Andreia Sofia Silva Manchete Sociedade“Yagi” | Passagem sem estragos obriga a dois dias sem aulas A passagem do “Yagi” por Macau, que chegou a ser classificado como um “super-tufão”, não causou estragos de grande dimensão, mas obrigou ao cancelamento, por dois dias, de aulas e demais actividades lectivas, devido ao mau tempo que se fez sentir Foi classificado pelos Serviços Metereológicos e Geofísicos (SMG) de “super-tufão”, mas a verdade é que a passagem do “Yagi” pelo território este fim-de-semana não causou grandes estragos, apesar de ter sido içado o sinal 8 de tempestade tropical. O maior impacto foi mesmo o cancelamento de aulas e demais actividades lectivas do ensino não superior na sexta-feira e sábado. Numa nota emitida sábado, foi referido que “devido à tempestade tropical as aulas dos ensinos infantil, primário e especial ficam suspensas durante todo o dia”, sendo que as escolas foram instadas a “manter as instalações e respectivo pessoal em funcionamento, ocupando e acolhendo os alunos que cheguem às escolas, até que o seu regresso a casa se possa fazer em segurança”. No caso do ensino secundário, as aulas e actividades educativas mantiveram-se em pleno funcionamento, apesar de na sexta-feira o cancelamento ter sido generalizado. No sábado continuou o mau tempo, nomeadamente aguaceiros e trovoadas, ainda que o vento tenha enfraquecido. Por volta das 14h de sexta-feira já o sinal de tempestade tinha passado de 8 para 3, com o “Yagi” a afastar-se do território. Às 8h de sábado já o território não estava sujeito a nenhum sinal de tempestade. Três feridos As quatro piscinas ao ar livre existentes no território abriram ao público depois de uma acção de limpeza na sexta-feira. Segundo uma nota do Centro de Operações de Protecção Civil (COPC), foram registados apenas três incidentes com a passagem do “Yagi” pelo território, nomeadamente “objectos em risco de queda”. Por sua vez, os Serviços de Saúde e o Hospital Kiang Wu receberam três feridos por causa do tufão, tendo os mesmos tido alta após o tratamento. O Instituto de Acção Social abriu quatro centros de acolhimento de emergência, tendo acolhido um total de 10 pessoas durante a passagem da tempestade tropical. A par disso, a linha aberta do COPC recebeu um total de 11 chamadas de consultas relacionadas com a situação do tufão ou o funcionamento dos postos fronteiriços e das pontes. Por outro lado, o Corpo de Polícia de Segurança Pública levou a cabo acções de combate às infracções cometidas por condutores de táxis, tendo registado um caso de recusa de prestação de serviço, um caso de negociação de tarifa e três casos de serviços de transporte sem autorização.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaEleições | Sam Hou Fai instado a proteger emprego de residentes Os membros do subsector do trabalho da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo instaram Sam Hou Fai, candidato a Chefe do Executivo, a criar medidas para assegurar o trabalho dos residentes. Foi sugerida a criação de centros de formação e de uma escola de culinária com Hengqin A criação de mais condições de emprego para residentes foi tópico central na reunião que ontem decorreu e que se integrou no périplo de acções de fim-de-semana da campanha eleitoral de Sam Hou Fai, ex-presidente do Tribunal de Última Instância (TUI) que se candidata ao cargo de Chefe do Executivo. Sam Hou Fai reuniu-se ontem com membros do subsector do trabalho da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. Segundo uma nota de imprensa da campanha de Sam Hou Fai, o encontro foi presidido por Ho Sut Heng, presidente da Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM), contando ainda com outros dirigentes da FAOM e 56 membros do subsector do trabalho da Comissão Eleitoral. Na mesma nota, é referido que foi discutida a importância de garantir “a contratação dos residentes locais em Macau”, e alguns membros “sugeriram dar maior importância ao aproveitamento do papel do Conselho Permanente de Concertação Social e estabelecer centros de formação”. Tudo para que os jovens locais possam ser mais competitivos, “permitindo-lhes ter prioridade na procura de trabalhos e integrarem-se em indústrias emergentes”. Além disso, alguns membros “propuseram a criação de uma escola de culinária em colaboração com Hengqin para formar mais profissionais de culinária”, assim como a “otimização do sistema de formação e profissional para os trabalhadores da indústria de jogo”. Foi pedido a Sam Hou Fai, caso seja eleito, “reforce os mecanismos de supervisão e dê prioridade à contratação de trabalhadores locais”, assegurando “o desenvolvimento adequado e diversificado das indústrias, tendo como pressuposto estabilizar a contratação de trabalhadores locais”. Assim, foi sugerido “manter a política de não contratação de croupiers estrangeiros e de condutores profissionais estrangeiros”. Turismo na agenda Destaque ainda para a realização, nos últimos dias, de outros três encontros no âmbito da campanha de Sam Hou Fai. Na sexta-feira, houve um encontro com diversas associações do sector do turismo e agências de viagens. Segundo uma nota de imprensa, “os representantes do sector falaram sobre os desafios e oportunidades que a economia e a sociedade de Macau enfrentam neste momento”, considerando que “o desenvolvimento turístico tem um valor inestimável para a prosperidade da economia em termos globais”. Sam Hou Fai reuniu também, no mesmo dia, com representantes da Associação Industrial de Macau, tendo referido que, com o encontro, “conseguiu conhecer a situação real que a indústria está a enfrentar” estando disposto a “auscultar as opiniões dos diversos sectores da sociedade”. No sábado decorreu mais um encontro com a delegação do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, um “think-tank” ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau. Nesta reunião foram debatidas questões sociais, tendo sido sugerido, pelos membros do Centro, “a melhoria das políticas habitacionais para ajudar os residentes a encontrar moradias”, bem como o fortalecimento “da construção de infra-estruturas de prevenção de inundações”. Relativamente ao trânsito, foi sugerido “o aperfeiçoamento da rede de transportes e uma melhor eficiência do tráfego rodoviário”.
Andreia Sofia Silva Manchete Sociedade“Yagi” | Hoje não há aulas no ensino não superior. Possibilidade “baixa” de ser içado sinal 9 A Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) decidiu suspender hoje as aulas de todos os níveis de ensino devido à passagem pelo território do tufão “Yagi”. Desde as 22h que está içado o sinal 8, sendo “baixa” a possibilidade de vir a ser içado o sinal 9 ao longo da madrugada de hoje. A nota da DSEDJ dá conta que, após reunião com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), todas as aulas serão suspensas, sendo que nas instituições do ensino superior “devem observar o regulamento aplicável”. “A DSEDJ lembra às escolas que devem tomar medidas preventivas e acompanhar a situação, incluindo a instalação de portões impermeáveis, fiscalização de edifícios e instalações escolares, relocalização de equipamentos e monitorização do sistema eléctrico, bem como medidas contra inundações”, é referido na mesma nota. O “Yagi” deverá encontrar-se a cerca de 300 quilómetros de Macau entre a madrugada e manhã de hoje, sexta-feira 6. Os SMG explicam, segundo as informações mais recentes sobre o “super tufão”, que “devido à influência da circulação e das faixas de chuvas deste sistema, o vento na região está a intensificar-se, acompanhado de aguaceiros fortes e trovoadas frequentes”. O aviso azul de “Storm Surge” mantém-se içado, esperando-se inundações entre as 8h e 15h de hoje, sendo que a altura da água nas zonas baixas do Porto Interior não deverá ultrapassar os 0,5 metros. As inundações só serão mais fortes se o “Yagi” “adoptar uma trajectória mais para norte”, apontam os SMG.
