Hoje Macau EntrevistaRui Araújo, ex-PM de Timor, defende que país deveria ter comprado vacinas contra a covid-19 Entrevista de António Sampaio, da agência Lusa O antigo primeiro-ministro timorense Rui Araújo defendeu que Timor-Leste devia ter optado por comprar as vacinas da covid-19 sem esperar por apoio internacional, para estar já a vacinar a população. Uma opção que devia ter sido contemplada no orçamento para este ano e que permitiria ao país atingir mais rapidamente a imunidade de grupo e, assim, regressar à normalidade e implementar as demais políticas de retoma e recuperação económica, considerou, em entrevista à Lusa. O também médico disse que o desenho do Orçamento Geral do Estado (OGE) para este ano devia ter previsto a opção de Timor-Leste começar a vacinar já. “O Orçamento foi aprovado numa fase em que a ciência e a tecnologia e o mundo estava já mais confortável com uma vacina. Timor-Leste podia dar um salto qualitativo em ter acesso a essas vacinas imediatamente em janeiro e vacinar logo as pessoas e isso facilitaria muito a nossa recuperação económica”, afirmou. “Temos dinheiro para isso, podemos negociar com os fornecedores. Do ponto de vista financeiro, não é um grande obstáculo. Devíamos ter tentado aproveitar essa janela de oportunidade”, sublinhou o antigo ministro da Saúde. Essa opção, considerou, permitia ao país criar condições para um mais rápido retorno à normalidade, a reabertura das fronteiras, mudanças em restrições e, assim, proporcionar avenidas para a tão necessária recuperação económica. Como exemplo, referiu o caso de Israel, que em três semanas já vacinou quase metade da população. “Assim, vamos ter que esperar até junho ou julho. Podíamos ser mais pró-activos”, frisou. Em vez de ir ao mercado comprar directamente as vacinas, as autoridades timorenses preferiram subscrever o recurso ao fundo Covax, de apoio à vacinação em países mais pobres, iniciativa que vive com grandes carências de financiamento e atrasos na distribuição. Para Araújo, “é preciso continuar a conter a pandemia dentro das quarentenas, mas também reforçar a capacidade do SNS para poder responder aos problemas da covid e a outros”. “Vacinar é importante. Vacinar até atingir essa imunidade. Assim talvez só consigamos atingir essa imunidade num ano. E sem isso será muito difícil fazer o resto”, afirmou. Mesmo neste modelo de obtenção das vacinas, no caso timorense será a AstraZeneca (com problemas de fornecimento a alguns países), Rui Araújo defendeu que o Ministério da Saúde tem a capacidade mínima para a vacinação, mas que é preciso “unir esforços” e combater, também aqui, a partidarização dos serviços públicos. “Sucessos” no combate à covid-19 Apesar dos constrangimentos que o país viveu, instabilidade política, chumbo do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2020 e os efeitos da pandemia em si, Rui Araújo considerou que em “jeito de balanço geral” o Estado timorense “teve sucessos” na forma como tem estado a enfrentar a pandemia da covid-19. “De uma maneira geral, do ponto de vista de saúde política, Timor-Leste foi um sucesso na resposta às ameaças da pandemia da covid-19 ao país”, afirmou Araújo, antigo ministro da Saúde que também integrou o Centro Integrado de Gestão de Crise criado pelo Governo para responder inicialmente à pandemia. “O maior sucesso foi ter-se conseguido que não houvesse transmissão na comunidade. Também graças aos primeiros passos tomados nos primeiros meses, nos primeiros estados de emergência em que realmente se tomaram medidas drásticas para poder controlar”, frisou. Já do ponto de vista da recuperação económica, o antigo primeiro-ministro disse que “se podia fazer muito melhor”, aproveitando especialmente que os casos detectados serem todos importados. “A componente da atividade social e económica devia ser melhor dinamizada no país, mas infelizmente isso não aconteceu. Com sucessivos estados de emergência dificultou um pouco isso”, explicou. “Do ponto de vista jurídico há essa justificação que sem a declaração do estado de emergência não se pode obrigar as pessoas a ir para quarentena e isolamento. Não sendo jurista penso que se poderia ver formas alternativas de se ver isto”, disse. Igualmente por cumprir tem ficado o objetivo do Governo de permitir o reforço do sistema nacional de saúde, uma das justificações dos sucessivos estados de emergência. “Eu acho que não se conseguiu os objectivos traçados há um ano. Continua a ver-se uma grande lacuna e deficiência no SNS para poder responder a possíveis aumentos de casos do país, e para responder a situações normais”, disse. Problema, notou, agravado pela imposição de restrições nas fronteiras com o ‘stock’ de medicamentos e bens consumíveis nos hospitais, centros e clínicas do país “a cair bastante”. Uma vez que a última vez que entrou carga pela fronteira terrestre foi há mais de um mês, em 23 de dezembro, Rui Araújo diz que isso “está a afetar bastante a capacidade do sistema”, não apenas do público, mas também do privado, “que tem dificuldade em poder providenciar serviços mínimos”. Administração “partidarizada” Rui Araújo considerou, na mesma entrevista, que a administração pública timorense está partidarizada, afectada pela descontinuidade no processo de governação, e sofre de paralisia burocrática com medo dos órgãos fiscalizadores. Uma situação agravada pela dispendiosa ‘subsidiodependência’ do funcionalismo público, pela falta de mérito no recrutamento e, no atual quadro político de um Governo multipartidário, por alguma ‘balcanização’ dos Ministérios, disse, em entrevista à Lusa. “Há sempre uma incapacidade da administração pública de poder implementar as boas políticas definidas pelo Governo, não apenas por falta de mérito técnico profissional, mas por afinidades políticas”, explicou Rui Araújo. O também antigo ministro da Saúde apontou o “grave problema” da “partidarização dos cargos de direcção e chefia e até certo ponto dos funcionários públicos”. Um problema antigo, mas que se tem vindo a consolidar, com ministros a nomearem “pessoas para cargos de direção e chefia tendo como critério principal se é da mesma cor do partido ou não, independentemente do mérito técnico e profissional que têm”. Mesmo nos processos de recrutamento alegadamente feitos por mérito, Araújo considerou que “na prática há impressão geral de que as coisas são abençoadas do ponto de vista político”. “Há processos de recrutamento que aparentemente seguem tramites legais, mas depois há muita coisa por trás nos bastidores que resulta na colocação de pessoas sem mérito técnico e profissional nas funções que vão exercer”, disse. Cenários em que há alegados “boicotes” entre diretores gerais que são de cores políticas diferentes do ministro, ou de ministros que tentam fazer “um ‘bypass’” a esses diretores de outros partidos para que outros façam o trabalho. “Claro que isto é muito difícil de gerir. E até certo ponto no Ministério da Saúde se nota essa complicação da partidarização da administração pública que tem vindo a acontecer há muito tempo”, sustentou, referindo ainda a tendência para fazer “tabula rasa” aquando da troca de Governos, não permitindo continuidade na implementação da ação governativa. Para Rui Araújo, esta situação cria uma “grande dor de cabeça” a todos e “só se resolve com vontade política nacional, de todos os partidos, reconhecerem que este é um problema” que afeta todos e o país. “Têm que reconhecer que isto é um problema, independentemente de qual partido venha a vencer as eleições seguintes. Se esse problema não for resolvido coletivamente no âmbito de um consenso nacional”, sustentou. “Todos os partidos políticos têm que respeitar a administração publica, para ser isenta da interferência político-partidária e poder ter a capacidade de implementar as políticas definidas pelos partidos políticos no Governo”, sublinhou. Excessivo uso de subsídios Outro aspeto a corrigir, reconheceu, é a excessiva utilização de subsídios, ‘per diems’ [montante diário] e outras medidas que criam um quase canal paralelo ao dos salários dos funcionários, um sorvedouro de dinheiros públicos que inflacciona o custo de todas as medidas. “Não é sustentável. O país vai abaixo com tudo isto. Isto é que está a contribuir significativamente para delapidar o Fundo Petrolífero. Gasta-se 1.8 mil milhões [de dólares], mas depois vê-se que fatias significativas dessas despesas são extraviadas para esse tipo de gastos”, disse. “Há uns anos falava-se de cortar despesas supérfluas e ver eficiência das despesas, mas as coisas não melhoraram nos últimos três anos”, frisou. Para o antigo responsável este é um problema “com implicações profundas na sustentabilidade da existência de Timor-Leste como pais soberano”. “Isto é sério”, reiterou. O medo de órgãos fiscalizadores como a Câmara de Contas (CC) e a Comissão Anti-corrupção (CAC) e das suas interpretações das leis tem criado outro problema, com responsáveis políticos e da administração, paralisados com medo de assinar documentos. “Há uma espécie de paralisia burocrática, por causa deste medo, particularmente porque a CC e CAC vêm a público com relatórios e as pessoas ficam com medo. E dizem: ‘eu não quero assinar’. E isso é paralisante para tudo”, referiu. “Não há entendimento uniforme e objetivo na interpretação das leis, particularmente no que diz respeito à execução das despesas públicas. Nem sempre o que os órgãos e as instituições de fiscalização, entendem as dificuldades do ponto de vista operacional, quando se está do outro lado a tentar implementar as políticas no grande esforço de concretizar a prestação de serviços públicos a população”, sublinhou. Como exemplo, citou o recurso extraordinário a ajustes diretos que “são quase considerados como violação das regras de aprovisionamento no país”, ainda que previstos na lei, com os fiscalizadores a verem-no como “uma forma de má gestão e de querer ultrapassar os mecanismos administrativos para benefício próprio”. “Pode haver casos desses, mas não acontece sempre. O facto de os órgãos de fiscalização chegarem a essa conclusão paralisa as pessoas que ficam com medo de tomar decisões e assinar documentos”, disse. Há falta de coesão Rui Araújo considerou ainda existirem “sinais de falta de coesão no Governo”, formado pelo próprio partido, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), pelo Partido Libertação Popular (PLP) e pelo Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO). “Uma ‘balcanização’ dos Ministérios. Na prestação dos cuidados há problemas. Nos Ministérios onde existem tutelares da pasta do mesmo partido as coisas são mais fáceis. Mas