Hoje Macau EventosPortugal repõe quota de música portuguesa em 30 por cento O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, assinou a portaria que repõe a quota mínima de música portuguesa na rádio nos 30 por cento, durante um ano, tendo o diploma seguido para publicação em Diário da República, anunciou segunda-feira o ministério. “A programação musical dos serviços de programas de radiodifusão sonora é obrigatoriamente preenchida com a quota mínima de 30 por cento de música portuguesa”, lê-se no texto da portaria à qual a Lusa teve acesso. A portaria deve entrar em vigor a 01 de Setembro próximo, “produzindo efeitos pelo período de um ano”. O ministério justifica a medida pela relevância que “a produção de música portuguesa apresenta hoje” e a “vitalidade que permite às rádios cumprir o regime de quotas, sem comprometer a diversidade e a coerência do projeto editorial de cada serviço de programas”. O ministério salienta que o espectro radioeléctrico é um recurso público limitado, e “o Estado tem legitimidade para determinar o cumprimento de obrigações específicas, em nome do interesse colectivo”. “Note-se que a rádio por via hertziana terrestre continua a ser o principal meio de escuta de música para um número elevado de pessoas e que a emissão radiofónica, apoiada por um sistema de quotas, contribui para a diversidade da oferta musical”, lê-se na portaria. Conversas parlamentares No início do mês, a 05 de Julho, no Parlamento, o ministro demonstrara disponibilidade para fixar a quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios em 30 por cento, enquanto se aguardava pela proposta de revisão da lei da rádio, a apresentar pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Pedro Adão e Silva sugeriu então que o Parlamento aguardasse “pela proposta de revisão da Lei da Rádio da ERC”, já que o processo legislativo que se tinha iniciado dificilmente terminaria este mês, em que encerrou a actual sessão legislativa. “O Governo, nos termos que a lei prevê, isto é, ouvindo e consultando o sector, pode fixar por portaria, e essa é a minha disponibilidade, os 30 por cento [quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios]”, adiantou então Pedro Adão e Silva. A quota mínima obrigatória de música portuguesa nas rádios, prevista na Lei da Rádio, entrou em vigor em 2009. Nessa altura, foi estabelecido que seria de 25 por cento, mas o valor subiu para 30 por cento em Março de 2021, como uma medida de resposta à pandemia da covid-19. Um ano depois, em 2022, a quota mínima regressou aos 25 por cento e esta decisão do Governo acabou por ser criticada publicamente pelo sector, nomeadamente por dezenas de artistas portugueses.
Hoje Macau China / ÁsiaExigida libertação “imediata” de Aung San Suu Kyi O autodenominado Governo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês), que reclama a autoridade legítima em Myanmar (antiga Birmânia), pediu ontem a libertação “incondicional e imediata” de Aung San Suu Kyi e de todos os presos políticos. Num texto publicado nas redes sociais, o presidente do NUG, Duwa Lash, pediu a libertação de todos os presos políticos, exortando a Junta Militar, que governa o país, a “responsabilizar-se pelo bem-estar” dos reclusos. O regime militar no poder reduziu ontem seis anos ao total de 33 anos de prisão a que foi condenada a antiga governante Aung San Suu Kyi, detida desde o golpe de Estado de 01 de Fevereiro de 2021. De acordo com uma nota da Junta Militar, foram anuladas cinco das 19 condenações contra Suu Kyi, pelo que é improvável a libertação da líder política de 78 anos de idade. O NUG, que exerce actividades na clandestinidade, constituiu-se inicialmente por ex-deputados que tinham sido eleitos nas legislativas de Novembro de 2020 e que deram a vitória à Liga Nacional para a Democracia (LND), força política de Suu Kyi, que não chegou a tomar posse. Apesar de ter assumido o compromisso de realizar eleições, após o golpe de Estado, o regime militar tem vindo a impor periodicamente o estado de emergência no país, adiando o processo eleitoral. O estado de emergência foi prolongado mais uma vez, na segunda-feira, por um período de seis meses. Os militares afirmam que a decisão sobre a imposição do estado de emergência é provocada pelos “actos de terror” levados a cabo pelas Forças Populares de Defesa (PDF), formadas por jovens oposicionistas sem experiência militar. As PDF são apontadas como o braço armado do Governo de Unidade Nacional que é dissidente da Liga Nacional para a Democracia de Aung San Suu Kyi que, entre outros aspectos, não concorda com o uso de armas no combate contra o exército. Fontes do Governo de Unidade Nacional disseram à agência de notícias espanhola EFE que a eventual aproximação da Junta Militar a Aung San Suu Kyi “pode ter como objectivo dinamitar a oposição” que está a preparar manifestações contra o alargamento do estado de emergência. Estado de guerra Aung San Suu Kyi, filha do líder da independência do país, esteve 15 anos em prisão domiciliária, na residência particular em Rangum, durante o anterior regime militar que se prolongou até 2011. O golpe de Estado de 2021 derrubou o executivo que era liderado “de facto” por Suu Kyi e mergulhou o país numa profunda crise política, social e económica marcada por confrontos armados. As Nações Unidas têm condenado com veemência o regime militar que provocou uma crise de deslocados internos e refugiados, a prisão arbitrária de oposicionistas e um clima de estado de guerra, sobretudo nas zonas mais remotas do país. Por outro lado, o apoio internacional a Aung San Suu Kyi diminuiu durante o massacre da minoria muçulmana rohingya pelos militares. Em 2019, perante o Tribunal Penal Internacional, Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz, não condenou o massacre dos rohingya pelo exército de Myanmar.