Andreia Sofia Silva EventosLivro | Lançado hoje “Macau. Arquitectura e mutações no tecido urbano: uma antologia” É hoje lançado, no Porto, mais uma obra com o cunho da BABEL – Organização Cultural. “Macau. Arquitectura e mutações no tecido urbano: uma antologia” é a obra que compila ensaios e reflexões sobre o panorama arquitectónico e urbanístico de Macau em diversos períodos históricos, nomeadamente desde a revolução republicana chinesa de 1911 até à transição, em 1999 A BABEL – Organização Cultural lança hoje, na Feira do Livro do Porto, um novo livro dedicado à arquitectura e urbanismo de Macau e à sua evolução nos últimos anos. A obra, que tem a chancela da “Circo de Ideias”, intitula-se “Macau. Arquitectura e mutações no tecido urbano: uma antologia” e inclui ensaios e reflexões seleccionados por Tiago Saldanha Quadros, arquitecto, e curadoria fotográfica de Margarida Saraiva. Ambos criaram a BABEL em Macau em 2013, desenvolvendo actualmente projectos culturais e artísticos com esta entidade em Portugal. O lançamento, que acontece a partir das 18h, conta ainda com a presença do arquitecto Jorge Figueira, autor de um dos textos da obra. Porém, este livro inclui muitas outras reflexões sobre um território que tem sofrido profundas mudanças no seu tecido urbano nos últimos anos, à conta dos investimentos na área do jogo, que levaram à construção dos resorts e casinos, ou mesmo do crescimento do turismo. Assim, esta obra “contempla um estudo das transformações no tecido urbano de Macau, com especial foco nas figuras-chave, movimentos e textos que informaram e animaram o discurso arquitectónico das últimas décadas”, aponta um comunicado da BABEL. Além da participação de Jorge Figueira, incluem-se outros autores que se envolveram directamente na obra, nomeadamente Álvaro Siza, Fernando Távora, Francisco Figueira, José Maneiras, Manuel Graça Dias e Manuel Vicente, ambos já falecidos; Mário Duque ou Pedro Vieira de Almeida. Tratam-se de textos que são também “testemunhos e histórias pessoais”. Com apoio Este livro resulta de um estudo financiado pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau, com uma bolsa de investigação académica de 2020. Além disso, a edição da obra faz-se com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo da RAEM, Banco Nacional Ultramarino e Fundação Oriente. O livro divide-se em três partes, pautadas por três momentos históricos: a revolução republicana na China, em 1911; a ocorrência do movimento “12,3” em Macau entre Novembro de 1966 e inícios de 1967; e ainda a fase da transição da administração portuguesa de Macau para a China, em 1999. Incluem-se, assim, “escritos seleccionados, compilados e organizados por arquitectos, professores, investigadores, jornalistas, viajantes e exploradores, provenientes da Ásia, mas também da Europa, América do Norte e Oceania, agora publicados, pela primeira vez, num único volume”. Segundo a BABEL, os três acontecimentos históricos que orientam o conteúdo do livro foram “muito relevantes na história do território, na sua expansão e desenvolvimento”, funcionando “como enquadramento temporal do estudo”. Estes textos assumem uma importância “não só para arquitectos, estudantes e investigadores, mas também para todos aqueles que pretendam compreender melhor as questões identitárias e culturais do urbanismo e da arquitectura de Macau, aliados à qualidade dos textos e à sua dispersão em edições, algumas das quais inacessíveis”, é referido na mesma nota. Abordam-se, assim, no estudo académico que dá origem ao livro, “vários planos temáticos, que vão desde 1911 ao tempo presente, com especial enfoque nas figuras-chave, movimentos e textos que informaram e animaram o discurso arquitectónico das últimas décadas e que documentam as mais significativas transformações verificadas no tecido urbano de Macau”. A obra agrega textos sobre alguns edifícios icónicos do território que se misturam com “ensaios dedicados à discussão de ideias e temas comuns a cada uma das três partes”. Questão de imagem O livro hoje lançado inclui depois um “ensaio visual que integra imagens de obras de artistas que, de algum modo, desenvolveram trabalho sobre Macau, com ênfase na cidade e na arquitectura do território”. Exploram-se aqui fotografias, “stills” de vídeos de artístas e documentos provenientes dos acervos de instituições dedicadas à investigação e estudo da arquitectura. Deste modo, construiu-se “uma narrativa que procura documentar algumas das mutações verificadas no tecido urbano de Macau durante as últimas décadas”. Segundo a BABEL, este livro “não pretende ser uma história recente da arquitectura e do urbanismo de Macau, antes uma leitura interpretativa e crítica de uma sequência cronológica de um conjunto de textos e ensaios aqui coligidos”. Apresenta-se, assim, “uma antologia que configura uma cartografia possível de textos, dos seus autores e dos respectivos planos temáticos”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeNovo Bairro de Macau | Apontadas dificuldades no negócio O café Seng Pan Coffee Roaster, de Jessica Tong, é um dos negócios de Macau a marcar presença no Novo Bairro de Macau em Hengqin. Mas segundo o jornal Exmoo, falta flexibilidade em questões alfandegárias para a compra e transporte de produtos e também ao nível do recrutamento de funcionários para que o negócio tenha menores custos de produção A Seng Pan International Company foi uma das empresas de Macau a investir no Novo Bairro de Macau em Hengqin, com a abertura da cafetaria Seng Pan Coffee Roaster. Porém, segundo declarações de Jessica Tong, administradora e gerente-geral da empresa, ao jornal Exmoo, há ainda muito a fazer para que o negócio obrigue a menos custos numa zona residencial que está agora a nascer. Um dos pontos diz respeito ao sistema alfandegário entre Macau e Hengqin, pois, segundo Jessica Tong, ter um negócio do ramo alimentar em Hengqin implica mais custos operativos com as matérias-primas, uma vez que a cafetaria usa produtos que são mais caros do que em Macau. Tal deve-se ao facto de a matéria-prima do interior da China obrigar ao pagamento de taxas alfandegárias. Assim, Jessica Tong adoptou outro método, que é comprar produtos em Macau e fazê-los entrar em Hengqin, pedindo, por isso, maior flexibilidade no processo alfandegário de matéria-prima. Contratar é difícil Outra das dificuldades apontadas pela empresária, passa pelo recrutamento de funcionários, pois muitas pessoas queixam-se de que trabalhar em Hengqin obriga a maiores deslocações, por se tratar de uma localização remota, e obriga a lidar com o inconveniente do trânsito. No caso de um dos funcionários do café que vive no distrito de Xiangzhou, em Zhuhai, a distância não é muita, mas não existem autocarros directos. Assim, a empresária pede maiores facilidades em termos de transporte público de Zhuhai para a Zona de Cooperação Aprofundada, onde se situa o Novo Bairro de Macau. Grande parte dos trabalhadores da cafetaria é oriunda de Macau, o que obriga a empresa a gastar mais em refeições e alojamento dos funcionários. Outro problema apontado, é a questão do câmbio da moeda, pelo facto de em Macau existir a pataca e em Hengqin o renminbi. “Se os clientes pagam por MPay [plataforma digital de pagamento], haverá uma troca de patacas por renminbis tendo em conta a taxa de câmbio em vigor”, explicou Jessica Tong. Nesse sentido, dois bancos aprovaram uma medida que entra em vigor em meados deste mês, que fará com que o montante em patacas possa ser depositado numa conta bancária em patacas, e o mesmo com o renminbi. Isso resultará na possibilidade de evitar, por parte dos utilizadores, as taxas de câmbio, pois não é necessário trocar o dinheiro.
