Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | Pequim apela à calma após Rússia rever doutrina A China apelou ontem à calma e à contenção, na sequência da assinatura pelo Presidente russo, Vladimir Putin, de um decreto que alarga as suas opções para a utilização de armas nucleares. “Nas actuais circunstâncias, todas as partes devem manter a calma e usar de contenção e trabalhar em conjunto através do diálogo e consultas para aliviar as tensões”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa. “A posição da China, que encoraja todas as partes a desanuviar as tensões (…) e a empenhar-se numa resolução política da crise ucraniana, mantém-se inalterada”, acrescentou o porta-voz. No milésimo dia da sua ofensiva contra a Ucrânia, Vladimir Putin assinou na terça-feira um decreto que alarga o âmbito da utilização de armas nucleares, pouco depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis de longo alcance de fabrico norte-americano. Putin avisou, no final de Setembro, que qualquer ataque levado a cabo por um país não nuclear mas apoiado por uma potência com armas nucleares poderia ser considerado uma agressão “conjunta”, exigindo potencialmente o uso de armas nucleares. Na terça-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou a “escalada” russa na Ucrânia, apelando a Vladimir Putin para que “ouça a razão”. Macron pediu ao Presidente chinês, Xi Jinping, que faça valer “todo o seu peso” sobre Moscovo. “Pedi ao Presidente Xi Jinping que utilize toda a sua influência, a sua pressão e o seu poder de negociação para que o Presidente Putin ponha termo aos ataques”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaInteligência Artificial | Xi Jinping alerta para “riscos e desafios” Além dos benefícios da nova tecnologia, o Presidente chinês alerta para os perigos imprevisíveis que daí podem advir O Presidente chinês, Xi Jinping, destacou ontem os avanços da Inteligência Artificial (IA) e o seu “impacto transformador no mundo”, mas alertou para os “riscos e desafios imprevisíveis” desta tecnologia emergente. Numa intervenção por videoconferência na abertura da Conferência Mundial da Internet em Wuzhen, na província chinesa de Zhejiang, Xi apelou a um “ciberespaço inclusivo e seguro”, sublinhando a necessidade de cooperação internacional para enfrentar os desafios da era digital, segundo a televisão estatal CCTV. No seu discurso, Xi sublinhou que “o avanço das tecnologias de IA melhorou a capacidade dos humanos para mudar o mundo, mas também trouxe uma série de riscos e desafios imprevisíveis”. Reafirmou o compromisso de Pequim em trabalhar com outros países para “construir uma comunidade com futuro partilhado no ciberespaço”, uma fórmula que também defende para outras questões. O evento, organizado pela Administração do Ciberespaço da China, conta com a participação de líderes empresariais e delegações internacionais e centra-se em temas como a governação da IA e do ciberespaço ou a inovação digital. O vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, sublinhou durante a cerimónia que “a IA, juntamente com a Internet, os grandes volumes de dados (‘big data’) e a computação em nuvem, está a impulsionar o desenvolvimento económico e social, mas o fosso digital continua a aumentar e a questão da segurança no ciberespaço continua a ser preocupante”. Palco da tecnologia A cimeira, que inclui 24 fóruns e a participação de representantes de 53 países, aborda também a criação de um comité especial sobre IA e um programa de cooperação internacional entre grupos de reflexão. Estes esforços têm como objectivo promover um desenvolvimento digital mais inclusivo e responsável. Entre os participantes encontra-se Lei Jun, fundador do gigante tecnológico chinês Xiaomi, que participou na cerimónia de abertura. Num contexto de tensões tecnológicas entre a China e os Estados Unidos, o evento reflecte a estratégia de Pequim para consolidar o seu modelo de governação da Internet, caracterizado por um controlo estatal rigoroso e pela exclusão de plataformas estrangeiras. Apesar do seu carácter mais regional nos últimos anos, não atraindo figuras de destaque dos gigantes tecnológicos ocidentais, como Tim Cook, da Apple, e Sundar Pichai, da Google, presentes em edições anteriores, a cimeira continua a ser para a China um palco para impulsionar iniciativas internacionais na esfera digital. A China – onde milhares de portais, aplicações e redes sociais ocidentais, estão bloqueados – acolhe há 10 anos a conferência internacional sobre a Internet, que procura igualmente promover a cooperação internacional no ciberespaço.
Hoje Macau Via do MeioA última noite do Império I Por Luis Nestor Ribeiro (1) Introdução: Uma Macau Multicultural Viver e trabalhar como profissional num meio de comunicação social em Macau, especialmente nos anos que antecederam a transferência de administração para a China em 1999, foi uma experiência imersiva e transformadora. No coração desse território pequeno e vibrante, não fui apenas um mero observador, mas também um interveniente empenhado, em experienciar na primeira pessoa, uma das mais complexas fusões culturais do mundo. No Passado, Macau não foi uma simples colónia europeia em território chinês, foi primordialmente um lugar onde o Oriente e o Ocidente não apenas coexistiram, mas também se entrelaçaram: – num diálogo constante, às vezes harmonioso, outras vezes tenso, sempre fascinante. Desde os meus primeiros dias em Macau, fui atraído pela riqueza cultural que moldava a vida quotidiana da cidade. Nos becos e ruas estreitas, havia sinais da longa presença portuguesa, com suas igrejas barrocas e casas coloniais, enquanto os mercados fervilhavam com a energia dos vendedores chineses. O cheiro de chá acabado de preparar pairava no ar enquanto o som de sinos dos templos budistas ecoava ao longe. Essa singular fusão de culturas constituiu sempre a sua essência, e para entender a transferência de administração (2) que se aproximava, era necessário compreender primeiro o que fazia de Macau um lugar tão único. A Fusão de Culturas A história de Macau conheceu novos protagonistas no século XVI, quando os portugueses chegaram como navegadores e mercadores, transformando paulatinamente um pequeno lugar num importante entreposto comercial no sudeste asiático (3). Desde então, o território tornou-se num verdadeiro caldeirão de culturas. O impacto dessa colonização portuguesa nunca se limitou à política ou à economia; foi um processo que deixou marcas profundas nas tradições, na língua e no modo de vida dos seus habitantes. Passei a residir em Macau no início da década de 1980, por motivos profissionais. Ao deambular pelas ruas da cidade no papel privilegiado de voyeur (4) sem pressa, a quem fora permitido observar um grande laboratório multicultural em plena produção no Extremo Oriente, era impossível passar despercebida a ubíqua influência portuguesa: embora o ritmo da cidade fosse marcado pela vertiginosa actividade chinesa nas lojas e negócios, o ambiente do casario e suas elegantes fachadas coloniais convocava as emoções para um distante lugar mediterrânico. As calçadas com seus padrões ondulantes configurados por pedras alvinegras, conferiam às ruas uma beleza singular, ligando-as simbolicamente a Portugal, enquanto a serenidade das igrejas católicas contrastava com o misticismo fumegante dos templos chineses, como o Templo de A-Má, reverenciado pela comunidade chinesa local, em particular pelos pescadores e população flutuante, abrigada em sampanas e juncos no Porto Interior. Macau nessa época(5) não era mais do que um pequeno anão adormecido à sombra de um gigante. Com escassos portugueses, pouco passavam de mil os que tinham vindo directamente de Portugal. Na generalidade eram funcionários públicos, professores, advogados e alguns militares a prestar serviço nas forças de segurança. A língua portuguesa era falada por cerca de 15 mil pessoas, numa população que rondava os 450 mil habitantes, cuja língua veicular predominante era o cantonense. A maioria comprimia-se numa estreita faixa, a península de Macau, com cerca de 5,7 km2 no que constituía um recorde mundial para a mais alta densidade populacional. Em conjunto, o território de Macau(6), administrado por Portugal, incluía as ilhas de Taipa e Coloane, com uma área total aproximada 15,3 km². Macau era uma urbe envolta numa languidez entorpecida em contraciclo com a economia dos tigres asiáticos(7). Só existia uma ligação viária entre a península e as ilhas, assegurada pela elegante ponte Nobre de Carvalho, inaugurada em 1974. Apesar de possuir apenas duas estreitas vias de