Hoje Macau China / ÁsiaInundações | Xi pede que se faça tudo para resgatar desaparecidos O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem que se faça tudo para resgatar pessoas desaparecidas ou encurraladas, após as inundações devastadoras registadas em Pequim e arredores nos últimos dias, informou ontem a televisão estatal. “Deve ser feito tudo o possível para encontrar e resgatar os desaparecidos ou vítimas encurraladas”, disse Xi, citado pela televisão estatal CCTV. O número de mortes causadas pelas chuvas torrenciais que atingiram Pequim nos últimos dias subiu ontem para 11, enquanto 27 pessoas continuam desaparecidas. Entre os mortos, estão dois trabalhadores dos serviços de emergência, que perderam a vida durante uma operação de resgate, informou o jornal Beijing Daily. As chuvas, as mais intensas registadas na capital chinesa nos últimos anos, afectaram mais de 44 mil pessoas e obrigaram à retirada de cerca de 127 mil, segundo a mesma fonte. As autoridades colocaram a capital chinesa no alerta máximo de risco de inundação, face aos efeitos do tufão Doksuri, que atingiu o sul e o centro da China, na semana passada. A capital chinesa e o norte do país sofreram as chuvas mais fortes em mais de uma década, de acordo com o jornal oficial Global Times. O Doksuri é o tufão mais forte a atingir a China este ano e também o segundo mais forte a atingir a província de Fujian desde que há registos. Na semana passada, pelo menos uma pessoa morreu e milhares de casas ficaram sem energia quando o tufão passou por Taiwan, trazendo ventos fortes e chuvas intensas para o sul e leste da ilha. O Doksuri provocou pelo menos 14 mortos e mais de 300 mil desalojados nas Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaChips | China restringe exportações de dois metais essenciais A decisão está a ser entendida como uma resposta às medidas de controlo impostas pelos EUA sobre as exportações chinesas A China impôs ontem restrições sobre as exportações de dois metais essenciais para o fabrico de ‘chips’ semicondutores, decisão que está a ser interpretada como uma retaliação contra os controlos de exportação adoptados pelos Estados Unidos. Nos últimos meses, a administração norte-americana intensificou as restrições impostas ao fornecimento de semicondutores avançados a empresas chinesas, por motivos de “segurança nacional”. A China, que ambiciona ser autossuficiente no fabrico de semicondutores, considera que as medidas visam manter a supremacia dos Estados Unidos num sector essencial para as indústrias do futuro, incluindo tecnologias de Inteligência Artificial, robótica ou veículos eléctricos, mas que também em aplicações militares. De acordo com a directriz emitida ontem pelo Ministério do Comércio, os exportadores chineses de gálio e germânio devem, a partir de agora, requisitar uma licença, antes de venderem para o exterior. As empresas vão ter de fornecer informação sobre o destinatário final e notificar sobre a sua utilização, de acordo com a mesma nota oficial. A China é responsável por 94 por cento da produção mundial de gálio, presente sobretudo em circuitos integrados, LED (Diodo Emissor de Luz) e painéis fotovoltaicos, segundo um relatório divulgado no ano passado pela União Europeia (UE). O país é também responsável por 83 por cento da produção do germânio, essencial para o fabrico de fibra óptica e infravermelhos. Esta é uma mensagem “clara” e “inequívoca” dirigida aos Estados Unidos, apontou o analista James Kennedy, da consultora ThREE Consulting, citado pelas agências internacionais. Kennedy disse, no entanto, que o impacto é reduzido, já que a procura norte-americana por gálio e germânio é “baixa” e pode, se necessário, ser compensada em outros locais. Se Washington “optar por continuar a escalada, a próxima resposta chinesa terá consequências mais graves”, alertou o especialista, que não exclui restrições à exportação de terras raras. “Metais estratégicos” Este conjunto de 17 metais é essencial na produção de alta tecnologia e é relativamente abundante. As propriedades electromagnéticas tornam esta matéria-prima em “metais estratégicos”. Segundo a agência Bloomberg, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeia assinar até meados de Agosto uma ordem executiva para limitar investimentos de empresas norte-americanas na China envolvendo tecnologia crítica. A ordem executiva abrange semicondutores, Inteligência Artificial e computação quântica, de acordo com a mesma fonte. O embaixador da China em Washington advertiu, no início deste mês, que Pequim iria retaliar caso os Estados Unidos impusessem novos limites nas exportações de tecnologia ou nos fluxos de capital. O Departamento do Comércio dos Estados Unidos colocou, nos últimos anos, dezenas de empresas chinesas na sua “lista negra”, incluindo a gigante das telecomunicações Huawei. As empresas passaram assim a estar impedidas de fazer negócios com empresas norte-americanas sem licença prévia. No ano passado, os Estados Unidos proibiram ainda às empresas do seu país e a todos os países de exportarem para a China certos semicondutores fabricados com quaisquer produtos norte-americanos.
Hoje Macau SociedadeIncêndio | Cerca de 40 pessoas retiradas de edifício Cerca de 40 pessoas tiveram ontem de ser retiradas do Centro Comercial Costa, na Avenida Horta e Costa, devido a um incêndio que deflagrou por volta as 9h30 da manhã. Segundo a informação do Corpo de Bombeiros, citada pelo Jornal Ou Mun, as chamas sugiram num ar-condicionado no quarto andar, num espaço utilizado como centro de yoga. Como consequência, cerca de 40 pessoas tiveram de ser retiradas do edifício, sem que nenhuma tenha apresentado qualquer tipo de ferimento. Na origem do incêndio, terá estado um curto-circuito no ar-condicionado. Os bombeiros deslocaram-se rapidamente ao local e apagaram as chamas sem dificuldades, contando com a ajuda do sistema de sprinkles, que também foi activado.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Empregada detida por roubar 58 mil patacas O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) anunciou a detenção de uma empregada doméstica, acusada de ter roubado cerca de 58 mil patacas aos patrões. A queixa original foi feita a 26 de Julho, pelos patrões, quando verificaram que tinham desaparecido de um armário 1.000 yuan em notas e ainda joias avaliadas em 56 mil patacas. Inicialmente, a família confrontou a empregada de nacionalidade filipina, que admitiu ter empenhado os bens, em duas ocasiões diferentes, por ter uma urgência familiar e precisar de enviar dinheiro para o país de origem. A mulher, de 32 anos, afirmou ainda que já tinha entregue a quantia a compatriotas que voaram para as Filipinas. Na sequência da queixa e da confissão, que foi repetida diante das autoridades, a mulher foi presa, encaminhada para o Ministério Público, e está indiciada pelo crime de roubo agravado.