também se nota o problema de ministros e vice-ministros que são do mesmo partido e não têm o mesmo peso político e as coisas também não funcionam como se quer”, adiantou. “A falta de coesão é menor em Ministérios onde o ministro e o vice são de partidos diferentes. Há disputa e abre margem de oportunidade para o pessoal da administração pública fazer também os seus jogos políticos”, frisou. Neste cenário, considerou, é importante haver “comunicação intensiva” entre os membros do Governo e que o primeiro-ministro tenha “mais intensidade na gestão da relação entre Ministérios”. “Porque é complicado ter vários partidos com diferentes interesses não só partidários, mas pessoais. É preciso gerir isso bem”, afirmou. Disponível para liderar Fretilin Rui Araújo disse que está disponível para se candidatar à liderança da Fretilin, maior partido do país, quando o processo de eleições internas ocorrer. “Estou a pensar nisso, com outros camaradas. É um movimento. Estamos a trabalhar”, disse em declarações à Lusa, explicando que apesar de estar actualmente afastado de cargos políticos continua “activo na política”. “Temos eleições para a liderança do partido pela frente. Dependente das decisões do Comité Central e da vontade dos militantes”, frisou. A possível candidatura de Rui Araújo – que foi primeiro-ministro no VI Governo e ocupou ainda a pasta de ministro da Saúde – ao cargo de secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) tem vindo a ser alvo de debates políticos em Timor-Leste há um longo período. Vários nomes têm sido associados a esta eventual candidatura num processo eleitoral com data ainda por marcar, que a concretizar-se seria a mais recente tentativa de desafio à liderança do atual secretário-geral, Mari Alkatiri. Até ao momento, porém, esses diálogos têm sido relativamente circunscritos com poucas declarações públicas sobre o assunto e sem que tenha havido uma declaração de candidatura. Rui Araújo considera que há actualmente apoio no partido para a mudança de líder e que há condições para que esse processo ocorra. “Sim. As pessoas pensam que é tempo de haver alternativas e tempo de apresentar projetos de melhor sustentabilidade para o país. Creio que dentro do partido há condições para se fazer isso”, considerou. “Mas depende dos mecanismos eleitorais do partido”, disse. Questionado sobre que Fretilin gostaria de liderar, Araújo disse que o partido é “uma frente ampla que “acomoda todas as tendências ideológicas e políticas no país”. A Fretilin, disse, “já provou ser um partido que consegue unir as pessoas, que consegue estar à testa da luta em momentos muito difíceis do país, e deve ser essa Fretilin a continuar a projetar e exercer esse papel no futuro”. Rui Araújo, que diz estar a fazer hoje mais trabalho técnico apesar de continuar “ativo na política”, escusa-se a avaliar a atual liderança, considerando que essas avaliações são subjectivas e que respeita o princípio de que “a maioria prevalece”. “Penso que a actual liderança do partido tomou decisões em momentos concretos da conjuntura política. São responsáveis pelo que fizeram. Quem sou eu para julgar se foi bom ou não”, disse. Como também prefere “deixar para que a história julgue” o impacto que as decisões tomadas nos últimos anos pelo Presidente da República, Francisco Guterres Lú-Olo – que continua a ser presidente da Fretilin – possam ter tido no partido. “Prejudicar não. Mas projectou uma imagem, uma certa perceção na sociedade timorense, sobre alguma parcialidade, mas isso, como disse, são percepções das pessoas e a história dirá”, afirmou. Há, no entanto, uma questão em que diverge da decisão da liderança do partido, a de viabilizar desde meados do ano passado o VIII Governo, que formalmente nasceu em 2018 assente numa coligação pré-eleitoral onde estava o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), de Xanana Gusmão, que posteriormente saiu do executivo. “Sempre defendi que a forma mais adequada para a Fretilin participar era formar um Nono Governo, liderado ou facilitado pela Fretilin. O entendimento seria diferente”, disse, admitindo que isso foi parte do que o levou a não aceitar um convite para integrar este executivo. “Não só isso, mas penso que não há condições políticas para trabalhar a sério em áreas muito técnicas como a saúde, porque há muita balcanização e politização. É melhor deixar para outros e eu dar a minha contribuição em termos técnicos”, frisou. Agora, disse, caberá aos eleitores em 2023, data prevista para as próximas legislativas, avaliar a atuação de todas as forças políticas. “O resultado vai refletir a forma como o eleitorado penaliza ou aplica sanções políticas às pessoas que exerceram o poder nestes últimos anos”, disse. “E não foram, infelizmente, bons anos para Timor. Há esperança de que a situação melhore”, considerou.
Hoje Macau China / ÁsiaDavos | Angela Merkel diz que limite da cooperação económica com a China está nos valores fundamentais A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu esta terça-feira o acordo de investimentos entre a União Europeia e a China, mas advertiu sobre os limites da cooperação económica com Pequim, pelas diferenças em torno de “valores fundamentais”. Na sua intervenção durante a edição virtual do Fórum de Davos, a chanceler sublinhou a importância do acordo de princípio sobre investimentos alcançado em finais de dezembro entre a União Europeia (UE) e a China, em grande parte devido à sua própria intervenção no exercício da presidência rotativa do Conselho Europeu. Merkel disse estar “muito feliz” com o acordo, porque supõe um salto qualitativo para os investimentos europeus na China ao alcançar uma “melhor reciprocidade” e “mais transparência nos subsídios”, além de garantir um “acesso justo” no domínio da alta tecnologia. O pacto consegue também estabelecer uma série de requisitos na “protecção do meio ambiente” e condições laborais “justas”, algo “muito importante”, segundo a chanceler. No entanto, Merkel destacou que o seu entendimento de multilateralismo é diferente do do Presidente chinês, Xi Jinping, que defendeu a cooperação internacional e o comércio livre na segunda-feira durante a sua intervenção no fórum. A chanceler sublinhou que ambas as concepções chocam em “valores elementares”, como a “dignidade de cada pessoa”, pelo que a cooperação está limitada. Além disso, acrescentou que a “transparência é fundamental” no que se refere à China, para que se possa saber desde fora “o que se passa num país” e se leva a cabo “um comércio baseado em regras ou não”, um ponto sobre o qual reconheceu que tem havido recentemente “tensões e controvérsias”. Embora não explicitamente, Merkel parecia referir-se a relatórios recentes sobre o uso maciço por parte da China de pessoas da minoria étnica uigur como mão-de-obra forçada na produção de algodão e na fabricação de painéis solares. Merkel considerou ainda que faltou transparência a Pequim no início da pandemia de covid-19, quando começaram a ser detetados casos da doença e no que se refere ao fornecimento de informações à Organização Mundial da Saúde. Para a chanceler alemã, o multilateralismo significa também trabalhar para fortalecer as cadeias de produção transnacionais, evitar problemas de abastecimento no início da pandemia e prevenir o surgimento do “protecionismo regional” Nesse sentido, defendeu também a revitalização da Organização Mundial do Comércio após a “paralisia dos últimos anos”, porque actualmente “não está totalmente operacional” e é “parte essencial de um comércio baseado em valores”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim exige aos EUA que não enviem “sinais errados” A China pediu aos Estados Unidos que tratem de “maneira prudente e apropriada as questões relacionadas com Taiwan e evitem enviar sinais errados às forças de independentistas de Taiwan”, disse na segunda-feira o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, numa conferência de imprensa em resposta a uma declaração emitida pelo Departamento de Estado dos EUA segundo a qual a China deveria parar de pressionar Taiwan e estabelecer um diálogo significativo com a ilha. Zhao apontou que a posição da China sobre a questão de Taiwan é consistente e clara: “Só existe uma China e a região de Taiwan é uma parte inalienável do território chinês.” A China está determinada a salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial, e opõe-se à “independência de Taiwan” e à interferência de forças externas, salientou o porta-voz. Segundo Pequim, “a causa da actual tensão e perturbação nas relações com Taiwan reside nos responsáveis do Partido Democrata Progressista que se recusam a reconhecer o Consenso de 1992, que incorpora o princípio de uma só China, fortalecendo os contatos com forças externas e fazendo provocações em busca da independência de Taiwan, sublinhou Zhao. “Com base na adesão ao Consenso de 1992 e na oposição à ‘independência de Taiwan’, estamos prontos para conduzir um diálogo e consulta com todos os partidos políticos, grupos e personalidades de Taiwan, para que possamos resolver as diferenças e construir um consenso sobre questões políticas através do Estreito e em questões relacionadas à promoção da reunificação pacífica da China”, disse Zhao. “Exortamos os EUA a cumprir seriamente o princípio de uma só China e os três comunicados conjuntos China-EUA, lidar com as questões relacionadas com Taiwan de forma prudente e adequada, e abster-se de enviar quaisquer sinais errados às forças de ‘independentistas de Taiwan’ para evitar prejudicar as relações China-EUA, a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, concluiu Zhao.