 2016, a Tailândia aprovou em referendo uma nova Constituição mais restritiva e que entrou em vigor em 2017.

As eleições foram sucessivamente adiadas e a última indicação de uma data foi dada por Prayut, que se referiu ao início de 2019.

As plataformas políticas relacionadas com a família Shinawatra ganharam todas as eleições realizadas no país desde 2001. A Tailândia já foi palco de 12 golpes de estado desde o fim da monarquia absoluta em 1932. A família Shinawatra é apoiada pelo poderoso movimento popular dos Camisas Vermelhas. As duas principais figuras do Pheu Thai, os dois antigos primeiros-ministros Yingluck e Thaksin Shinawatra estão no exílio em fuga de processos judiciais que denunciaram terem motivações políticas.

De acordo com analistas, as consecutivas vitórias do partido dos Shinawatra em todas eleições organizadas têm levado ao adiamento consecutivo de um novo escrutínio, que as autoridades receiam perder para a oposição.

23 Mai 2018

Coreias | Pyongyang proíbe jornalistas sul-coreanos de aceder a base nuclear

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades norte-coreanas proibiram a presença de jornalistas sul-coreanos para assistir ao desmantelamento de uma base nuclear, disse ontem fonte do Ministério da Unificação sul-coreano.

A lista de jornalistas sul-coreanos, que se encontrava já em Pequim para seguir viagem rumo a Pyongyang, foi rejeitada, disse a mesma fonte, citada pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap. No início do mês, a Coreia do Norte tinha garantido que os jornalistas da Coreia do Sul, dos Estados Unidos, da China e do Reino Unido iam ser convidados a assistir à destruição dos túneis, ao desmantelamento dos postos de observação e das instalações de pesquisa na central de Punggye-ri, previsto entre quarta e sexta-feira.

Muitos analistas declararam duvidar das promessas norte-coreanas, até porque há precedentes: em 2008, Pyongyang derrubou uma parte do centro de reprocessamento de urânio, mas continuou a desenvolver o programa nuclear. O cancelamento de convites surgiu depois de Pyongyang ter cancelado, na semana passada, um encontro entre as Coreias devido à realização de manobras militares conjuntas de Seul e Washington.

23 Mai 2018

Religião | Autoridades obrigam mesquitas a içar bandeira do país

Todas as mesquitas na China deverão içar uma bandeira do país e “estudar a Constituição, os valores socialistas e a cultura tradicional” chinesa, segundo uma directriz das autoridades islâmicas chinesas, ligadas ao Partido Comunista

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] normativa foi emitida este fim-de-semana pela Associação Islâmica da China, noticiou o jornal oficial Global Times.

Várias mesquitas na região de Ningxia (noroeste da China e a única onde a maioria da população é islâmica) começaram já a aplicar esta ordem. Segundo especialistas citados pelo Global Times, a iniciativa visa “assimilar a religião na sociedade socialista”.

A directriz surge depois de a agência noticiosa Associated Press ter reportado a criação de centros de doutrinação política para muçulmanos, que obriga os detidos a comer carne de porco ou beber álcool.

Estes centros estão concentrados na região do Xinjiang, também no noroeste da China, palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, que causaram 156 mortos e mais de mil feridos.

Símbolos de perigo

Pequim decidiu, entretanto, banir ou controlar várias práticas muçulmanas, incluindo manter a barba longa e jejuar durante o mês do Ramadão, afirmando que são símbolos do “extremismo islâmico”.

Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), as autoridades chinesas estão também a impor a famílias no noroeste do país que recebam funcionários públicos em suas casas.

Os funcionários estão encarregues de recolher e actualizar informação sobre as famílias, incluindo religião ou opiniões políticas, e reportar e “corrigir problemas” ou “situações inusuais”.

Os funcionários fazem ainda doutrinação política, incluindo promover o “Pensamento de Xi Jinping [o Presidente chinês]” e advertir contra os perigos do “pan-islamismo”, e outras ideologias que o Governo considera uma ameaça.

Estima-se que existam cerca de 23 milhões de muçulmanos na China, país mais populoso do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes.

23 Mai 2018

Secretário do Tesouro dos EUA satisfeito com acordo comercial

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, mostrou-se satisfeito sobre os progressos nas negociações comerciais com a China, mas não afastou o recurso a novas tarifas se não for cumprido o acordado.

“Creio que fizemos progressos muito significativos”, afirmou Mnuchin em declarações ao canal televisivo de informação financeira CNBC, dois dias após representantes de Washington e de Pequim terem anunciado o final das conversações.

De acordo com o comunicado oficial, os dois países chegaram a um consenso para reduzir o défice comercial norte-americano com a China e as autoridades de Pequim comprometeram-se a aumentar “significativamente” a compra de bens e serviços aos Estados Unidos. Não foram avançados números concretos, apesar de os Estados Unidos terem solicitado que a China reduza em 200 mil milhões de dólares o excedente comercial que tem com os Estados Unidos.

Depois do acordo, os Estados Unidos anunciaram que suspendem provisoriamente a imposição de novas taxas à importação de produtos chineses. “Agora depende de nós assegurarmos que o podemos implementar”, afirmou Mnuchin ao resumir o que foi negociado com a China.

Possível retorno

O secretário do Tesouro não afastou, no entanto, que se recorra a novas taxas aduaneiras se as autoridades chinesas não cumprirem “o acordo com um quadro muito completo” que foi definido nas negociações que decorreram em Washington na semana passada. “Se as coisas não resultarem e não conseguirmos o que queremos, o Presidente pode sempre voltar a impor tarifas”, adiantou.

A administração de Donald Trump tinha ameaçado impor tarifas no valor de 150 mil milhões de dólares a centenas de produtos chineses para equilibrar a balança comercial entre os dois países.

O acordo alcançado, acrescentou Mnuchin, abre caminho às empresas dos dois países para desenvolverem os seus próprios negócios. Nesse sentido, o responsável dos Estados Unidos disse que as empresas de energia norte-americanas podem chegar a acordo com as chinesas para vender produtos num valor entre 40 mil e 50 mil milhões de dólares.

23 Mai 2018

Espaço | Lançado satélite de retransmissão para lado oculto da Lua

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China lançou ontem um satélite de retransmissão para assegurar a comunicação com a sonda lunar Chang’e-4, que será lançada em breve, para explorar o lado oculto da Lua.

O satélite Queqiao foi transportado por um foguetão Longa Marcha-4C, a partir do centro de lançamento de satélites Xichang, no sudoeste da China, informou a agência noticiosa oficial Xinhua, que cita a Administração Nacional Espacial da China.

“O lançamento é um passo chave para que a China atinja o seu objectivo, de ser o primeiro país a enviar uma sonda para aterrar no lado mais longínquo da Lua”, afirmou Zhang Lihua, responsável pelo lançamento. Vinte e cinco minutos após o lançamento, o satélite separou-se do foguetão e entrou em órbita.

