Filipa Araújo Manchete SociedadeServiço de transporte em carros privados chega a Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Uber está no mercado de Macau, tendo iniciado a fase experimental. Foi através de uma resposta via email que a empresa confirmou, ao HM, a sua presença no território. “É com grande satisfação que vos informamos que o serviço Uber foi lançado em Macau. Estamos muito entusiasmados por trazer este novo sistema de transporte de alta qualidade aos residentes de Macau e turistas”, lia-se na resposta. A empresa indicou ainda que depois de receber centenas de perguntas sobre a existência do serviço em Macau e depois de mais de 127 mil acessos à aplicação móvel em Macau, foi decidido implementar o serviço no território. Ainda em período de teste, a empresa de transporte privada já está a circular pelas estradas de Macau, podendo haver, por agora, “carros limitados para o serviço”. Alta procura Tomás Campos é o nome do responsável pelo lançamento do serviço no território. “A procura em Macau, mesmo antes da aplicação ser lançada, era tremenda. Até hoje, 127 mil usuários abriram a aplicação em Macau para ver se conseguiam aceder ao serviço, incluindo centenas de residentes locais e usuários de 70 países. Estamos muito entusiasmados por finalmente estarmos aqui”, cita o comunicado enviado pela empresa. O cantor pop chinês Siufay foi a cara escolhida para testar o serviço e fez a sua primeira viagem num carro destes na manhã de ontem. “A experiência Uber é absolutamente incrível – o carro chegou em apenas três minutos”, pode ler-se. Para poderem requisitar o serviço, os interessados têm de fazer o download da aplicação para iPhone ou Android, criar uma conta e registarem o cartão de crédito. Depois, é só esperar que o seu condutor o venha buscar.
Filipa Araújo SociedadeBitcoin | Pedida regulamentação. AMCM diz não ser responsável [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) assegura ao HM que a Bitcoin não está sujeita à sua supervisão. A resposta surge depois do envio de uma carta do activista Jason Chao à autoridade, pedindo mais regulamentação sobre o uso da moeda digital. Especialistas no sector da economia pedem a regularização da Bitcoin por, dizem, ser mesmo necessário. Ao HM, a AMCM diz que a Bitcoin “constitui uma mercadoria virtual, não sendo a mesma uma moeda legal, nem instrumento financeiro” que fique sujeito à supervisão da entidade. Na mesma resposta, o organismo adianta que a “utilização moedas virtuais envolve riscos, incluindo mas não se limitando aos riscos relacionados com o branqueamento de capitais e o financeiro do terrorismo”, pelo que é necessário os utilizadores “terem cautela” no uso da moeda. Este é, aliás, o único aviso dado pelo organismo, não se percebendo como é que o uso da Bitcoin acontece em Macau. Para Jason Chao o assunto é claro: “é necessária uma regulamentação” devido à necessidade de garantir a segurança na utilização desta mercadoria virtual, assim como para evitar crimes de capitais. Ao HM, a AMCM indica que não pode dizer se respondeu ou não ao activista, mas este diz que ainda espera obter resposta da AMCM, continuando à espera que as autoridades clarifiquem qual a posição do Governo perante a situação. É que Macau é a região com maior número de caixas de troca de Bitcoin por dinheiro. No total, são quatro as máquinas que se assemelham às de multibanco normal, três delas instaladas em lojas de penhores na zona dos NAPE. Zona cinzenta “Claro que é necessário regular esta situação”, começa por defender o economista Albano Martins. O profissional mostra-se totalmente contra este tipo de “meio que possam criar situações de fraudulência”. “Não estou muito dentro do assunto, mas de facto isto parece ser uma espécie de Dona Branca. Isto não é controlado”, reforça. De saudável, as Bitcoins, diz, não têm nada. “Nem de saudável, nem de equilíbrio, nem de protecção”, acrescenta. Questionado sobre a necessidade do Governo tomar uma posição, Albano Martins defende que “se existir um esquema de Dona Branca a circular fora dos Bitcoins a AMCM acaba por intervir, então porque é que neste caso não o faz?” A regulamentação é por isso “mais que precisa”, até porque, defende, é preciso “dar também garantia às pessoas que são mais ingénuas” aquando da sua aplicação e utilização. “Pode nem sequer existir nenhum problema, e estar tudo bem, mas é importante que haja pelo menos um mínimo de regulamentação que proteja os investidores”, remata. Fonte do HM ligada ao Direito e com interesse no mundo da moeda virtual explicou que a regulamentação “é sempre necessária, porque existe uma espécie de zona cinzenta”. “Quem tentar perceber o mundo das Bitcoins, e até assistir a conferências, vai perceber uma lacuna na explicação de toda a história. Como é que surgiu, se há ou não controlo e, também, em termos de segurança. A compra e venda desta moeda digital é anónima, logo mesmo que haja crime de capitais nunca se saberá”, explicou. Este tipo de aplicação tem de facto vantagens, diz, mas os riscos também são elevados. Algo que poderia terminar caso o “Governo decidisse actuar”. “É o Governo e a Assembleia Legislativa que devem decidir”, remata. Até ao fecho desta edição o Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, não apresentou qualquer resposta às perguntas colocadas por este jornal. Com Joana Freitas
Filipa Araújo EventosCulturismo | Atleta de Macau vai a Hong Kong para competição [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]edro Jorge Gomes foi um dos atletas de culturismo de Macau convidado para participar na competição Mr. Olympia, em Hong Kong, a acontecer entre os dias 24 a 25 de Novembro. Realizado pela primeira vez na Ásia, o momento pretende juntar atletas de todo o mundo, tendo a organização convidando culturistas da China, Macau, Hong Kong, Japão e de outros países também fora do continente asiático. “Estou muito contente por participar neste momento, pela primeira vez na Ásia. Ainda por cima é só por convite, o que seria mais difícil para participar. Pelo que sei, de Macau foram convidados cinco atletas”, explica ao HM Pedro Jorge Gomes. Mr. Olympia, conta, é a competição internacional que “muitos atletas ambicionam”. “Não sei se existe um prémio final, mas de qualquer das formas é muito importante a participação nesta competição para mim e para todos os atletas. Este é a melhor competição do mundo”, remata. Hong Kong foi o cenário escolhido para a primeira edição do Mr. Olympia, que acontece no Centro Internacional de Convenções e Exposições em Kowloon Bay.
Filipa Araújo PolíticaHabitação | Chui Sai On garante que haverá mais concursos no seu mandato [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]“Governo vai rever a legislação sobre a habitação económica e social”, garante o Executivo, num comunicado enviado à imprensa, citando o Chefe do Executivo, Chui Sai On. Depois das reivindicações da população durante a semana passada, o líder máximo do território avança com a garantia de revisão das leis, adiantando ainda que o mais recente concurso para a habitação económica não será o único do seu mandato, que ainda tem pela frente três anos. “Depois das recentes consultas públicas, o Governo compreende as opiniões da sociedade sobre as famílias nucleares e famílias não nucleares e também as candidaturas individuais, designadamente a dos jovens”, pode ler-se no documento, que acrescenta que, no futuro, o Governo irá apresentar à AL “o seu ponto de vista sobre a revisão da lei, tendo em consideração as opiniões recolhidas junto da população”. Chui Sai On afirmou compreender as exigências da sociedade e argumentou que para além da vontade, outrora manifestada pelo próprio, em reservar um grande número de terrenos na Zona A dos novos aterros para a construção de habitação pública, o Executivo quer, no caso de ganhar as acções judiciais relativamente ao terrenos desaproveitados, aproveitá-los para a construção do mesmo tipo de habitação. A decorrer os processos judiciais, o Chefe do Executivo explica que para já nada poderá adiantar, no entanto, caso o Governo ganhe o processo “então o serviço competente irá publica a informação”. Estoril em espera Com poucas novidades está o caso do Hotel Estoril já que, segundo o próprio Chui Sai On, o Governo espera agora pelo resultado da análise da consulta pública terminada em Setembro, sobre as expectativas da população quanto ao hotel e à piscina municipal. Pearl Horizon em estudo Sobre a salvaguarda dos interesses dos pequenos proprietários que compraram as fracções autónomas do Pearl Horizon em construção, Chui Sai On indicou que já deu instruções aos vários Secretários para iniciarem um estudo e análise quanto à questão. “A equipa está em campo e tem-se esforçado por acompanhar e esclarecerá este assunto junto da sociedade assim que concluir o estudo”, indicou.
Filipa Araújo PolíticaAL | Duas leis sobre condomínios e outro pedido de debate Condomínios e aproveitamento de terrenos são os assuntos a discutir já na próxima semana na AL. Novas regras para as administrações dos condomínios serão discutidas e levadas à análise na generalidade. É ainda debatida a eventual anulação dos passes mensais de estacionamento e decidido se um debate sobre os terrenos terá ou não lugar na AL [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Assembleia Legislativa (AL) já tem duas novas sessões plenárias marcadas para a próxima semana, que terão como temas principais de discussão a gestão de condomínios e a habitação económica e social. Os deputados viram admitidas pelo hemiciclo três propostas, sendo elas, a Lei da Actividade Comercial de Administração de Condomínios, o Regime Jurídico da Administração das Partes Comuns do Condomínio e a proposta de debate sobre a habitação económica e social apresentada pelo deputado Ng Kuok Cheong, a 13 deste mês. Ordem no prédio Depois de ouvidas quase duas mil opiniões, a Lei da Actividade Comercial de Administração de Condomínios vem tornar a licença das empresas obrigatórias, fazendo a distinção dos tipos de administração. É proposta ainda uma caução à empresa de administração de condomínios, para garantir o cumprimento das obrigações emergentes do exercício da actividade comercial de administração de condomínios. Propõe-se ainda, na mesma proposta de lei, a previsão de um mecanismo adequado de investigação e sanção que permita apurar as condutas ilegais e em consequência a aplicação de diferentes tipos de sanções aos infractores. Os tipos de sanção podem variar entre as duas mil patacas e as 500 mil patacas, podendo ainda ser aplicada a sanção acessória de interdição do exercício da actividade comercial de administração de condomínios, pelo período de um mês a um ano. Já o Regime Jurídico da Administração das Partes Comuns do Condomínio, o Governo propõe que os próprios condóminos se responsabilizem pelas tarefas de administração das partes comuns dos prédios e procedam, através da assembleia geral, à eleição dos membros da administração. Com a nova proposta serão ainda aperfeiçoadas as regras de funcionamento da assembleia geral do condomínio, para que seja aprovado um orçamento das despesas e outras questões. A proposta vem ainda permitir que o proprietário da fracção autónoma tem o exercício do direito do voto sobre determinados assuntos. Como último ponto da ordem do dia, na segunda-feira, está a análise pelos deputados do debate proposto por Ng Kuok Cheong, que pede que sejam chamados à AL responsáveis do Governo. O deputado diz que o Governo deve “planear quanto antes os lotes dos terrenos revertidos e dos novos aterros, por forma a aumentar a oferta de habitações económicas e sociais, e reactivar o regime de pontuação para a habitação económica, no intuito de encurtar o prazo de espera para os respectivos candidatos qualificados”. As três propostas serão apresentadas, discutidas e votadas na generalidade já no próximo dia 26 de Outubro, segunda-feira. Dois dias depois, na quarta-feira, vai ter lugar o debate proposto pelos deputados Song Pek Kei e Si Ka Lon, sobre o eventual cancelamento dos passes mensais dos estacionamentos públicos. As duas sessões começam às 15h00.
