Paulo Gonçalves foi segundo na penúltima etapa do rali Rota da Seda

[dropcap]O[/dropcap] motard português Paulo Gonçalves (Hero) terminou ontem na segunda posição a penúltima etapa do rali Rota da Seda, segunda prova pontuável para o Mundial de todo-o-terreno, entre Alashan e Jiayuguan, na China.

O piloto de Esposende concluiu os 290 quilómetros cronometrados a apenas 43 segundos do norte-americano Andrew Short (Husqvarna), que foi o mais rápido do dia.

“Gostei muito da etapa, com muita areia e dunas. Senti-me muito bem com a mota. Depois dos problemas mecânicos da sexta etapa, fiquei sem qualquer objectivo na classificação geral, mas queria fazer estes cerca de 1.000 quilómetros na China, pois íamos ter dois dias de deserto bastante intenso e interessante”, explicou o piloto português, em declarações à agência Lusa.

Ainda assim, Paulo Gonçalves subiu três posição na geral, estando agora em 16.º, mas a 50:32.29 horas do líder, o britânico Sam Sunderland (KTM). Na terça-feira disputa-se a 10.ª e última etapa, que liga Jiayuguan a Dunhuang, na China, com um total de 556 quilómetros, 255 deles cronometrados.

16 Jul 2019

Saúde | Detectado nono caso importado de febre de dengue

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde registaram ontem um novo caso de febre de dengue, elevando para nove o número de casos ‘importados’ desde o início do ano, e voltaram a apelar à prevenção.

Em comunicado, as autoridades informaram que o paciente, um residente de 44 anos, esteve na Tailândia entre 3 e 7 de Julho, tendo apresentado os primeiros sintomas três dias após o regresso a Macau, a 10 de Julho.

A febre já desapareceu e o paciente encontra-se internado, mas estável, segundo a mesma nota. Desde o início do ano, os Serviços de Saúde diagnosticaram nove casos de febre de dengue importado: quatro do Camboja, dois da Malásia, um das Filipinas, um de Singapura e um da Tailândia.

Nas Filipinas, as autoridades declararam ontem estado de alerta nacional devido a um grave surto de dengue que já provocou, desde o início do ano, pelo menos 456 mortos, a maioria crianças com menos de cinco anos. A propagação do dengue naquele país asiático aumentou 85 por cento comparativamente a igual período do ano passado, com mais de 106 mil casos confirmados.

16 Jul 2019

Hong Kong | Deputados apelam ao diálogo após protestos de domingo

[dropcap]D[/dropcap]eputados de Hong Kong dos dois lados do espectro político, pró-democracia e pró-China, apelaram ontem ao diálogo como resposta aos recentes confrontos violentos entre polícia e manifestantes.

A manifestação de domingo no distrito de Sha Tin, em Hong Kong, foi pacífica durante a maior parte do dia, mas o clima de tensão aumentou quando as autoridades começaram a dispersar as multidões nas ruas, depois do anoitecer. Alguns manifestantes abrigaram-se num complexo de lojas, onde estes e a polícia se agrediram com chapéus-de-chuva e bastões.

Tanto os deputados pró-democracia como os que apoiam o Governo central liderado pelo partido comunista da China realizaram ontem conferências de imprensa para abordarem os confrontos. “Ambos os lados têm de se chegar à frente e estabelecer canais de comunicação”, disse o deputado pró-Pequim, Starry Lee. “Eu penso (que Carrie Lam) e também o gabinete responsável devem responder a este problema. Caso contrário, Hong Kong será o perdedor e nenhum cidadão de Hong Kong quer ver isto repetir-se outra e outra vez”, acrescentou.

A deputada pró-democracia, Claudia Mo, descreveu o conflito recente como “a maior crise política e governativa que Hong Kong alguma vez enfrentou”. “Hong Kong teve dificuldades em lidar (com a situação). Nós apelamos, mais uma vez, para que Carrie Lam dê a cara e enfrente o povo”, disse Mo.

16 Jul 2019

Obituário | Marinho Bastos faleceu aos 72 anos

[dropcap]N[/dropcap]o passado domingo, Joaquim Leonel Ferreira Marinho de Bastos morreu de doença prolongada em Lisboa, cidade onde residia. Nascido em Lisboa em 28 de Fevereiro de 1947, passou a infância e juventude em Angola, Lobito. Cursou Economia em Lisboa no então Instituto Superior de Economia e Gestão.

Em 1971 casou com Isabel Alves, natural de Macau, e nesse mesmo ano mudou-se para a Cidade do Nome de Deus. Na administração pública do território ocupou cargos de relevo como Director dos Serviços de Finanças, director dos Serviços de Economia e Director dos Serviços de Turismo. Foi um dos fundadores do IPIM.

A partir de 1987 ingressou nos quadros da então CEE, tendo trabalhado no Conselho Europeu até à sua reforma em 2012. Deixa três filhas e sete netos. Foi também durante vários anos colaborador do Hoje Macau, onde publicou muitas das suas interessantes memórias da vida de Macau e da Europa.

16 Jul 2019

Ensino | Actualizados apoios no âmbito da escolaridade obrigatória e propinas 

[dropcap]F[/dropcap]oram ontem publicados em Boletim Oficial (BO) dois despachos que actualizam os montantes a atribuir pelo Governo às escolas para a manutenção da escolaridade obrigatória, e também para as propinas.

Ao nível dos apoios concedidos para propinas aos alunos, a partir do dia 1 de Setembro deste ano, no ensino infantil é atribuído um montante anual de 20.300 patacas ao invés das actuais 19.140 patacas. No ensino primário o Governo passa a conceder 22.490 patacas em vez das actuais 21.320, enquanto que no ensino secundário os alunos recebem 24.810 patacas, em vez das 23.800 patacas que são concedidas actualmente.

A actualização destes montantes diz respeito a uma medida anunciada pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, nas últimas Linhas de Acção Governativa para este ano.

No que diz respeito aos subsídios para a escolaridade gratuita, o despacho determina que “para as turmas dos ensinos infantil e primário, cujo número de alunos seja igual ou superior a 25 e não exceda os 35, os montantes são fixados, respectivamente, em 1,013 e 1,111 milhões de patacas”.

Já no que diz respeito ao ensino secundário geral o montante é fixado em 1,343 milhões de patacas também para turmas que tenham entre 25 e 35 alunos. O despacho dá ainda conta do montante de 1,523 milhões de patacas para turmas do ensino secundário complementar para turmas com igual número de alunos.

16 Jul 2019

Legislação | Ng Kuok Cheong quer Lei Sindical este ano

[dropcap]O[/dropcap] deputado Ng Kuok Cheong quer que Chui Sai On faça uma consulta pública e apresente uma proposta de Lei Sindical até ao final do seu mandato, que termina a 19 de Dezembro deste ano.