circulação, foi uma obra essencial para o desenvolvimento, facilitando o transporte de pessoas e mercadorias, impulsionando o crescimento urbano. O trânsito era caótico e pouco disciplinado. As viaturas podiam circular livremente pelo Largo do Senado, no coração da cidade. Tinham ainda a possibilidade de estacionar mesmo defronte do edifício do Leal Senado. O lixo amontoava-se nas ruelas e a sua recolha pelos serviços municipais não era eficiente. Ao longo da Rua da Praia Grande, na margem do rio, ainda existiam barracas de pescadores, em forma de palafita, com redes de pesca suspensas e puxadas através de um sistema de roldanas artesanais. No emaranhado de ruas, havia inúmeras tendinhas onde era confeccionada uma profusão de petiscos e comidas, – genuína street food antes de virar moda, – servida mesmo à frente do cliente. Aromas de arroz glutinoso, massa, peixe e carne, com legumes caldeados por molhos e temperos fumegantes que emprestavam ao ar um odor característico, estimulando o apetite dos fortuitos transeuntes. Um ambiente denso e carregado de fumo, não parava de cativar o forasteiro, dia e noite. Em redor dos casinos, era permanente a azáfama. A gastronomia reflectia esse carácter eclético de forma deliciosa. Nos restaurantes, a comida era uma celebração da diversidade cultural. Nas imensas visitas a casas de chá e restaurantes locais, provei variados pratos que misturavam ingredientes chineses e técnicas culinárias portuguesas. O minchi, um prato tradicional macaense de carne moída com batatas e ovo frito, temperado com molho de soja, era um exemplo perfeito dessa mistura, representando a cozinha do dia a dia dos macaenses. Outros pratos, como o caldo verde e o pastel de nata, conviviam lado a lado com receitas chinesas mais tradicionais, como o dim-sum e o pato laqueado. Além da comida, havia também a música, uma presença constante em Macau. Nas festas de rua e eventos culturais, ouvia-se o som do fado, cantado em português interpolado por árias de ópera de Pequim, mesclados ao ritmo das danças chinesas e dos tambores rituais das festividades, com destaque para o Ano Novo Lunar. E, claro, o patuá — a língua crioula única de Macau, que misturava português e cantonense, falada principalmente pelos mais idosos e hoje quase em extinção. Nesse tempo as comunicações intercontinentais eram complexas e de difícil acesso. Para um português residente em Macau o contacto regular com os familiares distantes constituía um quebra-cabeças. As redes telefónicas fixas só permitiam o acesso directo a chamadas locais. A tecnologia de suporte a ligações de longa distância pressupunha a utilização de comunicações via satélite. Para o efeito, era necessário proceder presencialmente à reserva de circuitos na sede dos Correios, para um determinado horário, sujeito a confirmação e na presença de um telefonista de serviço. Essa complexidade acentuava ainda mais a sensação de isolamento em relação ao resto do mundo. Eram também frequentes os apagões de energia eléctrica, em virtude de a central geradora de electricidade no território não ser auto-suficiente. Uma parte substancial da energia necessária era importada da China, revelando uma dependência de Macau, de forma a satisfazer os requisitos de consumo quotidiano, cuja tendência era de aumento gradual. A Identidade Macaense Com o tempo, fui percebendo que a identidade macaense era muito difícil de definir, pressupondo uma mescla de complexidade e fluidez. Os macaenses, descendendo primordialmente de portugueses e chineses, com o contributo genético ocasional de outros povos meridionais do continente asiático(8), eram fruto directo dessa fusão cultural. Uma comunidade híbrida que vivia entre dois mundos, com um pé na Europa e outro na Ásia. O que os unia não era uma etnia, mas uma cultura compartilhada — uma cultura que, nos últimos 450 anos, se tinha desenvolvido de forma autónoma, sob o olhar distante tanto de Portugal quanto da China. Numa observação muito superficial, para os portugueses, os macaenses eram vistos como diferentes, como “os orientais” — assumindo em muitos casos, a face visível da administração local – graças à faculdade que detinham, de poderem comunicar nos dois idiomas principais. Já os chineses nativos de Macau, viam muitas vezes os macaenses como “ocidentais”, portadores de valores e hábitos europeus. No entanto, os próprios macaenses não se reviam exactamente como europeus nem completamente como asiáticos. A sua identidade estava profundamente enraizada na singularidade de Macau, e muitos temiam que essa identidade fosse descaracterizada com a transferência de administração para o controlo chinês. Essa incerteza era palpável nas conversas frequentes que eu tinha no seio do meu círculo mais restrito de amigos. Alguns sentiam orgulho na dualidade da sua herança; outros receavam que o retorno de Macau à pátria chinesa pudesse significar uma perda de suas tradições e liberdades. Essa identidade complexa era, para muitos, algo que devia ser protegido com determinação. Notas 1-Author, Media Consultant, TV Director / Producer. Lived and worked in Macau for 25 years, between 1983 and 2008. 2-Neste artigo considero que a Cerimónia de Transferência de Poderes em 20 de dezembro de 1999 foi essencialmente isso – uma passagem de testemunho entre nações que se respeitavam e que souberam manter um entendimento cordial ao longo de mais de quatro séculos e meio, não obstante haver autores que a designam como ‘Transferência de Soberania’, em linha com o que se passou em Hong-Kong em 1997, entre a R.P.C. e a coroa inglesa. No caso específico de Macau, a soberania chinesa sobre o território já tinha sido formalmente reconhecida pelas autoridades portuguesas em 1979. Quando a República Popular da China e a República Portuguesa estabeleceram formalmente relações diplomáticas, o estatuto de Macau em termos de Direito Internacional foi finalmente esclarecido. Na altura, os dois países definiram na acta de conversações por meio de acordo confidencial que “Macau é território chinês sob administração portuguesa”, o que veio a ser confirmado na Constituição da República Portuguesa e no Estatuto Orgânico de Macau. 3-Sobre o estabelecimento dos portugueses em Macau as evidências documentais são pouco claras e por vezes revelam-se ambíguas. Não existe qualquer documento da época que comprove como os portugueses se instalaram no território do Sul da China. Resta acrescentar o facto, esse indiscutível, de os portugueses se terem fixado em Macau desde a segunda metade do século XVI e de ali terem permanecido ininterruptamente, com o acordo, ou pelo menos, a tolerância dos chineses. O seu estabelecimento gradual foi pacífico, não ocorrendo qualquer emprego de força, um acto de guerra que determinasse a sua anexação territorial, em contraste com o sucedeu em meados do séc. XIX com Hong-Kong 4- Inspirado pelo flâneur de Charles Baudelaire. 5-Início da década de oitenta do século passado 6-É oportuno recordar que durante o mandato do Governador Almeida e Costa (1981 a 1986) tiveram início os Grandes Empreendimentos, como o fecho da Baía da Praia Grande e os novos aterros do Porto Exterior (NAPE). Foi possível concretizar um entendimento pragmático com a nova liderança da nação chinesa que visava uma maior abertura ao exterior, criando as condições políticas adequadas para o arranque e concretização de alguns projectos importantes para a modernização do território, como a Estação de Televisão – TDM (1984), o porto de águas profundas em Ka Ho, Coloane (1992), o Terminal Marítimo do Porto Exterior (1993), a nova travessia para a Taipa através da Ponte da Amizade (1994) e a construção numa ilha artificial do novo Aeroporto Internacional (1995), tendo esta última obra levado 10 anos a realizar. Com o passar do tempo, a área de Macau aumentou significativamente devido aos sucessivos projectos de aterro, como a faixa de Cotai (Cotai Strip), que cobre o antigo istmo que ligava Taipa a Coloane e é ocupado actualmente pela maioria dos grandes casinos e resorts. 7-Grupo constituído por quatro economias do sudeste asiático, Hong-Kong, Singapura, Coreia do Sul e Taiwan, que registou um vertiginoso crescimento do PIB entre as décadas de 1970 e 1990. Durante esse período, essas quatro economias passaram por uma rápida industrialização, altas taxas de crescimento e melhorias significativas nos padrões de vida. Essa transformação é frequentemente designada por ‘Milagre Asiático’ 8-Com destaque para os antigos reinos e territórios do Sião (Tailândia), Pegu (Myanmar), Malaca (Malásia) Goa (Índia), Batávia (Indonésia) e Filipinas, entre outros.