Filipa Araújo EventosDireito e Sexualidade em debate na Universidade de Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM), através do Centro de Estudos Jurídicos da Faculdade de Direito, vai organizar, nos dias 29 e 30 do corrente mês, a 8ª Conferência Internacional sobre as Reformas Jurídicas de Macau no Contexto Global, subordinadas, desta vez, ao tema “O Direito e a Sexualidade”. Em cooperação com a Fundação Rui Cunha e a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça, o evento vai contar com académicos e especialistas destas áreas, locais e provenientes da China continental, das regiões vizinhas de Hong Kong e Taiwan e de países parceiros, como Portugal e Brasil. A conferência é de dois dias, sendo vários as temáticas em discussão: actos sexuais com relevo criminal, o Direito e a prostituição, o Direito e a homossexualidade, a sexualidade e outras questões especiais de Direito são algumas delas. A conduzir a conferência vão estar académicos da Universidade de Coimbra, da Universidade de Porto, da Universidade Católica Portuguesa, da Universidade Federal do Paraná do Brasil, Universidade de Kainan de Taiwan, Universidade Panamericana e da Universidade de Macau assim como alguns especialistas locais e da China com experiência judiciária e legislativa. O início da conferência está marcado para as 9h00 e o fim para as 18h00. O segundo dia começa meia hora mais tarde e termina pela mesma hora. O Auditório do Edifício Anthony Lau da UM foi o local escolhido para a actividade, que decorrerá em Português e Chinês com interpretação simultânea. A entrada é livre.
Filipa Araújo Manchete PolíticaAL | Saída de Coutinho levará a novas eleições. Associações abertas a candidaturas No caso de Pereira Coutinho ser eleito para a Assembleia da República, poderão ter de existir novas eleições para o hemiciclo de Macau. Com um lugar vago para preencher, associações não fecham a porta à nova oportunidade [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]saída de José Pereira Coutinho, deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM), da Assembleia Legislativa (AL) poderá implicar eleições suplementares, apurou o HM. A hipótese de associações de deputados já eleitos concorrerem ao novo lugar não está posta de parte, mas também as de associações que não conseguiram um lugar na primeira ronda. À frente de Pereira Coutinho estão dois caminhos: a não eleição para a Assembleia da República (AR) e a continuidade das suas funções como deputado ou a eleição para a AR e o abandono, como manda a lei, do seu lugar na AL de Macau. Oportunidades à vista Em caso de vitória do candidato independente do partido “Nós, Cidadãos!”, o HM quis saber quem anseia o lugar de Pereira Coutinho. Questionado sobre a possibilidade da Associação Novo Macau avançar com uma candidatura, Jason Chao, vice-presidente, não nega. “Teremos que analisar, neste momento ainda não sabemos, até porque não sabíamos que era uma possibilidade. Mas claro, se avançarem com eleições para a Assembleia teremos de avaliar essa possibilidade”, afirmou, sem dar garantias, mas garantindo que “há uma possibilidade”. A deputada Kwan Tsui Hang, eleita pela União para o Desenvolvimento, afirma que o melhor é esperar que Pereira Coutinho seja eleito no próximo dia 4 de Outubro e só depois tomar uma decisão. Mas também não nega. “É uma hipótese, se formos a eleições a equipa irá considerar vários factores”, indicou. A número dois de Chan Meng Kam, Song Pek Kei, indicou que para já não existe uma decisão da equipa mas “não está excluída esta hipótese [de candidatura]”. O mais sensato será, diz, esperar que o deputado Pereira Coutinho vá para Portugal e depois avançar com a candidatura. “Não está excluída a hipótese de escolhermos uma nova pessoa para o lugar vago”, diz. Na hipótese de eleição de um quarto membro da lista liderada por Chan Meng Kam, a Associação dos Cidadãos Unidos de Macau seria o grupo com maior número de representantes na AL. Em 2013, Chan Meng Kam surpreendeu com a eleição de três deputados, algo nunca antes verificado. O empresário angariou mais de 26 mil votos. Também nas eleições desse ano nove deputados entre uma minoria de 14 foram reeleitos através de sufrágio directo, incluindo Pereira Coutinho, que conseguiu a eleição inédita de mais um candidato da sua lista. As candidaturas pró-democratas e dos operários foram as grandes derrotadas ao perderem um deputado cada uma, sendo que, no primeiro caso, Ng Kuok Cheong e Au Kam San foram reeleitos e, no segundo, apenas Kwan Tsui Hang garantiu um lugar por mais quatro anos na Assembleia Legislativa. O sufrágio directo contou com uma taxa de afluência de 55,02%, a mais baixa desde a transferência de soberania portuguesa do território para a China. Ponto nos is É ainda preciso esclarecer a grande dúvida: haverá ou não eleições? Segundo o artigo 19º do Estatuto para os deputados da AL, relativamente à perda do mandato, e o artigo 81º da Lei Básica, o deputado em causa perde o seu direito se for declarada incompatibilidade de cargo prevista nesta mesma lei. O que se verifica, porque – segundo a lei de Macau – os deputados não podem acumular cargos noutro países, logo Pereira Coutinho terá de abdicar de um deles. Indo mais longe, dando-se o caso de incompatibilidade de cargo, o deputado em causa é condenado a uma “pena”, segundo o artigo 20 do mesmo regulamento, prevista no artigo 307º do Código Penal, que indica que “sem prejuízo de regimes especiais previstos na lei (…) pode ser incapacitado para eleger membros do órgão legislativo ou para ser eleito como tal, por período de dois a 10 anos”. Definida a incompatibilidade de cargo do deputado, o mesmo Estatuto dos deputados para a AL explica que “procede-se a eleição suplementar ou a nova nomeação, conforme o caso”. Nesta situação será eleição pelo facto de Pereira Coutinho ser deputado eleito. Assim, o Governo tem 180 dias para avançar com novas eleições para ocupar o lugar deixado em aberto, sendo estas denominadas de eleições suplementares.
Filipa Araújo EventosSun Yat-sen | Relíquias em cinco museus de três regiões A filha de Sun Yat-sen, a sua vivência enquanto casada e a ligação ao pai dão o mote para uma exposição que chega a Macau vinda de outras regiões [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Museu de Macau vai receber a exposição “Casal Notável – Artefactos de Sun Wan, segunda filha de Sun Yat-sen e do seu marido Tai Ensai”, mostra co-organizada pelo Instituto Cultural, pelo Leisure and Cultural Services Department do Governo de Hong Kong, pelo Museu de Shenzhen, pelo Museu da História Revolucionária de Guangdong e pelo Museu Memorial da Mansão do Generalíssimo Sun Yat-sen, e concebida pelo Museu de Sun Yat-sen de Hong Kong e pelo Museu de Macau. Com inauguração marcada para hoje, no Museu de Macau, a mostra centra-se em Sun Wan, segunda filha do Presidente Provisório da República da China e revolucionário chinês Sun Yat-sen, e do seu marido Tai Ensai, revelando aspectos da sua vida enquanto casal e de Sun Yat-sen, bem como os esforços de Lu Muzhen para criar a filha Sun Wan. Sun Wan partiu na infância para o exterior para viver com a mãe, conhecendo o seu pai, o famoso revolucionário chinês, apenas com cinco anos já durante a revolução, indo posteriormente estudar para os Estados Unidos e estabelecendo-se em Macau após o seu casamento com Tai Ensai. Ensai também estudou nos Estados Unidos, regressando ao país para um posto governamental e mantendo, durante esse período, relações próximas com Sun Yat-sen. Após a morte de Tai Ensai e de Sun Wan, os seus pertences foram recolhidos por museus de Guangdong, Hong Kong e Macau. A exposição mostra as relíquias do espólio de cinco museus de Guangdong, Hong Kong e Macau, entre as quais uma máquina fotográfica Kodak de Tai Ensai e um Dicionário Mundial Conciso Inglês-Chinês frequentemente utilizado por Sun Wan. Patente até 10 de Janeiro de 2016, as exposições irão permitir aos visitantes ficarem a conhecer mais a fundo a vida de Sun Yat-sen e da sua família. A exposição é um projecto que nasceu da cooperação de museus de Guangdong, Hong Kong e Macau, estando anteriormente patente em Shenzhen, Cantão e Hong Kong e chegando este mês ao Museu de Macau. A fim de manter atractividade e interesse para o público, o conteúdo das exposições divergiu entre os quatro locais de modo a incorporar as especificidades de cada museu e os respectivos espólios. Ouvir para perceber Para além da exposição, o Museu de Macau organiza ainda duas palestras temáticas: “Valores de Família do Dr. Sun Yat-sen – tendo como centro Sun Yat-sen, Lu Muzhen e os seus filhos” e “As Tristezas e Alegrias da Vida de Sun Wan, filha do Dr. Sun Yat-sen”, nos dias 10 de Outubro e 14 de Novembro, respectivamente, das 15h00 às 17h00, no auditório do Museu de Macau. Ambas são conduzidas em Mandarim e contarão com Cai Huiyao, vice-director do Museu de Shenzhen, e Sun Xiao, Investigador e Curador-chefe fundador de Museu Histórico Rua de Zhong-Ying, como oradoers. Os lugares são limitados, devendo os interessados marcar a sua reserva. Workshops em dias diferentes A organização realiza ainda, nos dias 25 de Outubro, 22 de Novembro e 13 de Dezembro, entre as 14h00 e as 15h00 horas e entre as 15h30 e as 16h30 horas, duas sessões diárias de um workshop para famílias, intitulado “Tigela Cheia de Amor”, no qual as crianças usam os artigos em exposição como protótipos para a criação de uma “tigela” para a sua família de forma a enriquecer a sua experiência de visita.
