A pandemia tem de ir morrer longe

Por André Namora

Li muito do filósofo escocês David Hume, um homem excepcional que faleceu em 1776. A sua principal obra foi a “Investigação sobre os Princípios da Moral”. Cada vez que mais o lia mais discordava com ele, apercebendo-me que eu era uma formiga intelectual ao pé de um elefante. O genial David Hume teorizava sobre questões epistemológicas – aquelas que tratam da natureza do conhecimento. Seus pensamentos foram revolucionários o que o levou a ser acusado de heresia pela Igreja Católica por ter ideias associadas ao ateísmo e ao cepticismo. Compõs a famosa tríade do empirismo britânico, sendo considerado um dos mais importantes pensadores do chamado iluminismo escocês e da própria filosofia ocidental. Dizia que era impossível provar a existência de Deus. Opôs-se particularmente a Descartes e às filosofias que consideravam o espírito humano desde um ponto de vista teológico-metafísico. Assim David Hume abriu caminho à aplicação do método experimental aos fenómenos mentais. A sua importância no desenvolvimento do pensamento contemporâneo é considerável. Somente no fim do século XX os comentadores se empenharam em mostrar o carácter positive e construtivo do seu projecto filosófico.

Mas, ó André, a que propósito vens com filosofias? Não seria empírico falares sobre o que nos desgosta em Portugal?

Precisamente, apresentei-vos David Hume porque ele escreveu uma vez que nada se destruía ou tudo desapareceria. Discordei logo dele. Primeiramente, não concebo que muitas coisas não se destruam quando, por exemplo, entre milhares de factos, estamos desde Março a aturar e a sofrer com uma pandemia que já matou milhões de pessoas em todo o mundo. O confinamento foi terrível e levou um amigo meu ao suicídio, o que aconteceu com tantos humanos que não aguentaram o enjaulamento caseiro e a progressiva deterioração na relação com a companheira ou vice-versa, tendo, alguns, os filhos pelo meio a enlouquecer o cérebro dos pais. Uma pandemia que nos trouxe a covid-19, algo ainda hoje inexplicável. O Coronavírus pulula pelo mundo há anos e a ciência tem andado sempre no seu alcance e no seu controlo. De repente, foi denominado de covid-19 e começou a matar humanos por todo o mundo, particularmente nos EUA, Brasil, China e Índia. As especulações são imensas: guerra entre americanos e chineses com o objectivo da destruição económica, anulação de metade da população de velhos no mundo em especial porque os governos já não têm dinheiro para pagar as reformas e para sustentar os organismos de apoio à saúde, uma tentativa da China de colocar Donald Trump na ordem ou no jazigo, farmacêuticas e laboratórios que viram a porta aberta para a angariação de biliões de dólares, enfim, uma panóplia de teorias de conspiração que levou às mais variadas opiniões de especialistas, cientistas, simples clínicos, comentadores de televisão e até políticos, esses incompetentes que nem das suas tutelas entendem quanto mais de uma pandemia.

Ainda bem que já estamos em 2021, um novo ano que nos leva a ter esperança que tudo poderá melhorar. É uma esperança, porque se um rochedo dos Himalaias ou da Serra da Estrela dá razão a David Hume em nunca se destruir e assistirem à vivência milenar de gerações atrás de gerações, também temos de pensar que o vírus tem de desaparecer para Júpiter ou Saturno, mas que não nos mate mais. Agora assistimos ao negócio das vacinas. Esperemos que a ciência ganhe a batalha e que o inacreditável da criação de uma vacina em tão pouco tempo possa dar o efeito desejado, mesmo que seja um dos maiores negócios lucrativos do globo.

O ano que terminou nem queremos lembrá-lo. Mudou o mundo, as pessoas, as estruturas, os pensamentos, os investimentos. Mudou a estabilidade de milhares de empresas. Deixou milhares no desemprego. Obrigou patrões pela primeira vez a despedirem trabalhadores fiéis de dezenas de anos com as lágrimas nos olhos. Obrigou jornais e revistas a encerrar. Obrigou casais a divorciarem-se porque a maioria dos homens nunca esteve habituada a não sair à noite para tomar um copo com as amigas e amigos. Obrigou os políticos a mentir nos números de infectados e de óbitos no respeitante à covid-19. Obrigou os médicos e enfermeiros a trabalhar como nunca pensaram e a sofrer desmesuradamente por se sentirem impotentes quando os seus doentes lhe morriam nos braços devido a esse vírus maldito.

Por aqui, em Portugal, ai, meus leitores de Macau. A situação é horrível. Não houve Natal, não se festejou a passagem de ano, os restaurantes têm ido à falência, os hotéis estão vazios, os táxis estão sem clientes, os cabeleireiros nem sabem se os seus clientes mais idosos morreram ou não saem de casa desde Março. Meus amigos, que conhecem Portugal, dizer-vos que aquelas tascas maravilhosas à beira das estradas que serviam bifanas e pregos de provocar a lambidela dos dedos também têm encerrado as portas. Estão a morrer quase 80 pessoas por dia. O recorde de infectados chegou quase aos oito mil em 24 horas. Que o novo ano venha cheio de sorte, fé, amor e saúde! Que encha os nossos dias de força, de coragem e de pessoas de luz nas nossas vidas! Que nos ajude a manter o foco e a fé no que realmente importa! Que alivie o peso das lutas e nos traga paz! Que nos faça acreditar que aconteça o que acontecer, há sempre um sol por detrás dos dias escuros e nublados… há sempre! E que todos nós, em 2021 possamos dizer: fuck… estou a viver o melhor ano da minha vida,

Desculpa, meu admirado David Hume, algo tem de terminar para bem de todos nós. Não podemos continuar a sofrer como tem acontecido desde Março do ano passado. A pandemia tem de ir morrer muito longe…

*Texto escrito com a antiga grafia

– Artigo escrito em 3/01/2021

11 Jan 2021

A Emergência do Buda e a Pintura

Sakyamuni, o Buda histórico, depois de abandonar o palácio retirou-se para as montanhas em busca de iluminação acompanhado de cinco outros ascetas e lá ficou durante seis anos, até que uma jovem, Sujata, lhe ofereceu um pouco de leite de arroz que ele, inesperadamente bebeu, terminando assim o jejum. Decepcionados , os seus companheiros deixaram-no e ele, sozinho, decide descer das montanhas e regressar ao convívio social, em direcção a Gaya, no actual Estado indiano de Bihar onde, debaixo da árvore Bodhi, alcançaria finalmente a iluminação. Os pintores adeptos do Chan, particularmente durante a dinastia Song (960-1279) encontrariam numa destas etapas do percurso do Buda, um motivo que visualmente ajudava a esclarecer a doutrina. Designaram-no Chushan Shijia (em japonês Shussan Shaka), o «Sakyamuni emergindo da montanha» e continha uma série de atributos que, mostrados em certas ocasiões, ajudava a reflexão dos monges e eram reconhecidos entre uma minoria de literatos da elite. Entre esses elementos, estavam: a dificuldade de atingir a iluminação, a necessidade do retiro espiritual mas também um aviso: o afastamento total do mundo dos homens não é desejável. Ao olhar para uma pintura feita por um monge do século XIII de quem pouco mais se sabe que um nome, Hu Zhifu, essa encenação como exemplo, fica clara. Essa pintura, que se encontra no Smithsonian, Galeria Nacional de Arte Asiática em Washington, DC (rolo vertical em tinta sobre papel, montado num painel, 92 x 31,7 cm) reluz no espírito como um espelho: um homem frágil, cansado, vem sozinho, as mãos escondidas, os pés nus, um à frente do outro parece caminhar, saindo de uma massa rochosa – uma montanha. Um elemento que se tornaria central na pintura shanshui que desde então ocuparia o pincel de grandes mestres nos anos seguintes.

