Covid-19 | Equipa da OMS em Wuhan diz que lado chinês está a cooperar

Um dos investigadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) em busca de pistas sobre a origem do novo coronavírus na cidade de Wuhan, centro da China, disse hoje que o lado chinês ofereceu um alto nível de cooperação.

Numa mensagem difundida via Twitter, o zoólogo Peter Daszak elogiou as reuniões de quarta-feira com a equipa do importante Instituto de Virologia de Wuhan, incluindo o vice-diretor Shi Zhengli, um virologista que trabalhou com Daszak para rastrear as origens da Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou SARS, que teve origem na China, em 2003.

“Reunião extremamente importante hoje, incluindo com o Dr. Shi Zhengli. Uma discussão franca e aberta. As principais perguntas que fizemos tiveram resposta”, escreveu Daszak.

A equipa permaneceu no hotel e parecia não ter visitas programadas para hoje. Anteriormente, Daszak difundiu imagens dos jornalistas à porta do instituto. “Agradecemos à imprensa pela sua paciência e interesse em divulgar estas notícias para o mundo. O trabalho está a avançar e esperamos poder conversar sobre os resultados o mais rápido possível”, apontou.

O Instituto de Virologia de Wuhan juntou muitas amostras de vírus, levando a alegações não comprovadas de que pode ter causado o surto original, através de um acidente.

A China negou veementemente essa possibilidade e promoveu teorias não comprovadas de que o vírus pode ter tido origem em outro lugar.

A equipa da OMS, que inclui especialistas de 10 países, visitou ainda hospitais, institutos de pesquisa e um mercado de frutos do mar ligado ao surto original.

É provável que sejam precisos anos para confirmar a origem do vírus por causa da pesquisa exaustiva, incluindo amostras de animais, análises genéticas e estudos epidemiológicos.

Uma possibilidade é que um caçador de animais selvagens possa ter passado o vírus para comerciantes que o carregaram para Wuhan, mas isso ainda não foi provado.

Os primeiros pacientes da covid-19 foram detetados em Wuhan, no final de 2019, levando o governo a colocar a cidade de 11 milhões de habitantes sob um bloqueio de 76 dias. Desde então, a China relatou mais de 89.000 casos e 4.600 mortes.

4 Fev 2021

Covid-19 | Coreia do Norte vai receber 1,9 milhões de vacinas no primeiro semestre

A Coreia do Norte vai receber 1.992.000 unidades de vacinas desenvolvidas pela AstraZeneca e Universidade de Oxford contra a covid-19 no primeiro semestre do ano através do projeto COVAX, segundo um relatório provisório divulgado na quarta-feira.

O relatório divulgado pela COVAX [consórcio que pretende garantir aos países de baixo e médio rendimento acesso às vacinas contra a covid-19] avança que a Coreia do Norte vai receber vacinas desenvolvidas pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford e fabricadas pelo Serum Institute of India (SII). De acordo com o documento, a previsão é que entre 35 e 40% do total seja entregue no primeiro trimestre e 60-65% no segundo.

O mecanismo global de fornecimento de vacinas explicou que começará a distribuir um total de 337 milhões de doses para países de baixo e médio rendimento no final de fevereiro. Os meios de propaganda norte-coreana não noticiaram hoje o anúncio da COVAX.

El Rodong, principal jornal de um regime, divulgou hoje os últimos números de infeções a nível global, com reportagens separadas para os números da Europa ou da Ásia.

A Coreia do Norte continua a não relatar nenhum caso de covid-19 à Organização Mundial de Saúde (OMS), de acordo com o último relatório regional da organização com sede em Genebra.

De acordo com Pyongyang, nenhuma das mais de 13.200 pessoas que fizeram o teste teve resultado positivo. No entanto, e apesar de o país ter fechado as suas fronteiras, a total ausência de infeções é uma afirmação que muitos especialistas duvidam ser verdadeira.

Em agosto passado, o regime publicou um decreto no qual reconhecia que muitos norte-coreanos continuaram a entrar e sair ilegalmente da China durante o início da pandemia e que dava ordens para atirar para matar qualquer um que se aproximasse das áreas de fronteira.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

4 Fev 2021

Tóquio 2020 | Presidente da organização desculpa-se por comentários ofensivos sobre mulheres

O presidente do comité organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Yoshiro Mori, pediu hoje desculpas públicas pelos comentários ofensivos sobre mulheres, um dia depois de o incidente ter gerado críticas e apelos à sua demissão.

“Reconheço que os comentários durante a reunião com o Comité Olímpico do Japão foram contrários ao espírito olímpico. Lamento”, disse hoje Mori, de 83 anos, durante uma conferência de imprensa. Na quarta-feira, Yoshiro Mori defendeu que as mulheres têm dificuldade em ser concisas, observando que os membros femininos do órgão a que preside “sabem colocar-se no seu lugar”.

As declarações do responsável máximo do comité organizador da próxima edição dos Jogos Olímpicos (JO), adiada para 2021 devido à pandemia de covid-19, foram feitas durante uma reunião com o Comité Olímpico do Japão, aberta à comunicação social e reproduzidas pelo diário Asahi Shimbun.

“As reuniões dos conselhos de administração com a presença de muitas mulheres demoram demasiado tempo. Se for aumentado o número de membros femininos e o tempo de intervenção não for limitado, será mais difícil concluí-las, o que é irritante”, sustentou Mori.

“As mulheres têm espírito competitivo. Se uma levanta a mão [para poder intervir], as outras sentem-se na obrigação de se exprimirem também. É por isso que todos acabaram por falar”, acrescentou.

O antigo primeiro-ministro japonês (2000-2001) notou que “o comité organizador [dos Jogos Olímpicos Tóquio2020] tem sete mulheres, mas elas sabem colocar-se no seu lugar”, um comentário que motivou sorrisos entre vários responsáveis presentes na reunião.

As declarações levaram a uma chuva de críticas na rede social Twitter, com apelos à demissão de Mori, acusando-o de discriminar as mulheres. Questionado sobre se tencionava abandonar o cargo, por causa da polémica, Mori recusou à partida essa possibilidade, mas acrescentou: “Se todos me disserem que estou a incomodar, então deverei pensar nisso”.