Andreia Sofia Silva PolíticaSam Hou Fai: Discutido desenvolvimento desportivo com Comissão Eleitoral Sam Hou Fai, candidato ao cargo do Chefe do Executivo, reuniu ontem com membros do subsector desportivo da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. Segundo um comunicado da equipa da campanha eleitoral, foram discutidas, por parte dos membros da Comissão Eleitoral, ideias para melhorar a prática do desporto no território, nomeadamente a “optimização do modelo de concessão de apoios financeiros, o aumento de investimentos nas instalações do desporto e o financiamento diário às associações desportivas”, para atingir o “desenvolvimento diversificado do sector desportivo”. Os membros da Comissão Eleitoral, composta por 400 pessoas, propuseram “uma revisão e aperfeiçoamento da legislação respeitantes a associações desportivas”, bem como a criação de incentivos para a criação de “associações desportivas de modalidade singular, na esperança de obter um apoio financeiro adequado”. Foi também destacada a importância “da formação de atletas profissionais e planeamento da sua carreira”. A reunião decorreu na tarde de quarta-feira, no Edifício Centro Hotline do NAPE, e foi presidida por Chan Chak Mo, deputado e presidente do Comité Olímpico e Desportivo de Macau.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteAL | Kou Hoi In espera “tarefas árduas” e destaca leis patrióticas No relatório do terceiro ano da VII legislatura da Assembleia Legislativa, o presidente do hemiciclo considera que o quarto ano legislativo será “repleto de tarefas árduas”. Kou Hoi In destacou a aprovação, na actual legislatura, de diplomas relacionados com a eleição do Chefe do Executivo Macau está na época alta dos balanços legislativos, quando deputados apresentam, em conferências de imprensa, os resultados do trabalho desenvolvido com interpelações ao Governo e sessões de esclarecimento à população. Porém, um dos balanços mais abrangentes acaba por ser o da própria Assembleia Legislativa (AL). O relatório relativo ao terceiro ano da VII legislatura, dos anos 2023 a 2024, contém uma mensagem do deputado que preside à AL, Kou Hoi In, que dá conta que o último ano da actual legislatura será “repleto de tarefas árduas”. Na mesma nota, o presidente do hemiciclo assegura que os deputados “vão continuar a pautar-se pelo bem-estar da população”, além de “elevar, através da fiscalização, o nível e eficácia da governação da RAEM”. Caberá ainda aos deputados, nos próximos meses, o trabalho de aperfeiçoamento “do sistema jurídico da AL e promover o desenvolvimento de alta qualidade dos seus trabalhos”. Na nota final assinada por Kou Hoi In, é dado grande destaque às questões patrióticas a cumprir pelos membros do hemiciclo. Fica, assim, a promessa de que estes irão “potenciar a gloriosa tradição de amor pela pátria e por Macau, assumir rigorosamente a nova missão e as novas tarefas atribuídas a Macau na nova era e nova jornada do país”. Estes devem ainda “desempenhar as suas funções com pleno entusiasmo político, forte sentido de missão e união e, em conjugação de esforços com o Governo, vão aperfeiçoar e aprimorar, de forma contínua, o sistema institucional da governação de Macau àuz da lei”. Tudo importa para “assegurar a implementação estável e duradoura” do princípio “um país, dois sistemas”. No ano legislativo que agora terminou, realizaram-se 35 plenários, com uma taxa média de assiduidade por parte dos deputados de 97 por cento. Foram realizados dez plenários para responder às questões colocadas pelos deputados através das interpelações orais, enquanto 17 sessões plenárias serviram para votar e discutir propostas de lei. No que diz respeito às três comissões permanentes, realizaram-se 140 reuniões, com uma taxa de assiduidade ligeiramente mais baixa em relação às sessões plenárias, de 95 por cento. O que é patriótico é bom No relatório do ano legislativo de 2022/2023 Kou Hou In denotava que vinham aí propostas de lei importantes para o território e o país, para que o poder em Macau fique sempre “nas mãos dos que amam o país e Macau”. E com a chegada do acto eleitoral para o cargo do Chefe do Executivo, a verdade é que as propostas de lei relacionadas com a eleição foram as mais importantes do terceiro ano legislativo da VII Legislatura, na óptica do presidente da AL. No relatório é dado destaque à alteração da Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo, aprovada a 14 de Dezembro do ano passado, que serviu para “aperfeiçoar o regime jurídico da defesa da segurança nacional e implementar plenamente o princípio “Macau governada por patriotas”. Houve também alterações à Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da RAEM, aprovadas em 11 de Abril deste ano, que vieram “aperfeiçoar o mecanismo de apreciação da qualificação dos candidatos”, bem como “melhorar e optimizar o processo de gestão eleitoral, garantindo ainda mais a imparcialidade, a justiça e a integridade das eleições”. Importa ainda ressalvar as alterações à Lei dos juramentos por ocasião do acto de posse), aprovada em 21 de Maio deste ano, que obriga os membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo a prestar juramento. Houve também mudanças na Lei de protecção do segredo de Estado, aprovadas a 14 de Dezembro do ano passado, tratando-se de uma “lei complementar na área da defesa da segurança do Estado” e que vem definir “disposições específicas sobre a definição do segredo de Estado, critérios de classificação, medidas de protecção, prazos da classificação, o procedimento de desclassificação e o regime sancionatório”. O relatório indica que fica assegurada “uma protecção adequada e rigorosa do segredo de Estado”. Na nota final do relatório, Kou Hoi In escreveu que estas leis têm “grande significado” e trazem “implicações profundas”. Ficou, assim, consolidada “a base legal para ‘Macau governada por patriotas'”, além de ser definido “os regimes jurídicos de protecção do segredo de Estado e de controlo de armas, no sentido de construir uma barreira jurídica para a defesa da segurança nacional e a estabilidade da sociedade a longo prazo”, defendeu. Outro diploma importante foi a implementação do Regime jurídico da Universidade de Turismo de Macau, uma evolução do anterior Instituto de Formação Turística. Tratou-se de uma revisão que veio “permitir que o desenvolvimento académico, funcionamento e gestão do pessoal [dessa universidade] tenha uma maior flexibilidade, possibilitando, assim, elevar ainda mais a sua competitividade e influência regional”. Outra referência no relatório é a alteração à lei do salário mínimo, levando ao aumento dos valores. Assim, desde 1 de Janeiro deste ano que o salário mínimo é de 7.072 patacas mensais; 1.632 patacas por semana, para remunerações calculadas àemana; 272 patacas por dia, para remunerações calculadas ao dia; e 34 patacas por hora, para remunerações calculadas àora. O silêncio do inocente Como é habitual, o relatório da AL revela ainda os deputados mais faltosos e cumpridores. Chan Chak Mo voltou a demonstrar um baixo desempenho como deputado, pois não apresentou nenhuma interpelação escrita ou oral ao Governo, nem sequer fez intervenções no período de antes da ordem do dia. Também o deputado e médico Chan Iek Lap ficou longe das posições cimeiras em matéria de desempenho, com apenas sete intervenções antes da ordem do dia e duas interpelações escritas subscritas. Pelo contrário, os deputados José Pereira Coutinho; Lei Chan U, Lam Lon Wai, Leong Sun Iok e Ella Lei, da Federação das Associações dos Operários de Macau; ou ainda Si Ka Lon e Song Pek Kei, ligados à comunidade de Fujian, estão no grupo dos mais interventivos. No total, até ao dia 15 de Agosto foram apresentadas ao Governo 701 interpelações escritas por 20 deputados. “Importa ainda acrescentar que, durante o período de férias legislativas da sessão legislativa anterior, isto é, entre 16 de Agosto e 15 de Outubro de 2023, foram apresentadas 110 interpelações escritas por 13 deputados”, lê-se no relatório. Os dados revelados no balanço legislativo mostram “o cumprimento das funções de todos os deputados que trabalharam com pragmatismo e dedicação para servir a população”, sendo também um sinal do “empenho, profissionalismo e eficiência dos trabalhadores dos Serviços de Apoio àssembleia Legislativa, bem como da cooperação e dos esforços conjuntos dos órgãos Legislativo e Executivo”, é referido De destacar que não só este ano se realizam as eleições para o cargo do Chefe do Executivo, como no próximo ano haverá eleições legislativas. A corrida eleitoral sofreu recentemente uma reviravolta, pois Ho Iat Seng, o tão esperado candidato a um segundo mandato, anunciou que não iria concorrer por questões de saúde. Actualmente é Sam Hou Fai, o ex-presidente do Tribunal de Última Instância, quem melhor se posiciona na corrida eleitoral.
Andreia Sofia Silva Manchete Sociedade“Yagi” | Sinal 8 de tempestade içado hoje às 22h Será hoje içado, por volta das 22h, o sinal 8 de tempestade tropical relativo à passagem do “Yagi”, descrito pelos Serviços Metereológicos e Geofísicos (SMG) como um “super tufão”. Segundo um comunicado dos SMG, a tempestade encontra-se nesta altura “na parte norte do Mar do Sul da China”, prevendo-se que continue a “mover-se para oés-noroeste, em direcção às regiões entre a costa oeste de Guangdong e a ilha de Hainan”. Espera-se, assim, “que o vento se intensifique progressivamente e que sejam frequentes a precipitação e as trovoadas”, sendo que o “Yagi” deverá entrar no raio de 300 quilómetros de Macau na madrugada de amanhã, sexta-feira, daí o levantamento do sinal 8 de tempestade na noite de hoje. Os SMG descrevem ainda que, “devido à influência da circulação e das faixas de chuvas deste sistema, o vento em Macau vai intensificar-se significativamente, acompanhado de aguaceiros fortes e trovoadas frequentes”. Mantém-se em vigor o aviso de “Storm Surge” de cor azul, podendo ocorrer pequenas inundações, com a água a atingir 0,5 metros de altura, entre as 8h e as 15h de amanhã nas zonas baixas do Porto Interior. Os SMG alertam para o facto de as inundações poderem agravar-se caso o “Yagi” adopte uma trajetória mais para norte. Assim, a probabilidade de emissão do aviso de “Storm Surge” de cor amarela é “moderada a relativamente alta”, podendo acontecer entre a noite de hoje e a madrugada desta sexta-feira, segundo as actuais previsões dos SMG.
