Missão chinesa terminará estrutura básica de uma estação lunar em 2028

A missão de exploração lunar da China, Chang’e-8, está planeada para ser lançada por volta de 2028 e juntar-se-á à Chang’e-7 para formar a estrutura básica de uma estação de investigação lunar.

A missão Chang’e-8 tem por objectivo explorar e investigar múltiplos campos físicos lunares, perfis geológicos regionais, observações e investigação da Terra com base na Lua, análise de amostras lunares in situ e utilização de recursos, bem como pequenos ecossistemas terrestres fechados na superfície lunar. A estação de investigação lunar constituirá a estrutura básica de uma estação de investigação lunar, juntamente com a Chang’e-7.

O projecto de exploração lunar da China segue os princípios de “igualdade, benefício mútuo, utilização pacífica e cooperação vantajosa para todos” e está aberto à comunidade internacional. A CNSA dá “as boas-vindas aos países e às organizações internacionais para participarem, envolverem-se na cooperação ao nível da missão, do sistema e da unidade, alcançarem em conjunto novas descobertas científicas significativas e contribuírem para a construção de um futuro partilhado para a humanidade”.

A cooperação internacional para a missão Chang’e-8 dará prioridade a tarefas que envolvam “interacções” entre naves espaciais, exploração conjunta, robôs da superfície lunar com capacidades operacionais básicas, cargas científicas complementares e projectos inovadores de cooperação científica.

O módulo de aterragem da Chang’e-8 oferece 200 quilogramas de recursos de carga útil, com uma massa de módulo independente não superior a 100 quilogramas, que pode ser utilizada para projectos de cooperação a nível de sistema e a nível de unidade. O prazo para a apresentação de cartas de intenção para projectos de cooperação internacional para a missão Chang’e-8 termina a 31 de Dezembro de 2023. A selecção preliminar está programada para ser concluída em Abril de 2024, com a confirmação da selecção final em Setembro do mesmo ano.

Para além da Chang’e-8, o programa de exploração lunar da China inclui a Chang’e-7, cujo lançamento está previsto para 2026, com a missão principal de procurar indícios de água lunar na região do pólo sul lunar, segundo o documento.

A missão lunar Chang’e-6, que tem como objetivo recolher amostras do lado mais afastado da Lua, também está a progredir de acordo com o calendário e o seu lançamento está previsto para 2024.

Esta missão irá explorar o terreno lunar relativamente mais antigo do lado mais afastado da Lua, incluindo a Bacia de Aitken, uma das três maiores bacias da Lua, o que a torna cientificamente valiosa. A área de aterragem preliminar da Chang’e-6 está localizada na região do Pólo Sul lunar – Bacia de Aitken. Para reforçar a cooperação internacional, a Chang’e-6 transportará cargas úteis e projectos de satélites de países e regiões como a França, a Agência Espacial Europeia, a Itália e o Paquistão.

6 Out 2023

Fórum de cooperação Trans-Himalaias realizado no Tibete

O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês incitou os vizinhos dos Himalaias a respeitarem a “integridade territorial” num fórum perto da fronteira com a Índia.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, incentivou os países dos Himalaias a reforçarem a sua cooperação em matéria de ambiente e a respeitarem a “integridade territorial”, ao receber diplomatas perto da fronteira com a Índia. Wang Yi fez estes comentários ontem, quinta-feira, durante um fórum internacional sobre a cooperação regional trans-himalaia, na região autónoma chinesa do Tibete. O evento contou com a presença de funcionários de mais de uma dúzia de países, incluindo vários que partilham uma fronteira com a China.

Mas a Índia esteve notoriamente ausente. A cidade anfitriã do fórum, Nyingchi, fica a 160 km da área disputada de Arunachal Pradesh, onde Nova Deli e Pequim têm reivindicações concorrentes. Não se sabe se a Índia foi convidada, mas não participou igualmente em fóruns anteriores em 2018 e 2019.

Apelos ao respeito mútuo

Durante o seu discurso de abertura do fórum, Wang apelou aos países da região para respeitarem o território uns dos outros para garantir a estabilidade, a prosperidade e o desenvolvimento sustentável. “Devemos aderir ao respeito e à confiança mútuos e salvaguardar conjuntamente a unidade regional e a confiança mútua”, afirmou.

“Devemos respeitar a soberania e a integridade territorial uns dos outros, não interferir nos assuntos internos uns dos outros, apoiar-nos mutuamente em questões que envolvam os interesses fundamentais uns dos outros, insistir na resolução de diferenças através do diálogo e da consulta e trabalhar em conjunto para construir uma grande família de unidade em torno dos Himalaias”, reforçou o MNE chinês.

Wang apelou igualmente ao reforço da cooperação em matéria de desenvolvimento ecológico, citando os resultados alcançados no passado, incluindo os acordos ambientais com a Índia, o Paquistão, o Sri Lanka e o Nepal, bem como um memorando de entendimento sobre a cooperação ecológica com o primeiro-ministro nepalês, Pushpa Kamal Dahal, durante a sua visita à China na semana passada, e prometeu que a China formaria profissionais para o Centro de Investigação sobre a Biodiversidade do Sudeste Asiático em Myanmar e para um centro de cooperação para a prevenção e o controlo da desertificação na Mongólia.

Itália não sabe se fica

Entre os participantes no fórum contam-se o Paquistão, o Nepal, o Sri Lanka, Myanmar e a Mongólia, países que aderiram à iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e que se encontram entre os principais beneficiários do plano, que este ano assinala o seu décimo aniversário.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros em exercício do Afeganistão, Mawlawi Amir Khan Mutaqi, também esteve presente, marcando a segunda vez que um responsável dos Talibãs participa numa reunião regional, após a reunião de Moscovo, realizada na Rússia na semana passada. De acordo com os meios de comunicação social afegãos, Mutaqi deveria encontrar-se com Wang à margem do fórum para debater a agenda de desenvolvimento do seu país.

Segundo a China News, outros países membros da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, como o Chile, Quénia e Itália, também enviaram representantes ao fórum. Roma continua indecisa sobre se vai abandonar a iniciativa, uma vez que o memorando de entendimento que assinou com Pequim em 2018 expira em Março.

6 Out 2023

Governo | Sede aberta ao público a 21 e 22 de Outubro

A Sede do Governo vai estar aberta ao público nos dias 21 e 22 de Outubro, entre as 09h e as 18h. O anúncio foi feito ontem pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS).

“Os residentes e turistas, para além de visitarem as instalações e observarem a ornamentação, podem ainda apreciar os arranjos florais e assistir a uma série de espectáculos”, foi revelado.

“O tema da exposição de flores deste ano será Festival de Gastronomia de Macau, utilizando o cravo como flor temática para demonstrar a gastronomia de Macau com as características oriental e ocidental, a fim de promover a cultura e tradição nesta área”, foi acrescentado. Esta vai ser a primeira vez que o edifício na Avenida da Praia Grande vai abrir as portas ao público desde 2020.

6 Out 2023

Semana Dourada | Detectadas 15 infracções de taxistas

Dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) mostram que no período da semana dourada foram detectadas 15 infracções cometidas por taxistas.