Hoje Macau SociedadeTradução | UM e BFSU organizam Concurso de Tradução A Universidade de Macau (UM) e a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (BFSU) realizam a 22 de Novembro o 3.º Concurso de Tradução Chinês-Português, anunciou na terça-feira a instituição de ensino de Macau. Além de “promover o intercâmbio no ensino da língua portuguesa entre as universidades” de Macau e do interior da China, o concurso quer “incentivar os estudantes” de português a “participarem na prática da tradução e descobrir talentos de qualidade” nesta área, de acordo com um comunicado da UM. Um total de 84 estudantes de 26 universidades dos dois lados da fronteira vão participar no evento, que teve a primeira edição em Outubro de 2019. Em 2022, 51 instituições de ensino superior ofereciam programas de língua portuguesa no interior da China, segundo uma compilação divulgada pelo académico da Universidade Politécnica de Macau Manuel Duarte João Pires nesse mesmo ano. No caso de Macau, são cinco universidades com programas de português.
Hoje Macau SociedadePJ | Sub-director afirma que jogo ilegal foi erradicado O sub-director da Polícia Judiciária, Sou Sio Keong, afirmou ontem que vários crimes relacionados com jogo estão actualmente em níveis mais baixos do que em 2019, com particular destaque para o crime organizado de exploração de jogo ilegal, que o responsável diz ter “basicamente desaparecido”. Em declarações à TDM – Rádio Macau, o sub-director da PJ, revelou que desde que entrou em vigor a lei que criminalizou a troca de dinheiro ilegal, no final de Outubro, até à passada sexta-feira, foram identificados 25 casos pelas autoridades, que resultaram na detenção de 38 pessoas. No total, estes casos levaram à apreensão de mais de 3 milhões de dólares de Hong Kong e fichas no valor de 1,1 milhões de dólares de Hong Kong. O responsável revelou também que o crime de burla com ingressos para espectáculos em Macau tem aumentado nos últimos meses e que está a ser equacionada a introdução de dados pessoais nos bilhetes para identificar o espectador e prevenir a revenda a preços inflacionados.
Hoje Macau Manchete SociedadeMacau Legend | Oposição de Cabo Verde quer esclarecimentos O partido liderado por Julião Varela defende que é necessário “clarificar o que acontecerá, tendo em conta os investimentos já realizados” pela empresa ligada a David Chow e Levo Chan O PAICV, maior partido da oposição cabo-verdiana, instou o Governo de Cabo Verde a esclarecer a reversão do projecto turístico da Macau Legend Development (MLD), apelando a um diálogo com a população e a autarquia da capital para encontrar alternativas. “Seguramente faltarão muitas outras informações”, afirmou o secretário-geral do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Julião Varela, considerando que o Governo anunciou, há meses, em Macau, que estava a procurar novos investidores para o empreendimento que incluía o ilhéu de Santa Maria. “Com a resolução do contrato, é evidente que todas as possibilidades de negociação foram esgotadas. Agora, importa clarificar o que acontecerá, tendo em conta os investimentos já realizados”, sustentou. Para o PAICV, “é necessário que haja um forte diálogo”, que deve envolver a Câmara Municipal da cidade da Praia e os cidadãos na procura por soluções. Em resposta aos pedidos de esclarecimento, o Governo cabo-verdiano reconheceu ir analisar alternativas ao empreendimento turístico e de jogo da Macau Legend, que prometia mudar a face da capital, Praia, um dia depois de terminar os contratos, justificando-se com incumprimento dos investidores. “O Governo estará a analisar soluções alternativas para o referido Projeto de Requalificação da Gamboa e do Ilhéu de Santa Maria”, lê-se num comunicado. De “boa-fé” Na mesma nota, o Governo referiu ter agido “de boa-fé”, ao enviar “várias cartas à MLD, dando-lhe inúmeras oportunidades de retoma das obras, paradas há cerca de três anos, para negociar a venda das acções ou a cedência da sua posição contratual a um potencial interessado”, acrescentou. O desfecho acabou por ser “a resolução das convenções de estabelecimentos e dos contratos delas derivados, com a reversão dos bens”, publicados na segunda-feira, em Boletim Oficial da República. “Até à presente data, foram efectivamente concretizados um edifício com oito pisos”, que permanece vazio, “e uma ponte de ligação ao Ilhéu de Santa Maria”, numa zona da marginal da Praia que tem permanecido vedada. Na segunda-feira, o Governo cabo-verdiano declarou que a MLD violou “de forma flagrante e reiterada” as obrigações num investimento turístico e de jogo, na Praia, ao justificar a sua resolução e reversão, publicadas na segunda-feira. Assinado em 2015, o acordo com David Chow previa um investimento de 250 milhões de euros, cuja primeira pedra foi lançada em 2016. O plano envolvia a construção de uma estância turística com uma área de 152.700 metros quadrados, marina, hotel com casino – estrutura construída, mas que continua vazia e fechada – e várias instalações para restaurantes e bares. Em Setembro deste ano, durante audiência prévia, a MLD negou qualquer culpa no processo, atribuindo os atrasos à pandemia da covid-19, argumento rejeitado pelo Governo.