É este o conteúdo da última interpelação escrita do membro pró-democrata, que foi divulgada ontem. Ng defende que de forma a evitar atrasos face às regiões vizinhas, como Taiwan e o Interior da China, que urge a aprovação de uma Lei Sindical, ainda durante este ano. Outro dos aspectos abordados é o estudo encomendado a uma associação liderada por Kevin Ho, a troco de 800 mil patacas.

Ng Kuok Cheong recorda que o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS), através do coordenador Wong Chin Hong, havia prometido um resultado até ao final do segundo trimestre, depois de problemas técnicos com um questionário. Contudo, até agora ainda não foram divulgados quaisquer resultados, o que mereceu críticas do deputado. Sobre este aspecto, Ng Kuok Cheong sublinha que o estudo está a ser pago pelo erário público.

16 Jul 2019

Metro Ligeiro | Chui Sai On experimenta as carruagens

[dropcap]C[/dropcap]hui Sai On esteve ontem de visita ao Parque de Materiais e Oficina do Metro Ligeiro, projecto que arrancou antes do início do seu mandato como Chefe do Executivo e que ainda não está em funcionamento.

Inicialmente, em 2007, previa-se que o projecto estivesse concluído em 2011, mas depois de quase 12 anos as operações só deverão arrancar por volta de Dezembro. O líder do Governo experimentou a viagem entre o Parque de Materiais e Oficina e a estação do Oceano.

Durante a visita, segundo o comunicado oficial, Chui Sai On “mostrou interesse” no horário do metro, nas ligações a Seac Pai Van e na estação do Hospital das Ilhas, onde vai funcionar o Instituto de Enfermagem do Kiang Wu, com ligações à família do líder do Governo. Ainda segundo o comunicado, Chui Sai On esteve acompanhado por vários titulares de altos cargos.

16 Jul 2019

Pansy Ho diz que Ho Iat Seng é a pessoa certa para Chefe do Executivo

Uma nova era de desenvolvimento traz a Macau desafios para os quais Ho Iat Seng, enquanto Chefe do Executivo, é a solução. A ideia foi defendida pela empresária Pansy Ho, que considera também que ao sector do jogo podem ser exigidas mais responsabilidades no momento de atribuição das licenças de exploração

 

[dropcap]A[/dropcap] empresária Pansy Ho, filha do magnata do jogo Santley Ho, disse à Lusa que o ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL) de Macau Ho Iat Seng é a pessoa indicada para ocupar o cargo de chefe do Governo. “É a pessoa certa”, afirmou em entrevista a multimilionária que lidera um grupo com investimentos em Macau, Hong Kong e China na área do imobiliário, transportes, hotelaria e construção civil, quando se está a pouco mais de um mês das eleições para Chefe do Executivo, agendadas para 25 de Agosto.

Uma das accionistas de referência da Sociedade de Jogos de Macau e da MGM China, disse estar convencida de que Ho Iat Seng é capaz de liderar a nova geração para uma nova era de gestão de recursos.

Na AL, “viu e estudou os problemas que Macau enfrenta, (…) sabe de experiência directa quais são os problemas”, começou por explicar a empresária.

Pansy Ho sublinhou que Ho Iat Seng chegará ao cargo numa nova era, com melhores acessibilidades a servirem Macau, perante o desafio e oportunidade que representa a criação da metrópole mundial da Grande Baía, e também com grandes reservas financeiras à disposição.

Sobre este último ponto, uma das herdeiras do império do jogo de Stanley Ho é clara: o desafio hoje não é mais “fazer mais dinheiro, mas como fazer melhor uso dele e dos recursos”.

Uma nova era

Mas o “assunto crítico” é “o futuro da próxima geração de Macaenses”, até porque “estamos agora numa encruzilhada”, sustentou. “Continuamos a dizer que queremos reposicionar Macau, diversificar Macau, combater a dependência da economia da indústria do jogo”, bem como “agarrar a oportunidade da Grande Baía”, recordou, para concluir que tal não será conquistado por “uma mão-cheia de investidores”.

“Será a nova geração de Macau a fazer a diferença”, defendeu. “Precisamos de um Chefe do Executivo que consiga mobilizar, encorajar e convencer a nova geração. E penso que [Ho Iat Seng] é a pessoa certa”, declarou.

A empresária disse ainda que Macau, após ter construído um ‘milagre’ turístico, tem agora de afirmar-se como ‘resort’ integrado e ‘crescer’ para o projecto chinês da Grande Baía.

“Há uma limitação de espaço e Macau precisa de crescer para a Grande Baía”, acrescentou, referindo-se ao projecto de Pequim de criação de uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove cidades da província chinesa de Guangdong.

A Grande Baía é uma região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto que ronda os 1,3 biliões de dólares, maior que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

Macau não tem o mesmo estatuto comercial e financeiro de Hong Kong, mas tem mais-valias ao nível geográfico e de posicionamento em áreas como o turismo integrado, indústrias criativas, medicina tradicional chinesa e plataforma cultural, destacou Pansy Ho que, desde 2018, é embaixadora da Organização Mundial do Turismo, agência especializada da ONU.

“Macau tem a capacidade de se tornar num ‘resort’ integrado”, de se apresentar como tal, mas tem de “ser capaz de se expandir e crescer para a Grande Baía”, defendeu a multimilionária.

Este já não é o tempo “dos ‘manda-chuvas’ a realizarem investimentos bilionários”, mas “das centenas de milhares de pessoas que estiveram expostos ao desenvolvimento” e que podem singrar profissionalmente para além dos casinos, “no retalho, no turismo de negócios de eventos e até nas artes”, afirmou.

“Não é menos do que um milagre que um local sem grandes atracções turísticas naturais se tenha conseguido transformar desta forma num período de apenas 20 anos”, frisou a empresária, defendendo que Macau não precisa do dinheiro extra das taxas turísticas, num momento em que o Governo estuda o assunto.

“Sabemos que o trabalho que temos pela frente é fazer de Macau um destino mais atractivo na área de Turismo de Negócios e Eventos”, superar “a forte fundação que construímos [indústria do jogo]]” e “sermos capazes de, pelo menos, atrairmos mais viajantes asiáticos”, defendeu.

Pansy Ho sublinhou que “não se deve pensar em menos turistas, mas em os distribuir por diferentes atracções”, garantindo que “fiquem mais dias em Macau”. Ou seja, “devemos e temos de começar a falar (…) como integrar chegadas e distribuir turismo em Macau”, disse a empresária que pertence à direcção da sociedade que gere o aeroporto internacional de Macau, e que detém participações em companhias de transporte (ferries, helicópteros e autocarros) entre Hong Kong e Macau.

