Hoje Macau SociedadeJogo | Sul-coreano bateu recorde de apostas nos feriados O jogador que fez a aposta mais alta nas salas de jogo de massas premium dos casinos de Macau, durante os feriados do Dia do Trabalhador, foi um indivíduo sul-coreano. A informação revelada pelo Citibank, e citada pelo portal Inside Asian Gaming, acrescenta ainda que foi a primeira vez que o “jogador do mês” é de outra nacionalidade que não chinesa. Os analistas revelaram ainda que os três maiores apostadores da última semana dourada jogaram na mesma mesa da Sala Horizon no Galaxy Macau, cada um apostando entre 250 mil e 399 mil dólares de Hong Kong. Os analistas do Citibank também confirmaram a presença de “baleias”, jogadores que apostam numa mão, pelo menos, 100 mil dólares de Hong Kong, em todas as seis concessionárias. No total, foram contados 37 apostadores “baleia”, apenas menos quatro do que o registo durante o último Ano Novo Lunar. Em relação ao mesmo período de feriados de Maio do ano passado, este ano o total de apostas deste segmento subiu 144 por cento, e o número de jogadores também subiu 119 por cento, enquanto as apostas por jogador cresceram 11 por cento ao ano.
Hoje Macau SociedadeAMCM | 81 milhões de pagamentos móveis até Março O número de transacções feitas no primeiro trimestre do ano através de pagamentos móveis locais subiu 0,6 por cento face ao trimestre anterior para um total de 81 milhões de transacções, revelou ontem a Autoridade Monetária de Macau (AMCM). No somatório dos três primeiros meses de 2024, o valor das transacções através de aplicações de pagamento móvel atingiu 7,3 mil milhões de patacas, montante que representa um acréscimo de 2,4 por cento face ao trimestre anterior. A AMCM indica também que o valor médio por transacção foi de 90,2 patacas e que no fim de Março o número de aparelhos que aceitam o pagamento móvel e os suportes de “QR Code” em Macau atingiu 102.146 unidades. Por outro lado, o crédito utilizado no primeiro trimestre de 2024 atingiu 5,9 mil milhões de patacas, uma quebra de 5,8 por cento face ao trimestre anterior. No período em análise, a AMCM contou 10,7 milhões de transacções feitas através de cartões de crédito, um decréscimo de 3,3 por cento em termos trimestrais Além disso, o número de transacções realizadas com cartões de débito (não incluindo levantamentos em numerário) totalizou 828,3 mil patacas e o valor total de transacções efectuadas com cartões de débito foi de 851 milhões de patacas.
Hoje Macau Manchete SociedadeBNU | Lucros crescem 33,4% no primeiro trimestre O Banco Nacional Ultramarino anunciou ontem lucros de 163,2 milhões de patacas no primeiro trimestre do ano, um aumento homólogo de 33,4 por cento, sobretudo graças à subida dos juros O aumento dos lucros foi “sustentado por um aumento de 7,1 por cento na receita líquida de juros, totalizando 17,5 milhões de patacas, (…) principalmente devido ao aumento das taxas de juro”, indicou o banco, em comunicado. A Autoridade Monetária de Macau aprovou três aumentos da principal taxa de juro de referência no ano passado, a última das quais uma subida de 0,25 pontos percentuais, introduzida em Maio, seguindo a Reserva Federal norte-americana. O BNU disse ainda que os lucros das operações financeiras aumentaram em 17,8 milhões de patacas, sobretudo “devido à ausência de uma perda única resultante da alienação de investimentos financeiros” no primeiro trimestre de 2023. O banco indicou ainda que sofreu perdas de 1,3 milhões de patacas com crédito malparado e aplicações financeiras entre Janeiro e Março, menos 92,9 por cento do que em igual período de 2023. Ainda assim, o BNU garantiu que “mantém-se empenhado em monitorizar a qualidade do crédito e em providenciar proteções adequadas para potenciais perdas, conforme necessário, a fim de manter a estabilidade da sua posição financeira”. Saúde líquida No final de Março, os bancos de Macau tinham acumulado empréstimos vencidos no valor de 45,4 mil milhões de patacas, um máximo histórico e mais 111,3 por cento do que em igual mês do ano passado. O BNU referiu que mantém “um rácio de solvência robusto de 23,9 por cento (…), bem acima do requisito regulatório mínimo de 8 por cento”, assim como “níveis de liquidez adequados”, e garantir estar preparado “para enfrentar os desafios do actual ambiente económico”. O produto interno bruto (PIB) de Macau cresceu 80,5 por cento em 2023, depois de dois anos consecutivos em queda, na sequência do fim da política de restrições impostas pela pandemia da covid-19 e a retoma do turismo. Ainda assim, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos sublinhou que a economia da RAEM ainda só representa cerca de 80 por cento dos níveis registados antes da pandemia. O BNU disse que as despesas operacionais cresceram em 6,3 milhões de patacas, em comparação com o primeiro trimestre de 2023, sobretudo devido ao “aumento dos gastos com a digitalização”, pessoal e publicidade. O banco tinha apresentado lucros de 587,3 milhões de patacas no ano passado, um aumento de 82,4 por cento.
Hoje Macau PolíticaTurismo | Congresso de associação portuguesa em Macau em 2025 O congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) irá realizar-se em Macau no próximo ano entre os dias 2 e 4 de Dezembro. Neste contexto, os responsáveis da APAVT reuniram em Abril com os dirigentes da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) a fim de preparar o evento. Segundo uma nota da DST, a organização deste congresso no território irá “contribuir para elevar a reputação de Macau como destino para a realização de convenções internacionais”, ajudando ainda “a expandir as fontes de visitantes internacionais”. No encontro foi discutida a agenda do congresso do próximo ano, o planeamento da estratégia de promoção e outros pormenores. De destacar que uma delegação da APAVT esteve presente em Macau por ocasião da 12.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau. Esta parceria aprofundada entre a DST e a APAVT surgiu no contexto da visita de Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, a Portugal, realizada no ano passado. A APAVT foi fundada em 1950 e é a associação do sector mais representativa em Portugal, tendo “desempenhado, ao longo dos anos, um papel fundamental na dinamização das relações turísticas com Macau”. A APAVT já realizou os seus congressos em Macau nos anos de 1982, 1990, 1996, 2008 e 2017. O evento reúne cerca de 700 operadores turísticos que esperam poder explorar oportunidades de negócio.