Hoje Macau PolíticaFinanças | Menos 12 funcionários no fim de Setembro Apesar de ser uma das apostas do Governo no âmbito da estratégia da diversificação da economia, as finanças empregaram menos gente no final de Setembro do que no período homólogo. Os dados foram revelados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC) no âmbito da publicação dos “resultados do inquérito às necessidades de mão-de-obra e às remunerações referentes ao 3.º trimestre de 2024” das actividades financeiras. Segundo os números oficiais, no fim do terceiro trimestre havia 8.554 trabalhadores a tempo inteiro no sector, uma redução de 12 trabalhadores face ao terceiro trimestre de 2023. A maior parte dos funcionários do sector trabalhava em bancos, um total de 7.258, ainda assim menos 23 do que no período homólogo. Os serviços de intermediação financeira empregavam 265 trabalhadores, uma redução de 9 pessoas face ao período homólogo. No pólo oposto, as seguradoras contrataram mais 10 pessoas a tempo inteiro, o que faz com que empreguem 811 trabalhadores. Em termos da remuneração média, em Setembro de 2024, os trabalhadores registaram um aumento de 4,4 por cento, para um salário médio de 31.820 patacas por mês. No fim do terceiro trimestre, havia 208 vagas no sector das actividades financeiras, menos 280, em termos anuais, com a banca a necessitar de 152 trabalhadores e as seguradoras de 38 empregados.
Hoje Macau EventosIIM | Exposição de fotografia na próxima semana No próximo dia 27 de Novembro, a partir das 18:30 horas, vai ser inaugurada a exposição de fotografias “À descoberta de Macau e Hengqin”. A iniciativa parte do Instituto Internacional de Macau e é patrocinada pela Fundação Macau, sendo co-organizada por diversas entidades, uma delas a Associação de Fotografia Digital de Macau e a Associação dos Macaenses, entre outras. Segundo um comunicado, esta mostra “visa estimular o conhecimento da população, especialmente entre os mais jovens, sobre as riquezas patrimoniais e tradições que formam a cultura de Macau, incluindo as atracções da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. A iniciativa teve “uma participação significativa dos residentes de Macau e também de participantes do exterior”, com mais de 263 fotografias apresentadas a concurso. O júri foi constituído por Adelina Chou, do Instituto Internacional de Macau, Carlos Dias e Che Peng Ion, em representação da Associação de Fotografia Digital de Macau, Ng Chi Wai, da Associação dos Embaixadores do Património de Macau, e Francisco Ricarte, da associação Halftone. Na categoria “Residentes de Macau” foi destacada a imagem de José Manuel da Costa Giga, Maria Ferreira Sin e Vong Hoi Veng; enquanto na categoria geral foram classificados Xing Gui Chao, Wong Chi Keung e CL-Chen. Cerca de uma dezena de imagens receberam ainda menções honrosas, sendo apresentado um prémio especial por um sócio da Associação de Fotografia Digital de Macau. A exposição, aberta ao público, terá lugar na sala de actividades do Jardim Cidade das Flores na Taipa até ao dia 8 de Dezembro.
Hoje Macau PolíticaFórum Macau | Condenado por corrupção visitou a RAEM em 2022 Zhu Congjiu, vice-Governador da Província Popular de Zhejiang, foi ontem condenado a prisão perpétua por ter recebido mais de 100 milhões de renminbis em subornos. Foi esta a sentença proferida na terça-feira pelo Tribunal Popular Intermédio de Ganzhou na província de Jiangxi. De acordo com a informação do Diário do Povo, os crimes de corrupção foram cometidos entre 2002 e 2022, altura em que Zhu Congjiu desempenhou as funções como administrador da Bolsa de Xangai, director da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e vice-Governador da Província Popular de Zhejiang. Segundo o tribunal, Zhu utilizou as posições para ficar com dinheiro de diferentes instituições, facilitava os procedimentos para a entrada de algumas empresas na bolsa, ou garantia empréstimos preferenciais, a troco de subornos. O tribunal calculou o dinheiro recebido de forma indevida num valor superior a 105 milhões de renminbis. Enquanto vice-Governador da Província Popular de Zhejiang, Zhu Congjiu visitou o Fórum Macau, em Abril de 2022, no âmbito da Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum de Macau. Na altura, Zhu destacou a importância das relações da China com os Países de Língua Portuguesa e a necessidade de aprofundar as relações económicas e culturais.
Hoje Macau Manchete PolíticaEconomia | Macau representa 90% do investimento português na China Quase todo o investimento directo português na China fica em Macau, de acordo com dados revelados pelo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão. O diplomata pede para se olhar além das fronteiras da RAEM Macau representa 90 por cento do investimento directo português na China, afirmou o cônsul-geral de Portugal na região, informou o portal Macau News Agency. Macau foi o 12.º destino do investimento directo no exterior português, recebendo quase 1,1 mil milhões de euros em 2023, enquanto o Interior da China recebeu 55 milhões de euros, indicou na segunda-feira Alexandre Leitão, num evento da delegação de Macau da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa no Club Lusitano, em Hong Kong. O investimento português foi realizado sobretudo em áreas como a farmacêutica, banca, finanças, seguros e produtos alimentares, acrescentou o diplomata. Na ocasião, o cônsul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong reconheceu a importância deste investimento, embora tenha realçado a necessidade de Lisboa expandir a actividade comercial além da RAEM. “Macau é uma plataforma e base fundamentais, mas temos de olhar além das suas fronteiras”, afirmou, chamando ainda a atenção para o potencial do comércio através de Hong Kong. “O volume de comércio, quer em importações, quer em exportações, está actualmente muito aquém do que poderia ser”, referiu, citado pelo portal em língua inglesa. Evolução “bastante interessante” As relações comerciais luso-chinesas têm registado uma evolução “bastante interessante” ao longo dos últimos dez anos, disse, ainda no Club Lusitano, o director da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP) para Macau e Hong Kong. “Em 2013, as trocas comerciais atingiram dois mil milhões de euros e dez anos depois, em 2023, o total das trocas comerciais ascendeu a seis mil milhões de euros, o que faz da China o 10.º maior parceiro comercial de bens de Portugal”, referiu Bernardo Pinho. Quanto a Macau, o responsável referiu que as relações comerciais têm aumentado, com o comércio de mercadorias a crescer 15 por cento em 2023, em termos anuais, com mais de 400 empresas a exportar para a cidade, mas com níveis abaixo dos valores anteriores à pandemia de covid-19.