Os dados, noticiados pelo canal chinês da Rádio Macau, mostram que dez infracções dizem respeito à recusa de transporte, três estiveram relacionados com a negociação de tarifas e apenas dois casos disseram respeito a discussões sobre o preço cobrado pelo taxista.

O CPSP encaminhou ainda 14 casos à Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego em que seis se relacionam com os rádiotáxis por não respeitarem pedidos de recolha de passageiros, enquanto oito dizem respeito a situações de falta de respeito para com os passageiros. O CPSP detectou ainda a circulação de oito táxis ilegais durante o período em análise.

6 Out 2023

Jogo | Macau Legend abandona projecto para hotel-casino em Cabo Verde

Com as obras do hotel Djeu-Praia por terminar, o presidente e director executivo da Macau Legend Development, Li Chu Kwan, confessou que até 2025 a empresa vai abandonar o projecto em Cabo Verde e as operações no Camboja

 

O presidente e director executivo da Macau Legend Development anunciou que a operadora de jogo decidiu abandonar o projecto para um hotel-casino no ilhéu de Santa Maria, na capital de Cabo Verde, Praia. Numa entrevista à televisão de Hong Kong TVB, transmitida na noite de quarta-feira, Li Chu Kwan disse que a Macau Legend pretende encerrar as operações tanto em Cabo Verde como no Camboja até 2025.

O executivo justificou o abandono do hotel-casino em Cabo Verde com a vontade da empresa, fundada pelo empresário David Chow, de reduzir o investimento no jogo e apostar em projectos ligados ao entretenimento e turismo de iates. No passado mês de Junho, a Macau Legend anunciou planos para vender o empreendimento integrado de jogo Savan Legend, em Savannakhet, no Laos, junto à fronteira com a Tailândia, por 45 milhões de dólares.

Em 2015, David Chow assinou com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento no ilhéu de Santa Maria, tendo sido lançada a primeira pedra do projecto em Fevereiro de 2016. O projecto envolvia o maior empreendimento turístico de Cabo Verde, com um investimento global previsto de 250 milhões de euros – cerca de 15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.

O plano envolvia a construção de uma estância turística com uma área de 152.700 metros quadrados, um hotel com ‘boutique casino’, de 250 quartos, que já foi construído, mas está fechado, uma piscina, várias instalações para restaurantes e bares, além de uma marina. Mas o projecto sofreu sucessivos adiamentos. A Macau Legend anunciou em Março de 2020 que previa inaugurar no final de 2021 o hotel-casino na cidade da Praia, depois de em 2019 ter previsto a conclusão da obra para final do ano seguinte.

Obras paradas

Em Dezembro, o presidente da Cabo Verde TradeInvest, José Almada Dias, disse à Lusa que a Macau Legend tinha prometido apresentar em breve um plano para retomar as obras, paradas há vários anos.

A empresa recebeu uma licença de 25 anos do Governo de Cabo Verde, 15 dos quais em regime de exclusividade na ilha de Santiago. Esta concessão de jogo custou à CV Entertaiment Co., subsidiária da Macau Legend, o equivalente a cerca de 1,2 milhões de euros. A Macau Legend recebeu também uma licença especial para explorar, em exclusividade, jogo ‘online’ em todo o país e o mercado de apostas desportivas durante dez anos.

A relação entre David Chow e o Governo de Cabo Verde vinha a degradar-se desde o final do ano passado, quando foi tornado público que o Executivo do país africano aguardava há meses esclarecimentos sobre o andamento dos trabalhos do casino que estavam parados.

Também em Janeiro deste ano, David Chow abandonou a posição de Cônsul Honorário de Cabo Verde em Macau e, de acordo com a informação veiculada pelo jornal A Nação, teria igualmente encerrado o espaço onde funcionava o consulado. Actualmente, Cabo Verde tem apenas um casino em funcionamento, o Casino Royal, em Santa Maria, no Sal, que abriu portas em Dezembro de 2016, após um investimento de quase cinco milhões de euros.

Adeus concessão

O Governo de Cabo Verde vai reverter a concessão do projecto para um hotel-casino na cidade da Praia, após abandono do grupo Macau Legend Development, e depois procurar outro destino para o investimento, anunciou ontem o primeiro-ministro.

“Primeiro temos que reverter a concessão. Esta é uma concessão de exploração e de investimentos. Havia já algum tempo indicação de que haveria problemas do lado do investidor, a sua capacidade de concluir o projecto”, afirmou Ulisses Correia e Silva, na cidade da Praia.

“Agora vamos fazer as partes que têm a ver com todo o suporte jurídico para fazer a concessão e depois ver que destino dar a esse investimento, que não pode ficar assim como está”, completou. Segundo o primeiro-ministro, o grupo, fundado pelo empresário David Chow, alegou problemas financeiros e de organização accionista para desistir do projecto. O Governo vai agora retomar a ocupação feita em regime de concessão e criar condições para que surjam novos projectos no local.

6 Out 2023

“Koinu” | Possibilidade “moderada” de sinal 3 esta madrugada

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) consideram “moderada” a possibilidade de vir a ser içado o sinal 3 de tempestade tropical amanhã, ou seja, entre a madrugada e a manhã de sábado, devido à deslocação do tufão “Koinu” em direcção à costa leste de Guangdong.

Prevê-se que o “Koinu”, “durante o fim-de-semana e início da próxima semana, se desloque ainda mais para oeste, perto da foz do Rio das Pérolas”. Contudo, “é esperado que o sistema enfraqueça progressivamente, devido à influência de uma monção de nordeste”.

Os SMG apontam que o “enfraquecimento do sistema tropical pode ser lento, havendo a hipótese de se aproximar mais do Estuário do Rio das Pérolas, uma vez que, ainda existem incertezas quanto à sua intensidade e trajectória”. O sinal 1 de tempestade está içado desde ontem, esperando-se hoje tempo quente, assim como aguaceiros e vento para os próximos dias.

6 Out 2023

Quadros Qualificados | Macau aposta em especialistas de finanças

Os critérios de dois programas para recrutar quadros qualificados no sector das finanças foram revelados ontem no Boletim Oficial. Parte dos critérios valorizam o conhecimento da língua portuguesa

 

O Governo anunciou ontem dois programas para captar “quadros altamente qualificados” e “profissionais de nível avançado” do sector financeiro, cujos critérios valorizam o conhecimento da língua portuguesa.

De acordo com os despachos do Chefe do Executivo, publicados no Boletim Oficial, os programas, que entram hoje em vigor, têm como objectivo “impulsionar o desenvolvimento das indústrias chave”. Nos despachos, Ho Iat Seng defendeu que o sector financeiro é “necessário à diversificação adequada da economia”, que há décadas é altamente dependente do turismo e dos casinos.

Os programas apontam para o desenvolvimento de áreas como os produtos financeiros sustentáveis e aplicações de tecnologia financeira, incluindo redes de pagamento globais e móveis, cibersegurança e ‘blockchain’.

A ‘blockchain’ é um registo descentralizado de transações, uma base de dados digital, uma tecnologia subjacente à Bitcoin e a outras criptomoedas, mas que possui o potencial para suportar uma grande variedade de negócios.

