Exportação de soja do Brasil para a China bate recorde

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s exportações de soja do Brasil para a China atingiram novo recorde mensal, em Maio, segundo dados oficiais, ilustrando a crescente importância da produção brasileira, face às crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington.

Segundo dados das alfandegas brasileiras, citados pela agência noticiosa AgriCensus, o Brasil exportou, no mês passado, 9,76 milhões de toneladas de soja para a China, superando o anterior recorde em 1,4 milhões de toneladas. No conjunto, o mercado chinês absorveu 80% da soja exportada pelo Brasil, durante aquele período.

O aumento das exportações brasileiras surge numa altura de renovada tensão entre Pequim e Washington, outro importante fornecedor de soja para a China, em torno de questões comerciais. O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige uma redução do deficit do país nas trocas comerciais com Pequim, ameaçando subir os impostos sobre um total de 150.000 milhões de dólares de exportações chinesas para os EUA.

Em retaliação, a China ameaçou subir os impostos sobre a importação de soja e outros produtos alimentares dos EUA, sabendo que grande parte do eleitorado de Trump se encontra na América rural. O transporte de soja dos EUA para a China demora pelo menos 30 dias. Carregamentos feitos agora poderão ser taxados ainda antes de desembarcarem na China, caso os dois lados concretizem as ameaças, o que levou várias empresas chinesas a cancelarem encomendas.

“O que quer que [os chineses] estejam a comprar, não é dos Estados Unidos”, afirmou no mês passado o chefe-executivo do grupo Bunge Ltd, uma das maiores exportadoras do mundo de cereais e oleaginosas, citado pela agência Bloomberg. “Eles estão a comprar soja do Canadá e Brasil, sobretudo do Brasil, mas deliberadamente não estão a comprar nada dos EUA”, detalhou.

Segundo dados da National Grain and Oil Information Centre, citados pela AgriCensus, o ‘stock’ chinês de soja atingiu um nível recorde de 8,18 milhões de toneladas na semana passada. Visando evitar uma guerra comercial, Pequim comprometeu-se, porém, a “aumentar significativamente” as suas compras de produtos agrícolas e recursos energéticos norte-americanos. No entanto, os dois lados não chegaram, até à data, a um acordo definitivo.

13 Jun 2018

China | Assembleia Popular Nacional agenda sessão

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Assembleia Popular Nacional, o mais alto órgão legislativo da China, vai reunir para a sua sessão bimensal entre 19 e 22 de Junho, de acordo com um comunicado divulgado nesta segunda-feira.

Li Zhanshu, presidente do Comité Permanente do Assembleia Popular Nacional (APN), presidiu a reunião. Os legisladores vão rever o projecto da lei de comércio electrónico e os projectos revistos para as leis de organização dos tribunais populares e das procuradorias populares, de acordo com o texto.

A APN deliberará também sobre um projecto de lei sobre os deveres do Comité de Constituição e Direito, apresentado pela reunião dos presidentes do Comité Permanente da APN, e um projecto de lei sobre protecção dos direitos marítimos e aplicação da lei da Guarda Costeira da China, apresentado pela Comissão Militar Central.

Projectos nacionais de ciência e tecnologia, tratamento de resíduos sólidos, implementação da Lei de Estatística e sobre a visita de Li Zhanshu à Etiópia, Moçambique e Namíbia., bem como um relatório acerca das qualificações de representantes e a revisão de nomeações e demissões de funcionários, serão também discutidos e aprovados, segundo o comunicado.

Finalmente, a APN vai avaliar um relatório do Conselho de Estado sobre as contas finais de 2017 e um relatório de auditoria para o orçamento e receitas e despesas fiscais de 2017 do governo central, bem como examinar e aprovar as contas finais do governo central em 2017.

13 Jun 2018

Governo desincentiva uso de casaco e gravata para poupar energia

[dropcap style≠‘circle’]M[/dropcap]acau quer sensibilizar a população para a poupança energética e vai, a partir de hoje, reduzir o consumo dos aparelhos de ar condicionado dos escritórios e desincentivar o uso de gravata e casaco no trabalho.

O Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético de Macau (GDSE) divulgou um comunicado sobre o combate às alterações climáticas “através da promoção de uma cultura de roupa leve, do desincentivo, sempre que possível, ao uso de gravata e de casaco, e do controlo da temperatura do ar condicionado para não menos de 25º celsius”, de forma a poupar energia.

A preocupação com o consumo energético levou as autoridades a lançarem uma campanha que incentiva os funcionários públicos a usarem roupas mais frescas e informais, para que desta forma o ar condicionado nos serviços não esteja tão frio e a consumir tanta energia. A campanha vai decorrer até ao dia 31 de agosto.

“Os trabalhadores das empresas privadas, das organizações industriais e comerciais e das associações são também convidados a participar nesta acção, a fim de se promover, conjuntamente, a cultura de conservação energética e de se criar um ambiente de poupança”, pode ler-se no comunicado.

 

Medida já aplicada

Esta medida não é inédita na Ásia. Todos os verões, geralmente muito quentes e húmidos, funcionários públicos e restantes trabalhadores do Japão são incentivados a deixar em casa o casaco e a gravata para um uso mais racional do ar condicionado nos locais de trabalho.

Esta semana decorre ainda em Macau a “Semana da Conservação Energética de Macau 2018” e por isso, no primeiro dia da semana, as autoridades do território instigaram a sociedade civil e as empresas a desligarem todas as luzes desnecessárias, em casa, nos casinos e nas empresas para promover uma cidade mais amiga do ambiente.

Segundo o GDSE inscreveram-se “seis casinos, vários hotéis, bancos, estabelecimentos comerciais e alguns locais turísticos”. A iniciativa “Desligar as luzes durante uma hora” decorreu entre as 20:30 e as 21:30.

13 Jun 2018

Mundial 2018: Portugal realiza hoje o terceiro treino em solo russo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção portuguesa de futebol realiza hoje o terceiro treino em solo russo, preparando na máxima força a estreia no Mundial2018, sexta-feira, em Sochi frente à Espanha.

Com o teste inaugural no Grupo B a aproximar-se, Fernando Santos contará com os 23 convocados a partir das 10:30 (08:30 em Lisboa), num apronto que voltará a ser aberto à comunicação social somente durante os 15 minutos iniciais.

A sessão de trabalho segue-se à conferência de imprensa de um futebolista, que começa alguns minutos mais cedo do que o habitual, às 09:50.

Este ensaio será o primeiro após William Carvalho, Bruno Fernandes e Gelson Martins terem enviado ao Sporting uma carta de rescisão unilateral, seguindo os passos do colega de seleção Rui Patrício, bem como de Podence.

A ‘equipa das quinas’ trabalha no centro de treinos do CF Saturn, em Kratovo, 50 quilómetros a sudeste de Moscovo.

Depois do duelo ibérico, Portugal defronta Marrocos a 20 de junho em Moscovo e o Irão de Carlos Queiroz a 25 em Saransk.

Mundial 2018: Trio ‘sportinguista’ sereno e finalmente sol no treino da selecção

O treino realizou-se hoje com William, Bruno Fernandes e Gelson aparentando serenidade após rescindirem com o Sporting.

O acto do trio, que se juntou ao também internacional português Rui Patrício, além de Podence e do holandês Bas Dost, dominou o início da conferência de imprensa com João Mário e mereceu a principal curiosidade de todos os órgãos de comunicação social portugueses.

William foi o primeiro dos três a chegar ao relvado, enquanto Bruno Fernandes e Gelson, sempre juntos, foram dos últimos.

Foi notório ainda a proximidade dos futebolistas que já atuaram nos ‘leões’ nesta sessão de trabalho, casos de Adrien, Cedric e João Moutinho, que se lhes juntaram em boa parte dos exercícios – realizados do lado oposto à bancada dos profissionais da comunicação social.

