Fronteiras | Portugueses passam a poder utilizar portas automáticas

A medida entra hoje em vigor, mas exige que os detentores do passaporte façam um registo prévio, disponível em vários pontos de chegada. Também ontem, o Corpo de Polícia de Segurança Pública anunciou utilizar a íris em vez de impressões digitais para confirmar a identidade nas fronteiras

 

A partir de hoje, quem tiver passaporte português e singapurense pode utilizar os canais automáticos para atravessar as fronteiras à chegada ou saída de Macau. A medida pode beneficiar residentes portugueses, assim como turistas, mas exige um registo prévio.

A novidade foi divulgada pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), através de um comunicado, para “proporcionar à população e aos visitantes um serviço de passagem fronteiriça mais conveniente e eficiente”. “Para articular com o posicionamento e o desenvolvimento de Macau enquanto Um Centro, Uma Plataforma e Uma Base do Governo da RAEM, o CPSP tem vindo a aperfeiçoar os trabalhos de controlo de migração e promover a facilitação na passagem fronteiriça dos postos fronteiriços”, foi igualmente defendido.

A partir de hoje, a medida que está disponível há vários anos para residentes passa também a abranger os detentores de passaporte português e singapurense.

Com estas medidas, o CPSP anunciou também a introdução de “novas tecnologias, como o código QR para passagem fronteiriça e a utilização da íris em vez de impressões digitais para confirmar a identidade”. Segundo as autoridades, espera-se que com as mudanças se possa reduzir “o tempo de espera para entrada e saída e elevando a eficiência da passagem fronteiriça nos postos fronteiriços”.

Registo prévio

A medida exige que os utilizadores tenham onze ou mais anos e um registo prévio, que pode ser feito à chegada ao território, em diferentes pontos das fronteiras, como as alas de chegada do Aeroporto de Macau, Terminais Marítimos do Porto Exterior e Taipa, ou no Posto de Migração da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Ainda de acordo com as informações do CPSP, só é possível fazer o registo para utilizar os portões automáticos quando o passaporte tem uma validade de, pelo menos, 90 dias. Além disso, os menores com idades entre 11 e 17 anos devem ser acompanhados pelo pai, mãe ou tutor no tratamento das respectivas formalidades, e devem apresentar uma certidão de nascimento original, bem como o documento de identificação do acompanhante maior.

Apesar de realizarem o registo, nada impede que os utilizadores escolham atravessar a fronteira da maneira tradicional, através da verificação nos balcões.

A medida foi anunciada a poucos dias da realização da sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que decorre entre domingo e terça-feira, e vai contar com a presença do ministro português da Economia, Pedro Reis.

19 Abr 2024

Fórum Macau | Ministro português da Economia realça aposta na internacionalização

O ministro da Economia Pedro Reis destaca Macau como ponto de partida para a internacionalização da economia portuguesa, através das oportunidades suscitadas pela plataforma do Fórum Macau. Empresários cabo-verdianos procuram abrir portas para o mercado chinês

 

O ministro da Economia português considera que “o reforço da internacionalização será uma das prioridades” do novo Governo, destacando que a realização da reunião ministerial do Fórum Macau na próxima semana é uma oportunidade.

“O reforço da internacionalização da economia portuguesa será uma das prioridades do nosso mandato e começar por Macau é uma oportunidade, dado que o Fórum permite aprofundar os laços económicos e comerciais entre a China e Portugal e entre os Países de Língua Portuguesa”, disse Pedro Reis numa declaração enviada à Lusa, antes da partida para a Ásia.

Pedro Reis vai participar na reunião ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), a plataforma criada pela China para os investimentos feitos nos países lusófonos, nomeadamente africanos, que este ano coincide com os 25 anos da transferência da soberania de Macau para a China.

“A conferência, que já leva 20 anos, coincide com uma data muito simbólica, a dos 25 anos da transferência da soberania de Macau para a China, uma transferência que correu muito bem”, disse Pedro Reis, destacando que há espaço para as trocas comerciais crescerem.

Campo por desbravar

A relação bilateral entre Portugal e China “é sólida, mas tem ainda terreno para desbravar”, afirmou, acrescentando: “Oferece um grande potencial de crescimento para as nossas empresas exportadoras, nomeadamente aquelas que se querem internacionalizar em sectores como o agro-alimentar, o das infra-estruturas e transportes, o do turismo e o da economia azul, entre outros”. A 6.ª Conferência Ministerial do Fórum Macau decorre entre domingo e terça-feira.

De acordo com os dados do Ministério da Economia, em 2023 a China foi o quinto principal fornecedor de bens a Portugal, assegurando 5 por cento das compras portuguesas ao estrangeiro, e é o 16º país de exportação de produtos portugueses, com 1.309 empresas a vender para território chinês, em 2022, com 402 empresas portuguesas a exportar serviços para Macau.

Novas oportunidades

Com a participação na sexta conferência ministerial no Fórum Macau, empresários de Cabo Verde esperam trabalhar em conjunto com os parceiros para “criar estruturas empresariais “fortes e capazes”.

Alguns dos empresários cabo-verdianos vão participar no Fórum de Macau e Países da Língua Portuguesa para analisar oportunidades, procurar “abrir portas”, e, com os países parceiros, criar estruturas empresariais “fortes e capazes”.

A sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa inclui um Encontro de Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa e a assinatura do plano de acção do organismo, mais conhecido como Fórum Macau, até 2027.

No encontro, Cabo Verde pretende “analisar as oportunidades económicas e comerciais que podem existir com a China e abrir portas para o desenvolvimento da economia azul e verde”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento de Cabo Verde, Marcos Rodrigues.

Os empresários vão abordar temas como a aceleração da transformação digital, proporcionando novas dinâmicas do desenvolvimento das indústrias, promoção da economia verde para o desenvolvimento sustentável seguro ou a plataforma Sino-Lusófona de Macau, que é uma “porta importante” para debater questões de desenvolvimento dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), disse Marcos Rodrigues.

O empresário sublinhou que a China tem tido um “papel importante” nas parcerias com os Países de Língua Oficial Portuguesa e que Cabo Verde espera, nesse fórum, poder discutir as necessidades do país e os caminhos pretendidos para o desenvolvimento.

“Há muitos empresários chineses em Cabo Verde que operam no mercado cabo-verdiano através do comércio, da construção. Tem havido procura das outras áreas de investimento que nós vimos com bons olhos, que queremos intensificar e [queremos] que haja investimento da China em grande escala no país”, disse, salientando que, nesta relação, os empresários também “importam uma grande parte dos produtos que são comercializados no arquipélago”.

Muito interesse

Marcos Rodrigues realçou ainda que vários parceiros a nível global “têm mostrado interesse enorme” por Cabo Verde em áreas como o turismo, a economia azul, verde, tecnológica, temas que os empresários levam na agenda para potencial cooperação.

Marcos Rodrigues defendeu entendimentos entre as empresas dos Países de Língua Portuguesa nos diferentes sectores para fazerem “parcerias claras e agarrar grandes projectos” para o seu desenvolvimento. A título de exemplo apontou as áreas das obras públicas, de importação, logística e das tecnologias.

Para o empresário, em Cabo Verde ainda não há “um tecido empresarial forte, capaz de alavancar o almejado desenvolvimento nacional”, pelo que “é preciso trabalhar seriamente no dar mais poder ao tecido empresarial nacional e sem qualquer receio”.

