Hong Kong | Manifestantes voltam a exigir renúncia de Carrie Lam

[dropcap]P[/dropcap]rotestos voltaram a encher ontem as ruas de uma cidade no norte de Hong Kong, exigindo a renúncia da Chefe do Executivo e uma investigação sobre as denúncias de violência policial, alargando as queixas contra os líderes do território.

Muitos entre os mais de 10 mil manifestantes que marcharam em Sha Tin pediam eleições genuinamente democráticas, na antiga colónia britânica, enquanto um punhado também pediu independência.

Os manifestantes exigiram uma investigação às queixas de violência policial em manifestações anteriores contra a lei de extradição. Alguns carregavam cartazes que diziam: “A polícia é mentirosa” ou “Defenda Hong Kong”. O protesto na cidade Sha Tin, no norte de Hong Kong, foi pacífico durante a maior parte do dia, mas registaram-se confrontos ao anoitecer, quando agentes da polícia com capacetes e escudos começaram a limpar as ruas, noticia a Associated Press.

Centenas de manifestantes, muitos com capacetes e máscaras cirúrgicas, como protecção contra o possível uso de ‘spray’ de gás pimenta ou gás lacrimogéneo pela polícia, retiraram-se para um centro comercial, onde alguns atiraram guarda-chuvas e garrafas de água sobre a polícia que os seguiu. Segundo a Associated Press, houve repórteres que assistiram aos confrontos em corredores de vários andares do complexo comercial, nos quais manifestantes e polícias se agrediam com guardas-chuvas e agarravam nos capacetes uns dos outros.

No sábado, a polícia usou bastões e gás lacrimogéneo para dispersar uma multidão de jovens manifestantes que pediam maior controlo sobre os empresários que visitam Hong Kong. Os críticos dizem que estão a prejudicar indevidamente as empresas locais.

No passado dia 7 de Julho, um grupo de jornalistas de Hong Kong marchou até ao escritório de Lam para destacar as queixas sobre polícias que espancaram e obstruíram repórteres em manifestações anteriores. Os jornalistas entregaram uma carta endereçada ao comissário de polícia do território, a um funcionário. “Parece que atacaram deliberadamente os jornalistas”, disse Chris Yeung, presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong.

15 Jul 2019

Huawei ainda não viu benefícios de trégua na guerra comercial

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Huawei, Liang Hua, disse que não “viu ainda mudanças”, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter prometido desbloquear a exportação de tecnologia chave para o grupo chinês das telecomunicações.

A decisão “injusta” de colocar o maior fabricante de equipamentos de rede na lista negra do Departamento de Comércio norte-americano, restringindo as vendas ao grupo, está a prejudicar os fornecedores norte-americanos e clientes da Huawei em todo o mundo, afirmou Liang Hua, em conferência de imprensa.

Washington tem pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de quinta geração (5G), a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com a espionagem chinesa.

Em Maio passado, o Governo norte-americano emitiu uma ordem executiva que exige às empresas do país que obtenham licença para vender tecnologia crítica à Huawei, num golpe que se pode revelar fatal para o grupo.

Após um encontro entre os líderes da China e EUA, Xi Jinping e Donald Trump, em Junho passado, os dois países anunciaram um período de tréguas, visando chegar a um acordo.
Trump prometeu então levantar a interdição sobre as vendas à Huawei, mas Liang afirmou que “até à data”, a empresa “não viu mudanças tangíveis”. “Julgamos que a nossa empresa deve ser completamente retirada da lista negra”, afirmou. O presidente da Huawei afirmou ainda que, apesar daquelas restrições, as receitas do grupo aumentaram no primeiro semestre do ano, sem detalhar números.

As restrições nas vendas ao grupo constituem também um golpe para os fornecedores norte-americanos de chips e outras tecnologias, já que a Huawei é um dos maiores clientes.
Liang disse que a Huawei está decidida a responder à possível perda de acesso ao sistema operacional Android, da norte-americana Google. O grupo desenvolveu o seu próprio sistema operacional, o Hongmeng, mas até agora não o utilizou em nenhum dos seus telemóveis. “O sistema operacional e o ecossistema Android ainda são a nossa primeira escolha”, disse Liang. “É claro que, se os EUA não nos permitirem usá-los, poderemos, no futuro, desenvolver o nosso próprio Hongmeng como sistema operacional? Ainda não decidimos”, apontou.

A Huawei também está a desenvolver os seus próprios chips e outras tecnologias chave, o que reduziria as compras de componentes fabricados nos EUA e ajudaria a proteger a empresa contra possíveis retaliações de Washington.

15 Jul 2019

Xinjiang | Quase 40 países apoiam China sobre discriminação de minoria

Trinta e sete países, incluindo Rússia e Síria, apoiaram a China junto da ONU, após 22 Estados, principalmente ocidentais, terem enviado uma carta à organização a condenar a actuação chinesa sobre as minorias na região de Xinjiang

 

[dropcap]O[/dropcap] grupo de 37 países, em que também constam a Arábia Saudita, a Coreia do Norte, o Qatar, a Argélia, a Nigéria e as Filipinas, escreveu igualmente uma missiva às Nações Unidos, documento esse que foi divulgado na passada sexta-feira pela China no último dia da 41.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra (Suíça).

Na missiva, endereçada ao presidente do Conselho, Coly Seck, e à Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, os países signatários apoiantes de Pequim “congratulam a China pelas notáveis realizações em matéria de direitos humanos”.

Segundo estes países, “o terrorismo, o separatismo e o extremismo religioso têm provocado enormes prejuízos para todos os grupos étnicos em Xinjiang (no noroeste da China)”. “Perante o grave desafio do terrorismo e do extremismo, a China tomou uma série de medidas contra o terrorismo e a radicalização em Xinjiang, nomeadamente a criação de centros de educação e de formação profissional”, prosseguiram os países signatários, realçando que “a segurança regressou” à região.

O grupo de 37 países indicou ainda que a China convidou diplomatas e jornalistas a deslocarem-se a Xinjiang, defendendo que as recentes informações relativas à região “contradizem completamente aquilo que foi relatado nos ‘media’”.

Em tom de conclusão, os países pedem à comunidade internacional para não avançar com acusações com base em “informações não confirmadas antes de visitar Xinjiang”.

A outra carta

Em Março, Michelle Bachelet disse que esperava ter “luz verde” de Pequim para ter “pleno acesso” a esta vasta região autónoma chinesa, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão.

Após vários atentados atribuídos a membros da minoria muçulmana turcófona Uigures, o Governo chinês impôs fortes medidas de segurança neste território.

A China é suspeita de ter colocado cerca de um milhão de pessoas em espaços conhecidos como campos de reeducação. Pequim nega tais números e prefere falar em “centros de formação profissional” destinados a ensinar conhecimentos e a impulsionar a luta contra a radicalização islâmica.

Na quarta-feira, 21 países ocidentais (como Reino Unido, Canadá, França ou Alemanha) e o Japão enviaram uma carta à ONU para expressar a sua preocupação perante “relatos credíveis que dão conta de detenções arbitrárias (…), bem como de uma vigilância e restrições generalizadas, visando particularmente os Uigures e outras minorias em Xinjiang, na China”.

Nessa carta, os países exortaram Pequim a permitir a liberdade de movimentos dos Uigures e de outras comunidades minoritárias.

15 Jul 2019

MAM | Escolhidos trabalhos para Exposição de Artistas de Macau

[dropcap]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau (MAM), em parceria com o Instituto Cultural (IC), deu por concluída a selecção das obras que vão estar presentes na Exposição de Artistas de Macau”, depois do processo de candidaturas que reuniu 148 artistas. De acordo com um comunicado, foram seleccionados três Prémios de Júri, sete Prémio de Excelência e 66 obras (conjuntos) finalistas.