Mais exigências ao jogo

Entretanto, o Governo de Macau deve exigir mais da indústria do jogo, apontou a Pansy Ho, acrescentando que a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) está a preparar-se para a atribuição das licenças em 2022.

Menor preocupação com o número de concessões a atribuir, manter os actuais promotores na exploração do jogo em Macau, não ceder à tentação de mudar simplesmente as ‘caras’ e a convicção de que os investidores norte-americanos não serão excluídos devido à guerra comercial EUA/China são algumas das ideias expressas pela filha mais velha do magnata do jogo Stanley Ho sobre as novas licenças a atribuir pelo Governo em 2022.

As recentes movimentações que protagonizou no início do ano, relacionadas com duas sociedades fundadas pelo pai, nada têm a ver com questões relacionadas com os investidores norte-americanos, garantiu aquela que é copresidente e accionista de referência da MGM China, que resultou de uma parceria entre a empresária e a norte-americana MGM Resorts para explorar casinos em Macau.

“No passado, a estrutura montada não era propícia a uma gestão eficiente e é por isso que temos de estar preparados”, afirmou, ela que, em Janeiro, anunciou uma aliança com a Fundação Henry Fok para garantir o controlo da SJM Holdings Ltd e da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM).

Segundo os analistas, em causa está a luta pelo poder por aquele que é o maior império do jogo em Macau, criado por Stanley Ho que, até ao final de 2001, beneficiou do facto de deter o monopólio da concessão dos casinos no território.

Em 2018, a irmã e parceira de negócios de Pansy Ho passou a ocupar a presidência da SJM Holdings, na qual também pontua a quarta mulher de Stanley Ho, Angela Leong, directora executiva, e importante accionista individual, mas que poderá ver reduzida no futuro a sua influência na gestão da empresa.

“Vamos entrar num processo de voltar a licitar nos próximos dois a três anos e é por isso que é mais crítico agora que a empresa tenha uma direcção certa e uma estratégia bem definida para o futuro”, sublinhou.

A origem do capital e a nacionalidade dos investidores não é para Pansy Ho um potencial problema a considerar: “Se [os candidatos] responderem aos critérios e às exigências, acredito que não haverá uma deliberada exclusão”, sustentou.

A empresária defende que o Governo não deve ficar preso a um eventual número de licenças a atribuir, mas ser capaz de definir o caminho e exigir a prestação de contas aos concessionários.
Depois, explicou, “todos os que se chegarem à frente têm de demonstrar que são capazes de trazer “algo extra a Macau”.

Pansy Ho disse acreditar que, do ponto de vista do mercado, os concessionários têm menos de cinco anos para responder a uma segunda fase de diversificação e defendeu que os actuais devem manter-se, pela experiência que acumularam, pelo que investiram e para acautelar qualquer mudança abrupta na indústria do jogo em Macau.

Em Maio, o Governo avisou que as futuras concessionárias do jogo vão ser obrigadas a promover outras indústrias e a assumir mais responsabilidades sociais, algo que ficará plasmado nas exigências do concurso público em 2022.

16 Jul 2019

Crescimento da economia chinesa no segundo trimestre é o mais baixo em quase 30 anos

[dropcap]A[/dropcap] economia chinesa cresceu, no segundo trimestre deste ano, ao ritmo mais lento das últimas três décadas, segundo dados hoje divulgados, ilustrando o fim do ciclo que transformou um país pobre e isolado na segunda maior economia mundial.

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 6,2% no segundo trimestre, menos 0,5 pontos percentuais, face ao mesmo período de 2018, e menos duas décimas do que no trimestre anterior, segundo os dados oficiais hoje divulgados.

Trata-se da taxa de crescimento mais baixa desde que o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês começou a publicar os dados, em 1992, no início de três décadas de crescimento económico que transformaram a China.

A contracção, em Junho, das exportações, um dos principais motores da economia chinesa, foi a principal causa do abrandamento. O consumo doméstico e o sector imobiliário permaneceram resilientes, mas a economia acabou por sofrer o impacto de uma guerra comercial com Washington, que começou no verão passado e se tem vindo a agravar.

As vendas a retalho aumentaram 8,4%, no conjunto da primeira metade do ano, com o ritmo de crescimento a abrandar uma décima no segundo trimestre, face aos três meses anteriores.

Nos primeiros seis meses do ano, o investimento em fábricas, imóveis e outros activos fixos aumentou 5,8% – uma subida de 0,2%, face ao período entre Janeiro e Maio -, reflectindo os esforços de Pequim para estimular a economia, incluindo reduzir as restrições no acesso ao crédito e aumento do investimento público.

“Nós prevemos que a economia continue a fraquejar”, considerou Julian Evans-Pritchard, economista para a China na consultora Capital Economics. “Olhando para o futuro, duvidamos que os dados, melhores do que o esperado para Junho, marquem o início de uma recuperação”, acrescentou.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o início de uma guerra comercial entre Washington e Pequim, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

O porta-voz do GNE, Mao Shengyong, disse que a redução na carga fiscal, no início do ano, ajudou a estimular a economia a evitar a pressão externa. “O crescimento económico da China depende cada vez mais da procura doméstica, sobretudo do consumo”, afirmou.

A economia chinesa teve um período de abrandamento, após as sanções económicas impostas por países ocidentais, na sequência da sangrenta repressão do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, esmagado na noite de 3 para 4 de Junho de 1989, mas recuperou a partir de 1992.

A economia voltou a desacelerar durante a crise financeira asiática, no final da década de 1990, e após a crise financeira global de 2008.

15 Jul 2019

Mais de 20 feridos e 37 detidos após confrontos entre polícia e manifestantes em Hong Kong

[dropcap]M[/dropcap]ais de 20 pessoas ficaram feridas, seis com gravidade, e 37 foram detidas após os confrontos de domingo entre manifestantes e a polícia de Hong Kong, noticiou hoje a imprensa local.

Os confrontos ocorreram ao final do dia, quando a polícia começou a dispersar os manifestantes após um protesto pacífico que reuniu milhares de pessoas em Sha Tin, no norte de Hong Kong, contra a controversa proposta de lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China.

De acordo com o jornal South China Morning Post, que cita fonte hospitalar, pelo menos 22 pessoas – entre activistas e polícias – foram hospitalizadas na sequência dos confrontos. Duas encontram-se em estado crítico e quatro em estado grave.

Em declarações à imprensa esta manhã, o comissário da polícia Stephen Lo condenou de forma veemente as acções dos manifestantes, que classificou de “bandidos” e considerou serem responsáveis pelas “cenas caóticas” de domingo em Sha Tin.