Está previsto que o satélite, que pesa uns 400 quilos, opere durante os próximos três anos. O país prevê iniciar, em 2019, a construção de uma estação espacial, que deverá estar concluída em 2022, e terá presença permanente de tripulantes.

23 Mai 2018

Arcebispo australiano condenado por encobrir abusos sexuais de menores

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] m tribunal australiano declarou ontem o arcebispo Philip Wilson culpado de encobrir casos de pedofilia durante os anos de 1970, crime pelo qual enfrenta agora uma pena máxima de dois anos de prisão.
Dirigente da Arquidiocese de Adelaide desde 2001, Philip Wilson, de 67 anos, foi acusado de omitir crimes de abuso sexual perpetrados pelo padre James Fletcher contra um rapaz de 10 anos, nos anos 1970, numa paróquia no Hunter Valley, a norte de Sydney. Fletcher foi condenado em 2004 a oito anos de prisão por nove casos de abuso sexual, mas morreu 13 meses depois, na sequência de um enfarte.
Durante o julgamento, a defesa argumentou que o arcebispo, recentemente diagnosticado com a doença de Alzheimer, foi incapaz de comparecer perante o juiz devido ao impacto da doença nas “funções cognitivas”.
“Estou obviamente aborrecido com a decisão divulgada hoje”, disse ontem Philip Wilson, num breve comunicado, depois de conhecer a decisão do tribunal. “Agora devo considerar as razões e consultar os meus advogados para determinar os próximos passos”, concluiu o arcebispo, que está em liberdade condicional até à divulgação da sentença final, marcada para o dia 19 de Junho.
A Igreja Católica, com forte presença na Austrália, recebeu queixas de 4.500 pessoas por alegados abusos cometidos por cerca de 1.880 membros da instituição entre 1980 e 2015, embora alguns casos datem dos anos de 1920. No início deste ano, vários arcebispos australianos admitiram que a resposta da Igreja Católica no país aos casos de pedofilia estava errada e levou a uma situação de “negligência criminosa”.

23 Mai 2018

Activismo | Tribunal chinês condena tibetano a cinco anos de prisão

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou um activista, que promove a língua tibetana, a cinco anos de prisão, por incitar ao separatismo, depois de ter aparecido num documentário produzido pelo jornal norte-americano The New York Times (NYT).

O advogado de Tashi Wangchuk, Liang Xiaojun, contou à agência noticiosa Associated Press que o cliente deverá apelar da sentença, decretada por um juiz na cidade de Yushu, província de Qinghai.

Tashi, de 32 anos, foi detido em 2016, dois meses depois de o jornal norte-americano ter publicado o vídeo e o respectivo artigo, e foi a julgamento em Janeiro passado, tendo alegado a sua inocência.

Os procuradores apresentaram evidências unicamente com base num vídeo de nove minutos do NYT, de 2015, que conta como Tashi processou funcionários locais por impedirem o ensino da cultura e língua tibetana. A versão ‘online’ do NYT está bloqueada na China.

No documentário, Tashi, que é apresentado como um comerciante, referiu a “pressão e o medo” sentidos pelos tibetanos, e como está preocupado com a possível destruição da cultura, através da contínua erosão da língua local.

Com apenas cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente, até à ocupação pelas tropas chinesas em 1951. Por outro lado, Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica é, há séculos, parte do território chinês.

A região é quase totalmente inacessível à imprensa estrangeira, mas organizações de defesa dos direitos humanos têm dado conta de uma crescente repressão, ao mesmo tempo que decorre uma campanha de promoção do mandarim na educação e no mercado de trabalho.

23 Mai 2018

Turismo | Medidas para desviar visitantes do centro durante Agosto

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]elena de Senna Fernandes, directora da Direcção dos Serviços de Turismo, adiantou que a primeira fase do programa de turismo inteligente, focado em afastar os turistas do centro histórico, pode ser implementado já em Agosto, noticiou o canal chinês da Rádio Macau.

O programa em questão pretende emitir avisos prévios a residentes e turistas sobre as zonas da cidade com maior concentração de pessoas. Além disso, o Executivo ainda está a analisar diferentes programas com a empresa Alibaba, do magnata Jack Ma mas, para já, não pode divulgar detalhes.

No que diz respeito à segunda fase do programa de turismo inteligente, a prioridade é a divulgação dos trabalhos promocionais, estando a ser discutidas questões como a recolha de informações e a criação de uma base de dados, entre outras acções.

23 Mai 2018

Crime | Residente perdeu 1,75 milhões em burla telefónica

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma residente de Macau, com cerca de 40 anos, perdeu 1,75 milhões de renminbis depois de, alegadamente, ter sido vítima de mais um caso de burla telefónica, noticiou o canal chinês da Rádio Macau.

No telefonema, o suspeito alegou ser funcionário de uma empresa de transporte de encomendas, tendo dito que as autoridades policiais do continente estariam a realizar uma investigação sobre a encomenda da alegada vítima. A mulher ligou para o número disponibilizado pelo suspeito e deu todas as informações dos seus cartões para uma posterior deslocação à pátria.

Os indivíduos que alegaram ser polícias e procurador do Ministério Público disseram à vitima que esta estaria envolvida em vários casos, tendo exigido o pagamento de uma quantia em dinheiro para que não fosse deduzida acusação.

A residente dirigiu-se então a uma caixa multibanco localizada na zona do ZAPE, tendo feito cinco transferências bancárias. O marido da alegada vítima acabou por fazer queixa às autoridades.

23 Mai 2018

Media | Discutido em Macau futuro do sector no quadro da política externa chinesa

O projecto “Uma faixa, uma rota”, foi o mote para a “Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento da Indústria dos ‘Media'” que decorreu no território. A investigadora Fernanda Ilhéu entende que a iniciativa foi útil no sentido de combater as desigualdades e estabelecer uma nova dinâmica de globalização

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] comunicação visual, o ‘live streaming’ e a inovação tecnológica são alguns dos temas centrais de uma conferência organizada em Macau sobre o futuro dos ‘media’. O evento decorreu na segunda-feira e contou com a participação de 29 países.

Dedicada este ano à iniciativa “Uma faixa, uma rota”, a terceira edição da “Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento da Indústria dos ‘Media'” juntou 200 académicos e profissionais com o objectivo de fortalecer a comunicação entre os órgãos de comunicação chineses e estrangeiros.

Na cerimónia de abertura, a investigadora portuguesa Fernanda Ilhéu afirmou que a iniciativa “Uma faixa, uma rota” propõe uma nova dinâmica de globalização com potencial para criar “um mundo mais desenvolvido e menos desigual”.