Hoje Macau EventosLivro | Eanes recusa estigma e recorda 25 de Novembro como a “continuação do 25 de Abril” O antigo Presidente da República Ramalho Eanes, comandante operacional do 25 de Novembro de 1975, recusa a estigmatização da data, que defende ser uma continuação do 25 de Abril, “dia fundador” da democracia. No livro “Ramalho Eanes, Palavra que conta”, editado este mês, a partir de uma entrevista à RTP realizada pela jornalista Fátima Campos Ferreira e transmitida em maio passado, Eanes recusa a estigmatização da operação: “Não percebo que estigmatizem o 25 de Novembro, porque o 25 de Novembro é a continuação do 25 de Abril; é a reafirmação de que as promessas feitas pelos militares à população portuguesa se mantêm, e se mantêm com toda a força, seja como for, quaisquer que sejam os obstáculos”. É altura de reconhecer que “houve um período muito complicado entre o 25 de Abril e o 25 de Novembro, que houve movimentos que tentaram – compreensivelmente, em minha opinião – impor as suas ideologias, o que, obviamente, o MFA não permitiu, porque isso seria, de alguma maneira, contrariar, não responder, não respeitar a promessa de Abril. E portanto, tivemos de fazer o 25 de Novembro, mas, a partir daí, o país criou unidade, unidade plural, obviamente”, considera. “Entendo que o esquecimento do 25 de Novembro não ajuda a democracia, porque a história não se apaga. É com a história, e regressando à história, de forma não endémica nem nostálgica, que aprendemos a evitar erros futuros”, argumenta na mesma entrevista, agora publicada pela Porto Editora. Segundo o antigo Presidente, aquela data marca “o ponto final de um confronto e o início de uma cooperação democrática em que todos participam, em que todas as ideologias se justificam”. Em abril deste ano, numa iniciativa do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com alunos do ensino secundário e superior, o general Ramalho Eanes, que foi o comandante da operação militar de 25 de Novembro de 1975, reservou para o 25 de Abril de 1974 o lugar hegemónico. “O 25 de Abril foi único, foi fundador. É ele que concede a liberdade aos portugueses. É ele que devemos festejar, comemorar e sobretudo refletir. Mas não devemos esquecer a perturbação natural que se seguiu, em que houve um combate de ideologias, de modelos de sociedade, em que houve um PREC que criou uma situação insustentável, uma situação de medo e uma situação que nos levou perto de uma guerra civil”, declarou, na ocasião. Eanes disse que houve “uma ofensiva militar”, no seu entender “organizada levianamente pela extrema-esquerda, mas em que o PCP não podia ter deixado de intervir”, perante a qual ele e outros militares foram obrigados a agir. “Tivemos essa ação, enfim, e repito que podia ter levado a uma guerra civil e que foi indispensável o 25 de Novembro. Repito: foi indispensável, para que as promessas de honra dos militares à população fossem realizadas”, defendeu. Segundo Eanes, o desfecho do 25 de Novembro deveu-se aos “militares que se tinham mantido fiéis à promessa de honra que tinham feito à população, que era devolver-lhes a liberdade, mas a liberdade sem condicionamentos” e que “resolveram, perante uma insurreição armada responder – bom, e a uma insurreição armada, naturalmente, só se responde com armas”. Também em abril passado, mas numa entrevista no Jornal da Noite da SIC, Ramalho Eanes foi questionado se “faz sentido ou não faz sentido, comemorar, celebrar” as duas datas, o 25 de Abril como o 25 de Novembro, respondendo que “faz inteiramente sentido” mas ressalvando que a data fundadora da democracia é o 25 de Abril de 1974. “Há uma data fundadora da democracia: o 25 de Abril”, afirmou. Anos antes, em 24 de novembro de 2015, em Manila, Filipinas, onde se encontrava para receber o Prémio Internacional da Paz 2015, atribuído pela fundação Gusi Peace Prize International, Eanes tinha defendido que o 25 de Novembro foi um “momento fraturante” e que momentos fraturantes “não se comemoram, recordam-se”. “O 25 de Novembro foi um momento fraturante e eu entendo que não devemos comemorar, os momentos fraturantes não se comemoram, recordam-se e recordam-se apenas para refletir sobre eles. No caso do 25 de Novembro, devíamos refletir por que é nós portugueses, com séculos e séculos de história, com uma unidade nacional feita de uma cultura distintiva profunda, por que é que nós chegámos àquela situação, por que é que chegámos à beira da guerra civil”, disse na altura Ramalho Eanes, em declarações à rádio e televisão pública de Macau, em Manila. Foi o 25 de Novembro deu a conhecer ao país o seu comandante operacional. O então tenente-coronel Ramalho Eanes apareceu na RTP de óculos escuros, rosto afilado e patilhas, com a sua voz grave e dicção pausada, falando ao lado de Jaime Neves, perante o Presidente da República, general Costa Gomes, o primeiro-ministro, Pinheiro de Azevedo, e Vasco Lourenço. Todas as operações, disse na altura Eanes, “foram conduzidas com a preocupação de evitar baixas de qualquer dois lados”. “Esta preocupação foi grande e teve a determiná-la o facto de um lado e do outro lado estarem portugueses”, declara Eanes, concluindo que as unidades envolvidas conseguiram “restituir, ao povo português, agora, de uma maneira aberta e livre, os ideais que fizeram a revolução do 25 de Abril”. É o primeiro Presidente da República eleito em democracia, cumprindo dois mandatos (1976-1986).
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Críticas a condenação de activistas “profanam” Estado de direito O Governo chinês afirmou ontem que as críticas feitas pelos governos ocidentais à condenação de 45 activistas em Hong Kong “profanam e espezinham” o Estado de direito. Os países ocidentais “utilizam os procedimentos legais relevantes para defender a sua própria segurança nacional, enquanto condenam arbitrariamente os tribunais de Hong Kong que aplicam a Lei de Segurança Nacional”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jean, em conferência de imprensa. “Este tipo de comportamento profana e espezinha seriamente o espírito do Estado de direito”, acrescentou. Os Estados Unidos, Taiwan e a Austrália criticaram ontem a condenação em Hong Kong de 45 activistas pró-democracia a penas de prisão de até 10 anos por terem realizado primárias não oficiais em 2020. “Os Estados Unidos condenam veementemente as sentenças anunciadas ontem em Hong Kong contra 45 defensores da democracia e ex-funcionários eleitos”, disse um porta-voz do consulado norte-americano na região semiautónoma chinesa. Com um total de 47 activistas e políticos julgados, trata-se do maior julgamento ao abrigo da Lei de Segurança Nacional de Hong Kong, imposta em 2020 ao território por Pequim. Apenas dois dos 47 arguidos foram absolvidos, enquanto os restantes receberam penas que variam entre os quatro anos e dois meses e os 10 anos, pena aplicada ao jurista Benny Tai Yiu-ting. Benny Tai e outros 30 arguidos, incluindo o antigo líder estudantil Joshua Wong Chi-fung e a antiga deputada Claudia Mo Man-ching, tinham-se declarado culpados em Maio passado. Outros 14 arguidos tinham-se declarado inocentes, entre os quais os ex-deputados Leung Kwok-hung (um antigo marxista conhecido como ‘Cabelo Longo’), Lam Cheuk-ting, Helena Wong Pik-wan e Raymond Chan Chi-chuen e a jornalista Gwyneth Ho Kwai-lam. O Ministério Público acusou-os de tentarem garantir uma maioria legislativa de forma a vetar indiscriminadamente os orçamentos e assim paralisar o governo de Hong Kong e derrubar a então líder da cidade, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Pequim pede “sinais mais positivos” sobre a fronteira O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, pediu ontem ao homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, “mais sinais positivos”, na sequência do acordo entre os dois países sobre o patrulhamento da fronteira comum nos Himalaias. “Xi Jinping e Narendra Modi reuniram-se recentemente, marcando o reatamento das relações, mas agora os dois lados devem implementar o importante consenso a que chegaram e respeitar os interesses fundamentais um do outro”, disse Wang, num encontro à margem da cimeira do G20, no Brasil, segundo um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O diplomata acrescentou que a China e a Índia devem “reforçar a confiança mútua através do diálogo” e “lidar adequadamente com as