O responsável máximo do comité que prepara os próximos JO na capital japonesa reiterou as desculpas perante os ofendidos com as declarações e as pessoas que fazem parte da organização, considerando que “estão a fazer tudo o que é possível” para o sucesso da competição.

O Japão ocupa o 121.º lugar no mais recente relatório do Fórum Económico Mundial sobre a igualdade de género, entre 153 países, e o 131.º na proporção de mulheres em lugares de topo em empresas, política e administração pública.

4 Fev 2021

Covid-19 | Farmacêutica Sinovac solicita autorização na China para comercializar vacina

A farmacêutica chinesa Sinovac solicitou à Administração Nacional de Produtos Médicos da China “autorização comercial condicional” para a sua vacina contra a covid-19, designada CoronaVac, informou hoje a empresa em comunicado.

Segundo a nota, o antígeno já foi fornecido a “dezenas de milhares de pessoas na China” como parte de um programa de uso de emergência, lançado em julho passado, e que visou grupos específicos com alto risco de infeção.

“Catorze dias após a vacinação das duas doses, a taxa de eficácia está de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as diretrizes para avaliação clínica de vacinas preventivas para a covid-19 emitidas pela Administração Nacional de Produtos Médicos”, assegurou a Sinovac.

“A vacina candidata foi testada em ensaios clínicos da fase 3, realizados fora da China. Os resultados preliminares desses testes mostraram um bom perfil de segurança para a vacina”, acrescentou a empresa.

Os ensaios revelaram diferentes taxas de eficácia para a vacina da Sinovac: na Turquia, os testes revelaram uma eficácia de 91,25%, na Indonésia, de 65,3%, e no Brasil de 50,4%.

No mês passado, as autoridades chinesas autorizaram, pela primeira vez, o uso comercial de uma vacina contra a covid-19, desenvolvida pela farmacêutica Sinopharm e pela sua subsidiária, o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim.

A China está a executar uma campanha de vacinação que visa imunizar 50 milhões de nacionais, antes da chegada do Ano Novo lunar, em 12 de fevereiro.

Desde o início da pandemia, 89.649 pessoas ficaram infectadas na China, tendo morrido 4.636 doentes. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

4 Fev 2021

Fotografia | Dois portugueses distinguidos em Tóquio

Dois fotógrafos portugueses residentes de Macau foram distinguidos no Prémio Internacional de Fotografia de Tóquio. João Miguel Barros recebeu dois prémios (prata), foi ontem divulgado. O português garantiu, além de duas menções honrosas com o projecto “Jamestown”, dois prémios ‘silver’ (prata) com o trabalho “Akuapem”, em outras tantas categorias: Editorial/Desporto e Editorial/Ensaio Fotográfico.

“O meu trabalho voltou a ser distinguido este ano”, salientou João Miguel Barros, cujo trabalho “Akuapem” retrata “o Festival tradicional de Odwira (…) celebrado em Akuapem, Gana, integrando múltiplas atividades culturais, religiosas e tradicionais (…) entre elas, o boxe”, com o trabalho a incluir “dois conjuntos de imagens de vários combates que decorrem nessa ocasião numa praça pública cheia de gente”. Outro português, Gonçalo Lobo Pinheiro, obteve também duas menções honrosas pela reportagem fotográfica sobre lares de idosos em Macau durante a pandemia de covid-19.

4 Fev 2021

Air Macau | Orquestra local dá música a bordo

Um total de 11 obras de música clássica interpretadas pela Orquestra de Macau (OM) e pela Orquestra Chinesa de Macau vão passar a estar disponíveis para audição por parte dos passageiros dos voos da Air Macau. Trata-se do resultado de uma parceria com o Instituto Cultural, sendo que os passageiros podem aceder à música das orquestras através do programa “Cultura de Macau” na plataforma “Entretenimento Wi-Fi a bordo da Air Macau”.

Estão incluídas interpretações de obras como o Concerto para Piano “O Rio Amarelo” e o álbum “O Charme de Macau”. O Concerto para Piano “O Rio Amarelo” é uma adaptação, realizada por vários compositores entre 1968 e 1969, da “Cantata do Rio Amarelo” de Xian Xinghai e descreve a magnífica paisagem do Rio Amarelo. Este concerto foi estreado em 1970 e continua a ser uma obra sinfónica muito conhecida na China. A versão seleccionada é tocada pela pianista Ju Jin.

O álbum “O Charme de Macau” apresenta música interpretada pela Orquestra Chinesa de Macau, composta pelo compositor português Rão Kyao, com arranjos de Kuan Nai Chung.

4 Fev 2021

Deputado Si Ka Lon acredita que Hengqin pode vir a ter acesso ao Facebook

Em declarações ao jornal Exmoo, o deputado Si Ka Lon disse acreditar que o projecto de reforço da cooperação entre a província de Guangdong e Macau seja lançado em breve, tendo em conta que o relatório de trabalho do Governo de Zhuhai inclui que as iniciativas da zona de cooperação se concretizem de forma acelerada. O deputado indicou que Zhuhai está a lutar activamente para conseguir autorização do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) e apoios da Província de Guangdong.

Si Ka Lon crê também que no futuro haja medidas flexíveis e convenientes para a circulação de mercadorias e dinheiro entre Macau e Hengqin, bem como informações abertas, com possibilidade de população aceder ao Facebook na Ilha da Montanha.

Por outro lado, como Zhuhai está agora a organizar o plano regional da Ilha da Montanha, o legislador entende que a zona de reforço da cooperação pode passar a incluir as Ilhas de Ladrones, Hongwan e uma zona tarifária. Si Ka Lon considera que estas zonas podem ajudar à diversificação económica de Macau e deu o exemplo das Ilhas de Ladrones, indicando que podem servir para turismo marítimo e como porto para Macau.

Tendo em conta que Macau está a construir uma bolsa de valores denominada em renminbi, o deputado de Fujian defende uma cooperação activa com Zhuhai para pedir ao instituto de investigação da moeda digital do Banco Popular da China o lançamento de um projecto-piloto de renminbis digitais transfronteiriço.