Além do sol, que surgiu pela primeira vez, ao terceiro dia, o segundo apronto à porta fechada, apenas 15 minutos abertos para os jornalistas, a novidade foram dois madeirenses que pedalaram de Inglaterra até Kratovo, 2.400 quilómetros em pouco mais de duas semanas para ‘inspirar’ os seus ídolos.

Depois de despenderem os primeiros momentos em roda de toques com bola com os seus companheiros, os guarda-redes Rui Patrício, Beto e Anthony Lopes trabalharam novamente à parte, apostando no jogo com os pés.

No período aberto foi possível ainda ver combinações com bola, bem como o aprimorar de passes curtos e longos.

12 Jun 2018

Macau aumenta número de alertas à subida do nível das águas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo anunciou ontem que vai alterar os avisos de ‘storm surge’ [subida do nível das águas] dos atuais três para cinco graus, uma medida que já está em vigor.

De acordo com as informações publicadas hoje no Boletim Oficial, as autoridades decidiram aumentar os níveis de alerta emitidos pela direção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos a “fim de assegurar a proteção da vida e bens da população, bem como de alertar o público para o nível de ameaça e o risco de ser afetado por um ‘storm surge'”.

“O ‘storm surge’ é o aumento anormal do nível da água quando uma tempestade tropical se aproxima das áreas costeiras e que pode ocasionar inundações em zonas baixas. Coincidindo com a maré astronómica, o nível da água pode elevar-se repentinamente e causar grandes inundações numa vasta zona”, explicou o governo, na nota publicada.

As autoridades decidiram alterar os valores do terceiro grau e acrescentar mais dois. O terceiro grau passa a ser emitido quando se prevê que “o nível de água acima do pavimento atinja valores entre um metro e um metro meio”.

O quarto grau, quando as previsões apontarem para a possibilidade dos níveis de água entre 1,5 metros e 2,5 metros.

Já o quinto e último grau, o grau preto, quando “o nível de água acima do pavimento atinja valores superiores a 2,5 metros”.

O grau mais elevado ainda em vigor, correspondia a todos os valores acima de um metro.

Os graus do aviso são emitidos para que a população possa adotar, atempadamente, as medidas de prevenção adequadas.

Depois da emissão do terceiro, quarto ou quinto grau, as autoridades do território aconselham a população a não estacionar os carros em parques de estacionamento, a não utilizarem elevadores – uma vez que o fornecimento de eletricidade pode sofrer cortes devido às inundações – e a manterem-se em lugares afastados das zonas baixas da cidade.

No ano passado ocorreram oito tempestades tropicais e, durante a passagem do tufão Hato, o pior nos últimos 53 anos, as rajadas máximas de vento atingiram os 217,4 quilómetros por hora.

12 Jun 2018

Francisco Neto diz esperar empenho, apesar de afastamento do Mundial 2019 feminino

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] selecionador português de futebol feminino, Francisco Neto, disse hoje esperar “qualidade, empenho e máxima dedicação” da equipa nacional nos próximos jogos de qualificação para o Mundial de 2019, o primeiro dos quais com a Roménia, na terça-feira.

Apesar de a seleção portuguesa de futebol feminina estar já matematicamente afastada do próximo Campeonato do Mundo, que se realiza em França, Francisco Neto assegurou que o compromisso das jogadoras nacionais “é sempre muito grande e a motivação está sempre presente”.

“Estamos tristes por não estarmos mais na luta pelo Mundial, que era um objetivo muito desejado. Mas estamos cientes de que há nove pontos em disputa e temos uma imagem para valorizar (…). Por isso, só espero qualidade, empenho e máxima dedicação da parte das nossas jogadoras. Vamos entrar com grande vontade de vencer”, afirmou, citado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Antes do treino de adaptação ao Estádio Municipal de Botosani, onde Portugal defronta na terça-feira a congénere da Roménia, Francisco Neto antecipou que a Roménia é “uma equipa forte que criará grandes dificuldades”.

A seleção portuguesa de futebol feminino ficou definitivamente afastada na sexta-feira da fase final do Mundial2019, ao perder frente à Itália, por 3-0, em jogo do Grupo 6 da fase qualificação.

Portugal necessitava de vencer as líderes do grupo para manter a possibilidade de chegar pela primeira vez a um campeonato do mundo, depois da histórica presença no Europeu de 2017, na Holanda, enquanto as italianas apenas precisavam de um ponto para confirmar o acesso à fase final da competição, em França.

A seleção de Milena Bartolini assegurou o primeiro lugar, com 21 pontos em sete jogos, mais 11 do que a Bélgica, segunda com 10, enquanto Portugal permanece no terceiro posto, com os mesmos quatro da Roménia – a Moldávia ocupa o quinto lugar, com um ponto.

12 Jun 2018

Mundial 2018: Bélgica impressiona ante Costa Rica

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Bélgica impressionou ontem no seu último jogo de preparação para o Mundial de futebol que se inicia na quinta-feira na Rússia, ao golear em Bruxelas a Costa Rica, por 4-1.

Outras duas seleções que ‘afinaram’ o seu estilo de jogo, a três dias do arranque do Mundial, foram Senegal e Coreia do Sul, com os africanos a chegarem à vitória por 2-0, em Grodig, Áustria.

No estádio Rei Balduíno, em Bruxelas, até foi a Costa Rica a marcar primeiro, através do sportinguista Bryan Ruiz, antes de os belgas tomarem conta do jogo, com uma exibição que os reforça como favoritos para o Mundial.

Mas nem tudo foram coisas positivas para a equipa belga, já que aos 70 minutos Eden Hazard teve de sair, por lesão, ligeiramente ‘tocado’ no tornozelo direito.

O golo de Bryan Ruiz, aos 24 minutos, teve o condão de ‘espicaçar’ o adversário, que aos 31 já empatava, por Dries Mertens.

Ainda antes do intervalo chegava o 2-1, marcado por Romelu Lulaku, aos 42. O goleador do Manchester United bisaria, aos 50 minutos.

Finalmente, o 4-1 foi obra de Michy Batshuayi, aos 64 minutos.

No Mundial, a Bélgica jogará no grupo G, com Panamá, Tunísia e Inglaterra.

A Costa Rica integra o grupo E, com Brasil, Suíça e Sérvia.

Em Grodig, na região de Salzburgo, o Senegal, de Sadio Mané, não deslumbrou e só venceu através de um autogolo coreano e de um golo de Konaté de grande penalidade, já para lá dos 90 minutos.

O jogo, que decorreu à porta fechada, só teve golos no segundo tempo: primeiro, foi Kim Young-Gwon a enviar a bola para as suas próprias redes, aos 67 minutos, e depois o penálti cobrado por Konaté, aos 90+1.

O Senegal integra o grupo H, juntamente com Polónia, Colômbia e Japão.

Quanto à Coreia do Sul, está no grupo F, com Alemanha, México e Suécia.

12 Jun 2018

OPA/EDP: China Three Gorges discute detalhes com a empresa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China Three Gorges (CTG) afirmou ontem que vai continuar a debater os detalhes da OPA sobre a EDP com esta empresa, depois de a eléctrica portuguesa ter considerado que a oferta tem “mérito”, mas o modelo de implementação “não é claro”.

“Vamos discutir nos próximos meses com a EDP”, disse à agência Lusa o vice-presidente executivo da China Three Gorges (CTG) International, Wu Shengliang, em reacção ao relatório ao mercado divulgado na sexta-feira pela EDP.

O Conselho Executivo da eléctrica portuguesa, liderado por António Mexia, considerou que “há mérito nas intenções estratégicas” da CTG, que “dependem do seu modelo de implementação, o qual não é claro nesta fase”, pedindo clarificação.