Filipa Araújo Perfil PessoasAngeline Silva, educadora de infância: “A oportunidade que nunca tive” [dropcap style=’circle’]É[/dropcap]o olhar mais recente que a equipa do HM tem a oportunidade de partilhar. Chama-se Angeline Silva, mas é por Angie que a tratamos. Foi em Fevereiro que visitou pela primeira vez Macau. “O meu marido veio trabalhar para um projecto aqui em Macau”, começa por explicar. Um projecto que deu frutos e abriu a porta à possibilidade de Angie se ficar pelo território. “Vir para Macau tornou-se um objectivo pela presença do meu marido aqui, isso e a falta de oportunidades em Portugal”, partilha. A conversa começou logo ali, num parque exterior carregado de baloiços e risadas de mais de 20 crianças. Um choro aqui, um corrida para ali, o ambiente não podia ser mais descontraído e isso era evidente na cara de Angie: as crianças são a sua praia. “Tenho de colocar os meus meninos na aula de Mandarim, já volto”. É assim que a educadora de infância interrompe a conversa com o HM. Ao seu lado uma criança chorava, outra sentava-se no chão sem vontade de parar de brincar. Em Inglês, Português e noutras expressões que, para nós, são difíceis de perceber, Angie coloca ordem na turma e todos focam a atenção na aula que ia começar. Oportunidade de ouro “Adoro o que faço”, reinicia a conversa, explicando que as aulas começaram há poucas semanas e que todas as crianças ainda estão em fase de adaptação. “São muito pequeninos, é uma nova fase da vida deles é normal”, explica quando percebe que à nossa volta estavam pelo menos três crianças a chorar. Numa sala que parecia de contos encantados, em cadeiras para pessoas de tamanho pequeno, a educadora mostra o brilho do olhar típico de quem acabou de aterrar no território. “Gosto muito de estar cá, não tive medo nenhum em vir viver para aqui”, indica. A verdade, confessa, é que Macau deu à educadora “a oportunidade que Portugal nunca deu”. Angie está a fazer o que realmente gosta: ser educadora de infância, algo que nunca conseguiu naquele país. “A crise, mais a vontade de estar com o meu marido, trouxe-me aqui. E gosto”, partilha. Num cenário cheio de cor, numa mesa com sete pratos pequenos, sete colheres e sete guardanapos para um almoço que iria acontecer num par de horas, Angie ri-se ao contar que está em fase de adaptação. Sim, Yes, Ci Um dos maiores desafios que esta aventura lhe trouxe foi a multiculturalidade existente na turma pela qual é responsável. “Aquilo fala-se em Chinês, Inglês e Português, tem sido um desafio. Quando dou por mim estou a dizer ‘sim’ e olho para o lado e digo ‘yes’”, relata. A sua turma tem meninos chineses que nada falam em Inglês e por isso Angie tem-se esforçado para captar e aprender a língua, permitindo uma comunicação para além de gestual com essas crianças. “Já vou percebendo palavras soltas, já reconheço alguns sons e sei o que eles querem dizer com isso, mesmo que não os consiga perceber. Mas quero tentar aprender a língua local”, adianta. O jardim de infância proporciona a cada sala uma auxiliar intérprete para melhor facilitar a comunicação, algo que tem sido uma ferramenta muito útil. Mudam-se os hábitos O trânsito é de facto o que mais estranheza lhe causa. “Nunca vi um sítio assim, mesmo que tente não sei explicar como é que eles conduzem. Os taxistas… Já para não falar dos condutores de autocarros em que as pessoas, com as travagens bruscas, com os buracos, balançam como bailarinas”, relata, entre gargalhadas. A massa populacional é também uma novidade para a educadora. “Nunca vi tanta gente em ruas tão pequenas e parece que eles se movem de forma automática, nem olham para os lados ou para a frente, e se for preciso vão contra as pessoas”, brinca. O mar, esse é o que mais falta lhe faz. “Vivia perto do mar, tenho uma ligação muito forte com o mar. Sempre que me sentia triste, ou precisava de pensar em alguma coisa, ou só porque sim, ia passear à beira-mar, ia ver o meu mar. Aqui não posso fazer isso”, anota. Curiosamente, Angie conseguiu encontrar um substituto para o seu mar. É um espaço que não se assemelha a ele, mas que o substituiu. O Bellini. “Eu sei que é estranho, mas agora é um ritual. Todas as quartas feiras vou àquele bar, dançar, ouvir música. Descontrai-me”, anota. Entre passos de dança e rodopios, Angie vai-se adaptando ao novo mundo que a acabou de receber.
Filipa Araújo Manchete PolíticaAlzira Silva quer dar “mais atenção” a residentes no exterior Numa visita fugaz a Macau, a cabeça de lista socialista afirma que Portugal terá de dar mais atenção ao território, à comunidade portuguesa e ao Consulado. Alterações e revisões são muito necessárias perante o “amadorismo” mostrado até agora [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m dois dias de visita, Alzira Silva, cabeça de lista do Partido Socialista (PS) para a eleições legislativas do Círculo Fora da Europa, veio ao território “para ouvir” o que a comunidade portuguesa residente em Macau tem para dizer. “Uma comunidade completamente diferente de todas”, como a ex-directora da Comissão Interministerial para as Migrações e Comunidades Portuguesas classifica Macau. “Aqui não existem propriamente portugueses carenciados, como existem noutros países que tenho visitado. Aqui não existem muitos registos de dificuldades de adaptação, porque compreendemos que todos os portugueses que cá estão, estão à vontade, como os que nasceram e sempre viveram aqui. Noto também essa integração plena. Em termos de dificuldades não tenho ouvido muitas, excepto algum distanciamento, alguma desconsideração do Governo português relativamente a esta presença portuguesa em Macau”, anotou a cabeça de lista. A falta de respeito, de auscultação e a não tentativa de acompanhar a par e passo a comunidade portuguesa fazem com que a massa de portugueses residentes não se sinta satisfeita. “Portugal tem uma dívida enorme relativamente a todas as comunidades dispersas pelo mundo, designadamente esta, porque esta, por aquilo que eu percebo, não pede nada a Portugal, mas tem muito a oferecer”, reforçou. Lista de prioridades O estreitamento de laços é, por isso, a maior meta a atingir. “Penso que o estreitamento de laços é necessário construir, ou melhor, reconstruir e também este viver acompanhado, para que o português de Macau não sinta que está mais distanciado do que outros portugueses. Portanto, [para] sentir-se acompanhado pelas instituições portuguesas”, defendeu. Para a candidata, é preciso “suscitar nos próprios portugueses esta admiração, consideração, respeito e acompanhamento [às comunidades] para que nos sintamos todos mais Portugal, mesmo fora de Portugal”. Só assim, diz, tanto cidadãos, como residentes portugueses no estrangeiro vão sentir-se como um todo. Em termos práticos, é necessário, explica, conduzir “uma grande campanha de informação em Portugal, principalmente, começando pelas (…) próprias instituições e órgãos da comunicação social, tentando que em Portugal se comece a ter outra noção do que é esta comunidade, com um conhecimento e divulgação nas redes sociais”. Assim, defende, “poderá mostrar-se o pulsar da vida aqui, que é diferente e enriquecedora para um país que tem historicamente acumulado diversidades culturais”, argumenta. Redes sociais, órgãos de comunicação social e instituições são as ferramentas de trabalho e promoção em que Alzira Silva quer apostar. “No caso de ser eleita haverá também uma instituição que me permitirá fazer comunicações e divulgar exactamente o que aqui for feito”, indicou a socialista, como primeira medida para fortalecer os laços. Um trabalho de mãos dadas com o Governo, caso António Costa, líder do PS, seja eleito como Primeiro-Ministro, é outra das medidas que Alzira Silva aponta. O Português é também um aposta dos socialistas. A língua, o seu reforço e outra acessibilidade aos apoios são pontos a melhorar. “Temos também uma medida prevista no nosso manifesto que diz respeito a facilitar o empreendedorismo e consequentemente o investimento”, avançou, sublinhando a importância que a medida pode ter em Macau, por existir uma comunidade “rica e, eventualmente, interessada em expandir negócios”. Do manifesto socialista faz ainda parte a vontade de rever os apoios sociais, focando-se mais em idosos e famílias carenciadas. “Sabemos que esta medida não irá afectar grandemente a sociedade portuguesa em Macau, (…) ouvi que a comunidade está satisfeita com o resultado que tem acontecido às reformas da Caixa Geral de Aposentações”, diz. Recenseamento diferente Questionada sobre quais as propostas com que irá avançar, em caso de eleição, relativamente às leis que contemplam as comunidades portugueses, a líder sublinha a necessidade de alterar a forma de eleição. “Temos de mudar a forma de eleição para credibilizá-la, para abrir mais a eleição no sentido de suscitar mais recenseamentos e uma maior participação das comunidades residentes fora da Europa na vida portuguesa, na participação cívica e política. Esta é uma das nossas prioridades”, frisou. Como segundo ponto, apesar de estar em processo de resolução, Alzira Silva defende a “abertura dos candidatos a cidadãos com dupla nacionalidade”, dando as comunidades da América do Norte como exemplo. [quote_box_left]“Portugal tem uma dívida enorme relativamente a todas as comunidades dispersas pelo mundo, designadamente esta, porque esta, por aquilo que eu percebo, não pede nada a Portugal, mas tem muito a oferecer”[/quote_box_left] Conselho alterado Na opinião da socialista é crucial que o Conselho das Comunidades Portuguesas seja de forma profunda alterado. “O CCP tem tido uma vida flutuante, com diferentes modelos de acesso, de votação, de participação à sua competência consultiva e, portanto, de uma maneira geral, é um órgão que precisa de ser profundamente reflectido e alterado”, diz. Toda a máquina dos conselhos das comunidades portuguesas parece estar, diz, aquém daquilo que poderá ser. “Está também muito além do espírito legislador quando foi criado o CCP”, afirma, sublinhando o “desfasamento e contradição entre a prática e o espírito legislador e aquilo que o conselho tem realmente feito”. Um cenário que vai mudar Com um maior número de recenseados no círculo Fora da Europa, Alzira Silva acredita