Hoje Macau China / ÁsiaImprensa alerta para “riscos da gerontocracia” após debate nos EUA A imprensa oficial chinesa alertou ontem para os riscos colocados pela gerontocracia após o “divertido” debate eleitoral realizado na passada sexta-feira nos Estados Unidos, que foi amplamente comentado e analisado no país. Após o desempenho vacilante no debate do actual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times criticou “a falta de vitalidade na política rígida da América”. “A gerontocracia representa uma grande incerteza e risco nos assuntos internacionais e internos dos Estados Unidos”, afirmou o investigador Lü Xiang, citado pelo jornal. Com a possibilidade de Biden se afastar e propor um novo candidato democrata, o professor Li Haidong disse que a possível substituição “reflecte as preocupações do público sobre a idade avançada dos candidatos nas eleições presidenciais, uma vez que não querem que um candidato doente e de mente pouco clara lidere o país numa altura em que este enfrenta desafios significativos”. Hu Xijin, antigo editor-chefe do Global Times, descreveu o debate como “divertido para os chineses”, devido aos “ataques pessoais, má memória e escárnio”. “Objectivamente, o desempenho de baixa qualidade destes dois anciãos foi uma publicidade negativa para a democracia ocidental”, afirmou Hu. Comédia ou tragédia? Na segunda-feira, a referência ao debate registou mais de 72 milhões de visualizações na rede social Weibo, semelhante à X, que está bloqueada na China. A plataforma, fortemente censurada, estava repleta de internautas que felicitavam sarcasticamente “os dois velhos” pela sua “perseverança” em participar nas eleições. Os internautas chineses prestaram especial atenção às referências à China durante o debate, especialmente por parte do representante republicano e antigo presidente Donald Trump. Trump acusou Biden de aceitar dinheiro da China e criticou a sua forma de lidar com as taxas alfandegárias e a política comercial, ao mesmo tempo que avisou que a China “será dona” dos EUA. No entanto, alguns comentadores salientaram que as menções ao país asiático foram, na verdade, poucas e semelhantes, o que “é um sintoma de que as suas posições sobre a China não diferem muito”. Entretanto, a plataforma de vídeo Douyin, o equivalente chinês do TikTok, que está bloqueado na China, está repleta de vídeos que ridicularizam as discussões do debate, os factos inexactos e o fraco desempenho de Biden. Alguns dos comentários no Douyin e no Weibo utilizaram a ironia para criticar a ridicularização do debate: “Quando é que votamos?”
Hoje Macau China / ÁsiaEnergia | Pequim poderá alcançar este ano metas de renováveis para 2030 A aposta na renovação das fontes de energia mais amigas do ambiente prossegue a bom ritmo. O país pode ultrapassar ainda em 2024 ano as estimativas previstas para 2030 A China poderá alcançar os seus objectivos em matéria de energias renováveis para 2030 seis anos antes do previsto, face ao rápido crescimento da capacidade solar e eólica do país, segundo previsões de uma entidade estatal. A China acrescentará 70 gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia eólica e 190 GW de capacidade solar até ao final de 2024, de acordo com um novo relatório do Instituto de Engenharia de Energias Renováveis da China (CREEI), um organismo de investigação sob tutela da Administração Nacional de Energia (NEA). De acordo com estatísticas divulgadas pela NEA, em 2023 a China adicionou 217 GW de energia solar e 76 GW de capacidade de energia eólica, elevando a capacidade total para 1.050 GW no final do ano passado. As novas adições estimadas elevariam a capacidade instalada de energia solar e eólica da China para 1.310 GW até ao final deste ano, ultrapassando o seu objectivo para 2030 de ter 1.200 GW em capacidade instalada seis anos antes do previsto. “Melhorar a autossuficiência energética exige um maior desenvolvimento e utilização das energias renováveis”, lê-se no relatório do CREEI. A China, o maior emissor de gases com efeito de estufa do mundo, foi responsável por quase 60 por cento do aumento da capacidade de produção de energias renováveis a nível mundial no ano passado, com um recorde de 301 GW de capacidade de produção de energia solar, eólica e hidroeléctrica. Mas a rápida expansão do sector das energias renováveis do país – em especial a indústria das células solares – suscitou preocupações quanto ao excesso de capacidade de produção, devido a um desfasamento entre o rápido crescimento da oferta e a procura. O sector da energia eólica da China continuará a crescer “relativamente depressa”, enquanto a capacidade de produção de energia solar se expandirá à “velocidade máxima”, segundo o CREEI. A fazeres No final de Maio, a China já tinha cerca de 690 GW de capacidade instalada de energia solar e 460 GW de capacidade de energia eólica, o que representa cerca de 38 por cento da capacidade de produção de energia instalada no país, de acordo com dados divulgados pela NEA. Para atingir o objectivo de ter 80 por cento do seu cabaz energético proveniente de combustíveis não fósseis até 2060 – o mesmo ano em que pretende atingir emissões líquidas nulas de dióxido de carbono – a China tem de melhorar a estabilidade e a fiabilidade do seu fornecimento de energia renovável e actualizar as suas redes eléctricas para aumentar o consumo de energia renovável, indicou o CREEI. A capacidade de armazenamento de energia da China baseada em novas tecnologias, como as baterias de iões de lítio, triplicou em termos homólogos no primeiro trimestre de 2024, com gigantes tecnológicos como a Tesla e a Contemporary Amperex Technology a procurarem oportunidades de crescimento neste sector.