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasXunzi 荀子 – Elementos de ética, visões do Caminho O Governo do Verdadeiro Rei, Parte IX O senhor de um estado violento não poderá, naturalmente, usar o seu exército contra nós. E porque não? Porque ninguém o acompanhará. Aqueles que o acompanhariam seriam decerto a sua própria gente. Mas o amor da sua gente por nós será como a alegria que lhes dão os seus próprios pais. O amor que têm por nós será como a atracção que sentem pelo perfume das orquídeas ou do sésamo. Olhando para trás, verão os seus superiores como vêem os castigos da marcação com ferros e da tatuagem, ou como inimigos mortais. Mesmo que a disposição e natureza do povo fossem como as de Jie e do Ladrão Zhi, como seriam capazes de fazer aquilo que odeiam de maneira a maltratar aqueles de quem gostam? Na verdade, já teríamos conquistado [os seus corações]. Por isso, entre os antigos, houve quem conseguiu conquistar todo o mundo a partir de um só estado. Tal não sucedeu por se terem deslocado para o fazer, mas sim por terem cultivado e governado os seus próprios estados, levando a que todos ansiassem pelo mesmo. Agindo assim, puderam depois punir os violentos e banir a brutalidade. Quando o Duque de Zhou conduziu a sua campanha punitiva ao sul, os estados do norte lamentaram-se, “Quem dera que tivesse vindo só aqui”. Quando conduziu a sua campanha punitiva a leste, os estados do oeste lamentaram-se, “Por que nos deixou para último?” Quem poderia ter lutado contra ele? Aquele que usar o seu estado para conseguir tais coisas se tornará um verdadeiro rei. No dia em que tivermos acertado as coisas, o nosso exército se acalmará, os nossos súbditos se tranquilizarão e o povo comum será tratado com amor. Abriremos campos e pradarias, encheremos os celeiros e prepararemos novas provisões. Do mesmo passo, recrutaremos e selecionaremos cuidadosamente homens de talento e capacidade. Para os encorajar, estabeleceremos honras e recompensas, assim como penas e castigos para os impedirmos de praticarem o mal. Escolheremos homens argutos, fazendo-os liderar e controlar uns aos outros. Depois, nos dedicaremos a amplo armazenamento e manutenção, fazendo suficientes bens e provisões. Enquanto outros expõe e desgastam suas armas, armaduras e material diariamente nas planícies centrais, eu me dedicarei a reparar as minhas, resguardando-as nos meus armazéns. Enquanto outros diariamente dissipam e desperdiçam os seus bens, riqueza e cereais nas pradarias centrais, eu me dedicarei a armazená-los e reuni-los nos meus celeiros. Enquanto outros diariamente desbaratam contra os inimigos os seus homens de talento e capacidade, os seus assistentes de topo, os seus homens fortes e corajosos que lutam com denodo, eu me dedicarei a chamá-los para meu lado, avaliando-os, incorporando-os e refinando-os na minha corte. Quando as coisas são assim, os outros acumulam erros todos os dias, ao passo que eu todos os dias acumulo perfeições. Enquanto os outros acumulam pobreza todos os dias, eu todos os dias acumulo riqueza. Enquanto acumulam trabalhos, eu acumulo facilidade. Quando a dureza faz diariamente mais tensas e odiosas as relações entre o senhor e os ministros, os superiores e os subordinados, a bondade os fará aproximar cada vez mais de mim e me amarem. Estas coisas usarei para enfrentar os seus erros. Aquele que usar o seu estado para conseguir tais coisas se tornará um tirano. No estabelecimento do nosso carácter poderemos seguir costumes grosseiros. Nos assuntos do estado, podemos aplicar-nos em promulgar esquemas dúbios. Ao promover ou despromover pessoas, ao enobrecê-las ou rebaixá-las, elevaremos os bem-falantes e ardilosos. Uma tal pessoa relaciona-se com o povo comum dele tirando, desrespeitando-o e dele roubando. Alguém assim colocar-se-á sempre em perigo. Ou, no estabelecimento do nosso carácter, podemos ser levianos e rudes. Nos assuntos do estado, nos dedicarmos à usurpação. Ao promover ou despromover pessoas, ao enobrece-las ou rebaixá-las, elevaremos os homens tenebrosos e temíveis, homens enganadores e que agem por motivos ulteriores. Uma tal pessoa relaciona-se com o povo comum abusando dos seus esforços derradeiros, mas sendo lento a reconhecer os seus trabalhos e mérito. Uma tal pessoa abusa dos seus impostos, mas olvida os seus esforços fundamentais. Uma tal pessoa será destruída. Devemos escolher cuidadosamente de entre estas cinco possibilidade. Pois elas são os meios para nos tornarmos um verdadeiro rei, um tirano, alguém que mal subsiste em segurança, alguém que vive em perigo, ou alguém que é destruído. Aquele que escolher bem controlará os outros. Aquele que não escolher bem será controlado pelos outros. Aquele que escolher bem será um verdadeiro rei. Aquele que não escolher bem será destruído. A distância entre ser rei e ser destruído, entre controlar outros ou ser controlado por eles não é, na verdade, grande de todo. Nota Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE – 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, a par do próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Primeiro-ministro quer atender às preocupações populares O governo chinês afirma-se empenhado na melhoria das condições de vida da população. Li Keqiang exortou a um maior empenhamento de vários sectores, da educação à economia, passando pela cultura e o desporto O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu empenhamento para resolver as preocupações do povo e melhorar a subsistência das pessoas, pela promoção do desenvolvimento económico e social. Li fez este pedido na segunda-feira enquanto presidia um simpósio com a presença de representantes dos sectores de educação, ciência e tecnologia, cultura, saúde e desporto, além de membros do público. O vice-primeiro-ministro, Han Zheng foi outro dos participantes da reunião. Segundo a Xinhua, o primeiro-ministro discutiu estes assuntos com os referidos representantes, que “também partilharam as suas ideias”. Neste sentido, apresentaram sugestões sobre uma minuta de relatório de trabalho do governo e o projecto do 14º Plano Quinquenal (2021-2025) para o Desenvolvimento Económico e Social Nacional e os Objectivos de Longo Prazo Até ao Ano de 2035. Li Keqiang sublinhou a necessidade de manter uma abordagem centrada nas pessoas e acelerar esforços para enfrentar o desenvolvimento desequilibrado e inadequado, enquanto avança o desenvolvimento económico e social nos próximos cinco anos. Além disso, o primeiro-ministro exigiu esforços para promover a educação de qualidade e justa e reforçar os pontos fracos do sector, especialmente no ensino obrigatório, para tornar acessível às crianças em áreas rurais e remotas uma melhor aprendizadgem. Enfatizando o melhoramento das capacidades de inovação científica e tecnológica de forma completa, Li apontou que a base para a inovação deve ser consolidada enquanto se aprofunda a reforma do sistema de gestão para a ciência e tecnologia. Apesar de elogiar as contribuições do sector médico e de saúde na prevenção e controlo de epidemias, Li exigiu esforços contínuos para melhorar o sistema público de saúde e expandir os serviços médicos de qualidade em maior escala. Na frente desportiva, o primeiro-ministro pediu melhores produtos e serviços desportivos e de fitness para beneficiar a saúde das pessoas. Falando sobre a cultura tradicional chinesa, Li pediu a promoção de clássicos, juntamente com a criação de mais trabalhos “de excelência e inspiradores” para atender às crescentes exigências imateriais da população. Por outro lado, o primeiro-ministro afirmou que “garantir a segurança alimentar é crucial para a revitalização rural”, e exigiu mais empenhamento na melhoria das políticas de apoio à agricultura, mais benefícios para os agricultores e um consequente aumento do seu rendimento.
Hoje Macau EventosFotografia | Pandemia é o mote para nova edição do concurso promovido pela Somos! A Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa lança, em Fevereiro, uma nova edição do seu concurso anual de fotografia, intitulado “Somos – Imagens da Lusofonia”. Em ano de pandemia o tema não podia ser outro e, por isso, são aceites imagens que se subordinem à temática “Alma lusófona em tempos de covid-19” É já a partir do próximo mês que a associação local Somos! lança a terceira e nova edição do seu concurso de fotografia, desta vez com o tema “Alma lusófona em tempos de Covid-19”. Segundo um comunicado divulgado pela associação, as fotografias a concurso devem “ser capazes de espelhar o combate à doença dentro do universo lusófono, as dificuldades enfrentadas, as perdas, as mudanças profundas trazidas pela covid-19, designadamente em termos culturais, mas podem também exaltar actos de altruísmo, de coragem, de resistência, de fé, e de compaixão nestes tempos difíceis”. A inscrição no concurso fotográfico é gratuita e pode ser efetuada através do formulário que se encontra no website da Somos! (www.somosportugues.com) entre 1 e 28 de Fevereiro de 2021. Desta forma, este concurso “procura documentar através de imagens o combate à doença nas comunidades dos países de língua portuguesa e em Macau, bem como as transformações socio-culturais que originou”. O júri do concurso irá depois escolher três vencedores, com prémios que variam entre as 3.500 patacas para o último classificado e dez mil patacas para o vencedor. O concorrente que ficar em segundo lugar ganha um prémio no valor de cinco mil patacas. O concurso destina-se a todos os cidadãos dos países e regiões da lusofonia ou residentes de Macau que possuam fotografias de qualidade, e enquadradas com o tema selecionado, tiradas em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Goa, Damão e Diu. Exposição em Março Escolhidos os vencedores, a Somos! irá, ainda este ano, organizar uma exposição com as imagens seleccionadas entre os dias 26 de Março e 10 de Abril, com a curadoria do fotógrafo António Mil-homens. O júri é constituído por fotógrafos como Gonçalo Lobo Pinheiro, residente em Macau; José Carlos Carvalho, de Portugal; Raphael Alves, do Brasil; Roy Choi, de Macau e Miguel A. Lopes, de Portugal. A exposição integra também outras fotografias seleccionadas pelo júri “pela sua relevância ou valor para o tema do concurso fotográfico e para o propósito da Somos!, bem como o papel de Macau enquanto plataforma”. Uma vez que, o ano passado, não foi realizada a exposição de fotografia relativa à segunda edição do concurso, a associação decidiu adicionar essas fotografias na exposição de Março, bem como “outras relevantes do concurso anterior”.
Hoje Macau SociedadeCasal detido por assaltar um apartamento Um casal oriundo da China continental foi detido por suspeitas de furtar um apartamento na zona do NAPE. Segundo o jornal Ou Mun, o homem terá assaltado uma residência no dia 18 de Novembro do ano passado, subtraindo um anel de diamantes, joalharia em ouro e dinheiro, com o valor total de 170 mil patacas. O suspeito foi visto a entrar e sair do prédio onde se verificou o assalto, tendo permanecido no edifício cerca de 45 minutos. Segundo informações veiculadas pela Polícia Judiciária, o casal terá saído da RAEM, regressando cerca de dois meses depois, sob vigilância das autoridades. Os suspeitos acabaram por ser detidos numa altura em que se preparavam, de acordo com videovigilância, para assaltar outra residência no NAPE. As autoridades revelaram que a mulher tinha em sua posse, à altura de detenção, o anel e a joalharia em ouro, produto do assalto de Novembro, além de outros artigos de dinheiro, anéis, um relógio e ferramentas para forçar fechaduras.