que o cenário político irá mudar. “Acredito numa mudança nos resultados destas eleições, acredito que Macau poderá ter uma participação nessa mudança, acredito que outras comunidades podem ter uma participação nessa mudança, acredito que o próprio eleitorado do Brasil venha introduzir algumas mudanças no seu sentido de voto, acredito ainda que a tendência que se tem mostrado nos actos eleitorais venha a ser invertida com um maior número de recenseamentos e de consciencialização eleitoral”, afirmou. É em Macau que termina um mês de visitas às comunidades portuguesas fora da Europa, com a líder socialista a acreditar que será a América do Norte a atribuir-lhe mais votos. “Erro nos boletins de voto é amadorismo” Alzira Silva admite ainda não estar preocupada com a possível perda de votos devido ao erro nos boletins, que não contêm Portugal como país receptor. “Como é que Portugal, como é que os serviços do Governo fazem um erro destes? Fico perplexa. E não vou adiantar mais adjectivos”, afirmou. A falta de um pedido de desculpas por parte do Governo é outro motivo que deixa a candidata “perplexa”. “Isto é quase uma desresponsabilização [do Governo], levando para os consulados e para o cidadão a solução de um problema que foi criado lá [em Portugal]”, afirmou. Nem todos os consulados, diz, têm capacidade para divulgar a informação e, entre outras burocracias, muitos eleitores não irão ter acesso à informação. “Deixar aos cidadãos e aos consulados a responsabilidade de remediar esta falhar, penso que é uma desresponsabilização muito grande e de um amadorismo incrível e incompreensível nos nossos dias”, remata. Consulados precisam de reavaliação e de ser corrigidos Relativamente às sensibilidades sentidas no Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, tais como a falta de recursos humanos pelos salários insuficientes, a cabeça de lista defende que é necessário fazer uma primeira reavaliação de todos os serviços consulares, “no sentido de adequar – em termos humanos e técnicos – os serviços à realidade das áreas em que estão implantados”. Só assim, diz, conseguirão servir convenientemente os cidadãos portugueses. “Temos consciência daquilo que se está a passar em Macau, há de facto uma desadequação profunda, designadamente no vencimento dos servidores do Estado português, e essa desadequação leva a que os funcionários procurem uma vida melhor noutros meios com outras possibilidades (…) portanto obviamente que isso tem de ser equacionado muito rapidamente”, afirmou, sublinhando a necessidade de “corrigir o que está errado”.
Filipa Araújo BrevesTurismo | Agosto recebeu mais visitantes. Agências ganham mais [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]mês de Agosto recebeu mais 14,5% visitantes do que no mês anterior. Os dados são da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) e indicam que só no mês passado chegaram a Macau mais de três milhões de pessoas. Ainda assim, comparativamente a Agosto de 2014, registou-se uma perda de 1,7% no número das visitas. Do total de visitantes, mais de um milhão e meio eram excursionistas, ou seja, 53% do total, e cerca de um milhão e meio individuais. Os visitantes permaneceram no território por um período médio de 1,1 dias, ou seja, mais 0,1 dias, face ao mês homólogo de 2014. O período médio de permanência dos excursionistas foi de 0,2 dias, idêntico ao de Agosto de 2014, e o período médio de permanência dos turistas com visto individual foi de 2,1 dias, mais 0,2 dias, em termos anuais, indicam os dados. Relativamente à nacionalidade, mais de dois milhões são oriundos da China continental, seguindo-se Hong Kong e Taiwan. Feitas as contas, até ao momento, desde o início do ano entraram no território mais de 20 milhões de visitantes. Relativamente às receitas das agências de viagens, também elas registaram um aumento, em 2014, comparativamente ao ano anterior. Até ao momento as agências acumularam 7,16 mil milhões de patacas, ou seja, mais 13% do que no ano de 2013. Aumento justificado pelo crescimento do número de visitantes em excursões e de residentes que viajaram para o exterior. Em 2014 existiam 237 agências de viagens em actividade, ou seja, mais 26 em relação a 2013. Os trabalhadores superaram 4187 funcionários, aumentando 7,5%, relativamente ao ano 2013.
Filipa Araújo BrevesCEM devolve terrenos para nova prisão em Coloane A Companhia de Electricidade de Macau (CEM) aceitou o requerimento do Governo para a reversão de duas parcelas de terreno ao Executivo. Os lotes, com um total de 6389 metros quadrados, ficam em Coloane, junto à Estrada da Barragem de Ká Hó, onde está construída a Central Térmica de Coloane. A necessidade de reversão do espaço deveu-se à construção do novo estabelecimento prisional em Coloane. “Foi proposta à CEM, e por esta aceite, a desistência da concessão, por arrendamento, das duas parcelas de terreno”, pode ler-se em publicação em Boletim Oficial assinada pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. Assim, é declarada a desistência pela CEM da concessão, por arrendamento, das duas parcelas de terreno em causa. Os terrenos valem 6,4 milhões de patacas, mas o despacho não indica qualquer troca ou pagamento à empresa.
Filipa Araújo Manchete PolíticaJogo | Recomendações para as operadoras antes de mexer na lei Lionel Leong diz que é preciso mais tempo antes de avançar com a revisão das leis. Depois da eclosão do caso Dore, o Governo explica que antes de tudo é preciso enviar recomendações às operadoras de Jogo. Já a DICJ tem na manga ideias para rever a lei “em breve” [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ntes de rever a lei é preciso que o Governo emita recomendações às operadoras de Jogo. Quem o diz é o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, quando questionado sobre o caso de desvio de dinheiro por parte da contabilista da empresa junket Dore. O Secretário tinha prometido a revisão da legislação, mas não agora. “Desde que ocorreu o incidente [caso Dore], o Governo agiu de imediato e reuniu com as várias partes envolvidas, particularmente com as autoridades que são responsáveis pela fiscalização do sector do Jogo, ou seja, a Direcção de Serviços de Inspecção de Jogos (DICJ)”, explicou o Secretário. O Governo, informa, decidiu então tomar como primeiro passo a emissão de “recomendações e instruções a nível interno, tanto para as operadoras de Jogo como para o sector em si”. “Isto é muito importante pois essas recomendações têm que ver com a avaliação do desenvolvimento do sector, das operações e, mais importante, a divulgação e a transparência dos promotores. Hoje em dia a lei já o exige, mas o mais importante é [que também] os funcionários principais, os funcionários de certo nível, que trabalham nas operadores de Jogo ou salas VIP [sejam avaliados]”, argumentou. Sem apresentar datas para o envio das recomendações, Lionel Leong explicou que para já foram iniciados os trabalhos sobre o assunto, por isso, é preciso mais tempo para que essas recomendações possam ser finalizadas e depois entregues ao sector. Questionado sobre as disposições legais das recomendações, o Secretário indicou que o “Governo quer fazer as coisas passo a passo”. “Alterar ou rever os regulamentos administrativos não pode ser feito no imediato. Terá de ser feito um seguimento de procedimentos. Para já vamos só emitir as recomendações e instruções para o sector, que vão servir como medidas de prevenção”, explicou. Relativamente às ilegalidades de depósitos de dinheiro na Dore, o Secretário indica que, em termos de processos administrativos e atribuições, o Governo vai avaliar sobre o que mais se pode fazer para “haver uma regulamentação mais pormenorizada sobre os depósitos”. DICJ com estudo feito Apesar das declarações de Lionel Leong indicarem que não há, por agora, revisão à lei, num comunicado à imprensa, a DICJ admitiu que irá intensificar a inspecção e auditoria dos junkets e fala de uma revisão rápida da lei. “A DICJ exigiu às concessionárias e subconcessionárias que intensificassem os procedimentos de inspecção interna por forma a garantir que os casinos só emitem cheques aos jogadores vencedores”, pode ler-se no documento. A direcção indica que “vai reforçar a fiscalização e auditoria, dentro das suas competências, bem como “proceder a uma análise aprofundada da legislação vigente com vista ao seu aperfeiçoamento e ao desenvolvimento sustentável do sector de jogo”. Para melhor aperfeiçoar as medidas de fiscalização será ainda, iniciada, “com a maior brevidade possível”, a revisão do Regulamento Administrativo n.° 6/2002 que regula as condições de acesso e de exercício da actividade de promoção de jogos de fortuna ou azar em casinos. Esta revisão assentará em dois pilares de base: a introdução de novas exigências referentes ao capital social e acções, caução, apresentação da escrita comercial, contabilidade e auditoria e o estudo sobre o eventual acréscimo de dados, relativos aos promotores de jogo, de publicação obrigatória, como por exemplo, a lista dos administradores, sócios, empregados principais e colaboradores, em termos que permitam a confirmação da identidade destes agentes e dos seus representantes e o aumentado a transparência do sector contribuindo, deste modo, para a regularização do exercício da promoção do jogo, indica a entidade. Será ainda ponderada a hipótese de integrar os empregados dos promotores de jogo que exerçam funções de natureza financeira, como principais empregados, por forma a garantir que tal função seja exercida por pessoas idóneas para prestar apoio aos promotores de jogo na criação de um regime contabilístico e de conservação de documentos mais bem regulamentado. Novo grupo de trabalho na área de Economia Depois da primeira reunião plenária do Conselho para o Desenvolvimento Económico, que contou com a presença do Chefe do Executivo, Chui Sai On, o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, explicou que foi criado um grupo de trabalho dedicado ao estudo da economia dos bairros comunitários, ou seja, em áreas mais específicas dentro de um todo. O encontrou serviu ainda para apresentar previsões relativas ao próximo ano, sendo que nove membros do Conselho quiseram mostrar as suas opiniões.