Hoje Macau China / ÁsiaClima | Enviado de Pequim visita EUA para conversações O enviado especial da China para o clima, Liu Zhenmin, vai estar nos Estados Unidos até 16 de Maio para conversações sobre o ambiente com o homólogo norte-americano John Podesta, anunciou Pequim. “O enviado especial da China para as alterações climáticas, Liu Zhenmin, vai liderar uma delegação aos Estados Unidos entre os dias 7 e 16 de Maio”, anunciou ontem o Ministério da Ecologia e do Ambiente chinês, em comunicado. Por seu lado, o Departamento de Estado norte-americano avançou que Liu e Podesta vão reunir-se em Washington para uma “reunião bilateral do grupo de trabalho sobre o reforço da acção climática na década de 2020”, de acordo com uma nota de imprensa. Trata-se do primeiro encontro entre os dois enviados, ambos recentemente nomeados, mas também o primeiro intercâmbio entre Washington e Pequim sobre o clima desde a COP28, realizada no Dubai, em Dezembro. Nessa altura, um acordo de compromisso global apelou pela primeira vez para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, principal causa do aquecimento global. Os respectivos antecessores de Liu e Podesta, Xie Zhenhua e John Kerry, desenvolveram uma relação muito cordial, o que permitiu fazer avançar as discussões sobre a questão climática entre os dois países que mais emitem dióxido de carbono no mundo. De acordo com Pequim, os dois enviados vão manter uma “troca de pontos de vista aprofundada” sobre um acordo alcançado na Califórnia entre os antecessores antes da COP28, e discutir também a promoção da “cooperação em matéria de clima entre a China e os Estados Unidos”. De acordo com o Departamento de Estado norte-americano, as discussões vão incidir, em particular, [dióxido de carbono] sobre “a transição energética, o metano e os gases com efeito de estufa não-CO2, a economia circular e a eficiência energética, cidades, estados e províncias com baixas emissões de carbono e a desflorestação, entre outros”.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Pequim insta Israel a parar de atacar Rafah A China instou ontem Israel a “parar de atacar Rafah”, depois de o Exército israelita ter anunciado que tinha tomado o controlo do lado de Gaza da passagem de Rafah entre a Faixa de Gaza e o Egipto. “A China apela firmemente a Israel para que atenda aos vários pedidos da comunidade internacional, pare de atacar Rafah e faça tudo o que estiver ao seu alcance para evitar uma crise humanitária mais grave na Faixa de Gaza”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian. O Exército israelita realizou ataques em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza sitiada, na segunda-feira à noite. Israel está a tentar aumentar a “pressão” sobre o Hamas algumas horas antes de novas conversações no Cairo, numa tentativa de influenciar um acordo de tréguas ao qual o movimento islamita deu luz verde. Depois de ter afirmado durante semanas que estava a planear uma ofensiva terrestre em Rafah, Israel apelou na segunda-feira aos palestinianos do leste da cidade para se retirarem da zona, como prelúdio de uma “operação terrestre”. Onze pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos ataques israelitas, segundo o hospital do Kuwait em Rafah. O exército israelita anunciou ontem que as tropas terrestres tinham iniciado uma “operação antiterrorista direccionada” na zona leste de Rafah. Pequim “manifesta a sua profunda preocupação com o projecto de Israel de lançar uma operação militar terrestre contra Rafah”, afirmou a diplomacia chinesa. “A guerra e a violência não podem resolver fundamentalmente o problema e não podem conduzir a uma verdadeira segurança”, acrescentou Lin.
Hoje Macau China / ÁsiaVistos | Pequim prolonga isenção a 11 países até 2025, menos Portugal A China vai prolongar a política de isenção de vistos para cidadãos de onze países europeus até 2025, uma medida que exclui Portugal, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O porta-voz da diplomacia chinesa, Lin Jian, explicou que os cidadãos de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias. A política permanecerá em vigor até Dezembro de 2025, disse o porta-voz. Em Novembro passado, a China anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha e Malásia beneficiariam de uma isenção de visto unilateral até Dezembro de 2024. Em Março passado, o Governo chinês alargou a política de isenção de vistos para estadias de até 15 dias a mais seis países europeus — Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo -, mas Portugal continuou ausente. O embaixador português em Pequim, Paulo Nascimento, disse então à agência Lusa “não entender” o critério de deixar Portugal de fora. O diplomata lembrou que a China está no direito de decidir a sua política de vistos de forma autónoma, mas admitiu então que ia pedir uma consulta específica sobre esta decisão às autoridades do país. Sem fronteiras Especialistas defendem que a morosidade dos procedimentos de pedido de visto e o preço dos bilhetes de avião são as principais razões pelas quais o turismo estrangeiro ainda não atingiu os níveis anteriores à pandemia da covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras. Nos últimos meses, o país asiático adoptou uma série de medidas para ajudar os viajantes internacionais. Os serviços de pagamento electrónico WeChat Pay e Alipay anunciaram no último ano várias medidas para disponibilizar os seus sistemas de pagamento aos utilizadores estrangeiros que visitam a China, que por vezes têm dificuldade em pagar no país e em utilizar determinados serviços.
Hoje Macau SociedadeTurista rouba e viola mulher antes de fugir para o Interior Uma mulher foi violada em Macau depois de ter convidado um estranho para o seu quarto num hotel no Cotai. O caso foi anunciado ontem pela Polícia Judiciária. O suspeito, de 25 anos, acabou por ser detido, quando já tinha regressado ao Interior. De acordo com a informação divulgada, o homem e a mulher encontraram-se nos corredores de um hotel, na segunda-feira. Depois de falarem, a vítima concordou em convidar o indivíduo para o seu quarto de hotel. As autoridades não revelaram o propósito do convite, mas de acordo com a vítima a relação sexual forçada foi realizada com preservativo. Quando estavam sozinhos, o alegado violador sacou da uma faca para cortar fruta e obrigou a mulher a manter relações sexuais. Depois da violação, o homem ainda se apoderou de 4.000 dólares de Hong Kong. Após o agressor ter deixado o quarto, a vítima contactou imediatamente as autoridades para apresentar queixa sobre o sucedido. No entanto, o homem não ficou satisfeito com a violação e roubo. Uma hora depois, combinou trocar dinheiro com outras duas mulheres. Porém, em vez de efectuar a troca, atacou as vítimas a quem tirou 5 mil renminbis e uma pulseira de ouro, avaliada em 25 mil renminbis. Apanhado nas câmaras Depois de terem recebido as queixas, as autoridades começaram a investigar as ocorrências, com recurso às imagens de videovigilância dos hotéis. Foi assim que perceberam que o suspeito dos dois casos era a mesma pessoa, e que depois de ter cometido os crimes, tinha conseguido voltar para o Interior. Na conferência de imprensa, citada pelo Jornal Ou Mun, as autoridades elogiaram o mecanismo de cooperação com as autoridades do Interior, dado que todo o caso foi resolvido em menos de 12 horas. Além disso, foi revelado que o sujeito de 25 anos, actualmente desempregado, foi detido na vila de Tanzhou, nos arredores de Zhongshan, província de Cantão, a cerca de 100 quilómetros das Portas do Cerco.
Hoje Macau SociedadeIates | Governo acelera criação de postos fronteiriços O Governo garante estar a tratar das formalidades para criar postos fronteiriços nos cais onde atracam iates, a fim de fomentar este tipo de turismo. Numa resposta à interpelação escrita do deputado Leong Hong Sai, o gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, assegurou que a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) tem estado a trabalhar neste dossier em conjunto com o Corpo de Polícia de Segurança Pública e Serviços de Alfândega. Na mesma resposta, Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, referiu que têm sido mantidos contactos com as autoridades de Guangdong a fim de poderem ser facilitadas as burocracias de saída e entrada para os turistas que viajam em iates privados ou outro tipo de embarcações de recreio. A responsável frisou que o projecto do passeio aquático em Macau tem três operadores a disponibilizar seis possibilidades de percursos. Desde o seu lançamento, em 2018, até 31 de Março deste ano, foram realizadas nestes percursos mais de 5.400 viagens com mais de 130 mil passageiros.