A mesma nota acrescenta que a EDP não dispõe de “elementos suficientemente claros sobre quanto tempo a CTG Europe pretende preservar a identidade portuguesa da EDP e a sua qualidade de sociedade cotada em Lisboa, do modelo societário previsto que garantiria autonomia do centro de decisão e como é que este modelo proporcionaria proteção adequada aos acionistas minoritários, nomeadamente na eventualidade de conflitos de interesse decorrentes da contribuição de ativos”.

Entre os méritos reconhecidos na proposta anunciada no passado dia 11 de Maio, António Mexia refere a intenção da CTG de “aportar os ativos detidos pela China Three Gorges Corporation na EDP, através de subsidiárias, no Brasil e na União Europeia”, a possibilidade de expansão para o mercado eólico ‘offshore’ (no mar) chinês, o reforço do perfil de crédito da EDP e a intenção de manter uma política de dividendos estável.

“Os méritos das intenções acima descritas dependem do seu modelo de implementação, o qual não é claro nesta fase”, lê-se no relatório.

Em 11 de Maio passado, a CTG anunciou a intenção de lançar uma OPA voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada acção, cujo pedido foi registado junto do regulador, sem alterações ao preço oferecido inicialmente.

O preço oferecido pela CTG é a principal razão pela qual a administração da EDP recomenda aos accionistas que não aceitem esta oferta, por não reflectir adequadamente o valor da eléctrica, pois o prémio implícito na oferta é baixo, considerando a prática pelas empresas europeias do sector.

“O prémio implícito no preço oferecido encontra-se significativamente abaixo do que é a prática em transacções em dinheiro no sector europeu das ‘utilities’, no mercado ibérico e mais genericamente no mercado europeu, em casos em que o oferente adquire controlo”, refere, realçando que está abaixo do oferecido em 2011, quando a CTG adquiriu 21,35% da elétrica.

Esta tomada de posição foi aprovada em reunião do Conselho de Administração Executivo da EDP realizada na quinta-feira, por unanimidade dos membros, e recebeu, na sexta-feira, parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão, órgão liderado por Luís Amado.

Também o Conselho de Administração da EDP Renováveis, liderado por Manso Neto, recomendou aos accionistas “não aceitar o preço da oferta” da CTG, por não traduzir o valor da empresa, e considerou que “o calendário proposto subjacente à oferta poderá não corresponder aos melhores interesses dos accionistas da EDP Renováveis e deveria ser clarificado”.

A CTG, que já detém 23,27% do capital social da EDP, pretende manter a empresa com sede em Portugal e cotada na bolsa de Lisboa.

Caso a OPA sobre a EDP tenha sucesso, a CTG avançará com uma oferta pública obrigatória sobre 100% do capital social da EDP Renováveis (EDPR) a 7,33 euros por ação. A EDP controla 82,6% do capital social da EDPR, que tem a sua sede em Madrid.

12 Jun 2018

China e Rússia criticam proteccionismo comercial dos EUA

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da China, Xi Jinping, alertou contra o unilateralismo e o proteccionismo comercial durante uma reunião de líderes asiáticos na qual ele e os seus pares, como o presidente russo, Vladimir Putin, criticaram a actual política dos EUA.

“Devemos rejeitar políticas egoístas, míopes, estreitas e fechadas. Devemos manter as regras da Organização Mundial do Comércio, apoiar o sistema de comércio multilateral e construir uma economia global aberta”, disse o líder chinês, neste domingo, durante a cimeira anual da Organização para a Cooperação de Xangai (OCX), realizada neste fim de semana.

Embora seus comentários não mencionassem o presidente dos EUA, Donald Trump, Xi procurou mostrar-se como um defensor do livre comércio, antepondo-se à posição de Trump de controlo das importações, apesar do estatuto da China como a maior economia mais fechada do mundo.

Xi também saudou a entrada de novos membros da Organização para Cooperação de Xangai, chamando a presença do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e do presidente paquistanês, Mamnoon Hussain, “de grande significado histórico”. As duas nações do Sudeste Asiático juntaram-se ao bloco como membros plenos no último ano. “Mais estados membros significa maior força da organização, bem como maior atenção e expectativa das pessoas, dos países, da região e da comunidade internacional”, disse Xi. “Também compartilhamos maiores responsabilidades na manutenção da segurança regional e estabilidade e promoção do desenvolvimento e prosperidade”, acrescentou.

A cimeira mostrou unidade de pensamento, em contraste marcante em relação ao encontro tumultuado da sete principais nações industrializados do mundo (G-7), encerrado neste sábado, no qual se viu EUA e os eus aliados divididos pela escalada das tensões comerciais. Trump atacou o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau num conjunto de tweets, chamando-o de “desonesto e fraco” e retirou o endosso dos EUA ao comunicado da cimeira do G-7. Trump também pediu que a Rússia fosse reintegrada no grupo. A Rússia foi suspensa em 2014 pela anexação da Crimeia.

Putin rejeitou neste domingo o G-7, como tendo sido forjado por desentendimentos internos, e elogiou a OCX por representar quase metade da população mundial. Para o presidente russo, a estrutura actual da OCX é “óptima”. Putin enfatizou também seu poder económico combinado e influência política. “Em termos de renda per capita, os países do G-7 são mais ricos, mas o tamanho combinado das economias da OCX é maior e a sua população é muito maior”. O presidente russo também salientou a importância da declaração da OCX em apoio ao livre comércio. “Reafirmamos a nossa prontidão, a nossa disposição, para seguir as regras de comércio que existem no mundo actual”, disse. “Esta é uma declaração muito importante.”

Xi, Putin e outros líderes do bloco também prometeram apoio ao Plano Global de Acção Conjunta, o acordo nuclear iraniano de 2015, do qual o presidente Donald Trump retirou os EUA no mês passado. “A China está disposta a trabalhar com a Rússia e outros países para preservar o JCPOA”, disse Xi.

A Organização para a Cooperação de Xangai, liderada por Pequim, é vista por muitos especialistas como uma tentativa de desafiar a ordem liderada pelo Ocidente. Além de China e Rússia, também inclui Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tajiquistão. Fundada em 2001, foi originalmente concebida como um veículo para resolver problemas de fronteira, terrorismo e para combater a influência americana na Ásia após a invasão do Afeganistão.

A China tem procurado minimizar as preocupações de que o grupo seja uma maneira de Pequim projectar a sua influência estratégica no exterior. O Global Times, jornal do Partido Comunista, disse neste domingo que, ao contrário de organizações ocidentais como a Otan e o G-7, que buscam “consolidar a ordem económica global que é favorável ao mundo ocidental”, a Organização para Cooperação de Xangai é inclusiva. “Não é uma ferramenta para jogos geopolíticos, buscando hegemonia ou envolvimento em confronto internacional “, disse o jornal.

12 Jun 2018

Hong Kong | Activista pró-independência condenado a seis anos de prisão

A juíza foi severa e condenou os arguidos de “acordo com a lei”. Mas há quem considere que a lei está a ser usada para fins políticos e que “não se ajusta aos parâmetros internacionais”

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] activista Edward Leung, rosto do movimento independentista em Hong Kong, foi ontem condenado a seis anos de prisão na sequência de um violento confronto com a polícia local em 2016, anunciaram as autoridades. Leung, de 27 anos, foi considerado culpado pela participação num ‘motim’ com a polícia no distrito de Mong Kok, na parte continental da região administrativa especial chinesa.