Da lista final constam trabalhos como “In the Mountain”, de Tam Chon Kit, “Walls III”, de Lam Un Mei e “Historical Memory” de Mak Kuong Weng, entre outros. Todos os trabalhos seleccionados serão enviados a Pequim onde serão incluídos na “Exposição de Artistas de Macau 2019”, a ter lugar no Museu Nacional de Arte da China. Em Novembro será a vez de o MAM receber a mostra “Beleza na Nova Era – Obras-primas da Colecção do Museu Nacional de Arte da China”, com o objectivo de promover o intercâmbio artístico entre Pequim e Macau.

15 Jul 2019

Anim’Arte Nam Van | Inaugurada nova exposição de graffiti

[dropcap]F[/dropcap]oi inaugurada na passada sexta-feira uma nova exposição no espaço Anim’Arte Nam Van, intitulada “Lake Up Graffiti Jam”, que nasce de uma colaboração entre o Instituto Cultural (IC) e a Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau.

Como tal, as entidades convidaram os artistas CEET e MCZ para decorar conjuntamente um mural, com o tema “Alegria para Todos”, que visa “potenciar a atmosfera cultural e criativa do Anim’Arte Nam Van com uma nova exposição de graffiti”, aponta o IC, em comunicado.

Neste trabalho, “os dois artistas procuram apresentar uma combinação de elementos diferentes, tais como um sorriso inocente, um duende de energia positiva e um guardião da felicidade, através da sua linguagem comum – o grafitti”. Além disso, os artistas cooperaram com a Macau Association for Community Care Children, convidando quatro famílias para participar no processo criativo.

CEET é um artista francês contemporâneo mundialmente reconhecido e considerado exímio na técnica tipográfica de “estilo selvagem”, prevalente no graffiti, transformando completamente as letras e produzindo um efeito impressionante através do forte contraste de cores. O artista tem um particular interesse em partilhar os seus trabalhos com os outros, recorrendo a paredes, esculturas, design gráfico e pinturas a óleo para expressar a sua experiência de vida e a sua atitude em relação à vida.

O IC aponta que CEET vive na China desde 2003, e que participou em várias exposições e projectos artísticos, onde se inclui o título de embaixador artístico de uma série de marcas internacionalmente conhecidas. Já MCZ é um artista de graffiti natural de Macau, cujo estilo incorpora o conceito de autonomia, criando personagens ilustradas tais como o balão amarelo sorridente, esculturas e instalações, para transmitir alegria ao público através de obras artísticas que podem ser vistas em diferentes partes da cidade.

15 Jul 2019

Arte contemporânea | MOCA Taipei celebra 18 anos com nova exposição 

Chama-se “Once Upon a Time – Unfinished Progressive Past” e é a nova exposição que marca os 18 anos de existência do museu de arte contemporânea da Ilha Formosa. Para marcar o aniversário do MOCA Taipei, está também a ser pensado um projecto de cinco anos que incide sobre a história e a sociedade de Taiwan

 

[dropcap]O[/dropcap] primeiro museu de arte contemporânea de Taiwan está de parabéns e, para recordar esse marco está programada a inauguração de uma nova exposição, no próximo dia 20 de Julho, que tem como nome “Once Upon a Time – Unfinished Progressive Past”, com curadoria de Kao Chien-Hui, um crítico de arte e curador que trabalha a partir de Chicago.

A mostra estará patente no MOCA Taipei (Museu of Contemporary Art) até ao dia 31 de Outubro e contém trabalhos de 16 artistas que nasceram entre os anos de 1950 e 1980, tal como Leo Liu, Dean-E Mei, Chien-Chi Chang e Ruey-Shiann, entre outros.

De acordo com um comunicado oficial do evento, a exposição pretende constituir “um ponto crucial da história cultural de Taiwan, quando a arte contemporânea da região começou a ganhar forma”.

As obras que vão estar patentes ao público “exploram as vidas e as memórias culturais de três gerações do pós-guerra, entre 1950 e 1990, partilhando também o seu passado de repressão e revolta”, sendo que também espelham um sentimento de retrospecção. Isto porque as obras “revelam o impacto das memórias colectivas, bem como das suas aproximações estéticas”.

Desta forma, os artistas participantes nesta iniciativa “reexaminam as suas motivações, o contexto histórico e a sua transformação ao nível da linguagem artística, elementos que têm feito parte da emergente arte contemporânea de Taiwan”. “Once Upon a Time” mostra também ao público “a consciência, não só dos artistas, mas talvez de toda a sociedade, e uma resposta face à identidade da ilha e do território, sistema social, passado colonial e influência ocidental”. Desta forma, consegue-se traçar um mapa “do desenvolvimento cultural de Taiwan”.

Olhar o futuro

Além da exposição, a direcção do MOCA Taipei está também a pensar noutros projectos que façam uma reflexão sobre o desenvolvimento da entidade local. Citada pelo mesmo comunicado, Yuki Pan, directora do museu, explica que “uma vez que celebramos 18 anos de existência, uma marca de entrada na idade adulta, estamos a lançar o nosso projecto a cinco anos na área da arte contemporânea”, o qual “traça uma retrospectiva do desenvolvimento da arte contemporânea na região e também olha para o futuro”.

Com “Once Upon a Time”, o MOCA Taipei pretende “mostrar o contexto do nascimento da arte contemporânea em Taiwan e permitir que os visitantes explorem a relação entre arte e sociedade”, acrescentou Yuki Pan.

Este projecto a cinco anos não é mais do que uma iniciativa que convida um curador a trabalhar na exposição que responde a cinco tópicos, tais como o desenvolvimento da arte contemporânea, a criação especial, a crítica do sistema social, a arte contemporânea em Taiwan e o lado multidisciplinar da arte contemporânea.

Além destas iniciativas, o MOCA Taipei apresenta também, até ao dia 28 deste mês, uma exposição individual do artista taiwanês Chu Chun Teng, intitulada “Rooftop”, que explora as dificuldades sentidas pelos residentes da Ilha Formosa na cidade transfronteiriça de Tengchong.

O público poderá também ver a mostra “Why Did You Come to Taiwan?”, de 3 de Agosto a 29 de Setembro, com a curadoria de Cheng Shao-Hung.

15 Jul 2019

Saúde | 71 residentes de Macau aderiram ao seguro de Zhuhai

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Saúde informou no passado sábado que, até ao dia 10 de Julho, 71 cidadãos de Macau tinham aderido ao projecto piloto do Seguro Básico de Saúde dos Residentes da Cidade de Zhuhai. O acesso dos residentes locais ao seguro de saúde de Zhuhai é possível desde o dia 1 de Julho, uma medida que permite estender o direito de cuidados médicos a cerca de 8 mil residentes da RAEM que vivem em Zhuhai.

Em declarações aos meios de comunicação social, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, assinalou que foram tidos em conta “o espírito e os princípios dos cuidados médicos para grupos vulneráveis em Macau, sendo que estes grupos de pessoas também são objecto de apoio médico gratuito em Macau”.

Os grupos mais vulneráveis que participam no seguro recebem um subsídio de 410 patacas do Governo da RAEM. Contudo, o sistema de segurança médica implementado em Macau possui cobertura superior à do sistema de seguro médico no Interior da China.

Os grupos vulneráveis, os pacientes de longo prazo e os portadores de doenças graves ou especiais são tratados gratuitamente no território. Os residentes, de modo geral, têm atendimento gratuito nos centros de saúde, gozando da redução de 30 por cento em despesas no hospital.