diferenças com sinceridade e integridade”, para que os laços regressem a um estado “estável e saudável”. “É necessário enviar mais sinais positivos e fazer mais coisas que favoreçam os intercâmbios”, disse Wang Yi, que apelou também a “progressos práticos” na retoma dos voos directos entre os dois países. O chefe da diplomacia chinesa lembrou que os dois países comemoram no próximo ano o 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas, o que torna necessário “planear actividades comemorativas” e “promover intercâmbios e visitas em todos os domínios e a todos os níveis”. “A China e a Índia têm interesses comuns que ultrapassam largamente as suas diferenças. Devemos trabalhar em conjunto porque isso também promove a multipolaridade e o multilateralismo”, afirmou. Sem fricções Jaishankar considerou positivo que ambas as partes estejam a “tomar medidas para implementar o consenso” alcançado por Xi e Modi, de acordo com a nota do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A Índia espera reiniciar os mecanismos de diálogo relevantes o mais rapidamente possível e manter a dinâmica de melhoria e desenvolvimento das relações bilaterais. Devemos tratar adequadamente as questões relevantes com uma atitude mais positiva e não deixar que diferenças específicas definam a relação entre os dois países”, disse. O acordo permitirá à Índia retomar o patrulhamento das zonas fronteiriças entre as duas potências asiáticas no território dos Himalaias de Ladakh, que foi interrompido após confrontos em 2020, que resultaram na morte de soldados de ambos os países. O que este acordo significará para o patrulhamento da zona, um ponto de fricção entre a Índia e a China, que disputam a hegemonia na região do Indo-Pacífico, não foi detalhado. O destacamento da China provocou em 2020 uma reacção indiana, que levou a um confronto fronteiriço nos Himalaias ocidentais, o pior confronto entre as duas potências asiáticas em quase meio século, que causou a morte de pelo menos 20 soldados indianos e 76 feridos, enquanto Pequim reconheceu quatro mortos e um ferido grave. Desde então, com um grande destacamento de tropas, a situação mantém-se tensa, apesar de várias rondas de negociações diplomáticas e militares entre representantes dos dois países para tentar reduzir os atritos e diminuir o número de soldados na região.
Hoje Macau China / ÁsiaELP | China e Paquistão em exercícios conjuntos O Exército de Libertação Popular (ELP), as Forças Armadas da China, vai realizar exercícios conjuntos antiterrorismo com o Paquistão entre finais de Novembro e meados de Dezembro, informou ontem o ministério da Defesa chinês. O exercício será conduzido pelo Comando do Teatro Oeste do ELP, que enviará tropas para o Paquistão, para participarem nos exercícios, disse o ministério, em comunicado divulgado na rede social chinesa Weibo. As forças participantes “conduzirão um treino combinado com uma abordagem multinível e multidisciplinar, simulando processos operacionais reais”. Esta será a oitava edição desta série de exercícios conjuntos, que têm como objectivo “reforçar a cooperação prática” entre as forças armadas dos dois países e avaliar as suas “capacidades em operações coordenadas de combate ao terrorismo”. Pequim, que mantém laços estreitos com Islamabade, comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares em projectos de infra-estruturas no Paquistão, no âmbito do Corredor Económico China-Paquistão, que liga a Ásia do Sul e Central à China. No entanto, Pequim tem alertado o Paquistão para a importância de assegurar um ambiente seguro para a cooperação entre os dois países, num contexto de recrudescimento da violência armada e de atentados que visaram sobretudo cidadãos chineses e projectos de desenvolvimento de Pequim. No início de Outubro, dois cidadãos chineses foram mortos e mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas num atentado suicida no aeroporto do sul de Karachi. Em Março, um outro bombista suicida matou pelo menos cinco chineses e um paquistanês, todos trabalhadores do projecto hidroelétrico de Dasu, na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país.
Hoje Macau China / ÁsiaHunan | Detido suspeito de atropelar várias pessoas em frente a uma escola A polícia da cidade chinesa de Changde, na província central de Hunan, deteve ontem um homem de 39 anos acusado de atropelar vários peões em frente a uma escola, anunciou o Gabinete de Segurança Pública local. O suspeito, identificado como Huang, foi capturado pouco depois do incidente, que ocorreu às 7:37 horas locais. As autoridades locais afirmaram que as vítimas, cujo número não foi divulgado e que foram levadas para o hospital, não apresentavam ferimentos que pusessem em risco a sua vida. No comunicado oficial, as forças de segurança afirmaram que “o caso está a ser investigado para esclarecer as circunstâncias do atropelamento e fuga”. Imagens que circulam nas redes sociais, cuja autenticidade não foi confirmada, mostram um homem a ser imobilizado à força depois de ter sido retirado de um automóvel SUV branco. Entretanto, as autoridades prometem punição severa para “crimes hediondos” após os recentes ataques indiscriminados. A Procuradoria Popular Suprema prometeu punições “severas, rigorosas e rápidas” para aqueles que cometem “crimes hediondos”, visando “manter a estabilidade social e reforçar o sentimento de segurança e bem-estar entre o público”. Em comunicado, divulgado após uma reunião de trabalho, a procuradoria afirmou que vai adoptar “uma abordagem de tolerância zero relativamente aos crimes que visem os estudantes ou que comprometam a segurança das escolas”. A nota sublinhou “a importância de julgar estes casos de forma decisiva e rápida para conseguir um efeito dissuasor poderoso”.
Hoje Macau China / ÁsiaG20 | Xi anuncia melhorias na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota O Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou ontem o apoio aos países em desenvolvimento, na cimeira do G20, incluindo a promoção da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ de “alta qualidade”, o plano estratégico de infra-estruturas de Pequim. “A China sempre foi um membro do Sul Global e um parceiro fiável e duradouro para os países em desenvolvimento”, sublinhou Xi, durante um discurso na cimeira, que decorre no Rio de Janeiro, em declarações transmitidas pela televisão estatal chinesa CCTV. Xi, que utiliza frequentemente estes fóruns internacionais para promover a liderança chinesa entre os países em desenvolvimento, anunciou uma série de iniciativas, incluindo a promoção de uma “rede de ligações” de alta qualidade e “tridimensional”, incluindo uma “Rota da Seda” ecológica e digital, no âmbito da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’. O projecto-chave da administração de Xi atingiu um marco importante, na semana passada, com a inauguração, no Peru, do porto de Chancay, promovido como “ponto de partida para um novo corredor” entre a Ásia e a América Latina. A infra-estrutura vai dar ao Brasil, por exemplo, acesso ao Oceano Pacífico, reduzindo o tempo e custo no comércio com a Ásia, o destino mais importante das exportações brasileiras. Xi Jinping disse também que o país vai criar um Centro de Investigação para o Sul Global, para aumentar a cooperação em sectores como a segurança alimentar, e que vai trabalhar com os países africanos para dar seguimento aos compromissos assumidos no Fórum de Cooperação China-África, que se realizou em Setembro, em Pequim. A China prometeu 50,7 mil milhões de dólares para financiar o desenvolvimento do continente africano nos próximos três anos. Injecção de conhecimento Xi manifestou o apoio à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, lançada na segunda-feira na sessão de abertura da cimeira do G20. O líder chinês indicou ainda que, juntamente com o Brasil, a África do Sul e a União Africana, Pequim vai promover a “Iniciativa Internacional de Cooperação Científica”, bem como intercâmbios com o Sul Global em domínios como a digitalização, a educação e a luta contra a corrupção, sem adiantar mais pormenores. Xi também defendeu o comércio livre e propôs a redução das taxas alfandegárias para os países menos desenvolvidos que mantêm relações diplomáticas com a China, um discurso que tem incentivado na sequência da vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos.