Os confrontos ocorreram em Fevereiro de 2016 e foram considerados os mais violentos dos últimos anos, constituindo a maior demonstração de descontentamento popular desde os protestos pró-democracia no final de 2014. Edward Leung é o antigo porta-voz do grupo independentista local Indigenous e uma das mais proeminentes vozes do movimento pró-independência de Hong Kong. A juíza Anthea Pang afirmou que Leung participou activamente nos distúrbios e descreveu suas acções como “excessivas e cruéis”.

O jovem já se encontrava detido, desde que se declarou culpado noutro processo por agredir um polícia durante as manifestações de 2016, caso em que foi sentenciado a um ano de prisão. As duas sentenças serão acopladas.

O tribunal rejeitou a alegação de que as motivações políticas seriam circunstâncias atenuantes e considerou que a condenação deveria ter um “efeito dissuasivo”. Leung, que estava no tribunal, manteve a calma durante a audiência e acenou para os simpatizantes após a leitura da sentença. Alguns manifestantes choraram depois do anúncio da condenação.

Outros dois manifestantes foram condenados a sete e três anos e meio de prisão, respectivamente.

Da comida de rua ao protesto político

O protesto começou em Fevereiro de 2016, coincidindo com o Ano Novo Chinês, com uma manifestação de apoios aos vendedores ambulantes de comida, que as autoridades queriam afastar das ruas. Mas rapidamente evoluiu para uma mobilização de carácter político, um protesto contra as autoridades em Hong Kong e Pequim. Quase 130 pessoas ficaram feridas, incluindo 90 agentes. Durante os distúrbios, os agentes deram tiros para o ar como medida de advertência. Dezenas de pessoas foram detidas.

Na vanguarda da mobilização estavam Leung e outros jovens do movimento chamado de “localista”, nascido das cinzas da “Revolução dos Guarda-Chuvas”, como ficaram conhecidos os protestos pró-democracia de 2014 que não conseguiram obter concessões de Pequim para as reformas políticas. Numa entrevista à AFP em 2016, Leung, que na época era um estudante de Filosofia, afirmou que “uma guerra ou uma batalha são inevitáveis”.

Chris Patten não gostou

Chris Patten, o último governador do período colonial de Hong Kong, denunciou a condenação, baseada na interpretação de uma lei sobre a manutenção da ordem pública.

“As vagas definições contidas na lei são uma porta aberta para os abusos e não se ajustam aos parâmetros internacionais”, afirmou Patten num comunicado divulgado pela Hong Kong Watch, ONG que monitora as liberdades na cidade. “É decepcionante ver que a lei é usada com fins políticos para condenar de modo rígido os democratas e outros activistas”, concluiu.

Num discurso proferido o ano passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou que qualquer actividade em Hong Kong que ameaçasse a soberania e a estabilidade da China seria “absolutamente inadmissível”.

12 Jun 2018

InspirARTE | Espectáculos extra de “O Caminho Para Casa”

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m resposta à grande procura de bilhetes, o Centro Cultural de Macau (CCM) vai apresentar três espectáculos adicionais de “O Caminho Para Casa”. Vinda da Dinamarca, esta produção para crianças sobe ao palco do CCM em finais de Julho e os bilhetes para os espectáculos extra já estão disponíveis.

“O Caminho Para Casa” é uma “aventura visual sem palavras encenada através de marionetas e música e que explora a imaginação sem limites de uma criança”, refere o comunicado oficial.

Inspirada no conto ilustrado de Oliver Jeffers, a peça “reconta a história de um rapaz que um dia voa tão alto e tão longe, que o seu avião a hélice acaba por poisar na lua já avariado”, lê-se no mesmo comunicado. É aí que conhece um marciano que se encontra na mesma situação. “O Caminho Para Casa” é uma encenação da companhia dinamarquesa Theatre Refleksion que está de regresso ao território após uma passagem pelo CCM em 2014 com a produção “Música Celeste”. Esta peça é uma produção incluída no programa InspirARTE no Verão.

12 Jun 2018

May defende “diálogo construtivo” com Trump após cimeira do G7

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] primeira-ministra britânica, Theresa May, defendeu hoje um “diálogo construtivo” com o Presidente norte-americano, depois de este não ter apoiado o comunicado final da cimeira do G7, marcada pela sua imposição de taxas alfandegárias ao alumínio e ao aço.

“A perda de comércio devido às tarifas aduaneiras prejudica a concorrência, reduz a produtividade, elimina os incentivos à inovação e torna todos mais pobres. Em resposta, a União Europeia deve impor contramedidas”, sustentou May na Câmara dos Comuns.

“Mas precisamos de evitar uma escalada contínua deste ‘toma lá, dá cá’. Por isso, é positivo que tenhamos tido um debate franco e direto nesta cimeira (que decorreu no fim de semana), e que o Reino Unido, como defensor do livre comércio, continue a favorecer um diálogo construtivo”, acrescentou a chefe do executivo britânico.

Segundo a responsável, os países “há muito tempo aliados” dos Estados Unidos não podem “fazer progressos ignorando as preocupações dos demais”, mas sim “enfrentando-as juntos”.

May indicou que foi “clara” com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o encontro no Canadá e lhe disse que as tarifas que impôs às importações de alumínio e aço da União Europeia, Canadá e México, entre outros países, “são injustificadas”.

Nesse sentido, a primeira-ministra britânica disse que o seu Governo “fará a sua parte” em Bruxelas para “se assegurar de que a União Europeia adota as ações corretas e proporcionadas, de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio”, em resposta à decisão dos Estados Unidos.

“O importante é sermos capazes de nos sentarmos e falarmos sobre estes problemas juntos, de partilhar a informação que precisamos de partilhar e de encontrar um caminho para ir em frente”, salientou a governante britânica, que em julho espera a visita de Trump ao Reino Unido.

“Devemos conseguir que o sistema de comércio internacional assente em normas funcione melhor”, defendeu May, para quem “as ações multilaterais são o melhor caminho para o conseguir”.

Na câmara baixa do parlamento britânico, a primeira-ministra sublinhou também que os Estados Unidos apoiaram Londres nas últimas semanas “em termos do número de diplomatas russos que expulsaram” após o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal com uma substância neurotóxica em Salisbury, Inglaterra.

Washington expulsou 60 diplomatas de Moscovo em resposta a esse ataque em solo britânico, pelo qual o Governo de Londres responsabilizou o Kremlin.

Antes da comparência da chefe do executivo na Câmara dos Comuns, o seu porta-voz oficial indicou que o Reino Unido espera que Washington cumpra “os compromissos” que assumiu no G7, apesar de Trump ter ordenado a retirada do seu apoio ao comunicado final da cimeira.

“O comunicado foi acordado por todas as partes que assistiram ao G7”, disse a mesma fonte, frisando que Londres tem a intenção de cumprir o texto “na totalidade”.

“Esperamos que os Estados Unidos cumpram também os compromissos que assumiram”, declarou o porta-voz de May.

12 Jun 2018

Joana Vasconcelos inaugura no dia 29 exposição no Guggenheim de Bilbao

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma máscara criada com espelhos sobrepostos, que representa uma metáfora das várias facetas humanas, vai ser ‘estrela’ da exposição “I’m your mirror”, que a artista Joana Vasconcelos inaugura a 29 de Junho, no Museu Guggenheim Bilbao, em Espanha.

A criadora, conhecida por produzir obras de grandes dimensões usando objectos do quotidiano, criou um vídeo sobre a montagem desta peça que está a ser exibido na rede social facebook, antecipando um pouco do que vai mostrar em Bilbao.

“Esta é a peça principal da exposição, entre algumas novas que vou mostrar, e está associada ao luxo e ao consumismo”, diz a artista no vídeo, acrescentando que a obra tem um duplo sentido: que ao tirar a máscara pretende mostrar uma parte muito importante do seu corpo de trabalho.