Hoje Macau PolíticaColina da Penha | Novo Macau contra “exterminadores de paisagem” A Associação Novo Macau (ANM) voltou a manifestar a sua insatisfação com a aprovação dos dois projectos para edifícios na zona do lago Nam Van, com alturas máximas entre os 34,1 e os 50,8 metros. Em comunicado, defende que o Governo actual deve ser apelidado de “exterminador de paisagem”. A associação considera que a construção destes edifícios vai destruir a paisagem ‘colina-mar-cidade’ histórica e cultural da Colina da Penha. “A atitude dominadora do Governo magoa os sentimentos de muitas pessoas que amam Macau”, descreveu a ANM. A Novo Macau observou que o Governo não revelou o relatório de avaliação de impacto paisagístico e os dados de investigação, e critica uma repetição de explicações. O comunicado denuncia que “os dois projectos carecem de base científica e apoio popular”. Além disso, acrescenta que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes e o Instituto Cultural reconheceram que no futuro não haverá uma vista desimpedida de todo o mar a partir da Colina da Penha. Entre as críticas, aponta ainda que o Governo teve “desconsideração” pelo processo de consulta do Plano Director. Face ao resultado, a associação apelou aos cidadãos com apreço pela cidade para permanecerem “persistentes” e “constantemente vigilantes”. “Devemos proteger a nossa cultura local e os tesouros em Macau, e pressionar por desenvolvimento sustentável”, remata o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaAnalistas dizem que pressão sobre a China vai continuar com Administração Biden O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não vai confrontar a China imediatamente, mas a pressão sobre o país asiático deve manter-se, prevêem analistas. Biden parece determinado a abordar as queixas sobre as práticas comerciais da China, que levaram o seu antecessor, Donald Trump, a lançar uma guerra comercial contra Pequim, em 2017. A administração de Biden deve reduzir o foco de Trump no défice comercial com o país asiático e fazer maior pressão para que a China abra a sua economia, que permanece dominada pelo Estado. Não são esperadas, no entanto, grandes mudanças nas relações entre Washington e Pequim. “Acho que Biden vai-se concentrar mais em tentar reformas estruturais”, escreveu Louis Kuijs, analista da consultora Oxford Economics, num relatório. Biden está a avaliar as taxas alfandegárias sobre produtos chineses e quer coordenar medidas futuras com aliados, disse a porta-voz da Casa Branca Jen Psakim, na segunda-feira. “O presidente está comprometido em impedir os abusos económicos da China”, disse Jen Psaki. Washington tem poucos resultados para mostrar com a guerra comercial iniciada por Trump. Esta trouxe o Governo chinês à mesa de negociações, mas turvou o comércio global, aumentou os preços ao consumidor e eliminou empregos. O último grande desenvolvimento foi há um ano, quando os dois lados assinaram o acordo “Fase Um”, no qual a China se comprometeu a comprar mais produtos aos EUA e a melhorar a proteção dos direitos de propriedade intelectual no país. A China enfrenta mais oposição do que nunca em Washington devido ao seu histórico comercial, disputas territoriais com vizinhos, repressão em Hong Kong, relatos de abusos contra chineses de origem muçulmana e acusações de roubo de tecnologia e espionagem. “O terreno mudou de maneira significativa”, disse Nathan Sheets, ex-vice-secretário do Tesouro para assuntos internacionais no governo de Barack Obama. Katherine Tai, a escolha de Biden para lidar com os assuntos do comércio externo, fez já uma crítica à China, durante um discurso este mês. “Enfrentamos uma competição cada vez mais acirrada, de uma China crescente e ambiciosa”, disse Tai. “Uma China cuja economia é dirigida por planeadores centrais, que não estão sujeitos às pressões do pluralismo político, eleições democráticas ou opinião popular”, descreveu. Isto significa que a China precisa fazer mudanças se quiser progredir, disse Raoul Leering, analista de comércio global no ING. Este analista defendeu que, embora muitas das declarações de Trump tenham sido “quase absurdas”, ele esteve certo ao dizer que a China tem mais barreiras comerciais e intervenção oficial na economia do que os Estados Unidos. “Dependerá da China, da velocidade com que implementa reformas e muda as políticas, para ver se Biden vai reverter as barreiras comerciais”, disse. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse esperar que Washington “recupere a sua racionalidade”. Europa, Japão e outros governos criticaram as táticas de Trump, mas ecoam as reclamações de que Pequim rouba tecnologia e quebra as promessas de abertura de mercado, ao subsidiar e proteger as empresas domésticas. A China está a construir “campeões nacionais”, como a PetroChina Ltd., o maior produtor de petróleo da Ásia, e a China Mobile Ltd., a maior operadora de telecomunicações do mundo. O Partido Comunista declarou, em 2013, a indústria estatal o “núcleo da economia”. Fora do setor estatal, o partido está a subsidiar líderes industriais em setores como energia solar, carros elétricos ou telecomunicações de última geração. Trump aumentou ainda a pressão ao cortar o acesso da Huawei, o grupo chinês de equipamentos de telecomunicação, a tecnologia norte-americana, incluindo componentes essenciais para os seus produtos. Cidadãos norte-americanos foram ainda obrigados a vender ações de empresas chinesas que Washington diz terem ligações às forças armadas chinesas. O Partido Comunista respondeu ao acelerar a sua campanha para tornar a China numa “potência tecnológica” auto-suficiente. Psaki, a porta-voz da Casa Branca, disse que Biden também está a rever estas questões, mas não deu nenhuma indicação de possíveis mudanças. Biden quer responsabilizar Pequim por “práticas injustas e ilegais” e garantir que a tecnologia norte-americana não facilita a ascensão militar da China, disse Psaki. “É difícil ver os EUA a reverem as recentes tendências na política para a China”, apontou num relatório Sylvia Sheng, do JP Morgan Asset Management. É improvável que as restrições à tecnologia sejam atenuadas porque Washington “considera a China um concorrente”, lembrou Tu Xinquan, diretor do Instituto de Estudos da Organização Mundial do Comércio, na Universidade de Negócios Internacionais e Economia de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia lança gás lacrimogéneo em marcha de protesto de agricultores na Índia A polícia indiana lançou gás lacrimogéneo e jactos de água contra agricultores que participavam numa marcha de protesto em Nova Deli contra leis que liberalizam o sector, enquanto decorre paralelamente o desfile nacional do Dia da República. Apesar de os líderes da marcha terem apelado à não-violência, pedindo aos manifestantes para respeitarem a rota designada pelas forças de segurança, alguns grupos terão removido barricadas de betão com a ajuda de tratores, enquanto a polícia de choque disparava canhões de água e lançava gás lacrimogéneo. Um vídeo divulgado na rede social Twitter por um dos líderes do protesto, Yogendra Yadav, mostra os distúrbios entre a polícia e os manifestantes. O objectivo da marcha é pressionar o Governo indiano a revogar três leis que liberalizam o sector agrícola. Os organizadores esperavam uma participação de cerca de “250.000 tratores e veículos e mais de um milhão de agricultores”. A rota, que deveria contornar a capital indiana, de acordo com as instruções da polícia, desviou-se em algumas zonas da cidade, levando a confrontos entre a polícia de choque e os manifestantes. Os organizadores da marcha tinham apelado aos manifestantes para que mostrassem um comportamento exemplar, de forma a que nada “manchasse” um momento “histórico”. “A nossa vitória depende de o desfile decorrer pacificamente, sem quaisquer acontecimentos indesejados. Lembrem-se que o nosso objetivo não é conquistar Deli, mas conquistar os corações do povo deste país”, sublinharam. A marcha na capital está a ser apoiada por milhares de manifestações em toda a Índia, após dois meses de protestos contra o Governo do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, exigindo que revogue leis que liberalizam tanto os preços de venda como a quantidade de algumas colheitas vendidas. A situação obriga os agricultores a negociarem os preços com grandes empresas da cadeia de distribuição. O Governo indiano, que chegou a propor uma moratória de 18 meses na aplicação das leis, rejeitada pelos sindicatos, defendeu, no entanto, a reforma, afirmando que permitirá aos agricultores negociar nos seus próprios termos. Os agricultores dizem, no entanto, que os diplomas os deixam indefesos e nas mãos das grandes empresas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina regista segunda morte por covid-19 este mês A Comissão de Saúde da China anunciou hoje uma nova morte no país devido à covid-19, a segunda em Janeiro, após quase oito meses sem registar vítimas mortais. O óbito ocorreu na província de Jilin, palco de um dos surtos recentes no país, onde o número oficial de mortos é agora de 4.636. Em 14 de janeiro, as autoridades chinesas tinham anunciado a primeira morte em cerca de oito meses, de acordo com as estatísticas oficiais. As autoridades de saúde registaram 82 novos casos, entre os quais 69 por contágio local, em contraste com 117 infeções locais identificadas na segunda-feira. Os casos foram detetados nas províncias de Heilongjiang (53), Jilin (sete) e Hebei (cinco), enquanto as cidades de Pequim e de Xangai registaram dois casos cada. As autoridades chinesas redobraram os esforços para conter os surtos que atingiram aquelas três províncias situadas no norte do país, onde várias áreas foram isoladas e a população testada para o vírus. Os dois casos em Pequim foram detetados no distrito de Daxing, onde as autoridades estão a tentar conter um surto, por meio de confinamentos seletivos e da realização de testes. A China quer evitar nova onda de contágios no período de férias do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, que este ano decorre entre 11 e 17 de fevereiro e durante o qual centenas de milhões de trabalhadores regressam à terra natal. O país registou ainda 13 casos, nas últimas 24 horas, diagnosticados em viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (oito) e nas províncias de Guangdong (dois), Fujian (um), Hunan (um) e Shaanxi (um). Da mesma forma, a Comissão de Saúde da China indicou que o número total de infetados ativos no país é de 1.885, 110 dos quais em estado grave. Desde o início da pandemia, as autoridades registaram 89.197 casos de covid-19. