Tóquio 2020 | Atleta checo residente na aldeia olímpica infetado com novo coronavírus

O jogador checo de voleibol de praia Ondrej Perusic, residente na aldeia olímpica de Tóquio2020, teve um teste com resultado positivo ao novo coronavírus, anunciou hoje o Comité Olímpico da República Checa.

Perusic efetuou o teste no domingo (18 de julho) e “não apresenta absolutamente qualquer sintoma” associado à covid-19, segundo o chefe de missão do país nos Jogos Olímpicos, Martin Doktor, que adiantou terem sido tomadas “medidas para evitar a transmissão [da infeção] aos membros da comitiva”.

Desde a chegada das delegações à capital japonesa, quatro atletas acusaram positivo nos testes de despistagem ao novo coronavírus, de acordo com a organização dos Jogos Olímpicos, ainda sem contabilizar o caso de Perusic.

O Comité Olímpico Internacional (COI) informou também hoje que os contactos próximos de um caso positivo em Tóquio2020, o que deverá suceder com alguns elementos da delegação checa, devem ser isolados, mas continuarem a poder treinar.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para este ano devido à pandemia de covid-19, realizam-se de 23 de julho a 08 de agosto.

19 Jul 2021

Pelo menos 34 mortos após o deslizamento de terras na Índia ocidental

Inundações em Mumbai provocaram este domingo pelo menos 34 mortos e um número desconhecido de desaparecidos na capital do estado indiano de Maharashtra, na sequência de deslizamentos de terras, segundo os dados mais recentes das autoridades indianas.

Vinte e um corpos foram resgatados na zona de Chembur, no subúrbio oriental de Mumbai, e dez em Vikhroli, no norte da cidade, de acordo com a agência APF que cita o diretor da Força Nacional de Gestão de Desastres (NDRF).

A cidade de Mumbai tem sido atingida por fortes chuvas, desde sábado, e o abastecimento de água potável foi afetado, assim como os serviços de transporte público.

As autoridades locais ainda não conseguiram estimar quando é que o abastecimento de água potável será retomado e aconselharam os habitantes a ferver a água antes de a consumirem.

As últimas previsões meteorológicas apontam para chuvas moderadas ou fortes para os próximos dois dias.

No mês passado, 12 pessoas morreram na sequência do colapso de um edifício num bairro pobre de Mumbai e em setembro do ano passado 39 morreram após o colapso de um edifício de três andares em Bhiwandi.

19 Jul 2021

Vinho português tem “oportunidade” na China, mas é preciso “trabalhar o terreno”

O director-geral de uma das maiores importadoras de vinho da China considerou ontem haver “oportunidades” para os vinhos portugueses, mas ressalvou que é preciso fazer “trabalho de terreno” para conquistar presença no emergente mercado chinês.

Embora apenas cerca de 3 por cento da população chinesa beba regularmente vinho, a China é já o quinto maior mercado do mundo, devido à sua dimensão populacional – 1,4 mil milhões de habitantes.

O português Francisco Henriques, director-geral da China Wines & Spirits, uma das maiores importadoras da China, com sede em Xangai, a “capital” económica do país, aponta para o “potencial” dos diferentes tipos de vinho e castas de Portugal, num mercado “dinâmico” e “sempre à procura de coisas novas”.

“Aqui, acho que Portugal tem uma palavra a dizer e tem uma oportunidade com as nossas castas”, nota Francisco Henriques. “Os alvarinhos portugueses, que começam a emergir, e estão também a aparecer a touriga e o aragonês”. O responsável refere ainda uma “grande oportunidade” para os vinhos verdes.

“São vinhos fáceis de beber e que combinam com o próprio clima e gastronomia” da China, nota. “Acho que esses vinhos podem crescer bastante e os brancos de uma maneira geral”.

Francisco Henriques lembra, no entanto, que “é preciso fazer muito trabalho” para que essas marcas e esses vinhos “tenham também muita informação disponível e que haja pessoas cada vez mais a falar sobre eles”.
“Essa parte leva tempo e é preciso ser feita de forma mais consistente e mais regular”, aponta.

“É preciso trabalho contínuo”, diz. “Não se pode fazer só uma acção, é preciso continuamente estar sempre a falar e só dessa forma é que os vinhos sobrevivem e as marcas se constroem. É preciso estar presente e nunca baixar os braços”.

Vantagens electrónicas

O comércio electrónico constitui também outra “grande revolução” na forma de vender e distribuir vinhos na China. O país asiático é responsável por cerca de metade do conjunto mundial de vendas pela Internet, dinamizadas por uma vasta rede logística e grupos como o Alibaba, Jingdong ou Meituan.

“É realmente impressionante”, nota o português. “Não é só a parte electrónica, mas também a parte logística que funciona: A rapidez e a eficácia com que as mercadorias chegam aos clientes com o clicar no telemóvel é impressionante, praticamente sem erros e atrasos”.

A proliferação do comércio electrónico beneficia também os empresários, que conseguem colocar os seus produtos em qualquer ponto da China, sem depender de retalhistas. “Isso faz com que consigam chegar também a cidades mais pequenas e longínquas, onde não temos grandes possibilidades de ir com presença física”, sublinha o director-geral da China Wines & Spirits.

Apesar do potencial do mercado chinês, devido sobretudo à sua escala e espaço para expandir o consumo, o vinho continua a ter uma quota ínfima do mercado, à medida que cervejarias, bares de cocktails proliferam nas cidades chinesas.

“Não podemos esquecer que, quando olhamos para o mercado das bebidas, o vinho pesa muito pouco”, nota o português. “No mundo dos espirituosos, a distribuição está mais concentrada, no vinho há muito mais operadores de mercado que não estão tão integrados”, aponta. “Isso também por vezes dispersa a comunicação e não se consegue o mesmo sucesso”, refere.

19 Jul 2021

ARTM/Obras | Fraca construção motiva angariação de fundos

A Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM) lançou uma campanha de angariação de fundos para apoiar as obras de reparação da sala de reuniões do seu centro de reabilitação localizado em Ká-Hó.

Em causa, segundo uma publicação feita através da rede social Facebook, está a fraca qualidade de construção da estrutura, que não impediu a humidade e as infiltrações de danificarem a divisão.

O custo total da obra é de 174 mil patacas, sendo que aqueles que contribuírem com o mínimo de 1.000 patacas verão o seu nome adicionado ao “Thank You Hall” da ARTM.