Zhu Ruoji, que adoptaria o nome Yuanji Shitao (1642-1707) ao entrar para um mosteiro budista em 1651, seria um desses mestres que procurou transmitir o Chan sem usar palavras. Teria vinte e cinco anos quando, utilizando um outro ícone do Budismo, os «Dezasseis Luohans» faria numa extensa pintura (rolo horizontal, 46,4 x 598,8 cm, a tinta sobre papel) que se encontra no Metmuseum em Nova Iorque, uma sedutora demonstração das possibilidades do uso do traço da tinta preta. Numa pintura que se desenrola tendo como fundo uma «onda de pedra», estão figurados os dezasseis discípulos a quem o Buda pediu que aguardassem na montanha a emergência do Maitreya, o buda do futuro. Mas o que prende o olhar de todos é a aparição de um dragão, o agente das infinitas metamorfoses da Natureza que foi libertado, a partir dos vapores de um pequeno vaso, por um dos discípulos. A sua mão alçada, semelhante à de um pintor segurando um pincel, será um gesto visionário, uma iluminação como a que as mãos do Buda têm o poder de revelar.

11 Jan 2021

Despedimento no Ministério Público chega aos tribunais

A trabalhadora despedida do Ministério Público (MP), Tang Weng Ian, fez entrar no Tribunal de Segunda Instância (TSI) um processo a contestar o processo do despedimento. Segundo o HM apurou, a queixa terá dado entrada no tribunal na semana passado.

Tang era funcionária do Gabinete do Procurador do MP há mais de 10 anos, até que em Dezembro do ano passado lhe foi comunicado que seria despedida por extinção de posto do trabalho. A sugestão do despedimento partiu do Procurador-Adjunto Vong Vai Va, com a aprovação do Procurador Ip Son Sang.

Devido aos 60 dias com que a decisão tem de ser comunicada, a trabalhadora vai ficar no MP até Fevereiro, mas, entretanto, está a recorrer aos tribunais para tentar cancelar a decisão.

11 Jan 2021

Motorista desvia 7,71 milhões em fichas de jogo

Um motorista é suspeito de ter desviado 7,71 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em fichas de jogo, pertencentes ao seu empregador, um homem de negócios. Segundo o jornal Ou Mun, tudo começou após a vítima ter assinado um contrato no valor de 30 milhões de HKD com uma sala VIP, no Cotai.

Depois de ter perdido 27,29 milhões de HKD, a vítima viria a reforçar o montante disponível com mais 20 milhões em fichas de jogo, tendo pedido ao motorista que, do valor total, disponível, fossem transferidos 15 milhões de HKD para a conta de um amigo. Embora a transferência tenha acontecido, o restante valor, cerca de 7,71 milhões de HKD foi desviado pelo suspeito.

Após ter tentado contactar o motorista por diversas vezes, sem sucesso, a vítima apresentou queixa junto da Polícia Judiciária (PJ). No rescaldo da investigação, uma mulher afecta a uma empresa de junkets que jogou com o suspeito foi detida. O motorista continua a monte.

11 Jan 2021

Economia | Joey Lao prevê preços a nível moderado até Junho

O deputado e economista Joey Lao apontou que a procura externa em Macau é baixa, por isso prevê que os preços vão manter-se a um nível moderado nos primeiros seis meses do ano. A previsão foi feita em declarações ao jornal Ou Mun e não tem em conta eventuais impactos extremos da pandemia.

O também presidente da direcção da Associação Económica de Macau justificou a previsão com o facto de a subida dos preços ser principalmente impulsionada pela procura externa. Ao mesmo tempo, explicou que a procura interna não deverá ser responsável por um aumento, uma vez que o rendimento da população diminuiu e que a procura interna encontra-se também enfraquecida. Outro factor que Joey Lao considera irá ter impacto no preço dos bens é a política de abertura das fronteiras, mas o economista sublinhou que neste capítulo não se esperam mudanças significativas.

O mesmo responsável avançou ainda que os preços no segundo semestre do ano dependem do desenvolvimento do covid-19, a política de imigração, bem como da recuperação da procura externa. Joey Lao afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos segundo e terceiro trimestres do ano passado registaram quebras de 60 por cento devido à pandemia, e que o consumo está num nível baixo, com os preços dos bens em quebra há três meses consecutivos, face ao mesmo registo do ano anterior.

11 Jan 2021

CCAC / CA | Wong Kit Cheng questiona aplicação das recomendações

A deputada Wong Kit Cheng quer saber as medidas que vão ser aplicadas pelo Governo para que seja feito o acompanhamento à aplicação das recomendações do Comissariado Contra a Corrupção e do Comissariado de Auditoria.

De acordo com uma interpelação divulgada ontem, a legisladora apoiada pela Associação das Mulheres pretende saber que mecanismos vão ser implementados para garantir que os departamentos públicos e empresas com capitais públicos implementem as recomendações sugeridas pelas duas instituições de supervisão.

Ao mesmo tempo, Wong questiona ainda como o CCAC e o CA se vão coordenar com o Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, outra entidade de supervisão criada com a subida de Ho Iat Seng ao poder.

11 Jan 2021

Presidenciais em Portugal | Portugueses em Hong Kong sem possibilidade de votar devido à pandemia

Os portugueses que residem em Hong Kong não vão conseguir votar nas eleições presidenciais marcadas para 24 de Janeiro por causa das restrições da pandemia, disse à Lusa o cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong. “Em Hong Kong não haverá mesas de voto. Infelizmente os portugueses residentes em Hong Kong não terão hipótese de votar para as presidenciais, uma vez que o voto é apenas presencial”, explicou Paulo Cunha-Alves.

O cônsul precisou que, devido às restrições da pandemia, os portugueses a residir em Hong Kong apenas poderiam votar em Macau se cumprissem previamente no território 21 dias de quarentena. E quando regressassem a Hong Kong, acrescente-se, seriam obrigados a cumprir uma outra quarentena, de 14 dias.

Já em Macau, serão tomadas simplesmente “as medidas habituais, já em curso”: “uso de máscara, medição de temperatura à entrada da chancelaria e recomendação aos votantes para manterem uma certa distância social”.

As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de Janeiro de 2021, mas é possível votar antecipadamente entre 12 e 20 de Janeiro. Esta possibilidade destina-se a pessoas em confinamento domiciliário devido à pandemia de covid-19, emigrantes ou trabalhadores deslocados no estrangeiro e outros cidadãos que prefiram exercer o seu direito noutra assembleia de voto que não a sua em todo o país (17 de Janeiro numa qualquer autarquia).