“O Governo terá que ter um papel importante em criar condições excepcionais para os empresários nacionais”, referiu, salientando que “um país não consegue se desenvolver sem empresários ricos, sem visão e estratégias a nível interno e externo”.

À margem do Fórum, o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento de Cabo Verde vai reunir com delegações de Angola, São Tomé, Portugal, Brasil e Guiné-Bissau para discutir questões empresariais e visando criar “estruturas empresariais fortes e capazes” de responder ao desenvolvimento comum.

19 Abr 2024

Myanmar | Aung San Suu Kyi transferida da prisão devido a onda de calor

A ex-líder de Myanmar Aung San Suu Kyi foi transferida da prisão, onde cumpria uma pena de 27 anos, devido a uma onda de calor, disse a junta militar. O porta-voz da junta, major-general Zaw Min Tun, disse aos jornalistas da imprensa estrangeira na terça-feira que Suu Kyi, de 78 anos, e o ex-presidente Win Myint, de 72 anos, estavam entre os presos idosos e doentes transferidos das prisões.

A transferência ainda não foi anunciada publicamente em Myanmar, nem foi confirmado se os dois políticos estão actualmente em prisão domiciliária ou se foram transferidos por outro centro de detenção. Suu Kyi está a cumprir uma pena de 27 anos de prisão em Naypyidaw, devido a uma série de condenações criminais que os apoiantes da prémio Nobel da Paz e grupos de defesa dos direitos humanos disseram ter sido fabricadas por razões políticas.

Naypyidaw registou temperaturas de 39ºC na terça-feira, de acordo com os serviços meteorológicos birmaneses. Win Myint cumpria uma pena de oito anos de prisão em Taungoo, na região de Bago, no centro-sul do país.

Ontem, a junta militar anunciou também uma amnistia para mais de três mil presos, para assinalar o Ano Novo birmanês, que se celebra esta semana, mas não adiantou se os libertados incluíam activistas pró-democracia e presos políticos.

De acordo com a televisão estatal MRTV, o líder da junta militar, general Min Aung Hlaing, perdoou 3.303 presos, incluindo 28 estrangeiros que serão deportados de Myanmar, e reduziu também as sentenças para outros reclusos.

O golpe militar de 2021, que derrubou o governo democraticamente eleito de Aung San Suu Kyi, pôs fim a 10 anos de transição democrática e prosperidade económica e abriu uma espiral de violência que exacerbou a guerrilha que dura há décadas no país.

18 Abr 2024

Ministro chinês pede mais “confiança” entre Pequim e Washington

O Ministro da Defesa da China pediu “mais confiança” entre Pequim e Washington durante uma reunião na terça-feira com o homólogo norte-americano, a primeira a este nível em ano e meio, foi ontem anunciado.

China e Estados Unidos “devem considerar a paz como a coisa mais preciosa, a estabilidade como a coisa mais importante e a confiança como a base para as trocas”, disse Dong Jun a Lloyd Austin, de acordo com um comunicado pelo Ministério da Defesa chinês.

“O sector militar é crucial para (…) estabilizar o desenvolvimento das relações bilaterais e prevenir grandes crises”, sublinhou Dong Jun, acrescentando que o Presidente chinês, Xi Jinping, e o Presidente norte-americano, Joe Biden, estão “determinados a estabilizar e melhorar as relações bilaterais”.

O Ministro da Defesa chinês reafirmou a posição sobre Taiwan, a ilha com 23 milhões de habitantes que a China reivindica como parte do seu território. “A questão de Taiwan está no centro dos interesses fundamentais da China e os interesses fundamentais da China não devem ser prejudicados”, sublinhou.

O exército chinês “nunca se calará nem se resignará perante as acções separatistas que defendem a independência de Taiwan e perante a conivência e o apoio do exterior”, declarou Dong Jun, numa crítica velada a Washington, principal apoiante militar de Taipé.

Águas tensas

O ministro da Defesa chinês apelou também aos Estados Unidos para que respeitem as reivindicações de soberania do país no mar do Sul da China. Pequim reivindica uma grande parte das ilhas e recifes desta vasta zona marítima, onde as tensões com as Filipinas aumentaram nos últimos meses.

“A situação actual no mar do Sul da China é geralmente estável e os países da região têm a vontade, sabedoria e capacidade de resolver os problemas”, sublinhou Dong Jun. “Os Estados Unidos devem reconhecer a posição firme da China, respeitar sinceramente a soberania territorial, os direitos e interesses marítimos da China no mar do Sul da China e adoptar medidas concretas para salvaguardar a paz regional”, disse.

18 Abr 2024

Batalha de 1622 | Apresentada versão chinesa de livro de Manuel Basílio

Foi lançada esta terça-feira, na sede da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), a versão chinesa do livro de Manuel Basílio sobre a derrota dos holandeses em Macau a 22 de Junho de 1622.

“Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” é o nome da obra do escritor macaense que foi totalmente patrocinada pela APOMAC, por se tratar de uma data com “simbolismo histórico, pois caso os holandeses tivessem vencido esta batalha a história de Macau seria escrita de outra forma”, descreve a APOMAC em comunicado.

Além disso, torna-se importante este lançamento pelo facto de “poucos residentes de Macau terem conhecimento deste facto histórico”.

O prefácio do livro ficou a carga de Lok Po, director do jornal Ou Mun, que também esteve presente no lançamento da obra. Jorge Fão, presidente da assembleia-geral da APOMAC, adiantou na mesma sessão que foram impressos 1500 livros que serão oferecidos às escolas secundárias chinesas bem como a serviços e entidades públicas. O objectivo desta acção é “proporcionar à comunidade chinesa um conhecimento mais profundo sobre a história de Macau”. Manuel Basílio é autor de oito livros sobre Macau, sendo que cinco já foram traduzidos para chinês.

Primeiro em português

Recorde-se que a versão portuguesa do livro foi lançada em 2022. Na altura, em declarações ao Jornal Tribuna de Macau, o autor descreveu o processo de escrita, que o obrigou a “ler muito e a vasculhar muitos jornais antigos, incluindo os boletins do Governo a partir dos anos 30 do século XIX até ao século XX”.

Em 2022, assinalaram-se os 400 anos da invasão dos holandeses que pretendiam “apoderar-se de Macau porque, nessa altura, era uma cidade muito próspera, com uma importante rota comercial com o Japão e Goa”, explicou.

Conforme disse Manuel Basílio ao mesmo jornal, caso os holandeses tivessem ganho a batalha, os jesuítas portugueses em Macau “ficariam sem uma base para a envangelização” e os portugueses “sem uma base para a comercialização”.

A vitória dos portugueses sobre os holandeses sagrou-se a 24 de Junho, tendo este sido, durante muitos anos, o Dia da Cidade. “As pessoas atribuíram a vitória à intervenção divina de São João Baptista, depois de batalha foram à Sé Catedral dar graças e proclamaram-no como o padroeiro da cidade, porque aconteceu no Dia de São João Baptista. A partir daí, celebraram-no todos os anos”, acrescentou o escritor na mesma entrevista.