15 Jul 2019

Habitação Social | Infracções levam IH a instaurar 53 processos

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades detectaram 10 casos de pessoas que não vivem de forma permanente na habitação social ou que colocaram outras pessoas a viver nestas casas, entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano. Os dados foram divulgados pelos Instituto de Habitação (IH), responsável pelas unidades, na passada sexta-feira.

De acordo com os dados revelados, entre os 10 casos, em cinco as pessoas que assinaram os contratos devolveram voluntariamente a habitação social depois de terem sido notificadas. Os outros cinco casos vão seguir para tribunal, com o IH a reconhecer que só poderão ser tratados por essa via.

Ao contrário das habitações económicas, as casas sociais apenas estão disponíveis para arrendamento e servem para a parte da população com rendimentos mais baixos.

Contudo, estas não foram as únicas infracções identificadas no primeiro semestre. Segundo os números apresentados, há 53 processos instaurados por suspeita de a administração das habitações sociais não estar dentro do que foi contratualizado com o Governo. Entre estes 53 processos, 11 foram instaurados ainda antes do início do ano.

Ao mesmo tempo, nos primeiros seis meses do ano foram aplicadas 45 sanções por má gestão de habitações públicas, foram enviadas 8 cartas de aviso e aplicação de multas a arrendatários das fracções e ainda estão a ser acompanhados outros 8 processos a sociedades comerciais de administração.

15 Jul 2019

Global Media | Marcelo Rebelo de Sousa quer “soluções” para diferendo laboral

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da República afirmou, junto do Sindicato dos Jornalistas (SJ) português, que “tem vindo a acompanhar toda a situação” do Grupo Global Media (GMG) “há já vários meses” e comprometeu-se, “dentro dos poderes que lhe estão atribuídos”, a fazer “todos os possíveis para encontrar soluções para os problemas”, divulgou na última quinta-feira o SJ na sua página web.

O sindicato reuniu-se a 4 de Julho com Marcelo Rebelo de Sousa, voltando a alertar para a anunciada reestruturação e despedimentos de 100 a 200 pessoas, anunciados pelo GMG por alegada situação financeira deficitária, e nunca desmentidos. O SJ já tinha enviado carta ao Presidente a 25 de Fevereiro deste ano, após a alteração das datas de pagamento dos subsídios de Natal, em Novembro de 2018, e o recente atraso nos salários dos trabalhadores desde o mês de Junho.

O empresário local Kevin Ho é o accionista maioritário do GMG, através da empresa KNJ Investment, com 30 por cento do capital, sendo o restante da Olivemedia, Unipessoal, Lda., liderada por Daniel Proença de Carvalho com 19,25 por cento, o empresário português José Pedro Carvalho Reis Soeiro com outros 19,25 por cento, o Banco Comercial Português (BCP) e Novo Banco (NB), ambos com 10,5 por cento, e a empresa de comunicação Grandes Notícias, Lda. também com 10,5 por cento. O GMG possui diversas publicações e emissoras portuguesas, incluindo os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Dinheiro Vivo e O Jogo, a rádio TSF, as revistas Evasões, Volta ao Mundo, Notícias Magazine ou Motor 24, sendo ainda accionista da agência noticiosa Lusa.

15 Jul 2019

Intercâmbio | Sónia Chan leva estudantes à Província de Guizhou

[dropcap]A[/dropcap] secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, e o subdirector do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Macau, Zhang Rongshun, acompanham um grupo de 100 alunos e jovens à Província de Guizhou, até quarta-feira, “com vista a reforçar os conhecimentos sobre a nação” e “o espírito de amar a Pátria”, lê-se num comunicado enviado pelo Governo da RAEM.

Na qualidade de chefe da delegação, Sónia Chan lidera esta iniciativa de intercâmbio ao Oeste da China, inserida no programa de visitas “Caminhar juntos na Nova Era”, que prevê a deslocação à cidade de Guiyang, e distritos de Congjiang e Pingtang, para conhecer o centro de mega-dados da Zona de Serviços de Alta Tecnologia, o Radiotelescópio Esférico de 500 Metros de Abertura (FAST), o Museu de Nan Rendong, o Museu da Província de Guizhou, a vila de Luan Li – da etnia Dong –, e a vila antiga de Qingyan.

O programa, que conta com o apoio do Ministério de Educação do Estado e da Federação da Juventude da China, irá acolher 500 jovens em visitas que se vão prolongar até ao dia 25 do corrente mês. Em Agosto está prevista uma sessão, subordinada ao tema “Eu e a minha Pátria”, que se realiza em Macau.

15 Jul 2019

AL | Kou Hoi In deverá ser o sucessor de Ho Iat Seng

[dropcap]O[/dropcap] deputado Kou Hoi In está em boa posição para suceder a Ho Iat Seng enquanto presidente da Assembleia Legislativa (AL).

As eleições para o próximo presidente da AL realizam-se esta quarta-feira, 17 de Julho, após a saída de Ho Iat Seng por renúncia ao mandato para concorrer ao lugar de Chefe do Executivo. A reunião plenária foi marcada na passada sexta-feira e irá acontecer antes do fim do prazo legal de 15 dias para a realização da eleição interna.

Kou Hoi In é apontado como a escolha mais provável para a liderança da AL, segundo avançou na sexta-feira a Rádio Macau. Para tal contribui o facto de ser o deputado mais antigo no hemiciclo, onde está desde 1991, assim como os cargos de representante do território na Assembleia Popular Nacional e presidente da Associação Comercial de Macau.

Chui Sai Cheong deverá manter-se no cargo de vice-presidente, adiantou ainda a emissora, não se esperando que chegue à presidência por ser irmão do actual Chefe do Executivo, Chui Sai On.

A deputada Chan Hong, eleita pelo sector dos serviços sociais e educação, deverá ser promovida a primeira secretária da Mesa. Para o lugar de segundo secretário fala-se no nome de Ho Ion Sang, deputado da União Geral das Associações dos Moradores.

15 Jul 2019

Hong Kong | Protestos são também por democracia, refere activista Bonnie Leung

Reforma democrática é o grande objectivo dos protestos que têm marcado a região vizinha, muito além do pedido de retirada da polémica lei da extradição. A próxima manifestação de grande escala está agendada para o próximo domingo

 

[dropcap]A[/dropcap] porta-voz da organização que tem liderado as manifestações em Hong Kong disse em entrevista à Lusa que os actuais protestos são contra a lei da extradição, mas também pela democracia que garanta o sufrágio universal. “Queremos também lutar por uma verdadeira democracia”, sublinhou Bonnie Leung, vice-coordenadora da Frente Civil de Direitos Humanos, que integra 15 organizações não-governamentais e movimentos políticos.

“Precisamos mesmo de ter um sistema democrático: um homem, um voto: Temos de eleger o nosso Chefe de Executivo e os nossos legisladores”, porque “sem uma verdadeira democracia, coisas más podem sempre repetir-se”, defendeu.

A activista ressalvou, contudo, que o foco continua a manter-se no combate à lei da extradição, que desde o dia 9 de Junho motivou manifestações na antiga colónia britânica.

Representações colaterais

Por outro lado, a mediatização dos protestos tem também permitido ao território representar Macau e Taiwan perante a ameaça de Pequim, acrescentou. “Acredito que muitos cidadãos de Macau e de Taiwan apoiam os mesmos valores. Ao alertar o mundo sobre o problema de Hong Kong, como que representamos também esses cidadãos de Macau e de Taiwan porque estamos a enfrentar o mesmo Governo chinês, estamos a enfrentar o mesmo tipo de perigos impostos por Pequim”, sublinhou Bonnie Leung.

A activista admitiu desconhecer contactos directos estabelecidos por grupos, mas confirmou a presença de manifestantes desses dois territórios nos protestos em Hong Kong.