Hong Kong registou mais de nove mil infectados e de 150 mortos desde o início da pandemia. Já Macau não regista há mais de seis meses qualquer caso, não tendo identificado qualquer surto local ou contabilizado qualquer morte.

10 Jan 2021

Mike Pompeo levanta “todas as restrições” às relações de responsáveis dos EUA com Taiwan

O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, anunciou no sábado que os EUA decidiram levantar “todas as restrições” impostas a responsáveis e representantes do país nas suas relações com Taiwan.

“Hoje, anuncio que estou a levantar todas estas restrições auto-impostas”, afirmou o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, acrescentando que as representações do executivo norte-americano devem “considerar nulas todas as ‘diretrizes de contacto'” relativas às relações com Taiwan anteriormente emitidas pelo Departamento de Estado, lê-se no comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.

Além disso, toda e qualquer secção do Manual de Negócios Estrangeiros que tenham “a intenção de regular o envolvimento do ramo executivo com Taiwan, através de qualquer entidade que não seja o Instituto Americano em Taiwan (AIT), são também anuladas por este meio”, especifica o secretário de Estado norte-americano.

“As relações […] com Taiwan devem ser tratadas pela organização sem fins lucrativos AIT, tal como estipulado na Lei de Relações de Taiwan”, frisa.

Segundo Pompeo, o governo dos Estados Unidos mantém relações com parceiros não oficiais em todo o mundo “e Taiwan não é exceção”.

“As nossas duas democracias partilham valores comuns de liberdade individual, o Estado de direito, e o respeito pela dignidade humana. A declaração de hoje reconhece que a relação EUA-Taiwan não precisa, e não deve, ser restringida por restrições autoimpostas da nossa burocracia permanente”, conclui Pompeo.

Ainda de acordo com o comunicado, Pompeo considera que “Taiwan é uma democracia vibrante e um parceiro fiável dos Estados Unidos”.

No entanto, há várias décadas que o Departamento de Estado tem criado restrições internas, complexas, para os seus diplomatas, membros de serviços, e outros funcionários nas suas relações com os seus homólogos de Taiwan, sublinhou Pompeo.

Pompeo explica que o governo dos Estados Unidos tomou “estas medidas unilateralmente, numa tentativa de apaziguar o regime comunista de Pequim”.

A decisão de hoje foi anunciada depois de a China ter advertido na quinta-feira os Estados Unidos de que vão pagar “um preço alto” se a embaixadora norte-americana na ONU visitar Taiwan nos próximos dias, como anunciado pelo Departamento de Estado dos EUA.

“Os Estados Unidos pagarão um preço alto pela má ação” e “a China insta os Estados Unidos a pararem com a sua provocação louca, a deixarem de criar novas dificuldades para as relações sino-americanas e para a cooperação dos dois países no seio das Nações Unidas”, de acordo com uma declaração da missão chinesa junto da ONU, divulgada na quinta-feira.

A China “opõe-se firmemente” a esta visita de Kelly Craft e apelou aos Estados Unidos para “deixarem de ir mais além no caminho errado”, reiterando a posição de Pequim de que existe uma só China e Taiwan é apenas uma província.

A data precisa da viagem da Kelly Craft ainda não foi divulgada.

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Kelly Craft, vai visitar Taipé entre 13 e 15 de janeiro, nas vésperas de o presidente eleito Joe Biden tomar posse.

A Missão dos Estados Unidos nas Nações Unidas afirmou naquela quinta-feira que a visita “reforça o forte e contínuo apoio do Governo dos Estados Unidos ao espaço internacional de Taiwan”.

Um porta-voz do gabinete presidencial de Taiwan apontou que o território, que funciona como uma entidade política soberana, apesar da oposição de Pequim, “saúda sinceramente” a visita, e que as discussões finais sobre a viagem ainda estão em andamento.

Esta visita é um “símbolo da sólida amizade entre Taiwan e os EUA e ajudará a aprofundar a parceria EUA – Taiwan”, disse o porta-voz.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou na quinta-feira que a viagem de Craft visa demonstrar o que “uma China livre poderia alcançar”.

Trata-se de mais um movimento da administração Trump visando intensificar os contactos oficiais com a ilha, mas que arrisca exacerbar as tensões entre Washington e Pequim, já no ponto mais alto em décadas, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos em torno das questões de Hong Kong ou do mar do Sul da China.

Craft foi nomeada pelo presidente Donald Trump para o cargo em 2019.

Sob a administração Trump, altos funcionários do Executivo norte-americano passaram a visitar Taiwan.

Pequim continua a rejeitar Taiwan como uma entidade política soberana e ameaça usar a força para reunificar o território, se necessário.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Taiwan, que se autodesigna República da China, tornou-se, entretanto, uma democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.

Pequim critica qualquer relação oficial entre países estrangeiros e Taipé, trocas que considera um apoio ao separatismo de Taiwan.

10 Jan 2021

Covid-19 | China soma 69 casos, mais do que o dobro do dia anterior

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 69 casos de covid-19, no sábado, mais do que o dobro do dia anterior, sendo 48 de contágio local e 21 oriundos do exterior. No sábado, as autoridades chineses tinham contado 17 casos locais.

A maior partes deste casos locais, 46, foram registados na província de Hebei, que circunda Pequim. Desde que foi detetado este surto, as autoridades chinesas impuseram uma quarentena à capital, Shijiazhuang, com 11 milhões de habitantes, de pelo menos uma semana e vão testar todos os residentes.

Os dois outros casos de contágio local foram detetados em Pequim e na província de Liaoning (nordeste), onde foram registados dois surtos menores do que o de Hebei.

Os 21 casos importados foram diagnosticados nas cidades de Xangai (leste) e de Tianjin (nordeste), e nas províncias de Guangdong (sul), Liaoning (nordeste), Fujian (sudeste), Zhejiang (leste), Shanxi (centro) e Shaanxi (centro).

As autoridades chinesas indicaram que foram detetados 27 doentes assintomáticos, 13 dos quais oriundos do exterior, apesar de estes casos só serem considerados confirmados se manifestarem sintomas.

A Comissão de Saúde da China disse que, nas últimas 24 horas, 16 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 588, incluindo 16 em estado grave.

O organismo não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio de 2020.

O país somou, no total, 87.433 infetados desde o início da pandemia e 82.211 pessoas que recuperaram da doença.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.914.057 mortos resultantes de mais de 88 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

10 Jan 2021

Coreia do Norte revê regras do partido único e estabelece congresso quinquenal

A Coreia do Norte concluiu uma revisão das normas do partido único, nas quais destacou a importância de possuir “poderosas capacidades de defesa” e definiu a realização de um congresso quinquenal, foi hoje anunciado.

A revisão foi adoptada ao quinto dia do oitavo congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que decorreu em Pyongyang, no sábado, indicou a agência estatal oficial de notícias KCNA, um dia depois do regime norte-coreano ter definido os Estados Unidos como o “maior inimigo” e prometido reforçar o arsenal nuclear.

“As poderosas capacidades de defesa serviriam para conter as ameaças militares e salvaguardar a estabilidade e um ambiente pacífico na península da Coreia”, de acordo com a KCNA.