Hoje Macau SociedadeDST | Promoções turísticas na Indonésia e Malásia A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) tem promovido o turismo de Macau na Indonésia e Malásia através de várias acções. Uma delas, prende-se com o convite feito a 19 operadores turísticos oriundos da Indonésia que visitaram o território, entre os dias 25 e 29 de Julho, tendo sido realizada uma bolsa de contactos para esses operadores e “representantes de agências de viagens, hotéis, companhias aéreas e empresas de lazer de Macau”, com vista à troca de informações. Além disso, a DST estará presente este mês numa feira de turismo na Indonésia, tendo marcado presença também na Feira Internacional de Turismo da Malásia, que decorreu entre os dias 28 e 30 de Julho. O Governo está apostado em promover o turismo local nas regiões e países do Sudeste Asiático tendo em conta “o aumento gradual dos voos directos” entre Macau e esta zona. Dados estatísticos citados pela DST, em comunicado, mostram que, em relação ao número de visitantes de Janeiro a Junho deste ano, “a Indonésia ocupa o quinto lugar entre os dez maiores mercados de visitantes e o segundo lugar entre os mercados de visitantes internacionais de Macau”. Além das actividades já mencionadas, a DST participa, dia 31, na “ASTINDO Travel Fair”, em Jacarta, Indonésia, através da instalação do Pavilhão de Macau, prevendo-se a atracção de um fluxo de mais de 28 mil visitantes.
Hoje Macau PolíticaSPU | Aceite alteração à lei dos serviços A Assembleia Legislativa aprovou ontem, na generalidade, a proposta de alteração à lei dos Serviços de Polícia Unitários (SPU) da Região Administrativa Especial de Macau. Durante a apresentação do diploma, Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, afirmou que as novas mudanças, como a integração do Gabinete de Informação Financeira nos SPU, visam “obter uma maior eficiência na prevenção e no combate a crimes relevantes”. Com estas alterações, os SPU ficam também com capacidade para participarem “no combate ao branqueamento de capitais, financiamento de terrorismo e no financiamento para a proliferação de armas de destruição maciça”. Ao mesmo tempo, a nova versão da lei vai definir claramente quem são “os detentores da qualidade de autoridade de polícia criminal” no SPU, no que vai revogar a Lei n.º 5/2001, que define a autoridade de polícia criminal no âmbito dos SPU.
Hoje Macau PolíticaDSOP | Recebidas 17 propostas para construir edifício público A Direcção dos Serviços de Obras Públicas recebeu 17 propostas no âmbito do concurso público para a construção do Edifício de Apoio ao Centro de Formação e Estágio de Atletas- Fundações e Caves. A abertura das propostas decorreu ontem, de acordo com um comunicado oficial, e o início da empreitada está previsto para o final do ano. Todas as propostas apresentadas no concurso foram admitidas, com os preços a variarem entre 327 milhões de patacas e 400 milhões de patacas. Quanto aos prazos de execução, variam entre 540 dias de trabalho e 545 dias de trabalho. O Edifício de Apoio ao Centro de Formação e Estágio de Atletas vai construído entre a Rua da Patinagem e a Rua de Ténis, adjacente ao Centro de Formação e Estágio de Atletas. O lote onde vai ficar situado o futuro edifício tem uma área de 10.388 metros quadrados. O projecto consiste na construção de dois blocos com três e cinco pisos de altura, respectivamente, e dois pisos em cave. O projecto será divido em duas fases, começando com as fundações e caves, passando depois para a superestrutura. O concurso de ontem apenas visa a empreitada das de fundações e caves do edifício, pelo que deverá ser realizado posteriormente mais um concurso, correspondendo à obra da superestrutura.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Pelo menos 12 pessoas morreram em onda de calor Uma onda de calor que está a afectar a Coreia do Sul há uma semana levou à morte de, pelo menos, 12 pessoas. Entre hoje e amanhã, as temperaturas podem subir mais dois graus Celsius, ultrapassando os 37 graus, com a sensação térmica a suplantar essa barreira Pelo menos 12 pessoas morreram devido à onda de calor que atinge a Coreia do Sul há uma semana, segundo o balanço realizado ontem pelas autoridades sul-coreanas, que alertaram para as altas temperaturas que se vão sentir no país. O calor sufocante deixou pelo menos 12 mortes durante o fim-de-semana, de acordo com as últimas informações publicadas ontem pela agência de notícias local Yonhap. As autoridades meteorológicas sul-coreanas estimavam ontem que os termómetros pudessem atingir temperaturas entre os 29 e 35 graus Celsius em quase todo o território, com a sensação térmica a ultrapassar esta barreira, pedindo prudência à população. A agência meteorológica nacional declarou que a onda de calor deve continuar nos próximos dias e as temperaturas podem subir mais de 2 graus entre hoje e amanhã. Desde 20 de Maio, mais de mil pessoas tiveram de ser socorridas por doenças relacionadas ao calor, das quais cerca de 200 foram atendidas nos últimos dias, segundo dados publicados pelo jornal The Korea Herald. As autoridades também alertaram para a possibilidade de quedas de energia devido ao aumento da demanda por electricidade em meio à onda de calor. Região a ferver No Japão, a agência meteorológica nacional mantém há dias um alerta de temperaturas elevadas para quase todo o arquipélago, com especial destaque para a zona de Tóquio e arredores, e no oeste do país. Ontem foi emitido um novo aviso para a semana de 6 e 14 de Agosto. As autoridades estão a pedir aos idosos que tomem mais cuidado, depois de um casal ter sido encontrado morto dentro de casa, aparentemente devido a um golpe de calor.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio livre | UE e Filipinas vão retomar negociações para acordo O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., e a líder da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, anunciaram ontem, em Manila, a retoma das negociações para um acordo de comércio livre, após oito anos sem progresso. “Especialistas do governo filipino irão trabalhar com a Comissão Europeia para alcançar um acordo bilateral de livre comércio”, anunciou Marcos, numa declaração lida após a reunião com Von der Leyen, sem direito a perguntas por parte da imprensa. Esta é a primeira vez que um líder da CE visita as Filipinas e Von der Leyen sublinhou que a UE é o quarto maior parceiro comercial das Filipinas e o principal investidor estrangeiro, pelo que manifestou a necessidade de reforçar as relações comerciais, já que “muito mais” pode ser feito. O comércio bilateral entre as Filipinas e a UE atingiu 18,4 mil milhões de euros em 2022. “As equipas vão trabalhar desde já para criar as condições para a retoma das negociações. Um acordo [de comércio livre] tem um enorme potencial para ambos, tanto em termos de crescimento como de emprego”, sublinhou a dirigente. As Filipinas e a UE realizaram negociações para um acordo de comércio livre pela última vez em 2015, um ano antes do início do mandato presidencial de Rodrigo Duterte, que deu prioridade às relações económicas com a China. Von der Leyen lembrou “o custo da dependência económica”, numa referência indirecta à China, e indicou que um acordo pode ajudar a “diversificar as cadeias de abastecimento” e contribuir para modernizar ambas as economias graças à cooperação tecnológica.