Os candidatos aos programas têm de possuir pelo menos uma licenciatura, 21 anos ou mais e obter pelo menos 200 pontos numa lista de critérios que inclui a experiência profissional e as competências linguísticas. Um candidato pode obter até 10 pontos se “possuir boa capacidade de expressão em duas línguas de entre o chinês, português ou inglês”, de acordo com os critérios dos dois programas.

Aposta no Nobel

Os dois programas surgem no âmbito de uma lei, que entrou em vigor a 1 de Julho, e que procura captar para Macau quadros qualificados, entre eles Prémio Nobel, nomeadamente com benefícios fiscais.

Os quadros qualificados poderão gozar de isenção do imposto do selo sobre a transmissão de bens ou sobre aquisição de bens imóveis destinado ao exercício de actividade própria, assim como isenção da contribuição predial urbana.

Além disso, terão isenção do pagamento do imposto complementar de rendimentos, assim como benefícios para efeitos do imposto profissional, caso sejam contratados por empresas locais.

Os primeiros programas a serem implementados no âmbito desta lei, a 1 de Setembro, pretendiam captar peritos em tecnologia de ponta, incluindo inteligência artificial, novas energias, robótica, Internet das coisas, cibersegurança e realidade virtual e aumentada.

O Governo de Macau definiu como aposta para os próximos anos o investimento em indústrias que podem absorver quadros qualificados, como é o caso do sector financeiro e das áreas de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico.

O plano de diversificação da economia de Macau até 2028 prevê uma aposta nos serviços comerciais e financeiros entre a China e os países de língua portuguesa. O plano “está praticamente concluído” e “será anunciado oficialmente muito em breve”, disse o chefe do Executivo, no domingo.

6 Out 2023

Função Pública | Deputados concordam com subida salarial

Os deputados Lei Chan U, Ngan Iek Hang e Lo Choi In disseram ao jornal Ou Mun concordar com a subida dos salários na Função Pública já anunciada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng.

Lei Chan U, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, espera que a Comissão de Avaliação das Remunerações dos Trabalhadores da Função Pública ouça as opiniões das associações de funcionários públicos sobre esta matéria, a fim de assegurar um maior poder de compra dos trabalhadores e assegurar a competição salarial.

Lei Chan U lembrou que a Federação das Associações dos Trabalhadores da Função Pública de Macau sugeriu um aumento entre 3 e 5 patacas por cada índice da tabela salarial, o que representa uma subida de 3,3 a 3,5 por cento.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o deputado também defende o aumento salarial no sector privado, caso as empresas tenham condições para tal, de forma a permitir que os residentes resistam à inflação e os impactos causados pela subida das taxas de juro dos empréstimos bancários.

Por sua vez, Ngan Iek Hang pediu a atenção do Governo para com os funcionários públicos de base, porque as suas remunerações não são elevadas e o aumento salarial é limitado para um combate eficaz da inflação. O deputado ligado à União Geral das Associações de Moradores sugeriu um aumento dos subsídios e benefícios para este grupo de trabalhadores.

Por seu turno, a deputada Lo Choi In entende que não há uma relação causa-efeito entre a subida salarial na Função Pública e os aumentos remuneratórios no privado, ao contrário do que pensam muitos residentes. Assim, a deputada pede que voltem a ser injectadas as sete mil patacas nas contas individuais do Fundo de Previdência Central e aumentadas as pensões de idosos.

6 Out 2023

Macau Renovação Urbana | Recursos humanos preocupam

A deputada Song Pek Kei questiona se a Macau Renovação Urbana (MRU), empresa responsável pela reconstrução de sete blocos de apartamentos degradados no bairro do Iao Hon, tem recursos humanos suficientes.

Segundo o jornal Ou Mun, a deputada lembra que, além dos projectos de renovação no Iao Hon, a empresa também é responsável pela edificação do Novo Bairro de Macau em Hengqin e ainda pelas casas destinadas ao alojamento temporário e à política de habitação para troca.

Song Pek Kei destaca algumas fragilidades do projecto de reconstrução do Iao Hon, porque dois anos depois do relatório elaborado pela MRU sobre os sete blocos habitacionais, apenas quatro têm assembleia de condóminos formada com o apoio da empresa. Além disso, a deputada lembrou que a taxa de participação dos donos das casas é de apenas 20 por cento, sobrando ainda um longo caminho para se atingir os 80 por cento exigidos por lei para aprovar as reconstruções.

6 Out 2023

Crise de crescimento é oportunidade para qualificar trabalhadores

Numa conferência no Porto, o vice-director do Instituto de Economia Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Zhang Bin, defendeu que o arrefecimento da economia chinesa é uma oportunidade para qualificar a mão-de-obra. Zhang Bin admitiu que, nos últimos 10 anos, a economia cresceu a níveis inferiores ao de décadas anteriores, mas “esta situação deve ser olhada de forma positiva, como uma oportunidade para mais investimento e para acumular conhecimento”.

“Este é o momento para a China apostar em investir nas suas infraestruturas e no capital humano intensivo”, defendeu o investigador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, num painel da IV conferência internacional de cooperação Portugal-China, que se realizou no Porto, assinalando os 10 anos do lançamento da Nova Rota da Seda e a parceria estratégica Europa-China 20, colocando como objetivo contribuir para o “abrandamento da tensão entre a Europa e a China”.

Zhang recusou-se a atribuir a alteração estrutural no ritmo de crescimento económico chinês a fatores que, disse, muitas vezes são apontados nos ‘media’ internacionais, em particular o aparecimento de uma ‘bolha’ imobiliária de elevado nível de risco ou o aumento exponencial da dívida pública da China.

“As razões devem ser procuradas noutro lugar. Desde logo no arrefecimento da procura interna e externa, que afetou os níveis de produção e de exportação dos principais setores da economia chinesa. Mas, também devem ser procuradas na falta de capital humano intensivo”, explicou o professor do Instituto de Economia Mundial e Política.

O investigador defendeu que este momento de arrefecimento da economia chinesa deve ser olhado não como uma crise, mas como uma oportunidade, lembrando que nos últimos anos a China passou a fazer uma aposta na qualidade dos seus produtos e por acumular conhecimento para prosseguir essa trajetória de qualificação.

“Este não é o momento para procurar mais expansão. Este é o momento para investir e para acumular ‘know how’”, disse Zhang, referindo-se às possibilidades de alargamento de zonas de influência comercial propiciados pela Nova Rota da Seda, que devem ser aproveitadas para aprender com outros sistemas, mais do que para serem vistos como novos mercados.

O vice-director do Instituto de Economia Mundial e Política assinalou ainda que, quando se compara o arrefecimento da economia chinesa com o comportamento das economias de países desenvolvidos, é possível perceber a falta de procura externa. Apesar da sua perspectiva otimista sobre o desempenho da economia chinesa, Zhang Bin mostrou-se preocupado com o aumento de desemprego na China, decorrente do arrefecimento da produção. “Mais uma razão para se aproveitar este momento para qualificar a mão de obra na China”, disse o investigador.