O partido único norte-coreano decidiu também autorizar a convocação da comissão militar apenas com a presença “dos membros necessários, sem ter em conta a taxa de assistência” para garantir na prática “a rapidez na discussão de assuntos militares urgentes”, acrescentou.

No congresso partidário, ainda a decorrer e sem dia anunciado para a conclusão, a Coreia do Norte também decidiu restabelecer secretarias no conselho de política executiva, anteriormente eliminadas.

O partido decidiu ainda realizar congressos a cada cinco anos, anunciados vários meses antes.

Até aqui, o congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia decorreu com intervalos aleatórios, mas o atual líder do país, Kim Jong-un, tinha manifestado recentemente a intenção de convocar estas reuniões de forma regular.

O oitavo congresso começou na terça-feira, quase cinco anos depois da realização do sétimo, em maior de 2016. Então, a sessão foi a primeira a realiza-se em 36 anos.

Vários analistas disseram esperar que esta importante reunião política sirva para lançar alguma luz sobre a posição do regime relativamente ao programa nuclear e à mudança de Governo nos Estados Unidos.

No entanto, o regime optou até agora por permanecer em silêncio sobre a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas.

10 Jan 2021

Diplomacia | Pansy Ho nomeada para organismo da ONU

Segundo o jornal Cidadão, Pansy Ho foi nomeada como presidente da representação da RAEM junto do Centro de Promoção de Intercâmbio Cultural França-China, das Nações Unidas.

A empresária indicou que está muito contente pela nomeação, apontando que o órgão é uma instituição internacional com influência, sublinhando o intercâmbio profundo com a França e que já conhece o papel importante do centro. Pansy Ho tem confiança em poder contribuir para o centro, e consequentemente para Macau, China e França.

Este ano o organismo já planeou a realização de um fórum internacional e actividades em Hong Kong, Macau, na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra. Recorde-se que este é o mesmo organismo para o qual Rita Santos foi nomeada no ano passado enquanto vice-presidente.

10 Jan 2021

Duas mulheres condenadas por difamação em golpe contra movimento #MeToo da China

Duas jornalistas chinesas foram ontem condenadas por difamação de um terceiro jornalista, num potencial golpe na China para o movimento “#MeToo”, que denuncia as agressões sexuais cometidas por homens com poder.

Um tribunal na cidade de Hangzhou decidiu que as evidências fornecidas por Zou Sicong e He Qian contra o jornalista Deng Fei “não são suficientes para permitir que alguém acredite firmemente, sem qualquer hesitação, que o que foi descrito realmente aconteceu”. O tribunal condenou He e Zou a pagarem 11.712 yuan por danos.

O caso foi baseado num artigo, escrito por He e publicado por Zou, em 2018, no qual He acusou Deng de a atrair para um quarto de hotel, em 2009, para discutir ideias para histórias. Segundo He, Deng começou a despi-la e a tentar beijá-la. He disse que, na época, era uma estagiária de 21 anos numa revista onde Deng era o editor-chefe.

O artigo surgiu numa altura em que várias mulheres jovens em toda a China divulgaram histórias de agressão sexual e má conduta, como parte do movimento global “#MeToo”.

No entanto, o movimento teve dificuldades em ganhar força na China, onde a política, as artes e o mundo dos negócios permanecem predominantemente dominados por homens.

As acusações feitas pública e anonimamente contra algumas dezenas de homens em sectores diferentes geraram uma reação, e desde 2018, pelo menos seis homens entraram com processos de difamação contra as acusadoras ou pessoas que ajudaram a divulgar as acusações. Deng negou a acusação, apontando que “nunca fez nada tão estúpido ou tão mau”.

“Eu nem tive a chance de encontrar evidências relevantes para provar a minha inocência, e além disso, dado que já se passaram 10 anos, nem me lembro dessa pessoa, que disse que só me viu uma vez” apontou. Ao longo do processo, Zou e He disseram que enfrentavam um ónus da prova maior sob a lei chinesa.

Embora a China tenha permitido a má conduta sexual como base para ações judiciais em 2019, a definição de assédio permanece obscura e muito poucos casos resultam em punição. Muitos dos casos são antes tratados em tribunais como disputas laborais ou segundo leis que protegem a reputação pública.

“Isto é igual a dizer a alguém que foi humilhado e ferido, que se não tem gravações de áudio ou vídeos do evento, então o melhor é calar-se”, apontou o advogado de Zou e He, Xu Kai, em comunicado.

“O tribunal impôs todo o ónus da prova sobre Zou Sicong e He Qian”, lamentou. He disse que o julgamento foi um revés, mas que ainda tem esperanças para o movimento. “Quero saber até onde podemos ir com o sistema jurídico existente”, apontou.

8 Jan 2021

Covid-19 | Filipinas fecha as portas a passageiros oriundos de Portugal e Brasil

As Filipinas proibiram a entrada de estrangeiros que estiveram em Portugal ou no Brasil nas últimas duas semanas, desde ontem, devido à nova estirpe do novo coronavírus.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, o gabinete da Presidência das Filipinas disse que a proibição estará em vigor desde as 00:00 de sexta-feira nas Filipinas e até 15 de janeiro.

A única excepção prevista são os passageiros que apenas mudaram de voo em Portugal ou no Brasil, não tendo abandonado o aeroporto. Este grupo terá ainda assim de se submeter a um período de quarentena de 14 dias, que poderá ser feito em casa, caso façam um teste negativo ao novo coronavírus, que provoca a covid-19.

Já os cidadãos filipinos poderão entrar no país, tendo, no entanto, de se submeter a uma quarentena de 14 dias num local designado pelas autoridades, mesmo que à chegada façam um teste com resultado negativo.

A decisão, fruto de uma recomendação conjunta do Departamento de Saúde e do Departamento dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, abrange ainda passageiros que estiveram na Índia, Finlândia, Noruega ou Jordânia.

A nova estirpe do novo coronavírus foi detectada pela primeira vez na Região Autónoma da Madeira em 28 de dezembro e em Portugal continental em 03 de janeiro. A nova estirpe, conhecida como a estirpe do Reino Unido, é mais contagiosa do que a detectada no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.884.187 mortos resultantes de mais de 87,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 7.472 pessoas dos 456.533 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

O Brasil é o país lusófono mais afectado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (198.974, em mais de 7,8 milhões de casos), depois dos Estados Unidos da América.

8 Jan 2021

China | Ex-presidente do Banco de Desenvolvimento condenado a prisão perpétua

O ex-presidente do Banco de Desenvolvimento da China (BCD), um dos principais financiadores chineses de infra-estruturas além-fronteiras, foi ontem condenado à prisão perpétua por corrupção.

Hu Huaibang foi considerado culpado de usar o seu cargo para receber subornos no valor de 85,5 milhões de yuans, entre 2009 e 2019, segundo o veredicto, citado pela televisão estatal CCTV. Hu foi condenado à prisão perpétua por um tribunal da cidade de Chengde, no norte da China.

O julgamento ocorre dois dias após Lai Xiaomin, o ex-chefe do conglomerado financeiro China Huarong, ter sido condenado à pena de morte, por “corrupção e bigamia”.