“A multidão perdeu o controlo e o seu comportamento foi horrível”, disse Lo. Por seu lado, alguns deputados acusaram a polícia de recorrer a “tácticas violentas” no centro comercial New Town Plaza – principal palco dos confrontos – tendo bloqueado manifestantes que apenas queriam deixar o local.

Ainda de acordo com o diário de Hong Kong, pelo menos 37 pessoas foram detidas na sequência dos confrontos que tiveram lugar após o protesto pacífico registado durante todo o dia.

Há mais de um mês que Hong Kong é palco de protestos maciços. O mais concorrido, segundo a organização, aconteceu a 16 de Junho, quando cerca de dois milhões de pessoas (mais de um terço da população) saíram à rua para protestar contra a lei. Dois dos protestos, a 12 de Junho e a 1 de Julho, foram marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, que chegou a usar balsas de borracha, gás pimenta e gás lacrimogéneo.

A 1 de Julho, os manifestantes invadiram mesmo o parlamento de Hong Kong. A Chefe do Executivo, Carrie Lam, depois de pedir desculpa em duas ocasiões distintas, em Junho, chegou mesmo a afirmar já este mês que a lei estava “morta”.

No entanto, uma nova grande manifestação contra esta lei e a violência policial está agendada para 21 de Julho, disse à Lusa na sexta-feira a porta-voz do movimento que tem liderado os maciços protestos no território, Bonnie Leung.

“Como as nossas cinco reivindicações não foram ainda atendidas, acreditamos que é muito importante que continuemos os protestos (…) e temos uma obrigação de juntar as pessoas outra vez”, sublinhou a vice-coordenadora da Frente Civil de Direitos Humanos.

15 Jul 2019

Filipinas declaram alerta nacional devido a surto de dengue que já fez 456 mortos

[dropcap]A[/dropcap]s Filipinas declararam hoje estado de alerta nacional devido a um grave surto de dengue, com mais de 106.000 casos registados no primeiro semestre do ano e 456 mortos, a maioria crianças com menos de cinco anos.

A propagação do dengue naquele país asiático aumentou 85% comparativamente a igual período do ano passado, informou em conferência de imprensa o ministro da Saúde filipino, Francisco Duque.

O responsável esclareceu que não se trata ainda de uma epidemia a nível nacional, mas que já se verifica uma epidemia em pelo menos quatro regiões do centro do país.

Neste sentido, Duque anunciou que o Ministério da Saúde activou o “código azul” – alerta nacional – para monitorizar a situação em conjunto com o Gabinete Nacional de Redução do Risco de Desastres.

As Filipinas sofreram uma queda acentuada na taxa de vacinação, uma descida causada, em parte, pelo escândalo da Dengvaxia, uma vacina contra a dengue que foi administrada nas escolas entre 2016 e 2017 e está ligada à morte de várias crianças no país.

Em vários países do Sudeste asiático, como a Malásia, Vietname, Camboja e Singapura, o número de casos de dengue duplicou comparativamente com o período homólogo do ano passado.

Com o grave surto registado nas regiões vizinhas, as autoridades de Macau já elevaram também o risco de uma epidemia no território e apelaram à prevenção. Segundo o último balanço dos Serviços de Saúde, divulgado a 10 de Julho, a região administrativa especial já registou oito casos importados desde o início do ano.

No final do ano passado, Macau contava com 188.480 trabalhadores não-residentes, o maior número desde que há registos, sendo uma esmagadora maioria proveniente das Filipinas e do Vietname.

15 Jul 2019

Presidente de Taiwan reitera apoio ao Haiti, um dos 17 aliados diplomáticos da Ilha

[dropcap]A[/dropcap] Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, reiterou no sábado o seu apoio ao Haiti, no início de uma visita a quatro países caribenhos que mantêm relações diplomáticas com a ilha Formosa. Tsai Ing-wen foi recebida pelo presidente do Haiti, Jovenel Moise, a quem prometeu apoio taiwanês na forma de investimentos, embora não tenha especificado nenhum plano.

“Estou aqui para expressar a nossa solidariedade e manter a amizade entre o Haiti e Taiwan. Estamos felizes com esta relação entre os dois países”, disse Ing-wen, no Museu Nacional do Panteão no Haiti.

A Presidente da Ilha Formosa disse que “Taiwan quer apoiar o desenvolvimento do Haiti” e contribuir para o desenvolvimento deste país, o mais pobre da América. “Taiwan quer fazer mais investimentos para apoiar o Haiti e queremos um Haiti próspero”, acrescentou a chefe de Estado.

A visita de Tsai Ing-wen aos países caribenhos acontece um ano depois de a República Dominicana e El Salvador romperem relações com Taipei e reconhecerem a China. No mesmo ano, o Panamá também passou a reconhecer a China.

Apenas 17 países reconhecem Taiwan actualmente. O périplo de Tsai, de 12 dias, incluiu ainda paragens em São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, nações que mantém relações diplomáticas com a Ilha Formosa.

Tsai Ing-wen chegou ao Haiti vinda dos Estados Unidos onde advertiu que o povo taiwanês “nunca se sentirá intimidado” apesar dos protestos de Pequim, que recusam reconhecer Taiwan como território soberano.

A visita ocorreu apesar dos protestos de Pequim, que pediu aos EUA que não permitam que Tsai Ing-wen transite pelo país e que tratem com “cautela” as questões relacionadas com Taiwan.

Mas, na mesma semana, o Departamento de Estado norte-americano aprovou uma venda de armamento a Taiwan no valor de 2,2 mil milhões de dólares, numa outra decisão que Pequim considera provocativa.

Embora Tsai Ing-wen tenha visitado os EUA antes, esta foi a sua primeira viagem como líder de Taiwan a Nova Iorque, onde Taiwan mantém uma representação consular e comercial não oficial, próximo da sede das Nações Unidas.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana.

Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, em 2016, e afirma que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China.

Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2017, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.

Washington, que rompeu relações diplomáticas com Taipei em 1979 e passou a reconhecer o Governo de Pequim como o único representante da China, continua a ser o maior aliado de Taipé e o seu principal fornecedor de armas.

15 Jul 2019

Portugal | Criadores de galgos dizem que polémica em torno das corridas “não passa de populismo barato”

Reportagem de José Pedro Gomes, da Agência Lusa

 

[dropcap]E[/dropcap]m Portugal, os criadores de galgos consideram que a intenção de alguns partidos políticos em proibir a realização de corridas com estes animais “não passa de populismo barato”, rejeitando as acusações de maus tratos aos cães.

“É uma questão política, porque partidos como o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) ou o Bloco de Esquerda criaram um movimento contra esta actividade, mas sem conhecimento de causa. Não passa de um populismo barato”, afirmou à Lusa Vítor Costa, vice-presidente da Associação Galgueira e Lebreira do Norte.