19 Jul 2021

Tóquio regista maior número de casos de covid-19 em seis meses a dias dos Jogos Olímpicos

A capital do Japão, Tóquio, anfitriã dos Jogos Olímpicos, informou ontem ter registado 1.308 novas infeções pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, o maior número de casos desde janeiro passado, a oito dias do arranque da competição desportiva.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 vão ser disputados entre 23 de julho e 08 de agosto, após o adiamento em um ano devido à pandemia de covid-19.

Pelo segundo dia consecutivo, a capital nipónica ultrapassa a barreira dos 1.000 novos casos diários da doença covid-19, número que não era registado há seis meses e que vem confirmar uma tendência de crescimento que tem sido verificada no último mês, de acordo com o executivo metropolitano de Tóquio.

A cidade tem observado um grande aumento de casos desde a semana passada, situação que levou o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, a declarar um novo estado de emergência (o quarto desde o início da crise pandémica) na região de Tóquio, que vigorará até 22 de agosto e que coincidirá com a celebração dos Jogos Olímpicos.

Após a declaração do estado de emergência, o comité organizador dos Jogos Olímpicos, as autoridades locais e o Governo japonês anunciaram a decisão de realizar o evento sem público.

A par das bancadas sem espetadores, os Jogos Olímpicos serão realizados num ambiente de inúmeras restrições sem precedentes para todos os atletas participantes, nomeadamente uma limitação de circulação à zona olímpica e um acompanhamento constante do seu estado de saúde, entre outras medidas.

A pandemia de covid-19 provocou, até à data, mais de quatro milhões de mortos em todo o mundo, entre mais de 188 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo a agência France-Presse (AFP).

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

16 Jul 2021

China planeia reforçar as suas vacinas com dose da Pfizer

A China está a considerar reforçar a vacinação da sua população, principalmente inoculada com antígenos de vírus inativados fabricados localmente, com uma dose adicional da vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech, informou hoje a imprensa local.

Fontes próximas dos reguladores farmacêuticos chineses, citadas pelo portal de notícias Caixin, indicaram que as “autoridades chinesas planeiam usar a vacina [da Pfizer-BioNTech] como uma dose de reforço para pessoas que receberam vacinas de vírus inativados”.

As fontes também observou que esta dose extra provavelmente será gratuita.

Segundo Wu Yifang, presidente da Fosun Pharma – a parceira chinesa da BioNTech – a Universidade de Hong Kong está a realizar um estudo sobre o desempenho obtido pela mistura da vacina chinesa Sinovac com a da BioNTech e os “dados disponíveis até agora são positivos”.

A comunidade científica debate há meses a necessidade e eficácia da injeção de uma terceira dose, que pode ser uma vacina diferente da inoculada anteriormente.

O grupo Fosun explicou que os reguladores de medicamentos chineses concluíram a revisão da vacina Pfizer-BioNTech, que agora está em fase de revisão administrativa.

“Os departamentos competentes estão prestes a aprovar a vacina”, disse Wu, na quarta-feira, durante uma reunião com os acionistas da empresa.

A Fosun está confiante de que poderá iniciar a produção nacional antes do final deste mês. O objetivo é fabricar mil milhões de doses até ao final de 2021, segundo a Caixin.

Em abril passado, o presidente executivo da BioNTech, Ugur Sahin, garantiu que estava confiante de que receberia sinal verde dos reguladores chineses antes do final de julho.

Se a vacina for aprovada, é a primeira inoculação de RNA mensageiro – e a primeira desenvolvida por empresas estrangeiras – a ser aprovada na China continental.

A vacina BioNtech já está a ser usada nas regiões semiautónomas de Macau e Hong Kong.

15 Jul 2021

Índia e China discutem impasse na fronteira

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Índia e da China reuniram-se no Tajiquistão, na quarta-feira, com Nova Deli a enfatizar que um impasse militar na fronteira está a “perturbar profundamente” os laços bilaterais.

“A restauração total e a manutenção da paz e tranquilidade nas áreas fronteiriças são essenciais para o desenvolvimento das relações bilaterais”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia, S. Jaishankar, numa mensagem difundida na rede social Twitter.

O ministro indiano alertou que qualquer mudança unilateral no status quo por Pequim é “inaceitável”.

Jaishankar e o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reuniram-se paralelamente ao encontro entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização de Cooperação de Xangai, em Duchambé, no Tajiquistão.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi afirmou que o impasse não beneficiou nenhum dos lados e que a China quer resolver a situação através do diálogo. “A relação China – Índia é definida pela não ameaça mútua e por proporcionar oportunidades de desenvolvimento aos dois lados”, apontou. “Os dois países são parceiros, não oponentes e, especialmente, não inimigos”, descreveu Wang.

O impasse entre a Índia e a China prolonga-se há mais de um ano, apesar de as negociações militares envolvendo comandantes locais e reuniões políticas entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e Defesa.

Jaishankar disse que os dois lados concordaram, na quarta-feira, em realizar uma reunião entre os comandantes militares.

No ano passado, 20 soldados indianos morreram, num confronto com soldados chineses, que envolveu lutas com paus e pedras, numa parte da fronteira disputada. A China disse que perdeu quatro soldados.

Ambos os lados mobilizaram dezenas de milhares de soldados, artilharia e aviões de combate ao longo da fronteira disputada, conhecida como a Linha de Controlo Real, que separa os territórios controlados pela China e Índia de Ladakh e Arunachal Pradesh, que Pequim reivindica na totalidade.

Índia e China travaram uma guerra em 1962.

15 Jul 2021

ONU diz que nova vaga de covid-19 exige resposta internacional no Myanmar

A nova vaga de covid-19 em Myanmar (antiga Birmânia), ligada à variante delta, exige uma resposta internacional de “emergência”, advertiu hoje o relator especial das Nações Unidas para os direitos humanos naquele país.

“A crise (…) é particularmente letal devido à desconfiança generalizada em relação à junta militar”, sublinhou Tom Andrews num comunicado, apelando à ajuda da comunidade internacional para estabelecer um órgão politicamente neutro para coordenar a resposta à pandemia em que “os birmaneses podem confiar”.

O forte ressurgimento do vírus em todo o país, mergulhado numa profunda crise política desde o golpe de Estado militar de 01 de fevereiro, é agravado pelo colapso do sistema de saúde devido a greves contra o comando militar e à desconfiança da população em relação ao regime, responsável por centenas de mortes de civis desde que eclodiram os protestos.

A junta “carece dos recursos, capacidade e legitimidade” para controlar a crise, disse Andrews.

A resposta sanitária foi prejudicada por uma greve geral indefinida de milhares de médicos e enfermeiros, muitos deles perseguidos pela junta militar, que se recusam a trabalhar para a ditadura militar.