Filipa Araújo SociedadeTV Cabo | Chui Sai On admite erro e promete melhorias [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Chefe do Executivo, Chui Sai On, garantiu que o Governo respeita “a independência judicial” e que, por isso mesmo, a Administração teve de “cumprir a sentença” do Tribunal de Segunda Instância (TSI) que ordenava o pagamento de 200 milhões de patacas à TV Cabo Macau pelos prejuízos que causou ao aceitar a retransmissão ilegal de canais pelos anteneiros, quando a empresa tinha um contrato de exclusividade. Em declarações à comunicação social, à margem da primeira reunião plenária do Conselho para o Desenvolvimento Económico, o líder de Macau explicou que, tanto neste como em todos os governos assumiu-se como objectivo a permissão de manter que a população pudesse ter acesso aos canais de televisão. “O processo demorou algum tempo devido a vários factores, sejam históricos ou judiciais”, disse, frisando o “empenho e dedicação” do próprio Governo na resolução do problema. “Respeitamos a independência judicial, sabemos que não há mais espaço para recurso, portanto sendo esta a decisão final nós temos de cumprir a sentença”, afirmou Chui Sai On. Estudar para o futuro Assumindo o comportamento errado, o Governo vai agora analisar todo o processo e perceber que medidas tomar no futuro, avaliação que caberá ao Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, fazer. “Já fiz um despacho para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas para avaliar o processo inteiro e avaliar a situação, para saber o que é que é possível fazer no futuro, quais as medidas de prevenção”, indicou, admitindo que a questão dos anteneiros tem-se arrastado por muitos anos. A guerra judicial, que começou em Dezembro de 2012, com a decisão do tribunal arbitral em condenar a RAEM ao pagamento de uma indemnização de 200 milhões de patacas, termina, três anos depois, exactamente com a mesma decisão e já com o pagamento feito do Governo à operadora. No segundo trimestre do ano passado, foi renovado o contrato de concessão à TV Cabo por mais cinco anos.
Filipa Araújo Manchete PolíticaLeis | Regime de Indemnização da RAEM esquecido na gaveta O Governo prometeu que daria início ao processo legislativo sobre a indemnização vinda da Administração há mais de 15 anos. Foi em 2005 que o processo teve início e em 2010 colocado na gaveta. Cinco anos depois o Governo ainda está a pensar sobre o assunto [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ouco ou nada se tem falado do Regime de Indemnização da RAEM. Em 2009, a na altura deputada Leong Iok Wa interrogou o Governo, numa interpelação escrita, sobre a calendarização dos trabalhos relativos a este regime. A resposta era de que iria ser dado início à legislação, mas a verdade é que o regime continua por existir. “O Governo afirmou em 2005 que ia elaborar uma lei de indemnização mais conveniente para aplicar na RAEM, a fim de definir disposições mais concretas e claras para o regime de responsabilidades da RAEM. Afinal, qual é o ponto de situação desse trabalho? Quando é que a fase de elaboração da referida lei será dada por concluída?”, questionava a, então, deputada. O Governo anunciou, em 2005, pela voz do então director dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ), André Cheong, a intenção de avançar com o processo legislativo sobre o regime por não existir um regime unitário e integral de indemnização do território. O que existe são dispositivos dispersos na legislação vigente, tais como o Regime da Responsabilidade Civil por Actos de Gestão Pública, outros no Código Civil, no Código de Processo Penal e no Estatuto dos Magistrados, entre outros. “As normas relativas ao regime de indemnização do Governo estão espalhadas pelas várias leis e códigos, não existindo quaisquer normas especiais que regulem a forma, o âmbito, nem as formas de cálculo da indemnização”, argumentava a ex-deputada. Este tipo de lacuna na lei, defendia ainda Leong Iok Wa, acarreta problemas tantos aos cidadãos que se vêem envolvidos em processos legais, como aos “órgãos e entidades que conhecem claramente as suas responsabilidades”. O Governo confirmou a necessidade da existência de um regime mais concreto e claro para os “diversos mecanismos de indemnização”, referindo ainda que já estaria a elaborar uma Lei de Indemnização. Batata quente Num estudo sobre o Aperfeiçoamento do Regime de Indemnização da RAEM, conduzido pelo professor auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade da Ciência e Tecnologia de Macau, Zhao Linlin, o doutorado em Direito clarifica que “indemnização do Estado, diferente da indemnização civil, não é apenas uma responsabilidade derivada do acto ilícito baseado no poder público, também é uma responsabilidade pelo risco causado pela perigosidade potencial no exercício do poder público, ou uma responsabilidade de compensação justa, resultante dos danos causado”. Na opinião do docente, os artigos que existem neste momento “são demasiado simples, sendo difícil adaptá-los à tendência e às necessidades do desenvolvimento social”. Documentos a que o HM teve acesso, do Conselho Executivo, indicam que inicialmente, em 2005, foi realizada uma análise preliminar sobre os respectivos diplomas legais da China, Hong Kong, Portugal e Taiwan. Em 2010, apenas cinco anos depois, a pedido do gabinete da DSAJ, foi enviado o anteprojecto da proposta de lei que se encontrava “na fase de discussão do gabinete, através de correio electrónico”. Em Fevereiro desse mesmo ano, depois dos projectos da proposta de Lei sobre o Apoio Judiciário, assim como o projecto de Regulamento Administrativo sobre Seguro de Responsabilidade Civil Profissional dos Serviços de Saúde (SS), e, por fim, do regime de seguro de responsabilidade civil profissional para o pessoal dos SS, foi oficialmente entregue a proposta à DSAJ. Até agora, quase concluídos cinco anos, o Governo está a estudar a proposta de lei, sem apresentar qualquer data para a sua decisão. Pontos nos is Em termos simples, explica um advogado ligado à área, o que se pretende, é que “a RAEM seja responsabilizada” quando “um representante da RAEM, um funcionário da RAEM, ou alguém com vínculo à RAEM, cometer um acto ilícito”. “A ideia da nova lei são as ideias que existem internacionalmente, não é [só] quando alguém pratica um acto que é nitidamente ilegal. Muitas vezes a Administração Pública, em várias matérias, prejudica as pessoas, prejudica a vida das pessoas e, portanto, é preciso garantir que estas situações estejam previstas na lei e que se faça actuar um direito para a acusação. Esta, por sua vez, poderá activar um mecanismo para os factos, cumprindo a lei, ou seja, responsabilizar”, explica. O jurista exemplifica com o polémico caso das apostas nas salas VIP, nos casinos de Macau. “Esta é uma actividade muitíssimo regulamentada e fiscalizada, mas já não é a primeira vez que acontece um problema qualquer com as salas VIP em que as pessoas ficam sem dinheiro e as entidades fogem das responsabilidades. Os casinos dizem que não são responsáveis e, no meio disto está uma actividade extremamente regulamentada e fiscalizada e, claro, na vértice desta fiscalização deve estar a RAEM, porque licencia a actividade. Se alguém, durante uma série de meses, pratica actos ilegais sem que sejam fiscalizados e em resultado disso existe prejuízo sobre terceiros, não podemos permitir que as vítimas sejam prejudicadas. É neste tipo de casos que, se os particulares tiverem que esperar pela justiça, podem esperar anos. É neste tipo de situações que, se a RAEM tem o dever de garantir que as condições todas são respeitadas, então tem também de responder pela responsabilidade”, argumenta. Com ou sem responsabilidade, a proposta de lei continua esquecida na gaveta.
Filipa Araújo EventosOktoberfest | Sétima edição arranca a 15 de Outubro [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ão 11 dias de festa. Uma vez mais o MGM, juntamente com o Consulado-Geral da Alemanha em Hong Kong, a Associação Alemã de Negócios em Macau e a Direcção de Turismo, organiza aquela que é a sétima edição do festival alemão de cerveja, o Oktoberfest. A começar no dia 15 de Outubro, terminando a 25 do mesmo mês, o festival irá trazer a Macau uma réplica daquele que é um tão característico momento festivaleiro alemão. Cerveja, animação e comida típica: a organização promete que não irá faltar nada. O ambiente será de festa, garante, e o convite para se juntar às danças típicas está feito. Tal como nos outras edições, o MGM tem mostrado o sucesso da organização do Oktoberfest, tendo recebido mais de 77 mil visitantes e servido mais de 74 mil litros de cerveja e 32 mil quilos de comida. “Este ano o Oktoberfest promete ser ainda maior, melhor e festivo do que alguma vez”, garante a organização em comunicado à imprensa. Os bilhetes já estão à venda, assim como os cupões de comida e cerveja. Cada entrada tem um custo de 130 patacas, com oferta de uma bebida.
Filipa Araújo BrevesDST organiza workshop de cultura islâmica Hong Kong foi o cenário escolhido para dois workshops que aconteceram este mês, subordinados ao tema “Turismo e Cultura Islâmica”. Os momentos, organizados pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), tiveram como destinatários operadores de hotéis, de agências de viagem, guias turísticos de Macau e funcionários da DST, para, conforme indica a entidade em comunicado, “elevar os conhecimentos da indústria turística sobre a religião islâmica, para assim poder oferecer um serviço mais adequado e conveniente aos visitantes muçulmanos”. A conduzir os workshops estiveram agentes turísticos e o imã do Centro Islâmico Masjid Ammar e Osman Ramju Sadick de Hong Kong, Uthman Yang. O programa do workshop foi dividido em parte teórica e visita a uma mesquita, para apresentar os hábitos de vida dos muçulmanos, as funções e o significado da religião islâmica. Foram ainda organizadas visitas à cerimónia de oração, para aprofundar o conhecimento sobre os aspectos a ter em conta na recepção aos muçulmanos.