O dirigente garantiu que todos os criadores registados na associação, e que participam nas provas, “têm o máximo de cuidado com o bem-estar dos animais”, lembrando que esta é uma actividade que está “devidamente regulamentada”.

“A associação é inflexível nas regras de tratamento destes cães. Todos têm documentos a comprovar o seu bom estado de saúde. Só pode participar quem tiver as devidas licenças. As regras são rígidas e as autoridades são envolvidas neste processo. Todas as provas são devidamente licenciadas”, garantiu Vítor Costa.

Quanto à alegada existência de apostas ilegais em torno das corridas, o líder associativo também respondeu negativamente. “Da parte dos criadores não acontece. Isto é uma actividade lúdica, que se desenvolve por carolice, com pessoas que não têm fundo de maneio para se envolverem nessas coisas”, vincou Vítor Costa, que supervisionou a corrida que hoje aconteceu na freguesia de Estela, na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto.

A vontade dos criadores de galgos desmistificarem a polémica em torno da realização deste tipo de eventos foi presenciada no local pela agência Lusa, com vários a lembrarem que “corridas como esta, devidamente tuteladas e supervisionadas, podem ser presenciadas por toda gente”.

“Qualquer um pode vir cá ver a forma como tratamos estes animais. E se, ainda assim, o PAN e o Bloco de Esquerda continuarem e mentir e dizerem que estes animais têm uma vida de sofrimentos, convido-os, desde já, a virem a minha casa e ver a forma como cuido dos meus galgos”, desafiou Susana Martins, criadora desta raça.

Apaixonada por estes animais há vários anos, Susana garantiu que os seus cães “são diariamente acarinhados, bem alimentados e com condições de acomodação muito especiais”, vincando que “nunca são abandonados”.

“Mesmo quando já não têm condições para correr, ficam connosco até ao fim da sua vida, e sempre muito mimados com tudo do melhor. São animais que, por instinto, gostam de correr, é genético, não são forçados a fazer. Sinto, até, que se não o fizessem seriam infelizes”, apontou a criadora.

Para Susana Martins, toda polémica que se instalou recentemente “é um questão política de pequenos partidos que se querem impor e dar nas vistas, mas sem fazer o trabalho de casa”, considerando que se está a chegar a “extremismos”.

“Qualquer dia vão querer proibir que a minha filha possa brincar com o cão e atirar-lhe uma bola para ele apanhar?”, ironizou. A acusação de maus tratos a estes animais é o que mais tem revoltado os criadores de galgos, e António Ressurreição, que há quase 50 anos está no meio, garante que são os próprios criadores a “supervisionarem-se mutuamente”.

“Há como se fosse um código de honra que não nos permite compactuar ou estar indiferente aos maus tratos animais. Em tantos anos que levo disso nunca vi um ‘galgueiro’ fazer mal a um cão. Fala-se muito deste tema, mas sem conhecimento”, afirmou António Ressurreição.

Embora não estando, actualmente, ligado à actividade de criador, que passou para outra geração da família, António, de 70 anos, ganhou o gosto pelos galgos através do seu pai, lembrando que, em Portugal, esta é uma actividade feita “meramente por prazer e pela paixão por estes animais”, deixando um desafio aos mais cépticos.

“Tenho a certeza que os criadores são os maiores interessados em mostrar o gosto que têm por estes animais. E se os que têm dúvidas tiverem a inteligência de vir ao terreno e, até de surpresa, aparecer nas corridas ou em casa dos criadores, as portas estarão certamente abertas”, reiterou António Ressurreição.

Em Macau o Governo encerrou as portas do Canídromo, local onde se faziam apostas em corridas de galgos, depois de várias denúncias de alegados maus tratos cometidos aos animais. A ANIMA concluiu recentemente um longo processo de adopção dos galgos que diariamente corriam na zona do Fai Chi Kei.

15 Jul 2019

Hóquei em Patins | Selecção portuguesa sagra-se campeã do mundo

[dropcap]P[/dropcap]ortugal sagrou-se ontem campeão mundial de hóquei em patins, em Barcelona, 16 anos depois da última conquista, ao vencer a Argentina, por 2-1, no desempate por grandes penalidades, após um nulo no final do encontro.

No desempate por grandes penalidades, Gonçalo Alves e Hélder Nunes marcaram para Portugal, enquanto pela Argentina apenas conseguiu marcar Nicolia.

A formação das ‘quinas’ conquistou o 16.º título mundial, menos um do que a recordista Espanha, reconquistando um título que lhe fugia desde 2003, em Oliveira de Azeméis. Fora de Portugal, a ‘equipa das quinas’ não vencia um título desde 1993, sendo que, em Espanha, apenas se tinha sagrado campeão mundial uma vez, em 1960.

Entretanto o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou vivamente a selecção portuguesa de hóquei em patins pela conquista do campeonato do mundo, e prometeu recebê-la em breve, logo que seja possível.

“Acabado de chegar de Paris, o Presidente da República felicita vivamente a selecção portuguesa que acaba de vencer o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins, o que não acontecia há 16 anos”, afirmou o chefe de Estado, numa declaração enviada à agência Lusa.

Marcelo Rebelo de Sousa felicitou “os jogadores, técnicos e dirigentes” e adiantou que “irá recebê-los em Belém logo que possam, depois da chegada a Lisboa”.

15 Jul 2019

Automobilismo | António Félix da Costa termina temporada da Fórmula E na sexta posição

[dropcap]O[/dropcap] piloto português António Félix da Costa (BMW) terminou o campeonato de Fórmula E para carros eléctricos na sexta posição, depois de ontem ter sido nono classificado na última corrida, disputada em Nova Iorque.

Saindo da 14.ª posição da grelha, Félix da Costa ainda perdeu duas posições na primeira volta, devido a um incidente que envolveu pilotos que seguiam à sua frente, ficando bloqueado.

A partir dessa altura, o português iniciou uma recuperação que terminou com o nono lugar, conquistado na última volta, graças à colisão que deixou fora de prova o alemão Max Gunther (Geox) e o brasileiro Lucas di Grassi (Audi).

O piloto de Cascais terminou, assim, a 11,727 segundos do vencedor, o holandês Robin Frijns (Virgin). O francês Jean-Éric Vergne (DS), sétimo classificado nesta derradeira prova, tornou-se no primeiro piloto a sagrar-se bicampeão nos cinco anos em que se realiza a competição.

Quanto a Félix da Costa, terminou a época na sexta posição, com 99 pontos, o melhor resultado na sua carreira na Fórmula E.