Para além da capacidade limitada para testar o vírus e da lenta campanha de vacinação covid-19, existe uma falta de fornecimento de oxigénio médico.

O chefe da junta militar, o general Min Aung Hlaing, negou que os tanques de oxigénio não estivessem a ser produzidos, mas hoje o jornal pró-governamental The Global New Light of Myanmar, agora controlado pelo exército, fez eco de notícias sobre a sua escassez na cidade do norte de Kalay.

A Birmânia registou 7.083 infetados e 145 mortos na quarta-feira, elevando o total desde o início da pandemia para 208.357 casos, que causaram 4.181 óbitos.

15 Jul 2021

Economia da China cresce 7,9% no segundo trimestre

O crescimento da economia chinesa, no segundo trimestre do ano, fixou-se em 7,9%, em termos homólogos, ilustrando a estabilização da atividade na segunda maior economia do mundo no período pós-pandemia.

O crescimento caiu, em relação ao ritmo de 18,3% do trimestre anterior, um número sonante, já que a comparação homóloga remete ao início da pandemia, quando o país asiático encerrou fábricas, lojas e escritórios, para combater o novo coronavírus.

O crescimento no trimestre entre abril e junho, em relação aos três meses anteriores, fixou-se em 1,3%, refletindo um retorno à normalidade para a atividade fabril e índices de consumo.

“No geral, a economia da China parece estar no caminho da recuperação”, disse Chaoping Zhu, do departamento de gestão de ativos do banco de investimento JP Morgan, num relatório.

Os dados mais recentes sugerem que a economia “já atingiu o pico e está a retomar a sua taxa média de crescimento de longo prazo”, frisou.

No entanto, as perspectivas económicas da China são obscurecidas por uma prolongada guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, não retrocedeu ainda nas taxas alfandegárias punitivas e sanções impostas a firmas tecnológicas do país asiático impostas pelo antecessor, Donald Trump.

A China, onde foram detetados os primeiros casos de covid-19, foi também o primeiro país a suprimir surtos domésticos, repondo a normalidade a partir de março de 2020.

O setor manufatureiro, vendas de automóveis e gastos do consumidor recuperaram já para níveis acima dos anteriores à pandemia.

Os exportadores beneficiaram com a reabertura relativamente precoce do país, enquanto os concorrentes estrangeiros da China enfrentavam medidas de confinamento.

O Fundo Monetário Internacional e os analistas do setor privado esperam um crescimento económico de cerca de 8% este ano, mas dizem que deve cair no próximo ano.

Pequim está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do setor dos serviços e do consumo, em detrimento das exportações e construção de obras públicas.

A economia da China encolheu 6,8%, no primeiro trimestre do ano passado, o pior desempenho desde pelo menos meados da década de 1960.

A atividade começou a recuperar no segundo trimestre, quando a economia cresceu 3,2%, em relação ao mesmo período do ano anterior. No terceiro trimestre acelerou para 4,9% e, nos últimos três meses do ano passado fixou-se em 6,5%. No conjunto do ano, o crescimento foi de 2,3%, enquanto as economias dos Estados Unidos, Europa e Japão contraíram.

As vendas a retalho recuperaram mais lentamente do que o setor manufatureiro, gerando preocupações que podem pesar sobre a recuperação. Isto levou Pequim a injectar liquidez na economia, na semana passada. As vendas a retalho aumentaram, em junho, 12,1%, abaixo dos 13,9% do conjunto do trimestre e bem abaixo do aumento de 33,9% no trimestre janeiro – março.

“A procura doméstica permaneceu muda”, disse Louis Kuijs, da Oxford Economics, num relatório. Mesmo assim, o crescimento deve “ganhar ritmo” no segundo semestre. A produção das fábricas aumentou 8,3%, em junho, em relação ao ano anterior, e 0,6%, em relação ao mês anterior.

15 Jul 2021

China vai lançar “em breve” maior programa de comércio de emissões do mundo

A China vai lançar “em breve” um programa de comércio de emissões, anunciaram ontem as autoridades chinesas, criando o maior mercado de carbono do mundo ao dobrar a parcela de emissões globais cobertas por estes programas.

O mercado visa ajudar o país, o maior emissor mundial de gases com efeito estufa, a alcançar a meta de atingir o pico de emissões antes de 2030 e a neutralidade de carbono, ou emissões líquidas zero, até 2060, disse o vice-ministro da Ecologia e Ambiente Zhao Yingming, em conferência de imprensa.

O programa vai envolver, inicialmente, 2.225 empresas do setor elétrico. Estas empresas são responsáveis por um sétimo das emissões globais de carbono através da queima de combustíveis fósseis, segundo os cálculos da Agência Internacional de Energia.

A agência de notícias Bloomberg apontou o lançamento para sexta-feira, de acordo com fontes não identificadas. De acordo com o programa, emissores como usinas de energia e fábricas recebem uma quota fixa de carbono que podem usar anualmente.

As entidades podem, por sua vez, comprar ou vender estas licenças. Isto leva os emissores a controlar e reduzir as emissões devido ao apelo económico.

Nos próximos três a cinco anos, o mercado deverá alargar-se a sete indústrias adicionais de alta emissão: petroquímica, química, materiais de construção, ferro e aço, metais não ferrosos, papel e aviação doméstica.

Em vez de estarem sujeitos aos limites absolutos de emissões, como em outros programas de comércio, as empresas chinesas começarão com permissões que usam parâmetros de referência, baseados em desempenhos de anos anteriores, dando-lhes mais espaço de manobra.

Com base em projetos-piloto regionais realizados nos dois anos anteriores, o preço médio pela emissão de uma tonelada métrica de carbono no mercado nacional deve fixar-se entre 5,23 euros e 6,55 euros, disse Zhao Yingmin.

O preço inicial é muito inferior ao praticado no programa europeu, entre 50 e 60 euros. Os especialistas em comércio de emissões esperam um início lento, o focado em garantir a funcionalidade básica do mercado.

O Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da China actuará como regulador e supervisor da plataforma de negociação. Espera-se que as empresas compilem e enviem os seus dados de emissões aos ramos provinciais do ministério, que estão encarregues de verificar as informações e garantir que o sistema funciona conforme o planeado.

Lançado pela primeira vez em 2011, os planos para um programa nacional foram confirmados numa declaração conjunta Estados Unidos – China, na preparação para as negociações climáticas de Paris, em 2015. A pandemia da covid-19 atrasou os planos para um lançamento em 2020.

15 Jul 2021

OCDE diz que África está a perder vantagens na sua relação com a China

A chefe de Relações Exteriores da OCDE considerou ontem que a relação entre a China e o continente africano está desequilibrada, com os países africanos a perderem vantagens na relação comercial e financeira com o gigante asiático.