4 Fev 2021

Ano novo chinês | Wong Kit Cheng pede medidas de incentivo à economia  

Em interpelação escrita, a deputada Wong Kit Cheng perguntou ao Governo se pode estudar medidas para convencer a população a ficar em Macau durante o ano novo chinês e incentivar o consumo interno nas comunidades, na sequência do apelo das autoridades da China continental para as pessoas evitarem deslocações.

A deputada da Associação Geral das Mulheres quer que seja estudada a possibilidade de os cupões de consumo destinados aos turistas serem também distribuídos aos cidadãos em Macau. O objectivo é elevar a vontade de consumo dos residentes e trabalhadores não residentes, bem como aliviar o impacto do reduzido número de visitantes junto das pequenas e médias empresas.

Por outro lado, de forma a equilibrar as medidas de prevenção da pandemia e a atmosfera festiva do ano novo chinês, a deputada pediu para as actividades serem distribuídas por estabelecimentos comerciais das diferentes comunidades. Wong Kit Cheng recordou que apesar da recuperação demonstrada pelo regresso do volume de turistas para 21 mil visitantes por dia, a pandemia voltou a propagar-se. Assim, quer saber como serão ajustadas as medidas para revitalizar o sector do turismo.

4 Fev 2021

Myanmar | China rejeita ter dado consentimento tácito ao golpe

A China rejeitou hoje ter apoiado ou dado consentimento tácito ao golpe de Estado em Myanmar (antiga Birmânia) e reiterou que espera que todas as partes resolvam as suas diferenças e promovam a estabilidade.

“Essas teorias não são verdadeiras. Desejamos que todas as partes em Myanmar possam resolver as suas diferenças e defender a estabilidade política e social”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, questionado sobre o alegado apoio de Pequim.

Wang observou que a comunidade internacional “deve criar um bom ambiente externo” para que o país do sudeste asiático possa “resolver os seus conflitos de maneira apropriada”.

“A China está perplexa e chocada com a fuga de um documento interno que está a ser debatido no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse o porta-voz, referindo-se à publicação por órgãos de imprensa do projeto de resolução que não foi aprovado na terça-feira pelo órgão máximo da ONU, devido ao bloqueio da China e da Rússia.

O projeto, promovido pelo Reino Unido, condenava o golpe e instava os militares a respeitar a lei e os Direitos Humanos e a libertar os detidos imediatamente.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, visitou em janeiro Myanmar, onde se encontrou com o chefe militar, Min Aung Hlaing, que executou o golpe, e também com a líder de fato do Executivo, Aung San Suu Kyi, que foi presa após os militares assumirem o poder.

A China reiterou desde a última segunda-feira que confia que todas as partes no Myanmar “vão resolver corretamente as suas diferenças, de acordo com a Constituição e a lei”.

“Qualquer decisão da comunidade internacional deve ajudar a estabilidade política e social em Myanmar, promover uma solução pacífica e evitar mais conflitos”, enfatizou o porta-voz.

4 Fev 2021

Covid-19 | Equipa da OMS visita laboratório em Wuhan alvo de especulação

Investigadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) visitaram hoje o laboratório na cidade chinesa de Wuhan que tem sido objecto de especulação sobre a origem do novo coronavírus, sustentada pela anterior administração dos Estados Unidos. A visita da equipa da OMS ao Instituto de Virologia de Wuhan faz parte da missão para reunir dados e pistas sobre a origem e a disseminação do vírus.

Jornalistas estrangeiros acompanharam a equipa até à instalação de alta segurança, mas tal como em visitas anteriores, não houve acesso direto aos investigadores, que deram poucos detalhes sobre a pesquisa em Wuhan, até à data. Guardas de segurança em uniforme e à paisana ficaram de vigia, mas não havia sinal dos trajes de proteção que os membros da equipa usaram na terça-feira, durante uma visita a um centro de pesquisa de doenças animais.

O instituto, que é um dos principais laboratórios de pesquisa de vírus da China, construiu um arquivo de informações genéticas sobre coronavírus em morcegos, após o surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave, em 2003. Isto levou a alegações de que a covid-19 pode ter vazado daquelas instalações, teoria promovida pelo anterior presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os primeiros casos de covid-19 foram diagnosticados em Wuhan, no final de 2019. A China negou veementemente essa possibilidade. O Governo chinês promoveu teorias de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais.

O vice-director do instituto é Shi Zhengli, um virologista que trabalhou com Peter Daszak, zoólogo na equipa da OMS, para rastrear as origens da SARS, que teve origem na China e levou ao surto de 2003. Shi publicou estudos em revistas académicas e trabalhou para refutar as teorias defendidas por Trump de que o vírus é uma arma biológica que vazou do laboratório do instituto.

Depois de duas semanas em quarentena, a equipa da OMS, que inclui especialistas de 10 países, visitou hospitais, institutos de pesquisa e um mercado de frutos do mar ligado a muitos dos primeiros casos.

Determinar a origem de um surto requer uma grande quantidade de pesquisas, incluindo amostras de animais, análises genéticas e estudos epidemiológicos. Uma possibilidade é que um caçador de animais selvagens tenha passado o vírus para comerciantes, que o levaram para Wuhan.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.237.990 mortos resultantes de mais de 103,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

3 Fev 2021

Myanmar | Chefe militar diz que golpe de segunda-feira era “inevitável”

O chefe das Forças Armadas do Myanmar (antiga Birmânia), Min Aung Hlaing, que passou a concentrar o essencial dos poderes, considerou ontem que o golpe de Estado militar de segunda-feira era “inevitável”. “Este desfecho era inevitável para o país e foi por isso que o escolhemos”, declarou o general Min Aung Hlaing segundo a página oficial das Forças Armadas na rede social Facebook, um dia após o golpe de estado condenado pelos principais atores internacionais.

As declarações do responsável militar coincidiram com um endurecimento da posição dos Estados Unidos, que hoje acusou os militares birmaneses de terem perpetrado um “golpe de estado”, implicando uma redução da ajuda norte-americana, apesar de o chefe militar continuar aparentemente a ignorar as condenações internacionais e os apelos à libertação da líder do Governo civil, Aung San Suu Kyi.