Hoje Macau Via do MeioA Rota das Especiarias e a história do Oriente e do Ocidente – Parte I Texto de Ritchie Lek Chi, Chan Primeiro contacto com a colheita de especiarias As especiarias fazem parte da vida das pessoas do Sudeste Asiático. Na Indonésia, famosa pela produção de especiarias desde os tempos antigos, tornaram-se numa necessidade para a população. Lembro-me do meu primeiro contacto com o processo de fabricação do cravo na Indonésia, quando era criança. Essa experiência levou ao meu interesse posterior pela história das especiarias. Mais tarde, através da exploração em várias línguas, descobri que existe muita informação sobre o comércio de especiarias e as suas rotas desde a antiguidade até à Idade Média. Mais tarde, após décadas de viagens ao redor do mundo, descobri muitas informações ocultas sobre o comércio de especiarias e as suas rotas desde os tempos antigos até a Idade Média. Após o século XVI, com a chegada dos portugueses, Macau teve também uma importante relação com o comércio de especiarias. Para compartilhar essas informações com os leitores, aqui fica este artigo. A colheita Quando eu morava em Jacarta, sempre que havia feriados prolongados na escola, o meu pai costumava “exilar-me” em casa da minha tia, por vezes durante mais de dez dias. A família da minha tia morava na cidade de Bogor. O clima nesta cidade é confortável e agradável. Podia ter contacto com a natureza e gostava de lá ficar. Bogor é uma cidade antiga cercada por quatro vulcões que abraçam esta povoação numa bacia a mais de 260 metros acima do nível do mar. Foi a capital do Reino de Sunda entre os séculos XII e XVI. Quando os holandeses governaram a Indonésia, a cidade tornou-se na sua capital. Embora a cidade esteja a apenas 66 quilómetros de Jacarta, o clima e o ambiente das duas cidades são muito diferentes. Bogor tem um clima fresco e húmido com chuvas abundantes. É o local com mais trovoadas do mundo e por isso é conhecida como a “Capital Mundial do Trovão”. O clima único e o solo vulcânico fértil tornam a vegetação local rica, e os tipos e quantidades de produtos agrícolas também são extremamente ricos. O nome chinês da cidade é “Mou”, que também pode significar “plantas luxuriantes”. Bogor tem um pouco de tudo isso. O mundialmente famoso Jardim Botânico Tropical e a Estação Experimental Agrícola também aqui estão localizados. A residência do Presidente da Indonésia foi construída ao lado do jardim botânico. Cada vez que passo por este lugar, vejo o cervo sika comendo pacificamente a relva verde no pasto verdejante (foto 1), como uma cena mágica do filme “The Wizard of Oz”. Voltando ao dormitório da escola onde moravam a minha tia e a sua família, atrás da casa havia uma pequena encosta coberta de mata do outro lado de um riacho. O riacho no sopé da encosta estava coberto de arbustos. Ao princípio, eu não sabia que tipo de planta eram esses arbustos. Só um dia obtive a resposta. Numa manhã clara, o meu primo levou-me até um arbusto cheio de botões de flores (foto 2). O cenário era muito lindo! Todos amarraram um saco de pano atrás da cintura e subiram a uma pequena árvore para colher os botões de flores que depois colocaram no pequeno saco. A tarefa repetiu-se durante alguns dias até que o trabalho de colheita dos botões ficou concluído. Com o tempo bom, todas as manhãs, dezenas de sacos de botões eram atirados no campo para aproveitar o sol. Cerca de três a quatro dias depois, os botões florais secos emitem gradualmente uma fragrância especial, que flutua sobre o enorme espaço. Esta fragrância familiar revela ser uma das famosas especiarias, o cravo (foto 3 ). Antiga rota das especiarias Quando se trata de intercâmbio cultural ou de comércio entre a China e o Ocidente nos tempos antigos, as pessoas geralmente pensam apenas na “Rota da Seda”, “Rota da Porcelana” ou “Rota do Chá”, etc., e raramente mencionam a “Rota das Especiarias”. Na verdade, o comércio de especiarias existe desde os tempos antigos. Podemos citar alguns artigos chineses e estrangeiros para confirmar esses dados históricos. Em 2021, o Arquivo Nacional da Indonésia publicou o livro “Arquivos Originais das Ilhas das Especiarias do século XVII ao XVIII” (Nota 1). O Arquivo Nacional da Indonésia colecciona materiais manuscritos sobre as Ilhas das Especiarias dos séculos XVII ao XVIII. Foi publicado em livro e anotado (Foto 4) para mostrar ao público a situação do comércio de especiarias nas ilhas naquela época. A introdução do livro descreve: “A Indonésia tornou-se um factor importante no desenvolvimento do comércio global nos séculos XVII e XVIII devido à sua produção de especiarias. Embora até agora não seja claro quando é que o comércio de especiarias atravessou os mares e chegou à Ásia, África e Europa. No entanto, as evidências existentes mostram que um dos materiais usados para preservar as múmias no antigo Egipto é o cravo. Várias evidências da Europa também mostram que os antigos gregos e romanos estavam familiarizados com o cravo, sobretudo na Mesopotâmia. Escavações arqueológicas na Ásia encontraram cravos na cozinha de residentes comuns.” Outro livro, “The Lands Beneath the Winds”, foi co–editado por vários estudiosos, historiadores, professores universitários, escritores e jornalistas indonésios conhecidos. O prefácio do livro contém um parágrafo sobre a “misteriosa rota das especiarias” e o conteúdo afirma claramente que “a Rota das Especiarias remonta a três mil anos”. Para escrever uma crónica completa e abrangente das rotas das especiarias, seria necessário viajar ao redor do mundo. John Keay (Nota 2) usou mapas antigos, relatos e histórias de viajantes, antigos diários de navegação e listas de navios para reconstruir as rotas de navegação dos egípcios, que foram os pioneiros do comércio marítimo de especiarias. “Marinheiros romanos e gregos vindos do Oeste, passando pela Península Arábica e encontrando rotas para a Índia e as ilhas indonésias, colhiam pimentas e gengibre. “(Nota 3) Comércio externo de especiarias de Macau Ao apresentar uma das especiarias, a “cânfora”, a versão em inglês da Wikipedia afirma: “A cânfora também é usada como substância anti-bacteriana. Em termos de anti-sepsia, o óleo de cânfora era um dos ingredientes usados pelos antigos egípcios na fabricação de múmias” (Foto 5). Lembro-me de ter assistido a um documentário que apresentava várias ilhas da Indonésia há alguns anos, mas infelizmente esqueci o título do filme. O conteúdo do filme é consistente com os fatos históricos declarados na Wikipedia. O vídeo apresenta Barus, uma pequena cidade no norte de Sumatra. O terceiro milénio a.C., era conhecido por ser rico em “cânfora”. De 1567 a.C. a 1339 a.C., durante a Décima Oitava Dinastia do Egipto, os egípcios viajaram por mar até Sumatra para obter cânfora como matéria-prima para fazer óleo de cânfora. A curta-metragem indica ainda que os antigos egípcios seguiram a rota marítima das especiarias até ao arquipélago indonésio para obter especiarias. Na verdade, o tempo pode ser adiado ainda mais. De 1938 a.C. a 1756 a.C., o rei da Décima Segunda Dinastia ordenou aos seus homens que cruzassem o oceano até as Ilhas Moluku, Molucas (Ilhas das Especiarias) na Indonésia para obter cravo, porque o cravo também era usado na preservação de múmias. Nesta época, a primeira dinastia apareceu na história chinesa – a “Dinastia Xia”. Esta dinastia inaugurou quatro mil anos de trono hereditário na China. Recentemente, visitei o Museu Marítimo de Macau e descobri que a história do comércio das especiarias também está exposta na sala de exposições. Embora as exposições sejam relativamente simples, raramente conseguem mostrar ao público que o comércio de especiarias tem uma relação histórica importante no mundo e em Macau (Foto 6). Além disso, os folhetos promocionais colocados nesta área expositiva apenas contam que a rota das especiarias existe desde a antiguidade. Parte do conteúdo é extraído da seguinte forma: “A maioria das especiarias é produzida em áreas tropicais da Ásia. Além de melhorar o sabor dos alimentos, civilizações antigas como Egipto, Índia e China sabem há muito tempo que as especiarias têm funções medicinais, anti-sépticas e de remoção de odores. A história mais antiga do uso humano das especiarias pode ser rastreada há 5.000 anos, embora o comércio de especiarias tenha começado por terra, o seu rápido desenvolvimento e impacto económico dependiam do transporte marítimo…”. (continua) Notas: 1-“A História das Especiarias”, Lucien Guyot (França), traduzido por Liu Deng. Primeira edição, 2006. Sociedade Yushan de Taiwan, página 44. 2-John Keay, historiador britânico, jornalista, apresentador de rádio e conferencista especializado em história popular indiana. 3-“Tales of The Lands Beneath the Winds”, Yanuardi Syukur, Dewi Kumoratih, Irfan Nugraha, etc. Negeri Rempah Foundation Publishing House, 2020. Página 8, parágrafo 2.