“É uma iniciativa harmoniosa e inclusiva que defende a tolerância entre civilizações, respeita caminhos e modelos de desenvolvimento de diferentes países e apoia diálogos entre diferentes povos”, disse a coordenadora do ChinaLogus – Business Knowledge & Relationship, que apoia empresas e instituições portuguesas a entrar no mercado chinês.

A iniciativa de infra-estruturas, que Pequim apresentou ao mundo em 2013, tem como objectivo refazer o mapa económico e político mundial, ao mesmo tempo que procura reformular o modelo de desenvolvimento eurocêntrico convencional.

Rota abrangente

Para Fernanda Ilhéu, esta iniciativa “a longo prazo” não reflecte apenas questões comerciais, mas estende-se a muitas outras que desafiam o paradigma global e podem ajudar a “evitar uma terceira guerra mundial”.

O conflito armado impede-se “promovendo a diversidade e o diálogo” e aqui reside o papel dos órgãos de comunicação, sublinhou a investigadora. No caso da China e de Portugal, por exemplo, é importante que se avance para órgãos de comunicação bilingues que promovam a proximidade entre os povos.

Patrocinada pela Xinhua (agência de notícias da China), a Macao Daily News e a Fundação de Macau, a conferência foi co-organizada pelo Gabinete de Comunicação Social do Governo de Macau e pela Associação de Chineses Ultramarinos Retornados de Macau.

Na cerimónia de abertura estiverem presentes, entre outros, o Chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, e o director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Macau, Zheng Xiaosong.

23 Mai 2018

Diplomacia | Alexis Tam lidera delegação na 71ª Assembleia Mundial da Saúde

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, participou na segunda-feira na cerimónia de inauguração da 71ª Assembleia Mundial da Saúde em Genebra, Suíça, na qualidade de representante de Macau da delegação oficial da República Popular da China.

De acordo com o comunicado enviado à comunicação social, a comitiva liderada por Tam foi composta pelo director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Kuok Cheong U, entre outros.

A Assembleia Mundial da Saúde deste ano tem como tema a Cobertura Universal de Saúde e vai reunir a representação dos 194 estados-membros da Organização Mundial de Saúde.

23 Mai 2018

António Lobo Antunes vence Prémio Bottari Lattes Grinzane 2018

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] escritor António Lobo Antunes venceu o Prémio Bottari Lattes Grinzane 2018, organizado pela fundação italiana com o mesmo nome, e vai recebê-lo em outubro, anunciou a sua editora.

O Prémio Bottari Lattes Grinzane 2018 teve como júri intelectuais, professores universitários, jornalistas culturais e escritores, segundo a mesma fonte.

António Lobo Antunes, de 75 anos, recebe o galardão no próximo dia 20 de outubro, no Castelo Grinzane Cavour, nos arredores de Turim, no norte de Itália.

O ano passado este prémio foi entregue ao escritor britânico Ian McEwan, de 69 anos, e em edições anteriores distinguiu autores como Enrique Vila-Matas, Patrick Modiano, Alberto Arbasino, Martin Amis, Javier Marias e Amos Oz.

Entretanto, o autor português viu o seu romance “Os Cus de Judas” ser selecionado, em França, para o Exame Nacional de Agregação para professores e investigadores do Ensino Secundário em Literaturas Modernas.

“Os Cus de Judas” foi publicado pela primeira vez em 1979, e atualmente já na 36.ª edição, segundo as Publicações D. Quixote.

Ao lado de António Lobo Antunes, que se tornou o primeiro escritor português vivo selecionado, estão Joseph Conrad (1857-1924) e Claude Simon (1913-2005).

O escritor António Lobo Antunes recebeu no passado dia 14 o Grande Prémio do Centenário da Reunificação da Roménia, onde foi o convidado de honra do Festival Internacional de Poesia de Bucareste.

Lobo Antunes estreou-se literariamente em 1979, com “Memória de Elefante”, obra que vai na 30.ª edição, segundo a mesma fonte.

Em pouco mais de um ano, seguiram-se “Cus de Judas” (1979), “Conhecimento do Inferno” (1980) e “Explicação dos Pássaros” (1981).

De “Fado Alexandrino” (1983) e “Auto dos Danados” (1985), até “Da Natureza dos Deuses” (2015) e “Para Aquela Que Está Sentada no Escuro à Minha Espera” (2016), António Lobo Antunes soma mais 23 romances, num total de 27, incluindo vários livros de crónicas e um livro para crianças – “A História do Hidroavião” (1994), ilustrado por Vitorino -, entre outras obras.

O escritor foi distinguido com o Prémio Camões, o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores, que recebeu por duas vezes (por “Auto dos Danados” e “Exortação aos crocodilos”), o Prémio de Literatura Europeia da República Austríaca, o Prémio da União Latina, pelo conjunto da obra, os prémios Juan Rulfo e Rosalía de Castro, o Prémio Melhor Livro Estrangeiro publicado em França (“Manual dos Inquisidores”), entre outras distinções.

Na Feira do Livro de Lisboa, que abre na sexta-feira, Lobo Antunes vai estar presente em três momentos, no dia 27 de maio, e nos dias 03 e 10 de junho.

22 Mai 2018

Escritor Germano Almeida é o vencedor do Prémio Camões 2018

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] escritor cabo-verdiano Germano Almeida é o vencedor do Prémio Camões 2018, foi anunciado, no Hotel Tivoli, em Lisboa, após reunião do júri.

Nascido em 1945 na ilha da Boavista e a viver atualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como “A ilha fantástica”, “Os dois irmãos” e “O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, estes dois últimos já adaptados para cinema.

“O fiel defunto” é o mais recente romance de Germano Almeida, cuja obra literária está traduzida em países como Itália, França, Alemanha, Suécia, Noruega e Dinamarca.

Formado em Direito em Lisboa, é advogado e foi procurador da República de Cabo Verde. Deu os primeiros passos na literatura na década de 1980, numa altura em que cofundou a revista Ponto & Vírgula.

Germano Almeida, um dos escritores mais lidos e traduzidos de Cabo Verde, é o segundo autor cabo-verdiano a ser distinguido com o Prémio Camões, depois de o galardão ter sido atribuído em 2009 ao poeta Arménio Vieira.

Horas antes do anúncio do prémio, em declarações à agência Lusa, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, assumia estar a torcer pela escolha de Germano Almeida.

“O nome cabo-verdiano mais próximo de se consagrar como Prémio Camões é Germano Almeida, pelo seu percurso e a sua obra”, disse Abraão Vicente.

O júri desta 30.ª edição do Prémio Camões, que distinguiu Germano Almeida por unanimidade, foi composto por Maria João Reynaud (Portugal), Manuel Frias Martins (Portugal), Leyla Perrone-Moisés (Brasil), José Luís Jobim (Brasil), Ana Paula Tavares(Angola) e José Luís Tavares (Cabo Verde).