18 Abr 2024

FRC | Inaugurada exposição que celebra 12 anos da Fundação

“Doze Anos Brilhantes” é o nome da exposição colectiva de arte que a partir de hoje pode ser vista na Fundação Rui Cunha e que celebra o 12.º aniversário da instituição que nasceu por vontade do seu patrono, o advogado Rui Cunha, com o intuito de promover debates sobre temas sociais e conhecimento jurídico, sem esquecer os eventos culturais

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) celebra este ano 12 anos de existência e, a pensar nisso, inaugura hoje uma nova exposição colectiva com artistas locais que mostram, assim, os seus trabalhos. “Doze Anos Brilhantes” pode ser vista hoje a partir das 18h30 e celebra o momento de criação da FRC, por ideia do seu fundador, o advogado Rui Cunha, a 28 de Abril de 2012.

Liberdade criativa é o mote desta mostra que faz uma retrospectiva dos artistas que já apresentaram trabalhos na galeria da FRC. Foram, assim, convidados mais de 50 artistas para expor obras de pintura, caligrafia, gravura de sinetes, escultura, fotografia, técnica mista e novos meios artísticos.

O facto de a mostra não ter um tema específico fez com que os artistas convidados tenham feito obras que remetem para a ideia de “consagração do ciclo completo de 12 anos, pleno de actividades que celebraram a multiculturalidade do território”.

“Tal como na roda dos signos do zodíaco chinês, o pequeno Dragão regressou à casa inicial, mais forte e determinado, marcando a sua influência em muitas obras aqui patentes”, descreve a FRC.

A joalheira Cristina Vinhas, que colabora com a Casa de Portugal em Macau e que já expôs inúmeros trabalhos no território, é uma das artistas convidadas, tal como o pintor Denis Murell, o fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro ou ainda o músico e artista macaense Giulio Acconci.

Destaque ainda para nomes como Ada Zhang, Alice Ieong, o macaense José Basto da Silva ou Mónica Coteriano, co-fundadora da 10 Marias – Associação Cultural, ou ainda Fortes Pakeong Sequeira, outro nome bem conhecido do meio artístico local e que já expôs o seu trabalho na FRC.

Casa das artes

Há 12 anos que a FRC existe com a missão de “apoiar e impulsionar a produção cultural e criativa de Macau”, tendo organizado mais de 1.600 eventos ligados a diversas áreas, tendo estabelecido “uma plataforma de intercâmbio e enriquecimento cultural e educacional, num espaço que foi gradualmente conquistando a atenção e o respeito das comunidades locais e regionais, das entidades públicas e privadas”.

“Doze Anos Brilhantes” pode ser visitada, de forma totalmente gratuita, até ao dia 4 de Maio. A FRC agradece, em comunicado, a todos os artistas convidados a expressarem a sua arte e trabalho para este evento. Estes “participaram com grande entusiasmo e abrilhantaram esta iniciativa com as suas criações artísticas”.

A FRC agradece ainda “às entidades associativas e institucionais que apoiam a nossa visão e esforço desde o início”, bem como ao “público geral por nos vir acompanhando de forma contínua e incondicional neste trajecto”.

18 Abr 2024

Ucrânia | Conflito deve ser resolvido através de negociações, defende Pequim

Pequim afirmou ontem que “qualquer conflito” deve ser resolvido “através de negociações”, referindo-se à conferência que vai ter lugar em Junho, na Suíça, com base na proposta de paz de Kiev para a guerra na Ucrânia.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, recordou que o Presidente chinês, Xi Jinping, já tinha dito na segunda-feira, em Pequim, ao Chanceler alemão, Olaf Scholz, que encoraja “todos os esforços que conduzam a uma resolução pacífica da ‘crise’ na Ucrânia” e que apoia a “convocação atempada de uma conferência internacional de paz reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia, com a participação de todas as partes”.

Lin afirmou que, apesar de a conferência estar ainda “numa fase preparatória”, o seu país está “pronto a manter a comunicação” com todas as partes.

O porta-voz recordou que Xi disse a Scholz, na segunda-feira, que as conversações deveriam “lidar de forma justa com todas as propostas de paz”.

Scholz apelou a Xi para que use a sua influência sobre Moscovo para pôr fim à guerra na Ucrânia e reiterou a necessidade de evitar o envio de bens com dupla utilização militar e civil para a Rússia.

“A palavra da China tem peso na Rússia. Por isso, pedi ao Presidente Xi que exercesse influência sobre a Rússia para que [o Presidente russo Vladimir] Putin pare finalmente a sua cruzada insana, retire as suas tropas e ponha fim a esta guerra terrível”, afirmou o Chanceler alemão na sua conta na rede social X.

O líder chinês declarou que “não se deve atirar lenha para a fogueira”, apelando ao esforço de reunir condições para que a paz seja restabelecida e se evite nova escalada do conflito.

18 Abr 2024

Myanmar | Pequim vai efectuar “exercícios com fogo real” na fronteira

As Forças Armadas da China começaram ontem a realizar “exercícios com fogo real” no lado chinês da fronteira com Myanmar, visando testar o estado de alerta das tropas e as capacidades de defesa aérea.

O Comando do Teatro do Sul do Exército de Libertação Popular explicou, na terça-feira, num comunicado na rede social chinesa Wechat, que os exercícios se destinam a “avaliar e melhorar” as capacidades das tropas em domínios como vigilância, controlo tridimensional do espaço aéreo, dissuasão e capacidade de resposta a incursões aéreas.

“As tropas do Comando do Teatro do Sul estão sempre prontas para lidar com várias emergências e salvaguardar resolutamente a soberania nacional [chinesa] e a estabilidade das fronteiras, bem como a segurança da vida e das propriedades das pessoas”, de acordo com um comunicado.

No início do mês, as Forças Armadas chinesas efectuaram exercícios militares do seu lado da fronteira para “testar a mobilidade e a capacidade de ataque conjunto” das tropas.

A China e Myanmar partilham uma fronteira de 2.129 quilómetros e, embora Pequim tenha aumentado a influência no país após o golpe de Estado dos militares que pôs fim a uma década de transição democrática no país, alguns movimentos guerrilheiros na oposição têm uma longa história de aliança étnica, económica e militar com a segunda maior economia do mundo.

18 Abr 2024

IA | Procura por água pode aumentar devido aos centros de dados

A procura de água na China deve disparar, na próxima década, devido ao crescimento dos centros de dados e das tecnologias de inteligência artificial (IA), segundo a China Water Risk, organização sediada em Hong Kong. De acordo com a organização não-governamental, o consumo anual de água destes servidores atinge 1,3 mil milhões de metros cúbicos, o equivalente à utilização residencial de 26 milhões de pessoas.

A China Water Risk estima que o consumo anual de água dos centros de dados na China poderá ultrapassar os três mil milhões de metros cúbicos até 2030, o que equivale à procura de uma população superior à da Coreia do Sul.

Esta situação coloca desafios “em termos de abastecimento de água e de sustentabilidade” no país asiático, tornando imperativo “responder à necessidade crescente de recursos hídricos, para assegurar um equilíbrio adequado entre o desenvolvimento tecnológico e a preservação dos recursos naturais”.

De acordo com o estudo, os centros de dados chineses não só consomem água directamente para evitar o sobreaquecimento dos equipamentos informáticos, como também geram um consumo indirecto devido à produção de electricidade a partir do carvão.