Hoje Macau SociedadeIC | “Duplo Aniversário” com apoios para eventos culturais O Instituto Cultural (IC) vai conceder subsídios a entidades que organizem eventos em celebração do chamado “Duplo Aniversário”, ou seja, os 75 anos da Implantação da República Popular da China e o 25.º aniversário da transferência de administração portuguesa de Macau para a China. As candidaturas para os apoios, concedidos pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC), arrancam hoje e duram até ao dia 19 deste mês. Podem concorrer associações formadas até 31 de Dezembro de 2023 que apresentem ideias “nas áreas das artes e da cultura”, com actividades como “espectáculos e actuações culturais e artísticas, realização de exposições, feiras, concursos e actividades festivas do património cultural intangível”. Haverá também espaço para extensões desses eventos ao nível da produção audiovisual, cinematográfica, televisiva, de animação, realização de palestras ou cursos de formação e de seminários, bem como publicações de livros e periódicos. O limite máximo do subsídio é de 500 mil patacas, dependendo a concessão do montante do tipo de actividade. O orçamento global para este plano de subsídios é de 25 milhões de patacas. O apoio financeiro dura entre os dias 2 de Julho e 31 de Dezembro deste ano, sem prorrogação, pelo que, segundo o IC, “o projecto deve estar concluído até 31 de Dezembro de 2024”.
Hoje Macau PolíticaDST | Nova campanha promocional na Malásia A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) dá início esta sexta-feira a uma nova campanha promocional noutro país, desta vez na Malásia. A campanha “Sentir Macau”, que inclui actividades na rua, roadshows com operadoras de jogo e seminários de fomento de negócios. Segundo um comunicado da DST, “pretende-se que os residentes e operadores turísticos da Malásia possam conhecer melhor as vantagens turísticas de Macau”, além de se pretender “expandir os mercados de visitantes internacionais”. A acção irá durar quatro dias, terminando dia 8, e decorre na cidade de Kuala Lumpur, em locais como o centro comercial “Sunway Pyramid”, entre outros. A DST espera que esta acção promocional “possa atingir um maior número de visitantes, atraindo mais residentes da Malásia a escolherem visitar Macau para experienciar os elementos do ‘Turismo +'”. Serão ainda promovidos pacotes de viagem de Macau, a preços especiais, em cooperação com agências de viagem da Malásia. Além disso, serão convidados artistas, influenciadores digitais e cantores famosos da Malásia como Danny Koo e Hael Husaini, a par com os cantores de Macau Filipe Tou e Giulianna Fellini, entre outros. De frisar que, no primeiro semestre deste ano, a DST organizou campanhas promocionais no Japão, Singapura, Indonésia, Coreia do Sul e Tailândia.
Hoje Macau Manchete SociedadeDSF | Cheques pecuniários começam hoje a ser depositados Começam hoje as transferências bancárias relativas ao Plano de Comparticipação Pecuniária no Desenvolvimento Económico de 2024, também conhecido como cheque pecuniário. As quantias serão hoje depositadas nas contas de beneficiários do subsídio para idosos, da pensão de aposentação e pensão de sobrevivência, indivíduos que tenham registado a recepção da devolução de impostos ou demais pagamentos a cargo da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) por transferência bancária, beneficiários do subsídio de invalidez. Recebem por transferência também hoje docentes beneficiários do subsídio directo ou subsídio para o desenvolvimento profissional e alunos que recebam bolsas de estudo para o ensino superior do Fundo Educativo, além dos trabalhadores da Administração Pública. Os residentes permanentes, que recebem 10 mil patacas totalizam 717.018 beneficiários, enquanto os não-permanentes, que recebem 6 mil patacas, são 30.850 no total. A comparticipação através de cheque cruzado irá será enviada por correio a partir de 9 de Julho.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang condena de exercícios entre EUA, Japão e Coreia do Sul A República Popular Democrática da Coreia denunciou ontem os exercícios militares conjuntos entre a República da Coreia, Japão e Estados Unidos, chamando-os de “versão asiática da NATO” e alertou para “consequências fatais”. Os três aliados completaram, no sábado, as manobras militares “Freedom Edge” que se prolongaram por três dias envolvendo mísseis balísticos, defesa aérea, guerra submarina e defesa cibernética. Numa cúpula tripartida realizada no ano passado, os líderes dos Estados Unidos, República da Coreia e Japão concordaram em realizar exercícios anuais como um sinal de unidade diante das ameaças da República Popular Democrática da Coreia com armas nucleares e da crescente influência da China na região. “Denunciamos veementemente (…) provocações militares” contra a República Popular Democrática da Coreia, referiu o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano, num comunicado publicado pela agência Central de Notícias da Coreia (ACNC). “As relações entre os Estados Unidos, o Japão e a República da Coreia assumiram a aparência de uma versão asiática da NATO”, acrescentou, deixando ainda um alerta para “consequências fatais”. Poder de fogo O porta-aviões de propulsão nuclear norte-americano USS Theodore Roosevelt, o contratorpedeiro japonês de mísseis guiados JS Atago e caças sul-coreanos KF-16 foram mobilizados para os exercícios. Pyongyang vê exercícios combinados deste tipo como ensaios para uma invasão. A República da Coreia rejeitou as acusações de Pyongyang, sublinhando que os últimos exercícios eram uma continuação de exercícios conjuntos regulares entre os três aliados. “É absurdo que a Coreia do Norte, principal fonte de tensão na Península Coreana, critique o exercício ‘Freedom Edge’ como “NATO asiática”, referiu o Ministério da Defesa da República da Coreia, em comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Seul aumenta lista de produtos proibidos de vender à Rússia A Coreia do Sul proibiu na sexta-feira a exportação para a Rússia e a Bielorrússia de 243 produtos potencialmente utilizados para fins militares, em resposta ao acordo de cooperação de Moscovo com a Coreia do Norte. A decisão eleva para 1.400 o número de produtos proibidos pelo Ministério do Comércio, da Indústria e da Energia da Coreia do Sul desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em Fevereiro de 2022. Seul incluiu desta vez na “lista negra” equipamento de corte de metais, peças de instrumentos ópticos e sensores, entre outros, noticiou a agência sul-coreana Yonhap. A decisão que afecta esta nova lista de produtos deverá entrar em vigor no final de Agosto, altura em que as autoridades esperam ter toda a legislação e autorizações em vigor. O Governo sul-coreano reserva a possibilidade de uma análise caso a caso, nomeadamente para os acordos comerciais que tenham sido celebrados antes do anúncio desta proibição, segundo a agência espanhola Europa Press. A Rússia assinou um tratado de cooperação com a Coreia do Norte em Junho, durante uma visita. Os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, assinaram um tratado de parceria estratégica a 19 de Junho, durante uma visita do Presidente russo a Pyongyang. O acordo prevê a prestação de assistência mútua se um dos países for atacado. Os Estados Unidos e os aliados ocidentais têm acusado a Coreia do Norte de fornecer à Rússia munições e mísseis para a guerra contra a Ucrânia. A Rússia e a Coreia do Norte são aliadas desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), mas tornaram-se mais próximos desde a invasão russa da Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaMonte Fuji | Novas restrições a partir de hoje para controlar turismo As visita ao Monte Fuiji, no Japão, vão ter novas restrições, como a aplicação de uma taxa, a partir de hoje, no início da temporada de Verão, para tentar controlar o excesso de turismo. A partir da madrugada desta segunda-feira, os turistas que pretendam utilizar a trilha Yoshida vão ter de pagar uma taxa de 2.000 ienes, cerca de 11,60 euros. O limite máximo de acessos a este trilho é agora de 4.000 turistas por dia. O Monte Fuiji atrai, todos os verões, mais de 220.000 visitantes. Para controlar este fluxo de migrantes e o respectivo impacto ambiental, as autoridades introduziram, pela primeira vez, um sistema de reservas ‘online’. Na semana passada, quatro pessoas morreram enquanto escalavam o Monte Fuiji. Muitos turistas sobem o monte durante a noite para poderem ver o nascer do sol a partir do cume, que fica a 3.776 metros de altura. Alguns visitantes dormem nos trilhos, acendendo fogueiras para se aquecer, ou tentam completar o trajecto sem efectuarem pausas.