A conferência foi uma iniciativa da Câmara de Cooperação e Desenvolvimento de Portugal-China (CCDPC), da União de Associações de Cooperação e Amizade Portugal-China e do Observatório da China, tendo como co-anfitriões o Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-China, e realizou-se no auditório da Fundação Manuel António da Mota, no Porto.

4 Out 2023

5G | Câmara luso-chinesa considera “preocupante” impacto da exclusão da Huawei

A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC) considerou na segunda-feira “preocupante o impacto que a exclusão de fornecedores como a Huawei” pode ter no desenvolvimento de Portugal e questionam a “razoabilidade” da decisão, que vai além do que é recomendado pela União Europeia.

A direção e o Conselho Estratégico da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa reuniram-se na segunda-feira para debater a deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança (CAS), datada de maio, sobre o “alto risco para a segurança das redes e de serviços 5G do uso de equipamentos de fornecedores que, entre outros critérios, sejam de fora da UE, NATO ou OCDE e que o ordenamento jurídico do país em que está domiciliado ou ligado permita que o Governo exerça controlo, interferência ou pressão sobre as suas atividades a operar em países terceiros”.

A deliberação não refere nomes de empresas ou de países, mas o certo é que o caso da Huawei surge na memória, nomeadamente porque a tecnológica chinesa foi banida das redes 5G em outros países europeus.

Para a CCILC “esta deliberação ignora o papel dos fabricantes com origem na China como líderes no desenvolvimento e produção de equipamentos e serviços de 5G, essenciais para a digitalização e competitividade tecnológica de Portugal” e “entre as preocupações partilhadas pelos participantes da conversa está a razoabilidade da decisão portuguesa, que aparenta ser mais redutora do que a generalidade dos Estados-membros da União Europeia”, lê-se no comunicado da Câmara de Comércio.

Europa não pede exclusão total

“Em causa as declarações do comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, num encontro com a imprensa europeia em Bruxelas no início de setembro onde referiu [que] ‘a Huawei tem algumas partes de equipamento que não têm qualquer problema, mas outras podem ter algum problema e cabe aos Estados-membros decidir'”, aponta a CCILC, questionando, a este propósito, que “se há partes de equipamento que não têm qualquer problema, porque é que o país quer optar pela exclusão total”.

Na reunião de segunda-feira foi também abordada a consequência da decisão “relativamente à reputação de Portugal, no que se refere à atracção de potenciais investidores estrangeiros, aos custos agravados para operadores e consumidores, e ao possível atraso de Portugal no caminho da digitalização”.

Além disso, “o Conselho Estratégico da CCILC foi vocal na convicção de que ‘Portugal não está a defender os seus interesses quando cede a pressões externas’, sendo peremptório quanto à causa da posição portuguesa”, ou seja, “quando a discussão não é técnica como devia ser, outras razões se apontam, nomeadamente de ordem política”. Contudo, “é importante olhar para os interesses de Portugal que estão em jogo”, alerta o Conselho Estratégico da CCILC.

A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa afirma ainda que “a decisão do Governo português está a ter repercussão a nível mundial”. Esta “é uma situação de extremo embaraço e com custos muito elevados para os operadores” e “terá sido esta uma das razões que levou outros países da União Europeia a tomar medidas mais brandas do que a tomada por Portugal”, lê-se no documento.

“A promoção e proteção dos interesses e das melhores condições para a resolução de problemas que auxiliem o desenvolvimento dos negócios bilaterais, entre Portugal e a China, são a missão central da ação da CCILC, pelo que esta discussão visou contribuir para a preservação da relação de amizade de mais de cinco séculos entre os dois países e todas as ligações que daí advêm”, remata a entidade.

No início de setembro foi conhecido que a Huawei Portugal tinha entrado com uma acção administrativa contra a deliberação, com o objectivo de salvaguardar os seus direitos legais. Na altura, o Gabinete Nacional de Segurança (GNS) e o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) referiram que a deliberação da CAS zela pela utilização segura das redes.

“As deliberações tomadas pela CAS, que têm como destinatários os operadores nacionais de telecomunicações, zelam pela utilização segura das redes de comunicações electrónicas nacionais, procurando mitigar as ameaças e riscos sobre as mesmas, para que se possa implementar e usar, de forma segura, a nova tecnologia de comunicações móveis 5G, que deverá ser escrutinável, transparente e confiável para o Estado, para os cidadãos e para as empresas”, afirmaram, no início do mês, o GNS e o CNCS.

4 Out 2023

Turismo | Estrangeiros podem visitar sul da China sem visto em excursão

A China anunciou a isenção de visto para estrangeiros que visitem, em excursões de grupo, nove cidades da província de Guangdong, no sul do país, durante até seis dias, a partir de Macau ou Hong Kong. De acordo com novas diretrizes da Administração Nacional de Imigração (NIA, na sigla em inglês) e do Ministério de Segurança Pública chineses, a isenção abrange estrangeiros “de países que tenham relações diplomáticas com a China”, uma lista que inclui todos os países lusófonos. São Tomé e Príncipe foi o último país de língua portuguesa a estabelecer, em 2016, relações com a China, rompendo laços com Taiwan, que actualmente apenas tem 13 aliados diplomáticos.

As novas directrizes, divulgadas pela autarquia de Shenzhen, cidade que faz fronteira com Hong Kong, concede isenção de visto por um período máximo de 144 horas, ou seis dias, para os detentores de passaportes ordinários estrangeiros. De acordo com uma publicação na rede social chinesa WeChat, para obter a isenção os estrangeiros têm de entrar e sair da China continental integrados em excursões com pelo menos duas pessoas, organizadas por agências de viagens de Macau ou Hong Kong.

A isenção permite aos estrangeiros visitar a cidade de Shantou, assim como nove cidades que fazem parte da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau: a capital da província, Guangzhou, Foshan, Zhaoqing, Shenzhen, Dongguan, Huizhou, Zhuhai, Zhongshan e Jiangmen.

Em março, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciou a retoma da concessão de vistos a turistas estrangeiros, após quase três anos de suspensão na sequência da pandemia de covid-19. O anúncio incluiu o regresso da política de permanência sem visto durante 15 dias para todos os grupos de estrangeiros que entrem na cidade de Xangai, no leste da China, num navio de cruzeiro.

Outra política também retomada em março foi a isenção de visto para estrangeiros de 59 países – incluindo Portugal e Brasil – que visitem a ilha de Hainão, no sudoeste da China, onde podem ficar até 30 dias.

Cerca de 168 milhões de pessoas atravessaram as fronteiras da China na primeira metade do ano, cerca de 49% do valor registado no período equivalente em 2019, de acordo com dados da NIA. Xangai, um dos principais destinos turísticos na China, recebeu cerca de 756 mil visitantes estrangeiros, no primeiro semestre de 2023, o que corresponde a 22% do número de visitas registado em 2019, revelou o China Daily.

4 Out 2023

União Europeia abre investigação à China por apoios aos carros eléctricos

Apoios e linhas de crédito de bancos estatais para empresas que produzem carros eléctricos são, no entender da EU, ilegais. Pequim responde: “o inquérito baseia-se em suposições subjectivas, carece de provas suficientes e é contrário às regras da OMC”.