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Ursula von der Leyen inicia visita com encontro com Marcos A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, iniciou ontem uma visita oficial de dois dias às Filipinas com um encontro com o líder do país, Ferdinand Marcos Jr., no palácio presidencial em Manila Esta é a primeira vez que um líder da Comissão Europeia (CE) visita as Filipinas, e Ursula von der Leyen espera “dar um novo impulso às relações bilaterais entre a UE [União Europeia] e as Filipinas” e abordar questões como o comércio, a transição energética e digital e a segurança, de acordo com uma declaração da União Europeia. No encontro com Marcos Jr., a líder europeia pretende falar sobre comércio e investimentos, entre outros assuntos. A reunião deverá abordar a manutenção de benefícios comerciais especiais, atribuídos pela UE às Filipinas desde 2014, que expiram em Dezembro e cuja continuidade depende do respeito por convenções internacionais sobre direitos humanos e laborais e pela protecção ambiental. Em Fevereiro, um grupo de deputados europeus disse que Manila teria melhores hipóteses de manter os benefícios, incluindo tarifas reduzidas para uma vasta gama de produtos, se libertasse a líder da oposição e ex-senadora Leila de Lima. De Lima, a crítica mais contundente do ex-presidente Rodrigo Duterte, foi detida em 2017 por acusações relacionadas com droga que a ex-senadora disse terem sido fabricadas pelo governo de Duterte para a impedir de investigar assassínios extrajudiciais. A morte de mais de seis mil pessoas no âmbito da campanha antidroga, desencadearam uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre possíveis crimes contra a humanidade. Em resposta, Duterte retirou as Filipinas do TPI em 2018. Sinais positivos Em Fevereiro, a deputada Hannah Neumann, que liderou uma delegação europeia numa visita às Filipinas, disse numa conferência que as condições no que toca aos direitos humanos sob o Governo de Marcos eram “melhores do que sob o presidente Duterte”. “Há muitos anúncios que podem realmente melhorar as coisas se forem implementados”, acrescentou. Questionada se a eventual libertação de Leila de Lima e o regresso ao TPI aumentaria as possibilidades de as Filipinas continuarem a desfrutar dos benefícios comerciais da UE, Neumann disse que seria “um forte sinal da direcção o país quer seguir”. Von der Leyen vai participar também num encontro com empresários organizado pela Câmara de Comércio UE-Filipinas e pelo Clube de Negócios de Makati, o distrito financeiro da capital, Manila. A visita de Von der Leyen surge após um convite de Marcos, feito quando os dois líderes se reuniram em Dezembro, em Bruxelas, numa cimeira entre a UE e a Associação das Nações do Sudeste Asiático, e ocorre no 60º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a UE e as Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaBiden planeia restrição a investimentos em tecnologia crítica na China O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeia assinar até meados de Agosto uma ordem executiva para limitar investimentos de empresas norte-americanas na China envolvendo tecnologia crítica, avançou ontem a agência Bloomberg. A ordem executiva, que irá visar semicondutores, inteligência artificial e computação quântica, não vai afectar nenhum investimento existente e apenas pretende proibir certas transações. Novos investimentos nesta área terão de ser aprovados pela Casa Branca. A ordem executiva deve ser emitida na segunda semana de Agosto, depois de ter sido adiada por várias vezes, segundo a agência Bloomberg, que cita fontes próximas do processo. As restrições só entrarão em vigor no próximo ano. O desígnio exacto da medida será definido após um período de comentários, para que as partes interessadas possam avaliar a versão final. O embaixador da China em Washington disse, no início deste mês, que Pequim iria retaliar caso os Estados Unidos impusessem novos limites nas exportações de tecnologia ou nos fluxos de capital. O conselheiro de segurança nacional norte-americano, Jake Sullivan, discutiu publicamente o conceito pela primeira vez em Julho de 2021. Membros democratas e republicanos do Congresso norte-americano também demonstraram interesse em legislar sobre o assunto, embora um projecto de lei não tenha ainda chegado à mesa de Biden. O Senado norte-americano (câmara alta) aprovou recentemente uma emenda ao projecto de lei de política de Defesa Nacional que exige que as empresas notifiquem a administração norte-americana sobre certos investimentos na China e em outros países, embora os investimentos não estejam sujeitos a revisão ou possível proibição. Abaixo de zero As relações entre a China e os Estados Unidos atingiram o ponto mais baixo em mais de 30 anos, abaladas por uma prolongada guerra comercial e tecnológica, por disputas em torno do estatuto de Taiwan e Hong Kong, da soberania do Mar do Sul da China ou devido às denúncias de abusos dos Direitos Humanos no país asiático. O Departamento do Comércio dos Estados Unidos colocou, nos últimos anos, dezenas de empresas chinesas na sua “lista negra”, incluindo a gigante das telecomunicações Huawei. As empresas passaram assim a estar impedidas de fazer negócios com empresas norte-americanas sem licença prévia. No ano passado, os Estados Unidos proibiram ainda às empresas do seu país e a todos os países de exportarem para a China certos semicondutores fabricados com quaisquer produtos norte-americanos. Washington conseguiu também convencer os Países Baixos e o Japão a restringirem o fornecimento de tecnologia para o país asiático.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria transformadora na China contrai pelo quarto mês consecutivo A actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Julho, pelo quarto mês consecutivo, apesar do fim da estratégia ‘zero covid’, de acordo com dados oficiais O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pelo Gabinete de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China, fixou-se nos 49,3 pontos em Julho, ligeiramente acima dos 49 pontos registados em Junho e mais do que o esperado pelos analistas, que previam 49,2 pontos. Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo. Julian Evans-Pritchard, analista da consultoria Capital Economics, disse que o índice reflecte “um certo alívio da pressão negativa sobre a procura doméstica”, mas não no caso das encomendas para exportação, que registaram os piores dados em seis meses. A indústria chinesa foi prejudicada pela queda na procura global, depois de os bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e países asiáticos terem subido as taxas de juro, visando travar a inflação galopante. O NBS publicou também ontem o índice de gestores de compras para o sector não transformador, incluindo construção e serviços, que abrandou em Junho, passando de 53,2 para 51,5 pontos. O índice mantém-se em terreno positivo, embora tenha vindo a desacelerar desde Março. Estímulos a caminho O sector da construção passou de 55,7 para 51,2 pontos, enquanto o sector de serviços caiu de 52,8 para 51,5 pontos. A Capital Economics disse que o declínio na actividade de construção “sugere que os gastos com infra-estrutura, que ajudaram a compensar a fraqueza no sector imobiliário no início do ano, recuaram rapidamente em Julho, com a desaceleração da emissão de títulos [de dívida] pelos governos locais”. O PMI composto, que combina a evolução das indústrias manufactureiras e não manufactureiras, caiu de 52,3 para 51,1 pontos, o nível mais baixo de sempre se excluídos os dados registados durante a pandemia. “A recuperação económica chinesa continuou a perder força em Julho. A pressão negativa sobre a indústria aliviou um pouco, mas pesou mais a clara desaceleração da actividade da construção e o esfriamento do [sector] de serviços”, disse Evans-Pritchard. O analista acredita que as medidas de estímulo promovidas por Pequim devem inverter a tendência antes do final do ano e evitar que a China caia em recessão, mas sublinhou que as “intervenções comedidas” significam que “qualquer recuperação do crescimento provavelmente será modesta”. A economia chinesa registou um crescimento homólogo de 6,3 por cento, no segundo trimestre do ano, aquém das expectativas dos analistas, já que o efeito base de comparação, após um ano de bloqueios rigorosos, fazia prever uma taxa superior.