Hu Huaibang, que fez carreira no sector financeiro, tornou-se presidente do Banco de Desenvolvimento da China em 2013, cargo que ocupou até 2018.

A instituição é um dos três bancos especializados em financiar infra-estruturas e apoiar empresas chinesas no exterior, ocupando um papel central na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping.

O projecto inclui aeroportos, centrais eléctricas ou zonas de comércio livre, visando dinamizar regiões pouco integradas na economia global.

O Banco de Desenvolvimento da China é, a par do Banco de Importação e Exportação da China (Eximbank), a instituição chinesa que mais dinheiro emprestou a Angola, o maior mutuário africano da China.

Sem tréguas

A China lançou uma campanha anti-corrupção em 2012, desde que o Presidente chinês Xi Jinping assumiu a chefia do Partido Comunista Chinês (PCC). Desde então, mais de um milhão e meio de quadros do PCC foram sancionados.

A mais ampla e persistente campanha anti-corrupção na história da China comunista, lançada por Xi Jinping após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista. A campanha abrange tanto altos funcionários (tigres) como pequenos trabalhadores (moscas).

Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo Presidente Hu Jintao, Ling Jihua.

8 Jan 2021

UE | Acordo de investimentos com a China é “do interesse dos europeus”

Ao assumir a presidência da União Europeia (UE), o primeiro-ministro português, António Costa, sublinhou a importância, para o crescimento europeu e para a garantia de postos de trabalho no velho continente, do acordo de princípio estabelecido entre a UE e o gigante asiático, apelando a uma assinatura final o mais rapidamente possível

 

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu ontem que o acordo de princípio sobre investimentos alcançado entre a União Europeia (UE) e a China na semana passada é “do interesse dos europeus” e deve ser “aprovado o mais rapidamente possível”.

“Um acordo sobre os investimentos reforça as oportunidades das empresas europeias para investir e trabalhar na China, e isso é muito importante para o crescimento económico da Europa e para a protecção dos empregos dos europeus”, sublinhou António Costa durante uma conferência de imprensa com os correspondentes estrangeiros Bruxelas, onde apresentou as prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Salientando que é “essencial” a UE “assegurar condições de concorrência justa” com os outros parceiros internacionais, Costa frisou que a “UE é a região do mundo com os melhores padrões de protecção ambiental, social e dos direitos humanos” e que, como tal, “é preciso desenvolver acordos que assegurem as melhores condições de concorrência para as empresas europeias”.

“[O acordo] é uma condição essencial para obter dos nossos parceiros condições de concorrência justa nas normas ambientais, sociais e de segurança alimentar e sanitária que temos de fazer respeitar no mundo inteiro, e para evitar que possa haver um ‘dumping’ ambiental, social e de segurança, que constitui uma concorrência desleal relativamente à UE”, apontou.

Interrogado sobre a mensagem que a UE emitia ao assinar um acordo de investimentos com um Estado que viola os direitos humanos, Costa sublinhou que “os direitos humanos não são um bem ou um valor comercial” e que têm de ser assegurados “ao nível internacional”, mas defendeu que as “relações económicas” que a UE tem de desenvolver são “outra questão”.

“A UE tem uma posição muito clara sobre a necessidade de se respeitarem os direitos humanos mas também os acordos internacionais que existem, nomeadamente no que se refere a Hong Kong. Por outro lado, temos de desenvolver relações comerciais com as diferentes regiões do mundo e, se quisermos ser uma potência global, não podemos ignorar o enorme mercado que é a China”, sublinhou Costa.

O chefe do executivo concluiu assim referindo que a UE negociou o acordo “no interesse dos Europeus” e pediu que este fosse aprovado “o mais rapidamente possível”.

Antes, o primeiro-ministro já tinha destacado o acordo de princípio com a China como sendo “muito importante” para desenvolver a presença europeia na região do Indo-Pacífico – que identificou como sendo uma prioridade da presidência portuguesa – mas realçou também que era importante “diversificar as parcerias” na zona.

“É preciso diversificar as nossas relações na região do Indo-Pacífico, nomeadamente com a Austrália e a Nova Zelândia, com quem temos negociações sobre um tratado comercial. Vamos organizar também um momento muito, muito especial [durante a presidência portuguesa] que é a cimeira entre a UE e a Índia, com a presença pessoal do Sr. Modi [Presidente da Índia], durante o nosso Conselho informal no Porto, em 8 de Maio”, realçou Costa.

Entendimento histórico

A UE e a China chegaram, em 30 de Dezembro de 2020, a um “acordo de princípio” sobre investimentos, ao fim de sete anos de negociações, durante uma videoconferência entre líderes da UE e o Presidente chinês, Xi Jinping.

De acordo com Bruxelas, este acordo político “irá criar um melhor equilíbrio nas relações comerciais UE-China”, uma vez que “a UE tem sido tradicionalmente muito mais aberta do que a China ao investimento estrangeiro”.
Pequim “compromete-se agora a abrir-se à UE numa série de sectores-chave” e a assegurar “um tratamento justo” às empresas europeias, de modo a que estas possam competir em condições de igualdade, referiu a Comissão.

O texto do acordo deverá ainda ser finalizado pelas partes e aprovado pelo Conselho (Estados-membros) e pelo Parlamento Europeu.

8 Jan 2021

Intercâmbio | Nova associação quer promover cultura sino-lusófona a partir de Macau

Portugal e o Brasil vão ser os países prioritários nas acções iniciais da Associação Promotora das Línguas e Culturas Chinesas e Lusófonas, criada na quarta-feira, disse à Lusa o co-fundador, Paulino Comandante.

“Portugal e o Brasil vão ser os principais países [ao nível da cooperação], porque são aqueles com os quais temos mais contactos, de momento. Com os restantes países lusófonos, vamos procurar desenvolver contactos”, indicou .

A missão da associação vai focar-se em três objectivos. Por um lado, “promover contactos e intercâmbios entre indivíduos da China e dos países de língua portuguesa no âmbito de línguas, culturas e costumes, levar adiante as respectivas boas tradições, compreender e aprender uns com os outros, e estreitar os laços de amizade”.

Por outro, “promover a aprendizagem e o intercâmbio entre os indivíduos interessados e os que desejam adquirir mais conhecimentos nas línguas e culturas chinesas e dos países de língua portuguesa”, bem como “apoiar e defender o papel de Macau como ponte” entre a China e o bloco lusófono.

“Não queremos ser demasiado ambiciosos e fazer grandes promessas sobre as actividades que vamos desenvolver. Este ano queremos dar a conhecer a associação e estabelecer contactos. Não nos vamos sobrepor ao que já existe. Do nosso ponto de vista, o objectivo é acrescentar algo ao que está a ser feito, ou seja, colaborar e não competir”, afirmou Paulino Comandante.

8 Jan 2021

Polícia Judiciária | Antigo investigador perde recurso no TSI

O Colectivo do Tribunal de Segunda Instância (TSI) não deu razão ao recurso apresentado por um antigo investigador criminal condenado por violação de segredo de justiça, que argumentou a não validade das escutas telefónicas usadas como prova e excesso na medida da pena. “O registo de escutas telefónicas, obtido por via lícita, pode servir de prova de acusação de outros crimes no processo”, indica um comunicado do gabinete do presidente do Tribunal de Última Instância.