As projecções do estudo preveem que, até ao final desta década, haverá mais de onze milhões de centros na China para alojar servidores, cabos e outros equipamentos, quase o triplo do número em 2020.

Além disso, prevê-se que o crescimento da tecnologia de IA generativa aumente a procura de recursos hídricos no sector das tecnologias da informação e das telecomunicações.

Futuro desidratado

O relatório da organização não governamental com sede em Hong Kong referiu um estudo realizado por investigadores norte-americanos, que afirma que o modelo linguístico GPT-3 consome 500 mililitros de água por cada 10 a 50 respostas geradas, o que é 20 vezes mais do que o tempo necessário para efectuar 50 pesquisas no Google.

Os peritos da organização observaram que os ‘chatbots’ têm cada vez mais utilizadores e que os gigantes tecnológicos chineses, como o Baidu, Tencent e Alibaba, lançaram os seus próprios serviços de inteligência artificial no ano passado, aumentando o impacto potencial no consumo de água.

De acordo com a análise, se 100 milhões de utilizadores conversassem através do ChatGPT, o programa “consumiria 50 mil metros cúbicos de água, o equivalente a 20 piscinas olímpicas, enquanto a utilização da Google exigiria apenas uma delas”.

A directora da China Water Risk, Debra Tan, sublinhou a importância de adoptar medidas mais eficientes em termos de recursos para atenuar os actuais desafios em matéria de água, tais como “a recuperação de bacias hidrográficas, a melhoria da eficiência da água nas instalações existentes, a reutilização de águas residuais e a recolha de águas pluviais”.

18 Abr 2024

商君書 – O Livro de Lorde Shang

Tradução de Rui Cascais

Assim damos início à publicação, pela primeira vez em língua portuguesa, do Livro de Lorde Shang (商君書 Shāng jūn shū), que data do século III ACE, tendo sido escrito, ou compilado, pelo Lorde Shang Yang (também referido no texto pelo seu apelido Gonsung), que serviu como ministro do Duque Xiao, Regente de Qin, durante o período dos Estados Combatentes.

Shang Yang foi um estadista e pensador chinês que desempenhou um papel crucial na reorganização do Estado de Qin, que acabou por conduzir à unificação do império chinês pela dinastia Qin. Acreditava na importância do poder para manter a integridade de um Estado, dando ênfase a um grande exército e a celeiros cheios. Shang Yang implementou reformas como a substituição das divisões feudais por governadores nomeados a nível central, o serviço militar obrigatório, um novo sistema de divisão de terras e de tributação e uma administração uniforme da lei. O seu foco na centralização do poder, no fortalecimento do exército e na promoção da igualdade perante a lei deixou um legado duradouro na história chinesa e influenciou o desenvolvimento do pensamento político no país. As suas reformas suscitaram a oposição dos nobres, o que levou à sua queda e eventual execução em 338 a.C.

O seu livro é uma obra fundacional da tradição Legista (sendo anterior ao Han Feizi) e de claro pendor anti-confucionista. Nela, a posição do soberano, ou regente, é tida pela primeira vez como fundamental para o governo directo do mundo e da sociedade. A versão portuguesa aqui apresentada segue a tradução de J. J. L. Duyvendak (1928) e a de Yuri Pines (2017), em paralelo com o texto original chinês.

更法 A Reforma da Lei

1

孝公平畫,公孫鞅、甘龍、杜摯三大夫御於君,慮世事之變,討正法之本,求使民之道。

O Duque Xiao, o Regente, expôs a sua política. Os Três Grandes Oficiais, Shang [Gongsun] Yang, Gan Long e Du Zhi, estavam presentes junto do Regente. Com os seus pensamentos consagrados às vicissitudes das coisas do mundo, discutiram os princípios destinados a rectificar a lei, buscando uma forma de conduzir o povo.

2

君曰:「代立不忘社稷,君之道也;錯法務明主長,臣之行也。今吾欲變法以治,更禮以教百姓,恐天下之議我也。」

O Regente disse: “Não se esqueçam, no momento da sua sucessão, dos espíritos tutelares do solo e dos cereais, pois essa é a via de um soberano; dar forma às leis e certificar-se de que um soberano inteligente venha a reinar, essas são as tarefas de um ministro. É agora minha intenção alterar as leis, de forma a estabelecer uma governação ordeira, e reformar os ritos de modo a educar o povo, mas temo que o mundo me critique.”

3

公孫鞅曰:「臣聞之,『疑行無成,疑事無功,』君亟定變法之慮,殆無顧天下之議之也。且夫有高人之行者,固見負於世;有獨知之慮者,必見訾於民。語曰:『愚者闇於成事,知者見於未萌。民不可與慮始,而可與樂成。』郭偃之法曰:『論至德者,不和於俗;成大功者,不謀於眾。』法者,所以愛民也;禮者,所以便事也。是以聖人苟可以強國,不法其故;苟可以利民,不循其禮。」

Shang Yang disse: “Ouvi dizer que aquele que hesita agir nada consegue e que aquele que hesita nos problemas [da governação] não obtém mérito. Possa o Regente ser rápido a decidir sobre a alteração das leis, talvez sem prestar grande atenção às críticas do mundo. Além disso, aquele que se conduz a si mesmo como uma pessoa exemplar é, desde logo, detestado pelo mundo e aquele que pensa conhecer de modo independente é decerto desprezado pelo mundo. Há um dizer que afirma: ‘Os estúpidos nem sequer compreendem um problema mesmo depois deste estar resolvido, os sábios antecipam-no mesmo antes de surgir’. Não devemos deixar o povo ter conhecimento das origens de um problema, mas devemos deixá-lo regozijar com a sua resolução. A lei de Guo Yan diz: ‘Aqueles que se preocupam com as mais altas virtudes não estão em harmonia com as ideias do povo; aqueles que conseguem concretizar grandes trabalhos não se aconselham junto da turba’. A lei é uma expressão de amor pelo povo; os ritos são uma forma de fazer as coisas decorrer com suavidade. Como tal, se isso o fizer capaz de reforçar um estado, um sábio não segue os modelos da antiguidade, nem adere a ritos estabelecidos se isso o fizer capaz de beneficiar o povo.”

O Duque Xiao exprimiu o seu assentimento.

4

甘龍曰:「不然。臣聞之,聖人不易民而教,知者不變法而治。因民而教者,不勞而功成;據法而治者,吏習而民安。今若變法,不循秦國之故,更禮以教民,臣恐天下之議君,願孰察之。」

Porém, Gan Long disse: “Nada disso, pois ouvi dizer que ‘Um sage ensina sem mudar o povo e uma pessoa sábia consegue governar bem sem alterar as leis’. Se ensinarmos segundo o espírito do povo, o sucesso será obtido sem esforço; se governarmos aderindo à lei, os oficiais serão peritos nela e o povo viverá tranquilamente. Contudo, se o Regente alterar as leis sem seguir os antigos costumes do estado Qin, reformando os ritos de modo a educar o povo, temo que o império vos critique e desejo apenas que possais reflectir sobre isto profundamente.”