15 Jul 2019

Campeão Shanghai SIPG de Vítor Pereira vence no campeonato chinês

[dropcap]O[/dropcap] Shanghai SIPG, treinado pelo português Vítor Pereira, juntou-se no sábado ao Guangzhou Evergrande no segundo lugar do campeonato chinês de futebol, ao vencer por 3-0 no estádio do Jiangsu Suning, em jogo da 17.ª jornada da prova.

O avançado brasileiro Hulk inaugurou o marcador logo aos dois minutos, tendo o defesa Wei Zhang, aos 17, e o compatriota Oscar, aos 56, após assistência do antigo jogador do FC Porto, aumentado a vantagem, num jogo em que a equipa anfitriã terminou com nove jogadores, devido às expulsões de Ye Chongqiu, aos nove, e Xie Pengfei, aos 70.

O Shanghai SIPG, que na época passada se sagrou pela primeira vez campeão chinês, sob o comando técnico de Vítor Pereira, quebrando uma série de sete títulos seguidos do Evergrande, igualou a equipa de Guangzhou no segundo lugar, ambos com menos dois pontos do que o líder, Beijing Guoan, depois de os rivais já terem vencido os respectivos jogos na 17.ª ronda.

15 Jul 2019

Lusodescendente leva sabores de Portugal ao centro da China

João Pimenta, da agência Lusa

 

[dropcap]F[/dropcap]ilho de portugueses emigrados na Alemanha, o ‘chef’ Mário Vieira viveu em 18 países, antes de se instalar numa das mais vibrantes cidades da China, onde serve pratos tradicionais portugueses num resort de luxo.

“Os chineses gostam muito de marisco e de bacalhau”, diz à agência Lusa o lusodescendente, radicado há 12 anos em Changsha, cidade com cerca de oito milhões de habitantes e capital da província de Hunan.

“Também faço feijoada, cozido à portuguesa, trouxas de ovos ou pão-de-ló”, enumera. Outro prato que “sai bem” é o frango piri-piri: “Às vezes são duas da manhã e estou na piscina a fazer frango no churrasco”.

Mário Vieira nasceu na Alemanha há 50 anos, filho de um casal de Alcobaça, distrito de Leiria. Trabalha na cozinha há três décadas, com passagens por Grécia, Itália, Rússia, Egipto, Tailândia ou Vietname.

Em 2007, uma firma alemã encarregou-o de uma visita de prospecção à China, para estudar a abertura de um restaurante. “Fui do Norte ao Sul da China e quando cheguei a Changsha, com base na informação que obtive sobre os planos de desenvolvimento da cidade, decidi ficar”, recorda.

Não se enganou: Nos últimos dez anos, o PIB (Produto Interno Bruto) de Changsha cresceu 460%, o ritmo mais alto entre todas as cidades da China, segundo dados oficiais, reflectindo a estratégia de Pequim de descentralizar a riqueza concentrada no litoral.

Capital da dinastia Han, há mais de dois mil anos, a cidade conservou poucos traços desse passado: dezenas de arranha-céus erguem-se hoje nas margens do rio Xiang, onde, quando Mário chegou, “não existia nada”.

“Aqui, numa semana, muita coisa muda. Não sei o que se vai passar nos próximos cinco anos”, descreve o lusodescendente, acrescentando que se identifica com a dinâmica local. “Não há um dia igual”, diz. A cidade é também sede da Hunan Broadcasting System, a segunda maior cadeia televisiva da China, a seguir à estatal CCTV, e produtora de alguns dos mais populares programas de televisão do país e da Mango TV, plataforma ‘online’ com cerca de 50 milhões de usuários diários e programação original.

Milhares de jovens chineses acorrem todos os anos a Changsha na esperança de integrarem a crescente indústria de entretenimento do país, alimentando uma vibrante vida nocturna, com discotecas, bares de ‘karaoke’ e restaurantes cheios até de madrugada, durante toda a semana.
“O chinês de Changsha gosta muito de sair”, retrata Mário. “Esta cidade não para, durante 24 horas”.

Em 2014, Mário casou-se com uma chinesa, com quem, entretanto, teve um filho. A ligação à gastronomia vem do pai, que era também ‘chef’ de cozinha e tinha um hotel e um restaurante na cidade alemã de Dusseldorf.

O pai queria que estudasse medicina ou que fosse para padre, mas Mário sempre quis ser chefe, “apesar dos sacrifícios” que a profissão exige. “Tens que ter tempo para toda a gente, menos para ti”, aponta. “Os ‘chefs’ são como os palhaços: têm que fazer rir as pessoas, estejas cansado ou com problemas, tens que estar sempre pronto”, descreve.

De Portugal, que já não visita há quatro anos, diz gostar sobretudo da tranquilidade do norte: “Lisboa é muito interessante, mas eu prefiro o sossego”. E sente saudades da costa, apesar das vastas praias do Oceano Pacífico. “Não há cheiro igual ao do oceano Atlântico”, diz.

15 Jul 2019

Hong Kong | China não aceitou pedido de demissão de Carrie Lam, escreve Financial Times

[dropcap]P[/dropcap]equim não terá aceite o pedido de demissão da Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, apresentado no contexto dos recentes protestos relacionados com a lei da extradição.

A notícia foi avançada este domingo pelo jornal Financial Times, que escreve que a Chefe do Executivo quis demitir-se “em várias ocasiões nas últimas semanas”, citando duas fontes próximas do processo.

Uma das fontes, que o jornal afirma ter conhecimento directo da situação, disse que o Governo Central terá dito a Carrie Lam que ela teria de se manter no cargo “para resolver a confusão que ela criou”. “Ninguém mais pode resolver a confusão e ninguém quer ocupar o cargo”, adiantou a mesma fonte.

Milhares de pessoas continuam a exigir que a proposta de lei da extradição seja suspensa por completo, mesmo que a Chefe do Executivo já a tenha considerado como “morta”. Entretanto, este domingo a polícia da região vizinha envolveu-se em confrontos com manifestantes durante um protesto de milhares de pessoas que exigem a renúncia de Carrie Lam e uma investigação sobre as queixas de violência policial.

15 Jul 2019

Hong Kong | Manifestantes voltam a exigir renúncia de Carrie Lam

[dropcap]P[/dropcap]rotestos voltaram a encher ontem as ruas de uma cidade no norte de Hong Kong, exigindo a renúncia da Chefe do Executivo e uma investigação sobre as denúncias de violência policial, alargando as queixas contra os líderes do território.

Muitos entre os mais de 10 mil manifestantes que marcharam em Sha Tin pediam eleições genuinamente democráticas, na antiga colónia britânica, enquanto um punhado também pediu independência.