Em 2018, a Polícia Judiciária (PJ) descobriu, através de escutas telefónicas durante a investigação de um caso de criminalidade organizada, que um investigador criminal exigiu a colegas da Secção de Prevenção e Investigação de Crimes relacionados com o Jogo que lhe fornecessem dados dos autos e cópias. “Consultou e adquiriu, assim, dados confidenciais de processos penais não relacionados com o seu trabalho e propiciou-os a outrem, revelando indevidamente informações dos casos”, contextualiza a nota. O investigador acabou por ser condenado em primeira instância pela prática de um crime de violação de segredo de justiça, com um ano de prisão efectiva.

As escutas telefónicas tinham sido autorizadas por um juiz, com base nos relatórios da PJ. O recorrente observou que acabou por não ser condenado por criminalidade organizada, o motivo que tinha dado origem à autorização das escutas, mas a justiça entende que “tal fundamento não tem a virtude de invalidar as escutas já realizadas” ou de afastar “a livre convicção do Juiz sobre a possibilidade da legalidade do resultado dessas escutas”.

8 Jan 2021

Veterinários | Proposta de lei sobre actividade prevista para este ano

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) prevê a conclusão da proposta de lei sobre médicos veterinários, actividades de atendimento clínico veterinário e actividades comerciais de animais em 2021. É o que diz a presidente substituta do conselho de administração, O Lam, em resposta a uma interpelação escrita de Sulu Sou, esperando que seja submetida à Assembleia Legislativa “o mais brevemente possível”.

A responsável sublinhou ainda que o Governo “tem valorizado” a legislação no âmbito da protecção animal e do serviço veterinário. O deputado tinha classificado como uma “desilusão” a ausência da proposta no relatório das Linhas de Acção Governativa para este ano.

Sulu Sou tinha também questionado o ponto de situação da erradicação da raiva e da candidatura a uma zona livre dessa doença, o que permitirá que os cães locais fiquem isentos de inspecção e quarentena quando forem levados para o exterior com os seus donos. Na resposta, O Lam indica que a declaração de Macau como zona livre de uma doença epizoótica implica cumprir padrões definidos pela Organização Mundial de Saúde Mundial. Além disso, o pedido de reconhecimento da zona só é submetido depois de apreciação dos dados e de “aprovação dos organismos nacionais apropriados”.

Actualmente, o IAM está a começar os preparativos da primeira fase para a criação de uma zona livre de raiva, criando em paralelo um sistema de serviço veterinário e a respectiva legislação. O objectivo passa por articular o controlo, prevenção e extinção da raiva, além de factores como o estudo dos riscos, a vacinação preventiva ou a criação de um sistema de emergência.

8 Jan 2021

Universidade de Jinan | Ho Iat Seng reúne com secretário do Partido Comunista

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng reuniu-se na passada quarta-feira, na Sede do Governo, com o secretário do Partido Comunista da Universidade de Jinan, Lin Rupeng, para discutir o desenvolvimento do ensino superior e formação de quadros qualificados de Macau. De acordo com um comunicado oficial, Lin Rupeng ressalvou os progressos alcançados no ensino e no estudo científico e comprometeu-se a continuar a apoiar Macau na formação de quadros qualificados.

Por seu turno, Ho Iat Seng lembrou que a Universidade de Jinan “tem formado profissionais qualificados para várias áreas de Macau” e frisou que, entre as prioridades da acção governativa, estão a construção de uma cidade inteligente e a implementação da governação electrónica, para as quais “Macau necessita de um grande volume de quadros qualificados na área das tecnologias de informação”.

O Chefe do Executivo afirmou esperar ainda um aprofundamento da cooperação entre Macau e a Universidade na formação de funcionários públicos e na educação de jovens.

8 Jan 2021

Grande Baía | Chefe do Executivo em visita oficial entre hoje e segunda-feira 

Ho Iat Seng, começa hoje uma visita oficial a várias cidades da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e que terminará na próxima segunda-feira, dia 11. Segundo um comunicado ontem divulgado, a agenda inclui reuniões com dirigentes governamentais das cidades em causa e visitas aos respectivos projectos de desenvolvimento industrial, “no sentido de aprofundar o impulso dos trabalhos de construção da Grande Baía”.

Serão visitadas as cidades de Zhongshan, Jiangmen, Zhaoqing, Foshan, Cantão, Dongguan, Huizhou e Shenzhen. O objectivo é “dar continuidade à boa cooperação como forma de acelerar a concretização das metas estabelecidas nas Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

Esta visita, visa também olhar para “o impulso da constante potencialização das vantagens de Macau e das diversas cidades da Grande Baía, no actual ambiente de normalização das acções de prevenção da epidemia, para permitir concretizar uma complementaridade de recursos e exploração conjunta do desenvolvimento da Grande Baía”.

8 Jan 2021

Covid-19 | Província chinesa adopta medidas de bloqueio e confinamento face a novo surto

As autoridades chinesas estão a impor bloqueios e medidas de confinamento numa província do norte da China onde os casos do novo coronavírus mais que duplicaram nos últimos dois dias.

As ligações ferroviárias, aéreas e rodoviárias para Shijiazhuang, uma cidade com cerca de 11 milhões de habitantes que serve como capital da província de Hebei, foram suspensas e as medidas de prevenção e controlo reforçadas nas comunidades urbanas e vilas próximas. As aulas foram suspensas e os dormitórios das escolas isolados.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou que 51 novos casos foram confirmados na província de Hebei, nas últimas 24 horas, elevando o total para 90 desde domingo. Hebei é a província adjacente a Pequim. A maioria dos casos foram detectados na cidade de Shijiazhuang.

As autoridades também impuseram medidas igualmente rígidas nas cidades de Shenyang e Dalian, na província de Liaoning, no nordeste da China.

Face ao receio de uma nova vaga de surtos no país, a China está também a desencorajar viagens durante o feriado do Ano Novo Lunar, que se realiza no próximo mês. A principal festa das famílias chinesas é também a maior migração interna do planeta, com dezenas de milhões de trabalhadores a regressarem às respetivas terras natais.

O aumento de casos ocorre também numa altura em que a China e a Organização Mundial da Saúde negociam os termos de uma visita dos investigadores da OMS, para tentar apurar as origens do novo coronavírus, que foi detetado pela primeira vez na cidade central de Wuhan, no final de 2019. A China relatou um total de 87.278 casos de covid-19 e 4.634 mortes.

7 Jan 2021

Covid-19 | Japão declara estado de emergência sanitária em Tóquio durante um mês

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou hoje um novo estado de emergência em Tóquio e nos seus subúrbios por um mês face ao aumento de novas infeções diárias devido ao novo coronavírus.

Yoshihide Suga anunciou hoje a activação desta disposição legislativa “devido ao sério sentimento de perigo perante a rápida expansão nacional (do vírus)”, durante uma reunião com um painel de especialistas.

A declaração de emergência implicará novas restrições ao horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais considerados não essenciais, bem como o pedido de permanência dos cidadãos em casa, embora sem incluir o internamento obrigatório, entre outras medidas.