Para Abraão Vicente, o Prémio Camões é “um contributo extraordinário de um país como Portugal” que “dá para incentivar a crítica, a produção”.

O Prémio Camões, considerado o maior prémio da Língua Portuguesa, foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 com o objetivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.

O Prémio Camões foi atribuído pela primeira vez em 1989 ao escritor Miguel Torga e em 2017 ao poeta Manuel Alegre.

22 Mai 2018

Expo98: Vulcões e Gil lembram ainda hoje a Exposição Mundial de há 20 anos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s vulcões, o Oceanário e a figura do Gil recordam a quem hoje passa pelo Parque das Nações a realização da Exposição Mundial, que há 20 anos centrou as atenções em Lisboa e transformou aquela zona da cidade.

A Expo’98 decorreu entre 22 de maio e 30 de setembro de 1998, teve como tema “O Futuro dos Oceanos” e foi visitada por 9.637.451 pessoas. Só no último dia da exposição, visitaram o recinto 200 mil pessoas.

A área industrial, cheia de contentores e lixo, a parte oriental de Lisboa foi totalmente revitalizada para receber a Expo e transformada num novo bairro quando o evento fechou portas.

Desse tempo permanecem vários equipamentos que mostram apontamentos da Expo aos mais novos e deixam saudades desse tempo aos mais velhos.

Exemplo disso são os icónicos vulcões de água, que faziam as delícias de crianças e adultos de cada vez que explodiam. Depois de alguns anos sem trabalhar, voltaram a jorrar água e, agora, voltaram a ‘explodir’.

A trabalhar sem parar desde 22 de maio de 1998, dia em que a Expo abriu portas, está o teleférico, que faz uma viagem de 1.230 metros ao longo do rio Tejo, entre o Passeio de Neptuno, perto do Oceanário, e o Passeio das Tágides, perto da Torre Vasco da Gama.

Os pavilhões mais emblemáticos da Exposição permanecem até aos dias de hoje em atividade, como é o caso do Altice Arena, que era o Pavilhão da Utopia.

Quando a Expo terminou foi transformado numa sala de espetáculos e eventos, e batizado de Pavilhão Atlântico, tendo sido vendido em 2013 ao Consórcio Arena Atlântico, que lhe mudou o nome para Meo Arena. Entretanto, foi rebatizado e atualmente chama-se Altice Arena.

Permanecem também o Oceanário, o Teatro Camões, o Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva (que era o do Conhecimento dos Mares), o Casino de Lisboa (era o Pavilhão do Futuro), a Torre Vasco da Gama, que foi um restaurante durante a exposição e é agora um hotel, e três bonecos do Gil espalhados pelo Parque das Nações.

O ex-líbris da exposição – o Pavilhão de Portugal, desenhado pelo premiado arquiteto Siza Vieira – continua sem destino certo. Depois de ter recebido eventos e de servir de apoio ao Altice Arena, foi recentemente vendido à Universidade de Lisboa, que pretende revitalizá-lo.

Em declarações à Lusa, Carlos Ardisson, da associação de moradores ‘A Cidade Imaginada Parque das Nações’, disse esperar que “finalmente seja dado um uso digno ao pavilhão”, porque “é uma pena que uma estrutura com aquela beleza e a qualidade não esteja a ser utilizada e não tenha sido utilizada durante 20 anos”.

Completamente abandonada está a antiga Praça Sony, que recebeu concertos e espetáculos.

Carlos Ardisson explicou à Lusa que o espaço foi dividido em dois lotes, um dos quais (onde estava o ecrã gigante) pertence à Feira Internacional de Lisboa (FIL) e está vazio. O outro ia ter um hotel, mas as obras pararam quando “surgiu a crise financeira que afetou o país e ainda não houve a retoma dos trabalhos”.

“O terreno está vedado, é um buraco, um lago de águas estagnadas, com problemas de mosquitos e coisas assim. Esperemos que seja só isso”, disse o representante dos moradores.

Para lembrar a atividade industrial que existia naquela zona antes da Exposição Mundial ficou a Torre da Galp, da primeira refinaria portuguesa – a Refinaria de Cabo Ruivo –, que se encontra na parte sul do Parque das Nações.

Vinte anos depois, Oceanário está “mais natural” e ultrapassou expectativas

O Oceanário de Lisboa, inaugurado por altura da Expo’98, está atualmente “mais natural, com todos os animais a viverem em equilíbrio”, e “ultrapassou fortemente tudo o que era esperado em 1998”, disse à agência Lusa o diretor executivo (CEO).

Há precisamente 20 anos, Lisboa foi palco, ao longo do verão, de uma exposição mundial cujo tema foi “Os oceanos, um património para o futuro”, a Expo’98, que abriu portas no dia 22 de maio.

Nesse âmbito, nasceu o Oceanário de Lisboa, que desde essa altura leva miúdos e graúdos num mergulho pelos mares e habitats, entre peixes, pinguins, tubarões, aves ou lontras marinhas.

Desde que abriu portas, este equipamento situado na zona oriental de Lisboa, rodeado pelo rio Tejo, mudou em vários aspetos, disse à agência Lusa o CEO, João Falcato.

“Eu julgo que quem visita hoje o Oceanário, e quem visitou há 20 anos, encontra um ecossistema muito mais equilibrado, muito mais natural, com todos os animais a viverem em equilíbrio, e consegue-se visionar muito bem o que são os oceanos, consegue-se ter uma perceção muito bonita do que é que se passa debaixo de água, que nós normalmente não temos essa possibilidade”, disse o responsável.

E esta é “uma das missões do Oceanário”, acrescenta, “fazer com que um grande número de pessoas perceba como é bonito o oceano debaixo de água”.

Segundo João Falcato, foram ultrapassadas “todas as expectativas”.

“Em quase tudo a que o Oceanário se propôs, ultrapassou fortemente tudo o que era esperado em 1998”, precisou, salientando que em “1998 era uma grande incógnita, como seria o futuro era uma incógnita, […] mas hoje é uma certeza”.

Atualmente, o Oceanário de Lisboa conta com mais de um milhão de visitantes, que todos os anos observam os mais de 26 mil animais (de 500 espécies diferentes), mas os responsáveis destacam que tem capacidade para receber mais.

Um desses animais é a lontra marinha Maré, filha das lontras mais famosas do país, a Amália e o Eusébio, que nasceu 20 dias antes da abertura daquele espaço ao público e da inauguração da Expo98, e que ainda hoje nada de um lado para o outro, de barriga para cima, fazendo as delícias de quem passa.

Mas o total de animais à data da inauguração era bem diferente.