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau InternacionalCovid-19 | Vacina da Moderna eficaz contra novas variantes A empresa biotecnológica norte-americana Moderna anunciou esta segunda-feira que a sua vacina contra a covid-19 mantém a eficácia contra as variantes britânica e sul-africana do novo coronavírus, consideradas mais contagiosas. Em comunicado, que cita resultados preliminares, a Moderna sustenta que a sua vacina “mantém atividade neutralizadora” para as variantes do SARS-CoV-2 com origem no Reino Unido e na África do Sul, e já detetadas em Portugal. Segundo a empresa de biotecnologia, “é esperado que o regime de duas doses” da vacina “proteja contra as estirpes emergentes detetadas até à data”. O comunicado refere que, em relação à variante britânica, não foi verificado “nenhum impacto significativo nos títulos [níveis de anticorpos] neutralizadores”. Quanto à variante sul-africana, “foi observada uma redução de seis vezes nos títulos neutralizadores”, mas tais níveis “permanecem acima” dos que “se espera que configurem uma proteção”. A Moderna adianta, porém, que, “por precaução”, está a desenvolver uma “variante de reforço” da sua vacina contra a estirpe sul-africana e que irá testar “uma dose adicional de reforço” da vacina para avaliar “a capacidade de aumentar ainda mais os títulos neutralizadores contra estirpes emergentes”. Os resultados hoje divulgados, que carecem ainda de revisão pelos pares para efeitos de publicação científica, foram obtidos a partir de um estudo ‘in vitro’ que analisou, a partir de soro sanguíneo humano e de macacos, a capacidade da vacina de induzir a formação de anticorpos neutralizadores potentes contra as duas variantes. Tanto as pessoas, oito ao todo, com idades entre os 18 e os 55 anos, como os macacos foram inoculados com duas doses (as recomendadas) da vacina da Moderna contra a covid-19. O trabalho foi feito pela empresa de biotecnologia em colaboração com o Centro de Investigação de Vacinas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, nos Estados Unidos. “Estamos entusiasmados com estes novos dados, que reforçam a nossa confiança de que a vacina da Moderna contra a covid-19 deve trazer proteção contra estas novas variantes detetadas”, disse, citado no comunicado, o patrão da Moderna, Stéphane Bancel. A vacina contra a covid-19 da Moderna foi aprovada, para uso condicionado, na União Europeia no início de janeiro. Portugal recebeu as primeiras 8.400 doses desta vacina em meados do mesmo mês.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Sul pretende alcançar “imunidade de grupo” em Novembro A Coreia do Sul pretende alcançar a chamada “imunidade de grupo” contra a covid-19 em Novembro, após ter vacinado 70% da sua população até ao terceiro trimestre, de acordo com um plano de acção apresentado esta segunda-feira pelas autoridades. O programa divulgado pela Agência de Controlo e Prevenção de Doenças Infecciosas (KDCA) prevê que, antes do final do primeiro trimestre, os profissionais de saúde (de alto risco devido ao seu maior potencial de exposição ao vírus) e os que trabalham em lares de idosos já terão recebido a vacina. A previsão é de que as primeiras vacinas cheguem ao país em fevereiro e a vacinação comece imediatamente, de acordo com o documento, explicando que no segundo trimestre as vacinas serão aplicadas a todos os maiores de 65 anos e ao restante dos trabalhadores do sector da saúde. Depois, no terceiro trimestre, será a vez dos portadores de doenças crónicas e das pessoas entre 19 e 64 anos. Este plano de acção, coordenado pelo KDCA e pelos Ministérios da Saúde e Segurança Alimentar e Farmacologia, inclui os primeiros dados do plano de vacinação, cujos detalhes completos serão apresentados no dia 28 de Janeiro e com o qual está prevista a inoculação gratuita ao 51 milhões de habitantes do país. Por meio do programa Covax (Fundo de acesso para vacinas contra a covid-19) e de contractos com quatro empresas farmacêuticas (AstraZeneca, Pfizer, Johnson & Johnson e Moderna), o Governo sul-coreano afirma ter vacinas suficientes para os 56 milhões de habitantes este ano. O plano apresentado hoje também inclui disposições para fortalecer o combate ao vírus, como o aumento da capacidade de testes que, até meados de fevereiro, permitirá à Coreia do Sul realizar até 240 mil testes de diagnóstico por dia. O número de funcionários encarregados da investigação epidemiológica para rastreamento de contactos passará de 325 para 385, segundo o documento. A Coreia do Sul, que nunca recorreu a confinamentos ou encerramentos de fronteiras, é um dos países que melhor lidou com a pandemia. O país, que actualmente regista entre 300 e 400 infecções diárias e tem uma incidência cumulativa em 14 dias de 11,7 casos por 100.000 habitantes, tem no total pouco mais de 69.000 infeções locais e 1.360 mortes desde o início da pandemia.
Hoje Macau China / ÁsiaDavos | Xi Jinping alerta para riscos de uma “nova guerra fria” O Presidente chinês, Xi Jinping, alertou esta segunda-feira contra a possibilidade de uma “nova guerra fria”, avisando que apenas levará a “um beco sem saída”, numa mensagem de vídeo para o Fórum Económico Mundial em Davos. Sem nunca nomear os Estados Unidos, Xi apresentou-se como o grande defensor do multilateralismo e da globalização, tal como tinha feito no mesmo fórum, há quatro anos, pouco depois de Donald Trump ter chegado à Casa Branca. Ontem, menos de uma semana depois de Joe Biden ter tomado posse como Presidente dos EUA, o Presidente chinês parece ter querido avisá-lo dos riscos da continuação de uma política de confronto entre os dois países, nomeadamente na área comercial e tecnológica. Donald Trum e Xi Jinping encetaram uma dura guerra comercial, que ainda permanece, e Joe Biden prometeu manter um rumo de limitações às ambições expansionistas de Pequim, nomeadamente com a criação de uma liga de países democráticos que faça frente aos planos chineses. Na mensagem endereçada ao Fórum Económico Mundial, o Presidente da China lançou avisos contra essa estratégia de criação de blocos. “Construir clãs ou iniciar uma nova guerra fria, rejeitar, ameaçar ou intimidar os outros, impor a dissociação, interromper cadeias de abastecimento ou impor sanções a fim de causar isolamento só vai empurrar o mundo para a divisão e até para o confronto”, alertou Xi Jinping. “O confronto apenas nos conduzirá a um beco sem saída”, concluiu o líder chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Nova companhia aérea procura levantar voo A Greater Bay Airlines, uma nova companhia aérea sediada em Hong Kong, inscreveu-se para 104 rotas, um passo mais perto de competir oficialmente com as suas rivais numa cidade que serve como um dos principais centros internacionais do Sudeste Asiático. No pedido, 48 das rotas são para cidades do continente, incluindo Pequim e Xangai. A companhia aérea pretende voar para 13 destinos no Japão, além de voos para Singapura e outros grandes países do sudeste asiático. A Greater Bay solicitou em Julho uma licença de operação de aviação. Índia, Coreia do Sul, Guam e Saipan também estão entre as rotas previstas. Ao todo, a malha aérea cobrirá 19 países e territórios. O fundador da Greater Bay, o magnata do sector imobiliário chinês Bill Wong Cho-bau, tem sido chamado da versão de Shenzhen do magnata de Hong Kong Li Ka-shing. Tal como Li, Wong fez a sua fortuna no mercado imobiliário. Wong acabou por se distanciar do negócio de propriedades e fundou a Donghai Airlines, com sede em Shenzhen. Para erguer a Greater Bay, Wong levou para o conselho da companhia aérea nomes importantes da China e de Hong Kong, de acordo com documentos corporativos. Um director, Wang Wei, é o bilionário fundador do grupo chinês de logística SF Express. De Hong Kong, vem o conselheiro executivo Arthur Li Kwok-cheung, juntoamente com Andrew Leung Kwan-yuen, o presidente do Conselho Legislativo. Também a bordo está Stanley Hui Hon-chun, o ex-presidente-executivo da autoridade aeroportuária de Hong Kong. Algernon Yau Ying-wah, que servia como chefe da Cathay Dragon, a companhia aérea de Hong Kong que encerrou abruptamente as operações, também se juntou à equipa. Um tom claramente político dá cor à sala de reuniões de nove membros da Greater Bay. Pelo menos cinco estão envolvidos no Congresso Nacional do Povo da China ou na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, o principal órgão consultivo do país conhecido como CCPPC. Wong, conhecido como Huang Chubiao na China continental, tornou-se próximo de Hui porque ambos são membros da CCPPC. Hui, um veterano da indústria da aviação, disse que o entidade funcionou como uma “plataforma” que os uniu, numa entrevista ao Nikkei Asia. Hui tem aconselhado Wong ao longo do novo empreendimento. O nome da empresa “Greater Bay” refere-se à ambiciosa iniciativa da China de desenvolver uma esfera económica massiva que abrange a província de Guangdong no continente, bem como as regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau. A literatura de recrutamento de empregos da transportadora diz que a empresa apoiará a plataforma de companhias aéreas de Hong Kong, de acordo com a “política de desenvolvimento nacional”. “Se [a Greater Bay] tiver uma relação próxima com o governo local [de Hong Kong] ou do continente, isso ajudará no desenvolvimento da empresa”, disse Andrew Yuen, director associado do Centro de Política e Pesquisa de Aviação da Universidade Chinesa de Hong Kong. “Na indústria da aviação, a disposição dos direitos de tráfego é um factor importante.” A Greater Bay assinou contratos de arrendamento de três aeronaves Boeing em segunda mão. A empresa está a contratar cerca de 500 pessoas, principalmente as que têm experiência no sector da aviação. Há planos de expandir a frota para 30 aeronaves nos próximos cinco anos, e aumentar a força de trabalho para entre 2.500 e 3.000 pessoas nesse período. Excluindo os serviços de carga e helicópteros, há três transportadoras com sede em Hong Kong: a Cathay Pacific Airways, a Hong Kong Express Airways e a Hong Kong Airlines. Como a Hong Kong Express, uma operadora de baixo custo, é uma subsidiária da Cathay Pacific, Greater Bay será essencialmente o terceiro grupo de companhias aéreas. A Hong Kong Airlines, afiliada do conglomerado chinês HNA Group, já enfrentava dificuldades financeiras antes da pandemia do coronavírus. A transportadora foi em parte reduzida ao abandonar os voos de longo curso. A única barreira para o sucesso de Greater Bay é a Cathay Pacific. Com uma história em Hong Kong que remonta a mais de sete décadas e com laços a um conglomerado britânico, a Cathay Pacific tem sido a imagem da estrutura de “um país, dois sistemas” que governa o território. Mas em 2019, a empresa foi avisada pelas autoridades chinesas que alguns de seus funcionários haviam participado de protestos antigovernamentais. No ano seguinte, a pandemia prejudicou seriamente as viagens aéreas. A Cathay Dragon, transportadora de médio curso da Cathay Pacific, está a cortar cerca de 8.500 empregos. Enquanto isso, Greater Bay está ocupada a contratar ex-pilotos da Cathay Dragon. A companhia aérea procura oferecer rotas da Cathay Dragon no continente, cedidas pelas autoridades de aviação, bem como voos para destinos japoneses, que têm sido o ponto forte da Hong Kong Express. Autoridades de Hong Kong responsáveis pela atribuição de rotas disseram que a decisão sobre as rotas será feita tendo em consideração factores como a competição saudável, fortalecimento da posição da cidade como um centro de aviação e desenvolvimento da indústria aérea.