Filipa Araújo SociedadeVideovigilância | Câmaras começam a ser instaladas São mais de 200 as novas câmaras de vigilância que serão instaladas em Macau na primeira fase da instalação já prometida, que avança com atraso. A fronteira das Portas do Cerco é o primeiro local a receber as câmaras [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omeçam hoje as obras de instalação do Sistema de Monitorização Digital da Cidade, que pretende colocar em Macau um total de 1500 novas câmaras de vigilância. Com um atraso de seis meses, o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) indica agora, num comunicado à imprensa, que a obra estará dividia em três fases, sendo que a primeira corresponde à instalação dos equipamentos de apoio relacionados com as 219 câmaras que vão entrar em funcionamento nas salas de chegada e partida de todos os postos fronteiriços e suas periferias. “O primeiro ponto da obra fica no posto fronteiriço das Portas do Cerco. A obra é dividida em duas partes, destinadas principalmente aos trabalhos preliminares de instalação de tubos para o sistema do futuro”, indica o gabinete. Com um prazo de conclusão de três meses, a primeira fase da obra irá ainda incluir a zona dos autocarros dos casinos. A segunda fase da obra irá abranger as “estradas principais e centros modais de transportes” e por último, na terceira fase, irão estar incluídos “os pontos de interesse turístico, instalações importantes e os lugares em risco de crime”. Equipa funcional De forma a facilitar o trabalho, o GDI informa que foi criado um grupo de trabalho interdepartamental, “definido para acompanhar activamente o andamento dos trabalhos da implementação da primeira fase do sistema”, entre os serviços da Polícia de Segurança Pública, a Polícia Judiciária, a Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau e o próprio gabinete. O sistema em causa, também conhecido pelo nome “Olhos no Céu” pretende reforçar a rede de pontos de vigilância instalada em Macau, que permite transmitir os vídeos e imagens assim que gravados para a central de monitorização, permitindo, diz o gabinete, vigiar “as situações reais das zonas da cidade a tempo, gerindo e arquivando sistematicamente os vídeos e imagens”. Privacidade garantida O Gabinete para a Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) assegurou que vai acompanhar a par e passo a instalação e o funcionamento das câmaras de videovigilância, de forma a garantir que o direito à privacidade dos residentes de Macau seja respeitado. Em declarações aos jornalistas, Vasco Fong, coordenador do GPDP, clarificou, no segundo trimestre deste ano, que não seria dada autorização de instalação de nenhuma câmara que colocasse em causa a privacidade de qualquer cidadão. “Vamos verificar a posição de cada câmara e o seu ângulo, de modo a evitar que as câmaras sejam utilizadas para captar imagens privadas”, indicou na altura, frisando que de acordo com a legislação em vigor, a instalação de cada uma das câmaras dependerá sempre do parecer do GPDP. “O sistema de videovigilância tem por grande finalidade prevenir o crime, mas não pode colocar em risco a privacidade das pessoas. É nosso papel fiscalizar a instalação das câmaras. Quando elas forem montadas, a protecção dos dados pessoais será assegurada”, garantiu.
Filipa Araújo Entrevista MancheteRita Santos, Conselheira das Comunidades Portuguesas Quais os planos de acção do Conselho das Comunidades depois de tomar posse? É preciso notar que estamos a trabalhar para as comunidades portuguesas desde 2003. Apesar de, muitas vezes, os nossos trabalhos não serem publicitados nos meios de comunicação social, o mais importante é resolver os problemas que existem, desde o contacto directo com os diferentes serviços públicos de Portugal até ao Consulado Geral de Portugal aqui em Macau, entidade com a qual temos excelentes relações. Queremos resolver casos concretos do dia-a-dia, nomeadamente na resolução de renovação dos passaportes, cartões de cidadão, jovens que queiram estudar em Portugal, casos que precisam de ajuda para a integração nas universidades portuguesas. Até agora, o ponto mais importante que o Conselho tem feito é no sector dos aposentados. Durante a fase de transição da soberania – que eu acompanhei – muitos aposentados optaram por receber as suas pensões na Caixa Geral de Aposentações (CGA) e nós temos uma óptima relação com a CGA e, em coordenação com o Consulado daqui, estamos a ajudar. Também damos apoio aos residentes locais que estão interessados em encontrar parceiros económicos em Portugal e vice-versa, aliás temos um sócio que foi em 2012 a Portugal e está a apostar em várias áreas de restauração e hotelaria. Vamos continuar a dar apoios consulares, parcerias económicas e também do ensino da Língua Portuguesa. O Português é uma aposta deste novo Conselho? Estamos a acompanhar a ligação entre Macau e Xangai para se conseguir visitar a escola onde haverá o curso de Ensino de Língua Portuguesa através do Instituto Português do Oriente (IPOR). Na semana passada, estivemos em Jiangmen numa grande universidade com mais de 200 mil estudantes, que também pretende fazer a cooperação do ensino da Língua Portuguesa. A Língua Portuguesa, a manutenção da mesma e o estreitamento de laços com Portugal em termos de cultura e também de relações económicas são prioridades. Por outro lado, queremos elevar a eficiência do trabalho do Consulado, solicitando a Portugal o reforço nos recursos humanos e materiais para o Consulado, para que este possa dar resposta à longa lista de espera de renovação dos documentos pessoais. Retrocedendo à campanha. A sua participação na lista foi muito contestada… Gostaria de frisar que, nos termos da lei, para ter três candidatos é preciso que um deles seja do sexo feminino. É por isso que eu estou na lista, não tirei lugar a ninguém, é preciso ser claro neste aspecto. Falei pessoalmente ao Fernando Gomes, que é um amigo meu e que se prontificou a ser o nosso chefe do gabinete após as eleições. É por imposição legal que eu faço parte da lista e o Fernando sabia disso. Mostrou-se injustiçada na altura? Continua? Não me sinto triste porque quem me conhece sabe que eu gosto de ajudar os outros e gosto de trabalhar, sou pragmática. Quando falam de mim, tento esclarecer juntamente com a pessoa que possa estar descontente comigo. O Fernando Gomes é meu amigo, continuamos a ser. Ele já tinha manifestado a vontade de não continuar a trabalhar como conselheiro. É uma pessoa muito correcta e, ao contrário do que se pensa, tem-nos ajudado muito. Temos um grupo de troca de ideias. Todos os dias falamos. Aproveito para esclarecer publicamente que internamente sempre fomos amigos, mesmo que cá para fora se possa pensar que a minha participação na lista tenha tirado o lugar a alguém. Era preciso uma mulher e estando eu aposentada estou mais à vontade para aceitar este cargo, ou de aparecer a minha cara. Era de sua vontade ser Conselheira? Não. Já fui convidada e até cheguei a ser Conselheira nomeada, mas desisti na altura. Agora como estou livre e como há pessoas que querem que esteja na lista aceitei. Mesmo que não aparecesse a minha cara, eu trabalho. Desde 1992 que tenho estado a dar a minha contribuição para todos os tipos de eleições, sejam legislativas, das comunidades… todas elas. Estou contente pela nossa vitória. Um dos aspectos polémicos da campanha foi ainda a angariação de votos. Como comenta isso? Como foi a primeira vez que foi preciso estar recenseado no Consulado, durante a campanha eleitoral, nos termos da lei, distribuímos panfletos, cerca de 30 mil. Por quê? Porque quisemos mostrar à população que estávamos no Conselho das Comunidades Portuguesas para servir os cidadãos portugueses de Macau, para servir, portanto, a população. Por isso é que fizemos um tipo de campanha junto da população, também através dos nossos contactos dos sócios da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), no Facebook e no WeChat. É preciso perceber, e nós sabemos isso, que muitos dos cidadãos portugueses não dominam a Língua Portuguesa, por isso é que fizemos essa sensibilização. O resultado foi o que esperavam? Muitos cidadãos reconhecem o trabalho feito e por isso é que no domingo [das eleições] foram votar. Muitos, mais de mil, não foram votar mas mandaram mensagem ou telefonaram. Não foi grave, a única coisa que interessa é a mensagem que o grupo de Conselheiros passa e o trabalho que faz. Sobre a candidatura de Pereira Coutinho à Assembleia da República. Poucos acreditavam que acontecesse. Como comenta esta situação? Preparei a candidatura do Coutinho um mês antes, com os contactos e em Lisboa. Desde que apareceu num jornal local que eu iria ser candidata à AR que começamos a pensar. Foi o jornal que nos alertou e começámos a trabalhar. Fui pesquisando. Isto não é uma birra de Pereira Coutinho, é uma chamada de atenção para se dar atenção, para Portugal dar atenção a Macau e às comunidades portugueses. Estamos aqui para ajudar Portugal, mas Portugal também tem de nos ajudar. Não foi birra dele, foi levar o nome de Macau às eleições. Acha que a candidatura à AR é uma traição, como já acusaram, por parte do deputado? Penso que alguns, não todos, membros da comunidade portuguesa não conhecem muito bem José Pereira Coutinho. Estamos a trabalhar diariamente com ele, sabemos como é que ele luta, luta por todos, independentemente se são portugueses, tailandeses, chineses ou filipinos. Desde que residam em Macau está tudo bem. Em Macau ataca-se muito em termos pessoais, como em