Segundo, Elsa Santos, bióloga supervisora das galerias, o Oceanário contava há duas décadas com oito mil animais, número que tem vindo a aumentar devido “a uma evolução a nível das próprias técnicas” e dos “equipamentos de manutenção que têm evoluído e que têm permitido sempre uma melhor qualidade da água”.

Também a troca de informações com outras instituições envolvidas na conservação dos oceanos e a interação entre os aquários “tem permitido a evolução ao longo dos anos”, explicou Elsa Santos.

“O Oceanário tem-se distinguido ao longo dos anos e nós podemos também perceber isso por todo este caminho que o Oceanário tem tido desde a Expo’98, em que era um equipamento de exposição, até hoje em dia, que faz parte de uma fundação tão importante como é a Fundação Oceano Azul, de conservação dos oceanos”, salientou.

Para o futuro, esta estrutura “espera continuar a cumprir cada vez melhor a sua missão e a sua missão é a conservação dos oceanos”, apontou João Falcato.

“Nós existimos para que quem nos visita perceba que tem um património único, um património pelo qual é responsável também, e se todos nós dermos um pequeno contributo, os nossos filhos e os nossos netos provavelmente vão conseguir ter este oceano melhor, ou tão bom, como hoje. E é isso que o Oceanário pretende fazer cada vez mais no futuro, ter cada vez mais capacidade de influenciar o futuro dos oceanos e contribuir para que este futuro seja um futuro positivo, e não negativo”, acrescentou.

Atualmente, o Oceanário é, na opinião do CEO, “um equipamento de referência a nível nacional”.

“Damos todos os dias o nosso melhor para que assim seja e parece-me que, ao longo dos últimos 20 anos, temos cumprido com a nossa quase obrigação quanto à sociedade portuguesa de trazer o oceano de volta para a vida das pessoas e torná-lo cada vez mais presente”, destacou.

22 Mai 2018

Venezuela: Organização de Estados Americanos critica “eleições sem democracia”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Organização de Estados Americanos (OEA) condenou o Presidente da Venezuela por realizar eleições sem existir democracia no país e considerou as presidenciais de domingo “uma farsa”.

“Não se pode ter democracia sem eleições, mas Nicolás Maduro demonstrou que podem realizar-se eleições sem ter democracia”, disse o secretário-geral da OEA, Luís Almagro, num comunicado divulgado na segunda-feira.

Para a OEA, o último domingo “foi um dia infame para a democracia nas Américas”, em que “o ditador [Nicolás] Maduro tentou, sem sucesso, dar uma roupagem democrática ao seu regime totalitário”.

“O totalitarismo e a democracia não podem conviver. As eleições na Venezuela foram um exercício sem as mínimas garantias para o povo, realizaram-se com uma falta generalizada de liberdades públicas, com candidatos e partidos proscritos e com autoridades eleitorais carentes de qualquer credibilidade, submetidas ao poder executivo”, afirmou.

Por outro lado, Almagro destacou que “o Estado [venezuelano] usou todos os recursos à sua disposição para a farsa”.

“Não reconhecemos Nicolás Maduro como o Presidente legítimo da Venezuela. A Venezuela necessita de um governo de transição que possa gerar um sistema eleitoral legítimo, que por sua vez permita soluções para o país”, afirmou.

Segundo Luís Almagro, “o pior que pode acontecer à Venezuela é o prolongamento da ditadura”.

“A crise humanitária, resultado da falta de comida e medicamentos, é cada vez mais profunda, como testemunham milhares de venezuelanos que abandonam o país diariamente”, frisou.

As instituições venezuelanas “não têm nenhuma legitimidade nem credibilidade”, acrescentou.

“O sistema político, as suas autoridades e o seu Presidente são uma fraude. Vamos dar resposta à falta de democracia na Venezuela. Não podemos ser indiferentes e não o seremos. Continuaremos a lutar por sanções mais fortes contra o regime. Continuaremos a lutar pelo fim da ditadura venezuelana”, concluiu.

Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais antecipadas de domingo com 5.823.728 (67,7%) votos, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.

O opositor Henri Falcon obteve 1.820.552 votos. O pastor evangélico Javier Bertucci 925.042 e o engenheiro Reinaldo Quijada 34.6714 votos, indicou o CNE.

De acordo com o CNE, foram registados 8.603.936 votos válidos, que correspondem a uma participação de 46% dos 20.527.571 eleitores.

Catorze países chamam embaixadores para consultas e reduzem relações com a Venezuela

Os 14 países do Grupo de Lima chamaram para consultas os seus embaixadores em Caracas e anunciaram que vão reduzir as relações diplomáticas e apresentar um protesto pelos resultados das eleições presidenciais de domingo na Venezuela.

O Grupo de Lima é formado pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.

Num comunicado conjunto afirmam “não reconhecer a legitimidade” das eleições presidenciais antecipadas de domingo, em que Nicolás Maduro foi reeleito Presidente da Venezuela, “por não cumprirem com as regras internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente”.

“Acordamos reduzir o nível das relações diplomáticas com a Venezuela, pelo que os embaixadores [destes 14 países] em Caracas vão ser chamados a consultas e vão ser convocados os embaixadores da Venezuela para expressar o nosso protesto”, lê-se no documento.

Por outro lado, o Grupo de Lima “reitera a sua preocupação pelo agravamento da crise política, económica, social e humanitária que tem deteriorado a vida na Venezuela, que se vê refletida na migração em massa de venezuelanos que chegam aos nossos países em difíceis condições e na perda das instituições democráticas, do estado de direito e da falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos”.

Também que vão apresentar, no quadro do 48º período de sessões da assembleia-geral da Organização de Estados Americanos, uma nova resolução sobre a situação na Venezuela.

Nesse sentido propõe aos países da região a adoção de várias medidas para atender os fluxos migratórios de venezuelanos “obrigados a abandonar o seu país” devido à crise.

Essas medidas passam por uma reunião de alto nível (para a primeira quinzena de junho) com autoridades migratórias dos distintos países para trocar experiências e definir diretrizes para uma resposta integral que inclua temas de facilidades migratórias e documentos de identidade.

“Considerar a possibilidade de realizar contribuições financeiras destinadas a organismos internacionais competentes para fortalecer as capacidades institucionais dos países da região, em especial os países vizinhos, para atender o fluxo migratório dos venezuelanos”, é outra possibilidade admitida pelo grupo no documento.

Por outro lado, convocam uma reunião com responsáveis pelo setor da saúde, para coordenar ações em matéria de saúde pública e fortalecer a cooperação, para atender “a emergências”, dar apoio no abastecimento de medicamentos por instituições independentes e desenvolver ações de vigilância epidemiológica na Venezuela e em países vizinhos, em particular perante o reaparecimento de doenças como o sarampo, o paludismo e a difteria.