A Comissão Europeia abriu ontem formalmente uma investigação à China por alegadas ajudas “ilegais”, como auxílios directos e créditos, no sector sensível e com importância estratégica dos carros eléctricos, com Bruxelas a salientar ter provas suficientes contra Pequim.

A informação foi publicada ontem no Jornal Oficial da União Europeia (UE), cerca de três semanas após o anúncio da instituição, indicando a Comissão Europeia que, “por sua própria iniciativa”, inicia uma investigação “com base no facto de as importações de novos veículos eléctricos a bateria, concebidos para o transporte de passageiros, originários da República Popular da China estarem a ser objecto de subvenções, causando assim prejuízo à indústria da União”.

“Após uma análise aprofundada da recente evolução do mercado e tendo em conta a natureza sensível do sector dos veículos elétricos e a sua importância estratégica para a economia da UE em termos de inovação, valor acrescentado e emprego, a Comissão obteve informações sobre o mercado a partir de várias fontes independentes”, que “indiciam a existência de práticas de subvenção ilegais”, acrescenta Bruxelas na argumentação.

O executivo comunitário garante ainda ter “prova suficientes de que as importações do produto objecto de inquérito, originário da República Popular da China, beneficiaram de subvenções passíveis de medidas de compensação concedidas pelo governo”, o que levou ao rápido crescimento das marcas chinesas no mercado europeu. Em concreto, a Comissão Europeia adianta ter provas de diversos auxílios directos, empréstimos, créditos à exportação e linhas de crédito concedidos por bancos estatais ou ainda benefícios fiscais.

O inquérito abrange alegadas práticas ilegais entre 1 de outubro de 2022 e 30 de setembro de 2023. Bruxelas avisa ainda Pequim de que “caso uma parte interessada recuse o acesso às informações necessárias, não as faculte no prazo estabelecido ou impeça de forma significativa a realização do inquérito, podem ser estabelecidas conclusões provisórias ou definitivas, positivas ou negativas, com base nos dados disponíveis”.

Segundo dados da Comissão Europeia, os carros elétricos chineses, que entraram recentemente na UE, já representam 8% do mercado total, sendo 20% mais baratos face à concorrência europeia. A dimensão do mercado chinês e fortes apoios estatais propiciaram a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng.

A resposta de Pequim

O governo de Pequim foi lesto na resposta: “O inquérito anti-subvenções da UE sobre os veículos de nova energia nova (VNE) chineses baseia-se em suposições subjectivas, carece de provas suficientes e é contrário às regras da OMC”, afirmou o Ministério do Comércio da China (MOFCOM) na quarta-feira, em resposta à decisão da UE de realizar o inquérito. “Manifestamos uma forte insatisfação e uma firme oposição à decisão da EU”, afirmou o MOFCOM numa declaração publicada na quarta-feira.

“A China acompanhará de perto o procedimento de investigação da Europa e salvaguardará firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, afirmou o MOFCOM. “A UE exige negociações com a parte chinesa num prazo extremamente curto e não forneceu materiais efectivos para a negociação, o que infringiu gravemente os direitos da China”, aainda segundo o ministério.

O ministério chinês observou ainda que, no 10.º Diálogo Económico e Comercial de Alto Nível China-UE, realizado no final de Setembro, a parte chinesa afirmou claramente que o inquérito proposto pela UE é um proteccionismo flagrante e visa proteger a indústria da UE sob o pretexto de “comércio justo”, cujas medidas irão perturbar e distorcer seriamente as cadeia global da indústria automóvel, da qual a UE faz parte, e resultar em impactos negativos no comércio e nos laços económicos China-UE.

“A China exortou a UE a ser cautelosa na aplicação de medidas de correção comercial, tendo em conta o objetivo geral de manter a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento mundiais e a parceria estratégica global China-EU”, afirmou o MOFCOM.

“A UE deve encorajar o aprofundamento da cooperação na nova indústria energética, que tem os veículos eléctricos novos como uma das suas pontas de lança, e criar um ambiente de mercado justo, não discriminatório e previsível para o desenvolvimento comum da indústria de veículos eléctricos China-UE”, afirmou o MOFCOM.

Nos últimos anos, a indústria de veículos eléctricos da China registou um rápido desenvolvimento graças à sua incessante inovação tecnológica e à construção de uma cadeia industrial e de abastecimento completa. E os veículos eléctricos chineses têm sido preferidos pelos consumidores, incluindo os da UE. De acordo com a consultora automóvel Inovev, 8% dos novos veículos eléctricos vendidos na Europa em Setembro deste ano eram chineses, contra 6% em 2022 e 4% em 2021. Em 2022, as montadoras chinesas exportaram 545.244 VNEs para a Europa, respondendo por 48,66% de todas as exportações de VNE, mostram dados da Associação de Veículos da China.

4 Out 2023

Dezenas de artistas manifestam-se contra aviso do Governo

Dezenas de artistas, associações culturais e companhias teatrais publicaram uma carta aberta contra o aviso enviado pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura, plataforma de financiamento gerida pelo Instituto Cultural (IC). As signatárias da missiva incluem o Grupo de Teatro Experimental “Pequena Cidade”, Brotherhood Art Association, Associação de Arte e Cultura —“Comuna de Pedra”, Rota Artes Associação, Associação de Irmandade de Teatro Criativo, Estúdio de Arte de PO, Theatre Styles Theatre, entre outros.

Segundo a carta, divulgada nas redes sociais, o IC enviou emails a diversas entidades a avisar que devem “evitar incluir nas criações [artísticas] elementos impróprios [considerados] indecentes, [como] a violência, pornografia, obscenidade, jogos de azar, insinuações ou violação dos direitos de outras pessoas”, “a fim de evitar o cancelamento do subsídio”.

Os signatários da carta dizem-se “muito preocupados com este aviso” e apontam que já existe a Comissão de Classificação Etária de Espectáculos e Exibições Públicas de Filmes Realizados em Macau, “que visa proteger o público de conteúdos impróprios e distinguir se uma obra é ou não adequada para ser vista [por pessoas de determinadas faixas etárias]”. “Será ainda necessário impor uma restrição generalizada às obras que não contenham nenhum dos elementos inadequados acima referidos? Sugerimos que se respeite a existência das comissões para que o público possa escolher, por si, quais as obras adequadas para assistir”, acrescenta-se.

Mães de Bragança

Segundo a TDM Canal Macau, o aviso enviado pelo IC prende-se com queixas feitas por encarregados de educação de alunos menores de idade relativamente à realização de peças de teatro com conteúdo “indecente” onde foi permitida a entrada de crianças, disse a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U. A governante disse que não é intenção do Executivo restringir conteúdos, mas que, ao mesmo tempo, não pode apoiar ou incentivar projectos culturais que contenham “palavrões” ou causem “mau estar ao público”.

Na carta assinada pelos artistas refere-se também que a inclusão de “elementos inadequados” não é sinónimo de que estes “sejam defendidos” pelos artistas e entidades. “Muitas vezes os artistas apresentam elementos impróprios de uma forma genuína e directa, com o objectivo de explorar fenómenos sociais, valores culturais e experiências humanas.”