“Após uma análise cuidadosa dos factos e circunstâncias, chegamos à conclusão de que Aung San Suu Kyi, a líder do partido governante em Myanmar, e Win Myint, o Presidente do Governo eleito, foram depostos num golpe” na segunda-feira, disse um oficial do Departamento de Estado norte-americano. Os Estados Unidos anunciaram também que irão limitar a ajuda pública ao Governo de Myanmar, que fica “automaticamente interrompida”.

O exército prendeu na segunda-feira a chefe do Governo civil de Myanmar, Aung San Suu Kyi, o Presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o estado de emergência e colocando no poder um grupo de generais.

Os militares acusaram a comissão eleitoral de não ter sanado as “enormes irregularidades”, que segundo eles ocorreram durante as eleições legislativas de novembro, vencidas por esmagadora maioria pelo partido de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND, na sigla em inglês), no poder desde 2015.

Para além da interrupção da ajuda financeira a Myanmar, o Governo norte-americano fará também cortes na colaboração em diversos programas de ajuda internacional.

3 Fev 2021

Habitação | Afastada revisão da lei sobre mediação imobiliária

“Até ao momento, o Governo da RAEM não pondera a alteração da legislação vigente”, indicou o presidente do Instituto de Habitação (IH), Arnaldo Santos. A informação foi dada em resposta a uma interpelação escrita de Si Ka Lon, que defendeu uma revisão da Lei da Actividade de Mediação Imobiliária para “erradicar a concorrência desleal”.

No entender do deputado, a falta de regulamentação sobre a cobrança de comissões permite situações de concorrência desleal, dando como exemplos situações de descontos e reembolso de comissões. O IH defendeu que a comissão “é definida livremente entre o mediador imobiliário e o cliente”, devendo os dados desse valor, das despesas acordadas e forma de pagamento constar do contrato.

Por outro lado, Arnaldo Santos indicou que desde a entrada em vigor da lei, em 2013, até ao final de 2020, o IH aplicou sanções em 12 casos de exercício de actividades de mediação imobiliária sem licença válida. Também não é colocada a hipótese de alterar o regime para requerer a licença, tendo o responsável afirmado que as formalidades têm vindo a ser simplificadas e que devido ao Governo Electrónico já não é necessário apresentar o documento comprovativo do exame de habilitação técnico-profissional.

3 Fev 2021

Alto diplomata chinês apela a melhoria das relações com os Estados Unidos

O mais alto quadro da diplomacia chinesa apelou a melhores relações com os Estados Unidos, ressalvando que Washington deve “respeitar efectivamente a posição e as preocupações da China na questão de Taiwan”. O chefe do gabinete do Partido Comunista para os assuntos externos, Yang Jiechi, disse que os dois países têm diferenças entre si, mas que não devem permitir que isso atrapalhe as relações.

Em comentários no influente Comité Nacional dos EUA sobre as relações bilaterais, Yang deu continuidade ao tom positivo que a China está a adotar em relação à nova administração norte-americana, após um deteriorar das relações, durante o mandato do ex-presidente Donald Trump.

As relações deterioram-se rapidamente, face a uma prolongada guerra comercial e disputas sobre o estatuto de Hong Kong ou Taiwan, ilha que Pequim considera ser uma província chinesa, apesar de actuar como entidade política soberana.

“A China e os Estados Unidos são dois grandes países com histórias, culturas e sistemas diferentes e, portanto, têm diferenças em algumas questões. É crucial geri-las adequadamente e não permitir que interfiram no desenvolvimento geral das relações bilaterais”, disse Yang, numa intervenção via vídeo.

Os EUA devem “respeitar o princípio de uma só China e respeitar efetivamente a posição e as preocupações da China sobre a questão de Taiwan”, disse Yang.

O tom positivo alimenta a perceção de que os líderes chineses esperam um novo início nas relações e um discurso mais civilizado com Washington, apesar das profundas divisões.

Os EUA acusam a China de usurpar propriedade intelectual e condenam as políticas de Pequim para as regiões do Tibete, Xinjiang e Hong Kong. A China ressente-se ainda do apoio dado pelos EUA a Taiwan, juntamente com a presença militar norte-americana no Mar do Sul da China.

A nomeada de Biden para embaixadora nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, designou na semana passada a China como “adversário estratégico” que ameaça o mundo, e expressou pesar por um discurso que fez, em 2019, no qual elogiou as iniciativas da China em África sem referir abusos dos Direitos Humanos.

3 Fev 2021

Myanmar | Pequim pede à comunidade internacional que não complique a situação

A China apelou ontem à comunidade internacional para não “complicar ainda mais a situação” em Myanmar (antiga Birmânia), antes de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na sequência do golpe de Estado. Pequim, que tem importantes interesses estratégicos e económicos no seu vizinho do sul, é tradicionalmente hostil à “interferência” nos assuntos internos dos Estados e à imposição de sanções internacionais.

Depois de pedir às partes que “resolvam as suas disputas”, de acordo com as leis e a Constituição do país, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China pediu hoje à comunidade internacional “que contribua para a estabilidade política e social” no Myanmar. O Conselho de Segurança da ONU deve realizar uma reunião de emergência sobre a situação no país durante o dia de ontem.

O porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin pediu que se evite a escalada do conflito e se complique ainda mais a situação. O presidente dos EUA, Joe Biden, ameaçou na segunda-feira impor sanções contra Myanmar, depois de os militares tomarem o poder e prenderem os principais líderes civis do país, incluindo a Nobel da Paz e líder de facto, Aung San Suu Kyi.

Na China, a imprensa oficial recorreu ontem a eufemismos para reportar a situação no país vizinho, evitando cuidadosamente usar o termo “golpe”. A agência noticiosa oficial Xinhua falou de uma “grande remodelação do gabinete”, para se referir à substituição de ministros civis por militares.