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Um morto e 18 feridos em explosão no sul do país Pelo menos uma pessoa morreu e 18 ficaram feridas numa forte explosão registada ontem à frente de um apartamento da polícia no sul da Tailândia, cenário de conflitos armados com o movimento separatista islâmico, informaram as equipas de emergência. A explosão, que as autoridades estão a investigar se foi um atentado com um carro armadilhado, ocorreu por volta das 10:10 locais no exterior de um apartamento pertencente à esquadra de polícia de Bannang Sata, na cidade de Yala. Num vídeo publicado no Facebook pelo Centro de Assistência de Emergência de Yala, pode ver-se uma enorme nuvem de fumo e vários veículos em chamas à frente do edifício residencial, com destroços e escombros espalhados a dezenas de metros da zona. As autoridades isolaram o local, receando que possam estar escondidos outros engenhos explosivos, uma táctica habitualmente utilizada pela insurreição muçulmana da região, que não costuma reivindicar a autoria dos atentados. Cerca de 7.600 pessoas foram mortas e mais de 14.100 ficaram feridas no sul da Tailândia desde que o movimento separatista muçulmano retomou a luta armada em 2004, após uma década de letargia, segundo dados do Deep South Watch. Os ataques com armas ligeiras, os assassínios e os atentados à bomba têm-se repetido regularmente desde então nas províncias meridionais de Pattani, Yala e Narathiwat, de maioria muçulmana e de etnia malaia, apesar do destacamento de cerca de 40.000 membros das forças de segurança e do estado de emergência. No entanto, nos últimos anos – especialmente desde 2020 – registou-se uma diminuição acentuada do número de incidentes. Os insurgentes denunciam a discriminação que sofrem por parte da maioria budista do país e exigem a criação de um Estado islâmico que integre estas três províncias, que formavam o antigo sultanato de Pattani, anexado pela Tailândia há um século.
Hoje Macau China / ÁsiaChina reforça controlo sobre terras raras vitais para fabrico de chips A China, que extrai mais de 80 por cento das terras raras do mundo, publicou uma nova lei a reforçar o controlo sobre estes materiais, fundamentais para o fabrico de chips, veículos eléctricos e equipamento militar. O Conselho de Estado, o executivo chinês, divulgou no sábado os primeiros regulamentos abrangentes do país para reger a mineração, fundição ou circulação deste conjunto de 17 elementos, que entra em vigor a 01 de Outubro. Esta disposição estabelece que os recursos de terras raras “pertencem ao Estado e nenhuma organização ou indivíduo pode reivindicá-los ou destruí-los” e que Pequim será responsável por “colocar em prática” uma mineração que proteja os depósitos. O Governo avançou que será feito um “plano unificado” para o desenvolvimento do sector e que irá “controlar a quantidade total de mineração, fundição e separação de terras raras”, estabelecendo um sistema para rastrear os produtos e “gerir rigorosamente” a sua circulação. Os regulamentos criam multas por infrações, que podem ser 10 vezes superiores aos “lucros ilegais” obtidos em violação da lei, por exemplo através da mineração, fundição, processamento, compra ou venda de terras raras ou produtos derivados fora da China. Tempos modernos As terras raras são um conjunto de 17 elementos essenciais para o fabrico de baterias, ímanes para veículos elétcricos, telemóveis ou turbinas para projectos de energia eólica, bem como para as indústrias aeronáutica e de defesa. Analistas têm alertado para a possibilidade de a China utilizar estes materiais como ferramenta de pressão no quadro da guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos, que está a tentar aumentar o fornecimento de terras raras doméstico e de aliados como a Austrália. O novo regulamento surge dias antes de entrarem provisoriamente em vigor as tarifas adicionais que a União Europeia (UE) anunciou para as importações de veículos eléctricos chineses. Nas últimas semanas, Pequim aumentou a pressão com uma investigação sobre a carne de porco europeia e com o avanço das tarifas sobre os veículos de grande cilindrada e de investigações ‘antidumping’ sobre os produtos lácteos. O termo ‘dumping’ significa a venda abaixo do custo de produção. A China fornece à UE 98 por cento das terras raras utilizadas pelo bloco europeu, criando uma situação de forte dependência. Em Dezembro, Pequim suspendeu a exportação de tecnologia necessária ao processamento de terras raras, uma indústria que praticamente não existe fora do país asiático. As autoridades chinesas restringiram também a exportação de gálio e germânio – metais essenciais para o fabrico de semicondutores – e de grafite, por razões de “segurança nacional”, argumento que também consta da nova regulamentação sobre as terras raras.
Hoje Macau China / ÁsiaChengdu | Brasil inaugurou quinta representação diplomática no país O Brasil inaugurou na sexta-feira um consulado-geral em Chengdu, visando servir o centro e sudoeste da China, anunciou a embaixada brasileira em Pequim, numa altura em que os dois países celebram 50 anos de relações diplomáticas. A nova área consular abrange o município de Chongqing e as províncias de Sichuan, Guizhou, Yunnan e Shaanxi. Trata-se da quinta representação diplomática brasileira no país asiático e a primeira fora do litoral chinês, onde estão concentradas as principais e mais prósperas cidades da China. O objectivo é incrementar a presença brasileira para além do litoral do país, tanto em termos de cooperação económica como de assistência consular, facilitando a emissão de vistos para o Brasil, segundo a diplomacia brasileira. Com mais de 20 milhões de habitantes, Chengdu é a capital da província de Sichuan. A cidade é particularmente conhecida pelo seu parque natural que alberga mais de 200 pandas, animal que é símbolo da China e habita exclusivamente nesta região. Cézar Augusto de Souza Lima Amaral assumiu o cargo como cônsul, após ter desempenhado a mesma função em Amesterdão e Frankfurt e ter sido embaixador na Jamaica. A decisão de reforçar a presença diplomática brasileira na China foi tomada em 2021, durante o anterior executivo de Jair Bolsonaro. A aprovação pelas autoridades chinesas, no entanto, foi feita já na presidência do actual líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Durante os primeiros dois mandatos de Lula da Silva, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, marcada, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.
