Global Times: Ocidente não pode impedir a China de se tornar um grande país socialista moderno

Um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) afirmou na sexta-feira que o Ocidente “não pode impedir” a China de atingir o objectivo de se tornar um “grande país socialista moderno”, numa altura de crescentes tensões.

“Os chineses sentem-se agora muito confiantes em (…) construir um grande país socialista moderno”, aponta o Global Times, jornal em língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC.

O único partido do poder na China celebrou na quinta-feira, 1 de Julho, cem anos desde a sua fundação, com uma cerimónia na Praça Tiananmen, em Pequim, e avisos de que a China não se deixará intimidar.

Quem tentar parar o país vai acabar com a “cabeça partida e o sangue derramado perante a Grande Muralha de ferro constituída por 1,4 mil milhões de chineses”, avisou o Presidente chinês, Xi Jinping.

A data coincide com um período de crescentes tensões com o Ocidente, em torno do comércio, tecnologia, a soberania do Mar do Sul da China ou o estatuto de Taiwan e Hong Kong.

Em editorial, o Global Times escreve que as “conquistas do povo chinês sob a liderança do Partido e a bela visão do desenvolvimento futuro da China estão a aumentar o sentido de crise entre algumas elites ocidentais”.

“Enquanto falam mal da China, eles estão preocupados porque sentem que o desenvolvimento da China continuará a ser imparável”, realça.

Placas e actividades comemorativas vincaram o papel do Partido na ascensão da China, desde a fundação da República Popular, em 1949, até às reformas económicas que permitiram ao país converter-se na segunda maior economia mundial.

As políticas desastrosas que marcaram o maoismo, como o “Grande Salto em Frente”, a campanha de coletivização e industrialização lançada em 1958 que causou milhões de mortos, ou a Revolução Cultural, que mergulhou o país numa década de caos e isolamento, foram omitidas, assim como outros episódios suscetíveis de abalar a legitimidade do PCC.

Até ao centenário da fundação da República Popular, em 1949, o PCC estipulou como meta a ascensão do país a nível militar, tecnológico e na influência na governação das questões internacionais.

Para o Global Times, no entanto, o “sucesso” da governação comunista é um sinal de que a “abordagem ocidental não é universal”.

“Percebemos que podemos estar a criar uma nova forma de civilização. Agora, é o Ocidente que mostra a sua falta de confiança no seu caminho, enquanto a China está gradualmente começar a ganhar vantagem na batalha pela confiança”, sublinha.

O jornal considera que com “muitos factores favoráveis sob o [seu] controlo, a China pode prever o futuro com segurança”. “A China será a vencedora final”, conclui.

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