Citando “especialistas”, o jornal oficial em inglês Global Times referiu-se ao golpe militar como “ajuste à estrutura de poder desequilibrada”. O jornal culpou ainda o ex-presidente dos EUA Donald Trump pelo comportamento dos militares do Myanmar. “Ao se recusar a admitir a sua derrota eleitoral e aparentemente encorajar distúrbios no Capitólio, Trump pode ter servido de exemplo para os militares do Myanmar”, acusou o Global Times.

3 Fev 2021

Covid-19 | Japão prolonga estado de emergência em Tóquio e outros departamentos

O Governo japonês prolongou hoje o estado de emergência em Tóquio e outros departamentos do país devido à covid-19 até 7 de Março, a menos de seis meses dos Jogos Olímpicos, adiados devido à pandemia. A extensão do estado de emergência por um mês vai abranger 10 dos 11 departamentos atualmente afetados pela medida, segundo o primeiro-ministro, Yoshihide Suga, durante uma reunião com o gabinete responsável por orientar a resposta do Governo.

Sob o estado de emergência, o Governo emitiu pedidos não vinculativos para que as pessoas evitem aglomerações e refeições em grupos e para que os restaurantes e bares fechem às 20:00. Os novos casos diminuíram em Tóquio e em todo o país desde o início de janeiro, mas os especialistas dizem que os hospitais continuam inundados com casos graves e que as medidas preventivas devem permanecer em vigor.

O Japão teve cerca de 400.000 infeções de covid-19, incluindo 5.800 mortes. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.227.605 mortos resultantes de mais de 102,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

3 Fev 2021

China pede aos EUA que também convidem a OMS para investigar origem do vírus

A China instou ontem os Estados Unidos a convidarem também os especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estão actualmente na cidade chinesa de Wuhan para investigar a origem do novo coronavírus.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin disse que especialistas locais “compartilharam uma vasta quantidade de informações e resultados de pesquisas” com cientistas internacionais e fizeram “trocas aprofundadas” com eles.

Wang espera que os EUA sigam o exemplo da China e adoptem uma atitude “positiva, científica e cooperativa” na busca da origem do vírus. Defende também que os Estados Unidos devem convidar especialistas da OMS para visitar o país como parte das suas pesquisas.

Alguns porta-vozes chineses afirmaram que o vírus poderia ter chegado a Wuhan através dos soldados do Exército dos EUA que participaram dos Jogos Militares na cidade, em outubro de 2019, e até apontaram a possibilidade de que o vírus tenha surgido num laboratório norte-americano.

Não há qualquer evidência científica nesse sentido. No seu quarto dia em Wuhan, a missão de especialistas internacionais visitou um centro de prevenção e controle de doenças animais. A possibilidade de o vírus ter chegado aos humanos por meio de um animal, eventualmente de um morcego, é a mais plausível, segundo os cientistas, diretamente ou por meio de um “hospedeiro intermediário”.

Na quarta-feira, os especialistas da OMS vão visitar o Instituto de Virologia de Wuhan e o seu laboratório P4 para máxima segurança biológica. O governo anterior dos Estados Unidos garantiu repetidamente que o vírus saiu daquele laboratório, embora não tenha fornecido nenhuma prova.

Até à data, a OMS reiterou que todas as hipóteses estão em cima da mesa e reclamou às autoridades chinesas que prestem o “apoio, acesso e dados” que os especialistas precisam. O Governo chinês promoveu ainda teorias de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais.

3 Fev 2021

Xunzi 荀子 – Elementos de ética, visões do Caminho – O Enriquecimento do Estado, Parte I

A miríade de coisas partilha o mesmo cosmos. Todas têm corpos diferentes, mas apesar de serem desprovidas de cabimento intrínseco, são úteis para os humanos. Este é, simplesmente, o arranjo do mundo. Diversos graus de pessoas vivem juntas. Partilham os mesmos objectivos, mas têm métodos diferentes. Partilham os mesmos desejos, mas têm diferentes entendimentos. Esta é, simplesmente, a forma como nasceram. Todos consideram justas certas coisas, sendo nisto iguais o sábio e o néscio. Contudo, aquilo que consideram justo difere, e isso é o que separa o sábio do néscio. Se a autoridade das pessoas for igual, mas o seu entendimento das coisas for diferente, agindo em nome do ganho egoísta sem temer o desastre, deixando seus desejos proliferar selvaticamente sem fim, então os seus corações estarão agitados, sem nunca conhecerem apaziguamento. Se a situação assim for, os sábios não conseguirão obter o poder de controlar. Se os sábios não obtiverem o poder de controlar, então qualquer reconhecimento de mérito será impossível. Se nenhum reconhecimento de mérito for possível, então não haverá distinção entre as massas. Se não houver distinção entre as massas, então as posições de senhor e ministros não serão estabelecidas. Se não houver senhor que regule os ministros, ou nenhum superior que regule os inferiores, então todos sob o Céu sofrerão dano por deixarem os seus desejos proliferar selvaticamente.

Todas as pessoas desejam as mesmas coisas e todas detestam as mesmas coisas. Os seus desejos são muitos, mas são poucas as coisas que os satisfaçam e, por serem poucas, é certo que as pessoas pelejarão por elas. Os produtos dos cem ofícios são meios de nutrir a pessoa, mas nem mesmo os mais capazes se conseguem dedicar a todos os ofícios, nem é possível que alguém preencha todos os cargos oficiais. Se viverem separadas e não se entreajudarem as pessoas ficarão empobrecidas. Se viverem juntas, mas não tiverem divisões sociais, lutarão entre si. A pobreza é uma catástrofe, a luta é um desastre. Se quiseres salvá-las da catástrofe e eliminar o desastre, nada melhor do que estabelecer divisões sociais claras e assim dar emprego às massas. Se os fortes ameaçam os fracos, se os sábios aterrorizam os néscios, se quem está em baixo ignora os seus superiores, se os jovens importunam os mais velhos, se não governares pela virtude, então os velhos e os fracos enfrentarão a inquietude de perder os seus meios de sustento e aqueles que estão no seu auge enfrentarão o desastre da luta divisiva. Trabalho e labor são o que as pessoas detestam, mérito e lucro são o que apreciam. Mas se não houver divisão de ocupações, então as pessoas enfrentarão a catástrofe de tentar concluir o seu trabalho sozinhas e a calamidade de terem de lutar por mérito. Se o acordo entre macho e fêmea e a divisão entre marido e mulher não for regido pelos rituais de apresentação, compromisso e casamento, as pessoas enfrentarão a inquietude de perder esse acordo e o desastre de lutar por companheiros. Por isto, o sábio cria divisões para estas coisas.