Os signatários temem que a “aplicação demasiado rigorosa” das restrições resulte “num impacto negativo” ao nível das indústrias das artes e espectáculo, audiovisual e cinema.

“Sugerimos que o fundo reforce o seu mecanismo de comunicação com o sector e reúna com os responsáveis [de associações]. Assim, poderemos compreender melhor as suas preocupações quanto aos ‘elementos inadequados’ e explorar, de forma conjunta, a forma de manter a liberdade criativa e, ao mesmo tempo, proteger o público”, rematam.

4 Out 2023

Empreendedorismo | Concurso “929 Challenge” até dia 28

Arrancou na segunda-feira o concurso de empreendedorismo “929 Challenge”, dedicado a startups ou projectos empresariais liderados por jovens universitários, e que chega ao fim a 28 de Outubro. O concurso, co-organizado pelo Fórum Macau, atraiu 270 projectos de startups e empresas, 1320 participantes distribuídos em 267 equipas.

O “929 Challenge” inclui a fase de “bootcamp”, com a constituição de equipas e definição das primeiras ideias empresariais, sessões de ‘networking” e palestras com vários oradores dos países de língua portuguesa.

O programa inclui ainda a fase “pitch”, com as equipas e projectos a serem avaliados por um júri. Os melhores podem obter financiamento. As três melhores equipas vencedoras receberão um prémio de 30 mil patacas, numa parceria com o grupo Alibaba, existindo um total de 180 mil patacas em prémios monetários. O principal objectivo do “929 Challenge” é potenciar o empreendedorismo jovem entre a China, Macau e os países de língua portuguesa.

4 Out 2023

Semana dourada | Visitantes diários atingem segundo valor mais elevado de sempre

Ao longo dos últimos seis dias, que incluem a Semana Dourada, mais de 700 mil visitantes entraram em Macau, de acordo com as estatísticas oficiais disponibilizadas pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública. Esta é uma média de quase 125 mil turistas diários, contabilizada até ontem às 17h, o que significa que o número foi superior.

Antes do início dos feriados para celebrar o dia do estabelecimento da República Popular da China, a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, antevia que o número de visitantes ia ultrapassar os 100 mil turistas diárias.

Na prática, a previsão mostrou-se quase sempre acertada, principalmente com o início do fim-de-semana. Logo na sexta-feira entraram no território 87.983 visitantes.

No entanto, o pico do número de visitantes foi atingido no sábado, quando quase 159 mil visitantes entraram no território, naquele que foi o segundo maior registo de entradas desde que há estatísticas.
Num comunicado, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP) revelou que 604.661 pessoas atravessaram as fronteiras no sábado – ultrapassando pelo segundo dia consecutivo a fasquia do meio milhão –, incluindo a entrada de 158.633 turistas.

Recorde de 2019

Actualmente, o recorde de visitantes diários é de 161.200, um registo atingido a 2 de Outubro de 2019, antes do início da pandemia de covid-19, que levou ao isolamento de Macau em relação ao resto do mundo. No domingo, segunda-feira e terça-feira os número de turistas ficou sempre acima de 100 mil, com valores de 149.940, 133.359 e 124.552, respectivamente.

Como consequência do elevado número de pessoas, o CPSP teve de accionar em algumas situações o plano de controlo de multidões junto às Ruínas de São Paulo, a zona turística mais popular de Macau, como aconteceu no sábado.
Ontem o número de visitantes registou uma ligeira quebra face aos dias anteriores, mas até às 17h tinham entrado no território 94.959 turistas, o que significa que o número poderia ficar novamente acima dos 100 mil visitantes num só dia.

4 Out 2023

Jogo | Receitas desaceleram em Setembro após três meses a subir

O tufão Saola e o mau tempo no início de Setembro prejudicaram as receitas dos casinos, com uma descida dos ganhos face a Agosto. Apesar disso, as receitas de 14,9 mil milhões de patacas representam uma subida “gigante” face a Setembro do ano passado

 

As receitas do jogo caíram 13,2 por cento em Setembro, em comparação com Agosto, mês em que atingiram o valor mais alto desde o início da pandemia de covid-19. Os dados foram revelados no domingo pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Segundo os números revelados, os casinos arrecadaram 14,9 mil milhões de patacas no mês passado, o valor mais baixo desde Abril, interrompendo três meses consecutivos a subir.

Em Agosto, as receitas do jogo tinham atingido 17,2 mil milhões de patacas, fixando um recorde pós-pandemia de covid-19.
A queda em Setembro já era esperada, em parte devido ao mau tempo no início do mês, devido à passagem de tufões, incluindo o Saola, que levou o Governo a encerrar os casinos durante nove horas, entre 1 e 2 de Setembro.

Ainda assim, as receitas da indústria do jogo foram em Setembro mais de cinco vezes superiores ao registado no mesmo mês do ano passado, quando os casinos tinham encaixado 2,96 mil milhões de patacas. Apesar da recuperação em termos anuais, o valor que os casinos de Macau arrecadaram em Setembro representa apenas dois terços do montante contabilizado em igual período de 2019 (22,1 mil milhões de patacas), antes do início da pandemia.

Bons sinais

Entre Janeiro e Setembro, as receitas do jogo mais que quadruplicaram em comparação com igual período de 2022, atingindo 128,9 mil milhões de patacas. Um valor que já praticamente atingiu o previsto no orçamento de Macau para 2023, que é de 130 mil milhões de patacas, como sublinhou no domingo o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong.

No entanto, de acordo com os dados do regulador do jogo, a receita acumulada nos primeiros nove meses do ano representa apenas 58,5 por cento do montante registado no mesmo período de 2019. Macau, que à semelhança da China continental seguia a política ‘zero covid’, anunciou em Dezembro o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

Com o alívio das medidas, Macau recebeu 17,6 milhões de visitantes nos primeiros oito meses de 2023, quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado, mais ainda dois terços do valor registado entre Janeiro e Agosto de 2019.

A indústria do jogo, a principal fonte de receita via impostos do Governo do território, representava mais de metade do produto interno bruto (PIB) de Macau em 2019 e dava trabalho a quase 68 mil pessoas no final de 2022, ou seja, a quase 20 por cento da população empregada.

4 Out 2023

LAG | ATFPM reuniu com o Chefe do Executivo

A “elevação do nível de utilização da língua portuguesa” e “o reconhecimento da comunidade portuguesa” foram duas das sugestões apresentadas por José Pereira Coutinho, deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), num encontro com o Chefe do Executivo, para discutir as Linhas e Acção Governativa (LAG).

Segundo um comunicado do Governo sobre o encontro que decorreu na sexta-feira, Pereira Coutinho apresentou uma lista com 19 pontos, em que o primeiro disse respeito a um pedido de “atenção à conjuntura económica mundial instável e impacto devido à alta inflação e juros altos”.

Além disso, na reunião terá sido igualmente abordado o assunto da “deslocação dos portugueses a Macau para trabalhar”, mas esta intervenção terá sido feita numa altura em que tinham a palavra Rita Santos, presidente da mesa da assembleia, e os vice-presidentes da direcção, Che Sai Wang e Leong Veng Chai.