Bonnie Leung diferencia o caso de Taiwan do de Macau, dizendo que na Ilha Formosa se vive em democracia, mas que está a viver uma situação idêntica à de Hong Kong, “com muito dinheiro [chinês] a ser injectado na economia, a tentar comprar mais influência, sobretudo nos ‘media’”.

Contra a informação falsa

Num momento em que passou mais de um mês após os primeiros protestos por causa da lei da extradição, os manifestantes adoptaram novas estratégias, na rua, junto da opinião pública e da comunidade internacional.

“Tivemos de mudar as nossas tácticas porque o lado pró-Pequim já começou com uma campanha de falsa informação”, disse Bonnie Leung, admitindo que esta é também “uma batalha pela opinião pública”.

“Acreditamos que liberdade, Estado de Direito e democracia são valores universais e podem fazer a sociedade e o mundo melhor. O que estamos a tentar fazer é transportar estes conceitos para a população da China”, explicou.

Nas últimas semanas, grupos de voluntários têm-se deslocado para zonas de Hong Kong nas quais se regista um elevado fluxo de turistas chineses, com panfletos e cartazes.

“Queremos partilhar as nossas ideias e explicar a estes turistas o que realmente está a acontecer em Hong Kong, em vez de receberem a informação através dos canais oficiais chineses”, e apesar de toda a censura de Pequim sobre esta matéria, lembrou a porta-voz da organização.

Torcer o braço

No que diz respeito à invasão do Conselho Legislativo, a activista refere que essa situação aconteceu porque o Governo passou a ideia de que as manifestações pacíficas não resultam. “Há um graffiti no Conselho Legislativo que resume a razão pela qual os jovens fizeram o que fizeram: Foram vocês que nos ensinaram que as demonstrações pacíficas não resultam”, disse Bonnie Leung.

Recorde-se que dois dos protestos, a 12 de Junho e a 1 de Julho, foram marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, que chegou a usar balsas de borracha, gás pimenta e gás lacrimogéneo. A 1 de Julho, os manifestantes invadiram mesmo o parlamento de Hong Kong.

“Obviamente, Pequim e o Governo de Hong Kong querem que a população da nossa cidade e no mundo acreditem que aqueles jovens manifestantes foram indesculpavelmente violentos. Mas estou muito satisfeita e orgulhosa com o facto de que as pessoas de Hong Kong conseguirem descortinar essas táticas”, sustentou Leung.

“Dois milhões [de pessoas] estiveram nas ruas pacificamente e nem um vidro foi partido e as nossas reivindicações não foram atendidas”, lembrou, referindo-se aos protestos de 16 de Junho. “O Governo não estava a ouvir”, acrescentou.

Bonnie Leung disse compreender a razão pela qual “as pessoas podem não concordar com as acções dos jovens” e que o seu movimento também entende que não é necessário que estes coloquem em risco a sua própria segurança”. “Mas estamos solidários e preocupamo-nos com eles”, disse, reafirmando que não são jovens violentos, mas que, em desespero, frisou, destruíram objectos “que simbolizam a tirania do Governo de Hong Kong”, mas que se preocuparam em preservar documentos históricos, exemplificou.

Há mais de um mês que Hong Kong é palco de protestos maciços. O mais concorrido, segundo a organização, aconteceu a 16 de Junho, quando cerca de dois milhões de pessoas (mais de um terço da população) saíram à rua para protestar contra a lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições com as quais não existem acordos prévios, como é o caso da China.

A chefe do Governo, Carrie Lam, depois de pedir desculpa em duas ocasiões distintas, em Junho, chegou mesmo a afirmar já este mês que a lei estava “morta”.

Uma declaração que não conseguiu convencer os líderes dos protestos, que continuam a promover pequenas acções e manifestações na cidade e a exigir que o Governo responda a cinco reivindicações: retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que os protestos de 12 de Junho e 1 de Julho não sejam identificados como motins, um inquérito independente à violência policial e a demissão da Chefe do Executivo, Carrie Lam.

Já os defensores da polémica lei da extradição argumentam que, caso se mantenha a impossibilidade de extraditar suspeitos de crimes para países como a China, tal poderá transformar Hong Kong num “refúgio para criminosos internacionais”.

Mas os manifestantes dizem temer que Hong Kong fique à mercê do sistema judicial chinês como qualquer outra cidade da China continental e de uma justiça politizada que não garanta a salvaguarda dos direitos humanos.

Na agenda

De resto, uma nova grande manifestação contra a lei da extradição e a violência policial está agendada para 21 de Julho em Hong Kong, uma vez que as reivindicações feitas ao Governo não foram atendidas, segundo os manifestantes. “Como as nossas cinco reivindicações não foram ainda atendidas, acreditamos que é muito importante que continuemos os protestos (…) e temos uma obrigação de juntar as pessoas outra vez”, sublinhou a vice-coordenadora da Frente Civil de Direitos Humanos.

“A 21 de Julho vamos ter uma manifestação para enfatizar as nossas cinco reivindicações e, especialmente, vamos dar destaque ao abuso de poder por parte da polícia e pedir um inquérito independente”, acrescentou. “Esse vai ser o nosso grande tema”, precisou a activista.“Neste momento, os cidadãos de Hong Kong não confiam no Governo, sobretudo não confiamos na nossa polícia, o que não é nada saudável”, afirmou.

“Precisamos de colocar um ponto final a isto com um verdadeiro inquérito independente para saber o que esteve na origem do que aconteceu a 12 de Junho, quem foi o comandante, quem tomou a decisão de disparar sobre os manifestantes e jornalistas”, disse referindo-se ao protesto que ficou marcado pelos actos de violência policial. “E ao saber esta informação e, provavelmente, ao existirem consequências legais sobre as pessoas que tomaram erradamente estas decisões ilegais acreditamos que só assim poderemos seguir em frente. É muito importante e será o nosso grande tema”, concluiu Bonnie Leung.

15 Jul 2019

Suncity volta a negar envolvimento em jogo online ilegal e lamenta impacto em Macau

[dropcap]O[/dropcap] Presidente executivo do Grupo Suncity negou hoje qualquer envolvimento em actividades de apostas ilegais online e lamentou o impacto causado ao Governo de Macau e às concessionarias do território.

“O Grupo Suncity lamenta profundamente todo este inconveniente causado ao Governo de Macau e o possível impacto negativo causado às concessionárias do território”, disse Alvin Chau durante uma conferência de imprensa.

O Grupo Suncity é o maior angariador do mundo de jogadores de grandes apostas, com mais de 40% do mercado das apostas VIP em Macau, com 17 salas no território em todas as grandes concessionárias e subconcessionárias na capital mundial do jogo: Melco, MGM, Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Galaxy, Sands e Wynn.

A empresa voltou a negar qualquer envolvimento em apostas online, ilegais na China continental e em Macau. “A empresa não operou qualquer plataforma online de jogos”, garantiu o presidente executivo do Grupo Suncity, rejeitando assim a notícia avançada na segunda-feira pelo Economic Information Daily, um jornal afiliado da agência de notícias oficial chinesa Xinhua, que noticiou que havia contactado cerca de “30 jogadores” que supostamente usavam serviços de jogos ‘online’ associados ao Grupo Suncity.

O jornal alegou que o grupo, nos locais que explora em Macau, angariou jogadores do interior da China para uma aplicação de jogos ‘online’ disponível fora do território.

“A empresa respeitou sempre as leis e as regulações de Macau”, disse o responsável máximo do Suncity, sublinhando que o grupo “nunca esteve envolvido em negócios que violassem as leis da República Popular da China e de Macau”.