O Japão ultrapassou na quarta-feira pela primeira vez as 5.000 infeções diárias devido ao novo coronavírus, a maioria em Tóquio.

Em todo o país foram registados 5.307 novos casos, o primeiro número acima dos cinco mil desde o início da pandemia, havendo níveis de recordes diários em várias cidades, segundo estatísticas divulgadas pela televisão estatal NHK.

Em Tóquio foram registados na quarta-feira 1.591 novos casos, o que é também um novo recorde de contágios diários. A capital do país tem cerca de um quarto das quase 260.000 infeções acumuladas em todo o país.

Estes dados foram conhecidos antes de o Governo central declarar um novo estado de emergência na capital e em outras três cidades vizinhas, as mais afetadas pela terceira onda de infeções observada no Japão desde meados de novembro.

O novo estado de emergência, como o que vigorou entre os meses de abril e maio, não inclui o confinamento obrigatório da população, uma vez que a legislação do Japão não prevê essa medida.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.869.674 mortos resultantes de mais de 86,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

7 Jan 2021

EUA | Congresso confirma vitória de Joe Biden como Presidente dos EUA

Já é considerado como um ataque sem precedentes à democracia por parte de Donald Trump, o ainda Presidente dos EUA. Sem aceitar a vitória de Joe Biden nas eleições, Trump apelou aos seus apoiantes para invadirem o Capitólio esta quarta-feira, quando era feita a certificação dos resultados eleitorais. Quatro pessoas morreram. A vitória de Biden foi confirmada pelo Congresso horas depois dos incidentes, na manhã de ontem

 

Um ataque à democracia, uma tentativa de golpe de Estado. Estas têm sido algumas das expressões mais utilizadas por analistas e políticos sobre o que aconteceu esta quarta-feira nos EUA, quando se realizava, no Congresso, em Washington, a certificação dos resultados das últimas eleições presidenciais no país, que deram a vitória a Joe Biden. A vitória acabaria por ser confirmada na manhã de ontem.

Donald Trump, Presidente ainda em funções até ao dia 20 de Janeiro, admitiu que nunca vai aceitar a derrota e apelou aos seus apoiantes para invadirem o Capitólio. Num comício em frente à Casa Branca, Trump pediu aos manifestantes para se dirigirem para o edifício e fazer ouvir a sua voz, em protesto do que considera ser uma “fraude eleitoral”.

Horas mais tarde, Trump pediu aos manifestantes, no Twitter, para se manterem “pacíficos” e respeitarem as forças de segurança. No entanto, a violência acabou mesmo por acontecer, uma vez que os manifestantes forçaram a reacção da polícia. Agentes policiais tiveram de usar armas de fogo para proteger os congressistas, bem como gás lacrimogéneo para dispersar dezenas de manifestantes que entraram no edifício do Capitólio. Quatro pessoas morreram em resultado deste episódio, tendo sido ainda registados inúmeros estragos no interior do edifício. Vários polícias foram feridos durante a invasão, sem serem conhecidos números exactos ou a gravidade dos ferimentos. Pelo menos 52 pessoas foram detidas.

A invasão obrigou à suspensão, por várias horas, do trabalho de discussão da contagem dos votos eleitorais, tendo sido decretado o recolher obrigatório na cidade de Washington a partir das 18h (hora local) até às 6h do dia de ontem.

Alguns dos manifestantes colocaram nas redes sociais imagens da sua presença nas câmaras do Congresso, sentados nas cadeiras de representantes e de senadores, obrigando as forças policiais a usar armas de fogo para garantirem a segurança dos congressistas. Alguns congressistas foram aconselhados a permanecerem debaixo das secretárias e a usar máscaras de gás, para se protegerem, e alguns agentes tiveram mesmo de disparar para refrear as ameaças mais severas.

Segundo a CNN, o Gabinete da Casa Branca está a ponderar invocar a 25.ª Emenda da Constituição norte-americana, que pode ser usada em situações em que o Presidente do país está “incapaz de pôr em prática os poderes e os deveres” do cargo. Se fosse invocada, o vice-Presidente, Mike Pence, passaria a ser Presidente interino.

Biden condenou ataque

Joe Biden, Presidente eleito, falou publicamente sobre a invasão do Congresso quando esta ainda estava no auge. Biden disse estar “chocado e triste” com o ocorrido, que levou o Mayor de Washington a decretar o recolher obrigatório na cidade.

“A nossa democracia está sob um assalto sem precedentes, nunca vimos nada como isto em tempos modernos”, reagiu o presidente-eleito numa sessão com jornalistas que não teve direito a perguntas. “É um assalto contra a cidadela da liberdade, o Capitólio em si. É um assalto contra os representantes do povo, contra a polícia do Capitólio que jurou protegê-los, contra os funcionários públicos que trabalham no coração da nossa república. É um assalto contra o Estado de direito como vimos poucas vezes”, adiantou.

O vencedor das últimas presidenciais frisou também que “as cenas de caos no Capitólio não reflectem a verdadeira América, não representam o que nós somos. O que nós vemos é um pequeno grupo de extremistas, dedicados à falta de lei. Isto não é dissidência. Isto é desordem, é o caos”.
Joe Biden dirigiu-se directamente a Donald Trump. “As palavras de um Presidente importam, independentemente do quão bom ou mau esse Presidente seja. No melhor dos casos, as palavras de um Presidente podem inspirar. No pior dos casos, podem incitar”, continuou.

“Como tal, exijo que o Presidente Donald Trump vá já à televisão nacional para cumprir o seu juramento, defender a Constituição e exigir um fim a este assalto”, acrescentou Biden.

Trump acabou por nunca ir à televisão nacional e tem, neste momento, a sua conta no Twitter, bem como em outras redes sociais, bloqueada por incitamento à violência.

Mike Pence demarcou-se de Trump neste episódio e disse, na retoma dos trabalhos do Congresso, que “a violência nunca vence, a liberdade vence”. “Esta ainda é a casa do povo”, frisou. Pence lamentou “um dia sombrio”. “Mesmo após uma violência e um vandalismo sem precedentes neste Capitólio, os representantes eleitos do povo dos Estados Unidos são de novo reunidos, neste mesmo dia, para defender a Constituição”, sublinhou.

Vitórias confirmadas

Terminado o período de recolher obrigatório em Washington, o Congresso retomou os trabalhos e confirmou, na manhã de ontem, a vitória de Joe Biden como o 46.º Presidente dos EUA. A contagem dos três votos eleitorais de Vermont colocou Biden e a vice-presidente eleita Kamala Harris acima do limite de 270 necessários para ganhar a presidência, noticiou a CNN. O candidato democrata obteve 306 votos do colégio eleitoral, contra os 232 de Donald Trump.

No Senado, os democratas ficam também em maioria, numa contagem que ficou concluída ainda esta quarta-feira. O candidato democrata Jon Ossoff ganhou a segunda volta das eleições no estado norte-americano da Geórgia, tornando-se o mais jovem senador dos EUA e garantindo a maioria democrata do Senado, noticiou a Associated Press.