Hoje Macau Manchete SociedadeBanca | Crédito malparado duplica nos últimos 12 meses Além do aumento no crédito malparado, durante o primeiro trimestre, os bancos registaram o lucro mais baixo da última década, que se cifrou em 2,48 mil milhões de patacas, uma redução de 38,5 por cento face ao ano passado O crédito malparado mais que duplicou em Macau nos últimos 12 meses e os lucros dos bancos registaram o pior arranque de ano desde 2013, de acordo com dados oficiais. No final de Março, a banca tinha acumulado empréstimos vencidos no valor de 45,4 mil milhões de patacas, mais 111,3 por cento do que em igual mês do ano passado, de acordo com um comunicado da Autoridade Monetária de Macau (AMCM). O crédito bancário malparado tem atingido novos recordes há 13 meses consecutivos, indicou a AMCM, cujos dados remontam a 1990, ainda durante a administração portuguesa do território. O crédito vencido representa 4,2 por cento dos empréstimos dos bancos, também mais do dobro do registado no final de Março de 2023. Uma percentagem que atinge 5,6 por cento no caso do crédito a instituições ou indivíduos fora da região. A Autoridade Bancária Europeia, a agência reguladora da UE, por exemplo, considera que os bancos com pelo menos 5 por cento dos empréstimos malparados têm “elevada exposição” ao risco e devem estabelecer uma estratégia para resolver o problema. Ainda assim, a percentagem de crédito bancário vencido em Macau está longe do recorde de 25,3 por cento alcançado em meados de 2001, em plena crise económica mundial causada pelo rebentar da bolha especulativa das empresas ligadas à Internet. Os bancos obtiveram um lucro de 2,48 mil milhões de patacas no primeiro trimestre de 2024, menos 38,5 por cento do que no mesmo período de 2023 e o valor mais baixo em mais de uma década. Outras quedas A principal razão para a diminuição dos lucros foi uma queda de 23,7 por cento, para 3,86 mil milhões de patacas, na margem de juros, a diferença entre as receitas dos empréstimos e as despesas com depósitos. Isto apesar da AMCM ter aprovado três aumentos da principal taxa de juro de referência em 2023, a última das quais uma subida de 0,25 pontos percentuais, introduzida em Maio, seguindo a Reserva Federal norte-americana. Os empréstimos, a principal fonte de receitas da banca a nível mundial, diminuíram 13,8 por cento em comparação com Março de 2023, fixando-se em 1,07 biliões de patacas. Pelo contrário, os depósitos junto dos bancos de Macau aumentaram 0,2 por cento em termos anuais, para 1,23 biliões de patacas (142,5 mil milhões de euros) no final de Março. A banca de Macau tinha terminado 2023 com um lucro de 6,14 mil milhões de patacas, menos 53,5 por cento do que no ano anterior.
Hoje Macau PolíticaONU | Macau em conferência de turismo em Bali A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) participou, entre os dias 2 e 4 de Maio, na 2ª Conferência Regional da ONU [Organização das Nações Unidas] Turismo sobre o Empoderamento das Mulheres no Turismo na Ásia e no Pacífico, que decorreu em Bali, na Indonésia. Segundo um comunicado da DST, o evento contou com a presença de Helena de Senna Fernandes como oradora no painel “Turismo Sustentável e Inclusivo: Discutir o papel das mulheres na promoção do turismo sustentável”. Na sessão, a responsável destacou que nos serviços que dirige “a maioria dos colegas do departamento de promoção são mulheres”, além de que “Governo e empresas de Macau possuem líderes influentes do sexo feminino”. A responsável não esqueceu os “desafios” que as mulheres enfrentam por acumularem a vida profissional e tarefas de cuidadoras da família. “De modo geral, no sector do turismo em Macau não se faz distinção entre sexos, sendo uma área atractiva para as mulheres”, frisou. Macau tornou-se membro associado da ONU Turismo em 1981.
Hoje Macau PolíticaDados Abertos | Mais de 40 serviços contribuem para plataforma A Plataforma de Dados Abertos do Governo, que disponibiliza ao público os dados geridos pela Administração, tinha até meados de Abril deste ano, “mais de 660 conjuntos de dados provenientes de 41 serviços públicos”. A plataforma, instalada no Centro de Computação em Nuvem de uso exclusivo do Governo, tem carregados dados de áreas como “saúde, ambiente urbano, educação, segurança social, segurança pública e migração, assuntos administrativos e jurídicos, empreendedorismo e negócios, turismo e jogo, transporte público, emprego, habitação e população”. A informação foi ontem revelada pela directora dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), Ng Wai Han, em resposta a uma interpelação escrita de Si Ka Lon. O deputado havia demonstrado preocupações de segurança em relação aos dados carregados na plataforma, algo que a responsável dos SAFP endereçou. O Centro de Computação em Nuvem, onde está alojada a plataforma, “está sujeita à monitorização contínua através de um sistema de segurança cibernética do Centro, com funcionamento de 24 horas por dia e 7 dias por semana”, garantiu Hg Wai Han. Além disso, os SAFP dispõem de uma sub-unidade responsável pela coordenação e promoção da abertura de dados juntos dos serviços públicos, assim como a definição do formato dos dados. Como tal, a responsável afastou a necessidade de criar um serviço especializado responsável pela coordenação do armazenamento e utilização de dados. Assim sendo, os serviços têm a incumbência de impulsionar a reforma de digitalização, atendendo aos objectivos do Governo, “tais como a governação electrónica, a interligação de assuntos administrativos transfronteiriços, a facilitação da passagem fronteiriça e a optimização do procedimento de apreciação e aprovação”.
Hoje Macau Vozes50 anos do 25 de Abril – Memória e Esquecimento Entre memória e esquecimento a necessidade de preservar locais simbólicos em prol da liberdade e democracia de natureza essencialmente educativos e de formação cívica para que não se esqueçam as atrocidades cometidas por um sistema político repressivo de uma ditadura fascista que durante 48 anos amordaçou Portugal Por Nuno Pereira, jurista “ABANDONO” 1 De David Mourão-Ferreira (1962) Por teu livre pensamento Foram-te longe encerrar. Tão longe que o meu lamento Não te consegue alcançar. E apenas ouves o vento E apenas ouves o mar. Levaram-te, a meio da noite: A treva tudo cobria. Foi de noite, numa noite De todas a mais sombria. Foi de noite, foi de noite, E nunca mais se fez dia. Ai! Dessa noite o veneno Persiste em me envenenar. Oiço apenas o silêncio Que ficou em teu lugar. E ao menos ouves o vento E ao menos ouves o mar Ao menos ouves o vento Ao menos ouves o mar No dia 25 de Abril de 1974 tinha eu onze anos de idade e, naturalmente, ainda sem as necessárias capacidades para entender e compreender o importante significado da “Revolução dos Cravos” tive (e sofri) no final desse mesmo ano uma das consequências mais dramáticas passadas por mais de quinhetos mil portugueses que regressaram a Portugal vindos das ex-colónias no âmbito do processo de descolonização – os chamados retornados – embora muitos deles na qualidade de refugiados, visto que até então nunca tinham residido na chamada “Metrópole”. Esse acontecimento foi sem dúvida o facto mais marcante da minha vida no período após o 25 de Abril e que mais tarde despertou a minha curiosidade para tentar entender e compreender a descolonização que foi um dos chamados “três Dês” do programa do Movimento das Forças Armadas (MFA): “Descolonizar, Democratizar, Desenvolver”. O colonialismo e a guerra colonial portuguesa foi sem dúvida um dos temas mais interessantes em relação ao qual tenho procurado alguma informação e mesmo já havendo alguma relevante continua a ser ao fim destes 50 anos do 25 de Abril um dos temas tabus da sociedade portuguesa e cuja memória ainda não está devidamente tratada de uma forma sistematizada e global, dando a ideia que se quer esquecer para que as gerações futuras dela não tenham conhecimento porque segundo se diz, ainda existem muitas feridas abertas e receio que as fechadas voltem a ser reabertas. Contudo, decorridos 50 anos após o 25 de Abril e convidado a reflectir sobre alguns dos temas mais relevantes durante esse período veio-me à lembrança, para além daquele já referido que mais marcou a minha juventude com o retorno a Portugal vindo de Angola onde nasci e por tudo aquilo por que passei como retornado, bem como toda a problemática da integração social num país e gentes que pouco conhecia, foi o facto de o meu pai antes de ter falecido me ter confessado nas nossas saudosas conversas o facto de após ter cumprido o serviço militar obrigatório ter prestado provas, quase