 

Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE – 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, a par do próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.

3 Fev 2021

Fundação Rui Cunha | Verdi em destaque este fim-de-semana 

A Fundação Rui Cunha (FRC) recebe, esta quinta e sexta-feira, dois eventos que pretendem celebrar a música de Giuseppe Verdi. O caminho da imortalidade de Verdi será abordado quinta-feira, às 18h30, numa conversa intitulada “Giuseppe Verdi: Vida e Obra”, que contará com a presença de Raul Pissarra.

O orador irá mostrar como Verdi evoluiu na composição musical, ao longo da carreira, assim como as características que o levaram a ser eleito como o seu compositor predilecto. Na sexta-feira, dia 5 de Fevereiro, será a vez de Shee Vá apresentar a palestra “Giuseppe Verdi: O Coral da Unificação”, também pelas 18h30. Nesta conversa, Shee Vá irá abordar os corpos e as óperas que empolgaram os italianos e os uniram durante o período do ressurgimento.

Estes dois eventos inserem-se no ciclo “Conversas ilustradas com música”, que pretende celebrar “aqueles que ‘por obras valorosas se foram da lei da morte celebrando’”.

Giuseppe Verdi faleceu há 120 anos. “A população de Milão saiu para a rua para acompanhar o cortejo fúnebre que levaria os restos mortais do compositor para a sua derradeira morada”. Nesse dia, “amplificaram em ecos reverberantes a composição coral ‘Va pensiero’ da ópera Nabucco, acompanhando a orquestra do teatro Scala de Milão e o seu coro, composto por mais de 800 moralistas, dirigido por Arturo Toscanini”.

A FRC considera que “esta memória gloriosa é digna de ser recordada”, bem como “os feitos do compositor que tanto respeito e entusiasmo mereceu do público na época e na actualidade”.

3 Fev 2021

Exposição sobre pátios e becos antigos inaugurada este sábado 

A exposição “Memórias do Pátio – Exposição sobre a Vida de Outrora nos Pátios e Becos” será inaugurada no próximo sábado, dia 6. Com esta mostra, o Instituto Cultural pretende recriar “os costumes culturais de Macau do passado”, nomeadamente nos tradicionais pátios e becos

 

O Instituto Cultural (IC) promove, a partir deste sábado, no número 10 do Pátio da Eterna Felicidade, a exposição intitulada “Memórias do Pátio – Exposição sobre a Vida de Outrora nos Pátios e Becos”. O objectivo da mostra é apresentar ao público os resultados da recuperação, valorização e revitalização de edifícios patrimoniais, bem como “dar a conhecer ao público a vida de antigamente dos seus habitantes e aprofundar os conhecimentos do público sobre as características arquitectónicas e a disposição espacial dos edifícios”.

O IC já concluiu a reabilitação da fachada exterior dos edifícios número 8 e 10 no Pátio da Eterna Felicidade, enquanto o espaço exterior do pátio, no número 14, foi aberto para que os visitantes possam apreciar os aspectos arquitectónicos do Pátio da Eterna Felicidade. O IC denota que, das cerca de 200 ruas que existem em Macau com denominação de “pátio” ou “beco”, o Pátio da Eterna Felicidade “é um dos maiores, encontrando-se em bom estado de conservação”.

A exposição contém ilustrações, vídeos e fotografias, focando-se em temáticas como a “alimentação”, “estilo de vida” e “recreação”, dando a conhecer ao público “o quotidiano das pessoas que viviam outrora em pátios e becos e revivendo a vida de antigamente dos habitantes locais”.

Para esta mostra, o IC pediu a colaboração do ilustrador de Macau Un Chi Wai, pelo que o público poderá ver “diversas cenas e personagens inspirados na vida dos pátios e becos”.

Teatro interactivo

Além da exposição, será também realizada a actividade “Narrativa de Histórias”, em parceria com a Cooperativa Sem Distância Zero. A ideia é levar as famílias a conhecer a história dos becos e pátios através do teatro interactivo. As primeiras duas sessões serão conduzidas em cantonense no dia 7 de Fevereiro, pelas 15h30 horas e 16h30 horas, respectivamente, no Pátio da Eterna Felicidade, com uma lotação para dez pais e filhos. A entrada é livre. As inscrições já estão abertas e disponíveis até às 18h desta quinta-feira.

Além destas actividades, o IC pretende, no futuro, “aproveitar os espaços abertos junto ao Pátio da Eterna Felicidade para organizar periodicamente actividades temáticas relacionadas com a cultura dos pátios e becos”. É também objectivo do Executivo “continuar a desenvolver trabalhos de reforço e restauro, a fim de concluir o mais rápido possível o plano de revitalização da área e de a transformar numa futura área cultural e de lazer”.

3 Fev 2021

Covid-19 | China prende mais de 80 suspeitos de vender vacinas falsas

A China prendeu mais de 80 pessoas suspeitas de envolvimento num esquema de venda de vacinas falsas contra a covid-19, que funcionava desde setembro do ano passado, informou hoje a imprensa oficial. O jornal estatal Global Times noticiou que as autoridades chinesas também apreenderam 3.000 doses do falso antígeno durante a operação.

Segundo a mesma fonte, a rede criminosa estava presente em várias cidades e a operação foi realizada em conjunto pelas forças de segurança de Pequim e das províncias de Jiangsu e Shandong, no litoral norte da China.

Citado pelo jornal, o especialista em vacinas Tao Lina garantiu que “as ‘vacinas’, cheias de soro fisiológico, não surtem efeito, mas também não causam problemas de saúde, por isso é claro que os suspeitos queriam dinheiro”. Outras fontes citadas pelo Global Times argumentaram que a rede poderia estar envolvida na comercialização dessas vacinas falsas no exterior.