“Em 2019, houve um decréscimo nos empréstimos chineses para África, há uma lógica mais comercial, mas nessa balança comercial há um défice, porque África não consegue exportar para a China”, disse Ana Fernandes.

A chefe da Unidade de Prospectiva, Relações Exteriores e Reforma de Políticas na Direção de Cooperação para o Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) falava nas Lisbon Speed Talks, organizadas pelo Clube de Lisboa em parceria com a Câmara de Lisboa e o Instituto Marquês de Valle Flor (IMVF).

Ana Fernandes sublinhou que a exportação dos produtos africanos para a China “podia ser uma grande oportunidade nesta fase de recuperação da pandemia, mas as regras da China são contrárias à importação e a nova parceria global com o resto do mundo reforça ainda mais a ideia de que a China quer investir no mercado interno e evitar a importação de produtos de outros continentes”.

Há, na opinião de Ana Fernandes, “uma perda na relação estratégica” entre África e China, com prejuízo para os países africanos.

Ainda assim, os números sobre o envolvimento chinês no continente são volumosos: “A China investe mais nas infra-estruturas do que todos os outros, incluindo o Japão, que é o maior investidor da OCDE”, disse a responsável, lamentando a falta de transparência e de dados fiáveis sobre o investimento chinês no continente.

“A China, em termos de ajuda pública ao desenvolvimento, contribuiu em 2019 com 4,8 a 7,9 mil milhões de dólares, e se olharmos para os 4,8 mil milhões de dólares, fica ao nível da contribuição da Suécia, que é um dos maiores contribuintes, mas se considerarmos os 7,9 mil milhões de dólares, já está ao nível do Japão”, explicou.

Isto, continuou, “é um sinal inequívoco de que a China quer investir mais numa relação de parceria internacional que vai para além da lógica de empréstimos concessionais e começar a ter impacto noutras áreas da cooperação, como a educação, o clima ou a segurança”.

A forte aposta da China em África, no entanto, tem mudado ao longo dos últimos anos, e “tornou-se menos visível o que África ganha com essa relação”, considerou a responsável da OCDE.

“Há uma relação de longo prazo, menos burocratizante e mais flexível, estando a China presente quando é necessário, mas há uma preocupação grande que a China queira dominar setores produtivos fundamentais, com o digital, que é fundamental para a democracia em África”, argumentou.

África, concluiu, deve participar na próxima reunião de alto nível com a China “com uma agenda de solicitações e exigências sobre aquilo que é até agora percebido como ‘win-win’ [em que ambas as partes ganham com a relação], e não é claro qual é o ‘win-win’ desta relação, falta equilíbrio e as populações africanas começam a perceber isto”.

15 Jul 2021

Bernardo Mendia nomeado secretário-geral da Câmara de Comércio luso-chinesa

O empresário Bernardo Mendia é o novo secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC), sucedendo a Sérgio Martins Alves, anunciou esta entidade, em comunicado, no qual destaca a “extensa experiência” do gestor.

“Com extensa experiência no universo associativo ligado à China, reconhecidamente dinâmico e amplamente conhecido pelas empresas e instituições que orbitam em torno do contexto luso-chinês, a Direção da CCILC viu em Bernardo Mendia o perfil ideal para conduzir a Secretaria-Geral da CCILC, num momento de grandes desafios e oportunidades para as relações económicas e comerciais entre Portugal e a China”, aponta-se no comunicado enviado hoje à agência Lusa.

No texto, a Câmara diz que a nomeação permite “olhar para o futuro com ambição renovada”. Bernardo Mendia é licenciado em Direito e teve na gestão de logística internacional, em Hong Kong, a sua primeira imersão no universo asiático, há mais de dez anos.

É também membro fundador e Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Hong Kong, parceiros da CCILC, membro do Comité Executivo da Federation of Hong Kong Business Associations Worldwide e conselheiro da Direção da JEUNE – Young Entrepreneurs Association of the European Union.

15 Jul 2021

Negócios China-Portugal têm potencial de crescimento, diz presidente do BNU

O presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau disse ontem à Lusa que os negócios entre Portugal e a China têm potencial de crescimento, ainda que até Maio o comércio bilateral tenha registado um aumento de cerca de 18 por cento.

“Sem pandemia podiam ter sido melhores”, afirmou Carlos Álvares, acrescentando que ainda assim em 2020, ano em que a pandemia se fez mais sentir em termos económicos, já se tinha verificado um crescimento homólogo.

As trocas comerciais aumentaram 4,82 por cento em 2020, para 6,9 mil milhões de dólares, de acordo com dados oficiais no portal do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa (Macau), com base nas estatísticas dos Serviços de Alfândega chineses.

Em termos de investimento entre os dois países, explicou Carlos Álvares, há ainda uma disparidade grande entre os dois: a China investe cerca de 75 vezes mais do que Portugal.

À margem do Seminário sobre o Estado de Investimento e Desenvolvimento das Relações Luso-Chinesas no âmbito da covid-19, a consultora especial da MdME Lawyers Un I Wong disse à Lusa que as dificuldades de circulação entre os dois países, assim como restrições as restrições fronteiriças impostas no regresso à China têm causado uma redução geral nos investimentos.

Há investidores que “investem mesmo sem ver os imóveis”, disse, ainda que tenha sentido, “em geral, uma redução de investimentos”.

“O interesse está lá”, frisou a também vice-presidente da Associação de Jovens Empresários Portugal-China, mostrando-se confiante que muitos negócios se concretizarão após a pandemia.

Até lá, a responsável disse que tem verificado que muitos projectos em curso têm sido “adiados e alguns cancelados, por causa da incerteza” e que os investidores estão “mais prudentes e cautelosos”.

Para além da pandemia, detalhou Un I Wong, tem-se registado nos últimos tempos “cada vez mais restrições por parte do Governo Central para investimento para fora da China”.

Novas exigências

Também à margem deste seminário realizado no Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, o presidente da CESL Asia, António Trindade, afirmou à Lusa que prevê “um aumento de potencial de valor à relação económica entre Portugal e China”.

Na sua opinião, “as exigências de valor acrescentado e a aversão ao risco aumentou o potencial de actividades económicas que têm maior credibilidade estabelecidas”, num contexto em que há uma mudança estrutural na economia chinesa e de restruturação do sistema financeiro, investimento estrangeiro e das próprias empresas estatais.

Numa outra via complementar, frisou, a China pode utilizar Macau para atrair mais investimento em Portugal e consequentemente, via Portugal, aumentar o investimento na Europa.