Hoje Macau China / ÁsiaChina supera os EUA como maior receptor de investimento estrangeiro Em 2020, o valor do investimento estrangeiro na China ultrapassou pela primeira vez o dos EUA. Entretanto na Europa a crise vapora, alimentada pelos maus resultados da Alemanha A China subiu para o primeiro lugar no ranking global de investimento estrangeiro directo (IED), obtendo US $ 163 mil milhões em 2020, durante a pandemia global, de acordo com o último relatório da ONU sobre investimento global, tirando os EUA, que só atraíram US $ 134 mil milhões, do primeiro lugar . O IED global caiu 42% em 2020 para uma estimativa de US $ 859 mil milhões no ano passado, de US $ 1,5 biliões em 2019, e ficou mais de 30 por cento abaixo do valor após a crise financeira global em 2009, um novo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) mostrou no domingo. Apesar da queda, a China contrariou a tendência com US $ 163 mil milhões em investimento estrangeiro, um aumento de 4% em relação a 2019, tornando-se o maior receptor do mundo em 2020, seguido pelos EUA. Em 2019, os EUA receberam US $ 251 mil milhões e a China, US $ 140 mil milhões. “O IED na China, onde a fase inicial da pandemia causou uma queda acentuada nos gastos de capital, terminou o ano com um pequeno aumento”, disse o relatório. Apesar da interrupção causada pelo vírus no início de 2020, os investidores estrangeiros não diminuíram o ritmo de entrada no mercado chinês e expansão do investimento. Grandes projetos com investimento estrangeiro em muitos lugares da China foram implementados de forma intensiva no ano passado. Entre eles, centros globais de pesquisa e desenvolvimento, projectos de sedes e centros de operação de cadeias de abastecimento tornaram-se na primeira escolha de investidores estrangeiros que foram atraídos pelo potencial significativo do mercado chinês e pela resiliência da sua economia, a única que registou resultados positivos de crescimento apesar do COVID-19 no ano passado. “Um retorno ao crescimento positivo do PIB e o programa governamental de facilitação de investimentos ajudaram a estabilizar o investimento após o bloqueio precoce (coronavírus)”, disse James Zhan, director de investimentos e empresas da UNCTAD, de acordo com a Agência de Notícias Xinhua. “A dependência global das cadeias de abastecimento de empresas multinacionais na China durante a pandemia também sustentou o crescimento do IDE chinês”, disse Zhan. A queda global do IED, como mostram os dados, concentrou-se nos países desenvolvidos, onde os fluxos de IED caíram 69%, para cerca de US $ 229 mil milhões, o nível mais baixo em 25 anos. Os influxos para a Europa caíram em território negativo em US $ 4 mil milhões negativos. Entre os membros da UE, 17 viram o seu IED diminuir, com a Alemanha a registar uma grande queda, apesar de um salto nas fusões e aquisições internacionais, enquanto o Reino Unido não registou novos ingressos no ano passado. O declínio nas economias em desenvolvimento foi de 12%, para uma estimativa de US $ 616 mil milhões, mostrou o relatório. A parcela das economias em desenvolvimento no que se refere ao IED global atingiu 72%, a maior parcela já registada. Olhando para o futuro, é esperado um crescimento lento adicional para o IDE global em 2021, colocando em risco uma recuperação sustentável, de acordo com o relatório.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim contra resolução do Parlamento Europeu sobre Hong Kong A China expressou a sua firme oposição a uma resolução aprovada pelo Parlamento Europeu em relação a Hong Kong, exigindo que a instituição europeia respeite a soberania da China e pare de repreender outros países sobre os direitos humanos. A porta-voz do Ministério do Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, disse que os assuntos de Hong Kong são simplesmente assuntos internos da China e não necessitam de nenhuma interferência de qualquer governo estrangeiro, organização ou indivíduo. “Certos membros do Parlamento Europeu, confundindo o certo com o errado, promoveram a aprovação da alegada resolução, o que constitui uma interferência brutal nos assuntos de Hong Kong e assuntos internos da China”, disse Hua, acrescentando que a China se opõe firmemente a essas práticas. “Pedimos que o Parlamento Europeu enfrente directamente o facto de que Hong Kong já retornou à China, adira à lei internacional e às normas básicas que governam as relações internacionais, abandone os duplos padrões e deixe de repreender os outros países sobre os direitos humanos”, disse Hua. “O Parlamento Europeu deve respeitar honestamente a soberania da China e o estado de Direito em Hong Kong e parar de interferir nos assuntos de Hong Kong e assuntos internos da China sob qualquer forma”, acrescentou a porta-voz.
Hoje Macau Grande Plano ManchetePresidenciais | Marcelo é o primeiro a ganhar em todos os concelhos em Portugal Marcelo Rebelo de Sousa ganhou a votação deste ano em todos os concelhos do país, sendo o primeiro a conseguir esse feito, e afirmou a necessidade de avançar com voto por correspondência, antes de novas eleições. Outros recordes foram batidos, como a maior abstenção de sempre em presidenciais e o maior número de votos para uma candidata. Na luta pelo 2.º lugar, Ana Gomes e Ventura bateram-se até ao fim Marcelo Rebelo de Sousa começou o seu discurso, a partir da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, por recordar os mais recentes números da pandemia, bem como os de 2 de Novembro, dia em que se invocaram as vítimas da pandemia. “A 2 de Novembro, dia da evocação das vítimas da pandemia no Palácio de Belém, havia 2.590 mortos. São agora 10.469. Para eles, assim como para os mortos não covid, destes quase 11 meses de provação, vai o meu primeiro emocionado pensamento, para eles e para as suas famílias”, começou por dizer Marcelo. “São, com os demais que sofreram e sofrem e lutam dia após dia pela vida e pela saúde, o retrato do Portugal em que decorreu esta eleição, em plena pandemia agravada em Janeiro, com estado de emergência e confinamento inevitável, com crise económica e social, queda de crescimento e projecção na pobreza e das desigualdades”, continuou. “Para eles vai o meu e o nosso pensamento”, afirmou, relembrando também as famílias afectadas pela covid-19. De seguida, Marcelo saudou os portugueses que proporcionaram a realização destas eleições, com apreço para “os que se mobilizaram para as mesas de voto, para que pudesse haver eleição, os que votaram apesar da pandemia e do Inverno agreste, os que só não votaram por impossibilidade legal ou física, os que não o fizeram por sua opção muito pessoal. Para todos eles — mas em particular os que mais se sacrificaram para que a democracia não fosse vencida pela pandemia — vai uma palavra de gratidão ilimitada, pelo serviço que prestaram à liberdade, ao estado de direito e a Portugal.” Cheque e cobertura Quanto ao resultado da eleição, Marcelo lembrou que estas eleições representam uma resposta dada “quanto à escolha feita entre a renovação da confiança no Presidente da República em funções e a sua substituição por outra ou outro dos candidatos com diversos perfis”, sendo que “perante essa opção, que envolvia também julgar o desempenho de quem se submetera ao voto como o responsável máximo do Estado e, nessa medida, da gestão da pandemia, os portugueses responderam, renovando a confiança no actual Presidente da República por mais cinco anos”. Além disso, Marcelo referiu estar “honrado e agradecido por esta confiança em condições tão mais difíceis do que em 2016”. Agradecendo de “coração aberto” a quem votou nele, o Presidente deixou também uma palavra a quem não o fez, pois “o Presidente é um só e só um e representa todo o Portugal”. “Tenho a exacta consciência que a confiança agora renovada é tudo menos um cheque em branco e diz que tem de continuar a ser um Presidente de todos e de cada um dos portugueses”, começou por dizer, frisando que não pode ser um presidente “de uns contra os maus, que não seja de facção, que respeite o pluralismo e a diferença e que nunca desista da justiça social”. Fazendo referência à abstenção, Marcelo lembrou que, mesmo assim, se registou uma “subida significativa do voto absoluto em relação há cinco anos”. Retomando o tema inicial, Marcelo frisou que os portugueses “não querem uma pandemia infindável, uma crise sem fim à vista, um recuo em comparação com outros países, uma radicalização e um extremismo nas pessoas, nas atitudes, na vida social e política”, mas sim “uma pandemia dominada o mais rápido possível, uma recuperação do emprego”. Voto por correspondência No seu discurso de vitória, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu “tudo fazer para persuadir quem pode elaborar leis a ponderar a revisão antes de novas eleições daquilo que se concluiu dever ser revisto, para ajustar a situações como a vivida”. E prosseguiu: “Mais em geral, para ultrapassar objeções ao voto postal ou por correspondência, objeções essas que tanto penalizaram os votantes, em especial os nossos compatriotas espalhados pelo mundo. Compreendi este outro sinal e insistirei para que seja finalmente acolhido”. O chefe de Estado afirmou ainda ter a noção de “que os portugueses, ao reforçarem o seu voto, querem mais e melhor”, seja “em proximidade, em convergência, em estabilidade, em construção de pontes, em exigência, em justiça social e de modo mais urgente, em gestão da pandemia”. Luta no pódio Ana Gomes venceu André Ventura nos distritos do litoral continental, com exceção de Leiria, mas o candidato do Chega ganhou o interior. Quanto às ilhas, Ana Gomes conquistou o segundo lugar