Portugal nos debates eleitorais. Os ataques pessoais não são importantes, não resolvem problemas, que é o que se pretende. Quando olhamos para os jornais, ou vemos a televisão em Macau só vejo ataques pessoais. Isto é injusto, muito injusto. Foi a Rita que escolheu o partido? Vocês nunca mostraram qualquer opção política… Sim, fui eu que pesquisei na internet e descobri o partido. Gostei logo do nome e depois li informações sobre o partido e gostei da ideologia. Eles não apresentam a sua ideia com base na crítica aos outros, como a maioria faz. Liguei ao Coutinho e disse-lhe que tinha o partido escolhido. Sim damo-nos bem com o Partido Socialista (PS), o Partido Social Democrata (PSD), Centro Democrático Social – Partido Popular (CDS) e não quisemos entrar em conflito com nenhum, porque o mais importante é ser um deputado elegível. Esse era a único objectivo. Colocar Macau no mapa eleitoral? Claro. Macau foi muito esquecido ao longo do tempo, mesmo depois do estabelecimento da RAEM. Portugal só se lembra de Macau de quatro em quatro anos. Quantos pedidos das comunidades não foram ouvidos? Às vezes no dia 10 de Junho quase que não aparece ninguém. É uma vergonha. Já estamos no mapa. Assim que surgiu o nome do Coutinho como candidato, de imediato fomos contactados por vários partidos portugueses. Mas, agora é preciso que Macau seja acarinhado por Portugal. Temos uma comunidade forte, independentemente do seu partido, temos aqui esta comunidade e temos sido ignorados como peso político. Portugal tem que apostar na política internacional. Somos das comunidades que mais faz, seja em eventos como a Lusofonia, ou o São João, seja no que for. Os portugueses de Macau muito têm feito por Portugal e, infelizmente, Portugal esquece-se a 100% de Macau. Das suas pessoas, dos jornais, por exemplo, das associações. Por exemplo, são os jornalistas, os jornais portugueses, que metem o nome de Portugal aqui, nos seus artigos, textos que muitas vezes são traduzidos para a China continental. O que é que Portugal faz? Nada. Portugal tem de dar mas possibilidades, mais apoio. Como agente social tem-se dedicado muito às questões das mulheres. O que falta a Macau? O que é preciso fazer? Como presidente da Assembleia Geral da ATFPM vou sempre continuar activa nesses assuntos sociais. Com o número elevado de sócios do género feminino que temos, e também com a Comissão de jovens femininas, fazemos de forma periódica várias reuniões, muitas vezes sobre a questão de maus tratos e de violência doméstica. É preciso acompanhar estas histórias de mulheres vítimas de violência, é preciso saber como é que elas estão. Vamos e vou continuar a visitar as famílias, temos um calendário até ao final do ano para arrecadar cada vez mais provas e casos para serem transmitidos ao Governo. Mas é preciso mudar… Queremos sensibilizar o Governo para que não continue a perder tempo e tome as decisões que são precisas. O Governo está a ser mais papista que o Papa, o mais importante é colocar a lei de tal forma que seja prática e que dê sinal de amedrontar os agressores para não continuarem a cometer este crime. Pereira Coutinho explicou-lhe o que fará se for eleito? Confesso que não. Ele admitiu que tinha um plano mas não me explicou qual. Ele é jurista, sabe como resolver. Poderá ele pedir suspensão de mandato da AL? Nunca me disse isso, nunca falou comigo. Mas o objectivo está concluído, meter Macau no mapa mundial. Num cenário de novas eleições para a Assembleia Legislativa apresentará candidatura? Não fecho a porta a uma candidatura à AL, mas vamos ver o evoluir das coisas. Gosto sempre de trabalhar atrás do palco, tenho estado sempre por detrás do palco. Portanto vou continuar a fazer isso até lá. Se reunir condições, se tiver apoios suficientes avanço [com a candidatura]. Que prioridades terá como deputada, em caso de eleição? Ainda é cedo para falar sobre isso. Acho que devo esperar pelas eleições legislativas e ver como corre. Estamos empenhados agora nisso, depois logo se vê. Com as eleições legislativas, acha que o Cônsul-geral, Vítor Sereno, poderá ter de abandonar o cargo? Espero que não, sinceramente. É alguém que se tem mostrado muito disponível para trabalhar, é dado às pessoas e aos seus problemas. É sensível. Percebe quando há coisas erradas e mostra-se disponível para conversar sobre elas e resolvê-las. Sobre o Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, do qual era Secretária, como avalia o trabalho feito até agora? Bem, não vou criticar a minha sucessora, por ser claramente injusto. Prometi ao Governo de Macau que irei, dentro das minhas capacidades e contactos, continuar a dar apoio no sentido de concretização do que foi traçado para o Fórum Macau. Portanto sempre que posso faço isso. Echo Chan foi acusada de ser pouco comunicativa. Concorda? Vamos dar-lhe tempo. Eu sou um ser social, conheço muita gente, sempre conheci e gosto disso. Trabalhei 12 anos para conseguir ter a rede de contactos, vamos dar-lhe tempo, ela lá chegará.
Filipa Araújo PerfilVasco Flores, engenheiro electrotécnico [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se Vasco Flores, é engenheiro electrotécnico e abraçou a aventura de viver em Macau por tempo indeterminado. “Em Macau devemos viver um dia de cada vez, tudo pode mudar, as coisas não são lineares como pensamos”. É assim que Vasco Flores abre a conversa com o HM. Depois de muito viajar pelo mundo, o engenheiro começou a dar sinais de cansaço devido às “muitas horas de trabalho e a uma remuneração insuficiente”. Portugal, um país de sonhos, fez acordar a população com a sua crise e falta de condições de trabalho. O desemprego bateu à porta de muitos e cortou nas remunerações de outros. Depois de passar por vários países – Cabo Verde, Suíça, Irlanda, Cuba, Angola – o engenheiro electrotécnico começou a pensar de forma mais séria na possibilidade de sair do país de forma fixa. E como quem procura, encontra, Vasco Flores acabou por receber um convite para voar para este lado do mundo. “Através de amigos comuns fui contactado com esta oportunidade, aqui para Macau”, explicou, acrescentando que, depois de tudo definido, embarcou “nesta aventura” que supostamente seria apenas de um ano, terminando em Julho de 2015. Culturalmente diferente O bom trabalho e o conhecimento prestado pelo engenheiro levaram a que outras oportunidades surgissem e, depois de terminado o projecto que trouxe Vasco Flores ao território, a possibilidade de ficar por cá tornou-se uma realidade. O primeiro impacto foi claro: o clima e a diferença cultural. “Apesar do choque cultural, nomeadamente dos hábitos cívicos, ainda se nota uma certa influência portuguesa, como o nome das ruas, os restaurantes. Mas é evidente que há pequenas coisas que fazem sentir que estamos do outro lado do mundo, como por exemplo o clima” argumenta. “A humidade é das coisas mais impressionantes aqui, quando damos por nós estamos a suar de cima a baixo”, explica, admitindo traços de recém-chegado a Macau. Ser coordenador de uma equipa de nacionalidade chinesa também não se mostrou tarefa fácil. “Tenho experiência profissional em vários países e culturas e trabalhar com chineses não é fácil. Como orientador de uma equipa temos de assumir muitas vezes uma postura mais séria, ao contrário de outros países. Por exemplo, em Angola se falamos de forma mais ríspida é muito possível que o trabalhador olhe para o chefe e vire as costas, aqui é diferente, eles vêem o coordenador com uma postura mais autoritária”, relata. Ainda assim uma coisa é certa: “somos nós [portugueses] que somos a matéria estranha ao território e somos nós que, se estivermos mal, temos que ir embora”. Intensamente amigos A decisão foi tomada e, sem fechar a porta às mudanças da vida, Vasco Flores acabou por aceitar ficar por cá. A maior prova disso foi o convite que se estendeu à sua esposa, para que o casal se aventurasse na Ásia. Ainda assim, mesmo com amigos e família do outro lado do mundo, aqui, neste pequenino espaço da China, os novos amigos parecem de sempre. “Macau aproxima as pessoas, as relações são intensas. É mesmo muito fácil fazer amigos, até porque fazemos muitas coisas e mais vezes com eles. Os almoços, os fins-de-semana. Estamos do outro lado do mundo, sem a família é normal que isto aconteça. Isso é muito bom”, enumera. A comunidade portuguesa patente em Macau é também apontada como uma vantagem que facilita a integração. “Acho que a comunidade portuguesa sabe receber e acaba por nos integrar e mostrar sítios e outras coisas. Caso contrário, se estivéssemos do outro lado do mundo, sem ninguém, seria mais difícil”, defende. De sorriso na cara Macau deve ser encarada com a mente carregada de optimismo, caso contrário as viagens de táxi, exemplifica, poderão tornar-se uma tragédia. “Temos que nos rir, temos que encarar isso de forma positiva, se nos enervamos só vai complicar”, conta, relembrando várias aventuras que já teve com as viagens de táxis. “É uma problemática de Macau e isso já se sabe”, remata. Os menus de vários restaurantes só em Chinês, ou a incapacidade de falar Inglês dos funcionários são outro dos exemplos dados pelo engenheiro. “Fazemos à sorte e arriscamos. Pode calhar uma coisa boa ou não, até podemos não saber o que estamos a comer, mas temos de nos rir com isso”, acrescenta. Macau e as suas pessoas fazem parte da vida de Vasco Flores e agora também da sua esposa e isso o tempo não mais vais apagar. O futuro é uma incógnita e o que interessa é “o dia que se está a viver” e o hoje é aqui, deste lado do mundo.