15 Jul 2021

China “perturbada” com ataque que matou trabalhadores chineses no Paquistão

O Governo chinês disse hoje ter ficado “perturbado” com a explosão de um autocarro no Paquistão, que matou pelo menos 13 pessoas, incluindo nove cidadãos chineses, e condenou o ataque.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Zhao Lijian instou o Paquistão a “punir severamente” os responsáveis pelo ataque e a proteger a segurança do pessoal chinês no país.

As agências internacionais atualizaram o número de mortos de oito para 13, dos quais nove cidadãos chineses, e há informação de que 28 chineses também ficaram feridos.

O veículo transportava engenheiros chineses, topógrafos e pessoal de manutenção mecânica que trabalhava na construção da barragem Dasu, na província de Khyber Pakhtunkhwa.

“A explosão ateou fogo no motor, arrastando o veículo para uma ravina”, confirmou um funcionário do governo local, citado pela agência France Presse, sob a condição de anonimato, sem especificar a natureza da explosão.

Pessoal chinês é alvo de grupos terroristas e separatistas no país vizinho, devido à sua grande presença no território, como parte do projeto Corredor Económico China – Paquistão.

O projeto multimilionário de infra-estruturas, avaliado em 60.000 milhões de dólares, é financiado por Pequim, e envolve a construção de auto-estradas, barragens, portos ou linhas ferroviárias no país vizinho.

O objetivo é construir uma rota comercial que ligará a cidade de Kasghar, na província de Xinjiang, no noroeste da China, ao porto paquistanês de Gwadar, no Baluchistão, fornecendo à China uma porta de entrada para o Mar Arábico.

Em abril passado, cinco pessoas morreram e 15 ficaram feridas durante um ataque com carro-bomba no estacionamento de um hotel de luxo na cidade de Quetta, no oeste do Paquistão, onde o embaixador chinês era esperado.

O embaixador chinês no Paquistão, Nong Rong, ainda não tinha chegado ao hotel quando ocorreu a explosão. Em 2018, um grupo de insurgentes atacou o consulado chinês na cidade de Karachi, no sul do país. O ataque resultou na morte dos três agressores.

14 Jul 2021

Tóquio 2020 | Presidente do Comité Olímpico pede “recepção calorosa” aos atletas

O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, pediu hoje aos japoneses “uma recepção calorosa” aos atletas que vão participar nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, que decorrerão sob fortes restrições devido à pandemia de covid-19.

“Peço ao povo japonês que dê uma calorosa saudação de boas-vindas aos atletas de todo o mundo, que superaram tantos desafios, e treinaram afincadamente para este momento”, afirmou o presidente do COI.

Bach fez este pedido no final de um encontro com o primeiro-ministro nipónico, Yoshihide Suga, e responsáveis do comité organizador, no qual foi informado de alguns detalhes do evento, que começa em 23 de julho.

“As medidas sanitárias para os atletas estão a ser aplicadas e estão a funcionar”, afirmou Thomas Bach, dando como exemplo o caso de em 8.000 testes ao novo coronavírus realizados à chegada a Tóquio foram detetados apenas três infeções.

O presidente do COI referiu ainda que 85% dos residentes na Aldeia Olímpica – atletas e técnicos – chegarão ao Japão já vacinados.

Bach considerou que os Jogos Tóquio2020, que terminam em 08 de agosto, “serão históricos por diversas razões” e terão “milhões e milhões de pessoas frente aos ecrãs”, uma vez que a competição será disputada à porta fechada.

14 Jul 2021

Turismo | Índice de preços caiu 4% no segundo trimestre

O Índice de Preços Turísticos desceu 3,91 por cento no segundo trimestre de 2021, de acordo com dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os resultados ficam-se a dever principalmente à descida de preços dos quartos de hotéis e dos bilhetes de avião, ainda assim equilibrados pelo aumento na restauração e vestuário.

Porém, comparado com os primeiros três meses do ano, o Índice de Preços Turísticos cresceu 0,99 por cento no segundo trimestre de 2021.

Olhando com mais detalhe, a DSEC indica que no segundo trimestre os preços de alojamento lideraram a tendência descendente, registando quebras de 30,23 por cento, em comparação com igual período de 2020. Nos transportes e comunicações as quebras foram de 9,96 por cento.

No sentido inverso, o comércio de vestuário e calçado registaram aumento de preços de 5,61 por cento no período em análise, enquanto no sector da restauração os preços subiram 4,44 por cento.

Em termos trimestrais, os preços das secções vestuário e calçado, bem como produtos alimentares, bebidas alcoólicas e tabaco cresceram 8,25 e 5,64 por cento, respectivamente, graças ao lançamento do vestuário de Verão e ao acréscimo de preços dos pastéis e doces.

Por seu turno, o preço do alojamento baixou 9,09 por cento, em termos trimestrais, em virtude da queda de preços dos quartos de hotéis.

14 Jul 2021

Economia | Exportações sobem e crescimento das importações abranda

As exportações da China aumentaram, em Junho, enquanto o crescimento das importações abrandou, mas manteve-se robusto, sinalizando a estabilização do comércio externo chinês após a pandemia do novo coronavírus.

As exportações aumentaram 32,2 por cento, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 281,4 mil milhões de dólares, acelerando em relação ao crescimento de 28 por cento registado em Maio, segundo os dados das alfandegas chinesas revelados ontem. As importações cresceram 36,7 por cento, para 229,9 mil milhões de dólares, abaixo do aumento de 51 por cento registado no mês anterior.

A China liderou a recuperação global, após superar prematuramente a pandemia, mas o consumo doméstico e outros indicadores económicos permanecem mais fracos do que o esperado.

Os exportadores enfrentam interrupções no fluxo global de componentes industriais, incluindo ‘chips’ de processador, e as limitações nas viagens internacionais e negócios, para combater a variante delta mais contagiosa do vírus.

O comércio “ainda enfrenta muitos factores incertos e instabilidade”, disse um porta-voz das alfandegas, Li Kuiwen. O crescimento do comércio “pode abrandar” no segundo semestre, mas “deve permanecer relativamente rápido”, apontou Li, em conferência de imprensa.

A previsão é de que o crescimento abrande à medida que as indústrias de entretenimento e outros serviços globais reabrem e os hábitos de consumo voltam ao normal.

No entanto, os números de Junho sugerem que “essa tendência de amortecimento pode ocorrer mais tarde do que o esperado”, disse David Chao, da empresa de serviços financeiros Invesco, num relatório.

As exportações de Junho para os 27 países da União Europeia aumentaram 27 por cento, para 43,1 mil milhões de dólares, enquanto as importações de produtos europeus aumentaram 34,1 por cento, para 27,7 mil milhões de dólares.