Andreia Sofia Silva EventosPoesia | “Poemografia de Macau”, de António Mil-Homens, lançado em Lisboa O fotógrafo António Mil-Homens, antigo residente de Macau, lança hoje em Lisboa, no Centro Científico e Cultural de Macau, o livro “Poemografia de Macau”, onde reúne poemas e fotografias da sua autoria que espelham uma visão muito própria do território. A obra foi editada pelo Instituto Cultural em 2019 Volta hoje a ser lançado o livro “Poemografia de Macau”, da autoria do fotógrafo António Mil-Homens, no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). Ex-residente de Macau, para onde foi viver em meados dos anos 90, António Mil-Homens destacou-se como uma personalidade ligada à arte e à imagem, até que decidiu, com esta obra, apostar também na escrita. Este é um lançamento feito alguns anos após a primeira edição de “Poemografia de Macau”, editado em 2019 pelo Instituto Cultural (IC), e que se integra na colecção “Escritores Chineses e Lusófonos”, estando disponível em chinês, português e inglês. Ao HM, António Mil-Homens, que actualmente está radicado em Portugal, disse que esta obra “transcreve” de forma poética a sua experiência com o território. “A intenção de fazer chegar a obra a um público tão vasto quanto possível tinha-me levado à encomenda da tradução para chinês e inglês dos poemas. O título deriva também da ideia de enriquecer o conteúdo com a inclusão de fotografias minhas, captadas desde a minha primeira estadia em Macau, em 1996”, apontou. Mil-Homens explica que, como toda a sua poesia, “o conteúdo [do livro] foi produzido de forma espontânea”, ao contrário da selecção das fotografias para ilustrar o livro. “Se, em termos gráficos, a minha intenção original era de ter um formato maior, quadrado, e daí o formato das fotografias, senti-me honrado com a inclusão da obra na mencionada colecção [do IC]. A anunciada apresentação no CCCM pareceu-me oportuna, na medida em que tem estado patente no mesmo a minha exposição fotográfica ‘Macau, agora e sempre'”. A obra foi lançada em Macau, na Casa Garden, há quatro anos, tendo o autor dito, na altura, que sempre se sentiu bastante ligado à cultura chinesa, e que esse livro é reflexo disso mesmo. “Tenho uma enorme admiração e um profundo respeito. Não ignoro as diferenças e procuro entendê-las. É a minha postura normal relativamente a outras culturas: procurar e analisá-las sem grandes pré-concepções, porque essa é a única forma. Prefiro ter um olhar mais transparente sobre aquilo que me rodeia.” Um dos poemas incluídos neste livro descreve a chegada de António Mil-Homens a Macau em 1996. Mas o autor foi escrevendo de formas diferentes ao longo dos tempos, precisamente pela absorção da cultura chinesa. “De repente ganhei consciência de que o estilo [de escrita] é mais configurativo. Se calhar o estilo de escrita dos poemas reflecte muito daquilo que em mim foi sendo inculcado pela cultura chinesa. Diria que são poemas meus, mas se calhar são muito chineses na forma como foram naturalmente escritos, sem ter tido consciência ou intenção disso”, referiu ao HM na altura. Último dia De frisar que a exposição “Macau, Agora e Sempre” tem estado patente no CCCM e chega amanhã ao fim. Desde o dia 3 de Junho que o público pode ver, de forma gratuita, as melhores imagens captadas por este ex-residente de Macau, que no território trabalhou também como fotojornalista. António Mil-Homens tem estado ligado a outras iniciativas culturais promovidas pelo CCCM, nomeadamente na realização do workshop “Fotografia Elementar”, que decorre nos dias 24 e 25 deste mês. A ideia é que os alunos possam fotografar ou “escrever com a luz”, tendo o Museu de Macau, no piso térreo do CCCM, como base de trabalho.
Andreia Sofia Silva Sociedade“Trovoada 2024” | Operação implica 34 pessoas com medidas de coacção A operação “Trovoada 2024”, realizada entre os dias 22 de Junho e 15 de Agosto, fez com que 34 pessoas tenham ficado com medidas de coacção, nomeadamente prisão preventiva, por serem suspeitas da prática de crimes. No total, 553 pessoas foram encaminhadas para órgãos judiciais para efeitos de acusação por suspeita de prática de crime, tendo sido detidos 14 indivíduos que eram alvo de mandados de detenção e interceptação emitidos pelas autoridades judiciárias. Destes, quatro homens foram entregues ao Estabelecimento Prisional para cumprimento de pena. Segundo uma nota das autoridades, a “Trovoada 2024” teve como objectivo o combate à criminalidade organizada, tendo sido realizadas 1.199 fiscalizações em 2.895 locais. Os Serviços de Alfândega, em parceria com a Polícia Judiciária e Corpo de Polícia de Segurança Pública, mobilizaram 13.281 agentes, tendo 92.070 indivíduos sido sujeitos a identificação e 2.651 conduzidos à polícia para efeitos de averiguações. Dos casos resolvidos, destacam-se 13 casos de associação criminosa, com a detenção de 87 pessoas, 59 casos de usura para jogo, com a prisão de 106 pessoas, ou três casos de exploração ilegal de jogo, que levou 56 pessoas à prisão. Destaque ainda para os 48 casos relacionados com burlas envolvendo esquemas de troca de dinheiro, levando à detenção de 51 pessoas. Esta operação levou à apreensão de fichas de jogo no valor de cerca de 1,96 milhões de dólares de Hong Kong. Foram também apanhados 1088 não residentes por suspeita de crimes como “imigração ilegal, excesso de permanência, troca ilegal de dinheiro, prostituição, trabalho ilegal por conta própria, trabalho ilegal e actividades que não se coadunavam com a qualidade de turista”.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteFukushima | Macau mantém proibição de produtos importados do Japão O Japão pediu recentemente a Hong Kong para levantar a proibição de importação de produtos alimentares de dez zonas do país no seguimento das descargas de águas residuais nucleares da central de Fukushima. O pedido foi rejeitado e Macau segue pelo mesmo caminho. Em sete meses de análises a amostras alimentares, o Instituto para os Assuntos Municipais não registou anomalias Em Macau permanece o medo do impacto na saúde pública com a importação de alimentos oriundos de algumas zonas do Japão devido a descargas de águas residuais da central nuclear de Fukushima. Em meados do último mês, as autoridades japonesas pediram a Hong Kong para pôr um ponto final às restrições de importação de produtos, mas a RAEHK manteve a decisão. O mesmo caminho segue Macau. Numa resposta enviada ao HM pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), lê-se que vai continuar a ser proibido importar determinados alimentos do Japão por se acreditar que há risco para a saúde pública, apesar de as autoridades japonesas manterem a tese de que é seguro para o mar e a terra as descargas das águas de Fukushima. “Em resposta à decisão unilateral do Japão de proceder à descarga contínua de águas residuais nucleares no mar a partir de 24 de Agosto de 2023, o Governo da RAEM, no mesmo dia, proibiu a importação de produtos alimentares frescos e vivos ou produtos de origem animal, dos locais com risco mais elevado, nomeadamente Fukushima e dez outras prefeituras costeiras. A fim de garantir a segurança alimentar de Macau, essa medida ainda permanece em vigor”, pode ler-se. Nas análises efectuadas nos primeiros sete meses de 2024, não foram detectados problemas nos produtos importados do Japão das restantes prefeituras. “O IAM tem vindo a reforçar a monitorização de substâncias radioactivas nos produtos alimentares importados do Japão, tendo recolhido, aquando da sua importação e da venda a retalho, de 1 de Janeiro a 31 de Julho de 2024, 55 mil amostras alimentares para testes através de aparelhos de medição de radiação e 1.200 amostras para testes de radionuclídeos, nas quais não se detectou nenhuma anomalia”, é referido. No passado dia 19 de Agosto, as autoridades de Hong Kong rejeitaram um pedido do Japão para levantar as restrições à importação de produtos alimentares de dez prefeituras japonesas. Segundo a agência Lusa, foi emitido nessa altura um comunicado por parte das autoridades da região vizinha no contexto de uma visita a Hong Kong do ministro da Agricultura, Silvicultura e Pescas do Japão, Tetsushi Sakamoto. O responsável nipónico pediu o fim das medidas implementadas em Agosto de 2023. Na altura, Hong Kong impôs “medidas de controlo da importação” de produtos japoneses, incluindo pescado, marisco, algas e sal, de dez regiões do norte e centro da ilha de Honshu, incluindo de Fukushima e da capital, Tóquio. Numa reunião com Sakamoto, o secretário para a Administração interino de Hong Kong, Cheuk Wing-hing, expressou preocupação sobre “as repercussões sem precedentes” da descarga de águas residuais radioativas tratadas e diluídas da central de Fukushima Daiichi. Em Agosto foram lançadas para o oceano parte dos cerca de 1,33 milhões de toneladas de água, proveniente de chuva, água subterrânea ou injecções necessárias para arrefecer os núcleos dos reactores nucleares de Fukushima. “Não existem garantias por parte das autoridades japonesas de que o seu sistema de purificação e diluição possa funcionar de forma contínua e eficaz a longo prazo”, defendeu Cheuk Wing-hing. Apesar de ter sido aprovado pela Agência Internacional de Energia Atómica, o plano de descarga das águas de Fukushima levantou preocupações nos países vizinhos, provocando protestos de rua na Coreia do Sul. Tanto o Governo como a sociedade de Hong Kong “estão muito preocupados com a salvaguarda da segurança alimentar e da saúde pública (…) e devem adoptar uma abordagem prudente e exercer um controlo rigoroso”, disse o governante de Hong Kong. Desde o início das descargas que as autoridades da região chinesa têm testado os níveis de radiação em amostras de alimentos importados de outras províncias do Japão, sem qualquer resultado anormal, tal como acontece em Macau. Ainda assim, Cheuk disse a Sakamoto que o Governo de Hong Kong irá “acompanhar de perto a evolução das descargas e manter as medidas correspondentes sob revisão”. A libertação das águas residuais começou quase 12 anos e meio após a fusão nuclear de Março de 2011, causada por um forte terramoto e tsunami. Tanto o Governo japonês como o operador da central, a Tokyo Electric Power Company Holdings, alertaram que a água tinha de ser removida para evitar fugas acidentais dos tanques de armazenagem. Restaurantes em quebra Apesar dos dados oficiais não apontarem, para já, quaisquer riscos no consumo, a verdade é que os restaurantes japoneses têm registado quebras de negócio nos últimos meses. Logo em Setembro de 2023, um mês depois da descarga das águas o volume de negócios dos restaurantes japoneses e coreanos diminuiu 27,9 por cento em Setembro, face ao mesmo mês de 2022, segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em Outubro verificou-se uma quebra no volume de negócios dos restaurantes japoneses de 24,9 por cento em termos anuais, sendo que essa quebra também se verificou nos restaurantes de comida coreana. Em Maio deste ano, o volume de negócios dos restaurantes japoneses e coreanos baixaram 18,1, também de acordo com a DSEC. Novos diálogos A questão Fukushima tem estado em cima da mesa desde que as águas foram libertadas no mar. Em Abril desde ano, segundo a agência Lusa, peritos do Japão e da China realizaram o primeiro diálogo público entre os dois países, na cidade chinesa de Dalian, para discutir o impacto da controversa libertação de água tratada da central nuclear de Fukushima. O desastre nuclear da central japonesa de Fukushima Daiichi, desencadeado pelo devastador terramoto e tsunami de Março de 2011, representa o mais grave acidente nuclear do século XXI até à data. Segundo a agência noticiosa oficial japonesa Kiodo, a representação japonesa contou com a presença de funcionários dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Economia, do Comércio e da Indústria, bem como de delegados do operador da central, a TEPCO, e da Autoridade Reguladora Nuclear do Japão, que “trocaram pontos de vista” com peritos de agências de investigação chinesas. Já no passado mês de Março, peritos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) se deslocaram ao Japão para fazer uma avaliação do impacto da descarga das águas nas pescas e agricultura, garantindo não existir problemas de segurança alimentar. O director-geral da AIEA, Rafael Grossi, observou as águas residuais radioactivas a serem misturadas com quantidades massivas de água do mar e examinou a estação onde se processa esta operação. “Ao supervisionar esta operação e fornecendo informação sobre a mesma, asseguramos, como afirmámos desde o início, que a AIEA estará presente até que a última gota seja dispersa de forma segura no oceano”, disse Grossi num vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter). “A segurança nuclear está em primeiro lugar. A AIEA está aqui e vamos acompanhar de forma contínua esta operação”, acrescentou. Mais recente, no passado dia 9 de Agosto, a AIEA emitiu uma nota sobre uma fuga de água detectada numa das unidades da central nuclear de Fukushima, envolvendo, segundo uma nota desta entidade, “cerca de 25 toneladas de água da sala das bombas do sistema de arrefecimento do combustível irradiado e da sala do permutador de calor”. Esta água escoou “para um dreno no chão ligado ao poço de recolha de água localizado numa sala do primeiro andar da cave”, porém, não foi detectada “qualquer fuga que se tenha propagado a outras divisões”. A AIEA salientou também que “este acontecimento não está relacionado com a descarga de água tratada”, não tendo esta sido informada “de qualquer violação das normas de proteção contra as radiações”.