Hoje Macau China / ÁsiaMoçambique | Pequim sublinha “importância estratégica” da cooperação militar O ministro chinês da Defesa, Dong Jun, disse na passada sexta-feira que o aprofundamento da cooperação militar com Moçambique é de “importância estratégica”, durante uma reunião, em Pequim, com o homólogo moçambicano, Cristóvão Chume. “O aprofundamento da cooperação militar bilateral é de importância estratégica para alcançar o desenvolvimento comum e manter a estabilidade regional”, frisou Dong, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. A China está disposta a trabalhar com Moçambique para implementar o consenso alcançado pelos dois chefes de Estado, fortalecer a cooperação pragmática em vários campos e elevar as relações militares para um novo nível, acrescentou. Referindo a amizade duradoura entre os dois exércitos, Cristóvão Chume expressou a esperança de que ambos os lados continuem a fortalecer o intercâmbio amigável e a gerar novos sucessos na cooperação. China e Moçambique assinaram, em 2016, um Acordo de Parceria e Cooperação Estratégica Global, visando fortalecer os contactos entre o exército, polícia e serviços de informação dos dois países. Pequim comprometeu-se então a ajudar Maputo a reforçar a capacidade de Defesa nacional, salvaguardar a estabilidade do país e formar pessoal militar. A China apoiou os guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) na luta contra a administração portuguesa e foi um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com Moçambique, logo no próprio dia da independência, 25 de Junho de 1975.
Hoje Macau China / ÁsiaÁsia Central | Presidente chinês em visita oficial em Julho O Presidente chinês, Xi Jinping, faz visitas oficiais ao Cazaquistão e Tajiquistão no início de Julho, informou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Num comunicado citado pela agência de notícias EFE, o Ministério dos Negócios Estrangeiros refere que Xi Jinping realiza esta visita a convite de seu homólogo cazaque, Kassym-Jomart Tokayev. A viagem decorre entre os dias 2 e 6 de Julho e conta com a presença do líder chinês na 24.ª Cimeira do conselho de chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), organismo criado em 2001 e composto por vários países asiáticos para a colaboração na segurança regional e na luta contra o terrorismo separatismo étnico e extremismo religioso. Como parte integrante desta viagem, o Presidente chinês também realiza uma visita de Estado ao Tajiquistão. Pequim intensificou recentemente os esforços diplomáticos na Ásia Central, com o Presidente chinês a apelar ao aprofundamento dos laços económicos numa cúpula organizada pela China em Maio do ano passado, com a presença de líderes de vários países da região. As visitas de Estado são a convite do Presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, e do Presidente tadjique, Emomali Rakhmon, acrescenta o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaActividade da indústria transformadora voltou a contrair em Junho A actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Junho, pelo segundo mês consecutivo, de acordo com dados oficiais divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS) do país asiático. O índice de gestores de compras, que serve como referência da indústria, situou-se em 49,5 pontos em Junho, valor idêntico ao de Maio e em linha com as previsões dos analistas. Neste indicador, uma marca acima do limiar dos 50 pontos significa um crescimento da actividade no sector, em relação ao mês anterior, enquanto uma marca abaixo representa uma contracção. Dos cinco subíndices que compõem o indicador, só o da produção permaneceu na zona de expansão, enquanto os do emprego, prazos de entregas, novas encomendas – chave para a procura – e reservas de matérias-primas permaneceram na zona negativa. O funcionário estatístico do NBS, Zhao Qinghe, apontou para indústrias com elevado consumo de energia e aquelas dedicadas a bens de consumo entre aquelas que registaram quebras de actividade em Junho, com quedas de encomendas e preços em alguns sectores químicos, mineiros ou energéticos, face a uma situação de fraca procura. Zhao destacou uma queda nas encomendas de matérias-primas e produtos químicos ou de produtos minerais não metálicos, assim como uma queda nos preços das indústrias de processamento de petróleo, carvão e outros combustíveis ou na fundição, laminação e processamento de metais ferruginosos. Ainda assim, sublinhou que a actividade em sectores como os produtos metálicos, a ferrovia, os navios ou os equipamentos aeroespaciais permaneceu acima dos 55 pontos. De mau a pior O NBS também publicou ontem o índice do sector não transformador, que mede a actividade nos sectores dos serviços e da construção. Este indicador registou uma descida em relação a Maio, de 51,1 para 50,5 pontos, o valor mais baixo até agora este ano e a pior marca desde Dezembro. O índice esteve ainda abaixo do esperado pelos analistas, que previam uma descida mais modesta, para 51 pontos. Numa economia atingida por uma crise prolongada na indústria imobiliária, a actividade da construção caiu de 54,4 para 52,3 pontos e o sector dos serviços recuou de 50,5 para 50,2 pontos. Em Maio, o Fundo Monetário Internacional elevou a previsão para o crescimento da economia da China em 2024 de 4,6 por cento para 5 por cento, mas avisou que deverá abrandar para 3,3 por cento a médio prazo, “devido ao envelhecimento da população e ao abrandamento dos ganhos de produtividade”.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi enfatiza importância da China na construção da paz mundial Xi Jinping discursou por ocasião do 70.º aniversário dos chamados “Cinco Princípios da Coexistência Pacífica” O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou na passada sexta-feira que, “a cada minuto que o poder da China cresce, aumenta a esperança na paz mundial”, reafirmando o compromisso do país com o “desenvolvimento pacífico”. O líder chinês afirmou que a China “não seguirá o velho caminho da pilhagem colonial ou o caminho tortuoso da hegemonia quando o país é forte”, mas “seguirá o caminho correcto do desenvolvimento pacífico”. “Em matéria de paz e segurança, a China tem o melhor historial de todas as grandes potências”, afirmou Xi, acrescentando que o país “tem-se esforçado por explorar as suas próprias vias para resolver questões mais prementes”. Citando a crise na Ucrânia, o conflito israelo-palestiniano, as questões relacionadas com a península coreana, o Irão, o Myanmar e o Afeganistão, Xi assegurou que a China “tem desempenhado um papel construtivo”. O Presidente chinês sublinhou o “multilateralismo genuíno”, que consiste na “elaboração e salvaguarda das regras internacionais por todos os países” e defendeu que “os assuntos mundiais devem ser tratados por todos os países através de consultas”, sem permitir que “quem tem o braço mais forte” se imponha. “A China defende que todos os países, independentemente da sua dimensão, força ou fraqueza, ricos ou pobres, são membros iguais da comunidade internacional; que devem partilhar interesses, direitos e responsabilidades nos assuntos internacionais; e que devem dar as mãos para enfrentar os desafios e alcançar a prosperidade comum”, afirmou o Presidente chinês. Xi apelou também à “unidade e cooperação internacional para enfrentar os desafios globais” e reiterou “o empenho da China no desenvolvimento pacífico e na cooperação amigável com todas as nações”. Para tudo e todos O Presidente chinês fez as declarações durante um discurso em Pequim para assinalar o 70.º aniversário dos chamados “Cinco Princípios da Coexistência Pacífica”, os princípios oficiais da diplomacia chinesa, que incluem o respeito mútuo pela soberania e integridade territorial, a não agressão, a não ingerência nos assuntos internos, a cooperação e a coexistência pacífica. O objectivo destes princípios é “proteger os interesses e as aspirações dos países pequenos e fracos num ambiente de política de poder”, de acordo com Xi, que acrescentou que são “claramente anti-imperialistas, anti-coloniais e anti-hegemónicos, abandonando a lei da selva do militarismo e da intimidação dos fracos pelos fortes e estabelecendo uma base ideológica importante para a promoção da ordem internacional numa direcção mais justa”. Desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, Pequim tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pelo direito à integridade territorial de todas as partes, em referência à Ucrânia, e às “legítimas preocupações de segurança” de todos os países, em referência à Rússia. Pequim também reiterou o seu apoio à “solução dos dois Estados” na Palestina e a sua “consternação” pelos ataques israelitas a civis em Gaza. Funcionários chineses realizaram várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.