em simultâneo, como era como era comum nesse tempo, para ingresso nos quadros da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE)/Direção-Geral de Segurança (DGS) e da Polícia Judiciária (PJ), tendo felizmente ingressado nesta instituição onde acabou por realizar toda a sua carreira profissional até ser aposentado. Esse facto – ter o meu pai concorrido mas não ingressado na PIDE/DGS porque os resultados do concurso da PJ apenas foram publicados antes dos daquela polícia política – levou-me a efectuar um estudo mais aprofundado da PIDE/ DGS e das suas prisões privativas que fizeram parte de um sistema político repressivo muito mais amplo e do qual faziam parte integrante outras instituiçõers como a Censura e os Tribunais Plenários na luta contra todos aqueles que se opunham ao regime fascista e que foram perseguidos, torturados e até mortos. É dessa memória que eu quero deixar o meu testemunho para que não seja esquecida neste meu país, a qual tem de ser registada para memória futura para conhecimento das actuais e futuras gerações. E só passados 50 anos do 25 de Abril foi no dia 27 de Abril de 2024 inaugurado o Museu Nacional Resistência e Liberdade (MNRL) na Fortaleza de Peniche, a qual tinha sido convertida, em 1934, pelo salazarismo, em “prisão política de máxima segurança”. De passagem por Portugal tive o privilégio de poder assistir a essa inauguração e compreender o sugnificado que teve para todos aqueles que lutaram por tamanho projecto ao longo destes anos destacando, para além de outras pessoas singulares ou colectivas, a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP). Graças à luta de antifascistas ainda vivos apoiados pelos seus familiares e amigos conseguiram evitar que a Fortaleza de Peniche fosse transformada num hotel de luxo e apagada mais uma memória importantíssima como infelizmente aconteceu com a sede da antiga polícia política PIDE/DGS situada no número 22 da Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, que foi transformada num condomínio de luxo, perdendo-se a oportunidade de transformar esse espaço num memorial que registasse a repressão política durante o Estado Novo. O Museu do Aljube Resistência e Liberdade, criado em 2015, constituiu um bom exemplo inspirador para a preservação dessa memória e é dedicado à memória do combate à ditadura e à resistência em prol da liberdade e da democracia, o qual “veio preencher uma lacuna no tecido museológico português, projetando a valorização dessa memória na construção de uma cidadania responsável e assumindo a luta contra a amnésia desculpabilizante e, quantas vezes, cúmplice da ditadura que enfrentámos entre 1926 e 1974”. Apesar do exíguo espaço que ocupa e do riquissímo património que faz parte do seu espólio está muito bem organizado e numa das visitas que efectuei tive a agradável surpresa de constatar a presença de um número muito significativo de visitantes estrangeiros individuais ou em grupo. A exposição de longa duração do Museu do Aljube apresenta aos visitantes a história do edifício, a caracterização do regime ditatorial português (1926-1974), os seus meios de repressão e opressão, assim como a resistência das oposições e da luta anticolonial e os movimentos independentistas de libertação, até ao derrube da ditadura e o 25 de Abril de 1974. Podendo ser criticável o turismo político porque existem valores que não podem e nem devem ser mercantilizados, pode, no entanto, constituir uma das formas mais viáveis de salvaguardar o património histórico, social e cultural para fomentar os valores da liberdade e da democracia e que não deixem esquecer e apagar as atrocidades cometidas por uma ditadura de 48 anos que submeteu Portugal e os portugueses a um dos sistemas políticos mais opressivos e repressivos do Século XX. No dia 27 de Abril de 2024, a Fundação José Saramago (FJS) organizou um passeio intitulado “Visita a Peniche: Uma prisão levantada em museu” com o objectivo final de participar na inauguração do Museu Nacional Resistência e Liberdade (MNRL), mas antes desta cerimónia de inauguração deram início pela primeira vez a uma futura grande rota do 25 de Abril com o percurso “Antes da Liberdade, o fascismo passou por aqui”, a partir de algumas obras de José Saramago e de testemunhos, percorremos locais da repressão fascista em Lisboa. Iniciativa que, segundo as organizadoras, deverá continuar a ser realizada regularmente no âmbito das actividades da Fundação José Saramago (FJS). Na passagem pela anterior sede da PIDE/DGS situada na Rua António Maria Cardoso n.º 22 em Lisboa, agora um condomínio de luxo, na parte exterior da fachada do edifício apenas está afixada uma placa de mármore que um grupo de cidadãos anónimos instalou em 1980, com a seguinte gravação: “Aqui, na tarde de 25 de Abril de 1974 a PIDE abriu fogo sobre o povo de Lisboa e matou: Fernando C. Giesteira, José J. Barneto, Fernando Barreiros dos Reis e João Guilherme R. Arruda. Homenagem de um grupo de cidadãos. 25-4-1980”. Este acontecimento foi recentemente registado no filme “Revolução (sem) Sangue” (2024) de Rui Pedro Sousa, que veio colocar em causa o mito da Revolução sem Sangue, o qual tem sido perpetuado através de discrusos políticos na memória e consciência colectiva do povo português. Pessoalmente, foi um privilégio ter tido a oportunidade de participar na referida iniciativa, a qual me permitiu testemunhar a importante materialização da memória da ditadura fascista num espaço real e simbólico para a sua perpetuação com a instalação do Museu Nacional Resistência e Liberdade (MNRL) na Fortaleza de Peniche. O Museu Nacional Resistência e Liberdade (MNRL) é desde logo classificado como um museu nacional, portanto, não circunscrito apenas à Cadeia do Forte de Peniche que teve como objectivo inicial o encarceramento de presos políticos e tem por missão “investigar, preservar e comunicar a memória da Resistência ao regime fascista português, a partir dos testemunhos e experiências daqueles e daquelas que lutaram pela Liberdade e pela Democracia” e “Resistência e Liberdade” é o título da exposição que assinala a inauguração do Museu com o objectivo de transmitir às gerações mais jovens e às futuras “a ideia de que a liberdade conquistada a 25 de Abril de 1974 é um desígnio comum”. A criação do Museu Nacional Resistência e Liberdade (MNRL) veio colocar Portugal no roteiro internacional dos chamados Museus de Memória, evocativos de lutas travadas em nome da liberdade e dos direitos humanos. Depois de terem passado de 50 anos sobre a Revolução dos Cravos já existe algum distanciamento temporal suficiente para que o 25 de Abril possa ser tratado de uma forma mais científica com base em factos e testemunhos entretanto recolhidos que permitam, de uma forma o mais objectiva possível, descrever o terrível sistema político opressivo então vigente deixando eventualmente espaço a todas as possíveis e divergentes interpretações desses factos dada a complexidade desta temática em termos políticos e ideológicos. A memória da ditadura deve converter-se em tema de musealização com a abertura de espaços museológicos que a preservem e o 25 de Abril é um fenómeno potenciador do turismo político e pode ser aproveitado se tiver um cariz de natureza essencialmente educativo e de formação cívica para as actuais e futuras gerações e o Museu Nacional Resistência e Liberdade (MNRL) passou a constituir um extraordinário espaço museológico de memória e homenagem à resistência e à luta antifascista de todos aqueles que estiveram presos, foram tprturados e até morreram nas cadeias políticas do fascismo no Aljube, nos Fortes de Caxias e de Peniche ou no Campo do Tarrafal, na ilha de Santiago, no arquipélago de Cabo Verde. Na passagem dos 50 anos do 25 de Abril fica aqui esta breve nota para que entre a memória e o esquecimento seja ainda possível registar o conhecimento actual de um cruel e poderoso aparelho repressivo fascista a que o povo português esteve submetido durante uma ditadura fascista de quarenta e oito anos que o golpe militar dos “Capitães de Abril” derrubou e que com o extraordinário apoio popular logo manifestado nesse dia inicial inteiro e limpo permitiu a “Revolução dos Cravos”, deixando aqui a minha singela homenagem aos que sacrificaram a liberdade e a vida na luta pela democracia na passagem dos 50 anos da libertação dos presos políticos que ocorreu no dia 27 de Abril de 1974 e que no dia 27 de Abril de 2024 ficou assinalado com a inauguração do Museu Nacional Resistência e Liberdade na Fortaleza de Peniche. 1. Cantado por Amália Rodrigues com música de Alain Oulman e que ficou conhecido como “Fado de Peniche”.