4 Out 2023

Segurança | Wong Sio Chak defende detenção de artista de rua

O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, defendeu os procedimentos da polícia no caso que envolveu Oliver Ma, artista de rua de Hong Kong, detido em Macau no mês passado, por cantar sem uma licença.

Além de chamar mentiroso ao cantor que interpretou várias vezes em Hong Kong a canção Glória a Hong Kong, Wong confirmou também que o artista foi impedido pelas autoridades de contratar um advogado de Hong Kong.

“O cantor disse que o impedimos de contratar um advogado. Ele queria contratar um advogado de Hong Kong. Toda a gente sabe que os advogados de Hong Kong não têm qualificações para o exercício da profissão em Macau”, reconheceu. É senso comum”, considerou o secretário. “Mostra que nem todos os relatos dele são verdadeiros. Se pensarmos com mais cuidado, sabemos que os relatos dele são falsos”, acrescentou.

Apesar do impedimento, Wong destacou que o artista foi informado que poderia contratar um advogado de Macau. “Os colegas perguntaram-lhe se queria contratar um advogado de Macau, porém, ele exigiu um advogado de Hong Kong. Claro que assim não foi permitido”, confessou.

Sobre o período de detenção de 13 horas, Wong explicou que quando uma pessoa não foi constituída arguida pode ser retida pelas autoridades durante seis horas. Se o caso implicar a defensa da segurança nacional a retenção pode prolongar-se por 24 horas.

4 Out 2023

Função Pública | Ho Iat Seng confirma aumentos no próximo ano

O Chefe do Executivo confirmou que os funcionários públicos vão ter aumentos de salários no próximo ano e indicou que o plano a implementar até 2028 para a diversificação económica deve ser apresentado “muito brevemente”

O Chefe do Executivo anunciou que os salários da função pública vão ser aumentados no próximo ano, o primeiro aumento desde o início da pandemia de covid-19. As declarações de Ho Iat Seng foram prestadas à margem das celebrações do Dia Nacional.

No entanto, o Chefe do Executivo não revelou o valor do aumento dos salários, acrescentando que este será proposto pela Comissão de Avaliação de Remunerações da Função Pública, cujo relatório ainda não foi publicado. Ho disse que irá revelar a proposta de subida salarial na função pública durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2024, na Assembleia Legislativa, que habitualmente acontece durante o mês de Novembro.

Nas últimas semanas, o líder do Governo tem-se reunido com associações tradicionais para preparar as LAG para o próximo ano. Entre os pedidos têm sido indicados valores para os aumentos da função pública entre os 3,5 por cento e 4,65 por cento. Ho Iat Seng recordou também que a 11 de Agosto disse aos deputados que seria “oportuno” aumentar os salários dos trabalhadores públicos, que estão congelados desde 2019, devido à crise económica provocada pela pandemia.

Gastos em queda

A despesa pública de Macau caiu 10 por cento nos primeiros oito meses de 2023, para 54,6 mil milhões de patacas, com a despesa corrente também a encolher 17,5 por cento para 42,5 mil milhões de patacas. Pelo contrário, a receita corrente mais que duplicou em termos anuais, atingindo 48,1 mil milhões de patacas, graças à recuperação dos impostos sobre o jogo.

Ainda assim, Macau só conseguiu manter as contas em terreno positivo graças a transferências no valor total de 10,3 mil milhões de patacas vindos da reserva financeira. No discurso que proferiu na recepção do Dia Nacional, Ho Iat Seng disse que o plano de diversificação da economia para implementar até 2028 “está praticamente concluído” e que “será anunciado oficialmente muito em breve”.

O plano prevê uma aposta nos serviços comerciais e financeiros entre a China e os países de língua portuguesa, na promoção da medicina tradicional chinesa nos mercados lusófonos, assim como esforços para atrair tecnológicas do Brasil e de Portugal. Por sua vez, à margem da cerimónia, o secretário para a Economia e Finanças disse estar a cooperar com o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, e com a companhia aérea Air Macau para tentar lançar voos directos intercontinentais.

Já Lei Wai Nong admitiu que, como actualmente Macau apenas tem voos para o Interior e o Sudeste Asiático, é difícil atrair um número significativo de turistas da Europa e dos Estados Unidos.

4 Out 2023

Conselho das Comunidades | Rita Santos com lista fechada

A lista de Rita Santos ao Conselho das Comunidades Portuguesas na China, Macau e Hong Kong está encerrada, de acordo com a TDM. Além da comendadora, fazem ainda parte da lista Rui Marcelo, que nos últimos tempos acompanhou Santos nas suas viagens a Portugal.

A lista inclui também Marília Coutinho, Luís Nunes, vogal da mesa da Assembleia Geral da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, e Maria João Gregório. De fora da lista ficam, segundo a TDM, os actuais conselheiros Armando de Jesus e Gilberto Camacho. As primeiras eleições desde Setembro de 2015 para o Conselho das Comunidades Portuguesas foram agendadas pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, para 26 de Novembro deste ano.

4 Out 2023

Ho Iat Seng reuniu com secretário do PCC da Universidade de Tsinghua

O Chefe do Executivo reuniu ontem na Sede do Governo com o secretário do Partido Comunista da Universidade de Tsinghua e membro da Academia Chinesa de Ciências, Qiu Yong, com a agenda a ser marcada pela troca de opiniões no âmbito do desenvolvimento do ensino superior e formação de jovens quadros qualificados.

O Chefe do Executivo começou por agradecer o apoio que a Universidade de Tsinghua “tem dado ao desenvolvimento sustentável de Macau, formando quadros qualificados de excelência para a RAEM”, elemento essencial para cumprir “as exigências do Governo Central” na concretização da “Estratégia de desenvolvimento da diversificação adequada «1+4»”, promovendo, activamente, as quatro indústrias envolvidas, e dedicado na construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Ho Iat Seng sugeriu a possibilidade de estudar a “viabilidade sobre a cooperação em formação de funcionários públicos e no ramo da protecção ambiental” e espera que “a Universidade de Tsinghua continue a ajudar Macau a elevar, de forma contínua e científica, a capacidade de comando para responder a situações de emergência e de prevenção de catástrofes e calamidades e de redução do seu impacto”.

Servir o país

Por sua vez, Qiu Yong referiu que o número de estudantes de Macau a prosseguir estudos na Universidade de Tsinghua está a aumentar constantemente. Relativamente ao futuro, disse que a Universidade de Tsinghua está disponível para intensificar a cooperação pragmática nas áreas do ensino superior, formação de quadros qualificados, inovação tecnológica, governação urbana e administração pública, desenvolvimento sustentável de baixo carbono e intercâmbio humano e cultural.

Qiu Yong considera que assim será possível concretizar a complementaridade mútua e a estratégia de servir o país conjuntamente, bem como dar um maior contributo em prol da construção de um país forte e da revitalização da nação.

4 Out 2023

Tradução literária | Pouca atractividade financeira afasta bilingues

Traduzir literatura continua a ser uma profissão pouco atractiva financeiramente para bilingues, confessa à Lusa Lídia Zhou Mengyuan, do Departamento de Tradução da Universidade Chinesa de Hong Kong. No caso de Macau, a maior parte dos bilingues continua a optar pelo trabalho na Função Pública

 

O aumento do número de profissionais bilingues de chinês e português, nos últimos anos, não se reflectiu directamente em mais pessoas a trabalhar na tradução literária, uma profissão “pouco lucrativa”, disse à Lusa uma académica.