Hoje Macau EventosFAM | IC aceita propostas para espectáculos O Instituto Cultural (IC) aceita, até ao dia 28 de Agosto, propostas para espectáculos e comissões locais para a 34ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM). Assim, esperam-se ideias para espectáculos, actividades e projectos da parte de associações artísticas e culturais sem fins criativos que estejam devidamente registadas na Direcção dos Serviços de Identificação. A ideia é “incentivar a inovação na criação artística”, bem como “explorar a criatividade que combina a história local com a cultura contemporânea”, além de se pretender “ampliar o espaço de desenvolvimento dos profissionais das artes”. Destaque para a categoria “Programas Individuais”, aberta a “novos trabalhos que não sejam recriações nem nunca tenham sido apresentados publicamente em Macau”. O FAM está aberto a todo o género de espectáculos, como teatro, ópera cantonense, dança, espectáculos infantis, artes performativas multimédia, entre outros. Segundo o IC, a prioridade será dada a trabalhos que integram tecnologias electrónicas ou digitais e aos que são apresentados em locais de Macau incluídos na lista do Património Mundial. Todas as propostas seleccionadas serão subsidiadas. De salientar que a categoria “Mostra de Espectáculos ao Ar Livre” irá acolher propostas de espectáculos familiares, sem restrições a nível do seu formato de actuação, sendo dada prioridade a espectáculos que interajam de forma dinâmica com o público ou que reflictam as características étnicas.
Hoje Macau EventosOrquestra de Macau | Nova temporada homenageia Rachmaninoff A Orquestra de Macau arranca com uma nova temporada de concertos que destaca os 150 anos do nascimento do compositor russo Sergei Rachmaninoff. Destaque ainda para a escolha de Lio Kuokman como director musical e maestro principal. Os bilhetes para os espectáculos já estão à venda Sergei Rachmaninoff, um dos nomes mais sonantes da música clássica russa, é a figura em destaque na nova temporada de concertos da Orquestra de Macau (OM), que arranca no próximo dia 2 de Setembro, preenchendo o cartaz cultural da cidade até 27 de Julho do próximo ano. Nascido em 1873, Rachmaninoff foi maestro, pianista, compositor e um grande representante do estilo romântico no mundo da música clássica. Faleceu nos Estados Unidos em 1943, depois de ter vivido grande parte da sua vida fora da Rússia. A série de concertos da OM obedece, assim, à temática “150º aniversário do Nascimento de Rachmaninoff”, incluindo a apresentação das obras mais emblemáticas deste compositor. O público poderá assistir a interpretações dos dois vencedores do Van Cliburn International Piano Competition nos EUA, nomeadamente o pianista coreano Yekwon Sunwoo e o pianista japonês Nobuyuki Tsujii, que vão interpretar as obras mais icónicas de Rachmaninoff, tal como os “Concertos para Piano Nº 2 e 3”. A série de concertos inclui ainda vários vencedores de concursos internacionais na área da música clássica, como Akiko Suwanai, violinista japonesa que foi a mais jovem a obter uma medalha de ouro no Concurso Internacional de Violino Tchaikovsky. Destaque ainda para Haochen Zhang, pianista chinês que ganhou medalha de ouro no 13º Concurso Internacional de Piano Van Cliburn; e Christian Li, distinguido como o violinista-revelação da Austrália e vencedor do Concurso Internacional Yehudi Sobem ainda ao palco do Centro Cultural de Macau (CCM) os irmãos Otensammer, da famosa família clarinetista austríaca, nomeadamente Andreas Ottensamer, clarinete principal da Berliner Philharmoniker, e Daniel Otensammer, clarinete principal da Filarmónica de Viena, sem esquecer o pianista francês Jonathan Fournel, vencedor do Grande Prémio do Concurso Internacional de Música Rainha Isabel 2021. Convites a maestros O cartaz da nova temporada de concertos da OM é ainda marcado pelo convite a maestros estrangeiros que vão enriquecer as propostas dos espectáculos da nova temporada. Um dos nomes escolhidos é o do maestro britânico Christopher Warren-Green, director musical da Orquestra de Câmara de Londres, que irá actuar com a OM numa interpretação de obras do apogeu de três compositores famosos, Beethoven, Brahms e Edward Elgar. Além disso, o maestro austríaco Christian Arming conduzirá a OM na apresentação de duas obras-primas do século XX, “Études-Tableaux” (“Quadros de estudo”) de Rachmaninoff e “Quadros numa Exposição” de Mussorgsky. Por fim, Gábor Káli, director musical assistente e maestro principal da Ópera Estatal de Nürnberg, cooperará com a OM para interpretar duas das primeiras sinfonias de Rachmaninoff que tiveram um profundo impacto no próprio compositor. Celebrar grandes festivais O cartaz da OM para o próximo ano traz ainda a grande estrela de jazz japonesa, Makoto Ozone, que regressa a Macau para apresentar o Concerto de Natal com a OM. No concerto da Páscoa, um dos momentos altos do cartaz, Makoto Ozone junta-se aos Coro The Learners de Hong Kong, para interpretar a monumental obra-prima de Bach, “Oratório de Páscoa” na Igreja de São Domingos. Além disso, haverá um concerto do Dia da Criança com animação, combinando animações em écrã gigante com actuações da orquestra, vocalistas famosos e corais baseados em enredos lendários e mágicos – que sempre agradam aos pequenos fãs. A orquestra também lançará uma nova série, “Miscelânea de Obras Chinesas”, para criar uma experiência visual multimédia como uma sequência da lenda da “Princesa Floral”, de autoria do renomado dramaturgo da ópera cantonense Tong Tik-sang (1917-59), agora reformulando o romance comovente da princesa Coeng-ping e do consorte Zau Sai-hin, oferecendo ao público uma viagem sinfónica audiovisual. Um novo maestro A nova temporada de concertos pauta-se ainda pelo início do trabalho de Lio Kuokman, músico local, como director musical e maestro principal da orquestra. Segundo um comunicado do Instituto Cultural, Lio “está determinado a reinventar a OM para o público de Macau e virar a página do desenvolvimento da orquestra”. Servindo também como director do Programa do Festival Internacional de Música de Macau e Maestro Residente da Orquestra Filarmónica de Hong Kong, Lio foi elogiado pelo Philadelphia Inquirer como “um surpreendente talento em regência”. Em 2014, ganhou o Segundo Prémio, Prémio do Público e Prémio da Orquestra no Concurso Internacional de Regência Svetlanov em Paris, além de ser o primeiro maestro assistente chinês da Orquestra da Filadélfia. Os bilhetes para a nova temporada de concertos da OM estão à venda desde ontem.