Hoje Macau China / ÁsiaEstudo indica que progresso tecnológico chinês está a remodelar geopolítica mundial Um estudo ontem divulgado concluiu que os avanços tecnológicos da China estão a remodelar a geopolítica mundial, apesar dos esforços dos Estados Unidos para contrariar a influência crescente de Pequim. “O poder crescente da China” e a expansão das tecnologias emergentes, incluindo na inteligência artificial, redes 5G e computação quântica, “são fundamentais para impulsionar mudanças na geopolítica mundial”, disse Maria Papageorgiou, uma das autoras do estudo e professora na Universidade de Exeter, no Reino Unido, num comunicado emitido pela instituição. A análise, publicada na revista Chinese Political Science Review, baseia-se na teoria do “equilíbrio das ameaças”, segundo a qual os Estados consideram os níveis de ameaça externa juntamente com o seu poder interno quando tomam decisões. “Confrontados com uma ameaça, os Estados, num sistema internacional anárquico, podem equilibrar a ameaça ou alinhar com a fonte da ameaça”, explicou. Os analistas afirmaram que uma “coligação de equilíbrio” global foi formada pelos Estados Unidos e países aliados, que utilizam sanções, proibições de exportação e a formação de alianças estratégicas para reduzir o alcance da China nas tecnologias emergentes. O desenvolvimento de tecnologias emergentes, que têm “implicações imprevisíveis” na segurança nacional, “exige uma reavaliação do papel da tecnologia nos assuntos internacionais e do seu impacto no sistema internacional”, escreveu a equipa. Embora as percepções do poder de um país sejam frequentemente limitadas pela proximidade geográfica, a natureza transfronteiriça dessas tecnologias emergentes torna-as “desimpedidas pelas defesas tradicionais do ar, da terra ou do mar”, lê-se. De acordo com os autores, entre 2017 e 2023, a posição da China como um “concorrente quase par dos EUA” a nível tecnológico levou Washington a “investir mais do que a China e a restringir o seu acesso a certas tecnologias críticas, novos mercados e recursos necessários para o progresso tecnológico”. Pé de igualdade Em 2021, os EUA proibiram investimentos em 59 empresas chinesas no sector dos ‘chips’ semicondutores, incluindo a Huawei. No ano seguinte, entrou em vigor a Lei de Chips e Ciência, que visa impulsionar o investimento na indústria norte-americana de semicondutores. Outros países “seguiram as pegadas”, referiu o estudo, apontando para o acordo entre EUA, Países Baixos e Japão, em Janeiro de 2023, para “travar a venda de algumas máquinas avançadas de fabrico de ‘chips’ e restringir as vendas de semicondutores avançados à China”. “A aceitação das recomendações políticas dos EUA, que por vezes ocorre após meses de árduas negociações, representa um esforço conjunto dos aliados para impedir a aquisição pela China de tecnologia de ponta em semicondutores, com o objectivo de preservar a sua própria superioridade tecnológica”, escreveu a equipa. Embora a China ainda esteja atrás dos EUA nas principais tecnologias de IA, este é um sector em que a China “passou a competir com os EUA” e começou a exportar a sua tecnologia, acrescentaram. “Como resultado, mais de 60 países usam exclusivamente a tecnologia chinesa de vigilância de IA, a maioria dos quais em África e na América Latina”, referiu. A China tornou-se dominante na adopção global do 5G, com a Huawei a liderar a implementação global, sendo responsável por 91 contratos comerciais, principalmente com países em desenvolvimento na Ásia. “Os EUA envolveram-se numa campanha agressiva para convencer os parceiros europeus a banir os fornecedores chineses da rede 5G”, escreveu a equipa. Os investigadores também apontaram para o Conselho de Comércio e Tecnologia UE-EUA, que sinaliza “uma potencial aliança para combater a expansão da tecnologia chinesa”. O conselho foi criado em 2021 para se concentrar nos controlos de exportação e nas preocupações com as tecnologias emergentes.
Hoje Macau China / Ásia1º Maio | Viagens domésticas na China aumentam 7,6% durante feriados A China registou cerca de 295 milhões de viagens turísticas domésticas nos feriados do Dia dos Trabalhadores, mais 7,6 por cento, em termos homólogos e mais 28,2 por cento relativamente ao mesmo período de 2019, foi ontem anunciado. O número, divulgado pelo Ministério da Cultura e Turismo, ultrapassa assim os níveis anteriores à pandemia da covid-19. As autoridades já tinham previsto um aumento significativo da actividade turística durante este feriado, que decorreu entre 1 e 5 de Maio, com as reservas a apontarem para uma preferência por viagens de longa distância dentro do país. A China registou ainda cerca de 8,47 milhões de viagens de entrada e saída das fronteiras durante o feriado, um aumento de 35,1 por cento em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com a Administração Nacional de Imigração chinesa. O número diário de viagens atingiu o pico na sexta-feira, com um recorde de mais de 1,8 milhões, disse a administração. Cerca de 4,77 milhões eram viajantes do continente, enquanto os viajantes de Hong Kong, Macau e Taiwan representaram 2,92 milhões e os visitantes estrangeiros 779.000. Estes três números representam aumentos substanciais em relação ao ano anterior, com subidas homólogas de 38 por cento, 20,8 por cento e 98,7 por cento, respectivamente, disse a administração. O sector do turismo, um dos mais atingidos pela pandemia e pela política “covid zero” que fechou as fronteiras da China durante três anos, dá agora sinais de retoma, impulsionado pelo aumento das despesas dos turistas chineses.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim insta Filipinas a “regressar ao diálogo” para resolver litígios territoriais A China instou ontem as Filipinas a “resolver as diferenças através do diálogo e da consulta”, após repetidos confrontos entre navios de ambos os países em águas disputadas no Mar do Sul da China. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, sublinhou ontem, em conferência de imprensa, os “esforços e a sinceridade” da China para gerir as diferenças através do diálogo e da consulta. Lin referiu-se a um “acordo de cavalheiros” alcançado no final de 2021 entre a China e as Filipinas, que “reflecte a intensa comunicação e negociação bilateral” entre as duas partes, embora o porta-voz tenha acusado Manila de não ter honrado o acordo em Fevereiro passado. O porta-voz disse que o seu país “negociou repetidamente através dos canais diplomáticos com o comando militar filipino no início deste ano para estabelecer um ‘novo modelo'” para o fornecimento de bens essenciais ao Atol de Ayungin, onde as Filipinas têm um pequeno destacamento num antigo navio militar, o Sierra Madre, que está encalhado desde 1999 para reivindicar a soberania sobre o local. Segundo Lin, este acordo deveria ter sido aplicado em Fevereiro passado, mas foi abandonado pouco depois por Manila. “As declarações das Filipinas não podem negar os factos objectivos dos acordos alcançados, incluindo o ‘acordo de cavalheiros’, o entendimento interno e o ‘novo modelo'”, disse o porta-voz. Lin sublinhou que estes entendimentos e consensos têm como objectivo gerir as diferenças, evitar conflitos, criar confiança e manter a paz e a estabilidade na zona. Meter água Na passada terça-feira, navios da guarda costeira chinesa voltaram a disparar canhões de pressão de água contra navios filipinos, causando danos materiais, nas águas disputadas ao largo do Atol de Scarborough. Em Março