5

公孫鞅曰:「子之所言,世俗之言也。夫常人安於故習,學者溺於所聞。此兩者所以居官守法,非所與論於法之外也。三代不同禮而王,五霸不同法而霸,故知者作法,而愚者制焉;賢者更禮,而不肖者拘焉。拘禮之人,不足與言事;制法之人,不足與論變。君無疑矣。」

Shang Yang retorquiu: “Aquilo que o senhor defende é o ponto de vista do homem comum. De facto, o povo comum rege-se por velhas práticas e os estudantes estão imersos no estudo daquilo que lhes chega da antiguidade. Estes dois tipos de pessoa são suficientes para ocupar cargos e manter a lei, mas não são do género de poder participar numa discussão que vá além da lei. As Três Dinastias atingiram a supremacia graças a diferentes ritos e os cinco Lordes Protectores conseguiram oferecer a sua protecção graças a diferentes leis.

Assim, uma pessoa sábia cria leis, mas uma pessoa insensata é por elas controlada; uma pessoa talentosa reforma os ritos, mas uma pessoa imprestável é por eles escravizado. Não vale a pena discutir com uma pessoa escravizada pelos ritos; não vale a pena discutir reformas com uma pessoa controlada pelas leis. Possa o Regente não hesitar.”

6

杜摯曰:「臣聞之,利不百,不變法;功不十,不易器。臣聞法古無過,循禮無邪。君其圖之。」

Du Zhi disse: “A menos que a vantagem seja a cêntupla, não se deve reformar a lei; a menos que o benefício seja de dez vezes, não se deve alterar um instrumento. Ouvi dizer que ao seguir a antiguidade como exemplo é impossível errar, e que ao seguir ritos estabelecidos é impossível cometer ofensas. Possa o Regente ter esse fito.”

7

公孫鞅曰:「前世不同教,何古之法?帝王不相復,何禮之循?伏羲神農教而不誅,黃帝堯舜誅而不怒,及至文武,各當時而立法,因事而制禮。禮法以時而定,制令各順其宜,兵甲器備各便其用。臣故曰:『治世不一道,便國不必法古。』湯武之王也,不循古而興;殷夏之滅也,不易禮而亡。然則反古者未可必非,循禮者未足多是也。君無疑矣。」

8

Shang Yang retorquiu: “As gerações anteriores não seguiram todas as mesmas doutrinas, que antiguidade deveríamos então imitar? Os imperadores e reis não se copiaram uns aos outros, que ritos deveríamos então seguir? Fu Xi e Shennong ensinaram, mas não puniram; Huangdi, Yao e Shun puniram, mas sem ira; Wen Wang e Wu Wang ambos estabeleceram leis segundo aquilo que era oportuno e regularam os ritos segundo exigências de ordem prática; dado ritos e leis estarem fixos segundo o que era oportuno, todos os regulamentos e ordens eram expedientes e as armas, armaduras, utensílios e equipamento eram todos práticos. Por isso digo: ‘Há mais de uma forma de governar o mundo e não é necessário imitar a antiguidade de modo a tomar as medidas apropriadas para o estado’. Tang e Wu conseguiram atingir a supremacia sem seguirem a antiguidade, e quanto à queda de Yin e Xia, a sua ruína ocorreu sem que os ritos tivessem sido alterados. Como tal, aqueles que agiram contra a antiguidade não merecem necessariamente ser culpados, nem aqueles que seguiram ritos estabelecidos merecem grande elogio. Possa o Regente não hesitar.”

9

孝公曰:「善。吾聞窮巷多怪,曲學多辨。愚者之笑,智者哀焉;狂夫之樂,賢者喪焉。拘世以議,寡人不之疑矣。」

O Duque Xiao exclamou: “Excelente! Ouvi dizer que nas zonas pobres da província muita coisa é considerada estranha e que nas escolas de aldeia há muita discussão. Aquilo de que os insensatos riem faz chorar os sábios; a alegria de um louco é o desgosto de uma pessoa talentosa. Nos nossos planos, deveríamos ser guiados pelas necessidades do tempo – disto não duvido.”

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於是遂出墾草令。

Em resultado disto, o Regente deu ordens resolutas para cultivar as terras ao abandono.

18 Abr 2024

Burla | Perde 3,24 milhões em falso investimento

Uma mulher perdeu 3,24 milhões de patacas depois de acreditar que estava a fazer um investimento com lucro garantido. O caso foi relatado ontem pela Polícia Judiciária (PJ) e citado pelo jornal Ou Mun.

De acordo com as autoridades, a vítima instalou uma aplicação no telemóvel com investimento em acções, que prometia lucro em todos os investimentos. Ao pensar que ia sempre ganhar dinheiro, a mulher fez 16 transferências para 12 contas bancárias, acreditando que estava a investir em acções.

Como mais tarde não conseguiu levantar o montante investido, nem os supostos lucros, a mulher percebeu que tinha sido burlada. Após investigar as contas bancárias para onde foi enviado o dinheiro, a PJ deteve um homem, em Macau, que recebeu 1,4 milhões de dólares de Hong Kong com origem desconhecida. Entre este montante, as autoridades acreditam que 82 mil dólares de Hong Kong vieram da vítima, e que o restante pode estar ligado a outras três vítimas de burlas.

Quando foi detido, o homem declarou às autoridades que tinha recebido o dinheiro a pedido uma pessoa que tinha conhecido num casino. O detido afirmou também que apenas ajudou essa pessoa a movimentar dinheiro e que não cobrou qualquer comissão pela “ajuda”.

18 Abr 2024

Aterro-lixeira | Associação defende separação de resíduos

A Sociedade para a Protecção dos Golfinhos de Hong Kong defende que Macau pode apostar num posto de separação de resíduos como alternativa ao aterro-lixeira, que o Governo insiste em construir junto às praias do território.

De acordo com a informação publicada pela associação na rede social Facebook, a ideia de um posto de separação de resíduos foi apontada como viável por uma empresa do Interior, que construiu postos semelhantes em locais como Jilin, Pequim e Liaoning. A identidade da companhia não foi revelada.

A associação defende que a alternativa tem várias vantagens para o território, a nível do impacto ambiental, protecção dos golfinhos brancos e de uma melhor utilização dos recursos públicos.

Segundo as contas apresentadas, a construção de quatro estações de separação de resíduos vai ocupar cerca de 1,6 hectares, que contrastam com os 200 hectares do futuro aterro à frente das praias. Para se ter uma ideia da dimensão do futuro aterro, a área da chamada “ilha ecológica” é equivalente a dois campus da Universidade de Macau em Hengqin.

Além disso, a associação aponta que o aterro-lixeira vai custar 15,6 mil milhões de patacas, enquanto as quatro estações de separação de resíduos, em conjunto, teriam um custo de 13,2 milhões de patacas.

18 Abr 2024

Jogo VIP | Recitas sobem dois terços, mas ficam longe de 2019

As receitas provenientes das grandes apostas (jogo VIP) em Macau subiram dois terços no primeiro trimestre de 2024, mas representam menos de 40 por cento dos números registados antes da pandemia de covid-19, segundo dados oficiais.

Os casinos arrecadaram 14,4 mil milhões de patacas entre Janeiro e Março, no chamado jogo bacará VIP, um aumento de 67,8 por cento em comparação com igual período de 2023, revelou a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Este é o valor mais elevado para qualquer trimestre desde 2019, antes do início da pandemia. Ainda assim, o jogo VIP permanece longe do nível registado no primeiro trimestre de 2019, período em que este segmento registou apostas no valor de 37,2 mil milhões de patacas e representava 48,9 por cento das receitas dos casinos de Macau.