A exposição de Joana Vasconcelos no Museu Guggenheim Bilbao vai incluir 14 peças novas, entre as quais um anel solitário, com três toneladas, feito com jantes de carros e copos de cristal.

Mas a máscara veneziana, que dá título à exposição, “vai permitir, ao longo dos anos, criar novos ambientes e perspetivas, quando for exposta noutros lugares”.

“Mostra a dimensão doméstica, portuguesa e internacional da minha obra”, explica a artista, no vídeo, apresentando fases da montagem, que envolve espelhos sobrepostos, como escamas.

Alavanca para o futuro

“I’m your mirror” pretende funcionar “como um ‘pivot’ para o futuro, mas que também resume o passado” do trabalho da artista, que se destacou, em 2012, por se tornar na primeira mulher e criadora mais jovem a expor algumas das suas obras no Palácio de Versalhes, em Paris.

Em Fevereiro último, numa apresentação da exposição aos jornalistas, avançou que a mostra reunirá 35 obras, 14 das quais novas, incluindo aquela máscara veneziana, feita com 231 molduras de duplo espelho e que tem um peso aproximado de 2,5 toneladas.

A máscara e o anel solitário são duas das obras que ficarão expostas no exterior do museu, tal como o “Pop Galo”, um gigantesco Galo de Barcelos em azulejo e luzes LED, que iniciou no final de 2016 em Lisboa uma itinerância por várias cidades do mundo, entre as quais Pequim.

No átrio do Guggenheim Bilbao, o espaço central do museu, ficará uma obra feita de propósito para o local, da série “Valquírias”, com 30 metros de altura, 36 de largura e 45 de profundidade, que entra pelos cantos e ângulos que Frank Gehry (arquiteto que projetou o museu) desenhou para o Guggenheim.

Ao Guggenheim, Joana Vasconcelos irá também levar algumas das suas peças mais icónicas como “A Noiva”, um candelabro feito com tampões, ou “Marilyn”, um par de sapatos de salto alto feito com panelas, e outras peças das séries “Urinóis”, “Pinturas em crochet” e “Bordalos”.

A obra mais antiga que estará em exposição data de 1997, ano em que o Museu Guggenheim Bilbao abriu ao público.

Homenagem a uma canção

O título da exposição “é também uma homenagem a Nico [voz da canção ‘I’ll be your mirror’ dos Velvet Underground]”. No título da canção, o verbo é usado no futuro (“serei o teu espelho”), mas, no da exposição, está no presente (“sou o teu espelho”), porque a mostra “espelha o presente, não o futuro” e o trabalho da artista “é um reflexo do mundo que a rodeia”, explicou, na altura, a organização.

Esta exposição insere-se na “linha de pensamento curatória do Museu Guggenheim Bilbao, iniciada há quatro anos, de grandes exposições de mulheres artistas”, referiu Petra Joos, uma das comissárias da mostra, quando foi apresentada, em Lisboa.

“I’m your mirror” é a primeira exposição individual de um artista português no Museu Guggenheim Bilbao.

A artista tem uma equipa de cerca de 60 pessoas a trabalhar na produção da mostra, que está preparada para uma itinerância, estando Petra Joos a trabalhar com Serralves e Roterdão para o acolhimento da mostra.

A artista, de 46 anos, representou oficialmente Portugal na Bienal de Arte de Veneza em 2013, num projeto comissariado por Miguel Amado, que levou um cacilheiro transformado em obra de arte ao recinto principal da mostra internacional contemporânea.

O cacilheiro “Trafaria Praia”, que chegou a circular no Tejo para visitas turísticas, é propriedade da Douro Azul e encontra-se à venda desde o final do ano passado.

12 Jun 2018

Macau quer ser centro de comércio de diamantes e pedras preciosas

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau assinou um acordo com a Bolsa de Diamantes de Xangai para ser um centro de comércio de diamantes, aproveitando o papel de plataforma entre a China e os países lusófonos, que têm matéria-prima em pedras preciosas.

O acordo de cooperação foi assinado no final da semana passada entre o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e a Bolsa de Diamantes de Xangai para desenvolver a indústria de diamantes e jóias no território, diz o IPIM em comunicado.

“As redes doméstica e internacional já estabelecidas pela Bolsa de Diamantes de Xangai, os recursos de matérias-primas abundantes de pedras preciosas dos países de língua portuguesa” e o turismo da região são os principais factores que, de acordo com o IPIM, vão contribuir para o desenvolvimento da indústria da joalharia de Macau.

Na assinatura do acordo estiveram presentes, entre outros, a vice-ministra do Comércio da China, Gao Yan, o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, o presidente do IPIM, Jackson Chang, e o presidente da Bolsa de Diamantes de Xangai, Lin Qiang.

Segundo o IPIM, Xangai é já um “dos cinco maiores centros de negócios de diamantes no mundo, juntamente com Antuérpia, Nova Iorque, Bombaim [Mumbai] e Joanesburgo”

“A Bolsa de Diamantes de Xangai constituiu a segunda maior plataforma de importação de diamantes mundial, cujo valor de transações ultrapassam os cinco mil milhões de dólares”, apontou o IPIM.

12 Jun 2018

Caso suspeito de assédio sexual na escola Sam Yuk

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi ontem denunciado um caso de alegado de assédio sexual na Escola Secundária Sam Yuk de Macau. De acordo com a Macau Concealers, um aluno da escola declarou que um professor, em serviço desde Março, terá tido gestos suspeitos para com alunas e professoras. Estes gestos incluem aproximações e contacto físico durante as aulas.

Perante as acusações, a escola alega que se trata de um professor que vem de uma cultura diferente, sendo que terá dito aos queixosos para não divulgarem a situação.

Dois alunos foram queixar-se à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) que afirmou que iria estar atenta ao caso. Segundo a mesma fonte, o professor continua a exercer funções sem ser punido, pelo que os alunos decidiram divulgar o caso através dos meios de comunicação social.

12 Jun 2018

Cimeira EUA/Coreia do Norte: Trump confiante e Kim destaca superação de obstáculos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s equipas do presidente dos Estados Unidos e do líder norte-coreano iniciaram uma reunião alargada, após um primeiro encontro de cerca 40 minutos entre os dois líderes, sem conselheiros e apenas com os tradutores.

À chegada à sala onde o encontro está a decorrer, Trump mostrou-se confiante de que ele e Kim Jong-un vão “resolver um grande problema, um grande dilema”.

No início da histórica cimeira em Singapura, o Presidente dos Estados Unidos disse “não ter dúvidas” de que iria ter um “ótimo relacionamento” com o líder norte-coreano.

“Antigos preconceitos e velhos hábitos têm sido obstáculos, mas superámos todos para nos encontrarmos aqui hoje”, disse por sua vez vez Kim Jong-un.

A cimeira histórica entre o Presidente dos Estados Unidos e o líder da Coreia do Norte teve início hoje, em Singapura, com um histórico aperto de mão entre Donald Trump Kim Jong-un.

Este é o primeiro encontro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear de Pyongyang.

Este encontro histórico ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.

A cimeira começou pouco depois das 09:00 de terça-feira (02:00 em Lisboa), num hotel em Singapura, e resulta de uma corrida contra o tempo – com uma frenética atividade diplomática em Washington, Singapura, Pyongyang e na fronteira entre as duas Coreias -, em que houve anúncios, ameaças, cancelamentos e retratações surpreendentes.

12 Jun 2018

Ex-director do CIA critica “palhaçadas” de Donald Trump

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ex-director da CIA criticou as “políticas proteccionistas” e as “palhaçadas” do presidente norte-americano, pedindo paciência aos “aliados e amigos” do país, depois de Donald Trump ter suspendido o acordo assinado horas antes na cimeira do G7.