O Grupo de Lima prevê ainda solicitar às autoridades de cada país que emitam boletins e circulares ao sistema financeiro e bancário sobre o risco em que podem incorrer se realizarem operações com o Governo da Venezuela e coordenar ações internacionais para que não sejam concedidos empréstimos ao Governo da Venezuela, exceto para ações de ajuda humanitária.

“O Grupo continuará acompanhando o desenvolvimento da situação na Venezuela, com o propósito de adotar as medidas adicionais que correspondam, de maneira individual ou coletiva, para favorecer o restabelecimento do estado de direito e da ordem democrática nesse país”, conclui.

22 Mai 2018

Casinos | MGM pediu aprovação para as novas salas de fumo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] MGM apresentou ao Governo o pedido de aprovação dos espaços para fumadores, de acordo com o regime que regula a matéria. A informação foi dada ontem pelo Director Executivo do MGM, Grant Bowie, ao canal chinês de televisão da TDM.

“Submetemos o nosso pedido à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e aos Serviços de Saúde e agora estamos à espera para ter as aprovações finais”, referiu o responsável.

De acordo com Grant Bowie, o trabalho da MGM está completo e em conformidade com o exigido legalmente, pelo que agora é esperar que o Governo seja expedito a dar seguimento aos pedidos. “O processo de aprovação da nossa parte está completo e gostaríamos de ver o Governo a dar andamento à aprovação oficial o mais depressa possível” apontou.

22 Mai 2018

Coloane | Leong Sun Iok quer controlo de construções ilegais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Leong Sun Iok pede ao Executivo uma optimização da gestão de terras de modo a que os recursos naturais sejam preservados. Em causa, diz o deputado em interpelação, está a protecção de Coloane que “com a construção em massa de edifícios e casinos é uma espécie de pátio para os residentes onde podem desfrutar da natureza nos momentos de lazer”.

No entanto, as construções ilegais têm vindo a crescer naquela área, nomeadamente na zona da Hac Sá, e, na opinião de Leong, devem ser fiscalizadas. Mas, o mesmo problema pode ser identificado em outras zonas de Coloane. Para o deputado, o Executivo não está a fazer uso do seu dever de gerir terras.

“Devido à má gestão de terras em Macau, o meio ambiente natural de Coloane tem vindo a ser destruído com ocupações ilegais e o Governo tem sido incapaz de controlar a situação”, lê-se. No entender do deputado, a situação reflecte “a ausência de mecanismos reguladores capazes”.

Para Leong Sun Iok, as autoridades deviam dar prioridade à preservação dos recursos naturais do território. Como tal, exige ao Governo esclarecimentos no que respeita a medidas para proteger os espaços verdes de Coloane e como pensa combater as construções ilegais que continuam a existir.

22 Mai 2018

Coreia do Sul e EUA vão continuar esforços para realizar cimeira

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s presidentes da Coreia do Sul e dos Estados Unidos acordaram ontem continuar com os esforços para realizar a histórica cimeira com a Coreia do Norte, depois de o regime de Pyongyang ter ameaçado cancelar o encontro. Segundo um comunicado da presidência de Seul, os presidentes Moon Jae-in e Donald Trump conversaram ao telefone, durante 25 minutos, para analisarem os últimos desenvolvimentos da Coreia do Norte em relação à cimeira prevista para 12 de Junho, em Singapura. Moon e Trump concordaram em continuar a trabalhar em estreita colaboração para garantir que o encontro se realize e seja um êxito, adiantou a mesma fonte.
A 15.ª conversa telefónica entre Moon e Trump aconteceu depois de o regime de Pyongyang ter ameaçado cancelar o histórico encontro entre os líderes norte-coreano e norte-americano, por causa das exigências unilaterais de Washington em relação ao programa de desnuclearização da Península da Coreia.
O chefe do Executivo de Seul estará em Washington nesta semana para se reunir com Trump e “fazer a ponte”, a três semanas daquela que, se acontecer, será a primeira cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
Na quarta-feira, Pyongyang cancelou uma reunião de alto nível com Seul, argumentando que a Coreia do Sul e os Estados Unidos estavam a realizar manobras conjuntas que parecem um ensaio para invadir o território norte-coreano, apesar de terem recebido autorização e visto das autoridades norte-coreanas. Horas mais tarde, o regime de Kim Jong-un assegurou que também a cimeira com Trump estava em perigo face às pressões dos Estados Unidos em torno do modelo de desnuclearização que querem impor à Coreia do Norte, baseado no que foi usado na Líbia.
Até agora cordial e construtiva, a postura do regime de Pyongyang deu uma reviravolta, face à qual a Coreia do Sul, que tem sido o grande artífice da anunciada cimeira, decidiu apostar na mediação para garantir a realização do encontro.

21 Mai 2018

Automobilismo | Rodolfo Ávila à porta do pódio em Zhuhai

[dropcap style=’circle’] R [/dropcap] odolfo Ávila ficou perto de subir ao pódio na segunda jornada dupla do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) que decorreu este fim-de-semana em Zhuhai.
Depois de um desafortunado primeiro fim-de-semana do campeonato sem pontos em Xangai, Rodolfo Ávila esteve perto de subir ao pódio nas duas corridas, realizadas este fim de semana, no Circuito Internacional de Zhuhai.
Após colocar o VW Lamando GTS nº9 no topo da tabela de tempos no primeiro treino livre, na qualificação o piloto português radicado em Macau conquistou o segundo lugar da grelha de partida para a corrida de sábado, ficando a 0.023 segundos da ‘pole position’. Contudo, na corrida, um arranque menos feliz custou-lhe duas posições, as quais foram impossíveis de recuperar numa prova de oito voltas que foi encurtada em duas voltas, acabando por terminar atrás do ‘safety car’ devido a um acidente entre dois concorrentes, refere um comunicado enviado pela assessoria do piloto da SVW333 Racing.
“Não fiz um bom arranque e perdi duas posições. Dei o meu melhor para tentar chegar ao pódio, mas este fim-de-semana tivemos sempre dificuldade em acompanhar os KIA e os Ford”, referiu o vice-campeão da edição 2017 do CTCC.

Potência perdida
No Domingo, na corrida principal, com a grelha formada pela ordem inversa dos primeiros doze classificados da primeira corrida, Rodolfo Ávila largou do nono posto. Após um início empolgante, em que subiu cinco posições em sete voltas e quando se preparava para atacar o adversário que seguia à sua frente na terceira posição, Ávila foi forçado a abandonar.
“Estava com um ritmo forte, mas a pressão do óleo do motor já vinha a descer nas últimas quatro voltas, até que comecei a perder potência e parei imediatamente o carro para não danificar o motor”, explicou Ávila, citado na mesma nota enviada às redacções.
O piloto português radicado em Macau não escondeu uma ligeira frustração: “Acho que um lugar no pódio estava hoje [ontem] perfeitamente ao nosso alcance. Fizemos alterações nas afinações que resultaram, mas as corridas são mesmo assim. Há que continuar a trabalhar para melhorar o comportamento do carro e a sua fiabilidade”.
A temporada do CTCC continua dentro de 15 dias, no primeiro fim-de-semana de Junho, desta vez no Circuito Internacional de Guangdong, nos arredores da cidade de Zhaoqing.