Nas últimas duas décadas, a China criou cursos superiores de português em cerca de 40 universidades do país, coincidindo com os primeiros momentos após a transferência da administração de Macau de Portugal para a China, a 20 de Dezembro de 1999, que atribuiu ao território o papel de plataforma comercial e económica com os países de língua portuguesa.

Mas, apesar de a tradução ser um trajecto comum para quem escolheu fazer da língua portuguesa um projecto de vida, são “muito poucos” aqueles com oportunidade de dedicar-se a tempo integral à tradução literária, refere a professora do Departamento de Tradução da Universidade Chinesa de Hong Kong Lidia Zhou Mengyuan.

“O crescimento de talentos bilingues não resultou directamente em mais pessoas a trabalhar na tradução literária entre esses dois idiomas”, constata, analisando que esta “não é uma profissão muito lucrativa”.

Também o professor da Universidade de São José (USJ), Nuno Rocha, com investigação feita no domínio do desenvolvimento e tradução de folhetos médicos, admite que “a recompensa monetária é muito maior ao trabalhar como tradutor ou intérprete noutras áreas”. Em Macau, onde houve uma aposta no ensino do português, que se mantém como língua oficial, “ser tradutor para o Governo local é um emprego que permite ter estabilidade financeira”, diz.

Fora da região administrativa especial, “o trabalho de tradutor ou intérprete para multinacionais chinesas, que têm escritórios em vários países de língua oficial portuguesa, é bastante mais bem pago do que ser tradutor de literatura”.

Mais tradução na China

Mesmo quando tem de coexistir com outra actividade profissional por não ser rentável, a tradução de obras de Portugal é superior na China, quando comparada com Macau, de acordo com um catálogo de livros convertidos para chinês, elaborado pela Embaixada de Portugal em Pequim e referente a 2022.

Desde 1955, ano do lançamento da versão chinesa de “Esteiros”, romance neorrealista de Soeiro Pereira Gomes, traduzido a partir do russo em Xangai, que a China continental lançou 246 obras traduzidas do português.

Macau é responsável por pouco mais de metade, 138, tendo começado anos mais cedo, em 1942, com a versão chinesa da obra de João de Barros “Os Lusíadas Contados às Crianças e Lembrados ao Povo”.

Zhou Mengyuan acredita que a diferença nestes números é uma “questão de mercado”, com um público-alvo “muito maior” na China.
Além de os tradutores de Macau estarem mais ligados ao trabalho na função pública, acrescenta Min Xuefei, a escrita local, em chinês tradicional, também pode ser uma condicionante. No resto do país, escreve-se com caracteres simplificados.

Nuno Rocha resume: “A escrita em caracteres tradicionais e a questão do acordo ortográfico a nível do português levam a que a exportação de muito do material de tradução aqui feito tenha de ser alvo de uma revisão para se adaptar ao contexto do local de chegada”.
Macau não adoptou oficialmente o acordo ortográfico. Também o método de tradução na China e nos próprios países lusófonos tem vindo a alterar-se ao longo dos tempos.

Min Xuefei e Zhou Mengyuan avaliam que na China, onde milhares de estudantes se formam anualmente em português, as traduções das obras lusófonas já são feitas maioritariamente de forma directa, sem intermédio de uma segunda língua.
Já no sentido contrário, “a tradução indirecta continua a ocupar uma posição significativa” no acesso da literatura chinesa nos países de língua portuguesa, lembra Zhou Mengyuan.

“Embora haja mais pessoas que conhecem tanto o português quanto o chinês, a tradução indirecta ainda existe em parte devido à facilidade de encontrar tradutores do inglês para o português ou do francês para o português em comparação com tradutores do português para o chinês”, acrescenta.

A existência de poucos cursos superiores em chinês nos países lusófonos também limita a emergência de um corpo de tradutores apto a converter obras chinesas diretamente para o português, refere Min Xuefei.

4 Out 2023

Coreia do Norte | Kim quer mais armas nucleares devido a “nova Guerra Fria”

O líder norte-coreano apelou para um aumento exponencial da produção de armas nucleares em resposta a uma “nova Guerra Fria”, informou ontem a imprensa estatal do país

 

Kim Jong-un falava durante uma sessão de dois dias no parlamento norte-coreano, que alterou a constituição para inscrever a política de expansão do programa de armas nucleares do país, de acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).

A sessão parlamentar, realizada na terça-feira e quarta-feira, ocorreu depois de Kim ter viajado até à Rússia, este mês, para se encontrar com o Presidente russo, Vladimir Putin, e visitar instalações militares e tecnológicas. A viagem suscitou preocupações no Ocidente sobre uma possível aliança de armamento, segundo a qual a Coreia do Norte forneceria a Putin munições necessárias para alimentar a guerra na Ucrânia, em troca de ajuda económica e tecnologia russa avançada para melhorar os sistemas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.

À medida que a Coreia do Norte põe fim ao confinamento devido à pandemia, Kim tem vindo a reforçar as parcerias com Moscovo e Pequim, tentando sair do isolamento diplomático e juntar-se a uma frente unida contra Washington. Kim descreveu que o mundo está a entrar numa “nova Guerra Fria” e que a Coreia do Norte deve responder reforçando a capacidade nuclear.

Ainda de acordo com a KCNA, os membros da assembleia aprovaram por unanimidade uma nova cláusula na constituição para “assegurar o direito do país à existência e ao desenvolvimento, para dissuadir a guerra e proteger a paz regional e mundial, desenvolvendo rapidamente as armas nucleares a um nível mais avançado”.

“A política de construção da força nuclear da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país] tornou-se permanente enquanto lei fundamental do Estado, que ninguém está autorizado a desprezar”, declarou o dirigente norte-coreano. Kim sublinhou ainda a necessidade de “avançar com o trabalho para aumentar exponencialmente a produção de armas nucleares e diversificar os meios de ataque nuclear”, notou ainda a agência.

NATO asiática

O líder norte-coreano apontou para o que descreveu ser uma ameaça crescente representada por uns Estados Unidos hostis e a expansão da sua colaboração militar com a Coreia do Sul e o Japão, acusando-os de criarem a “versão asiática da NATO, a causa principal da guerra e da agressão”. “Esta é apenas a pior ameaça real, não uma retórica ameaçadora ou uma entidade imaginária”, afirmou.

O dirigente pediu aos diplomatas norte-coreanos para que “promovam ainda mais a solidariedade com as nações que se opõem aos EUA e à estratégia de hegemonia do Ocidente”.

As tensões na península coreana atingiram o nível mais elevado dos últimos anos, com Pyongyang a testar mais de 100 mísseis desde o início de 2022, e os Estados Unidos, em retaliação, a reforçarem os exercícios militares com os aliados asiáticos. No ano passado, a assembleia norte-coreana aprovou uma nova doutrina nuclear que autoriza ataques nucleares se a liderança da Coreia do Norte estiver sob ameaça.

29 Set 2023