passado, ocorreram incidentes em que navios da Guarda Costeira e milícias chinesas utilizaram canhões de água sob pressão contra navios filipinos em missões de abastecimento na Sierra Madre. Desde que chegou ao poder, em Junho de 2022, o Presidente Ferdinand Marcos Jr. reforçou os laços de defesa com os EUA e criticou Pequim relativamente às reivindicações de soberania no Mar do Sul da China. Em Julho de 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu a favor das Filipinas numa sentença contra a China sobre a soberania no Atol de Scarborough, que fica a menos de 321 quilómetros da ilha filipina de Luzon e estaria dentro da área económica exclusiva de Manila de acordo com o direito internacional. Pequim não acatou a decisão, alegando razões históricas para a reivindicação de soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, uma reivindicação que entra em conflito com as de outros países, incluindo Vietname, Malásia e Brunei. Por estas águas estratégicas, onde os Estados Unidos defendem o direito à livre navegação, passa 30 por cento do comércio marítimo mundial. A região alberga ainda 12 por cento das zonas de pesca do mundo, bem como jazidas de petróleo e gás.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping na Europa | França deve procurar “meio termo”, escreve imprensa chinesa A viagem a França do Presidente chinês, Xi Jinping, constitui uma “oportunidade” para Paris ser “sincera” e “chegar a um meio-termo”, com vista a “contribuir para a estabilidade da economia global”, defendeu ontem a imprensa chinesa. “Espera-se sinceramente que a França chegue a um meio-termo com a China, promovendo uma maior cooperação bilateral em matéria de comércio e investimento, através de uma melhor comunicação e coordenação, contribuindo, em última análise, para a estabilidade e prosperidade da economia global”, afirmou o jornal estatal Global Times, em editorial, numa altura de crescentes tensões económicas e comerciais entre a União Europeia (UE) e a China. A Europa tem de ver a China de uma “perspectiva global”, algo que “beneficiaria o mundo”, porque “a China é uma oportunidade”, afirmou He Zhigao, do Instituto de Estudos Europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais, citado pelo Global Times. “Mas se a Europa ficar do lado dos Estados Unidos, só verá a China como um desafio”, vincou. Xin Hua, do Centro de Estudos da União Europeia da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, considerou que a orientação estratégica da França desempenha “um papel decisivo” na UE e que, enquanto os dois países mantiverem uma interação positiva, as relações entre Pequim e o bloco permanecerão “estáveis”. “Embora tenha havido altos e baixos nas relações entre China e UE, nos últimos anos, a atitude e a postura cooperativa da China e da França em muitas questões permaneceram estáveis. Desde o ano passado, os intercâmbios a todos os níveis entre a China e a Europa foram totalmente retomados e cada vez mais os europeus reconhecem a boa vontade da China”, apontou. “Para a Europa, a China é uma oportunidade e não um risco. Somos um parceiro e não um rival. De um modo geral, a vontade da Europa de cooperar com a China está a aumentar”, acrescentou. Espinhos atravessados Os analistas citados pelo Global Times não mencionaram algumas das questões mais espinhosas da relação, como a situação dos Direitos Humanos na China ou as tensões comerciais, especialmente depois de Bruxelas ter anunciado medidas para combater práticas que considera injustas, nomeadamente a subvenção maciça de alguns sectores que inundam o mercado europeu. Analistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, afirmaram ontem que as restrições europeias aos automóveis fabricados na China “não vão impedir” os principais fabricantes de automóveis chineses, desde a BYM à Chery Automobile, “de prosseguirem as suas ambições globais”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteXi Jinping na Europa | Paris e Pequim querem relação harmoniosa O Presidente chinês, Xi Jinping, está em Paris, onde reuniu com Macron e Von der Leyen, naquela que é a sua primeira visita à Europa após o fim da pandemia. Depois de França, o périplo europeu inclui também visitas à Hungria e Sérvia A França comprometeu-se ontem a manter uma relação equilibrada entre a China e a União Europeia (UE) num encontro dos Presidentes dos dois países em Paris, em que participou a presidente da Comissão Europeia. “A nossa vontade é ter uma relação equilibrada com a China”, afirmou o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, antes do início da reunião com Xi Jinping e Ursula von der Leyen no Palácio do Eliseu. Macron exigiu “regras justas para todos” no comércio entre a Europa e a China, segundo a agência espanhola EFE. “O futuro do nosso continente dependerá claramente da nossa capacidade de continuar a desenvolver as relações com a China de uma forma equilibrada”, disse Macron, também citado pela agência francesa AFP. Nas breves declarações à imprensa antes da reunião à porta fechada com Xi e Von der Leyen, o líder francês aludiu às tensões económicas e comerciais entre a China e a UE. A UE anunciou nos últimos meses medidas de protecção contra práticas que considera injustas por parte de Pequim, nomeadamente a subvenção de certos sectores cujos produtos inundam o mercado europeu. Macron disse que existem outras preocupações que serão discutidas com o Presidente chinês, e falou das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. “São duas grandes crises em que a coordenação entre nós é absolutamente crucial”, afirmou. Xi apelou para que a China e a UE reforcem a “coordenação estratégica” e se mantenham parceiros, num contexto de numerosos litígios que vão do comércio aos direitos humanos. “Como duas grandes potências mundiais, a China e a UE devem permanecer parceiros, prosseguir o diálogo e a cooperação, aprofundar a comunicação estratégica, reforçar a confiança mútua estratégica, consolidar o consenso estratégico e empenhar-se na coordenação estratégica”, disse Xi. Segundo o líder chinês, “o objectivo é promover o desenvolvimento estável e saudável das relações entre a China e a UE, e dar constantemente novos contributos para a paz e o desenvolvimento no mundo”. Diferenças de parte A UE considera oficialmente a China como um parceiro, mas também como um concorrente e um rival sistémico. As relações entre Pequim e Bruxelas tornaram-se significativamente tensas sobretudo desde que a UE lançou uma investigação sobre os subsídios do gigante asiático aos carros eléctricos em 2023. A China foi também criticada pelo Ocidente, nomeadamente pelos europeus, relativamente à questão da Ucrânia. Embora apele ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, a China nunca condenou publicamente a Rússia. Pequim também reforçou as relações diplomáticas e económicas com Moscovo desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em Fevereiro de 2022. Apesar das diferenças, Pequim considera Bruxelas um parceiro mais estável e previsível do que os Estados Unidos, que nos últimos anos intensificaram as restrições comerciais e as declarações políticas hostis em relação à China. “Esperamos que as relações sino-francesas e sino-europeias se reforcem mutuamente e se desenvolvam em conjunto”, disse Xi a Macron e a Von der Leyen. Xi Jinping iniciou ontem em França a primeira visita à Europa desde a pandemia de covid-19, que inclui também Hungria e Sérvia, dois países considerados próximas da China e da Rússia.