Hoje Macau Sociedade“Offshores” | Transferências para Macau de 294 milhões de euros Foram transferidos, no ano passado, 294 milhões de euros de Portugal para Macau. É o que consta nos dados anuais da Autoridade Tributária e Aduaneira divulgados no último sábado, que mostram ainda que Hong Kong detém a segunda posição do ranking em matéria de transferências, com 1.200 milhões de euros oriundos de Portugal. A Suíça continua a ser o destino da maior fatia destas transferências, ao concentrar quase metade (3.261 milhões de euros) do valor total de 2023. Os Emiratos Árabes Unidos, com cerca de 635 milhões de euros de transferências, são o terceiro destino. Para Singapura seguiram 497 milhões de euros. Macau surge logo a seguir na tabela. O dinheiro transferido de Portugal para contas sediadas em offshores, também reconhecidos como “paraísos fiscais”, desceu sete por cento no ano passado para 6,9 mil milhões de euros. Os dados são da Autoridade Tributária e Aduaneira de Portugal e mostram também uma diminuição do número de pessoas e entidades que movimentaram dinheiro através destes territórios. O montante de 6,9 mil milhões de euros foi transferido para cerca de 70 daqueles países e territórios, um valor que inverte a tendência de subida registada em 2022, quando o montante total que passou por estas praças financeiras ascendeu a 7.409 milhões de euros. Este ranking tem-se mantido estável nos últimos anos.
Hoje Macau PolíticaViolência doméstica | Afastada revisão legal por escassez de casos O Instituto de Acção Social considera que não há “necessidade premente” em rever a lei de prevenção e combate à violência doméstica, porque o actual mecanismo aplicado para o tratamento da violência doméstica é eficaz e existe uma boa cooperação interdepartamental. Além disso, os “últimos dois anos, o número de casos suspeitos de violência doméstica manteve-se a um nível relativamente baixo, com uma média mensal de cerca de 3,3 casos. A conclusão foi apresentada durante uma reunião em que foi avaliada a cooperação dos serviços públicos ao abrigo da lei de prevenção e combate à violência doméstica. Segundo um comunicado divulgado pelo IAS na sexta-feira, foi referido durante a reunião que na legislação a “atenção foi incidida principalmente sobre a prevenção”. Como tal, o organismo liderado por Hon Wai concluiu ser aconselhável continuar as acções promocionais “sobre a educação preventiva e da sensibilização comunitária, no sentido de aumentar a consciencialização da população em geral para o conceito de “zero” violência doméstica”.
Hoje Macau SociedadeDesemprego | Taxa continua em 1,9% entre Março e Maio A taxa de desemprego global manteve-se em 1,9 por cento no período compreendido entre Março e Maio, indicou na sexta-feira a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A taxa de desemprego de residentes também se manteve idêntica ao período anterior (Fevereiro a Abril), fixando-se em 2,5 por cento. Apesar da continuidade das taxas, a DSEC destaca a redução do número de desempregados no período em análise, com menos 200 pessoas relativamente ao período transacto, totalizando 7.200 pessoas. Neste capítulo, é indica que o número de desempregados com idade igual ou superior a 55 anos desceu significativamente e que o número de desempregados com habilitações académicas do ensino superior decresceu em sete períodos consecutivos. O número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 6,2 por cento do total de desempregados, aumentando 0,2 pontos percentuais, face ao período precedente. Entre Março e Maio, “a população activa que vivia em Macau totalizou 379.300 pessoas e a taxa de actividade atingiu 67,4 por cento. O número de empregados (372.100) e o número de residentes empregados (283.600) desceram 200 e 800, respectivamente, em comparação com o período precedente”, indicou a DSEC.
Hoje Macau PolíticaOpinião | Au Kan Sam abdica de coluna no Son Pou Au Kam San anunciou que irá deixar de escrever a coluna de opinião que publica há 35 anos no jornal Son Pou por motivos políticos. Numa publicação no seu Facebook, o ex-deputado lamenta as restrições à liberdade de expressão, que diz se terem aprofundado os últimos anos e que só se vão adensar, recorda que outros colunistas também já não escrevem no Son Pou e que os seus artigos eram “supervisionados” por “um lado”, sem especificar exactamente por quem. “Este artigo ou aquele parágrafo não podem ser publicados, aquela frase tem de ser omitida. Por vezes, o jornal já estava a ser imprimido na gráfica e o processo tinha de ser interrompido para alterar um artigo. Isto perturbou os responsáveis do jornal e eu sentia-me culpado”, referiu o ex-colunista, que justifica o fim da coluna com as dificuldades que acarretava para o jornal.
Hoje Macau EventosÓbito | Manuel Cargaleiro, o mestre ceramista que viveu para dar cor à pintura O pintor e ceramista Manuel Cargaleiro, que morreu este domingo, em Lisboa, aos 97 anos, deixa uma vasta obra em Portugal e no estrangeiro, marcada pela inspiração no azulejo português, composições complexas, e uma paixão intensa por jogos de cor e luz. O mestre Manuel Cargaleiro – para quem a cor e a luz eram “um prazer” – afirmou várias vezes que se sentia ceramista mesmo quando pintava a óleo. Não conseguia imaginar uma coisa sem a outra, uma vez que as duas práticas artísticas se influenciavam mutuamente. “Quando pinto a óleo penso na cerâmica, e quando faço cerâmica, penso na pintura”, disse o mestre conhecido por dominar desde cedo a técnica do azulejo e cuja colaboração era frequentemente pedida por outros artistas que o admiravam pela perícia e originalidade. Manuel Alves Cargaleiro nasceu em Chão das Servas, Vila Velha de Ródão, a 16 de março de 1927, e passou a infância numa olaria no Monte da Caparica, no concelho de Almada, para onde os pais se mudaram quando tinha apenas dois anos de idade. Nessa olaria começou a fazer experiências com vidros e tinta, e adquiriu o gosto pela cerâmica, mas a sua criatividade veio a estender-se também a outros suportes, como a pintura e, além dela, a tapeçaria. Apesar da paixão precoce pelas artes, estudou durante três anos Ciências Geográficas e Naturais na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, porque era um grande apreciador da natureza, como confessou, e só depois, em 1949, ingressou na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. “Eu sou o pintor das cores. Eu vivo para as cores, e isso é o resultado de eu olhar muito para a natureza”, afirmava. As suas primeiras pinturas abstratas, intituladas “Microscopic Compositions”, surgiram mesmo da observação dos tecidos vegetais que o microscópio reproduzia, suscitando uma inspiração direta do mundo natural, ao seu redor. A primeira exposição Em 1952 realizou a primeira exposição individual, no Secretariado Nacional de Informação, em Lisboa, e, dois anos depois, quando era professor de cerâmica na Escola Secundária António Arroio, em Lisboa, surgiu a oportunidade de expor as suas peças na Galeria de Março, que funcionou na capital portuguesa entre 1952 e 1954. No mesmo ano, apresentou as suas pinturas iniciais a óleo no Primeiro Salão de Arte Abstrata, conquistou o Prémio Nacional de Cerâmica e viajou pela primeira vez para Paris, onde conheceu a pintora Maria Helena Vieira da Silva, de quem ficaria amigo, e com quem viria a trabalhar intensamente, cerca de três décadas mais tarde, no processo de instalação dos painéis