Hoje Macau SociedadeDengue | Registado 32.º caso importado este ano Os Serviços de Saúde confirmaram na segunda-feira a detecção de um caso de febre de dengue, o 32.º caso importado em Macau este ano. O doente é um homem de 66 anos de idade, residente de Macau, na Rua Direita do Hipódromo. O indivíduo esteve no distrito Heshan, em Jiangmen, de 7 a 16 de Novembro, onde começou a sentir sintomas como febre e dores musculares generalizadas. Quando chegou a Macau, dirigiu-se às urgências do Hospital São Januário para receber tratamento. As análises sanguíneas confirmaram a reacção positiva à febre de dengue tipo I. Os Serviços de Saúde indicaram ontem que o doente ainda estava internado, mas em estado clínico considerado estável. Legionella | Homem infectado em estado grave Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram ontem o 10.º caso no território de infecção por Legionella, também conhecida como doença dos Legionários, com o infectado a estar em estado crítico e ligado a um ventilador. O caso foi diagnosticado num homem não residente de Macau, de 63 anos, sem antecedentes de doença crónica, que a 7 de Novembro manifestou sintomas de febre e tosse. Nesse dia, recorreu a uma instituição médica para receber tratamento. Como não melhorou, e a situação até se agravou, no dia 17 de Novembro recorreu ao Serviço de Urgência do Hospital Kiang Wu, onde foi diagnosticado com pneumonia. Como consequência foi levado para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde foi diagnosticado à doença dos legionários. “Actualmente, o doente encontra-se em estado crítico e ainda tem necessidade de apoio de ventilador respiratório”, informaram os SS.
Hoje Macau SociedadeFinanças | UPM e Banco Luso Internacional assinam acordo A Universidade Politécnica de Macau (UPM) e o Banco Luso Internacional assinaram um Acordo-Quadro de Cooperação em Bolsas de Estudo, abrindo portas à “cooperação na formação de talentos, ensino e investigação e transformação de resultados, de modo a formar conjuntamente quadros qualificados para o sector financeiro de Macau”. O reitor da UPM, Marcus Im, afirmou que a universidade se dedica à formação de quadros técnico-profissionais que amem a pátria e Macau, com uma visão internacional e competitividade global. O responsável indicou ainda que a criação da “Bolsa de Estudo do Banco Luso Internacional” permite a descoberta, formação e reserva de mais talentos na área financeira, injectando uma nova dinâmica no desenvolvimento do sector financeiro local e promovendo o desenvolvimento diversificado da economia de Macau.
Hoje Macau SociedadeGrande Prémio | Trabalhador sofre queda Um trabalhador com 54 anos teve de ser transportado para o hospital, depois de sofrer uma queda em altura de 1,7 metros, ao desmontar uma barreira da pista do Grande Prémio de Macau. O acidente aconteceu na segunda-feira, quando o trabalhador escorregou e caiu. O homem apresentou lesões no queixo e costas e foi enviado de urgência para Centro Hospitalar Conde São Januário, onde recebeu tratamento. Após a ocorrência, a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) deslocou-se ao local para investigar a situação, mas de acordo com o jornal Ou Mun recusou fazer qualquer comentário à imprensa. O Grande Prémio de Macau é organizado pelo Governo, através da Comissão Organizadora.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Associação quer turistas com maior poder de compra O presidente da Associação Económica de Macau, Lau Pun Lap, defende a necessidade de o território atrair turistas com maior poder de consumo. As declarações foram prestadas ao Jornal Ou Mun, em reacção à taxa de crescimento de 11,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau, entre Janeiro e Setembro. De acordo com Lau, apesar de as autoridades estarem a conseguir atrair cada vez mais visitantes para o território, o poder de compra está em quebra face ao que acontecia antes da pandemia, dado que os turistas se apresentam “mais prudentes”, e menos propensos para gastar. Por isso, Lau defende que devem ser adoptadas estratégias para promover um maior consumo, a curto, médio e longo prazo, dada a necessidade de desenvolver de forma sustentada a economia. Em relação ao crescimento do PIB para o que resta do ano, Lau mostrou-se confiante de que poderá haver uma aceleração, dado que o quatro trimestre inclui grandes eventos como o Grande Prémio ou a Semana Dourada.
Hoje Macau Grande Plano MancheteMacau Legend | Governo cabo-verdiano reverte bens da empresa O governo liderado por Ulisses Correia e Silva resolveu o contrato com a empresa de Macau, que acusou de violar “de forma flagrante e reiterada” o compromisso de investir num hotel com casino O Governo cabo-verdiano declarou que a Macau Legend Development (MLD) violou “de forma flagrante e reiterada” as obrigações num investimento turístico e de jogo, na Praia, ao justificar a sua resolução e reversão, publicadas na segunda-feira. “Tendo em conta que a MLD violou, de forma flagrante e reiterada, as obrigações (…) não resta ao Estado de Cabo Verde outra saída que não seja a de proceder à resolução” dos contratos, lê-se numa decisão do Conselho de Ministros, sobre o investimento de 250 milhões de euros, anunciado há 10 anos, mas nunca concluído. “O Estado de Cabo Verde deu às sociedades MLD [em Cabo Verde], todas as oportunidades para a retoma das obras ou para negociar a venda das acções ou a cedência da sua posição contratual a um potencial interessado na continuação do projecto”, mas não foram apresentadas alternativas, acrescentou. Segundo o executivo, “as violações contratuais perpetradas pela MLD sucederam-se a vários níveis”, conferindo ao Estado de Cabo Verde, “parte lesada”, o direito “à resolução da Convenção de Estabelecimento, bem como dos contratos dela derivado”, detalha o texto subscrito pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva. A resolução do Conselho de Ministros foi publicada em Boletim Oficial, a par da portaria do Ministério das Finanças e Fomento Empresarial que determina a reversão dos bens cedidos e construídos. Transferência sem autorização Segundo o executivo, a MLD “violou também” o regime jurídico da exploração de jogos, “ao transferir, sem autorização do Governo de Cabo Verde, a propriedade de mais de 20 por cento do capital social”. O Governo cita ainda “condenações, pelos tribunais da Região Administrativa Especial de Macau, de accionistas, administradores e outros elementos com direitos e responsabilidades na MLD”, bem como “a situação económica e financeira da sociedade mãe”. A 28 de Agosto deste ano, Cabo Verde comunicou a intenção de resolver todos os contratos à sociedade macaense, que, a 16 de Setembro, se justificou (em audiência prévia) com a pandemia de covid-19 para negar “incumprimento culposo das obrigações”. “Todavia, este fundamento não pode proceder porque a covid-19 acabou em 2021 e, até hoje, as obras encontram-se paradas e sem data prevista de retoma”, acrescentou a resolução do Conselho de Ministros cabo-verdiano. Em 2015, o empresário macaense David Chow assinava com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento e a primeira pedra foi lançada em Fevereiro de 2016. Nos últimos anos, há apenas guardas nos portões do recinto, uma área de cerca de 160 mil metros quadrados, que inclui o ilhéu de Santa Maria, parcialmente esventrado e, uma ponte asfaltada de poucos metros que o liga a um prédio de cerca de oito andares, vazio e vedado com taipais. Há cerca de um ano, numa entrevista à televisão de Hong Kong TVB, o presidente e director executivo da MLD, Li Chu Kwan, disse que o grupo pretendia fechar os projectos em Cabo Verde e Camboja até 2025. Na altura, o primeiro-ministro cabo-verdiano disse que era necessário reverter a concessão, antes de decidir “o destino a dar a esse investimento, que não pode ficar assim, como está”, concluiu.