Os manifestantes exigiram uma investigação às queixas de violência policial em manifestações anteriores contra a lei de extradição. Alguns carregavam cartazes que diziam: “A polícia é mentirosa” ou “Defenda Hong Kong”. O protesto na cidade Sha Tin, no norte de Hong Kong, foi pacífico durante a maior parte do dia, mas registaram-se confrontos ao anoitecer, quando agentes da polícia com capacetes e escudos começaram a limpar as ruas, noticia a Associated Press.

Centenas de manifestantes, muitos com capacetes e máscaras cirúrgicas, como protecção contra o possível uso de ‘spray’ de gás pimenta ou gás lacrimogéneo pela polícia, retiraram-se para um centro comercial, onde alguns atiraram guarda-chuvas e garrafas de água sobre a polícia que os seguiu. Segundo a Associated Press, houve repórteres que assistiram aos confrontos em corredores de vários andares do complexo comercial, nos quais manifestantes e polícias se agrediam com guardas-chuvas e agarravam nos capacetes uns dos outros.

No sábado, a polícia usou bastões e gás lacrimogéneo para dispersar uma multidão de jovens manifestantes que pediam maior controlo sobre os empresários que visitam Hong Kong. Os críticos dizem que estão a prejudicar indevidamente as empresas locais.

No passado dia 7 de Julho, um grupo de jornalistas de Hong Kong marchou até ao escritório de Lam para destacar as queixas sobre polícias que espancaram e obstruíram repórteres em manifestações anteriores. Os jornalistas entregaram uma carta endereçada ao comissário de polícia do território, a um funcionário. “Parece que atacaram deliberadamente os jornalistas”, disse Chris Yeung, presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong.

15 Jul 2019

Huawei ainda não viu benefícios de trégua na guerra comercial

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Huawei, Liang Hua, disse que não “viu ainda mudanças”, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter prometido desbloquear a exportação de tecnologia chave para o grupo chinês das telecomunicações.

A decisão “injusta” de colocar o maior fabricante de equipamentos de rede na lista negra do Departamento de Comércio norte-americano, restringindo as vendas ao grupo, está a prejudicar os fornecedores norte-americanos e clientes da Huawei em todo o mundo, afirmou Liang Hua, em conferência de imprensa.

Washington tem pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de quinta geração (5G), a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com a espionagem chinesa.

Em Maio passado, o Governo norte-americano emitiu uma ordem executiva que exige às empresas do país que obtenham licença para vender tecnologia crítica à Huawei, num golpe que se pode revelar fatal para o grupo.

Após um encontro entre os líderes da China e EUA, Xi Jinping e Donald Trump, em Junho passado, os dois países anunciaram um período de tréguas, visando chegar a um acordo.
Trump prometeu então levantar a interdição sobre as vendas à Huawei, mas Liang afirmou que “até à data”, a empresa “não viu mudanças tangíveis”. “Julgamos que a nossa empresa deve ser completamente retirada da lista negra”, afirmou. O presidente da Huawei afirmou ainda que, apesar daquelas restrições, as receitas do grupo aumentaram no primeiro semestre do ano, sem detalhar números.

As restrições nas vendas ao grupo constituem também um golpe para os fornecedores norte-americanos de chips e outras tecnologias, já que a Huawei é um dos maiores clientes.
Liang disse que a Huawei está decidida a responder à possível perda de acesso ao sistema operacional Android, da norte-americana Google. O grupo desenvolveu o seu próprio sistema operacional, o Hongmeng, mas até agora não o utilizou em nenhum dos seus telemóveis. “O sistema operacional e o ecossistema Android ainda são a nossa primeira escolha”, disse Liang. “É claro que, se os EUA não nos permitirem usá-los, poderemos, no futuro, desenvolver o nosso próprio Hongmeng como sistema operacional? Ainda não decidimos”, apontou.

A Huawei também está a desenvolver os seus próprios chips e outras tecnologias chave, o que reduziria as compras de componentes fabricados nos EUA e ajudaria a proteger a empresa contra possíveis retaliações de Washington.

15 Jul 2019

Xinjiang | Quase 40 países apoiam China sobre discriminação de minoria

Trinta e sete países, incluindo Rússia e Síria, apoiaram a China junto da ONU, após 22 Estados, principalmente ocidentais, terem enviado uma carta à organização a condenar a actuação chinesa sobre as minorias na região de Xinjiang

 

[dropcap]O[/dropcap] grupo de 37 países, em que também constam a Arábia Saudita, a Coreia do Norte, o Qatar, a Argélia, a Nigéria e as Filipinas, escreveu igualmente uma missiva às Nações Unidos, documento esse que foi divulgado na passada sexta-feira pela China no último dia da 41.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra (Suíça).

Na missiva, endereçada ao presidente do Conselho, Coly Seck, e à Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, os países signatários apoiantes de Pequim “congratulam a China pelas notáveis realizações em matéria de direitos humanos”.

Segundo estes países, “o terrorismo, o separatismo e o extremismo religioso têm provocado enormes prejuízos para todos os grupos étnicos em Xinjiang (no noroeste da China)”. “Perante o grave desafio do terrorismo e do extremismo, a China tomou uma série de medidas contra o terrorismo e a radicalização em Xinjiang, nomeadamente a criação de centros de educação e de formação profissional”, prosseguiram os países signatários, realçando que “a segurança regressou” à região.

O grupo de 37 países indicou ainda que a China convidou diplomatas e jornalistas a deslocarem-se a Xinjiang, defendendo que as recentes informações relativas à região “contradizem completamente aquilo que foi relatado nos ‘media’”.

Em tom de conclusão, os países pedem à comunidade internacional para não avançar com acusações com base em “informações não confirmadas antes de visitar Xinjiang”.

A outra carta

Em Março, Michelle Bachelet disse que esperava ter “luz verde” de Pequim para ter “pleno acesso” a esta vasta região autónoma chinesa, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão.

Após vários atentados atribuídos a membros da minoria muçulmana turcófona Uigures, o Governo chinês impôs fortes medidas de segurança neste território.

A China é suspeita de ter colocado cerca de um milhão de pessoas em espaços conhecidos como campos de reeducação. Pequim nega tais números e prefere falar em “centros de formação profissional” destinados a ensinar conhecimentos e a impulsionar a luta contra a radicalização islâmica.

Na quarta-feira, 21 países ocidentais (como Reino Unido, Canadá, França ou Alemanha) e o Japão enviaram uma carta à ONU para expressar a sua preocupação perante “relatos credíveis que dão conta de detenções arbitrárias (…), bem como de uma vigilância e restrições generalizadas, visando particularmente os Uigures e outras minorias em Xinjiang, na China”.

Nessa carta, os países exortaram Pequim a permitir a liberdade de movimentos dos Uigures e de outras comunidades minoritárias.