Mais crescimento

O ‘superavit’ (excedente) comercial da China com a UE aumentou 16,7 por cento, em relação ao ano anterior, para 15,4 mil milhões de dólares.

As exportações para os Estados Unidos aumentaram 17,8 por cento, em relação ao ano anterior, para 46,9 mil milhões de dólares, enquanto as importações de produtos norte-americanos cresceram 37,6 por cento, para 14,3 mil milhões, apesar da prolongada guerra comercial e tecnológica entre os dois países.

O ‘superavit’ comercial global da China aumentou 11 por cento, em relação ao ano anterior, para 51,5 mil milhões de dólares, enquanto o ‘superavit’ politicamente sensível com os Estados Unidos cresceu 10,9 por cento, para 32,6 mil milhões de dólares.

O crescimento da economia chinesa disparou para 18,3 por cento, em relação ao ano anterior, nos primeiros três meses de 2021, com a retoma da atividade de consumo e negócios.

No entanto, o crescimento em comparação com o último trimestre de 2020 foi de apenas 0,6 por cento, mostrando que a recuperação estabilizou. O consumo doméstico tem atrasado a recuperação do sector manufactureiro.

As vendas a retalho aumentaram 12,4 por cento, em Maio, em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas ficaram aquém das previsões.

Para reforçar a actividade económica, o banco central da China cortou, na semana passada, a quantidade de reservas que os bancos comerciais são obrigados a manter, libertando um bilião de yuans adicionais de liquidez.

A recuperação da economia ainda não é certa porque a procura global continua fraca, já que alguns governos voltaram a impor medidas de prevenção contra o vírus, que estão a afectar o comércio.

14 Jul 2021

Bienal | Pavilhão mostra arte de cidades criativas da UNESCO 

Inaugurada amanhã, a primeira edição da “Arte Macau – Bienal Internacional de Arte de Macau 2021” traz, pela primeira vez, o Pavilhão da Cidade Criativa, que mostra o que de melhor se faz no panorama das artes nas cidades de Macau, Nanjing, Wuhan e Linz, na Áustria. Todas elas são cidades criativas da UNESCO

 

Macau recebe amanhã mais um evento cultural de grande dimensão com a primeira edição da “Arte Macau – Bienal Internacional de Arte de Macau”, virada para a temática da globalização. Mas além das exposições, que podem ser visitadas até Outubro, um outro destaque do cartaz vai para a criação inédita do Pavilhão da Cidade Criativa.

Segundo uma nota de imprensa do Instituto Cultural (IC), o objectivo é que o pavilhão possa “materializar o charme vanguardista da arte contemporânea”.

Este pavilhão reúne diversas cidades criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), nomeadamente Macau, Nanjing, Wuhan e Linz, e pretende destacar “as essências culturais únicas” destas cidades ou territórios.

No caso da RAEM, a mostra intitula-se “Macau: Cidade de Gastronomia – Bom Apetite!”, onde serão mostradas obras de 13 artistas ou grupos, onde se incluem nomes como o arquitecto Carlos Marreiros ou Wong Ka Long, entre outros. Estes trabalhos “exploram em conjunto da sua forma única o impacto mútuo de ‘comida’ na sociedade e na história”.

A exposição sobre a cidade de Nanjing, “de literatura e criação”, tem como tema “Abrindo o Reino”. O público poderá ver trabalhos representativos de dezenas de poetas, novelistas, críticas e artistas mais conhecidos de Nanjing, tais como Su Tong e Zhao Benfu. Incluem-se manuscritos, caligrafias, documentários, assim como uma exposição de pinturas de minhocas por Zhu Yingchun. Estas iniciativas permitem “aos visitantes terem um olhar refrescante sobre o domínio da vida, através dos olhos literários dos escritores de Nanjing”, descreve o IC.

Relativamente a Wuhan, a mostra intitula-se “Wuhan: Cidade de Design – Empatia”, focando-se em indivíduos em grandes eventos históricos a partir de micro perspectiva, além de assentar “na mais deslumbrante aura da natureza humana-empatia”.

No caso de Linz, cidade na Áustria, a mostra chama-se “Linz: Cidade da Arte de Mídia – A Arte da Interface” e “mostrará o encanto da vanguarda da arte interactiva contemporânea através das obras de arte de media de vários artistas famosos na área da arte digital, oriundos desta cidade”.

Todas estas exposições podem ser vistas a partir do dia 23 de Julho no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais N.º 1, na Galeria Tap Seac e nas Vivendas de Mong-Há.

Nas ruas e faculdades

A Bienal de Macau será inaugurada oficialmente amanhã no primeiro andar do Museu de Arte de Macau (MAM), mas a ideia da organização é apresentar “uma festa móvel da cidade”. A exposição principal da Bienal estará patente no MAM, estando dividida em três partes: “O Sonho de Mazu”, “Labirinto da Memória de Matteo Ricci” e “Avanços e Recuos da Globalização”.

Esta mostra “proporciona um espaço de reflexão e discussão sobre [as ideias] de globalização e individualidade, vida e sonho, longinquidade e proximidade, segurança e felicidade, entre outras”. Esta mostra revela o trabalho de 40 artistas oriundos de 20 países.

Mas a Bienal sai também fora de portas e apresenta seis obras de arte pública em vários bairros, com o objectivo de mostrar “as criações dos artistas do Interior da China, Tailândia, Argentina, Egipto, Itália e outros locais”, a fim de ligar “o mundo com criatividade”.

Na iniciativa “Trabalhos Seleccionados de Artistas Locais” serão apresentadas 12 obras de artistas de Macau, o que permite “proporcionar aos artistas de Macau uma plataforma de intercâmbio internacional, alargando as suas perspectivas internacionais”.

No caso da “Exposição Colateral”, várias instituições de ensino superior, incluindo a Universidade de Macau, Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, Instituto Politécnico de Macau e Universidade de São José, realizam exposições repletas de trabalhos desenvolvidos por estudantes.

No total, podem ser vistas 30 exposições em 25 locais espalhados pelo território. A ideia da organização é “trazer uma atmosfera cultural imersiva a toda a cidade como uma galeria e jardim de arte”, além de “apresentar uma festa móvel da cidade”. A curadoria da Bienal de Macau está a cargo de Qiu Zhijie.

14 Jul 2021

CPLP | Ex-MNE português lamenta falta de ligação ao Fórum Macau

O diplomata António Monteiro faz um balanço positivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, mas defendeu avanços na mobilidade, na área económica, de novas formas de financiamento e de aproximação às comunidades luso falantes. Uma das falhas é a falta de ligação ao Fórum Macau

 

O diplomata António Monteiro, que foi um dos impulsionadores da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), há 25 anos, entende que a organização continua a fazer “sentido”, porque “é válida e importante para os seus membros fundadores, só pelo facto de existir”.