de azulejo da artista nas estações da Cidade Universitária e do Rato, do Metro de Lisboa, quando concebia os seus próprios painéis para a estação do Colégio Militar. A sua obra foi fortemente inspirada no azulejo tradicional português, e também influenciada inicialmente pelo pintor e ceramista Lino António, o modernista que concebeu os vitrais da Aula Magna da Universidade de Lisboa e os frescos do átrio da Biblioteca Nacional de Portugal. O racionalismo e a sobriedade da arte francesa, das quais Cargaleiro posteriormente se afastou através do uso e intensa exploração da cor, também marcaram o seu ponto de partida. Essa ampla pesquisa da cor, com “grande prazer”, como sempre dizia, fez com que alguns especialistas em arte lhe chamassem “o artista feliz”. Até aos 95 anos continuou a trabalhar no ateliê, quase diariamente: “Passo horas nisto, e esqueço-me que estou a trabalhar”, dizia. Vida em Paris Em 1955, Manuel Cargaleiro foi agraciado com o diploma de honra da Academia Internacional de Cerâmica, no Festival Internacional de Cerâmica de Cannes, em França. Foi convidado a conceber os painéis de azulejo para o Jardim Municipal de Almada e para a fachada da Igreja de Moscavide e, até ao final dessa década, receberia duas bolsas de estudo na área da cerâmica, respetivamente em Faenza, Itália, e em Gien, na França. Entretanto, fixou residência definitiva na capital francesa, onde viria a estabelecer o seu atelier, expandido a sua presença internacional. Até ao final da década de 1970, realizou exposições individuais em Lisboa, Paris, Tóquio, Milão, Lausanne, no Porto, em diferentes cidades do Brasil. Foi também convidado para mostras coletivas em Almada, Genebra, Osaka, Seul. Colaborou com poetas, nomeadamente Armand Guibert e Victor Ferreira, cujos poemas foram ilustrados pelo artista. Foi convidado pelo ministério francês da Cultura a conceber painéis cerâmicos para três escolas no país que o acolhera. Assim o fez. Nos anos 1980 começou a explorar a tapeçaria, tendo sido convidado pelo Governo português a conceber uma dessas obras para o novo edifício na Organização Internacional do Trabalho, em Genebra. A partir da década de 1990, predominariam na sua obra os padrões aglomerados e cromaticamente intensos onde continuaria a ser evocado o azulejo português, que tanto determinou o seu trabalho. Em Castelo Branco, viria a ser criada a Fundação Manuel Cargaleiro, em 1990, com o objetivo de criar um museu dedicado à sua obra. Assim aconteceu, em 2005, primeiro no edifício histórico Solar dos Cavaleiros, mais tarde expandindo-se para o “edifício contemporâneo”. Inauguração de oficina Cerca de uma década mais tarde foi inaugurada no Seixal a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, num projeto arquitetónico de Álvaro Siza, com objetivo de promover a arte contemporânea, a obra do mestre Manuel Cargaleiro e as coleções da sua fundação, quer através de temporárias, mas sobretudo através da divulgação da arte e do trabalho com jovens artistas, dando corpo à definição implícita na designação de Oficina. A obtenção do primeiro prémio do concurso internacional “Viaggio attraverso la Ceramica”, e a ligação de Manuel Cargaleiro à localidade de Vietri Sul Mare, em Itália, surgem num contexto de aprofundamento de ligações com o meio artístico italiano. Em 2004, estas ligações impulsionaram a criação da Fondazione Museo Artistico Industriale Manuel Cargaleiro, um centro de produção e investigação na área da cerâmica, ao qual o artista doou 150 obras. Prémios e medalhas Em 2017, no exato dia do seu 90.º aniversário, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou Manuel Cargaleiro com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique, classificando-o, de “artista completo”. Em fevereiro de 2023 recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Camões. A Câmara de Castelo Branco atribuiu-lhe a medalha de ouro da cidade em 2022, e, nesse ano, o artista recebeu também o doutoramento ‘honoris causa’ pela Universidade da Beira Interior (UBI), sediada na Covilhã, cidade que faz parte da região onde nasceu, um prémio ao qual atribuiu, na altura, um significado “único”. No mesmo ano, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou-o com a Medalha de Honra da Cidade. Nesse ano, o mestre doou cerca de 1.900 peças de arte em cerâmica, avaliadas em 1,2 milhões de euros, à sua Fundação, sediada em Castelo Branco, e que detém um enorme acervo, reunido pelo mestre ao longo de 70 anos, entre obras suas e de outros artistas. O ceramista recebeu, em Paris, em 2019, a medalha de Mérito Cultural do Governo português e a Medalha Grand Vermeil, a mais alta condecoração da capital francesa. Na altura, foi também inaugurada a ampliação da estação de metro de Champs Elysées-Clémenceau, com novas obras de Manuel Cargaleiro, depois de originalmente concebida e totalmente decorada pelo artista português, em 1995, incluindo o painel em azulejo “Paris-Lisbonne”. No último ano teve patente as exposições “Eu Sou… Cargaleiro”, no Mosteiro de Ancede – Centro Cultural de Baião, no distrito do Porto, uma mostra de pintura na Casa Museu Teixeira Lopes – Galerias Diogo de Macedo, em Vila Nova de Gaia, intitulada “Cargaleiro, Pintar a Luz Viver a Cor”, e uma exposição de gravura no Fórum Cultural de Ermesinde, em Valongo, de nome “A essência da cor”. Este ano levou obras nunca expostas à sua oficina, no Seixal. Reuniu-se ainda a Vhils (Alexandre Farto) na criação conjunta da obra “Mensagem”, destinada a exposição no Museu Cargaleiro, em Castelo Branco. No passado mês de abril doou à sua terra natal, Vila Velha de Ródão, uma tela alusiva aos 50 anos do 25 de Abril, a que chamou “Festa da Gratidão”. Gratidão é também a palavra usada pela sua mulher para descrever a vida do mestre e o seu reconhecimento em Portugal. Em declarações à agência Lusa, Isabel Brito da Mana lembrou hoje o Museu Cargaleiro, em Castelo Branco, e a Oficina de Artes, no Seixal, sublinhando como a vida e a arte de Manuel Cargaleiro se conjugaram e cumpriram. A vida de um dos mais cosmopolitas criadores do arte portuguesa, reconhecido através do mundo inteiro e presente nas principais coleções internacionais, que nunca esqueceu as suas ligações à terra natal, no distrito de Castelo Branco, e à margem Sul do Tejo, onde cresceu. Em entrevista à agência Lusa, em setembro do ano passado, o mestre disse entender que havia “duas correntes no mundo: uma positiva e outra negativa”. “Há os artistas que pensam que não há nada a fazer, e descrevem o destrutivo, por exemplo o [pintor anglo-irlandês Francis] Bacon. Tem uma pintura triste, violenta, agressiva. E [o pintor e ceramista francês de origem bielorrussa Marc] Chagall, que tem uma pintura de esperança, de beleza, de mensagem. Eu coloco-me deste lado. Eu gosto de criar algo que dê força, que anime e dê esperança.” E concluiu: “Eu pego nos pincéis e começo a pintar e não sei o que vai acontecer. Há tanta coisa que eu gostaria de fazer.” A exposição em Macau Manuel Cargaleiro chegou a ter obras suas expostas em Macau, nomeadamente em 2015, graças a uma iniciativa na Casa Garden da Fundação Oriente. Um total de 40 obras de pintura do artista plástico foram reveladas ao público de Macau. “É uma homenagem que lhe queremos prestar em vida. (…) Os quadros são representativos das várias fases da pintura do Manuel Cargaleiro”, disse a delegada da Fundação Oriente em Macau, Ana Paula Cleto, à agência Lusa. Intitulada “Manuel Cargaleiro – pintura: 1954-2006”, a exposição reúne exclusivamente obras de pintura, selecionadas pelo artista, em conjunto com a direção do Museu do Oriente. “Manuel Cargaleiro é considerado um dos artistas mais proeminentes da cultura portuguesa da actualidade e a sua obra abrange cerâmica, pintura, gravura, guache, tapeçaria e desenho. Na sua pintura pode distinguir-se um sentido ornamental e decorativo”.