Hoje Macau SociedadeMarketing | Académico defende ofertas de luxo personalizadas O académico Matthew Liu Ting Chi defendeu que os negócios de luxo do território em dificuldades devem apostar em Macau e no Interior e numa oferta mais personalizada para manter os clientes actuais. A recomendação do professor de marketing da Universidade de Macau surge num artigo publicado ontem no Jornal Ou Mun. Para Matthew Liu, professor de marketing, face a um abrandamento das vendas a retalho de luxo, os negócios devem evitar baixar a qualidade dos produtos oferecidos ou resistir à tentação de baixarem de segmento, e, em vez disso, fazer ofertas mais atraentes, a nível do preço, para os clientes existentes. “A oferta de uma gama mais baixa com margens de lucro mais reduzidas pode ser eficaz no início, mas pode causar danos para o posicionamento do negócio que afectam o desenvolvimento a longo prazo, por isso, exige-se muita cautela”, vincou. O académico sugere também aos negócios de luxo que apostem em colaborações com os bancos e hotéis do território, para fornecerem estas instituições com presentes que podem ser oferecidos aos clientes. “É um mercado discreto e estável, com uma escala limitada, mas com um forte poder de consumo, e que merece um grande esforço de investigação e investimento”, apontou Liu. Entre as sugestões, consta também a “organização de seminários sobre estilos de vida de luxo, como vinhos, menus de degustação, ou de colecção de artigos de luxo em Macau e Zhuhai” para chegar à classe médio mais alta e “potenciais clientes de luxo”.
Hoje Macau Manchete SociedadeEconomia de Macau cresce 11,5% até Setembro A expansão da economia no terceiro trimestre sofreu uma desaceleração, mas o mercado do jogo continua a fazer crescer o produto interno bruto do território A economia de Macau cresceu 11,5 por cento até Setembro, em comparação com igual período do ano passado, graças à retoma do jogo, apesar de uma desaceleração no terceiro trimestre, disseram ontem as autoridades. Na primeira metade do ano, em termos anuais, o produto interno bruto (PIB) tinha crescido 15,7 por cento. Entre Janeiro e Setembro, o PIB de Macau atingiu 301 mil milhões de patacas, adiantou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A economia de Macau tinha voltado a crescer em 2023, com o PIB a subir 80,5 por cento, graças ao fim da política ‘zero covid’ e a retoma do turismo, invertendo uma contracção de 21,4 por cento em 2022. A China levantou a 6 de Fevereiro de 2023 todas as restrições devido à pandemia de covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades. Em resultado, o benefício económico das apostas feitas por visitantes em casinos aumentou 28,4 por cento em termos anuais nos primeiros nove meses de 2024, sublinhou a DSEC, em comunicado. Pelo contrário, o benefício económico dos outros serviços turísticos caiu 6,1 por cento. Macau recebeu entre Janeiro e Setembro 25,9 milhões de visitantes, mais 30,1 por cento do que no mesmo período do ano passado, enquanto as receitas do jogo cresceram 31,3 por cento, para 169,4 mil milhões de patacas. A DSEC destacou ainda uma subida no investimento privado, incluindo acréscimos de 31,5 por cento no investimento em equipamento e de 11,6 por cento do investimento em construção, devido à “melhoria constante do ambiente de negócios” em Macau. Mais consumo O consumo privado aumentou 5,8 por cento, “graças à subida das receitas dos residentes, a qual foi impulsionada pela recuperação contínua da economia local e do mercado de trabalho”, referiu a DSEC. Pelo contrário, as despesas do Governo caíram 10,1 por cento, após o fim das medidas de apoio económico, que incluíram dar oito mil patacas a cada residente, montante que podia ser usado para efectuar pagamentos, sobretudo no comércio local. Também o investimento público em construção diminuiu 8,6 por cento, devido à conclusão de parte das obras públicas de grande envergadura, acrescentou o comunicado. A DSEC destacou que a economia de Macau, com cerca de 687 mil habitantes, representou 87,3 por cento do PIB registado na primeira metade de 2019, antes do início da pandemia. No final de Outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia de Macau este ano e no próximo, num relatório em que alertou para uma crise mais prolongada no imobiliário chinês. A instituição disse acreditar que o PIB da região vai crescer 10,6 por cento em 2024, abaixo da previsão de 13,9 por cento feita em Maio. O FMI reviu também em baixa, de 9,6 por cento para 7,3 por cento, a previsão para o crescimento da economia de Macau em 2025.
Hoje Macau SociedadeDengue | Anunciado 31.º caso importado Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram ontem o 31.º caso importado de febre de dengue registado em Macau este ano, o que em conjunto com os nove casos locais faz subir para 40 o número de ocorrências no território. De acordo com os SS, “o caso foi detectado num homem de 60 anos, residente, que mora na Estrada de Coelho do Amaral”, e que durante o período de incubação foi à cidade de Zhongshan, no Interior. Na quarta-feira passada, o homem apresentou sintomas como febre, dor de cabeça e dores musculares generalizadas que se agravaram para erupções cutâneas nas mãos e nos pés, no dia seguinte, o que levou a que fosse ao Serviço de Urgência do Centro Hospital Conde São Januário. A confirmação sobre a infecção chegou na sexta-feira e foi anunciada ontem, em português. O estado do homem é considerado “estável” e os familiares não apresentaram quaisquer sintomas. Legionella: sexto caso de infecção Um homem com 74 anos foi diagnosticado como o sexto caso de legionella em Macau desde o início do ano, de acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde (SS). Os SS foram notificados na passada quinta-feira, 15 de Novembro, depois do caso ter sido detectado no Centro Hospitalar Conde de São Januário. O homem tem antecedentes de doenças crónicas, e manifestou sintomas de febre e tosse a 10 de Novembro, tendo ido nesse dia a uma instituição médica. No dia 15 de Novembro, devido à persistência dos sintomas, dirigiu-se ao Serviço de Urgência do CHCSJ onde acabou por ser finalmente diagnosticado com aquela que também é conhecida como a doença dos templários. O local da infecção não foi indicado, mas o comunicado aponta que o doente viajou para a cidade de Foshan, na província de Guangdong, com a família, de 2 a 3 de Novembro. Os outros viajantes e familiares com quem coabitou não se sentiram indispostos.