Com 33 anos, Ossoff derrotou o republicano David Perdue, de 71, que ocupou o assento nos últimos seis anos e tinha o forte apoio do Presidente cessante dos EUA, Donald Trump. “Geórgia, obrigado pela confiança que me concederam”, disse o candidato, numa breve declaração em que reivindicara a vitória.

Ontem, o Senado recusou uma tentativa dos Republicanos de contestar os resultados na Pensilvânia, confirmando a vitória de Biden neste estado e contrariando as ambições dos apoiantes de Trump. Com 92 votos contra 7, o Senado rejeitou esta tentativa por volta das 1h00 (hora local). Os senadores que contestaram os resultados na Pensilvânia foram os senadores Josh Hawley do Missouri, Ted Cruz do Texas, Tommy Tuberville do Alabama, Cindy Hyde-Smith do Mississippi, Roger Marshall do Kansas, Cynthia Lummis de Wyoming e Rick Scott da Florida.
Antes, a Câmara dos Representares e o Senado já tinham rejeitado uma tentativa de contestar o resultado eleitoral no Arizona.

Donald Trump emitiu um comunicado onde informa que “haverá uma transição ordeira a 20 de Janeiro”, mas mantém a posição de não aceitar a derrota. “Sempre disse que continuaríamos a nossa luta para garantir que apenas os votos legais fossem contados. Embora isto represente o fim do maior primeiro mandato da história presidencial, é apenas o começo da nossa luta para tornar a América grande novamente!”, continuou Donald Trump.

 

As reacções

Obama| “Momento de grande desonra e vergonha”

Barack Obama, ex-Presidente dos EUA, publicou um comunicado na sua conta na rede social Twitter onde defende que aquilo que aconteceu esta quarta-feira foi um “momento de grande desonra e vergonha”. “A História vai lembrar a violência de hoje no Capitólio, incitada por um Presidente em funções que continuou a mentir sem fundamento sobre umas eleições legais, naquele que é um momento de grande desonra e vergonha para a nossa nação. Mas teríamos de estar a brincar connosco próprios se considerámos isto uma surpresa”, escreveu. “Estou tocado por ver tantos membros do partido do Presidente falarem com toda a sua força hoje. As suas vozes juntam-se aos exemplos do partido Republicano e funcionários das eleições em Estados como a Geórgia que recusaram a intimidação e desempenharam as suas funções de forma honesta”, acrescentou.

George Bush | Digno de “República das Bananas”

George Bush, ex-Presidente dos EUA entre os anos de 2001 e 2009, reagiu ao incidente desta quarta-feira como sendo digno de uma “República das Bananas”. “Os resultados das eleições são contestados apenas em repúblicas das bananas e não na nossa república democrática”, afirmou o antigo chefe de Estado, num comunicado citado pela agência AFP. Bush, que pertence ao partido Republicano, tal como Trump, diz estar “chocado com o comportamento irresponsável” de alguns líderes políticos republicanos desde as eleições e pela “falta de respeito” mostrada esta quarta-feira no Capitólio.

MNE | Santos Silva “preocupado”

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros português, revelou que acompanha com preocupação o “ataque sem precedentes” que foi feito ao Capitólio esta quarta-feira. “Muita preocupação e também com alguma estupefação. Isto não são os EUA, não são as instituições democráticas norte-americanas. É a primeira vez que uma transição entre dois presidentes não se faz de uma forma ordeira e coordenada como a Constituição e as leis americanas prevêem”, disse à Lusa. O ministro português considerou que o “ataque sem precedentes” ao Capitólio é “condenável a todos os títulos”, e criticou as palavras de Donald Trump antes da invasão pelos manifestantes. “Este ataque sem precedentes ao Capitólio americano é também condenável a todos os títulos, e que tenha havido por trás desse ataque, ou imediatamente antes, palavras desajustadas do ainda Presidente, ainda é mais perturbador”.

ONU | António Guterres “entristecido”

O secretário-geral da Nações Unidas, António Guterres, “está entristecido” pelos acontecimentos vividos esta quarta-feira no Capitólio, em Washington, segundo um comunicado publicado pela sua porta-voz, Stephane Dujarric. “Nestas circunstâncias é importante que os líderes políticos reforcem junto dos seus seguidores a necessidade de se absterem de usar violência, assim como a obrigação de respeitarem os processos democráticos e o estado de direito”, lê-se na nota.

PE | David Sassoli “profundamente perturbado”

David Sassoli, presidente do Parlamento Europeu, revelou estar “profundamente perturbado” e garantiu apoio e solidariedade a Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA. “Os meus pensamentos vão para a sua segurança e a dos seus colegas e espero que a ordem possa ser rapidamente restaurada e que uma transferência de poder pacífica possa ocorrer, em linha com os desejos do povo americano.” A mensagem para a democrata Nancy Pelosi termina com uma oferta de apoio: “Tem o meu total apoio e solidariedade nestes momentos muito desafiantes”.

CE | Von der Leyen acredita “na força da democracia”

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na rede social Twitter que acredita na “força da democracia” nos EUA. “Acredito na força das instituições dos Estados Unidos e na democracia. A transição pacífica deve ser a base.” A presidente da Comissão Europeia disse ainda estar “ansiosa por trabalhar com ele enquanto o próximo Presidente dos EUA”.

UE | Josep Borrell condena “cerco à democracia”

Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, condenou “o cerco à democracia norte-americana”, vincando que os resultados das eleições presidenciais “devem ser plenamente respeitados”. “Aos olhos do mundo, a democracia norte-americana aparece hoje à noite sob cerco. Este é um ataque invisível à democracia norte-americana, às suas instituições e ao Estado de direito”, reagiu Josep Borrell na sua conta oficial do Twitter. Josep Borrell disse, ainda, “louvar as palavras de Joe Biden”, que pediu contenção. “A força da democracia dos Estados Unidos prevalecerá sobre os indivíduos extremistas”, concluiu o chefe da diplomacia europeia.

7 Jan 2021

Kim Jong Un quer reforçar capacidade de defesa do país que já é potência nuclear

O dirigente norte-coreano Kim Jong Un comprometeu-se esta quarta-feira a reforçar as capacidades de defesa do país, uma potência nuclear, durante o congresso do partido no poder, a duas semanas de investidura de Joe Biden como presidente dos EUA.

Em relatório apresentado ao congresso do Partido dos Trabalhadores, Kim comprometeu-se a “colocar as capacidades de defesa do Estado a um nível bem superior e a fixar objetivos a alcançar para o conseguir”, segundo informou a agência noticiosa oficial norte-coreana (KCNA, na sigla em Inglês), recebida em Seul.

O 8.º Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia abriu na terça-feira, em Pyongyang, segundo a KCNA. A agência noticiosa do regime de Pyongyang não fez qualquer referência à arma nuclear nem especificou a natureza dos objetivos a atingir, em matéria de defesa.

Mas, durante uma parada militar em outubro, o regime exibiu um míssil que, segundo vários analistas, era o maior míssil intercontinental que alguma vez tinha sido visto. Desde então, imagens obtidas por satélite mostram “a intensificação dos preparativos para uma parada”. Durante o anterior congresso do partido, em 2016, que durou quatro dias, foi organizado um desfile militar.

7 Jan 2021