Andreia Sofia Silva Manchete Sociedade“Yagi” | Sinal 3 poderá ser içado na madrugada de quinta-feira Os Serviços Metereológicos e Geofísicos (SMG) estimam que o sinal 3 de tempestade tropical possa ser içado entre a madrugada e o início da manhã desta quinta-feira, 5, com a intensificação do vento e maior frequência de chuvas e trovoadas. Actualmente está içado o sinal 1 de tempestade tropical, esperando-se que entre hoje e amanhã o “Yagi”, que se transformou num ciclone tropical severo, atravesse a parte setentrional do Mar do Sul da China em direcção a oeste ou noroeste, deslocando-se para a área entre a parte oeste de Guangdong e a Ilha de Hainão, descrevem os SMG. Desta forma, o tempo continuará muito quente hoje, com possibilidade de aguaceiros acompanhados de trovoada esta tarde provocada pelas temperaturas elevadas, podendo ser acompanhados de ventos com rajadas fortes. Os SMG descrevem também que o “Yagi” pode ainda “intensificar-se” e passar a tufão severo, mas a sua trajectória de deslocação “ainda é incerta, podendo ser adoptado um rumo mais para norte e próximo da costa meridional da China”. Desta forma, os SMG descrevem que “consoante a variabilidade da sua trajectória e intensidade, irá avaliar oportunamente a possibilidade de emissão de sinais de tempestade tropical mais elevados” e demais avisos relacionados com cheias nas zonas baixas da cidade.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | João Miguel Barros fala sobre história da fotografia chinesa Decorre amanhã, no Centro Científico e Cultural de Macau, mais uma sessão da iniciativa “Conversas Sábias”, desta vez com João Miguel Barros, advogado e fotógrafo radicado em Macau. “A Fotografia Chinesa desde a Revolução Cultural até ao século XXI” será o tema da sessão, onde o co-fundador da associação Halftone promete falar do impacto desse período da história chinesa na fotografia O Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) acolhe amanhã mais uma sessão da iniciativa “Conversas Sábias”, que conta com convidados que tiveram experiências em Macau, China ou no mundo asiático em geral e que pretendem partilhar, de forma informal, essas vivências com o público. Desta vez o convidado é João Miguel Barros, advogado e fotógrafo, que irá falar sobre “A Fotografia Chinesa desde a Revolução Cultural até ao século XXI”. Na descrição do evento, pode ler-se que os anos da Revolução Cultural na China, entre meados dos anos 60 e 70, representaram “um período de asfixia na produção artística em todos os sectores da sociedade chinesa”, sendo que “a prática fotográfica era genericamente propagandística e de apologia do regime”. Porém, “com a morte de Mao Zedong, a nova liderança política tolerou a criação de diversos movimentos, nem todos orgânicos, e de novas práticas artísticas”. Desta forma, o advogado e fotógrafo vai tentar identificar “os principais movimentos que estiveram na origem do nascimento da fotografia contemporânea chinesa”, além de evidenciar “alguns dos fotógrafos mais importantes dos finais do séc. XX, cuja influência ainda se faz sentir em parte das novas gerações de artistas chineses”. Livros na galeria Radicado há vários anos em Macau, João Miguel Barros começou a apostar mais na fotografia e na curadoria de exposições nos últimos anos, possuindo actualmente uma galeria de fotografia em Lisboa, a Ochre Space. João Miguel Barros diz ter-se preparado para esta sessão de “Conversas Sábias” com base nos mais de três mil livros de fotografia que possui na galeria, pertencentes à sua biblioteca pessoal. A Ochre Space é um “espaço vocacionado para promover a fotografia contemporânea e a vídeo arte”. A iniciativa “Conversas Sábias” no CCCM decorre durante os próximos meses. A sessão da próxima quinta-feira, 12, será com Carlos Leone, que irá falar da temática “Do Golfo à Ásia Menor”. Carlos Leone, formado em Filosofia, tem experiência como jornalista, autor, professor e tradutor. Durante 10 anos foi analista político da embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Lisboa. Actualmente, é investigador do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta. Pelo CCCM, para estas sessões, já passaram convidados como Marco Duarte Rizzolio, residente de Macau e co-fundador do concurso de empreendedorismo “929 Challenge”, ou ainda José Sales Marques, economista, que no dia 18 de Julho falou sobre a relação entre Macau e a União Europeia.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteJogos Olímpicos | Manuel Silvério ainda acredita na adesão de Macau ao COI Manuel Silvério, ex-presidente do Instituto do Desporto e co-fundador do Comité Olímpico de Macau, continua a defender que “a adesão de Macau ao COI [Comité Olímpico Internacional] só depende de alguém tomar a iniciativa”. O responsável defende também o aumento da transparência no desporto local “Qualificados, prontos e amplamente apoiados: A adesão de Macau ao COI [Comité Olímpico Internacional] só depende de alguém tomar a iniciativa”. É com esta frase que Manuel Silvério, antigo presidente do Instituto do Desporto (ID) e co-fundador do Comité Olímpico de Macau (COM), fala da possibilidade da RAEM poder participar nos Jogos Olímpicos (JO). Numa nota publicada na segunda-feira no Facebook, o antigo dirigente defende que o COM “tem condições e a capacidade para continuar a seguir com o pedido de adesão ao COI”, salientando que Macau tem, “pelo menos mais 25 anos para realizar este sonho da comunidade desportiva de Macau”. O facto de Macau, ao contrário de Hong Kong, não poder estar no COI é uma questão que tem sido levantada nos últimos dias, no contexto da visita da delegação olímpica chinesa ao território. Recorde-se que, nos últimos JO de Paris, a China ficou em segundo lugar no ranking de países mais medalhados com um total de 91 medalhas, atrás dos Estados Unidos da América que ficaram em primeiro lugar. Tanto o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, como a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, defenderam que a vinda dos atletas olímpicos constitui uma boa influência para o fomento do desporto local, mas a verdade é que a chama olímpica tem estado afastada do horizonte de Macau. O COM foi criado em 1986 e Manuel Silvério fez parte do organismo até se reformar, em 2008. Na publicação, destaca que nesses anos “a participação de Macau nos JO sob o COI tem sido fortemente apoiada” por várias entidades, nomeadamente “o Comité Olímpico Chinês, pelo Comité Olímpico Português, pelo Governo de Macau sob administração portuguesa ou pelo Governo da RAEM”. “Não há razão para impor restrições; podemos continuar a avançar na direcção da participação nas Olimpíadas como a Delegação Desportiva da China, Macau, e podemos ter sucesso nisso”. Um trabalho contínuo Manuel Silvério explica também que até 2008 foram mantidos os esforços para que os atletas de Macau pudessem participar nos JO. “Como um dos fundadores e ex-líder do Instituto do Desporto de Macau e do COM, quero destacar que eu e a minha equipa sempre estivemos activamente empenhados em criar condições para que os atletas de Macau pudessem participar em competições internacionais. Desde a fundação do COM, passando pela adesão ao Conselho Olímpico da Ásia (OCA) e a participação ininterrupta nos Jogos Asiáticos desde 1990, o objectivo final sempre foi os JO”, apontou. No ano de fundação do COM, segundo o testemunho de Manuel Silvério, ele e José Machado estiveram nos JO de Seul como observadores, onde fizeram contactos para “levar os atletas de Macau aos Jogos Asiáticos e Olímpicos”. Foi então criado o COM, sendo que, em 1987, foi solicitada a filiação ao COI e também ao Comité dos Jogos Asiáticos. Nos anos 80, e numa fase em que a Declaração Conjunta acabava de ser assinada, era incerto o futuro da RAEM. Assim, Manuel Silvério recorda como “no início o COI levantou muitas questões, como a identidade dos atletas de Macau, o estatuto político, a bandeira, o hino, os documentos de viagem e passaportes, bem como a forma de participação e a relação com a delegação chinesa”, o que exigiu “mais de dez dossiers detalhados”. Porém, 25 anos depois da constituição da RAEM, “essas ‘dúvidas’ foram completamente esclarecidas”, tendo “todos os obstáculos ou dúvidas sido totalmente eliminados”. Com base nesse contexto, Manuel Silvério acredita que foi seguido “um plano cuidadoso e progressivo para concretizar a candidatura ao COI”. “Acredito que, com o impulso positivo daquela época, a agenda para a adesão do COM ao COI poderia ser retomada. E estou ainda mais confiante de que não haverá muita oposição. Claro, antes disso, ainda pode ser necessário fazer mais trabalho de comunicação e coordenação com os membros do COI”, acrescentou. Regras para cumprir Manuel Silvério destaca também que o território já cumpre os pré-requisitos que podem fazer desta candidatura um caso de sucesso, pois a “participação da Delegação Desportiva da China, Macau, nos Jogos Olímpicos é uma manifestação da implementação da política ‘Um País, Dois Sistemas’, e a Lei Básica já esclareceu todas as dúvidas do COI”. Depois, há ainda as questões de Hong Kong e Taiwan, que participam nos JO. “A Delegação Desportiva da China, Hong Kong e a Delegação Desportiva de Taipei Chinês constituem precedentes, e de acordo com as regras do COI, antes da revisão de 1996, a adesão de Macau é razoável e justificada”, descreve, lembrando ainda que “Macau tem contribuído para o desporto na Ásia e no mundo, e tanto os outros membros como o próprio COI ou OCA podem beneficiar da adesão de Macau, sem razões para se opor”. Neste contexto, o HM conversou em 2021 com Chan Chak Mo, deputado e secretário-geral do Comité Olímpico e Desportivo de Macau (CODM), que explicou que uma candidatura ao COI estaria afastada devido a alterações de estatutos de 1996. “Os Estatutos do Comité Olímpico Internacional mudaram nos anos 90 e impedem a inscrição de membros que não sejam soberanos. Como Macau é China não se pode candidatar, foi o que nos explicou o COI”, defendeu. O secretário-geral lembrou que esta questão não ficou resolvida no período da administração portuguesa, ao contrário do que sucedeu com Hong Kong, e que agora será difícil alterar o panorama. “Hong Kong fez a candidatura antes da transferência da soberania, numa altura em que os estatutos ainda não tinham sido alterados. Foi por isso que foram aceites. Ao contrário, Macau não completou a candidatura antes da transferência e agora já não pode fazer nada. O processo de entrada tinha de ficar concluído nos anos 90, antes da transferência”, explicou Chan Chak Mo. Manuel Silvério destaca a necessidade que as autoridades de Macau têm de apostar nas novas modalidades que muito recentemente passaram a fazer parte dos JO, como as competições de BMX freestyle, Breakdance ou skate. O antigo dirigente desportivo recorda que, nos mais variados eventos que organizou, como os Jogos da Lusofonia, por exemplo, foram escutadas “atentamente as necessidades do COI, do Comité Olímpico Asiático e das diferentes modalidades”. “Iniciámos e promovemos activamente novas modalidades que hoje em dia já são desportos olímpicos e nos Jogos Asiáticos, ou de renome mundial, como os e-sports, os desportos radicais, especialmente o skate e o BMX freestyle, recebendo elogios generalizados dos membros do COI”, disse. Desta forma, cabe a Macau “criar oportunidades para os atletas em diferentes modalidades”. Falta de transparência Manuel Silvério diz ainda que “nos últimos anos parece que tem faltado a Macau um pouco de transparência e iniciativa no que ao desporto diz respeito”, estando as autoridades a seguir “uma direcção oposta à internacionalização e rejuvenescimento do desporto promovidos pelo COI e pelo país”. “Observamos como diversas novas modalidades desportivas têm brilhado nos eventos internacionais, e até algumas modalidades tradicionais tiveram de dar lugar aos novos desportos nos Jogos Olímpicos. Por outro lado, as autoridades desportivas parecem ter marginalizado algumas dessas novas modalidades, o que acabou por prejudicar o desenvolvimento desses desportos em Macau”, referiu. Para Manuel Silvério, “Macau já foi pioneira nos desportos, mas agora estagnou”, pois “os locais e as competições desapareceram”. “Parece que todo o trabalho que fizemos no passado nunca aconteceu, como se os esforços e o tempo investidos tivessem sido em vão, sem ninguém a dar continuidade”, frisou. Tendo em conta a realização dos Jogos Paralímpicos em Paris desde o dia 28 de Agosto, Manuel Silvério refere o agrado por ver “a Delegação de Macau nos Jogos Paralímpicos aparecer na cerimónia de abertura”, alertando para as dificuldades sentidas pela Associação dos Deficientes de Macau para formar e enviar atletas para competir. “Há muito pouca cobertura mediática sobre a sua situação. Um membro fundador da Associação dos Deficientes de Macau disse-me que, até agora, não sabem se o apoio financeiro para esta ida a Paris do Instituto do Desporto será aprovado na sua totalidade. Claro, ao vê-los ir ao Instituto do Desporto para se despedirem antes da viagem, podemos ficar aliviados, sabendo que eles ainda conseguiram participar. Mas, ao mesmo tempo, só enviaram uma atleta e um oficial. Em comparação com as delegações de outros tempos, a alegria para a comunidade desportiva de Macau é limitada”, rematou. Manuel Silvério deixa ainda uma questão sobre a ligação de Macau aos JO. “Se nem conseguimos candidatar-nos ao COI, como podemos falar em cidade internacional?”. O dirigente diz mesmo que Macau tem condições para competir por si. “Não estamos a dizer que os melhores atletas de Macau podem juntar-se à equipa nacional da China. Eu apoio a Lei Básica e acredito que isso não seria um exemplo positivo. Em várias competições internacionais, como os Jogos Asiáticos, os atletas de Macau competem em pé de igualdade com os atletas da China, Hong Kong e Taipei Chinês. Esta é uma vantagem de ‘Um País, Dois Sistemas’, permitindo que mais atletas talentosos da China brilhem no palco internacional”, adiantou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeJO | Campeã olímpica perseguida por fãs no Galaxy A atleta Quan Hongchan, que esteve em Macau no contexto da visita da comitiva olímpica chinesa, foi alvo de uma perseguição por parte de uma multidão de fãs enquanto passeava num hotel da Galaxy. A perseguição, registada em vídeo, foi tal que obrigou Quan Hongchan a esconder-se numa casa de banho A passagem da comitiva olímpica por Macau nos últimos dias registou alguns percalços, nomeadamente uma perseguição de fãs à atleta Quan Hongchan, que conquistou duas medalhas de ouro na modalidade de mergulho nos Jogos Olímpicos (JO) de Paris. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra como a atleta, com apenas 17 anos, passeava com um chapéu e máscara num hotel da Galaxy, e depois é perseguida por uma multidão de fãs com telemóveis em punho. As imagens mostram que a atleta fugiu e escondeu-se numa casa-de-banho, enquanto os fãs se amontoavam cá fora e tentavam entrar. “Ela (Quan Hongchan) está a chorar na casa de banho, em choque. Cheguem-se para trás, a atleta prometeu tirar fotografias com vocês. No entanto, devem fazer fila… Se continuarem assim não vai haver sessão de fotografias”, disse um dos seguranças aos fãs junto à porta da casa-de-banho. Os seguranças acabaram por escoltar a atleta para o quarto de hotel onde está hospedada. Bilhetes mais controlados Entretanto, o Instituto do Desporto (ID), na figura de Luís Gomes, presidente substituto, garante estar a estudar medidas para controlar a especulação na compra de bilhetes para eventos desportivos, a fim de controlar os preços no mercado negro e problemas com a identificação dos participantes na entrada dos recintos. A questão surgiu no contexto da visita da comitiva olímpica chinesa a Macau, tendo Luís Gomes referido ao jornal Ou Mun que o Governo deseja que as actividades desportivas possam beneficiar residentes de diferentes classes sociais e idades. O último caso de especulação de bilhetes aconteceu este domingo, quando os bilhetes já estavam à venda nas redes sociais a 1500 patacas cada. O presidente substituto do ID disse que o sorteio dos bilhetes já incluía o registo de dados pessoais dos titulares dos ingressos. Luís Gomes disse ainda que a visita dos atletas olímpicos a Macau pode ajudar a reforçar o sentido de orgulho nacional da população local, tendo relembrado que