Apesar de negar de forma veemente a notícia avançada pelo Economic Information Daily, Alvin Chau adiantou que não vai processar “nenhum órgão de comunicação (…) por este incidente”.
Representantes do Suncity foram já ouvidos pela Direção de Inspecção e Coordenação de Jogos de Macau (DICJ) por alegada promoção ilegal do jogo ‘online’, indicou aquela entidade a um ‘site’ especializado em informação sobre casinos na Ásia, o GGRAsia.

Na quarta-feira, a DICJ de Macau exortou as operadoras a reforçarem a fiscalização sobre a promoção do jogo ‘online’. “A exploração de qualquer actividade relacionada com jogos de fortuna ou azar na RAEM pode constituir um crime”, advertiu em comunicado a DICJ.

A DICJ “exortou as concessionárias/subconcessionárias para a necessidade de uma fiscalização rigorosa dos promotores de jogo junto delas registados, por forma a prevenir aproveitamento indevido dos casinos da RAEM para a promoção de jogos ‘online’ ou colocação de apostas via telefónica”.

Em declarações à Lusa, em 21 de Maio, o director executivo do Suncity anunciou a pretensão do grupo em concorrer às concessões de novas licenças de jogo em Macau, em 2022.

13 Jul 2019

China vai sancionar empresas dos EUA envolvidas na venda de armas a Taiwan

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje que vai impor sanções às empresas norte-americanas envolvidas na venda de armamento a Taiwan, cuja soberania é reivindicada por Pequim.

“A venda de armas a Taiwan pelos Estados Unidos constitui uma grave violação das normas fundamentais do Direito Internacional e das relações internacionais”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, dias depois do Departamento de Estado norte-americano ter anunciado um acordo de venda de armamento com aquele território insular na ordem dos 2,2 mil milhões de dólares.

“A fim de proteger os interesses nacionais, a China vai impor sanções às empresas norte-americanas envolvidas nesta venda de armas a Taiwan”, referiu o representante, citado num comunicado, mas sem especificar a abrangência das medidas.

Antes deste comunicado, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, já tinha advertido que os Estados Unidos (EUA) estavam “a brincar com o fogo” ao ter negociado com a ilha de Taiwan, afirmando que com esta política a administração norte-americana estava a imiscuir-se num assunto interno da China.

“Os separatistas de Taiwan actuam contra a História e contra o povo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, após um encontro com o seu homólogo húngaro, Peter Szijjártó, em Budapeste, exigindo a Washington que respeite o princípio de uma só China.

“Se os Estados Unidos gerarem novos problemas nas relações com a China, as suas acções irão voltar-se contra eles”, avisou Wang Yi, fazendo ainda referência à passagem da líder taiwanesa, Tsai Ing-wen, pela cidade norte-americana de Nova Iorque.

Ainda em Budapeste, o ministro chinês defendeu que os Estados Unidos não deviam ter permitido esta visita e deviam suspender todos os contactos oficiais com a ilha.

Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista, pró-independência, realizou uma paragem de duas noites em Nova Iorque, a caminho das Caraíbas, onde irá visitar aliados de Taipé naquela região.

Em declarações em Nova Iorque, a líder taiwanesa afirmou hoje que o povo daquele território “nunca se sentirá intimidado”. Embora Tsai Ing-wen tenha visitado os EUA em outras ocasiões, esta foi a sua primeira viagem como líder de Taiwan a Nova Iorque, onde o território insular mantém uma representação consular e comercial não oficial, próximo da sede das Nações Unidas.

Taiwan não é membro da ONU, mas 17 países continuam a manter relações diplomáticas com a ilha. O itinerário de dois dias de Tsai Ing-wen em Nova Iorque, aprovado pela administração norte-americana, incluiu um encontro com representantes de empresas de Taiwan e um jantar com membros da comunidade taiwanesa radicada nos EUA.

A actual administração norte-americana, liderada pelo Presidente Donald Trump, tem intensificado os contactos diplomáticos com Taiwan e, segundo o executivo de Taipé, o recente acordo para a venda de armamento demonstra o apoio de Washington perante a ameaça chinesa.

As relações Estados Unidos/China estão actualmente seriamente deterioradas por causa da guerra comercial que Pequim e Washington têm vindo a travar desde o ano passado.
Taiwan reclama a sua independência da China desde a guerra civil de 1949, mas é vista por Pequim como uma província separatista.

12 Jul 2019

Delegação norte-americana vai à China retomar negociações comerciais

[dropcap]U[/dropcap]ma delegação comercial dos Estados Unidos vai à China “num futuro muito próximo” para retomar as negociações entre os dois países e tentar encerrar a guerra comercial que já dura há um ano, disse hoje um conselheiro norte-americano.

Robert Lighthizer, representante norte-americano para o Comércio, e Steven Mnuchin, secretário do Tesouro norte-americano, vão liderar a delegação, disse ao canal de televisão CNBC Peter Navarro, um dos principais conselheiros para a área do comércio do Presidente norte-americano, Donald Trump.

As negociações entre Estados Unidos e China para acabar com a disputa comercial recomeçaram – após uma interrupção abrupta em Maio – na reunião entre Trump e seu homólogo Xi Jinping à margem da cimeira do G20, em Osaka, no Japão, final de Junho.

Navarro recusou-se a dar detalhes sobre as negociações. “Estamos num período de discrição”, disse apenas o conselheiro do Presidente Trump. Na quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos acusou a China de não comprar produtos agrícolas norte-americanos, como Pequim havia se comprometido.

Trump declarou no final da cimeira do G20 que havia concordado em congelar a imposição de tarifas aduaneiras punitivas sobre 300 mil milhões de dólares em importações de produtos chineses ainda não sobretaxados.

Em troca, o Presidente norte-americano disse que a China iria “comprar uma incrível quantidade de alimentos e produtos agrícolas, num período muito breve”.

Pequim divulgou hoje os números de seu comércio externo em Junho. As exportações chinesas caíram em Junho (-1,3%) em relação ao mesmo período no ano passado. No entanto, mantiveram-se em crescendo em maio (+ 1,1%), apesar das novas taxas alfandegárias impostas a muitos produtos chineses exportados para os Estados Unidos.

Quanto às importações, continuaram a sua queda em Junho (-7,3%) muito mais pronunciada do que o esperado pelos especialistas entrevistados pela agência Bloomberg (-4,6%).

12 Jul 2019

Air China encomenda 20 aviões à Airbus

[dropcap]A[/dropcap] companhia aérea estatal chinesa Air China anunciou hoje a compra de 20 aeronaves à construtora europeia Airbus, do modelo A350-900, num valor total de 6.537 milhões de dólares.

Num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, a companhia aérea detalha que os aparelhos serão entregues entre 2020 e 2022 e que o pagamento será dividido em parcelas. A Air China reserva ainda a opção de alterar a ordem dos últimos cinco aviões pelo modelo A350-1000, que tem capacidade para mais passageiros, mas não divulgou se, nesse caso, o custo final vai variar.

A empresa explicou que a compra melhorará a sua capacidade de transporte em quase 10% e descartou os impactos na liquidez do grupo.

A Air China, uma das maiores companhias aéreas do país asiático, tinha 669 aeronaves de passageiros, no final do ano passado – 329 da Airbus e 335 da norte-americana Boeing.

Em Maio passado, a empresa e outras duas grandes companhias aéreas do gigante asiático, a China Southern e a China Eastern, reivindicaram uma compensação à Boeing, pelas perdas resultantes de deixarem de utilizar o modelo 737 MAX, a pedido das autoridades de avião civil da China.

A decisão foi tomada logo após o acidente da Ethiopian Airlines, em 10 de Março, que causou 157 mortos. Aquele acidente e o da companhia aérea indonésia de baixo custo Lion Air, em Outubro de 2018, desencadearam uma crise na empresa norte-americana, que suspendeu as entregas do 737 MAX, proibido nos espaços aéreos de praticamente todos os países.