“As suas equivocadas políticas protecionistas e as palhaçadas estão a pôr em causa a nossa posição no mundo, assim como os nossos interesses nacionais. A sua forma de ver o mundo não representa os ideais norte-americanos. Aos aliados e amigos: Sejam pacientes, o Sr. Trump é uma aberração temporária. A América, que em tempos conheceram, irá voltar”, afirmou John Brennan, numa mensagem no Twitter em resposta a uma publicação de Trump, na qual insultava o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

Poucas horas após abandonar a cimeira do grupo dos países mais industrializados do mundo (conhecido como G7), que se realizou este fim de semana no Canadá, Donald Trump dissociou-se do comunicado final da cimeira, chamando ao primeiro-ministro do Canadá, país anfitrião da reunião, de “desonesto e fraco” por ter classificado como insultuosas as taxas alfandegárias norte-americanas.

Na sua mensagem no Twitter, o presidente norte-americano acusou Justin Trudeau de agir “de forma mansa e suave” durante a cimeira do grupo dos sete países mais industrializados do mundo mas depois ter criticado as taxas que a administração norte-americana impôs sobre as importações de aço e o alumínio.

“O primeiro ministro Trudeau agiu de forma tão mansa e suave durante a cimeira do G7, para depois dar uma conferência de imprensa, depois de eu abandonar a cimeira, dizendo que “as taxas norte-americanas eram uma espécie de insulto” e que ele “não seria ameaçado. Muito desonesto e fraco. As nossas taxas alfandegárias são uma resposta às suas de 270%” sobre os produtos lácteos, escreveu Donald Trump no Twitter.

Entretanto, a Alemanha já veio acusar hoje o Presidente norte-americano de “destruir” uma grande parte da confiança entre os Estados Unidos e a Europa, ao remover, com um ‘tweet’, o apoio ao acordo final da cimeira de G7, no Canadá.

Também a presidência francesa defendeu, em comunicado, que “a cooperação internacional não pode depender de raiva ou palavras”, lamentando a “incoerência” e “inconsistência” do chefe de Estado norte-americano sobre o comunicado final da cimeira do G7.

Apesar de persistir a disputa sobre taxas alfandegárias com os Estados Unidos, os países conseguiram assinar um “texto comum” depois de dois dias de cimeira em La Malbaie, na província canadiana do Quebeque.

Apenas as questões ambientais não contaram com a assinatura do Presidente norte-americano. A Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido são os países que compõem o G7.

Hoje, o Presidente norte-americano também foi alvo de críticas por parte do ex-diretor do FBI, James Comey, que foi despedido no ano passado por Trump depois de ter investigado as relações entre os russos e a sua campanha eleitoral.

“A nossa relação em assuntos de segurança nacional com o Canadá é vital e salva vidas norte-americanas. Construiu-se ao longo de gerações e é maior do que qualquer pessoa ou disputa. Tudo isso será deixado para trás”, afirmou Comey no Twitter.

A relação entre os dois países da América do Norte atravessa uma crise desde que a Casa Branca decidiu impor novas taxas às importações de aço e alumínio vindos do Canadá.

11 Jun 2018

Admiração chinesa por Putin reflecte sentimento anti-ocidental

Reportagem de João Pimenta, da Agência Lusa
[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ilhões de chineses declararam-se fãs do líder russo, Vladimir Putin, segundo uma pesquisa ‘online’ realizada nas vésperas da sua visita à China, ilustrando o ressentimento antiocidental no país, apesar das reformas económicas pró-capitalistas das últimas décadas.

“É seguro afirmar que Putin tem mais apoiantes na China do que qualquer outro líder estrangeiro”, afirmou Li Xing, diretor do Centro de Estudos da Eurásia, da Beijing Normal University, citado pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

Dezenas de biografias e ensaios sobre Putin estão hoje disponíveis na China, onde o atual Presidente, Xi Jinping, pôs fim à noção de liderança coletiva que perdurou no país nas últimas décadas, assumindo-se como o líder chinês mais forte desde Mao Zedong, o fundador da República Popular.

“Putin: Ele Nasceu para a Rússia”, “O Punho de Ferro de Putin”, “Putin: O Homem Perfeito aos Olhos das Mulheres” e “O Charme do Rei Putin” são alguns dos títulos expostos nas livrarias chinesas.

Coletâneas de discursos e entrevistas de Putin estão também publicadas na China, numa distinção rara para um estadista estrangeiro.

Uma pesquisa ‘online’ realizada pela emissora estatal China Media Group, ao longo de uma semana, com a questão “Quem é fã de Putin?” foi preenchida por cerca de dez milhões de internautas chineses, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

“Putin tornou-se um ícone político, duro e implacável, na resistência à hegemonia do ocidente”, afirma um estudante chinês de 26 anos, formado em Relações Internacionais. “Ele é um grande estadista, que renovou as esperanças e a fé do povo russo após a desintegração da União Soviética”, acrescentou.

No Sina Weibo, o Twitter chinês, um internauta explica a admiração dos chineses por Putin assim: “Gostamos dele porque o mundo ocidental teme-o”.

O próprio Presidente chinês, que este ano emendou a Constituição para poder permanecer no poder sem limite de mandatos, admitiu já que ele e Putin têm “personalidades semelhantes”.

A admiração é reciproca. Numa entrevista recente a uma emissora estatal chinesa, Vladimir Putin afirmou que Xi é o único líder mundial que ele convidou para a sua festa de aniversário.

“Bebemos um ‘shot’ de vodka e comemos umas salsichas no final de um dia de trabalho”, afirmou.

O líder russo considerou Xi um “parceiro agradável” e “um amigo de confiança”.

A Rússia e a China alinharam já posições nas Nações Unidas, ao oporem-se a uma intervenção na Síria e anularem tentativas de criticar as violações dos direitos humanos pelos dois países.

Moscovo apoia a oposição de Pequim à navegação da marinha norte-americana no Mar do Sul da China.

Ambos os países realizaram já exercícios militares conjuntos, incluindo no Báltico. A Rússia partilhou também com a China alguma da sua tecnologia militar mais avançada.

A nível económico, no entanto, a cooperação segue aquém da cooperação política e no âmbito da segurança.

A China é o principal parceiro comercial da Rússia, enquanto a Rússia surge em décimo lugar entre os parceiros de Pequim. O comércio bilateral fixou-se, em 2017, em 90 mil milhões de dólares (76 mil milhões de euros).

Em comparação, as trocas comerciais entre Pequim e Washington ascenderam a 636 mil milhões de dólares (538 mil milhões de euros), no mesmo período, com os EUA a registaram um deficit de 375,2 mil milhões de dólares (mais de 317 mil milhões de euros).

Putin visita entre hoje e domingo a China, onde participará no fórum da Organização de Cooperação de Xangai, organização que reúne vários países da eurásia e é dedicada a questões de segurança.

11 Jun 2018

Mundial 2018: Seleccionador sabe que portugueses estão com a seleção mesmo longe de Kratovo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] selecionador português de futebol, Fernando Santos, assumiu a convicção no apoio nacional à equipa das ‘quinas’ no Mundial2018, à distância, ao contrário do que ocorreu no Euro2016.

“Não vai fazer falta, mas gostávamos muito de ter o apoio que tivemos no Europeu. Temos o apoio do povo português, que sabe que não viemos aqui para participar no campeonato do mundo, mas para ganhar cada jogo. Certamente teremos nas praças em Portugal corações a vibrar intensamente, acreditando que esta equipa vai cumprir os objetivos”, vincou o técnico.

Em Kratovo, a cerca de 50 quilómetros sudeste de Moscovo, a seleção lusa, que retomou hoje os treinos, dificilmente vai contar com a onda de entusiasmo ocorrida no Euro2016, com o centro de estágio de Marcoussis, em França, repleto de emigrantes.