Macau sempre registou grandes apoios de Pequim depois de 1999. Neste sentido, destacou Luís Gomes, Pequim enviou sempre delegações de atletas para visitas a Macau depois da participação em edições dos Jogos Olímpicos (JO), a fim de apoiar o desporto de Macau e para que a população possa conhecer mais de perto os atletas. O responsável adiantou que o Governo de Macau presta muita atenção aos Jogos Nacionais, prometendo criar em breve uma comissão organizadora dos Jogos, que decorrem em Macau, Hong Kong e Guangdong no próximo ano. JO | Delegação visita espaços comunitários A delegação dos atletas olímpicos chineses realizou ontem de manhã visitas a vários centros comunitários a partir das 10h, nomeadamente o Centro de Serviços do Lago da Taipa da Federação das Associações dos Operários, o Centro de Apoio à Família “Alegria em Abundância” da Associação Geral das Mulheres de Macau, e o Complexo de Apoio à Família e de Serviço Comunitário de Seac Pai Van da União Geral das Associações dos Moradores de Macau. Segundo uma nota oficial, os atletas “ficaram a conhecer as instalações das diferentes instituições, tendo trocado ideias e conversado com os cidadãos”. Houve ainda jogos de ténis de mesa e outras actividades, com sessões de fotografia entre jovens, idosos e atletas. Por sua vez, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, participou num almoço de despedida da delegação, tendo referido que estes, ao participarem nos Jogos Olímpicos de Paris, “mostraram ao mundo o espírito de luta, aperfeiçoamento, unidade e cooperação da nova geração da China”. A governante defendeu que a visita “demonstra a importância que o país dá a Macau, permitindo que todos os sectores da sociedade, especialmente a nova geração, sintam, em proximidade, a glória arduamente conquistada da nação chinesa”. A comitiva esteve três dias em Macau, tendo regressado ontem ao Interior da China através do Aeroporto Internacional de Macau e do Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Um dos momentos altos da visita foi a realização do sarau “O nosso orgulho! – Encontro com a Delegação de Atletas Olímpicos Nacionais em Macau”, que contou com cerca de 5800 espectadores.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Três filmes com géneros distintos para ver em Setembro Terror, comédia e drama. Três ingredientes disponíveis nos filmes incluídos na selecção “Amuletos de Setembro”, para ver nos próximos dias na Cinemateca Paixão. Destaque para “Black Dog”, filme chinês que obteve grande destaque na última edição do Festival de Cinema de Cannes Arranca hoje a habitual secção de filmes intitulada “Amuletos de…” e neste caso são os “Amuletos de Setembro” que trazem, para já, três películas para ver em várias sessões. A primeira exibição do filme de terror “Long Legs”, do realizador Oz Perkins, conhecido actor, tem lugar já amanhã. Com exibições repetidas este sábado e dia 12, na próxima semana, “Long Legs”, “Coleccionador de Almas” na versão portuguesa, é considerado “o filme de terror mais arrepiante do ano”, contando no elenco com o famoso actor Nicolas Cage. Nesta história, uma agente do FBI, interpretada por Maika Monroe, persegue um assassino em série. No percurso acaba por descobrir uma série de pistas ocultas que a levam a desvendar uma onda de assassinatos que deixaram marcas terríveis. O filme tem sido um enorme sucesso, com mais de 20 milhões de dólares nas bilheteiras no fim-de-semana de estreia nos Estados Unidos. Superou mesmo, em receitas de bilheteira, o filme “Hereditário”, tornando-se no filme de terror com maiores receitas de bilheteira da última década. Do terror passamos para a comédia com “Problemista”, exibido esta quarta-feira a partir das 19h30, e com repetição na próxima terça-feira, dia 10 de Setembro, no mesmo horário. Com realização de Julio Torres, escritor do programa “Saturday Night Live” e com a conhecida actriz Tilda Swinton no grande ecrã, o filme não é mais do que uma “comédia distópica de imigrantes americanos”. Na tela, revela-se a história de Alejandro, um “menino da mamã” e designer de brinquedos natural de El Salvador, que viaja para Nova Iorque para realizar o seu “sonho americano”, à semelhança de tantos imigrantes. Porém, perante a possibilidade de ter de deixar os EUA com o fim do visto de trabalho, recorre à mulher de um artista peculiar para ser a sua fiadora. Ao lidar com as exigências estranhas do seu patrão, Alejandro embarca numa aventura surrealista pela cidade de Nova Iorque. História da China O cartaz deste mês completa-se com a exibição de “Black Dog”, exibido pela primeira vez esta quinta-feira e com repetições no domingo, quarta-feira dia 11, sexta-feira 13 e depois no sábado dia 21 de Setembro. Trata-se de um filme que fez furor na edição deste ano do Festival de Cinema de Cannes, obtendo o prémio “Palma de Ouro do Júri” e ganhando na secção “Un Certain Regard” para melhor filme. Em 2008, a personagem principal, Erlang, acaba de sair da prisão e regressa à sua cidade natal, que está repleta de cães vadios. Ao juntar-se a uma equipa de resgate de animais, acaba por adoptar um cão preto, formando-se então laços emocionais fortes entre os dois. Este mês podem ainda ser revistos películas em exibição, nomeadamente “Do Not Expect Too Much From the End of The World”, que repete esta sexta-feira; “Millenium Mambo”, com repetição no sábado; e ainda “Un Actor Malo”, com nova exibição este domingo.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaJO | Atletas recebem 16 milhões de dólares de HK em Macau Várias entidades, incluindo familiares de Ma Man Kei, a Fundação Henry Fok e operadoras de jogo doaram um total de 16 milhões de dólares de Hong Kong à comitiva dos atletas chineses que participaram nos Jogos Olímpicos. Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, falou da influência positiva destes atletas no desporto local A comitiva dos atletas olímpicos chineses que passou por Macau nos últimos dias recebeu das mãos do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, um cheque de 16 milhões de dólares de Hong Kong doados por diversas entidades. Os atletas Fan Zhendong, da modalidade do ténis de mesa, e Chen Yiwen, dos saltos para a água, receberam o cheque doado por entidades como a Fundação Henry Fok, familiares do falecido empresário e representante da comunidade chinesa Ma Man Kei e ainda as operadoras de jogo: Galaxy, Wynn Resorts, MGM, Melco, Sociedade de Jogos de Macau e Sands China. No rol de doadores entram também a influente Nam Kwong – União Comercial e Industrial, entre outras empresas. Incluem-se ainda o Banco Luso Internacional, a sucursal de Macau do Banco Industrial e Comercial da China, o Banco Tai Fung ou a Companhia de Telecomunicações de Macau. A delegação foi composta por 65 atletas e ainda oito treinadores de 16 modalidades desportivas. No discurso de recepção aos atletas, Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, destacou as 91 medalhas alcançadas nos últimos Jogos Olímpicos de Paris, com a China a ficar em segundo lugar no quadro das medalhas, logo a seguir aos EUA. Boas influências Ho Iat Seng referiu que os atletas mostraram-se “firmes em busca da medalha de ouro”, tendo “promovido a difusão dos princípios e valores do desporto e interpretado plenamente a imagem chinesa da nova era, o que lhe granjeia um amplo respeito e reconhecimento”. O Chefe do Executivo lembrou a boa influência que estes atletas podem trazer para a prática desportiva local. “Espero que seja impulsionada a integração aprofundada do desporto de Macau no desporto nacional, aproveitando-se as vantagens de recursos técnicos e humanos qualificados nacionais para fomentar o desenvolvimento desportivo e o nível do desporto de Macau”, disse. O governante lembrou também a realização, no próximo ano, da 15ª edição dos Jogos Nacionais. “O Governo da RAEM empenha todos os esforços, participa e colabora nos trabalhos da comissão organizadora, trabalhando de mãos dadas com a província de Guangdong e Hong Kong para juntos, assegurarem a bem-sucedida conclusão dos trabalhos relacionados com os Jogos Nacionais”, referiu. A delegação de atletas chegou a Macau no sábado para uma visita de três dias ao território.