“Se houvesse dúvidas sobre essa validade, tantos países quereriam ser observadores associados” da CPLP? – questionou, referindo-se, assim, às 13 candidaturas, entre as quais estão as dos EUA, Canadá, Índia e Espanha. Candidaturas que irão à aprovação na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização, a realizar na sexta-feira e no sábado.

Porém, o diplomata considera que ainda falta à organização uma ligação maior ao Fórum Macau, entidade que tem como missão reforçar o intercâmbio económico e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, e às comunidades de língua portuguesa espalhadas pelo mundo.

Caso sejam aprovadas, e tendo em conta que a CPLP tem actualmente 19 observadores associados, a comunidade passará a contar com um total de 32 países e organizações com aquele estatuto.

No entanto, na opinião do actual presidente da Fundação Millennium BCP, “os tempos e as circunstâncias em que vivemos impõem agora à comunidade avançar em áreas, que até aqui mereceram menos atenção”, como “a parte económica e a parte da mobilidade”.

Dois são companhia

Além disso, o também antigo ministro português dos Negócios Estrangeiros considerou que a CPLP precisa de procurar novas formas de financiamento, para uma cooperação multilateral mais eficaz.

Em entrevista à Lusa, a propósito dos 25 anos da CPLP, que se celebram no próximo dia 17, o diplomata, que ao longo da carreira, assumiu vários cargos nas Nações Unidas disse que a cooperação naquela organização “continua a desenrolar-se mais ao nível bilateral do que multilateral”.

E na sua opinião só há uma explicação para isso: “a CPLP tem desde o início um problema, que é a questão financeira”. Porque a sua “sustentabilidade vem apenas das dotações dos Estados-membros”, realçou.
Neste cenário, António Monteiro defendeu a criação de “parcerias efectivas no trio da CPLP, que favoreçam todos os países”.

Num balanço sobre os 25 anos da CPLP, considerou que o principal ganho foi a “entreajuda” entre os seus Estados-membros. “Nós temos de dizer que o principal ganho da comunidade foi a entreajuda, que imediatamente se estabeleceu. Ajuda a resolver problemas de cada um de nós”, o que “se traduziu muito numa cooperação política e diplomática activa”, lembrou.

14 Jul 2021

Taipa | Três homens detidos por assaltar apartamentos

No passado domingo, um apartamento na Taipa foi assaltado, lesando as vítimas num valor aproximado de 408 mil patacas (equivalentes aos bens subtraídos). Após investigação, a Polícia Judiciária (PJ) concluiu que três suspeitos subiram por um andaime colocado no exterior do edifício e entraram no apartamento. De seguida apanharam um táxi para Coloane e saíram do território ilegalmente.

Na mesma noite, os Serviços de Alfândega de Macau interceptaram um grupo de emigrantes ilegais, de onde foram identificados os três suspeitos do assalto, dois deles alegadamente envolvidos em dois outros casos de roubo (no valor de 39 mil patacas).

As autoridades descobriram ainda que os suspeitos estiveram envolvidos em outros assaltos ao mesmo prédio na Taipa

No total, as autoridades detiveram seis suspeitos, oriundos do Interior da China, que foram transferidos para o Ministério Público suspeitos da prática dos crimes de roubo agravado e crimes cometidos por indivíduos em situação de imigração ilegal.

A PJ vai continuar a investigação para aferir se os detidos estiveram envolvidos noutros casos e se existem cúmplices a monte.

14 Jul 2021

Myanmar | Novas acusações de corrupção contra líder deposta em golpe de Estado

Os advogados da líder deposta de Myanmar (antiga Birmânia) disseram na segunda-feira que foram informados pelo Governo instaurado pelos militares de quatro novas acusações de corrupção contra Aung San Suu Kyi.

As forças armadas derrubaram o Governo eleito de Suu Kyi em fevereiro, detiveram a líder, bem como membros de topo do seu partido, a Liga Nacional para a Democracia, incluindo o presidente, Win Myint. A resistência popular generalizada contra a tomada do poder pelos militares continua, apesar das duras medidas das forças de segurança para a anular.

Desde a tomada do poder, o novo Governo apresentou uma série de acusações criminais contra Suu Kyi.

Os apoiantes de Suu Kyi, bem como analistas independentes, dizem que todas as acusações são politicamente motivadas e uma tentativa de a desacreditar e legitimar a tomada do poder por parte dos militares.

A líder está atualmente a ser julgada na capital sob acusações de sedição – definidas como a divulgação de informação que poderia causar alarme ou agitação pública – duas acusações de desrespeito às restrições pandémicas da covid-19 durante a campanha eleitoral de 2020; importação ilegal de ‘walkie-talkies’ que eram para uso dos seus guarda-costas; e uso não licenciado dos rádios. Win Myint é corréu em várias das acusações.

Suu Kyi tem também enfrentado acusações adicionais que ainda não foram julgadas: aceitar subornos, o que implica uma pena até 15 anos de prisão, e violar a Lei dos Segredos Oficiais, que implica um período máximo de 14 anos.

Uma das suas advogadas, Min Min Soe, disse aos jornalistas na segunda-feira que haveria uma primeira audiência sobre as novas acusações a 22 de junho no Supremo Tribunal em Mandalay, a segunda maior cidade do país. A defensora disse que duas das acusações são exclusivamente contra Suu Kyi, e as outras duas incluem outras pessoas, mas não foram dados outros detalhes à sua equipa de defesa.

Uma longa e abrangente conferência noticiosa realizada pelo Governo na segunda-feira não fez qualquer menção às novas acusações.

A 10 de junho, os meios de comunicação oficiais informaram que a Comissão Estatal Anticorrupção tinha descoberto que Suu Kyi aceitava subornos e abusava da autoridade para obter vantagens em termos de negócios imobiliários. Os advogados de Suu Kyi já negaram as acusações quando estas foram feitas pela primeira vez em março.

Notícias nos meios de comunicação estatais, incluindo o jornal Global New Light of Myanmar, disseram que o organismo anticorrupção tinha descoberto que Suu Kyi aceitou ilegalmente 600.000 dólares e sete barras de ouro do antigo líder da Região de Rangum, um aliado político.

O artigo também indicava que a comissão tinha descoberto que Suu Kyi tinha abusado da sua posição para obter propriedades de arrendamento a preços inferiores aos do mercado para uma fundação de caridade com o nome da sua mãe e à qual presidia.