As grandes apostas, que se ficaram por uma fatia de 25 por cento entre Janeiro e Março, foram afectadas pela detenção do líder da maior empresa angariadora de apostas VIP do mundo, em Novembro de 2021. O antigo director executivo da Suncity, Alvin Chau, foi condenado em Janeiro de 2023 a 18 anos de prisão por exploração ilícita de jogo e sociedade secreta, num caso que fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau.

18 Abr 2024

FMI | Macau deverá crescer 13,9% este ano e 9,6% em 2025

A economia de Macau poderá crescer 13,9 por cento este ano, com a inflação a situar-se em 1,7 por cento, segundo a previsão do Fundo Monetário Internacional. Para 2025, a estimativa aponta para um arrefecimento do crescimento económico para 9,6 por cento, enquanto a inflação poderá subir para 2,3 por cento

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento da economia de Macau de 13,9 por cento para este e 9,6 por cento no próximo, estimando uma inflação de 1,7 por cento em 2024 e 2,3 por cento em 2025.

De acordo com as Perspectivas Económicas Mundiais, divulgadas ontem em Washington no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que arrancaram segunda-feira, a Região Administrativa Especial de Macau deverá também ver uma descida do desemprego, que cairá de 2,7 por cento, no ano passado, para 2 por cento este ano e 1,9 por cento no próximo ano.

O FMI tinha já avançado, no final de uma missão a Macau no início de Março, esperar um crescimento de 13,9 por cento em 2024 e regressar aos níveis pré-pandemia no próximo ano com a recuperação no sector do jogo e também “sólidos investimentos privados”, em parte ligados ao compromisso das operadoras de casino em investir em áreas não ligadas ao jogo.

As seis concessionárias de jogo comprometeram-se a investir mais de 100 mil milhões de patacas até ao final de 2032, no novo contrato de concessão válido por 10 anos, em vigor desde 1 de Janeiro de 2023.

O contrato previa ainda que, depois de as receitas dos casinos terem atingido 180 mil milhões de patacas em 2023, cada uma das operadoras terá de investir mais 2,4 mil milhões de patacas.

O mundo e nós

A nível global, o FMI melhorou em uma décima a previsão do crescimento mundial para 3,2 por cento este ano, taxa que também espera para o próximo ano. A instituição liderada por Kristalina Georgieva prevê que o crescimento global, estimado em 3,2 por cento em 2023, continue ao mesmo ritmo em 2024 e 2025.

A previsão para 2024 foi revista em alta em 0,1 ponto percentual (pp.) face ao relatório de Janeiro e em 0,3 (pp.) face a Outubro do ano passado.

Em relação à economia chinesa, o FMI estima um crescimento de 4,6 por cento este ano, abaixo do objectivo de “cerca de 5 por cento” fixado pelo Governo Central no início de Março. Entretanto, o valor do Produto Interno Bruto chinês do primeiro trimestre de 2024, anunciado por Pequim na terça-feira, representa um crescimento de 5,3 por cento, ultrapassando as previsões.

18 Abr 2024

Livros de Marina Palácio apresentados hoje na Livraria Portuguesa

Decorre hoje, na Livraria Portuguesa, entre as 18h30 e as 19h30, a apresentação de dois livros infantis da autora e ilustradora Marina Palácio, no âmbito do festival Letras & Companhia, destinado a pais e filhos e promovido pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). Os livros têm por nome “Tratado do Silêncio” e “Árvore do Tempo”.

Nascida em Lisboa em 1971, Marina Palácio está ligada à área do teatro há mais de 20 anos, sendo autora de diversos livros para crianças. Marina Palácio já recebeu o Prémio de Ilustração do Festival de BD da Amadora – Melhor Ilustração Infantil 2003 pelas ilustrações do livro “O Circo da Lua”.

A autora criou ainda diversas oficinas de leitura e criatividade para crianças e adultos, associadas ao universo dos livros, mas não só, “cruzando conceitos e materiais não convencionais”. O IPOR descreve ainda que a autora tem procurado, com o seu trabalho, “sensibilizar para as diferentes formas de leituras dos livros e do mundo através de criação de laboratórios plásticos, ilustração, natureza, ciência, provocando experiências estéticas, poéticas, sensoriais e imaginativas”.

Ensinar os outros

Também este sábado Marina Palácio será protagonista de outra actividade do festival Letras & Companhia, desta vez destinada à formação de professores. “Ler e Jogar – Mediação de Leitura criativa através do Livro, Arte e Natureza” acontece na sede do IPOR entre as 9h30 e as 14h, destinando-se a professores e agentes do ensino dos níveis infantil, primário, básico e secundário.

O objectivo aqui é explorar a relação da criança com o livro, sendo “Ler e Jogar” um “laboratório de partilha para poetas da curiosidade de como sentir o Livro como um Jogo, um tabuleiro com um percurso”, com cruzamento de ideias e noções.

Também no sábado, entre as 15h30 e as 17h30, no IPOR, Marina Palácio irá dar o workshop “Ser e Estar – A coexistência pacífica entre o homem-homem e homem-natureza!”, tratando-se esta iniciativa de uma oficina de escrita criativa que gira em torno da ilustração, biodiversidade, história universal e natureza humana.

Nesta oficina pretende-se que os participantes façam uma leitura e interpretação da ideia de “Nós e o Mundo” e de que “todos somos diferentes interior e exteriormente”. “Será que há uma tendência para a cópia na forma de estar? É difícil ter opinião própria? Quem sou eu, quem poderei ser? Porquê é que é tão difícil conseguir resolver situações de conflito entre o homem-homem e a natureza? O que o Mundo espera de nós? É possível mudar o Mundo para melhor? Como poderemos estar no Mundo de forma positiva e criadora?”, descreve-se no programa do festival.

Entretanto, esta segunda-feira foi inaugurado o Mercado das Letrinhas, em parceria com a Livraria Portuguesa, e que pode ser visitado até ao dia 7 de Maio. Trata-se de uma feira de livros infantis com publicações em português, chinês e inglês em torno do tema do festival, que é a saúde mental.

Também pode ser vista até ao dia 7 de Maio a exposição “O que senti durante a pandemia”, com trabalhos de alunos e da designer Clara Brito sobre esta temática. Esta mostra está patente no Café Oriente do IPOR.

17 Abr 2024

China-Alemanha | Scholz pede a Xi Jinping que actue em prol de uma “paz justa”

O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu ontem junto do Presidente chinês, Xi Jinping, um acordo com a China sobre a melhor forma de alcançar uma “paz justa” na Ucrânia. Scholz chegou à China no domingo, acompanhado por uma grande delegação de ministros e líderes empresariais. Esta é a sua segunda visita ao país desde que tomou posse no final de 2021.

Durante a visita de três dias, que incluiu paragens em Chongqing, Xangai e Pequim, o líder alemão tentou reforçar os laços económicos do seu país com a China, o principal parceiro comercial da Alemanha, ao mesmo tempo que representa uma União Europeia (UE) que quer ser menos dependente economicamente do país asiático.

No complexo diplomático de Diaoyutai, em Pequim, Olaf Scholz disse a Xi que queria discutir uma forma de “contribuir mais para uma paz justa na Ucrânia”.