21 Mai 2018

Comércio | China e EUA renunciam a guerra comercial entre os dois países

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] China e os Estados Unidos decidiram renunciar a qualquer guerra comercial e à imposição de novas taxas entre os dois países, afirmou ontem o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, citado pela agência de notícias Xinhua.

“As duas partes chegaram a um consenso, não participarão numa guerra comercial e não aumentarão as respectivas taxas”, adiantou o governante, que liderou a delegação chinesa que se encontrou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, em Washington.
Entretanto, foi noticiado no sábado que Washington e Pequim concordaram em reduzir “significativamente” o défice comercial dos Estados Unidos, de acordo com um comunicado conjunto após negociações na capital dos Estados Unidos. “Houve um consenso em tomar medidas para reduzir significativamente o défice americano no comércio de mercadorias com a China”, escrevem os dois lados sem, no entanto, fornecer números.
A Casa Branca exige uma redução de cerca de 170 milhões de euros do seu défice com o gigante asiático. No ano passado, os Estados Unidos registaram um défice de cerca de 318 milhões de euros com Pequim.

Oferta e procura
“A fim de atender à crescente procura pelo consumo chinês e à necessidade de desenvolvimento económico de alta qualidade, a China aumentará significativamente as suas compras de bens e serviços dos Estados Unidos, o que apoiará o crescimento e o emprego dos Estados Unidos”, continua o texto difundido pela Casa Branca. Os negociadores americanos e chineses concordaram ainda avançar com um “aumento significativo” nas exportações dos EUA nos sectores agrícola e de energia. “Os Estados Unidos enviarão uma equipa à China para trabalhar nos detalhes” de um acordo, anunciaram, sugerindo que a delegação chinesa, chegada no início da semana, já deixou Washington.
Os dois países, com fortes laços comerciais e financeiros, iniciaram algumas semanas de negociações delicadas para tentarem encontrar uma solução para a sua disputa comercial após meses de tensões, medidas e ameaças de retaliação comercial de ambos os lados, com o receio de uma guerra comercial com consequências imprevisíveis.
Uma delegação liderada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, visitou Pequim há duas semanas. Em seguida, uma delegação chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, amigo íntimo do presidente chinês, havia continuado esta semana as negociações, desta vez na capital federal.
As negociações foram realizadas apenas alguns dias antes do final de um período de consultas sobre novas sanções dos EUA sobre as importações chinesas.

21 Mai 2018

Portugal | Governo revela investimentos chineses na área da indústria

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, revelou que analisou com o homólogo chinês, em visita a Portugal, “novas oportunidades de investimento de empresas chinesas em Portugal, designadamente industrial”.

Após “uma reunião muito proveitosa” com o Conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wank Yi, o membro do Governo português anunciou também a possibilidade de aumentar as exportações portuguesas para aquele mercado asiático.
“Também estão em curso na China processos de inspecção sanitária muito importantes para o desenvolvimento das exportações portuguesas para o mercado chinês, designadamente produtos na área agropecuária e alimentar”, referiu Augusto Santos Silva, acrescentando que espera que “esse processo esteja concluído ainda este ano”.
Augusto Santos Silva afirmou também que Portugal “está muito interessado em participar na grande iniciativa desenvolvida pela China, conhecida como nova Rota da Seda”. O ministro português aludiu às “razões geográficas e económicas” do país para afirmar que Portugal “pode ser um bom ponto de encontro entre a faixa terrestre e a rota marítima da nova Rota da Seda”.
Assinalando que o país asiático “é o sexto fornecedor de bens a Portugal”, o governante realçou que “o aumento das exportações portuguesas para a China significará que ambos os países beneficiam de uma relação comercial cada vez mais importante”. Santos Silva declarou que “as relações entre os dois países são excelentes”, sustentando que a “razão dessa excelência” funda-se “na mesma visão sobre a ordem internacional baseada em regras, baseada no multilateralismo”.
“Portugal e China estão unidos na defesa de uma globalização inclusiva que todos possam beneficiar, na defesa do comércio internacional, na resistência ao regresso de formas de proteccionismo comercial”, disse.
Augusto Santos Silva ressalvou “a importância” que ambas as nações dão “às agendas essenciais para o futuro da humanidade, a agenda do Acordo de Paris e a agenda do Clima ou a agenda dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”.

Outono em Pequim
O ministro afirmou que tem uma visita prevista para a China “no próximo Outono”, também para preparar a estada do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, em Portugal no fim deste ano.
Augusto Santos Silva limitou-se a dizer que “se trata de uma operação de mercado que dever ser acompanhada pelas entidades reguladoras competentes”, sem se ter referido a hipotética alteração à lei que facilita a OPA chinesa na EDP.
O Conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi frisou que “China e Portugal ficam nos dois extremos do continente euro-asiático, mas as relações e laços entre os dois países são estreitas”.
Wang Yi assinalou que, “especialmente nos últimos anos”, Portugal tem mostrado “espírito de abertura e inclusão” e em “expandir a cooperação e fazer com que a Parceria Estratégica Global seja elevada para um novo patamar”. “Vamos manter a nossa cooperação e aumentar a nossa confiança política, para consolidar a relação bilateral”, afirmou Yi, manifestando agrado pela possibilidade de Portugal, que goza de “uma posição privilegiada”, constituir “um parceiro para a construção de uma rota da seda” e “formar Portugal como país estratégico”.
Salientando a “abertura mais inclusiva chinesa a investimentos estrangeiros”, Wang Yi notou que a China pretende “aumentar a importação de produtos agrícolas de Portugal e explorar novas oportunidades na área da energia e do financiamento”.
Portugal e China estabeleceram uma Parceria Estratégica Global em 9 de Dezembro de 2005, para reforço da cooperação em vários domínios, com especial enfoque para o diálogo político, a economia, a língua, a cultura e a educação, a ciência e tecnologia, a justiça e a saúde.