A notícia dizia que a ação privou o estado de rendimentos.

A televisão estatal apresentou vídeos de depoimentos de alegadas testemunhas dos pagamentos em dinheiro e ouro, mas não houve explicação das circunstâncias em que os vídeos foram feitos nem provas para corroborar o que foi dito.

13 Jul 2021

Sobe para oito o número de mortos em desabamento na China

O balanço de vítimas mortais do desabamento de um hotel na cidade chinesa de Suzhou, leste do país, subiu hoje para oito, continuando desaparecidas ainda nove pessoas, segundo revelaram as autoridades.

O colapso ocorreu às 15:30 de segunda-feira, informou a televisão estatal CCTV. Seis pessoas foram resgatadas com vida dos escombros do Siji Kaiyuan Hotel, mas três estão em estado grave, de acordo com a mesma fonte.

A propriedade foi inaugurada em 2018 e era composta por 54 quartos, além de um salão de banquetes, de acordo com a sua descrição na plataforma de reservas de hotéis e viagens Ctrip. A maioria dentro do hotel na altura do incidente eram hóspedes.

Imagens transmitidas pela CCTV mostram dezenas de membros das equipas de resgate, em uniformes cor de laranja, a escavar os escombros.

O colapso de edifícios é uma ocorrência regular na China. A maioria das investigações revela incumprimento das normas de construção.

13 Jul 2021

Myanmar | Mais de 900 mortos desde golpe de Estado, diz ONG

Pelo menos 902 pessoas perderam a vida em Myanmar (antiga Birmânia) em resultado da repressão exercida pelas forças de segurança após o golpe militar de 01 fevereiro, segundo a Associação para a Assistência aos Presos Políticos (AAPP).

A organização não-governamental (ONG) AAPP avançou hoje com três novas mortes ocorridas nos últimos dias, na sequência de disparos efetuados por soldados ou quando estavam sob detenção das autoridades.

“Este é o número verificado pela AAPP, é muito possível que o número de mortes [reais] seja muito mais elevado”, admitiu em comunicado.

A ONG adiantou que 6.640 pessoas foram detidas desde o golpe de Estado. Destas, mais de 5.200 permanecem detidas, incluindo a líder deposta Aung San Suu Kyi. E mais de 1.960 mandados de captura foram emitidos.

Apesar da violência e assédio por parte das forças de segurança contra movimentos dissidentes contra a junta militar, os protestos continuam por todo o país, e apesar dos confinamentos localizados decretados pelo atual regime para impedir a propagação da covid-19.

A líder da junta militar, o general Min Aung Hlaing, comprometeu-se a 24 de abril a pôr fim à violência contra civis durante um encontro na Indonésia com líderes políticos do Sudeste Asiático, entre outras promessas para resolver a crise política birmanesa desencadeada pela tomada do poder.

Contudo, o líder do golpe militar não cumpriu a sua palavra e dias após a reunião disse que dará prioridade à “manutenção da lei e da ordem”.

Desde essa data e até esta terça-feira, mais de 150 pessoas morreram às mãos das forças de segurança, que dispararam para matar em numerosas ocasiões contra manifestantes pacíficos.

Alguns dos opositores decidiram pegar em armas contra os militares, cansados dos poucos avanços dos protestos pacíficos e os confrontos entre as Forças Armadas e os grupos rebeldes intensificaram-se.

O exército birmanês justificou o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, que o partido liderado por Suu Kyi venceu, tal como em 2015, e que foram consideradas legítimas pelos observadores internacionais.

De acordo com a nova Comissão Eleitoral, nomeada pelos militares após o golpe, quase um terço dos mais de 30 milhões de votos expressos nas eleições são fraudulentos. A comissão exigiu que a Liga Nacional para a Democracia, a formação de Suu Kyi, fosse declarada ilegal e os seus representantes julgados por traição.

13 Jul 2021

Exército chinês diz ter expulsado navio de guerra dos EUA no Mar do Sul da China

O exército da China disse ontem que expulsou um navio de guerra dos Estados Unidos de uma área disputada no Mar do Sul da China, depois de Washington ter alertado que um ataque às Filipinas motivaria uma retaliação.

O Exército de Libertação Popular disse que enviou navios e aviões após o navio Benfold dos EUA entrar em águas reivindicadas por Pequim, em torno das Ilhas Paracel. As forças chinesas “avisaram e expulsaram” o navio de guerra, disseram os militares, em comunicado.

Pequim reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar dos protestos dos países vizinhos, incluindo as Filipinas, Malásia e Vietname. A China rejeitou a declaração de apoio do governo norte-americano, no domingo, à decisão de um tribunal internacional a favor das Filipinas nas suas disputas territoriais com Pequim.

“Reafirmamos que um ataque armado às forças armadas filipinas, embarcações públicas ou aeronaves no Mar do Sul da China invocaria compromissos de defesa mútua dos EUA”, afirmou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em comunicado.

O Artigo IV do Tratado de Defesa Mútua entre os Estados Unidos e as Filipinas obriga os dois países a ajudarem-se mutuamente, em caso de um ataque. As ilhas são “território inerente à China”, apontou o exército chinês, no comunicado difundido ontem, sublinhando que “as ações dos militares dos EUA violaram gravemente a soberania e a segurança da China”.

A Marinha dos EUA, numa declaração do escritório de Relações Públicas da 7ª Frota, rejeitou a declaração chinesa como falsa, mas não deu detalhes de um possível encontro com o exército da China.

O Benfold efetuou a operação “de acordo com o direito internacional e depois continuou a operar normalmente nas águas internacionais”, referiu o comunicado.

A declaração chinesa foi a “mais recente de uma longa série de ações da [República Popular da China] para deturpar as operações marítimas dos EUA legais e afirmar as suas reivindicações marítimas excessivas e ilegítimas”, lê-se no comunicado da Marinha.

No domingo, a administração Biden afirmou o seu apoio à decisão do tribunal de 2016, que rejeitou as reivindicações da China fora das suas águas territoriais reconhecidas internacionalmente.

“Em nenhum lugar, a ordem marítima baseada em regras está mais ameaçada do que no Mar do Sul da China”, disse Blinken. Ele acusou a China de continuar a “coagir e intimidar os Estados costeiros do Sudeste Asiático, ameaçando a liberdade de navegação numa via comercial global crítica”.

A decisão do painel foi uma “farsa política”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian. Ele disse que as reivindicações territoriais da China têm “base histórica e jurídica suficiente”. “A China deplora e rejeita firmemente os erros dos Estados Unidos”, apontou.

13 Jul 2021