Especialistas acreditam que uma falha num sensor activou o sistema de controlo do voo, em ambos os acidentes, o que acabou por causar a queda. No último dia da exposição aérea Le Bourget, realizada recentemente, em Paris, a Airbus anunciou contratos para a venda de um total de 181 aviões, enquanto a construtora norte-americana se ficou pelos 35.

12 Jul 2019

Banco de Portugal autoriza sucursal do Haitong em Macau

[dropcap]O[/dropcap] Banco de Portugal (BdP) autorizou o estabelecimento de sucursal do Haitong Bank em Macau, estando agora o processo dependente das autoridades locais, indicou hoje a instituição financeira.

“O Haitong Bank, S.A. (“Banco”) informa que o Banco de Portugal autorizou o estabelecimento de sucursal do Haitong Bank, S.A. na República Popular da China, Região Administrativa Especial de Macau, nos termos do projecto apresentado”, avança o banco em comunicado.

De acordo com a mesma fonte, o início de actividade da sucursal do Haitong “está dependente da conclusão do processo de autorização junto das Autoridades de Macau competentes”.

“A abertura desta sucursal constituirá um evento chave no desenvolvimento da estratégia transfronteiriça do banco, permitindo o reforço dos negócios com a China e uma maior coordenação com o restante Grupo Haitong”, sublinha a instituição.

O presidente executivo (CEO) do Haitong, Wu Min, citado no documento, considera que “a abertura da sucursal de Macau irá permitir ao Haitong Bank reforçar um dos seus elementos diferenciadores, que se baseia no acesso ao fluxo de negócio com a China”.

“O Haitong Bank tem uma estratégia muito clara ao combinar a sua experiência local em mercados domésticos na Europa e no Brasil com um profundo conhecimento da China. Esta presença em Macau constitui um pilar fundamental dessa estratégia”, acrescenta Wu Min.

O Haitong Bank (antigo BES Investimento) fechou 2018 com um lucro de 1,2 milhões de euros, recuperando de prejuízos de 130 milhões de euros no ano anterior, divulgou o banco em comunicado ao mercado em Março.

O Grupo Haitong comprou em 2015 o ex-BES Investimento ao Novo Banco, para o qual passou em 2014 aquando da resolução do Banco Espírito Santo (BES). A compra do ex-BESI foi a primeira aquisição do Haitong fora da China.

12 Jul 2019

Filipinas reage a resolução da ONU ameaçando com “consequências”

[dropcap]O[/dropcap] Governo filipino assegurou que terá “consequências de longo alcance” a resolução aprovada ontem pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para abrir uma investigação sobre os abusos cometidos pelas autoridades durante a guerra contra as drogas.

“Não vamos tolerar qualquer forma de desrespeito ou actos de má-fé”, alertou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Teodoro Locsin, em comunicado, acusando os 18 países que votaram a favor de serem “os piores inimigos” das Filipinas ou “falsos amigos”.

Teodoro Locsin salientou que a resolução, com 14 votos contra e 15 abstenções, não foi “adoptada universalmente”, portanto, a sua validade é “altamente questionável”. O Conselho dos Direitos Humanos da ONU pediu ontem a realização de um “relatório completo” sobre as Filipinas e as alegadas transgressões em matéria de direitos humanos cometidas pelas autoridades daquele país, nomeadamente no contexto de uma campanha anti-drogas.

O pedido do Conselho dos Direitos Humanos da ONU consta numa resolução aprovada no seio daquele órgão com sede em Genebra que integra 47 países. Com 18 votos favoráveis, 14 contra e 15 abstenções, a resolução, defendida pela Islândia, foi adoptada com o apoio dos países da União Europeia (UE), do Canadá e da Nova Zelândia.

Visão abrangente

O ministro filipino acusou os países que apoiaram a resolução – entre eles Espanha, Itália, Reino Unido, Argentina, México, Peru ou Uruguai – de votar incitados por “informações falsas de fontes que vendem as suas mentiras por dinheiro”, em alusão às organizações de direitos humanos que fizeram campanha pelo sim antes da votação.

“Esta resolução não é um triunfo dos direitos humanos, mas sim uma paródia”, afirmou o chefe da diplomacia das Filipinas.

A resolução do Conselho salienta que “desde o anúncio da campanha anti-drogas nas Filipinas, em meados de 2016, têm existido denúncias do assassínio de milhares de traficantes e de alegados consumidores de drogas”.

Segundo as autoridades filipinas, 5.300 pessoas foram mortas pela polícia ao abrigo desta campanha, mas as organizações de defesa dos direitos humanos acreditam que este número pode ser multiplicado por quatro.

A resolução do Conselho pede à Alta Comissária para os Direitos Humanos, a antiga Presidente chilena Michelle Bachelet, para preparar “um relatório escrito abrangente sobre a situação dos direitos humanos nas Filipinas”.

O texto também insta o Governo filipino a “tomar todas as medidas necessárias para prevenir execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados, para realizar investigações imparciais e levar os responsáveis à justiça”. A Amnistia Internacional também pediu à ONU que investigasse os assassínios “sistemáticos”.

12 Jul 2019

Corrupção | Chui Sai On demonstrou apoio a Mi Jian

[dropcap]M[/dropcap]i Jian, director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional (DSEPDR), afirmou ter ficado surpreendido com a carta enviada ao Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), em que era acusado de corrupção, e revelou ter recebido uma chamada de apoio Chui Sai On.

“As coisas têm decorrido sem sobressaltos e temos tido muito trabalho. Estamos sempre a fazer horas extraordinárias por isso ficámos muito surpreendido [com a carta]. Até agora o que eu senti da carta é que não acho que tenha sido escrita pelos nossos colegas”, disse Mi Jian, ontem, citado pela TDM.

Já de acordo com a Macau News Agency, depois da acusação, Mi Jian recebeu uma chamada de apoio do Chefe do Executivo, Chui Sai On: “O Chefe do Executivo mostrou muito interesse neste assunto, e até me ligou durante a folga para me dar apoio. Enquanto director, acredito que tenho de responder ao Chefe do Executivo e depois aos meus colegas, foi por isso que tivemos uma reunião interna sobre o conteúdo da carta”, revelou, à margem do 10.º aniversário da sucursal de Macau do Banco ICBC.

12 Jul 2019

A grande dama do chá

[dropcap]O[/dropcap]s sons do jazz tornavam ainda mais agradável aquele fim de tarde na varanda do hotel Riviera. Ezequiel de Campos e Marina Kaplan, sentados, bebiam gin tónico e, de pé, Jin Shixin olhava, com ar nostálgico, para o horizonte, enquanto uma ligeira brisa atenuava o calor húmido. Marina disse:

– Saudades de Xangai?
– Sempre.
– Daqueles tempos em que se prometia o céu e em que chegava o inferno?
– Marina, és como aqueles loucos que perseguem sempre a virtude. Ela nunca existiu.

Ezequiel levou a mão ao seu impecável fato branco e fingiu afastar um inexistente insecto que julgou ver na manga. Depois, com ar sério, disse:

– Em Xangai foi possível juntar o Oriente e o Ocidente. Tal como aqui, em Macau.

Jin Shixin voltou a cabeça:

– Não será assim, senhor Ezequiel. O Ocidente subjugou o Oriente. Sequestrou-lhe a alma com o vício e o comércio sem regras. E chama a isso irmandade?

– Os próprios orientais não estão isentos de culpa, menina Jin.
– O que é a culpa, senhor Ezequiel? Pecar muito, rezar e ser, depois, ser absolvido como se nada tivesse acontecido?