“Claro que preferíamos ter o apoio como em Marcoussis. Nos momentos menos fortes é muito importante quando o sentimos. Quando não estamos a ganhar, o apoio é muito importante, mas os meus jogadores estão preparados para isso. Temos de ser nós a fazer isso”, afirmou.

Fernando Santos realçou a convicção de que o país está com a seleção, recordando o último desafio de preparação, com a Argélia, na quinta-feira, no Estádio da Luz, em Lisboa, onde a chuva não impediu 50.000 adeptos de apoiarem a seleção.

“Obviamente que preferia ter aqui na Rússia mais de 20.000 ou 30.000, mas sentir que o povo português está connosco é motivo mais do que suficiente”, frisou.

A serenidade de Fernando Santos estende-se aos 23 futebolistas que dirige, afiançando que confia plenamente na capacidade de todos para jogarem e cumprirem, com sucesso, a missão que lhes for confiada.

“Vou dormir tranquilo, coloque em campo quem colocar. Dor de cabeça é quando vou para a cama e não sei o que fazer. É bom sinal dormir tranquilo. Estão a aptos, sabem o que fazer em campo. Espero que ainda possam melhorar”, justificou.

O selecionador refutou as observações feitas por alguns jornalistas estrangeiros de que a equipa das ‘quinas’ se faz menos favorita do que realmente é.

“Portugal nunca é humilde de mais. Afirma-se como candidato à vitória”, sublinhou, garantindo que os seus 23 ‘peões’ estão “ótimos” e prontos a entrar em competição.

Quanto aos desafios da primeira fase, descartou a possibilidade de gerir o grupo mediante os adversários, justificando que há demasiadas condicionantes e realidades para pensar em desafios além do próximo.

“[Se é] Impossível. Depende dos resultados, o que acontecer, de como reagem aos jogos. Não sou treinador para levar intenções para o jogo. Podem até jogar os mesmo todos os jogos”, admitiu.

Fernando Santos entende que esse tipo de planeamento seria pernicioso: “Seria mau para os atletas. Eles sabem o quanto são importantes. Jogam porque entendo que devem jogar, não pelo ‘ranking’ do adversário. Os jogadores ficariam muito incomodados. Seria falta de confiança do treinador”.

O técnico disse ainda que o quartel-general instalado em Kratovo está a ser do agrado da seleção.

“Quando vim aqui a primeira vez fiquei um pouco assustado, não pelo espaço em si, porque à partida era bom, mas pelas condições globais. O campo está bom e os jogadores estão satisfeitos”, concluiu.

A equipa das ‘quinas’ vai estrear-se no Mundial2018 frente à Espanha, na sexta-feira, em Sochi, no primeiro jogo do Grupo B, seguindo-se desafios com Marrocos, a 20 de junho, em Moscovo, e Irão, de Carlos Queiroz, a 25, em Saransk.

11 Jun 2018

Metro Ligeiro | GIT diz que foram definidas sanções para empresa

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]o Cheong Kei, coordenador do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) respondeu a uma interpelação da deputada Song Pek Kei garantindo que já estão definidas sanções a aplicar à concessionária pública que vai operacionalizar o metro ligeiro.

“Foram definidos, no contrato de prestação de serviços celebrado com a MTR (Macau), os critérios de avaliação do seu desempenho e as cláusulas sancionatórias a implementar nas situações em que não estejam em conformidade com as exigências de trabalho. O Governo e a futura Companhia de Operação do Metro Ligeiro irão proceder, periodicamente, à avaliação dos trabalhos efectuados pela MTR (Macau), para que fiscalize, de forma rigorosa, a referida empresa”, pode ler-se.

Além disso, o GIT garante que será o Executivo a definir os valores dos bilhetes, sendo que ainda não há uma decisão final quanto ao valor. “O Governo irá estabelecer o regime tarifário do metro ligeiro. Posteriormente, com a coordenação da operadora, e tendo em conta variados factores em análise, serão definidos os preços finais dos bilhetes.”

No que diz respeito ao recrutamento de recursos humanos, o GIT garante que não haverá dificuldades a este nível. “A operadora do metro ligeiro também elaborará planos específicos de recrutamento e formação de pessoal, entre os quais irá garantir a participação do pessoal local, melhorar o seu domínio técnico e preparar o caminho para o desenvolvimento gradual do metro ligeiro.”

O Governo deposita também esperança na entrada em vigor do novo regime do ensino superior, em Agosto deste ano, para que se possam suprimir eventuais dificuldades a este nível. “A nova lei do ensino superior irá entrar em vigor em Agosto de 2018, o que irá criar condições para permitir às instituições do ensino superior estabelecer, de forma mais flexível, cursos de diferentes tipos, acreditando-se que isto as ajudará a se articular com os trabalhos de formação de pessoal da operadora do metro ligeiro conforme as necessidades.”

11 Jun 2018

Xi Jinping saúda alargamento de fórum regional à Índia e Paquistão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, saudou a entrada da Índia e do Paquistão na Organização de Cooperação de Xangai, cuja reunião decorreu em contraste com a cimeira do G7. Xi deu as boas-vindas ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e ao Presidente do Paquistão, Mamnoon Hussain, afirmando que a presença destes é de “um grande significado histórico”.

O líder chinês falava durante a abertura da cimeira da OCX, na cidade portuária de Qingdao, norte da China. Os dois países aderiram àquele bloco como membros permanentes no ano passado.

“Mais estados-membros significa mais força para a organização, assim como mais atenção e expectativas dos povos dos países da região e da comunidade internacional”, disse Xi, acrescentando que o país partilha, “também, grandes responsabilidades na manutenção da segurança e estabilidade regionais e na promoção do desenvolvimento e prosperidade”.

O bloco liderado por Pequim é visto como uma tentativa de desafiar a ordem global assegurada pelo ocidente. O grupo é dominado pela China e Rússia e inclui ainda o Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tajiquistão.

Fundado em 2001, foi inicialmente concebido como um mecanismo de resolução de disputas fronteiriças, de luta antiterrorismo e, de forma mais implícita, para contrariar a influência norte-americana na Ásia Central, após a invasão do Afeganistão.

Nos últimos anos, o fórum ganhou uma componente mais económica, impulsionado pela iniciativa chinesa “Nova Rota da Seda”, um gigante projeto de infraestruturas que visa reativar as antigas vias comerciais entre a China e a Europa através da Ásia Central.

O projecto não é bem recebido por todos os membros do bloco, particularmente a Índia, que recusou apoiá-lo. Também a Rússia está cautelosa face à crescente influência da China, pelo que, apesar de ter apoiado a iniciativa, está também a tentar expandir a sua preponderância política e económica na região, através de uma união aduaneira designada União Económica da Eurásia.

A China desvalorizou preocupações de que a organização visa projectar a influência de Pequim no exterior.

O Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, afirmou em editorial que, ao contrário das organizações ocidentais como a NATO e o G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo), que procuram “consolidar a ordem económica global favorável ao ocidente”, a Organização de Cooperação de Xangai é inclusiva. “Não se trata de um instrumento para jogos de geopolítica, de procura de hegemonia ou de engrenagem em confrontação internacional”, lê-se.

Mas à medida que as disputas comerciais com Washington se agravam, Pequim têm-se aproximado mais de Moscovo e Nova Deli. Na sexta-feira, Xi ofereceu ao presidente russo, Vladimir Putin, a primeira Medalha de Amizade da China, numa cerimónia em Pequim. No sábado, Xi reuniu com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pela segunda vez em dois meses, tendo assinado acordos comerciais e de partilha de informação sobre as águas do rio Brahmaputra, que corre entre os dois países.