Hoje Macau SociedadeTroca de dinheiro | Detidos por burla de 370 mil yuan Dois homens, com 29 e 25 anos de idade, foram detidos por terem burlado uma mulher em cerca de 370 mil yuan, de acordo com a informação divulgada ontem pela Polícia Judiciária. Segundo o jornal Ou Mun, que citou a PJ, no sábado um dos homens e a mulher combinaram uma troca de dinheiro ilegal, através de uma aplicação móvel, para um quarto de hotel no Cotai. Nesse dia, a mulher do Interior, encontrou os dois homens e estes apresentaram-lhe vários maços de notas. Em troca, a mulher tinha de fazer uma transferência online de yuan para uma conta indicada, o que fez. Contudo, a jogadora insistiu que os homens a acompanhassem a uma caixa do casino, para confirmar a veracidade das notas. Apesar de aguardarem pela oportunidade para fugirem, os homens do Interior acabaram por ser detidos no casino quando foi confirmado que as notas eram falsas.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Casal detido por suspeita de casamento falso Um homem e uma mulher oriundos do Interior da China foram detidos por suspeita de casamento falso. Segundo o jornal Ou Mun, que refere informação fornecida pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), o casal esteve casado sete anos, até se divorciar em 2005, altura em que contraíram ambos matrimónio com residentes de Macau, alegadamente com mediação de um agente a quem pagaram 50 mil dólares de Hong Kong. Cinco anos depois, o homem e a mulher obtiveram o Bilhete de Identidade de Residente de Macau (BIR), tendo pedido também a residência para um dos filhos de ambos. Os divórcios dos segundos companheiros aconteceram em 2012 e 2013. O CPSP apontou que os dois casais falsos nunca tiveram uma vida em comum, sendo que o homem e a mulher viviam em Zhuhai ao mesmo tempo que decorria o seu processo de atribuição do BIR nos serviços de imigração.
Hoje Macau SociedadeComércio | Exportações lusófonas subiram 59,9% As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau subiram 59,9 por cento no primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2022, segundo dados oficiais ontem divulgados. Os países lusófonos exportaram mercadorias no valor de 754 milhões de patacas, de acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Já o valor exportado por Macau para os países de língua portuguesa foi apenas de 490 mil patacas, registando um decréscimo de 43,7 por cento. O montante total do comércio externo de mercadorias nos primeiros seis meses do ano em Macau correspondeu a 78,03 mil milhões de patacas e desceu 3,6 por cento, face aos 80,92 mil milhões de patacas registados em idêntico período de 2022.
Hoje Macau PolíticaFukushima | Che Sai Wang quer cosméticos japoneses testados Face à possibilidade de o Japão fazer uma descarga das águas usadas para arrefecer os reactores nucleares da central de Fukushima para o mar, o deputado Che Sai Wang, ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), defende que os produtos cosméticos nipónicos devem ser testados. “Além de reforçar o controlo e a fiscalização dos produtos alimentares importados do Japão, deve, ainda, controlar rigorosamente o local de produção dos produtos de cuidados da pele, maquilhagem, limpeza de uso diário, etc., o local de origem das matérias-primas e o nível de radiação”, defendeu numa intervenção antes da ordem do dia. Para o deputado, o controlo deve ser estendido a outros países. “Quanto aos produtos importados de outros países e regiões, deve identificar com cuidado o local de origem das matérias-primas e impedir a entrada de produtos importados que não satisfaçam os critérios exigidos no mercado de Macau”, acrescentou.