Em 28 de janeiro, a farmacêutica chinesa Sinovac, que desenvolveu uma das vacinas no país asiático, publicou um comunicado no qual alertava que algumas “empresas e indivíduos” falsificaram e utilizaram documentos de autorização da empresa para tentarem atuar como “distribuidores da vacina CoronaVac contra a covid-19 e outros produtos de vacinação em mercados fora da China”.

A China iniciou no ano passado uma série de campanhas de vacinação para casos especiais, como militares ou diplomatas colocados no exterior. As autoridades sanitárias iniciaram também em dezembro passado uma campanha que visa imunizar até 50 milhões de chineses, antes da chegada do Ano do Boi, em 12 de fevereiro, quando milhões de trabalhadores chineses regressam às respetivas terras natais.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou hoje que diagnosticou 12 casos por contágio local na segunda-feira, em duas províncias do nordeste do país. O número total de infetados ativos na China continental é de 1.582, entre os quais 72 se encontram em estado grave, segundo as estatísticas oficiais.

2 Fev 2021

China disposta a partilhar tecnologia nuclear

A China promoverá a cooperação internacional no uso pacífico da energia nuclear, partilhando a tecnologia de seu novo reactor de terceira geração, que acaba de entrar em uso comercial, informou um especialista no domingo.

A unidade nº 5 do reactor começou a gerar electricidade para venda no sábado na cidade de Fuqing, na Província de Fujian, leste da China, a primeira unidade de energia nuclear do país que usa a tecnologia Hualong One, um reactor de terceira geração desenvolvido pelo próprio país.

“Estamos dispostos a fornecer a outros países do mundo a tecnologia Hualong, incluindo componentes principais, treino de pessoal, bem como as nossas experiências em cooperação global”, disse Xing Ji, designer-chefe da Hualong One, em entrevista à Xinhua.

“Também esperamos uma cooperação mais ampla com outros países no desenvolvimento de novas tecnologias de energia nuclear”, afirmou Xing, também engenheiro-chefe da China Nuclear Power Engineering Corporation. A China tem participado activamente de organizações internacionais no campo da energia nuclear, como a Agência Internacional de Energia Atómica, para promover intercâmbios tecnológicos internacionais.

O país também desempenha um papel significativo no ITER, a maior experiência de fusão nuclear do mundo, e trabalha com outros países para enfrentar desafios a este respeito.

Com 716 patentes nacionais e 65 internacionais, mais de 200 marcas registadas no exterior e 125 direitos autorais de software, o Hualong One é o modelo nacional da China para o reactor de terceira geração mais seguro e eficiente.

A segurança é geralmente uma grande preocupação para as centrais nucleares, algo ainda mais sublinhado desde o desastre de Fukushima, no Japão, em 2011. O Hualong One tem uma vida útil de 60 anos e cumpre os mais rigorosos padrões de segurança do mundo.

De acordo com Xing, o núcleo do reactor do Hualong One contém 177 conjuntos de combustível. O projecto pode aumentar a potência da unidade e torná-la mais segura.

O reactor vem completo com uma combinação de sistemas de segurança activa e passiva. O sistema de segurança passiva, que depende de forças naturais como a gravidade, fornece uma rede de segurança extra para o reactor quando todos os abastecimentos energéticos são desligados em emergências, observou Xing.

O Hualong One foi projectado para resistir a danos equivalentes a um terramoto de magnitude 9 ou ao impacto de uma aeronave, acrescentou. O reactor pode evitar vazamentos nucleares e reiniciar rapidamente as operações, mesmo em circunstâncias extremas como as de Fukushima, onde um terramoto foi associado a um tsunami.

A energia nuclear é considerada uma fonte de energia limpa, promovida para o desenvolvimento global de baixo carbono. O passo à frente do Hualong One nas operações comerciais demonstra “o compromisso da China com o desenvolvimento verde como um país responsável”, destacou Xing.

A China prometeu atingir o pico das suas emissões de dióxido de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. Xing acredita que essas metas exigem muito mais confiança em alternativas de baixo carbono, como a energia nuclear.  A unidade nº 5 provavelmente gerará quase 10 biliões de kWh de eletricidade por ano, reduzindo potencialmente as emissões de dióxido de carbono em 8,16 milhões de toneladas em termos anuais, mostraram os dados da China National Nuclear Corporation. O Hualong One também estendeu o intervalo de reabastecimento para 18 meses, tornando-o mais económico, segundo Xing.

O engenheiro também mencionou que a China obteve resultados frutíferos na pesquisa de tecnologia de energia nuclear de quarta geração para uso comercial. O país fez avanços nas tecnologias de reactores de neutrões rápidos e reactores de alta temperatura refrigerados a gás.

2 Fev 2021

Navalny | Analistas dizem que russos perderam o medo de Vladimir Putin

A população russa está a perder o medo de Vladimir Putin, mas o Presidente russo dificilmente negociará com os opositores ao regime, para não mostrar sinais de fraqueza, dizem analistas consultados pela Lusa. Este fim de semana, a polícia russa deteve mais de 4.700 pessoas e bloqueou os centros de várias cidades, incluindo a capital, durante novas manifestações no país pela libertação do opositor Alexei Navalny.

Os apoiantes de Navalny apelam à realização de novos protestos em Moscovo, na terça-feira, quando este for presente a tribunal numa audição que poderá levá-lo à prisão por vários anos, prometendo a continuação das manifestações que têm realizado em várias cidades russas.

“Os manifestantes que pedem a libertação de Navalny não são necessariamente apoiantes seus. São, sobretudo, pessoas que admiram a coragem que ele tem demonstrado ao enfrentar o Presidente Putin”, explicou Judy Dempsey, analista da organização Carnegie Europe e diretora executiva da revista Strategic Europe, em declarações à Lusa.

Pavel Slunkin, especialista em política russa do Conselho Europeu para Relações Internacionais, acrescentou que Putin dificilmente aceitará negociar com os manifestantes, com receio de passar uma imagem de fraqueza.