Relativamente à crise ucraniana, a China apela ao diálogo, opõe-se a qualquer utilização de armas nucleares e apela ao respeito pela integridade territorial de “todos os países”, ou seja, da Ucrânia. Mas Pequim nunca condenou publicamente Moscovo pela sua invasão da Ucrânia e pede regularmente que sejam tidas em conta as preocupações de segurança de todas as partes, incluindo as da Rússia face à NATO.

“A guerra de agressão russa na Ucrânia e o armamento da Rússia estão a ter um impacto negativo muito significativo na segurança da Europa”, disse Olaf Scholz a Xi Jinping, de acordo com uma gravação fornecida pelo gabinete do Chanceler.

“O conflito afecta directamente os nossos interesses fundamentais”, continuou Scholz. “Indirectamente, prejudica toda a ordem internacional porque viola um princípio da Carta das Nações Unidas – o princípio da inviolabilidade das fronteiras dos Estados”, acrescentou.

Potências responsáveis

“China e Alemanha são a segunda e a terceira maiores economias do mundo”, afirmou Xi Jinping. “A importância de consolidar e desenvolver as relações sino – alemãs vai para além das relações bilaterais e tem um impacto significativo na eurásia e até no mundo inteiro”.

O líder chinês apresentou ao seu interlocutor aquilo que os órgãos chineses apresentaram como “quatro princípios” para evitar que a crise “fique fora de controlo e para restaurar a paz”.

A CCTV difundiu um vídeo dos dois homens a passear depois das discussões, entre árvores floridas, pontes de pedra e edifícios tradicionais chineses com colunas vermelhas. Olaf Scholz deve manter ainda conversações com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e reunir-se com o Comité Económico China – Alemanha.

17 Abr 2024

Alemanha | Xi avisa país para ter cuidado com “crescente proteccionismo”

O Presidente chinês, Xi Jinping, garantiu ontem ao Chanceler alemão, Olaf Scholz, que a cooperação entre a China e Alemanha “não é arriscada” e que ambas as partes devem “ter cuidado com o crescente proteccionismo”.

“Não há riscos na nossa cooperação. A nossa cooperação é uma garantia para a estabilidade das nossas relações e uma oportunidade para criar um futuro. Existe um enorme potencial, quer em domínios tradicionais como a maquinaria e os automóveis, quer em novos domínios como a transformação ecológica, a digitalização e a inteligência artificial”, disse Xi, numa reunião, em Pequim, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado.

De acordo com o líder chinês, a cooperação sino – alemã é “benéfica para todas as partes e para o mundo”, acrescentando ainda que “a política da China em relação à Alemanha é consistente”.

“Devemos continuar a manter intercâmbios estreitos com uma mente aberta, aderir ao respeito mútuo e procurar um terreno comum, sendo capazes de resolver as nossas diferenças”, disse. Xi realçou ainda que “as cadeias industriais e de abastecimento da China e da Alemanha estão profundamente enraizadas uma na outra e os mercados dos dois países são altamente interdependentes”.

“As exportações chinesas de veículos eléctricos, baterias de lítio ou produtos fotovoltaicos não só enriqueceram a oferta global e aliviaram a pressão inflacionista global, como também contribuíram grandemente para a resposta global às alterações climáticas e para a transformação verde e com baixas emissões de carbono”, afirmou.

“Temos de ter cuidado com o proteccionismo. Temos de analisar as questões relacionadas com a capacidade de produção de forma objectiva, numa perspectiva de mercado e numa perspectiva global. A China adere a uma política nacional de abertura e espera que a Alemanha proporcione um ambiente de negócios justo, transparente, aberto e não discriminatório para as empresas chinesas”, disse.

O líder chinês afirmou ainda que os laços entre China e Alemanha têm um impacto “importante” na eurásia e em “todo o mundo”, pelo que os dois países devem “desenvolver os seus laços numa perspectiva estratégica e de longo prazo”, a fim de “injectar mais estabilidade e certeza no mundo”.

Competição saudável

Scholz afirmou que “a Alemanha está disposta a trabalhar com a China para reforçar ainda mais as relações bilaterais, aprofundar o diálogo e a cooperação em vários domínios”, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A Alemanha opõe-se ao proteccionismo e apoia o comércio livre. A Alemanha está disposta a reforçar a comunicação e a coordenação com a China para responder conjuntamente aos desafios globais”, afirmou.

Na segunda-feira passada, Scholz disse em Xangai que ia abordar as condições para uma concorrência leal, a transformação verde e o investimento, no seu encontro com Xi, numa altura em que existe preocupação com o impacto dos veículos eléctricos fabricados na China no mercado europeu.

O chanceler sublinhou em Xangai, onde visitou uma empresa alemã de plásticos que trabalha com tecnologias verdes e sustentáveis, que a economia da Alemanha, “um dos países exportadores mais bem-sucedidos do mundo”, baseia-se em ser “globalmente competitiva”, defendendo ao mesmo tempo “condições de concorrência leal” e não “proteccionismo”.

A nível geopolítico, Scholz disse que ia pedir a Xi que a China deixasse de fornecer bens civis e militares de dupla utilização à Rússia, uma vez que “ninguém deve contribuir” para a “guerra de conquista” de Moscovo na Ucrânia, um conflito sobre o qual Pequim tem adoptado uma posição ambígua.

17 Abr 2024

PJ | Mulher presa por receber dinheiro de burlas

Uma mulher com cerca de 40 anos foi detida, depois de ter criado uma conta bancária em Hong Kong, onde foram depositados 1,65 milhões de dólares de Hong Kong que resultaram da burla a um residente. A detenção foi anunciada ontem pela Polícia Judiciária, e realizada quando a mulher tentou entrar em Macau, através das Portas do Cerco.

A burla tinha ocorrido a 24 de Agosto do ano passado, quando um jovem recebeu uma chamada de alguém que se fez passar pela polícia de Xangai. Nessa conversa, a vítima aceitou uma chamada de vídeo para mostrar os dados da conta bancária às pessoas que simularam ser as autoridades do Interior.

Com a cooperação da vítima, os burlões conseguiram transferir 6,85 milhões de dólares de Hong Kong para diferentes contas bancárias na RAEHK. Como o jovem achou todo o procedimento suspeito, acabou por apresentar queixa mais tarde, a 5 de Setembro.

Durante as investigações, a polícia conseguiu identificar a proprietária de uma das contas para a qual tinha sido transferido parte do dinheiro, neste caso 1,65 milhões dólares de Hong Kong.

Com a identidade da proprietária da conta, as autoridades procederam à detenção, assim que a mulher tentou entrar em Macau. Quando confrontada com o crime, a mulher reconheceu que tinha aberto várias contas em Hong Kong, a pedido de uma rede de burlões. A detida afirmou ainda que lhe tinha sido prometido 20 por cento de todo o dinheiro que entrasse nas contas, mas lamentou o facto de nunca ter sido paga.

17 Abr 2024

BNU | Previsto crescimento acima das expectativas

O presidente da Comissão Executiva do Banco Nacional Ultramarino, Carlos Cid Álvares, acredita que o crescimento económico do território pode ficar acima da previsão de várias instituições.

A postura optimista foi revelada em declarações ao Canal Macau, quando foi questionado sobre as previsões da Universidade de Macau, que aponta que o crescimento do produto interno bruto atinja os 17 por cento.