21 Mai 2018

Costa Nunes | Educadora e psicóloga com funções suspensas

[dropcap style-‘circle’] U [/dropcap] ma educadora e a psicóloga do jardim de infância D. José da Costa Nunes estão com as suas funções suspensas. A informação consta de um comunicado enviado aos pais daquela instituição acerca do relatório que seguiu para a DSEJ.
O jardim de infância D. José da Costa Nunes entregou na quinta-feira o relatório relativo aos casos de alegado abuso sexual à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e, para já, uma educadora e a psicóloga daquela escola estão com as suas funções supensas.
De acordo com o canal de rádio da TDM, a suspensão consta de um comunicado enviado pela Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) aos pais e encarregados de educação do jardim de infância, a que a Rádio Macau teve acesso. Trata-se de uma comunicação que resume os principais pontos do relatório enviado pela instituição à DSEJ sobre o caso de alegados abusos sexuais por parte de um servente a várias crianças que frequentam a instituição.
As suspensões da educadora e da psicóloga foram decididas no momento em que o relatório foi entregue à DSEJ. De acordo com a APIM, a educadora de infância apenas transmitiu à direcção da escola as suspeitas em relação ao funcionário dois meses depois de essas suspeitas terem sido transmitidas, em primeira mão, pelos pais.
Essa informação foi transmitida à direcção da escola a 24 de Abril de 2018, durante uma reunião que se destinava a “discutir assuntos pedagógicos da turma em questão”. A docente em causa relatou à directora da escola “pela primeira vez parcialmente a conversa passada com pais”, referindo-se aos alegados abusos sexuais.

Informação “insuficiente”

A APIM alega que, nessa altura, havia ainda “pouca informação sobre o caso relatado e a convicção de que a informação que existia não tinha sido valorizada pelos próprios pais, que preferiram agir com discrição”, refere a mesma fonte.
Ainda assim, alega-se que a directora tentou determinar a veracidade das suspeitas, “tendo aumentado a frequência das visitas às salas e determinado um prazo para revisitar a questão com a educadora, caso não surgissem entretanto indícios que justificassem elevar a questão”, refere-se na comunicação a que a Rádio Macau teve acesso.
“A razão dada para esta cautela no procedimento prendeu-se com a sensibilidade da natureza das referências que, tratadas de forma precipitada, poderiam ser detrimentais para as crianças, para o pessoal escolar e causar também o desagrado dos encarregados de educação, caso efectivamente estes não valorizassem ou vissem mérito nessas mesmas diligências”, aponta a instituição.
A 8 de Maio, refere-se na comunicação, a directora é informada de um novo caso e, por fim, informa a APIM do sucedido que, tal como alguns encarregados de educação, “procederam à formalização de queixas-crime”. Foi então que o funcionário em causa foi suspenso e impedido de voltar ao jardim de infância.

21 Mai 2018

Diplomacia | MNE de Portugal visita Macau no Outono

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] ministro português dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, vai incluir uma visita a Macau na deslocação à China, prevista para o próximo Outono. “Nessa ocasião visitarei também a Região Administrativa de Macau, porque o Fórum de Macau é o instrumento certo para promover a cooperação entre a China, Portugal e os países africanos de língua portuguesa”, vincou, sem ter comentado a Oferta Pública de Aquisição chinesa da eléctrica portuguesa EDP. A visita de Santos Silva à China tem como objectivo preparar a visita do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, a Portugal, que pode acontecer até ao final do ano. O agendamento destas visitas resultaram de um encontro entre Augusto Santos Silva e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, em Lisboa.

21 Mai 2018

“Manbiki Kazoku” do japonês Kore-Eda venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme “Manbiki Kazoku”, do japonês Kore-Eda, venceu a Palma de Ouro da 71.ª edição do Festival de Cinema de Cannes, cujo júri é presidido pela atriz australiana Cate Blanchett, foi anunciado.

“Manbiki Kazoku”, a primeira Palma de Ouro japonesa desde 1997 (ano em que foi distinguido “A enguia”, de Shohei Imamura), conta a história de uma família que vive de roubos em lojas e acolhe uma menina vítima de abusos.

O júri, que além de Cate Blanchett inclui, entre outros, as atrizes Kristen Stewart e Léa Seydoux, decidiu atribuir o Grande Prémio a “BlacKkKlasman”, do norte-americano Spike Lee.

Em “BlacKkKlansman”, filme passado na década de 1970, o realizador aborda temas como o racismo e a extrema-direita e termina com imagens dos confrontos de agosto do ano passado em Charlotesville, no estado norte-americano da Virginia, entre nacionalistas brancos e antifascistas.

A Palma de Ouro especial foi atribuída ao cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard, que estava em competição pela Palma de Ouro com o filme “Le livre d’image”, e o prémio de Melhor Realizador ao polaco Pawel Pawlikowski por “Cold War”.

O prémio de melhor ator foi para o italiano Marcello Fonte (pelo papel que interpreta em “Dogman”, de Matteo Garrone) e o de melhor atriz para a cazaque Samal Esljamova (“Ayka”, de Sergueï Dvortsevoï).

O Festival de Cinema de Cannes contou este ano com vários filmes portugueses, nomeadamente “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, distinguido com o Grande Prémio da Semana da Crítica, e o documentário “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, que conquistou o prémio especial do júri da secção ‘Un Certain Regard’, onde foi estreado.

Na Semana da Crítica esteve também a curta-metragem “Amor, Avenidas Novas”, de Duarte Coimbra.

No programa dedicado aos clássicos, foi exibida uma versão restaurada de “A ilha dos amores”, de Paulo Rocha, e, fora de competição, estreou-se “O grande circo místico”, do realizador brasileiro Cacá Diegues, rodado em Portugal.

A 71.ª edição do Festival de Cinema de Cannes encerra hoje com a estreia mundial de “O homem que matou D. Quixote”, de Terry Gilliam.

Ainda com um processo judicial em curso, Terry Gilliam terá agora oportunidade de mostrar no grande ecrã um projeto que o acompanha há quase trinta anos, numa adaptação livre do romance “D. Quixote de la Mancha”, de Miguel Cervantes.

“O homem que matou Dom Quixote” é um projeto antigo de Terry Gilliam, que remonta a 1989 e cuja produção sofreu sucessivos solavancos e interrupções, com problemas com elenco e com financiamento, sendo descrito pela imprensa especializada como um filme amaldiçoado.

Palmarés da 71.ª edição do Festival de Cinema de Cannes

Palma de Ouro: “Manbiki Kazoku”, de Hirokazu Kore-Eda

Grande Prémio: “BlacKkKlansman”, de Spike Lee

Prémio do júri: “Capharnaüm”, de Nadine Labaki

Palma de Ouro especial: Jean-Luc Godard

Prémio de Melhor Realizador: Pawel Pawlikowski, “Cold War”

Prémio de Melhor Argumento (ex-aequo): Alice Rohrwacher, “Lazzaro Felice” e Jafar Panahi e Nader Saeivar, “Trois visages”

Melhor Atriz: Samal Esljamova, “Ayka”

Melhor Ator: Marcello Fonte, “Dogman”

Câmara de Ouro: “Girl”, de Lukas Dhont

Palma de Ouro de curta-metragem: “All these creatures”, Charles Williams

Menção especial em curta-metragem: “Yan Bian Shao”, Wei Shujun

20 Mai 2018