Filipa Araújo Manchete SociedadeMetro | GIT afirma que colocação de estacas “está concluída no essencial” O HM perguntou mas o GIT não respondeu. Agora, volta atrás e garante que a aplicação das estacas da obra do parque de materiais e oficina, na Taipa, está “concluída no essencial” e as fundações já encontraram a rocha mãe [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]epois do HM ter questionado o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) sobre o problema das estacas no solo onde está a ser construído o parque e oficina do metro ligeiro e não ter conseguido obter qualquer resposta, o mesmo departamento vem agora esclarecer que, afinal, está quase tudo concluído. “O Governo não só acelerou os trabalhos de construção da linha da Taipa do metro ligeiro, mas também está a tentar resolver, o mais rapidamente possível, o problema da empreitada de construção da super-estrutura do parque de materiais e oficina”, explicou o GIT, depois do HM questionar qual a razão que levou o gabinete a responder ao meios de comunicação em Chinês e não ter feito o mesmo aos de Língua Portuguesa. Do conhecimento Na mesma resposta, as autoridades confirmam que sabiam do potencial problema de movimentação do solo desde o início da obra. “Relativamente ao terreno do parque de materiais e oficina do metro ligeiro, como o mesmo era aterro de resíduos de construção, já se tinha tido em consideração o movimento potencial dos novos aterros quando se iniciou a empreitada de construção das fundações do parque de materiais e oficina”, indica. Relativamente às estacas, o GIT garante que já foram “todas cravadas no leito da rocha” atingindo, dependendo das necessidades, os cem metros de profundidade. “A empreitada de construção das fundações por estacas já foi concluída no essencial. Depois de ter sido efectuada uma inspecção das estacas por parte de fiscalização da obra e de fiscalização da qualidade da obra, o estaleiro do parque foi entregue ao empreiteiro responsável pela fase seguinte, para iniciar os trabalhos de construção seguintes”, explicam as autoridades. Segue para tribunal Sobre a situação actual da construção, o GIT voltou a reforçar não poder avançar com informações da negociação entre o Governo e a construtora responsável, Top Builders, admitindo de novo a possibilidade de avançar com um processo judicial. “O jurista encarregado pelo Governo está a continuar a negociação com o empreiteiro apresentado pelo seu advogado sobre a rescisão do contrato, a fim de recuperar o terreno o mais cedo possível. (…) Dado que a negociação ainda se encontra em curso, não descartamos a possibilidade de resolver o problema e recorrer ao meio judicial, pelo que não podemos comentar, nesta fase, sobre o que a sociedade falou da empreitada de construção da superstrutura do parque, para não afectar a negociação”, reforça o GIT. Recorde-se que o HM dava conta que as estacas estavam a movimentar-se devido a problemas no solo. NOTA: Pedido de desculpas Confrontado com o facto de não ter desmentido que haveria problemas com as estacas, conforme o HM questionou, mas ter ido desmentir o caso aos jornalistas de língua chinesa após a publicação da notícia, o GIT apresentou formalmente as suas desculpas ao Hoje Macau. “Pedimos desculpa pelo incómodo causado ao vosso trabalho. Vimos agora apresentar as informações que respondemos anteriormente às outras perguntas levantadas e mencionadas pela comunicação social para a vossa referência”, escreveu o gabinete.
Filipa Araújo BrevesDSSOPT autoriza aumento de terreno cedido a escola O Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, autorizou a revisão do contrato que atribui à Associação de Sheng Kung Hui Escola Choi Kou um terreno, por concessão gratuita, nos Novos Aterros da Areia Preta (NATAP), na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado e na Travessa da Doca dos Holandeses. A partir de 8 de Setembro, o terreno será aproveitado para a construção de um edifício com sete pisos, que será a instalação de uma escola particular sem fins lucrativos inserida no regime escolar local, destinada aos níveis de ensino secundário e primário. O terreno tem um total de 3118 metros quadrados . Foi em Junho de 2013 que a Associação apresentou à DSSOPT o projecto de alteração da obra, introduzindo “ajustamentos nas áreas brutas de construção fixadas no contrato de revisão”. Em 5 de Junho de 2014, a concessionária solicitou autorização para modificar o aproveitamento de terreno, em conformidade com o referido projecto, e a consequente revisão do contrato de concessão. “A DSSOPT procedeu ao cálculo das contrapartidas devidas e elaborou a minuta do contrato de revisão da concessão que foi aceite pela concessionária, mediante declaração apresentada em 13 de Abril de 2015”, pode ler-se na publicação em Boletim Oficial. De acordo com o parecer da Comissão de Terras, foi dada autorização para a revisão de concessão em Maio do presente ano, entrando em vigor este mês.
Filipa Araújo Manchete PolíticaFunção Pública | ATFPM pede aumento de vencimentos A ATFPM escreveu ao Chefe do Executivo para que o líder de Macau actualize os salários dos trabalhadores da função pública em 6%. A inflação e os consecutivos aumentos do custo de vida são os argumentos usados por Pereira Coutinho [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) entregou uma carta dirigida ao Chefe do Executivo, Chui Sai On, apelando ao ajustamento dos salários dos trabalhadores da Administração Pública em 6%. “Com a liberalização do sector de Jogo, a economia de Macau desenvolveu-se rapidamente acarretando aumento de inflação em anos sucessivos”, começa o documento entregue ao líder da RAEM. O aumento das rendas, o preço dos imóveis e dos produtos e a “monopolização de alguns sectores da economia resultou na subida gradual do custo de vida”, argumenta ainda a Associação. O que se pretende, indicou José Pereira Coutinho, presidente da ATFPM, ao HM, é que exista uma actualização salarial em 2016 para os funcionários públicos. “Com a inflação e a subida dos preços dos principais bens essenciais de consumo, sendo que o poder de compra tem estado a diminuir, achamos que o Chefe do Executivo devia, para o ano, actualizar os salários dos funcionários públicos”, explicou. A subida dos preços “tem causado elevada pressão da vida dos residentes de Macau e a qualidade da vida tem decrescido continuamente sendo que muitas famílias não se sentem felizes com esta situação”. Entretanto, diz, apesar da diminuição de receitas no sector do Jogo, “há estudos que indicam que a inflação só vai sofrer uma contracção óbvia depois de dois ou três anos da desaceleração económica”. Como consequência, defende ainda a ATPFM, o nível da inflação está muito perto da “margem de risco”, o que leva a que os preços não desçam e os residentes “tenham que suportar os efeitos negativos incluindo os factores psicológicos resultantes da desaceleração económica”. Casas prometidas O mesmo documento fazia ainda referência à promessa de Chui Sai On de reservar terrenos para construir habitação para os funcionários públicos. “Assim solicitamos também ao senhor Chefe do Executivo para que nas linhas governativas do próximo ano os departamentos relevantes possam acelerar o processo de execução da reserva de terrenos de acordo com o plano com uma clara planificação e calendarização para a sua construção, permitindo viver sem preocupações e concentrar-se em melhor servir os cidadãos”, apela. Pereira Coutinho já tinha vindo a pedir o aumento dos ordenados dos funcionários públicos, bem como o de subsídios desses trabalhadores.
Filipa Araújo Ócios & Negócios PessoasMacau Film Production | Hugo Neves Cardoso, produtor executivo Primando pelo “fazer acontecer”, a MFP nasceu para tornar real o vídeo que imaginou para si, ou para a sua empresa. Cabe também à MFP a responsabilidade de transformar o que imaginou para o seu evento em realidade. Tem quatro anos e começa agora a dar os primeiros passos além fronteiras [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi em 2011 que nasceu a marca Macau Filme Production (MFP), que adoptou o nome Filmes e Eventos, Serviços de Produção. “O nosso nome é basicamente toda a descrição daquilo que podemos oferecer”, começa por explicar o produtor executivo Hugo Neves Cardoso ao HM. Eventos, vídeos promocionais, filmes, captação de imagens para televisão, ensaios fotográficos e produção de programas televisivos são apenas algumas dos serviços prestados pela empresa. “Tudo o que esteja ligado à área da produção, temos capacidade para fazer”, adiantou o também publicitário, indicando que a equipa é composta por cinco trabalhadores fixos, especializados nas áreas de produção de conteúdos, design e editorial, sendo que, em projectos que necessitam de mais trabalhadores é feita uma subcontratação. “Tudo depende da dimensão do projecto em causa, podemos fazer parcerias com outras empresas, ou até contratamos trabalhadores em freelancer”, acrescenta. As mãos na massa A variedade de projectos é uma constante para a empresa. A organização do Campeonato Mundial de Karaoke (KWC), que aconteceu recentemente no Hard Rock café, por exemplo, foi da autoria da MFP. “Estamos neste momento a fazer o Karaoke e nesta semana será em Cantão”, explicou. Cantão é um dos outros lugares em que a empresa actua também. Na área de filmagens, Hugo Neves Cardoso indica ainda a participação nos vídeos de formação de empresas de entretenimento a actuar no território. “O que nós fazemos é comunicação para várias empresas, nomeadamente na área de vídeo, ou então de eventos”, esclarece o produtor. A possibilidade de criar o vídeo corporativo para a sua empresa, a sua página na internet ou criar um evento existe com a MFP. Os particulares podem também recorrer aos serviços da empresa, tendo o site como plataforma de contacto directo. Além fronteiras Neste momento, a empresa tem a representação exclusiva – em Macau e Cantão – da marca KWC – Karaoke World Championship. “Este é um projecto que temos para os próximos três anos, temos a representação exclusiva para a província de Cantão, e, de facto, estamos a dar o passo que é exactamente o de entrar na China continental”, explica. A falta de mais oportunidades na RAEM faz com que a empresa procure novas oportunidades além fronteiras. “O mercado de Macau, infelizmente, é um mercado pequeno e limitado. Há muito dinheiro, não há crise, mas a realidade é que não existe muito mercado nesta área”, explica. De olhos bem abertos Apesar do conteúdo dos serviços serem adaptados a cada cultura, o produtor explica que na área de produção tudo tem as mesmas linhas de funcionamento. “O que nós fazemos é a parte da execução da produção. Há um lado criativo, mas muitas vezes este lado criativo vem das agências de comunicação, que têm a ideia para o anúncio, para o plano e depois, claro, precisam de uma produtora que as execute. Esse é de facto o nosso forte”, acrescenta. Existe também um lado muito criativo, até porque o mercado de Macau assim o exige. A China continental é assim a próxima meta a atingir, conforme indica o produtor executivo. A equipa conta também com colaboradores de vários pontos do mundo. “Assumimos a presença aqui no Delta, ou seja três pontos, Macau, Hong Kong e Cantão. Trabalhamos nestas três zonas”, explicou Hugo Cardoso, acrescentando que a equipa já tem um grupo de trabalhadores com quem tem trabalho em vários projectos, seja em Macau, China ou Portugal. Uma breve visita pelo site permite perceber todas as áreas de actuação da empresa. Com experiência na área de produção em Portugal – responsáveis por várias publicidade de marcas portuguesas – é possível ao cliente ter acesso ao portfólio da MFP e escolher a opção que mais se adequa ao seu projecto. A empresa situa-se no Beco da Palha, em Macau.