Marina Kaplan resolveu intervir. Não gostava quando Ezequiel e Jin começavam a discutir. Sabia que tinham opiniões contrárias. E agora, com os tambores da guerra, ainda aumentava a tensão.

Nem o som do jazz dançante adoçava o ambiente. Ezequiel levou o copo aos lábios e bebeu mais um gole de gin. Os seus olhos estavam vermelhos. Levou a mão à cicatriz. Marina sabia quando a raiva tomava conta dele. Jin acabou por dizer:

– Não há cura para o que o homem faz. Cada acção é absoluta e eternas são as suas consequências.

Dito isto voltou a fixar os olhos no horizonte. Entretanto a actuação da Benny Spade Orchestra parecia ter terminado. A música foi substituída pelo som das vozes, algumas delas já descontroladas pelo álcool. Cândido Vilaça aproximou-se deles. E, pelas suas faces, percebeu que alguma discussão acontecera. Era habitual. Perguntou:

– Que se passou?
Marina, bem-disposta, ripostou:
– O habitual.

Ezequiel voltou a beber um gole de gin e virou-se para Jin:

– Qualquer pessoa com juízo prefere ser tua amiga do que tua inimiga.
– Foi isso que disseram a luz e a escuridão uma à outra quando se encontraram pela primeira vez.

Cândido deu uma gargalhada. Mas Ezequiel nem um sorriso discreto esboçou. Marina, sempre conciliadora, disse:

– Paz, queremos paz!

Cândido sentou-se ao lado de Ezequiel e este sentiu que tinha alguém para desabafar:

– Meu caro, todo este tempo de incertezas faz-me lembrar sempre uma frase do padre António Vieira, esse grande homem que nem sempre é escutado. Dizia ele que “nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos quando fazemos. Nos dias que não fazemos, apenas duramos.”

– É o problema dos portugueses, não é? Perdemos a vontade de fazer.
– Também acho. Perdemos o sonho. Repara, os ingleses hoje fazem subornos com coisas grandes, controlam o mundo. Nós, pelo contrário, só fazemos subornos com pequenas coisas.

Não deixámos nunca de ser comerciantes, de pimenta, de ouro, de almas. Mas perdemos o sonho. E cingimo-nos à nossa aparente pequenez.

Cândido respondeu:

– Cada um por si, não é? Cada um com a sua pequena vida, com o seu pequeno negócio, com a sua pequena vida. Falta-nos o sonho de grandeza do passado.
– É o mundo, meu caro Cândido. Mas, deixa, um dia o dinheiro deixará de ter valor. Tal como a religião deixou de ter. Olha-se à volta e o que vês? O mundo está refém de ilusões, de alucinações. O que são ilusões? Nada, para além de opiniões. Ora, essas opiniões têm de ser alteradas. O passado ajuda-nos sempre a perceber o presente. Apesar de, no Ocidente, haver um período a que se chamou a Idade das Trevas, havia, nesse tempo, homens chamados alquimistas, que eram desprezados pelos outros porque pensavam transformar metais em ouro. Eles pensavam que eram impossível? Nada é impossível. Havia a possibilidade. É isso que falta agora aos portugueses. Serem alquimistas nestes tempos de trevas.

– Ficámos cansados.

Ezequiel fez um sorriso irónico.

– Sim. E esperamos sempre que alguém resolva os nossos problemas. Como ovelhas que não sabem viver sem pastor.

Enfastiada com a conversa, Marina afastara-se e fora ter com Jin. Ambas falavam de outras coisas. Talvez tão sérias como as que motivavam Ezequiel e Cândido. Quando elas se voltaram a aproximar, Marina dizia para Jin:

– Quer dizer que já não vais jantar connosco?
– Tenho um outro compromisso.

Cândido era a desculpa. Ezequiel insinuou:

-Todas as princesas quebram as suas promessas?
– Eu nunca quebrei uma única promessa. Seja para fazer o bem ou o mal.

Estiveram ali até que a noite se pôs. Depois, Jin e Cândido saíram. À porta do hotel Riviera estava um carro, com Potapoff ao volante. Seguiram até ao Porto Interior, onde jantaram frango com arroz numa casa de pasto sombria. Depois seguiram a pé, até chegarem a um edifício sem qualquer luz. Subiram até ao primeiro andar. Dali via-se um pontão. Iam ficar à espera. Jin percebeu o nervosismo dele:

– Há-de chegar um barco. Vês aqueles homens ali? São como sombras vivas, e dançam da mesma forma como as sombras o fazem numa floresta. Mas, na floresta, ninguém os vê. Aqui estamos a espiá-los.

– À espera de quê?
– É o que veremos.

Cândido colocou a mão no braço de Jin. Estava quente e o português sentiu um ligeiro arrepio.

Diz-me Jin, porque me escolheste?

– Se não fosses honesto nunca terias sido escolhido. Se não fizesses sacríficos de vontade própria isso não seria aceitável. Mas ainda há muito para fazer, e os olhos que viveram demasiado tempo na escuridão ficarão cegos com a luz que transmitimos. Aqueles que veem o futuro são sempre fundamentais.

– Um estrangeiro não ofende a tua honra, estando tão perto de ti?
– Como um pássaro no ar, um homem em sarilhos é um estrangeiro. Eu gosto de sarilhos.

Potapoff pediu-lhes silêncio. As sombras moviam-se no porto e, de uma lorcha, saiu um pequeno barco que chegou ao pontão. Vinha cheio de sacas que uma série de carregadores foram transportando para um camião que, entretanto, ali tinha estacionado. Potapoff disse:

– Mais arroz. Não param.

De onde estavam não conseguiam identificar os homens que se afadigavam a transportar as sacas nem os que, parados, davam ordens. Jin não tinha dúvidas:

É o japonês, Toshio Nomura. Sinto-o. Continuam a armazenar arroz.

Não é para vender?
Não. Têm outro objectivo. Estão a criar postos de abastecimento para as suas tropas, quando a guerra for total. Há-de chegar às costas de Macau.

Cândido não ripostou. Jin era a China, o seu coração. Olhou para ela e perguntou:
– Quão velha é a tua organização?
Jin esboçou um sorriso. E depois disse:
– Quão velha é a China? Quantas dinastias pensavam que reinavam? Nada é eterno, querido Cândido. Nem o amor, nem as nossas certezas, nem as ilusões. Nem a nossa vida.
Potapoff interrompeu-os:
– Estão a ir embora. Vamos segui-los?
Jin abanou a cabeça:
– Não vale a pena. É um risco. Já sabemos onde eles armazenam o arroz. Atacaremos quando eles não o esperarem.

12 Jul 2019

MAM | Mostra reflecte intercâmbio entre portugueses, chineses e macaenses

[dropcap]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau (MAM) acolhe, a partir de sábado, uma exposição que reflecte três décadas de intercâmbio entre dezenas de artistas chineses, macaenses e portugueses, anunciou ontem a organização. A exposição “Poesia Lírica – Trabalhos de Artistas de Macau e Portugal” reúne 90 obras de mais de 60 artistas “chineses, macaenses e portugueses que se estabeleceram ou exibiram em Macau” desde a década de 1980, indiciou o MAM, em comunicado.

Entre pinturas a óleo, esculturas e instalações, contam-se obras de Júlio Pomar, Vieira da Silva, Bartolomeu dos Santos, Luís Demée, Carlos Marreiros, Mio Pang Fei, Kwok Woon, Manuel Cargaleiro, José de Guimarães, entre outros.