A aparição altamente coreografada de Xi Jinping na abertura do fórum, marcou um contraste claro com a cimeira do G7, que terminou no sábado no Canadá, tendo ficado marcada pelas crescentes fricções entre os Estados Unidos e os seus aliados em torno do comércio.

11 Jun 2018

EUA/Coreia do Norte: China “apoia” cimeira mas com “reservas”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] professor chinês de Relações Internacionais Wang Li afirma que, “no geral”, a China apoia a cimeira entre Coreia do Norte e Estados Unidos, admitindo existirem algumas “reservas” face à aproximação de Pyongyang a Washington.

“Apesar de existirem diferentes visões sobre o envolvimento da China na península coreana (…) o papel da China na desnuclearização e estabilidade da região é tido como incontornável”, disse à agência Lusa, dias antes da cimeira, Wang, formado em Ciência Política pela universidade inglesa de Aberdeen, e professor na Universidade de Jilin, província chinesa situada junto à fronteira com a Coreia do Norte.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, reúnem-se na terça-feira, em Singapura, num encontro histórico que ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.

Wang sustenta que, apesar de “alguns cépticos” temerem que a cimeira enfraqueça o papel da China e que uma possível reunificação da península coreana venha a constituir uma ameaça para o país a longo prazo, Pyongyang vai continuar a depender de Pequim.

“A RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte] precisa da China como tremenda retaguarda estratégica, que funciona desde aliado ideológico, parceiro político, fornecedor de apoio económico e tecnologia, modelo institucional até janela para o mundo exterior”, defende.

O académico recorda ainda que Kim Jong-un precisa de uma retaguarda forte na aproximação a Donald Trump, por “motivos simbólicos e reais”.

Pequim e Pyongyang combateram lado a lado contra os EUA na Guerra da Coreia e a relação entre os dois países costumava ser descrita como sendo “unha com carne”.

Nos mapas chineses impressos até há cerca de 20 anos, a península coreana correspondia a apenas um país, a RPDC, com a capital em Pyongyang. Seul tinha então o estatuto de cidade de província.

No entanto, a insistência do regime norte-coreano em desenvolver um controverso programa nuclear levou Pequim a afastar-se do país, consciente que este representava um embaraço para a sua diplomacia e uma fonte de instabilidade regional.

No entanto, os dois lados reaproximaram-se, à medida que Kim embarca numa ofensiva diplomática e põe a hipótese da desnuclearização, em troca de garantias de segurança.

Em Março passado, Kim Jong-un visitou Pequim e encontrou-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, na sua primeira visita ao estrangeiro desde que assumiu a liderança da Coreia do Norte, há mais de seis anos. Menos de dois meses depois, Kim voltou a reunir-se com Xi, na cidade chinesa portuária de Dalian, no nordeste do país, numa cimeira surpresa.

Wang explica que a China “precisa de estabilidade e paz nas suas fronteiras”.

Caso a península seja pacificada, Pequim “pode então concentrar as suas energias” no Mar do Sul da China, que reclama quase na totalidade – apesar dos protestos dos países vizinhos -, e em Taiwan, cujos laços com o continente se deterioraram desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen, pró-independência, afirma Wang.

Outra vantagem no regresso ao diálogo na península é “a promoção da imagem da China como mediadora da paz e grande potência responsável”, diz o académico, numa altura em que Pequim abdica do tradicional perfil discreto na cena internacional e reclama a liderança na governação de questões globais.

“A China é o principal país a defender o diálogo a seis na península”, que envolve ainda Rússia, EUA, Japão, Coreia do Sul e Coreia do Norte, “se essa proposta avançar, será verdadeiramente um grande sucesso para a imagem internacional da China”, conclui Wang.

11 Jun 2018

Lai Chi Vun | Alexis Tam promete continuar a ouvir opiniões

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau anunciou que vai continuar a ouvir opiniões sobre a conservação dos estaleiros navais de Lai Chi Vun, depois de o Conselho de Património Cultural se ter manifestado contra.

De acordo com um comunicado, Alexis Tam disse que “vai continuar a ouvir opiniões de mais peritos” e que o “relatório final da consulta pública será conhecido na próxima semana”.

O anúncio surge dois dias depois do conselho do Património Cultural de Macau manifestar-se publicamente contra a classificação dos estaleiros navais de Lai Chi Vun. A posição foi dada a conhecer na quarta-feira pela presidente do Instituto Cultural (IC), Mok Ian Ian.

O secretário referiu que os “residentes desconhecem a diferença entre a classificação e o aproveitamento dos estaleiros navais, pelo que vai convidar especialistas e académicos a pronunciarem-se sobre o tema”.

As opiniões recolhidas pelo IC durante a consulta pública indicam que 80% mostrou-se a favor da classificação do local e 90% a favor da revitalização, segundo o mesmo responsável.

“A classificação dos estaleiros navais implicará a conservação da aparência original dos mesmos, o que poderia impedir outras formas de revitalização”, concluiu.

Restam actualmente apenas 12 estaleiros em Lai Chi Vun – de onde o último barco saiu há mais de uma década –, depois de dois terem sido demolidos, em Março do ano passado, por “razões de segurança”, e de um outro ter sido arrasado, em agosto, pela passagem do tufão Hato, o mais forte em mais de meio século.

11 Jun 2018

Dennis Rodman pode participar na cimeira entre Trump e Kim

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] antigo jogador da NBA e concorrente do “The Celebrity Apprentice”, apresentado por Donald Trump, pode ser o elemento surpresa no histórico encontro entre os líderes norte-americano e norte-coreano, que se realiza no dia 12 de Junho, em Singapura. Rodman visitou a Coreia do Norte cinco vezes e é um improvável amigo de Kim Jong-un, uma vez que o líder do país mais isolado do mundo é um fã da NBA, em particular dos Chicago Bulls.

A presença de Rodman no encontro não foi oficialmente confirmada por nenhuma das partes, mas uma fonte explicou ao The New York Post que “muitas vezes, em casos diplomáticos complexos, os países procuram encontrar embaixadores de boa vontade [que ajudem na aproximação”. “Quer se goste ou não, Dennis Rodman preenche todos os requisitos”, disse a mesma fonte ao referido jornal.

Outro dos agentes da ex-estrela da NBA, Chris Volo, que acompanhou Rodman em quatro das cinco visitas realizadas a Pyongyang, revelou ao The Washington Post que o jogador “adorava ir, mas que existem alguns detalhes logísticos a tratar antes de confirmar a viagem”.

Volo referiu ainda que acredita que Dennis Rodman ficaria muito feliz perante a oportunidade de marcar presença na cimeira de Singapura, para “prestar apoio moral”.

O polémico ex-atleta é um dos poucos ocidentais com “livre acesso” à Coreia do Norte. A primeira das cinco vezes que visitou Pyongyang foi em 2013 e, na altura, considerou o líder norte-americano “um amigo para a vida”. Rodman descreveu sempre as suas viagens como sendo “diplomacia de basquetebol” e, em Junho do ano passado, disse que “tentava apenas abrir a porta” a um entendimento entre os dois países com a sua presença na Coreia do Norte.

O fascínio da família Kim com a NBA já tem alguma história. Há 18 anos, no final de uma histórica visita à Coreia do Norte, a secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright, ofereceu a Kim Jong Il, pai do actual líder, uma prenda inesperada: uma bola de basquetebol assinada por Michael Jordan, a icónica estrela dos Chicago Bulls.

O agente de Dennis Rodman, Darren Prince, revelou ontem à CNN que apesar de “ainda não haver planos, ou voos marcados” o antigo jogador de basquetebol está a considerar viajar para Singapura, até porque é a única pessoa no mundo que conhece os dois chefes de Estado.

 

 

8 Jun 2018