De acordo com Carlos Cid Álvares, a economia está a recuperar e esse aspecto é visível nas ruas de Macau. Sobre o mercado do imobiliário, em que as transacções e os preços estão em quebra face aos anos anteriores, Carlos Cid Álvares afirmou acreditar que o Executivo vai continuar a acompanhar a evolução da situação e que no futuro poderá tomar mais medidas para tornar o mercado mais fluído. O presidente do BNU considerou ainda positiva a decisão do Executivo em abolir medidas fiscais relacionadas com a transacção de imóveis.

17 Abr 2024

Galaxy | Abertas 40 vagas para atendimento ao cliente e segurança

A Galaxy Entertainment Group, em colaboração com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), vai abrir dois planos de recrutamento de profissionais dos ramos do atendimento ao cliente e segurança, que incluem formações especializadas. No total, serão disponibilizadas 40 vagas para as quais abriram hoje as candidaturas.

A DSAL salienta que os recrutamentos vão seguir o regime “primeiro contratação, depois formação”.

Para a área de atendimento ao cliente serão recrutados 25 profissionais, e 15 para a segurança. Após a admissão, a Galaxy irá providenciar formação, tendo em conta o posto assumido pelo candidato. Serão administradas formações como “o curso básico de atendimento ao cliente, inglês prático Linguaskill General da Cambridge (oralidade) e o curso de formação em vendas”, para os profissionais de atendimento ao cliente. Para a área da segurança, haverá formação “em serviços de segurança e respectivas técnicas, qualificação segundo o Sistema de Reconhecimento de Habilitações Profissionais de Macau (MORS, na sigla inglesa) e a formação para obtenção do cartão de segurança ocupacional nas indústrias da hotelaria e restauração”.

Quem tive bom desempenho nas formações terá “oportunidade de progressão e ajustamento salarial”.

As candidaturas arrancam hoje e encerram a 24 de Abril. No dia 25 de Abril e no dia 3 de Maio, dependendo dos sectores, serão organizadas palestras para explicar aos candidatos escolhidos o conteúdo de cada acção formativa e os níveis de carreira, seguidas de entrevistas.

17 Abr 2024

Segurança nacional | Associações defendem divulgação

Um conjunto de associações tradicionais manifestou o apoio ao reforço e divulgação da segurança nacional, no âmbito da inauguração da Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional, patente no edifício do Fórum Macau.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o deputado e presidente da Associação Comercial de Macau, Chui Sai Cheong salientou que o Governo alterou a lei de defesa da segurança do Estado no ano passado, e que esta revisão legal foi a iniciativa mais importantes e oportuna para lutar com eficácia contra riscos e ameaças.

Por sua vez, a presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Ng Sio Lai, voltou a dar eco ao conceito de que o mundo entrou num período único de mudanças turbulentas e que a situação da segurança geral está num estado crítico, sem especificar concretamente. Por esta razão, a responsável garantiu que a associação vai organizar activamente mais visitas à exposição sobre a educação da segurança nacional e continuar a divulgar a lei relativa à defesa da segurança do Estado.

Já o presidente da Federação de Juventude de Macau e director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, destacou que é necessário prevenir riscos potenciais num contexto de modernidade e de novas tecnologias.

Também a Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) tem à entrada da sede uma mensagem de apoio à exposição e à preservação da segurança nacional com a frase “Apoiamos com patriotismo a política de segurança do Estado chinês”. Ao HM, Jorge Fão, dirigente da associação, declarou que “sendo a APOMAC uma organização local, entendemos que devemos apoiar inequivocamente a política de defesa do Governo chinês”. HM / A.S.S.

17 Abr 2024

CCAC | Deputados preocupados com saídas

Deputados mostraram-se ontem preocupados com o facto de o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) estar a perder trabalhadores. O assunto foi discutido na 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que está a analisar na especialidade a revisão à lei do estatuto orgânico do CCAC.

De acordo com o resumo da reunião de ontem, feito pela presidente da comissão, Ella Lei, e citado pelo canal chinês da Rádio Macau, os deputados partilharam com o comissário Chan Tsz King a preocupação com as saídas de investigadores do organismo.

Por sua vez, o comissário explicou que actualmente o número de investigadores estabilizou em cerca de 110, e que a maior parte tem como qualificações académicas a licenciatura ou um grau superior. Por outro lado, o CCAC explicou também que está a recrutar funcionários e que nos últimos exames de admissão cerca de 90 por cento tinha como qualificações pelo menos o grau de licenciatura.

Segundo Ella Lei, na reunião de ontem foi ainda abordado o papel do CCAC como instituição de aconselhamento legal a outros departamentos do Governo. De acordo com a versão da deputada, depois das alterações à lei serem aprovadas vão ficar mais claras as situações em que o CCAC pode intervir, e também fica definido um prazo de 15 dias para responder às solicitações.

17 Abr 2024

Médio Oriente | Pequim apela novamente à contenção para evitar escalada

A China voltou ontem a apelar à contenção de todas as partes, depois de o Irão ter disparado no sábado dezenas de veículos aéreos não tripulados (“drones”) e mísseis contra Israel.

“A China apela às partes para que mantenham a calma e a contenção para evitar uma nova escalada das tensões”, respondeu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, quando questionado sobre se a China está preocupada em ser arrastada para um conflito.

No domingo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou a sua preocupação “com a actual escalada da situação” na região e apelou a “todas as partes para que mantenham a calma e a contenção”. A diplomacia chinesa apelou igualmente à comunidade internacional, “especialmente aos países influentes”, para que desempenhem “um papel construtivo na manutenção da paz e da estabilidade regionais”.

Na semana passada, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, condenou “veementemente” o ataque atribuído por Israel ao consulado iraniano em Damasco, numa conversa com o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na qual apelou também ao respeito pela soberania do Irão e da Síria. Durante a conversa, Wang sublinhou a “inviolabilidade” das instituições diplomáticas.

A China reiterou que o recente aumento das tensões é “uma extensão” do conflito em Gaza e que, por conseguinte, a “prioridade imediata” é “acalmar a situação” nessa zona.

Desde Outubro passado, Pequim tem manifestado o seu apoio à “causa justa do povo palestiniano para restabelecer os seus direitos e interesses legítimos” e à solução de dois Estados, ao mesmo tempo que exprime a sua “consternação” face aos ataques contra civis por parte de Israel, que tem instado repetidamente a respeitar a Carta das Nações Unidas.

16 Abr 2024

Pequim | Meia Maratona investiga vitória polémica de atleta

Os organizadores da Meia Maratona de Pequim instauraram ontem um inquérito à vitória do chinês He Jie, por aparente desinteresse dos adversários em vencer a prova disputada no domingo.

He Jie, de 25 anos, medalha de ouro na maratona dos Jogos Asiáticos de 2023, venceu a corrida chinesa, com um segundo de vantagem sobre os quenianos Robert Keter e Willy Mnangat e sobre o etíope Dejene Hailu.

Na chegada, nenhum dos três forçou o ritmo e Hailu até parece abrandar e encaminhar o chinês para a abordagem à meta. “Estamos a investigar e anunciaremos a conclusão ao público quando for conhecida”, disse ontem um funcionário da cidade de Pequim responsável pelos desportos, citado pela agência noticiosa AFP, sob anonimato.

16 Abr 2024