Subordinada a seis temas, a mostra pretende envolver o público numa “viagem poética de intercâmbio”, tendo como pano de fundo o “ambiente de interpenetração mútua entre as culturas chinesa e portuguesa”. A exposição, patente até 4 de Novembro, insere-se em dois eventos de maior dimensão: o “Arte Macau” – que se estende até Outubro – e 2.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

12 Jul 2019

LMA com cartaz diversificado a partir do próximo dia 20

A sala de espectáculos da Live Music Association prepara-se para receber três concertos com diferentes estilos musicais. O primeiro espectáculo está marcado para dia 20, com a banda “Mutant Monster”, do Japão. Segue-se o grupo de jazz “High and Low Speeding DAB”, de Taiwan, que actua a 26 de Julho e no dia 28 é a vez dos norte-americanos “Colin Phils”

 

[dropcap]A[/dropcap] partir do próximo dia 20 deste mês que sala de espectáculos da Live Music Association (LMA) recebe três concertos de géneros musicais diversificados. O primeiro concerto está marcado para sábado, dia 20, e é protagonizado pelo trio de rockeiras Mutant Monster, uma banda de punk no feminino formada no Japão em 2008, e que agora se encontra em digressão pela Ásia.

Be e Meana decidiram formar a banda quando ainda estavam na escola secundária, e em 2012, Chad juntou-se ao grupo. Desde o início que as Mutant Monster foram buscar inspiração aos sons do punk rock dos The Clash, Sex Pistols e Ramones.

Em 2016 a banda actuou na Japan Expo Sud na cidade francesa de Marselha, um evento marcante para o trio por ter sido o primeiro concerto fora do Japão. No ano passado as Mutant Monster tocaram pela primeira vez no Reino Unido, nas cidades de Birmingham, Cardiff, Bristol, Londres e Brighton.

No ano seguinte, fizeram uma digressão em Taiwan, que integrou os festivais “Spring Scream” e “No Fear Festival”. Depois da passagem pela Formosa, a banda japonesa rumou ao Canadá para tomar os palcos de ataque. No ano passado, a tourné das Mutant Monster foi mais abrangente, com espectáculos marcados para os Estados Unidos, Europa e China, movidas pelo registo mais recente da banda. O disco foi lançado em Setembro de 2018, e intitula-se “TO TSU ZE N HE N I”, com a chancela da Angry Cat records.

No fim-de-semana seguinte, no dia 26, é a vez de actuarem os High and Low Speeding DAB, oriundos de Taiwan, e que prometem animar o público do LMA com sonoridades mais ligadas ao jazz.

O grupo é formado por Hao-Wen Cheng, saxofonista, que nasceu na Ilha Formosa e que se licenciou na Universidade Nacional de Taiwan. A sua formação musical completou-se com a ajuda de mestres como Antonio Hart, Tim Armacost, David Berkman, Michael Mossman e Jeb Patton. Na China, tocou em vários espaços até avançar para a produção do álbum, “Monday Morning”, que está previsto para final deste ano.

Na guitarra está Shih-Chun Lee, também de Taiwan e que começou nas lides musicais aos 18 anos. Já tocou em países como EUA, China, Reino Unido e Macau, onde participou em digressões com grupos japoneses e chineses. Actualmente, Shih-Chun Lee reside em Taipei, onde é professor de guitarra de Jazz na universidade. Também é proprietário do Sappho Live Jazz Club, um dos mais conhecidos da capital de Taiwan. O trio fecha-se com Steven Ma na bateria, um músico que se formou na Drummer Collective School, na cidade de Nova Iorque, e com o teclista Mike Tseng.

Americanos com Aki

O ciclo de concertos do LMA encerra a 28 de Julho, domingo, com os Colin Phils, uma banda americana de post-rock formada na Coreia do Sul em 2013. Os Colin Phils juntam-se ao músico Aki, oriundo do Japão e residente em Macau, conhecido pelas suas sonoridades electrónicas e experimentalistas.

O primeiro álbum, “Right at Home”, foi lançado em 2014. Em 2016, a banda lançou “E,R,Som,Sa…” em Hong Kong, iniciando depois uma digressão pelas maiores cidades da China, à qual deram o nome de “Big China Tour”. Em Janeiro do ano passado, a banda voltou a fazer uma digressão pelo país, onde se incluiu a presença no festival MIDI, em Shenzhen. Este ano foi lançada em álbum uma versão acústica da canção “Don Cabs”.

Os Colin Phils misturam as paisagens sonoras típicas do math rock e post-rock, oferecendo “uma complexa música instrumental”, com “linhas de sintetizador, baixo distorcido e uma intricada percussão”.

Os bilhetes são vendidos directamente no LMA e custam entre 100 a 120 patacas, dependendo se são comprados previamente ou à porta da sala de espectáculos.

12 Jul 2019

São Tomé e Príncipe enfrenta um longo caminho no comércio com a China, diz Rodrigo Brum

[dropcap]O[/dropcap] secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Rodrigo Brum, considerou ontem que São Tomé e Príncipe “tem muito caminho a fazer” para atingir um nível satisfatório no contexto do comércio e do investimento com a China.

“São Tomé e Príncipe é um parceiro recente que tem certamente muito caminho para fazer. As condições não são fáceis, o caminho não é fácil, certamente, mas faz-se caminhando”, disse Rodrigo Brum, em declarações à Lusa.

São Tomé e Príncipe foi o último membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), à excepção da Guiné Equatorial, a entrar para o Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa (Fórum de Macau), em Março de 2017.

Brum tem estado na capital são-tomense para participar na 14.ª edição do Encontro dos Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, cujo programa terminou ontem com uma visita ao norte do país.

Trabalho a ser feito

Rodrigo Brum considerou que os países da CPLP “pretendem acompanhar” a “evolução muito intensa” do crescimento económico chinês. O economista considerou, contudo, que os países de língua portuguesa têm que “fazer muito trabalho de casa”.

“Não basta cedermos ao mais fácil que é vender as matérias-primas, vender as madeiras, vender produtos agrícolas ou outros minerais que são não trabalhados, que não têm qualquer mais-valia”, referiu Rodrigo Brum.

“É preciso criarmos as condições para convencer ao investimento chinês que nos ajude a transformar, no local de origem, nos países de língua portuguesa, alguns desses produtos que depois serão exportados, naturalmente, em grande quantidade para a China, mas com mais-valias acrescidas deixadas nos países de origem”, acrescentou.

Em relação particularmente a São Tomé e Príncipe, o responsável garantiu que a China vai investir no país, particularmente no sector das pescas.

“A China vai investir garantidamente no sector das pescas. Há já contactos nesse sentido e digo com alguma segurança que vai investir”, adiantou.

No entanto, advertiu: “Tem que haver um plano da parte de São Tomé e Príncipe para que algum desse pescado, desse produto no investimento das pescas que venha a ser feito, seja aqui transformado”.

12 Jul 2019

Jogo | Wynn Macau anuncia expansão de resort no Cotai

[dropcap]A[/dropcap] Wynn Macau anunciou um investimento de dois mil milhões de dólares americanos na primeira fase de expansão de um ‘resort’ de luxo, segundo uma informação divulgada ontem pela Bolsa de Hong Kong. As obras de expansão do Cristal Pavilion (Pavilhão de Cristal) devem começar no final de 2021.

Trata-se de um projecto – uma mega-estrutura de vidro – no Cotai onde está instalado o resort Wynn Palace, prolongando-se a primeira fase dos trabalhos durante 36 meses. Uma das construções previstas para a primeira fase das obras é uma torre com 650 quartos, bem como uma sala de espectáculos.

A segunda fase de trabalhos integra uma nova torre, com igual número de quartos, sem que tenha sido avançada, neste caso, informação sobre datas, prazos e valores. A empresa estima vir a ter entre sete a dez milhões de visitantes anuais. O Wynn Palace abriu em Agosto de 2016, um investimento que superou os quatro mil milhões de dólares.

12 Jul 2019