“Para os regimes autoritários, o diálogo com a sociedade e com os opositores políticos é visto como uma manifestação de fraqueza inaceitável. Logo, o Governo russo quer demonstrar a sua força e a sua vontade de ser muito duro”, disse Slunkin, em declarações à Lusa. Slunkin recordou que um documentário recentemente divulgado na Rússia por Alexei Navalny foi visto por mais de 100 milhões de pessoas.

O vídeo revela uma ligação direta entre Putin e os seus colaboradores e negócios corruptos, com evidentes danos para o prestígio do regime. Contudo, Judy Dempsey acredita que não será esse dano reputacional que fará Putin mudar de rumo, embora o Presidente se encontre perante um dilema sem solução.

“Se ele libertar Navalny vai mostrar fraqueza e perder popularidade; mas, se não libertar Navalny, vai ter de usar de muita violência, e vai perder popularidade”, disse Dempsey, admitindo que não sabe que atitude tomará o Presidente russo.

“Os russos estão fartos de corrupção. E querem tornar isso muito visível. Mas não subestimemos o poder da violência policial das forças de segurança russas”, acrescentou Judy Dempsey, para realçar a determinação do regime em continuar a conter os movimentos oposicionistas.

Pavel Slunkin chamou a atenção, contudo, para o impacto que esta repressão pode ter no prestígio, interno e externo, de Putin, em particular junto daqueles que olhavam para ele como um líder honesto e equilibrado.

Os protestos podem provocar a atitude do Governo, na véspera das eleições gerais para o Parlamento russo, da Duma, em setembro próximo, que, na perspetiva de Slunkin, podem ser “um teste para a autoridade do regime” de Putin.

“Eu espero uma reação previsível das autoridades autoritárias russas: mais repressão ativa sobre os dissidentes e mais esquemas para controlo da campanha eleitoral”, concluiu Slunkin, acrescentando que considera improvável que os resultados eleitorais tragam grandes surpresas, numa Duma onde o partido que apoia Putin tem 75% dos lugares.

Também Judy Dempsey considera que as eleições para o Parlamento estão muito longe e que Putin está, porventura, mais preocupado com as eleições presidenciais, que apenas acontecerão em 2024.

Por outro lado, Putin não parece preocupado com a eventualidade de sanções internacionais motivadas pelo agravamento da repressão policial, não sendo de esperar um aumento de ameaças por parte da União Europeia, explicou Dempsey. “A União Europeia não tem vontade de colocar mais sanções. E não tem sequer uma estratégia para enfrentar a Rússia”, disse Judy Dempsey.

“Com os Estados Unidos, a situação pode ser diferente. Há uma nova atmosfera em Washington, que parece querer experimentar uma dualidade nas relações com Moscovo”, acrescentou a especialista em política russa, referindo-se à forma como a Casa Branca está a negociar acordos de armas nucleares com o Kremlin, ao mesmo tempo que procura mostrar mais dureza na reação às ameaças russas.

Pavel Slunkin recorda que as sanções não têm tido grande efeito sobre a Rússia, referindo-se ao impacto das medidas tomadas pela comunidade internacional sobre os eventos da Crimeia, pelo que suspeita que novas ações retaliatórias seriam infrutíferas. “O que não quer dizer que não tenham significado. Apenas não devemos colocar grande esperança nas sanções”, disse Slunkin.

“Mas os protestos estão em todo o lado, na Rússia. E devem subir de tom, apesar da repressão. E internacionalmente vai também aumentar a vigilância às atitudes do Kremlin. E tudo isso representa, para já, uma enorme incógnita sobre o futuro político da Rússia”, concluiu Judy Dempsey.

2 Fev 2021

IPOR e Universidade do Porto reforçam cooperação

O Instituto Português do Oriente (IPOR) anunciou ontem a assinatura de um memorando de entendimento com o Centro de Linguística da Universidade do Porto, motivado pelo “aumento da procura [pelo ensino de português] que se tem verificado na região Ásia-Oceania”.

Entre os pontos principais do memorando, consta a “realização de cursos de formação complementar e de atualização de professores”, o “desenvolvimento de projetos de investigação científica conjuntos”, a “produção de materiais didáticos”, o “acolhimento de formandos em regimes de estágio para desenvolvimento científico ou pedagógico” e ainda o “acesso facilitado a bibliotecas e centros de documentação tutelados pelas partes”.

O memorando de entendimento agora assinado, frisou o IPOR em comunicado, insere-se “numa linha de trabalho colaborativo (…) que já integra também colaboração com prestigiadas instituições do ensino superior de Macau”.

Desta forma, com o memorando assinado com o Centro de Linguística da Universidade do Porto, a instituição sediada em Macau e que tem como vocação prioritária promover o ensino da língua portuguesa, “pretende reforçar a qualidade da sua oferta”.

Fundado em 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, o IPOR exerce a sua atividade, além de Macau, em países como o Vietname, Tailândia e Austrália, e mais recentemente em Pequim (China), estando para breve a criação de um centro de línguas na cidade chinesa de Chengdu, somando-se ainda outra aposta num outro projeto de formação complementar em Nova Deli.

2 Fev 2021

Quase um terço dos alunos dorme menos de seis horas

Cerca de 30 por cento dos alunos do ensino secundário dormem menos de seis horas por dia, de acordo com um estudo da Associação Geral de Estudantes de Chong Wa de Macau. Ao mesmo tempo, 35 por cento dos estudantes reconheceu adiar a hora a que dorme por ficarem a utilizar aparelhos electrónicos com ecrãs, como telemóveis, tablets ou televisões. Os resultados foram revelados ontem, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, e tiveram por base 1.055 inquéritos realizados em 12 instituições do ensino secundário.

Por outro lado, 35 por cento dos alunos consideraram as horas de educação física “inadequadas” ou “muito inadequadas” e houve 30 por cento que admitiu não fazer qualquer tipo de exercício fora da escola. Em termos de hábitos alimentares, 40 por cento afirmou beber pelo menos um refrigerante por semana, ou chá com alto teor de açúcar.

2 Fev 2021