nos Açores, André Ventura na Madeira. A nível nacional Ana Gomes conquistou 12,93 por cento dos votos, pouco mais de um ponto percentual a mais do que o candidato da extrema-direita, André Ventura, que obteve 11,89 por cento dos votos. Foi nos grandes distritos do território continental que Ana Gomes consolidou o segundo lugar, sobretudo no Porto, onde venceu André Ventura com quase 54 mil votos de vantagem: os 116.906 votos corresponderam a 15,58 por cento da votação no distrito, contra os 63.194 de André Ventura que lhe garantiram um resultado de 8,42 por cento. Em Lisboa, Ana Gomes chegou perto dos 15 por cento, conquistando 139.629 votos, deixando André Ventura em terceiro lugar com 123.573 votos correspondentes a 12,85 por cento da votação no distrito. Abandono eleitoral “Se eu não tivesse estado nesta disputa, estaríamos hoje a lamentar ainda mais a progressão da extrema-direita”, afirmou Ana Gomes, em declarações aos jornalistas, no final da noite eleitoral. “Lamento profundamente a não comparência a estas eleições por parte do meu partido, o PS, que assim contribuiu para a dar vitória ao candidato da direita democrática. Foi uma deserção que critiquei e pela qual decidi apresentar esta candidatura”, afirmou a militante do PS e antiga eurodeputada socialista, na sua declaração no final da noite eleitoral. Na fase de perguntas, e questionada se responsabilizava o secretário-geral do PS por essa deserção, respondeu: “António Costa, obviamente, foi o principal responsável por essa deserção”. Questionada se António Costa também lhe telefonou – como fez com o Presidente reeleito -, Ana Gomes respondeu negativamente: “Esta noite só falei com o professor Marcelo Rebelo de Sousa, não falei com mais nenhum dirigente partidário”, Ana Gomes considerou que a sua candidatura foi “uma missão de serviço público” e, questionada sobre o seu futuro, garantiu que nunca se reformará da política. “Nunca me resignarei a que a democracia degenere e fique à mercê de foras antidemocráticas que cavalgam o ressentimento dos cidadãos”, disse. Recado ao PSD André Ventura confirmou a sua decisão de “devolver a palavra aos militantes” na sala de um hotel lisboeta que serviu de sede à candidatura do partido da extrema-direita parlamentar nesta noite eleitoral. “Nós somos firmes naquilo que defendemos. Ficámos aquém dos 15 por cento que eu deveria ter, com algumas décimas de diferença da candidata que representa o que Portugal de pior tem, a esquerda mais medíocre e colada às minorias e àqueles que têm destruído Portugal. Não fugirei à minha palavra. Devolverei a palavra aos militantes do Chega”, disse. André Ventura foi recebido com aplausos pelos cerca de 50 apoiantes e militantes partidários na ampla sala de um hotel lisboeta, falando em penúltimo lugar dos concorrentes a chefe de Estado, imediatamente antes do vencedor do sufrágio, Marcelo Rebelo de Sousa, e escusou-se a responder a perguntas dos jornalistas, num primeiro momento. “Não há segundas-vias depois desta noite. Hoje ficou claro em Portugal e para a Europa e para o Mundo que não haverá Governo em Portugal sem que o Chega seja parte fundamental. Não há volta a dar. PSD, ouve bem, não haverá governo em Portugal sem o Chega!”, gritou. O líder do partido da extrema-direita parlamentar felicitara antes a reeleição do Presidente da República, desejando-lhe um “segundo mandato, com dignidade, respeito por Portugal e pelos portugueses de bem e que marque uma ruptura face ao seu primeiro mandato”. “Foi uma noite histórica para a direita em Portugal, que se reconfigurou completamente”, congratulou-se, sublinhando os cerca de meio milhão de votos angariados e a oportunidade aproveitada por esta “força antissistema” para “furar o bloqueio habitual”. Dois dígitos perigosos Paulo Portas defendeu que não se ignore que, pela primeira vez em 40 anos, “há um populista, de direita extrema ou extrema direita, consoante os dias, que tem dois dígitos”, numa referência a André Ventura. “A técnica do populismo é sempre a mesma: dizem uma barbaridade e toda a gente vai atrás da discussão da barbaridade”, adiantou. Para Portas, estes líderes “têm de ser confrontados com a agenda normal de um português normal: economia, educação, saúde, ambiente”. E referiu que, nesta campanha, que classificou de “absolutamente insólita e inaudível”, nem sequer percebeu o que certos candidatos fariam com a pandemia. “Eu vejo estes candidatos e eram todos contra o estado de emergência. Então, como é que resolveriam a pandemia amanhã?”, questionou. A partir de hoje, acrescentou, “há um facto novo que não se deve desvalorizar e que representa para o PSD, e ainda mais para o CDS, uma questão séria”. Derrota canhota “Acho que à esquerda, com três excelentes candidatos, todos foram derrotados. Marisa Matias certamente, uma votação muito inferior à que tinha, há uma queda de 10 para 5 por cento. Acho que ninguém vai festejar à esquerda. Houve quatro candidatos da esquerda nas últimas eleições presidenciais que tiveram cerca de 40 por cento juntos. Há três desta vez, menos dispersão, que têm cerca de 25 por cento juntos, porque Marcelo Rebelo de Sousa entrou em todos estes eleitorados, com intensidades diferentes, naturalmente muito mais no PS, mas também nos outros, e polarizou essa votação”, disse Francisco Louçã. Ana Gomes ficou “muito abaixo” de Manuel Alegre ou Sampaio da Nóvoa. “Pode-se dizer que António Costa, e isso acompanho, sai bem destas eleições, porque apoia Marcelo, porque Ana Gomes quis aparecer no fim da campanha eleitoral como instrumento de uma luta interna no PS a favor de Pedro Nuno Santos, coisa que é bastante incompreensível, porque reduz o espaço da candidatura e porque os partidos com os quais discute no parlamento as condições maioritárias de decisões como o Orçamento do Estado e outros saem enfraquecidos deste resultado eleitoral”, defendeu Louçã. Resultados finais Marcelo Rebelo de Sousa 60,70% 2.533.799 votos Ana Gomes 12,97% 541.345 votos André Ventura 11,90% 496.653 votos João Ferreira 4,32% 180.473 votos Marisa Matias 3,95% 164.731 votos Tiago Mayan Gonçalves 3,22% 134.427 votos Vitorino Silva 2,94% 122.743 votos EM BRANCO 1,10% 47.041 votos NULOS 0,94% 39.997 votos
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China constrói centro de quarentena em Hebei para quatro mil pessoas Um centro de quarentena com capacidade para mais de quatro mil pessoas está a ser construído na cidade de Shijiazhuang, com 10 milhões de habitantes, na província de Hebei, afetada por um surto de covid-19. Imagens captadas por satélite pela Agência Espacial Europeia mostram, de acordo com a Associated Press, mudanças ocorridas na área de construção nos últimos 10 dias. Grupos de casas pré-fabricadas também podem ser vistas nas imagens. Por outro lado, o jornal People’s Daily, órgão oficial do Partido Comunista da República Popular da China, indica que 600 quartos estão prontos desde o passado dia 19 de janeiro e que 3.600 estão a ser preparados. Outras publicações do regime referem que operários de vários pontos do país estão a ser enviados para Hebei para a construção do complexo. A mobilização de mão-de-obra ou de equipas de salvamento a nível nacional são uma prática comum do regime quando ocorrem desastres naturais ou outro tipo de crises. No ano passado, os hospitais Huoshenshan e Leishenshan foram construídos em poucos dias para doentes com covid-19 na cidade de Wuhan onde o novo coronavírus foi inicialmente detetado a nível mundial. Pequim afirma que tem controlada “amplamente” a propagação da pandemia de covid-19 mas admite surtos, sobretudo nas regiões do norte do país mais atingidas pela descida das temperaturas. A Comissão Nacional de Saúde afirma ter registado 145 casos nas últimas 24 horas, “incluindo 11 casos” na província de Hubei. O suposto novo centro de tratamento foi concebido para manter em quarentena as pessoas que estiveram em contacto com doentes com covid-19. De acordo com a China News Service, a segunda maior agência estatal de notícias – depois da Agência Nova China -, cada quarto tem 18 metros quadrados, uma cama, um aparelho de ar condicionado, uma mesa, uma televisão e rede de internet. Segundo as notícias dos meios de comunicação social do regime, o complexo fica situado em Zhengding, na área suburbana de Shijiazhuang, a capital da província de Hebei, a cerca de 260 quilómetros a sul de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaNove dos 10 mineiros ainda presos numa mina chinesa foram encontrados mortos Nove dos 10 mineiros que ainda estavam presos numa mina de ouro na China, há duas semanas, foram encontrados mortos, anunciou hoje a agência de notícias estatal Xinhua. Uma explosão numa mina de ouro em Qixia, na província oriental de Shandong, a 10 de janeiro, bloqueou 22 mineiros a várias centenas de metros de profundidade. Desde então, 10 morreram, 11 foram retirados com vida e um ainda continua desaparecido, de acordo com a Xinhua. No domingo, onze mineiros foram trazidos em segurança para a superfície. A televisão estatal CCTV mostrou os mineiros a serem retirados um a um na tarde de domingo, com os olhos cobertos para os proteger depois de tantos dias a viver na escuridão. Um mineiro morreu devido a um ferimento na cabeça logo após a explosão, que depositou grandes quantidades de escombros no poço da mina. O aumento da supervisão melhorou a segurança na indústria de mineração da China, que costumava ter uma média de 5.000 mortes por ano. No entanto, a grande procura de carvão e metais preciosos continua a estimular a construção de mina, e dois acidentes em Chongqing, no ano passado, mataram 39 mineiros.