Hoje Macau Via do MeioLu Xun – Como nasceu um gigante da literatura Por Gong Yuhong Em Setembro de 1881, na pequena cidade de Shaoxing, no sul da China, nasceu um bebé chamado Ah Zhong. Quando o rapaz foi para a escola, era conhecido pelo nome Zhou Zhangshou, que depois foi alterado para Zhou Shuren. Mais tarde, este rapaz viria a ser conhecido como Lu Xun, o gigante literário da China moderna e agitador que escreveu as seguintes palavras: “Pensei: não se pode dizer que a esperança existe, nem que não existe. É como as estradas que atravessam a terra. Porque, na verdade, a terra não tinha estradas no início, mas quando muitos homens passam por um caminho, faz-se uma estrada.” Lu Xun viveu numa época em que os últimos 3000 anos de glória dinástica já estavam enterrados sob ruínas vãs. O orgulho da nação chinesa esmorecia num sonho de ópio. Mas em vez de acreditar no esquecimento eficaz em posição reclinada, Lu Xun, o escritor, escolheu erguer-se na esperança. Para ele, o desespero era tão vazio e enganador como a esperança. Ambos eram hipocrisia para Lu Xun. O descontentamento levou-o a preservar a semente do futuro, impedindo que esse mesmo futuro fosse prejudicado por hipócritas políticos e literários. Ansioso por deixar o passado para trás, Lu Xun estava grávido da aurora de uma nova era que o seu instinto criativo pressentia. A literatura era a sua missão auto-imposta. Não queria repetir os mesmos erros, utilizando as mentiras elegantes e as certezas falaciosas da tradição antiga, e as suas palavras correspondiam à sua ação. As suas letras, radicalmente armadas, defendiam a reforma cultural através da auto-reforma: “[…] um povo incapaz de se reformar também não será capaz de preservar a sua velha cultura.” O espelho afiado da sinceridade e da clareza acabou por dar origem ao primeiro modernista da China, que inventou o “Fluxo de Consciência” – vários anos antes de Virginia Woolf. A vida apresenta escolhas. A escolha inicial de Lu Xun foi medicina. Em 1902, recebeu uma bolsa para estudar no Japão, onde entrou em contacto com um grande número de obras filosóficas e literárias e começou a pensar na questão da natureza humana e da natureza da nação. Em 1904, Lu Xun foi formalmente inscrito na Escola de Ciências Médicas de Sendai (actual Universidade do Nordeste do Japão) para estudar medicina. Um dia, a escola organizou a projecção de um filme de propaganda sobre a guerra russo-japonesa, em que um chinês era executado por espionagem a favor dos russos. Lu Xun ficou furioso com a indiferença e a passividade da nação chinesa. Começou a aperceber-se de que a doença dos chineses não estava no corpo, mas na mente. Tinha de trabalhar em novas ideias. Então o jovem dedicou-se à escrita e à tradução. Não era de estranhar. Desde tenra idade, Lu Xun tinha sido um fervoroso diarista que retratava os seus pensamentos e dores em palavras. Mas agora estava conscientemente à procura de uma estética autêntica que uma nação moderna necessitava para despertar. Foi uma bela luta que deu origem ao Diário de um Louco – um grito reprimido que manteve o escritor inteiro. Um remédio de luto que começou a sua lúcida cura a partir de dentro, através do fluxo imparável e aparentemente desarticulado de palavras que, desde então, tem sido decifrado, interpretado, traduzido e mantido vivo por leitores e académicos de todo o mundo. Porque é que o louco (não) enlouqueceu? Existem muitas obras sobre “canibalismo ritual” ao longo da história literária chinesa. O que torna a personagem de Lu Xun tão especial? Para começar, é a primeira vez que a ligação entre um escritor e a cultura tradicional chinesa é escrutinada em estilo íntimo. Lu Xun fê-lo – segundo as suas próprias palavras – para salvar a alma chinesa. “Se dentro de uma casa de ferro, sem janelas e difícil de arrombar, encontrarmos muitas pessoas adormecidas, que em breve morrerão sufocadas, mas que, no entanto, não sentirão qualquer pena de morrer por terem durante muito tempo dormido. Mas agora levantastes a vossa voz e conseguistes despertar alguns dos mais despertos. Fazes com que esta minoria infeliz sofra infinitamente no seu leito de morte sem lhes dar uma cura. Achas que lhes fizeste bem?” Lu Xun escreveu em desespero que, para ele, era tão vão como a esperança. Lu Xun optou pela literatura para exprimir a sua urgência, embora receasse que, mesmo que a férrea tradição fosse derrubada, a sua sombra permanentemente continuaria, incapaz de desaparecer, como um fantasma que para sempre ocupa o espaço mental chinês. É por isso que o seu louco está a ler linhas escritas entre linhas antigas, canibalizando o futuro da nação. A linguagem do louco parece irregular e caótica. À procura de um género híbrido que combine ficção e notas pessoais, o escritor inventou uma poção mágica repleta de profundidade psicológica e drama. Uma nova narrativa nasce quando o louco acorda numa noite de luar. As treze secções de monólogo interno terminam com uma última frase de economia urgente: “Salvem as crianças!” O louco apela finalmente a todos para que acabem com o canibalismo embelezado, a fim de libertar a geração seguinte da vitimização do ciclo vicioso de comer ou ser comido. Para o mestre literário, a montanha-russa de disparates emocionais era a única coisa que fazia sentido! Somos sempre loucos quando estamos a fazer algo que mais ninguém faz. Tal como o protagonista de Kafka, Gregor Samsa, a riqueza de pensamentos e emoções do louco eram um heroísmo autónomo contra a rede familiar fria e corrupta do mundo. Uma declaração solitária de auto-defesa individual. A dor do louco é real e tão intensa como uma sombra interna, onde o amor se apagou, como o som dos cascos de um cavalo num pesadelo. Sofrer a preto e branco Após o declínio do movimento Arts and Crafts em Inglaterra e nos Estados Unidos, a Arte Nova ganhava terreno e evoluía para o Movimento das Artes Decorativas. Na China, o design moderno era ainda uma página em branco a ser preenchida. Em 1912, Lu Xun foi convidado por Cai Yuanpei, o então ministro da Educação, para dirigir o Departamento de Educação Social do Ministério. Desde esse ano até 1917, dedicou-se à cópia e compilação de inscrições antigas e à revisão de textos do passado. Todas estas tarefas contribuíram para o seu conhecimento da estética visual. Lu Xun interessou-se cada vez mais pelas belas-artes e pelo design gráfico. É certo que este interesse do escritor esteva intimamente relacionado com a sua obra literária. Em 1918, dois anos depois de Cai Yuanpei se ter tornado presidente da Universidade de Pequim, Lu Xun sentiu que a universidade precisava de um novo logótipo. Cai acreditava que Lu Xun tinha, sem dúvida, a visão estética e a capacidade técnica para criar um novo desenho que reflectisse a antiga raiz da caligrafia chinesa e injectasse uma vitalidade orientada para o futuro condicente com uma instituição moderna. Como resultado, Lu Xun fez jus à sua reputação ao desenhar o logótipo da Universidade de Pequim, que ainda hoje é utilizado. Depois disso, foi para ele natural continuar a desenvolver o design gráfico moderno. A sua visão do design consistia num modernismo arrojado, combinado com raízes chinesas. Lu Xun admirava as obras da gravurista alemã Käthe Kollwitz, inserindo o seu estilo progressista no contexto chinês. O design gráfico de Lu Xun destacou-se pelo seu alcance criativo, acompanhado pelas suas muitas obras-primas literárias, escritas depois do Diário de um Louco, sendo este conto a primeira ficção de sempre em chinês moderno. Simples e conciso, o seu estilo gráfico centrava-se na tipografia. Como designer, gostava muito do desenho de tipos de letra e de motivos decorativos a preto e branco e, no desenho de tipos de letra, preferia um estilo caligráfico. A função fala e o esquema de cores reforça a mensagem transmitida. Actualmente, Lu Xun é também aclamado como o pai da gravura chinesa moderna, pioneiro em estilos de vanguarda trazidos da União Soviética e do Ocidente, como a Bauhaus. Era um sofrimento expresso numa composição e disposição provocadoras. O sofrimento não como um fardo, mas antes como uma âncora, que o mantém no lugar como um gigante destacado. O preto e branco como afirmação do ser, curando e remodelando a recém-encontrada integridade da China moderna. A influência da visão estética de Lu Xun – vermelho extravagante em preto e branco – perdura até hoje.