15 Jul 2019

MAM | Escolhidos trabalhos para Exposição de Artistas de Macau

[dropcap]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau (MAM), em parceria com o Instituto Cultural (IC), deu por concluída a selecção das obras que vão estar presentes na Exposição de Artistas de Macau”, depois do processo de candidaturas que reuniu 148 artistas. De acordo com um comunicado, foram seleccionados três Prémios de Júri, sete Prémio de Excelência e 66 obras (conjuntos) finalistas.

Da lista final constam trabalhos como “In the Mountain”, de Tam Chon Kit, “Walls III”, de Lam Un Mei e “Historical Memory” de Mak Kuong Weng, entre outros. Todos os trabalhos seleccionados serão enviados a Pequim onde serão incluídos na “Exposição de Artistas de Macau 2019”, a ter lugar no Museu Nacional de Arte da China. Em Novembro será a vez de o MAM receber a mostra “Beleza na Nova Era – Obras-primas da Colecção do Museu Nacional de Arte da China”, com o objectivo de promover o intercâmbio artístico entre Pequim e Macau.

15 Jul 2019

Anim’Arte Nam Van | Inaugurada nova exposição de graffiti

[dropcap]F[/dropcap]oi inaugurada na passada sexta-feira uma nova exposição no espaço Anim’Arte Nam Van, intitulada “Lake Up Graffiti Jam”, que nasce de uma colaboração entre o Instituto Cultural (IC) e a Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau.

Como tal, as entidades convidaram os artistas CEET e MCZ para decorar conjuntamente um mural, com o tema “Alegria para Todos”, que visa “potenciar a atmosfera cultural e criativa do Anim’Arte Nam Van com uma nova exposição de graffiti”, aponta o IC, em comunicado.

Neste trabalho, “os dois artistas procuram apresentar uma combinação de elementos diferentes, tais como um sorriso inocente, um duende de energia positiva e um guardião da felicidade, através da sua linguagem comum – o grafitti”. Além disso, os artistas cooperaram com a Macau Association for Community Care Children, convidando quatro famílias para participar no processo criativo.

CEET é um artista francês contemporâneo mundialmente reconhecido e considerado exímio na técnica tipográfica de “estilo selvagem”, prevalente no graffiti, transformando completamente as letras e produzindo um efeito impressionante através do forte contraste de cores. O artista tem um particular interesse em partilhar os seus trabalhos com os outros, recorrendo a paredes, esculturas, design gráfico e pinturas a óleo para expressar a sua experiência de vida e a sua atitude em relação à vida.

O IC aponta que CEET vive na China desde 2003, e que participou em várias exposições e projectos artísticos, onde se inclui o título de embaixador artístico de uma série de marcas internacionalmente conhecidas. Já MCZ é um artista de graffiti natural de Macau, cujo estilo incorpora o conceito de autonomia, criando personagens ilustradas tais como o balão amarelo sorridente, esculturas e instalações, para transmitir alegria ao público através de obras artísticas que podem ser vistas em diferentes partes da cidade.

15 Jul 2019

Arte contemporânea | MOCA Taipei celebra 18 anos com nova exposição 

Chama-se “Once Upon a Time – Unfinished Progressive Past” e é a nova exposição que marca os 18 anos de existência do museu de arte contemporânea da Ilha Formosa. Para marcar o aniversário do MOCA Taipei, está também a ser pensado um projecto de cinco anos que incide sobre a história e a sociedade de Taiwan

 

[dropcap]O[/dropcap] primeiro museu de arte contemporânea de Taiwan está de parabéns e, para recordar esse marco está programada a inauguração de uma nova exposição, no próximo dia 20 de Julho, que tem como nome “Once Upon a Time – Unfinished Progressive Past”, com curadoria de Kao Chien-Hui, um crítico de arte e curador que trabalha a partir de Chicago.

A mostra estará patente no MOCA Taipei (Museu of Contemporary Art) até ao dia 31 de Outubro e contém trabalhos de 16 artistas que nasceram entre os anos de 1950 e 1980, tal como Leo Liu, Dean-E Mei, Chien-Chi Chang e Ruey-Shiann, entre outros.

De acordo com um comunicado oficial do evento, a exposição pretende constituir “um ponto crucial da história cultural de Taiwan, quando a arte contemporânea da região começou a ganhar forma”.

As obras que vão estar patentes ao público “exploram as vidas e as memórias culturais de três gerações do pós-guerra, entre 1950 e 1990, partilhando também o seu passado de repressão e revolta”, sendo que também espelham um sentimento de retrospecção. Isto porque as obras “revelam o impacto das memórias colectivas, bem como das suas aproximações estéticas”.

Desta forma, os artistas participantes nesta iniciativa “reexaminam as suas motivações, o contexto histórico e a sua transformação ao nível da linguagem artística, elementos que têm feito parte da emergente arte contemporânea de Taiwan”. “Once Upon a Time” mostra também ao público “a consciência, não só dos artistas, mas talvez de toda a sociedade, e uma resposta face à identidade da ilha e do território, sistema social, passado colonial e influência ocidental”. Desta forma, consegue-se traçar um mapa “do desenvolvimento cultural de Taiwan”.

Olhar o futuro

Além da exposição, a direcção do MOCA Taipei está também a pensar noutros projectos que façam uma reflexão sobre o desenvolvimento da entidade local. Citada pelo mesmo comunicado, Yuki Pan, directora do museu, explica que “uma vez que celebramos 18 anos de existência, uma marca de entrada na idade adulta, estamos a lançar o nosso projecto a cinco anos na área da arte contemporânea”, o qual “traça uma retrospectiva do desenvolvimento da arte contemporânea na região e também olha para o futuro”.

Com “Once Upon a Time”, o MOCA Taipei pretende “mostrar o contexto do nascimento da arte contemporânea em Taiwan e permitir que os visitantes explorem a relação entre arte e sociedade”, acrescentou Yuki Pan.

Este projecto a cinco anos não é mais do que uma iniciativa que convida um curador a trabalhar na exposição que responde a cinco tópicos, tais como o desenvolvimento da arte contemporânea, a criação especial, a crítica do sistema social, a arte contemporânea em Taiwan e o lado multidisciplinar da arte contemporânea.

Além destas iniciativas, o MOCA Taipei apresenta também, até ao dia 28 deste mês, uma exposição individual do artista taiwanês Chu Chun Teng, intitulada “Rooftop”, que explora as dificuldades sentidas pelos residentes da Ilha Formosa na cidade transfronteiriça de Tengchong.

O público poderá também ver a mostra “Why Did You Come to Taiwan?”, de 3 de Agosto a 29 de Setembro, com a curadoria de Cheng Shao-Hung.

15 Jul 2019