Hoje Macau Grande PlanoCovid-19 | Preocupações aumentam em Timor-Leste com mais casos em Timor Ocidental Reportagem de António Sampaio, da agência Lusa O aumento dos casos de covid-19 na metade indonésia da ilha de Timor está a causar “grandes preocupações” às autoridades timorenses que temem eventuais contágios, disseram responsáveis. Nas últimas semanas registou-se um aumento significativo de casos em Timor Ocidental, com mortes de pessoas infectadas com covid-19 em locais como Atambua, a poucos quilómetros da fronteira com Timor-Leste. Uma situação preocupante para toda a zona fronteiriça, mas especialmente para o enclave de Oecusse-Ambeno, onde só nos últimos dias foram capturadas mais de 90 pessoas em transações e movimentações ilegais nas fronteiras, disse à Lusa o presidente da Região Administrativa Especial Oecusse-Ambeno (RAEOA), Arsénio Bano. “Os casos estão a aumentar de dia para dia em Timor Ocidental e estão cada vez mais perto. Agora já há casos muito próximo da fronteira na zona de Oesilo, num dos subdistritos de Kefa [Timor Ocidental]”, afirmou Bano. “E em Atambua não há boas notícias. Estamos cercados e estamos a fazer o possível, com vigilância máxima, porque o contágio comunitário já está em pleno em Timor Ocidental”, admitiu o responsável, expressando preocupação. O vice-ministro do Interior timorense, António Armindo, disse à Lusa que desde o início do ano, pelas várias vias, entraram no país quase 380 pessoas, das quais cerca de 100 ilegalmente pela fronteira terrestre, na maioria estudantes ainda em quarentena. “Temos de gerir isto com muito cuidado porque temos medo de transmissão comunitária. Evitar isso implica apelarmos a todos os que vivem fora de Timor-Leste para que entendam que travessias ou movimentos ilegais não são a opção certa”, salientou. “Se amam Timor-Leste, a população das fronteiras, as suas famílias, organizem com os nossos consulados, registem-se para que o MNE possa falar com o Ministério da Saúde para ver se os podemos receber. E depois o Ministério do Interior pode abrir as portas”, sublinhou. Sem referir o dispositivo de patrulhas fronteiriças, por questões de segurança, o vice-ministro disse notar um reforço da acção conjunta da polícia e forças armadas. “É por isso que estamos a detetar estes ilegais. Mas tem de haver colaboração de todos. Todos têm de ter consciência de que não podemos fazer isto. Temos que fazer entradas legais para que o Governo possa gerir a situação”, destacou. A sensibilização envolve também chefes de aldeia, de suco (equivalente a freguesias) e jovens, para que “ajudem na segurança, informando de movimentos ilegais”. O responsável da RAEOA explicou que na província de Nusa Tengarra Timur, que inclui a metade indonésia da ilha, há atualmente quase dois mil casos ativos, com um total de 114 mortos desde o início da pandemia. As autoridades iniciaram já em meados deste mês a vacinação de trabalhadores da linha da frente dos serviços de saúde em Kupang, a capital de Timor Ocidental, programa que vai ser agora progressivamente alargado. “Eles também estão em pânico. As populações, os serviços de saúde, que já estão sobrecarregados. Por isso, aqui em Timor-Leste temos que ter o máximo cuidado”, sublinhou. Um dos sinais do perigo evidenciou-se na última semana com 14 casos positivos, 11 timorenses e três estrangeiros, entre um grupo de cerca de 120 pessoas, muitos dos quais estavam há semanas em Timor Ocidental e que entraram em 20 de Janeiro. A resposta à ameaça e à pandemia envolve actualmente mais de 700 pessoas entre efectivos da Unidade de Patrulhamento de Fronteira (UPF), funcionários de saúde e vigilantes fronteiriços. O dispositivo acabou de ser reforçado e procura responder ao número elevado de pessoas que atravessam ilegalmente para a Indonésia, nomeadamente para trocas comerciais. Uma prática antiga para as populações das zonas fronteiriças, que Bano admitiu ser necessária para quem passa dificuldades, mas que na grande maioria dos casos envolve “oportunistas que colocam em risco a saúde pública” de toda a população. “Quem é capturado é levado de imediato para a quarentena, onde já temos actualmente quase 100 pessoas. Há alguns com dificuldades, mas também há oportunismo. Não temos pessoas suficientes e eles aproveitam-se disso”, notou. Arsénio Bano disse que estão a ser construídos novos espaços de quarentena, esperando ter mais 60 quartos em breve, e zonas de triagem nos locais mais usados na fronteira. “A situação em Timor Ocidental vai continuar e a nossa única opção é a prevenção. Triagem, evitar contactos com famílias e comunidades e canalizar quem atravessa a fronteira diretamente para a quarentena”, disse. A autoridade regional está igualmente num processo de reforço das condições do hospital, com ventiladores, medicamentos e consumíveis médicos, reforçando as condições de isolamento e outros serviços. O presidente da RAEOA disse que a ministra da Saúde timorense, Odete Belo, vai enviar uma equipa “para fazer a avaliação rápida do que é necessário com mais urgência em Oecusse”, especialmente a nível da prevenção. “Mas recomendo que o Governo central olhe para as outras fronteiras terrestres, nas zonas de Maliana e Suai, porque o risco é o mesmo. Há que actuar para prevenir qualquer contágio comunitário”, disse. Timor-Leste tem actualmente 17 casos activos no país, com um total de 67 casos desde o início da pandemia, dos quais 50 recuperaram. A deteção de três casos positivos entre pessoas que entraram ilegalmente em Oecusse em dezembro levou à aplicação até meados desde mês de uma cerca sanitária na região. O país está actualmente no nono período de 30 dias de estado de emergência, com restrições à entrada e quarentena obrigatória, entre outras medidas. O Governo pediu já ao Presidente timorense a renovação do estado de excepção por mais 30 dias até ao início de março. O Ministério da Saúde adiou indefinidamente um programa de testes em massa, que devia começar hoje. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.121.070 mortos resultantes de mais de 98,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomata norte-coreano desertou para a Coreia do Sul em 2019 Um alto diplomata norte-coreano, que assegurou interinamente o cargo de embaixador no Kuwait, desertou em 2019 para a Coreia do Sul com a família, noticiou hoje um diário sul-coreano. Ryu Hyun-woo chegou em setembro de 2019 à Coreia do Sul, onde pediu asilo político, de acordo com o diário Maeil Business, citado pela agência de notícias France-Presse, mas a fuga foi mantida em segredo. Cerca de 30 mil norte-coreanos fugiram já à repressão e à pobreza no país para o Sul, na maioria dos casos passando primeiro pela fronteira com a China. As deserções de responsáveis são raras. No entanto, a chegada de Ryu à Coreia do Sul ocorreu alguns meses depois da fuga do antigo embaixador interino em Itália Jo Song-gil, que também pediu asilo a Seul. “Decidi desertar porque queria dar ao meu filho um futuro melhor”, declarou Ryu, citado pelo Maeil Business. Em setembro de 2017, Ryu assumiu interinamente a liderança da embaixada, na sequência da expulsão pelo Kuwait do diplomata So Chang-sik, depois de a ONU ter adotado sanções contra Pyongyang relacionadas com os programas nuclear e balístico. Os meios de comunicação social identificaram Ryu como familiar de Jon Il-chun, antigo chefe do Gabinete 39, que gere os fundos secretos dos dirigentes norte-coreanos. Em 2016, o antigo “número dois” da embaixada da Coreia do Norte no Reino Unido Tae Yong-ho desertou para a Coreia do Sul, naquela que foi a mais recente deserção de um responsável do Norte. Eleito deputado no ano passado, Tae apresentou Ryu como membro do “coração da elite” do regime. “Independentemente dos privilégios que se possam ter na Coreia do Norte, o vosso espírito só poderá mudar quando se vai ao estrangeiro e se faz a comparação”, afirmou. O Norte reforçou as restrições e o controlo das fronteiras no âmbito das medidas contra a covid-19 e o número de norte-coreanos a fugir para o Sul diminuiu consideravelmente no ano passado. Mas, para Tae, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, “nunca poderá impedir os norte-coreanos que sonham com a liberdade de fugirem para a Coreia do Sul”. Depois de uma notável melhoria nas relações intercoreanas em 2018, na sequência dos Jogos Olímpicos de inverno, o fracasso da segunda cimeira entre Kim e o ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em fevereiro de 2019, em Hanoi, trouxe um novo “arrefecimento” à política na península. As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, depois de a Guerra da Coreia (1950-53) ter terminado com a assinatura de um armistício, que ainda não foi substituído por um acordo de paz.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China com 124 novos casos, 117 de contágio local A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 124 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, 117 dos quais são contágios locais registados em três províncias e duas cidades. Os casos locais foram detetados no nordeste do país, nas províncias de Jilin (67), Heilongjiang (35) e Hebei (11). Nas cidades de Pequim e de Xangai foram registados três casos e um, respetivamente. As autoridades chinesas isolaram várias zonas naquelas províncias do nordeste do país, para controlar os diferentes surtos, e estão a realizar uma campanha maciça de testes à covid-19 entre a população, para travar o aumento dos casos. Os três casos detetados em Pequim foram registados no distrito de Daxing, palco de um surto que as autoridade estão a tentar controlar através de confinamentos seletivos, rastreio de contactos próximos e testes maciços. O Governo chinês está a tentar evitar a propagação da doença durante o período das festividades do Ano Novo Lunar, que este ano decorre entre 11 e 17 de fevereiro, quando centenas de milhões de chineses regressaram aos locais de origem. Em algumas províncias, as autoridades cancelaram férias, comemorações públicas e exposições típicas nesta época e pediram para limitar as deslocações a viagens essenciais. A Comissão de Saúde da China indicou que os restantes sete casos detetados nas últimas 24 horas foram diagnosticados em viajantes oriundos do estrangeiro e chegados às cidades de Xangai (dois) e Tianjin (dois), e às províncias de Guangdong (dois) e Fujian (um). O número de infetados ativos no país fixou-se em 1.850, incluindo 109 em estado grave, acrescentou. Em 14 de janeiro, e depois de quase oito meses sem registar qualquer óbito, o organismo anunciou uma nova morte, o que eleva o número total de mortos para 4.635, de acordo com os dados oficiais. Desde o início da pandemia, o país somou 89.115 infetados. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.121.070 mortos resultantes de mais de 98,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau SociedadeChineses Ultramarinos apoiaram luta anti-covid A Associação Geral de Chineses Ultramarinos de Macau celebrou no passado sábado a chegada do Ano do Búfalo, com um jantar onde estiveram presentes os media locais. Lao Ngai Leong, presidente da associação, referiu que “os chineses ultramarinos regressados a Macau cooperaram com o governo para prevenir e combater a epidemia, fazendo a diferença. Especialmente na fase inicial, quando confrontados com uma grave escassez de materiais anti-epidémicos, os chineses ultramarinos na Indonésia, Estados Unidos, Coreia do Sul e outros países enviaram para Macau quase 10 milhões de máscaras. Outros materiais foram adquiridos no Continente.”