Hoje Macau EventosInstrumentos chineses dominam nova edição de conferência em Portugal A sétima edição da “Conferência de Lisboa: Música Chinesa e Instrumentos Chineses” [7th Lisbon Conference: Chinese Music and Musical Instruments] decorre desde ontem em Mafra, terminando hoje o programa que se dedica a reunir músicos e académicos em torno dos instrumentos tradicionais chineses e académicos. O evento é patrocinado pela Fundação Jorge Álvares (FJA) e conta com apoio do Centro Científico e Cultural de Macau e da Fundação Europeia para a Pesquisa da Música Chinesa [European Foundation for Chinese Music Research]. Segundo a FJA, uma das inovações desta edição é a abordagem “de algumas tradições musicais de outros países da Ásia, nomeadamente da Índia, da Indonésia e, ainda, de outros pontos do sudeste asiático”. Participam neste evento 25 académicos, portugueses e estrangeiros, oriundos de 11 países. Nas suas comunicações serão apresentados temas relacionados com a música e os instrumentos musicais chineses, quer no âmbito da etnomusicologia, quer da musicologia histórica. A par das comunicações académicas serão realizados alguns concertos e recitais cujo repertório inclui música chinesa, música indonésia e também a fusão instrumental de música chinesa e indiana. A conferência mantém como principal objectivo “a sensibilização do meio académico para o estudo sistémico da música e respectivo instrumental asiáticos, assim como a divulgação de géneros musicais de outras culturas asiáticas junto de um público generalizado”. Peregrinação e outras histórias Hoje será apresentado, no programa que decorre no Palácio Nacional de Mafra, a conferência “Sons de Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto: Identificação e Caracterização dos Componentes mais Relevantes”, da autoria de Helena Santana, da Universidade de Aveiro. Enio de Souza, pesquisador sobre a música tradicional chinesa, ligado ao Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa e presidente do comité deste evento, irá apresentar “A Música Chinesa e os Instrumentos Musicais em Fontes Portuguesas”. Destaque ainda para uma sessão em que se fará uma “aproximação à música tradicional da Indonésia”, por Arif Bakhtiar, da Embaixada da República da Indonésia em Lisboa.
Hoje Macau EventosFRC | Inaugurada hoje mostra sobre caligrafia e pensamento sino-português É hoje inaugurada na Fundação Rui Cunha, a partir das 18h30, a exposição “Caligrafia do Pensamento em Português e Chinês”, da autoria de Fernando António e Choi Chun Heng. O público pode, assim, ver, 60 obras que espelham 30 pares de aforismos em português e chinês, pintados com recurso à caligrafia Quem aprecia a arte da caligrafia pode ver, a partir de hoje, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC), uma nova exposição. Trata-se de “Caligrafia do Pensamento em Português e Chinês”, da autoria dos artistas Fernando António e Choi Chun Heng. A mostra reúne, no total, 60 obras com 30 pares de aforismos representados pela arte da caligrafia nas duas línguas de Macau, o português e o chinês. Segundo um comunicado da FRC, o projecto que agora se apresenta nasceu pela mão de Fernando António que, já nos tempos de escola, começou a sentir interesse pela caligrafia. Citado pelo mesmo comunicado, Fernando António revelou que depois, ao longo da vida adulta, continuou “a praticar nas décadas seguintes e a melhorar substancialmente as capacidades”. “Ao longo dos anos, tive a oportunidade de ter aulas de caligrafia e pintura tradicional chinesa, onde aprendi sobre o pincel chinês Hui e a tinta Hui, bem como o papel Xuan (papel de arroz) com o seu sabor distinto”, acrescentou. Foi assim que surgiu a Fernando António a ideia de “escrever caligrafia portuguesa”, uma experiência que o “satisfez e agradou a outros”. A pares Quando percebeu que a sua ideia tinha sido bem-sucedida, Fernando António convidou o mestre de caligrafia Choi Chun Heng para fazer a exposição conjunta que agora se apresenta ao público. A ideia era expressar pensamentos caligrafados nas duas línguas oficiais de Macau. Fernando António é um calígrafo e coleccionador local, além de ser presidente do Conselho Fiscal da Associação de Pintura e Caligrafia do Oriente de Macau. O seu nome já esteve presente na terceira exposição de obras dos membros da referida associação, co-organizada pela FRC em Setembro de 2019. Já Choi Chun Heng é amador de caligrafia, pintura, música, arte popular e coleccionismo, sendo também presidente da Casa de Arte Da Feng Tang de Macau. Actualmente aposentado da Administração Portuguesa, tem-se dedicado à arte como instrutor do curso de formação em caligrafia chinesa na Universidade de Macau, além de diversas escolas primárias e secundárias e outras associações locais. Nos últimos 20 anos realizou muitas exposições de caligrafia e pintura em Hong Kong, Macau, Taiwan e outras cidades da região. O seu trabalho ganhou o Campeonato de Caligrafia de Macau em 1989, tendo apresentado programas de educação moral como “Disciple Rules” e “Normal Mind – Ordinary Things”, exibidos nos canais de televisão de Macau. A exposição na FRC fica patente até ao dia 18 de Maio.
Hoje Macau SociedadeHengqin | Arrancaram excursões sob nova política de vistos O Governo acompanhou o primeiro grupo de 16 excursionistas, oriundos de Guangdong, que ontem realizou a primeira viagem a Macau ao abrigo da nova política de vistos com múltiplas entradas entre o território e Hengqin. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), este grupo esteve três dias e duas noites entre Macau e Hengqin, pernoitando nos dois locais. Em Macau, foi feito um passeio pelos bairros comunitários na península e ilhas, com destaque para o centro histórico, vila de Ka-Hó, em Coloane, Casas-Museu da Taipa ou Rua da Felicidade. Houve tempo para compras, experiências gastronómicas ou outras actividades de lazer. A DST espera, com esta nova política de vistos, “explorar e promover mais itinerários característicos [das duas zonas]” além de “aproveitar o mercado das excursões conjuntas e continuar a expandir as fontes de visitantes”. Recorde-se que a política de vistos de múltiplas entradas entre Macau e Hengqin foi aprovada oficialmente a 28 de Abril com a publicação do documento oficial pela Administração Nacional de Imigração da China. Assim, cidadãos do interior da China podem participar em excursões de sete dias com entrada e saída através do Posto Fronteiriço de Hengqin. O primeiro dia da nova medida aconteceu ontem, esperando-se, com esta nova política, “alargar o mercado de visitantes do Interior da China para Macau e Hengqin, beneficiar os negócios das agências de viagens e a actividade dos guias turísticos dos dois lados”, além de “acelerar o desenvolvimento integrado entre a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Mais sociedades no primeiro trimestre Nos primeiros três meses deste ano foram constituídas em Macau 1.117 sociedades, mais 12 do que no mesmo período de 2023, e foram dissolvidas 228, menos três do que no primeiro trimestre do ano passado, segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). É também indicado que o crescimento líquido do número de sociedades foi de 889. Entre as sociedades constituídas, 372 eram do sector do comércio por grosso e retalho e 339 do sector dos serviços prestados a empresas. O capital social das novas sociedades totalizou 203 milhões de patacas, valor que representa uma quebra trimestral de 15 por cento, dos quais 47 milhões de patacas, ou 23 por cento, diziam respeito a sociedades que se dedicam a “investigação e exploração de produtos de tecnologia de ponta, à venda destes produtos e à prestação de serviços de tecnologia informática”. Em relação à origem do capital social, a DSEC revela que 54,7 por cento foi de Macau e 35,3 por cento da China. Analisando por escalão de capital social, 70,5 por cento das novas sociedades tinham capital social inferior a 50 mil patacas.
Hoje Macau PolíticaIAS | Cerca de 6.000 idosos residentes no Interior em 2023 No ano passado, cerca de 6.000 residentes séniores de Macau, que receberam o subsídio para idosos, residiam no Interior da China. Destes, mais de 4.000 viviam nas nove cidades da Grande Baía, indicou o presidente do Instituto de Acção Social, Hon Wai, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Leong Sun Iok. O responsável aponta que “de acordo com as informações obtidas, os idosos de Macau voltam para a sua residência no Interior da China, onde passam a vida na velhice, principalmente, em casa de parentes e amigos, no domicílio e na comunidade”. Porém, Hon Wai salienta que o número de idosos que escolhem ficar em lares na China é menor, exemplificando a tendência revelando que actualmente menos de 80 residentes de Macau residem em lares de idosos em Zhuhai. O presidente do IAS levanta também a hipótese de os cofres públicos da RAEM financiarem instalações no Interior. “O Governo da RAEM, com experiências de criação do centro de serviços para idosos, de uma forma pioneira e experimental, no projecto “Novo Bairro de Macau” […] em Hengqin, explora um modelo adequado para criar equipamentos de serviços para idosos no Interior da China.”