Hoje Macau Manchete SociedadeCurso de Verão de português da UM “excelente”, mas aquém de níveis pré-covid O curso de Verão de língua portuguesa da Universidade de Macau (UM) voltou este ano ao formato presencial, após três edições ‘online’, com um balanço “excelente”, mas números distantes dos níveis pré-pandemia. Antes de ingressar no ensino superior, Elio, de Xangai, não sabia que língua se falava em Portugal. Mas já conhecia Fernando Pessoa. A poesia, aliás, teve responsabilidades na decisão de começar a aprender português, há cerca de meio ano, na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai. “Os poemas de Portugal, gosto do carácter que têm, do romantismo. Não escolhi espanhol porque é muito extrovertido”, disse aos jornalistas, numa entrevista que começou em português e terminou em inglês, na sexta-feira, à margem da cerimónia de encerramento do curso de Verão de língua portuguesa da UM. Elio, inscrito no nível elementar, foi um dos participantes na formação da UM que, este ano, regressou ao formato presencial após três edições ‘online’ motivadas pela pandemia da covid-19. Mas não é o único que se apaixonou pela criação pessoana. Helena, nome português de Huang Xin Yi, de Pequim, subiu ao palco para dizer versos de Pessoa, num espectáculo que associou poesia e movimento. “Usamos gestos quando falamos e fazemos contacto visual com o público, acho que foi uma experiência muito boa”, disse à Lusa, elegendo o preferido dos poemas: “É o Mar Português”. O curso de Verão da UM, na 37.º edição, decorreu entre 10 e 28 de Julho, com as manhãs destinadas à língua portuguesa e a módulos temáticos, em áreas como tradução, história de Macau ou relações internacionais, e as tardes passadas em clubes, nomeadamente de capoeira, folclore ou enologia. Com 280 alunos, de Macau, China continental e Coreia do Sul, esta edição ficou aquém, em termos de inscrições, dos cursos anteriores em formato presencial – o último tinha sido em 2019, quando participaram cerca de 500 alunos. Entre 2020 e 2022, já em modo ‘online’, foram “à volta de 300”, disse à Lusa um dos coordenadores do projecto. Vítor Silva acredita que, com este hiato de três anos, “se perdeu um pouco o ritmo” a que as instituições de ensino e estudantes estavam habituados. “Alunos do Vietname este ano não apareceram, da Malásia também costumávamos ter alguns, mesmo da Coreia, normalmente eram grupos de 20 ou 40, e foram muito menos, do Japão nem veio ninguém”, notou. “Esperamos que toda esta dinâmica que teve este ano acabe por projectar a imagem do curso e que volte a retomar os números pré-pandemia”, disse. Os descobrimentos Vítor Silva, que fez um balanço “excelente” do curso de Verão, salientou que para a iniciativa da UM contribui o “ambiente muito favorável” de Macau – português é uma das línguas oficiais – para “aprender muitos aspectos novos da cultura, além da componente linguística”. “Vêm para Macau envolver-se em actividades que certamente não estão disponíveis no contexto onde eles vivem e aprendem a língua portuguesa, [e contribui] o facto de Macau ser uma cidade muito dinâmica em termos de divulgação da promoção da língua portuguesa. Encontram-se em qualquer parte restaurantes portugueses”, exemplificou. Celina, nome português escolhido por Zhou Jun, concorda: “Macau é um lugar muito especial, com um ambiente muito bom para estudar português, as placas [na rua] estão sempre escritas em chinês e português.” A aluna, de Xiantan, cidade da província central de Hunan, estuda há quatro anos português na Universidade Jiaotong, em Pequim. Aconteceu por um mero acaso, quando, finalizado o secundário, folheava uma publicação à procura de cursos e universidades para se candidatar. “Descobri o português num livro”, admitiu. Deste curso que agora terminou, leva “muito sobre os conhecimentos, culturas e artes dos países de língua portuguesa”.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Banco central permite subida dos juros das obrigações do Estado O Banco do Japão decidiu que os juros das obrigações do Estado a 10 anos podem subir até 1 por cento, decisão que poderá antecipar futuros aumentos das taxas de juro de referência Os juros das obrigações do Estado japonês vão subir até 1 por cento, anunciou na sexta-feira o Banco do Japão, numa decisão que pode abrir precedentes em termos de novas subidas das taxas de juro de referência num futuro próximo. O conselho de política monetária do banco central japonês subiu a margem de flutuação das obrigações do Estado, até agora fixada em 0,5 por cento, por oito votos a favor e um contra, no final da reunião, de acordo com um comunicado. A decisão é encarada como um sinal de que o Banco do Japão (BoJ) poderá estar perto de apertar a política monetária, embora o conselho de política monetária tenha aprovado, por unanimidade, a manutenção de taxas de juro de referência negativas (-0,1 por cento). Esta revisão, que era já esperada pelo mercado financeiro, tem como objectivo mitigar os efeitos negativos das taxas ultrabaixas e evitar uma forte depreciação da moeda japonesa, o iene, face ao dólar norte-americano, como ocorreu nos últimos meses. No comunicado, o BoJ destacou as “incertezas extremamente altas” em torno da economia japonesa e da inflação, que tem atingido níveis mais elevados do que os projectados pelo banco. Preços pelos ares No passado dia 21 de Julho, o Governo japonês tinha anunciado que a inflação se fixou em 3,3 por cento em Junho, em termos homólogos, estando há mais de um ano acima da meta de 2 por cento fixada pelo banco central. A inflação japonesa tem apresentado sinais de resistência, uma vez que as empresas estão a adiar a repercussão do aumento dos custos nos preços de venda. O banco central japonês reviu em alta as projecções para o aumento do índice de preços no consumidor para o ano fiscal de 2023, de 1,8 para 2,5 por cento. Para o próximo ano fiscal, a começar em Abril de 2024, a instituição prevê uma inflação de 1,9 por cento (um décimo a menos do que na previsão anterior). “Se os movimentos ascendentes de preços continuarem, os efeitos da flexibilização monetária serão reforçados através de uma queda real nas taxas de juros, enquanto, por outro lado, limitar as taxas de juros a longo prazo pode afectar o desempenho dos mercados de títulos e a volatilidade de outros mercados financeiros “, explicou o BoJ. O banco central japonês prometeu continuar a aplicar “pacientemente” a política de estímulo à economia, respondendo ao mesmo tempo à evolução económica e à evolução dos preços, para estabilizar a inflação em torno de 2 por cento. Após o anúncio da decisão do BoJ, o principal índice, da bolsa de Tóquio, o Nikkei, que já tinha começado o dia em baixa, chegou a estar a perder 2,19 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Novo balanço eleva para 26 mortos em naufrágio Pelo menos 26 pessoas morreram na sequência do naufrágio de um pequeno barco, num lago perto de Manila, Filipinas, na quinta-feira, indicou um novo balanço das autoridades. A lotação máxima da embarcação terá sido largamente ultrapassada e os passageiros não terão usado coletes salva-vidas. As autoridades estão a investigar o acidente para apurar responsabilidades Num novo balanço, o número de mortos no naufrágio de uma pequena embarcação de passageiros em Rizal subiu para, pelo menos, 26 mortos. Ainda não se sabe quantas pessoas seguiam a bordo do M/B Princess Aya, que virou, após uma rajada repentina de vento, em Laguna de Bay, na província de Rizal, a leste de Manila, disseram as autoridades. Na sequência da rajada, os passageiros correram para um dos lados da embarcação, que se inclinou, virando pouco depois de deixar o cais, na cidade de Binangonan, de acordo com fontes da polícia e da guarda costeira. O acidente ocorreu a cerca de 46 metros da costa, referiram as autoridades numa conferência de imprensa. A polícia da província de Rizal disse ter lançado de imediato operações socorro, com a ajuda da guarda costeira e de outras autoridades locais, mas que pelo menos 26 pessoas se afogaram, sendo que 40 foram resgatadas com vida. O barco devia transportar um máximo de 42 passageiros e tripulantes, mas estava sobrecarregado, disse aos jornalistas o responsável da guarda costeira Hostillo Arturo Cornelio. “Presumimos que possa haver mais”, declarou. O porta-voz afirmou que seguiriam a bordo, pelo menos, 70 pessoas. As autoridades estão a investigar o caso para determinar a responsabilidade do capitão de um barco e do pessoal Guarda Costeira das Filipinas. Além disso, os investigadores também vão analisar informações que indicam que os passageiros não estavam a usar coletes salva-vidas, conforme exigem as normas de segurança. No limite No manifesto oficial apresentado pelo capitão do barco à unidade local da guarda costeira, apenas constavam 22 passageiros, mais dois tripulantes e o capitão, disse Balilo, citado pela imprensa local “O comandante do barco admitiu ter sobrecarregado a embarcação e não ter pedido aos passageiros para usarem coletes salva-vidas”, disse Balilo, acrescentando que havia, de facto, “excesso” de passageiros na embarcação. O barco é um meio de transporte essencial nas Filipinas, um arquipélago de mais de 7.000 ilhas, e os acidentes são frequentes, principalmente com os pequenos barcos de madeira que se deslocam entre ilhas. O trágico acidente aconteceu depois da passagem do tufão Doksuri pelo norte do arquipélago, levando à morte de, pelo menos, nove pessoas na maioria devido a aluimentos de terras, inundações e queda de árvores. Ventos violentos e chuvas torrenciais atingiram as pouco povoadas ilhas Babuyan e as províncias do norte do país.