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Faculdades de direito portuguesas vão formar estudantes Cinco faculdades de direito portuguesas assinaram com Timor-Leste protocolos de cooperação para formar entre 250 e 300 estudantes naquela área, anunciou ontem o Governo timorense, em comunicado. Os protocolos de cooperação foram assinados na quarta-feira na embaixada de Timor-Leste, em Lisboa, entre o ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, Gastão de Sousa, e as faculdades de direito da Universidade Católica, Universidade do Minho, Universidade de Lisboa, Universidade do Porto e Universidade Nova de Lisboa. A iniciativa é promovida pelo Grupo de Trabalho para a Reforma do Setor da Justiça, coordenado pela antiga ministra timorense Lúcia Lobato, e prevê enviar anualmente para estudar naquelas faculdades cerca de 50 estudantes de Direito. O objectivo, segundo o comunicado, é reforçar as magistraturas e a Defensoria Pública timorenses, mas também preparar quadros jurídicos para a administração pública do país. “O projecto prevê um total de 250 e 300 juristas formados em Portugal e será financiado na sua totalidade por Timor-Leste, num investimento inicial de cerca de 16 milhões de dólares até 2028”, salienta o Governo timorense. Timor-Leste tinha anunciado em Março a criação de um regime especial de bolsas de estudo para o sector da justiça, financiado pelo Estado, para a obtenção de graus de licenciatura, mestrado e doutoramento, para formação em medicina legal e formação especializada no Centro de Formação Jurídica e Judiciária. O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, decidiu criar em Agosto passado o Grupo de Trabalho para a Reforma do Sector da Justiça após considerar que o sector enfrenta vários problemas, incluindo escassez e falta de capacitação de recursos humanos e a necessidade de revisão dos quadros legais existentes. Em declarações à Lusa, em Fevereiro, a coordenadora da reforma, Lúcia Lobato, considerou que é urgente reformar o sistema, por não estar a responder às expectativas.
Hoje Macau China / ÁsiaIrão | Presidenciais mais abertas do que o esperado Os iranianos vão sexta-feira às urnas para eleger um novo Presidente de entre seis candidatos, incluindo um reformador até agora desconhecido que espera abalar a preponderância dos conservadores. Esta eleição presidencial, inicialmente prevista para 2025, foi organizada em poucas semanas para substituir o Presidente Ebrahim Raissi, que morreu num acidente de helicóptero a 19 de Maio. O acto eleitoral realiza-se num contexto delicado para a República Islâmica, que tem de gerir simultaneamente tensões internas e crises geopolíticas, da guerra na Faixa de Gaza à questão nuclear, a cinco meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos, seu inimigo declarado. A campanha, que começou de forma desapaixonada, foi mais competitiva do que a anterior, em 2021, graças à presença do reformista Massoud Pezeshkian, que se impôs como um dos três favoritos. Os seus dois principais adversários são o conservador presidente do Parlamento, Mohammad-Bagher Ghalibaf, e Saïd Jalili, o ultraconservador ex-negociador nuclear. Esta proximidade de destaque poderá levar a uma segunda volta, o que só aconteceu numa eleição presidencial, em 2005, desde o início da República Islâmica, há 45 anos. Para ter hipóteses de ganhar, Massoud Pezeshkian deve esperar uma elevada taxa de participação, ao contrário da eleição presidencial de 2021, que foi marcada por uma abstenção recorde de 51 por cento quando nenhum candidato reformista ou moderado foi autorizado a concorrer. As diferentes escolhas Na terça-feira, o líder supremo, ayatollah Ali Khamenei, apelou aos iranianos para que “compareçam em grande número”, receando a mais que provável baixa taxa de participação, tendo como pano de fundo os 41 por cento registados nas legislativas de Março passado. Para Ali Vaez, especialista sobre questões ligadas ao Irão do International Crisis Group (ICG), o futuro Presidente terá de enfrentar “o desafio de evitar alargar o fosso entre o Estado e a sociedade”. Até à data, nenhum dos candidatos “apresentou um plano concreto para resolver estes problemas”, considera. O reformista Pezeshkian, de 69 anos, viúvo e pai de família, garantiu aos eleitores que era possível “melhorar” alguns dos problemas com que se defrontam os 85 milhões de habitantes do Irão. No entanto, aos olhos de alguns eleitores, este médico que se tornou deputado carece de experiência governativa, tendo sido apenas Ministro da Saúde há cerca de 20 anos. Em contrapartida, Mohammad-Bagher Ghalibaf é, aos 62 anos, um veterano da política, depois de ter feito carreira na Guarda Revolucionária, o poderoso exército ideológico da República Islâmica. Por seu lado, Saïd Jalili, 58 anos, que perdeu uma perna durante a guerra Irão-Iraque, nos anos 80, atrai os apoiantes mais fervorosos da República Islâmica, apoiando a firmeza inflexível de Teerão face aos países ocidentais. No outro extremo do espectro, Massoud Pezeshkian defende uma aproximação nas relações com os Estados Unidos e com a Europa, a fim de levantar as sanções que afectam duramente a economia, e recebeu o apoio do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Javad Zarif, o arquitecto do acordo nuclear alcançado com as grandes potências em 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Presidente do Peru destaca enorme potencial do sector mineiro A Presidente do Peru, Dina Boluarte, destacou ontem o “enorme potencial” do país no sector mineiro, numa conferência de investimento realizada em Xangai, a capital económica da China. A líder peruana, que está a realizar uma visita oficial ao país asiático, sublinhou que a “elevada diversidade geográfica” proporciona ao Peru “uma importante reserva de minerais”, entre os quais destacou “oito dos 17 minerais críticos: cobre, zinco, molibdénio, prata, ferro, plano, índio e grafite”. Durante o evento, intitulado ‘Oportunidades de Investimento no Peru’, a dirigente peruana enfatizou o “enorme potencial” do país, uma vez que “as actividades mineiras só foram desenvolvidas em 1,51 por cento” do território. Dina Boluarte sublinhou também que os investidores “valorizam a solvência fiscal” do Peru e a sua “integração nos mercados mundiais” e destacou a “gestão económica e regulamentar prudente durante os últimos 30 anos” do país. Entre os atractivos para os investidores estrangeiros, Boluarte referiu que o Peru “registou três décadas consecutivas com uma taxa de inflação de um dígito” e que também oferece uma “série de benefícios” aos investidores estrangeiros, como “protecção contra a inconvertibilidade, expropriação e outros riscos não comerciais através do acesso a acordos multilaterais e bilaterais”. A chefe de Estado sublinhou também o compromisso do Governo com o desenvolvimento da plataforma logística multimodal na costa central, que inclui o porto de Chancay, construído por um consórcio liderado pela estatal chinesa Cosco Shipping.