Hoje Macau China / ÁsiaChina cada vez mais potência global, mas ainda em desenvolvimento Quem aterra no aeroporto de Pudong (Xangai) e apanha o comboio de levitação magnética que em oito minutos percorre 30 quilómetros até ao centro da capital económica da China, dificilmente acreditará estar num país em desenvolvimento, classificação que inclui a Somália Nos centros de Pequim, Shenzhen ou Cantão, artérias de oito ou mais faixas, que atravessam densas malhas de arranha-céus, enchem-se de automóveis com matrícula verde, a marca que distingue os eléctricos dos carros de combustão interna, ilustrando o domínio da China em importantes indústrias do futuro. Nos centros comerciais, as principais marcas de luxo internacionais competem pela atenção da maior classe média do mundo. Recentemente contratado pelo Beijing Guoan, a principal equipa da capital chinesa, o futebolista luso-angolano Fábio Abreu, confessa-se ainda impressionado com o “muito desenvolvido e organizado” que é o seu país de acolhimento. “Na primeira mensagem que escrevi à minha mulher, após chegar a Pequim, disse-lhe que tudo o que há na Europa se encontra aqui e, por vezes, ainda mais e melhor”, explicou à agência Lusa. Oficialmente um país em desenvolvimento, a China tem a mesma classificação que, por exemplo, a Albânia ou Timor-Leste: é a “única superpotência híbrida”, onde coexistem características de países ricos e pobres, apontam analistas. Isto, numa altura em que os Estados Unidos tentam retirar ao país o estatuto de economia em desenvolvimento, que garante tratamento preferencial. “Ao avaliar a China, é importante reconhecer a sua situação única: um país que combina características dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, com influência global”, escreveu a revista Foreign Policy. “É a única superpotência híbrida do mundo”. Simon Lester, director associado do Centro Herbert A Stiefel de Estudos de Política Comercial, do Instituto Cato, em Washington, defendeu que “talvez seja necessário encontrar algum tipo de categoria intermédia” para o país. “Isto exigiria que a China assuma mais compromissos e não beneficie de todas as regras preferenciais, que foram criadas para os países em desenvolvimento. Talvez possa usufruir de apenas alguns benefícios e só em determinados sectores”, explicou. De um país pobre e isolado, a China converteu-se, em 40 anos, na segunda maior economia mundial, projectando hoje a sua influência no exterior, através de iniciativas como o gigantesco projeto de infra-estruturas ‘Faixa e Rota’, a internacionalização da sua moeda ou a mediação de conflitos além-fronteiras. No ano passado, o país, que opera já a maior marinha do mundo, apresentou o seu terceiro porta-aviões. O objectivo é ser a potência dominante na Ásia Pacífico, retirando primazia aos Estados Unidos. O outro lado da moeda Mas a China continua a exibir traços de um país em desenvolvimento: o país sofre de poluição generalizada; e no Índice de Desenvolvimento Humano – que se concentra na qualidade da saúde e educação –, surge em 79º lugar, abaixo do Sri Lanka e Irão. Com cerca de 1.400 milhões de habitantes, a China é o segundo país mais populoso do mundo, ultrapassado apenas pela Índia. Apesar de ter ascendido a segunda maior economia mundial, o PIB (produto interno bruto) ‘per capita’ da China é, assim, metade do de Portugal. Enquanto 2 por cento da população portuguesa vive abaixo do limiar da pobreza de 6,20 euros por dia, esta categoria abrange 25 por cento dos chineses. O Comité de Relações Externas do Senado dos Estados Unidos aprovou, no mês passado, um projecto de lei bipartidário que visa retirar à China o estatuto de “país em desenvolvimento”. A decisão surge após legislação semelhante ter sido aprovada pela Câmara dos Representantes. Um porta-voz do Governo chinês reagiu assim: “Os EUA não querem classificar a China como ‘país desenvolvido’ por apreciação ou reconhecimento pelos sucessos de desenvolvimento da China. O verdadeiro motivo é impedir o desenvolvimento da China”. Em causa estão benefícios em tratados internacionais em vigor, que visam apoiar os países mais pobres. As nações em desenvolvimento estão, por exemplo, sujeitas a menos restrições na luta contra as alterações climáticas, enquanto as suas exportações para os países ricos beneficiam de taxas aduaneiras baixas. Ao abrigo do estatuto de país em desenvolvimento, a China continua, também, a obter empréstimos com taxas preferenciais de organizações internacionais, como o Banco Mundial. “Em suma, a China caminha, fala e age como um país desenvolvido, mas continua a beneficiar de provisões e tratamento diferenciado que visam ajudar os países pobres”, descreveu Brett D. Schaefer, pesquisador no grupo de reflexão conservador Margaret Thatcher Center. “Tudo se resume a isto: a segunda maior economia do mundo está a beneficiar de condições especiais em acordos e organizações internacionais, destinadas a ajudar as nações pobres”, acrescentou. “Isto não é equitativo. É, francamente, injusto”.