Andreia Sofia Silva EventosTorre de Macau | “Curiouser and Curiouser” para ver até Setembro Chama-se “Curiouser and Curiouser – Excursion in Alice’s Secret Garden” e é uma iniciativa cultural que está de regresso ao piso térreo do Centro de Convenções e Exposições da Torre de Macau até ao dia 20 de Setembro. Com curadoria de Mel Cheong, a quarta edição do evento apresenta espectáculos de mímica, dança, teatro e obras criativas Pode ser vista até ao dia 20 de Setembro, no átrio da Torre de Macau, a nova edição de um projecto artístico com curadoria de Mel Cheong intitulado “Curiouser and Curiouser – Excursion in Alice’s Secret Garden”. Trata-se de uma iniciativa organizada pela Associação Rota das Artes [Route Arts Association” e o Centro de Convenções e Exposições da Torre de Macau, contando com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura. Tendo como base o mundo de “Alice no País das Maravilhas”, pretende-se dar a conhecer o trabalho de diversos artistas de Macau, além desta exposição ser o mote para comemorar o 75.º aniversário de implantação da República Popular da China e o 25.º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau. “Esperamos que os artistas de Macau possam também oferecer às crianças locais presentes misteriosos exclusivos sob a forma de criação artística, incluindo música ao vivo, mímica, leitura de livros e oficinas criativas, permitindo que as crianças passem um ano cheio de alegria através deste evento”, refere-se num comunicado da organização. Com este evento, pretende-se “mostrar a criatividade dos artistas locais, de modo a despertar o interesse das pessoas por diferentes formas criativas”. Assim, com “Curiouser and Curiouser”, pretende-se “dar aos artistas a oportunidade de criar e partilhar isso com o público”. Workshops e companhia Além da exposição propriamente dita, “Curiouser and Curiouser” inclui workshops artísticos e de leitura de livros em parceria com a Cooperativa Distância Zero. O objectivo passa por “proporcionar uma experiência diferente de leitura de livros, realizando-se workshops criativos”. Assim, o público pode ver “uma instalação artística misteriosa” e desfrutar de uma “experiência de teatro caloroso com música ao vivo”. Desde o dia 5 de Agosto que esta iniciativa decorre no átrio da Torre de Macau. Todos os domingos realizam-se espectáculos de teatro com música às 15h e 16h, organizando-se também workshops criativos todos os sábados às 14h30 e 16h. Mais concretamente, o espectáculo de mímima com música ao vivo realizou-se, pela primeira vez, no último domingo, repetindo-se nos dias 1, 8 e 15 de Setembro. Haverá ainda sessões de leitura de livros e oficina criativa no dia 31 de Agosto e também nos dias 7 e 14 de Setembro. Além disso, no dia 7 de Setembro irá decorrer um workshop especial de beneficência. Vale tudo para descobrir o maravilhoso mundo de “Alice no País das Maravilhas”, com eventos para crianças e os mais adultos. A entrada é livre para todos os eventos.
Andreia Sofia Silva PolíticaHo Iat Seng fala em “fase crítica” para desenvolvimento económico O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, disse ontem que Macau se encontra actualmente “numa fase crítica para alcançar um desenvolvimento económico diversificado”, sendo o ambiente externo “complexo e volátil”. O governante discursou na sessão de divulgação do espírito da terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do Partido Comunista da China, que decorreu ontem no edifício do Fórum Macau e que contou com a presença de outros membros do Executivo. No discurso, o Chefe do Executivo disse ser necessário “identificar, procurar e fazer corresponder as mudanças [a adoptar em Macau] em conformidade com o espírito de reforma da terceira sessão plenária, a fim de promover o desenvolvimento das empresas”. A ideia é “satisfazer as expectativas da sociedade e dos residentes, integrando de forma estreita a situação real de Macau” com os planos do Governo Central. Boas lições Ho Iat Seng, que está de saída do Governo após ter anunciado que não será candidato a um segundo mandato como Chefe do Executivo, disse esperar que as personalidades políticas presentes no evento “continuem a assumir a liderança na divulgação e promoção das reformas” da China, a fim de promover uma maior integração regional do território. “Devemos estudar e aplicar as importantes observações do Presidente Xi Jinping sobre o aprofundamento global da reforma”, sendo que o Governo da RAEM “assumirá a forte responsabilidade de aplicar as decisões e disposições relativas a Macau e tirar pleno partido das vantagens do princípio ‘um país, dois sistemas’ e das suas características únicas”. Pretende-se ainda que Macau se possa desenvolver mais, com estas novas ideias do partido, “como um território internacional que ajuda o país na aceleração do estabelecimento de novos padrões de desenvolvimento”. Ho Iat Seng não esqueceu também a integração com o projecto da Grande Baía, defendendo um reforço “na convergência de regras e mecanismos”, ajudando o país a abrir ainda mais ao exterior.
Andreia Sofia Silva PolíticaChefe do Executivo | Figuras políticas apoiam candidatura de Sam Hou Fai Políticos e dirigentes de associações apoiam a candidatura de Sam Hou Fai apresentada ontem. Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa, entende que a corrida às eleições do ex-presidente do Tribunal de Última Instância garante o cumprimento do princípio de “Macau governada por patriotas” Diversas personalidades políticas e dirigentes associativos congratularam a candidatura de Sam Hou Fai, que até há bem pouco tempo era presidente do Tribunal de Última Instância (TUI) desde 1999, e que saiu do cargo para se candidatar ao cargo de Chefe do Executivo da RAEM. Segundo o jornal Ou Mun, uma das vozes concordantes é a de Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa (AL), que acredita que o candidato corresponde ao cumprimento de uma série de princípios políticos como “Um País, Dois Sistemas” e “Macau governada pelas suas gentes”, indo ainda de encontro ao estipulado na Lei Básica e Lei Eleitoral do Chefe do Executivo, sobretudo no que diz respeito à ideia de que Macau deve ser governada por patriotas. Kou Hoi in destacou a imensa experiência na área judicial de Sam Hou Fai, sendo ainda capaz de avançar na construção dos projectos da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin e no próprio fomento da economia local. Por seu turno, Lao Ngai Leong, presidente do Conselho Regional de Macau para a Promoção da Reunificação Pacífica da China, apontou ao mesmo jornal que apoia a candidatura do ex-presidente do TUI. O também membro da delegação de Macau à Assembleia Popular Nacional destacou que o conceito de governação de Sam Hou Fai deverá corresponder ao modelo governativo de Pequim. O responsável destacou também que Sam Hou Fai tem servido Macau há várias décadas e que, com a sua profunda formação jurídica e grande experiência nos tribunais, demonstrou uma liderança e imparcialidade notáveis no período de presidência do TUI. Lao Ngai Leong considera que o ex-presidente do TUI pode levar Macau a obter resultados mais significativos em termos de manutenção da estabilidade social, na promoção do desenvolvimento económico e na melhoria do bem-estar social. Caso seja eleito, Sam Hou Fai poderá, na sua visão, trazer mais vigor ao futuro desenvolvimento sustentável do território, por sempre ter tido uma atitude série e rigorosa de trabalho, incluindo grande experiência em matérias judicial e administrativa. Mais comunicação Por seu turno, o deputado e presidente da Associação Comercial de Macau Chui Sai Cheong espera que Sam Hou Fai elabore um programa político e um conceito de governação, além de reforçar a comunicação com os sectores industrial e empresarial e ouvir as suas opiniões. Chan Hong, ex-deputada e presidente da Associação de Educação de Macau, disse desejar que Sam Hou Fai esteja atento às vozes da população e das suas diferentes classes sociais, bem como dos diversos sectores económicos, para construir consensos. A responsável considera que só assim Sam Hou Fai, caso seja eleito, poderá resolver os problemas que Macau.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteGastronomia macaense | Recursos humanos geram tensão com hotelaria A antropóloga Annabel Jackson dirige hoje uma palestra sobre o “Turismo Gastronómico em Macau: Impacto Económico e Oportunidades” no Sofitel, Ponte 16. Ao HM, a autora destaca a “tensão entre hotéis de luxo e casinos e o panorama gastronómico local”, especialmente no que toca a recursos humanos “Turismo Gastronómico em Macau: Impacto Económico e Oportunidades” é o nome da palestra hoje protagonizada por Annabel Jackson, antropóloga na área alimentar e autora de diversos livros gastronómicos, em particular sobre gastronomia macaense. O evento está marcado para as 09h no hotel Sofitel do empreendimento Ponte 16 e é promovido pela Câmara de Comércio França-Macau no âmbito do ciclo de palestras “FMCC Breakfast Talk Rendez-Vous”. Em declarações ao HM, Annabel Jackson, que reside há várias décadas entre Hong Kong e Macau, destaca que, actualmente, existe “uma tensão em Macau entre o sector dos hotéis de luxo e casinos e a cena gastronómica local”, dada as dificuldades de competitividade perante as concessionárias de jogo, respeitante aos recursos humanos, por exemplo. “Não há dúvida que Macau já é um destino gastronómico, e o próprio Gordon Ramsay o afirmou no início do ano, contando actualmente com 17 restaurantes com estrelas Michelin, incluindo dois com três estrelas. Há chefes de cozinha famosos no território, incluindo portugueses. No entanto, existe uma tensão entre o sector dos hotéis de luxo e casinos e a cena gastronómica local. Como podem os restaurantes locais competir no que respeita a atrair bons funcionários, com economias de escala ou boas localizações?”, questiona. Annabel Jackson alerta também para relatos de que “as receitas estão a cair mês a mês em todas as cozinhas”, existindo ainda “outros problemas, como o facto de os residentes de Macau atravessarem a fronteira para fazer compras e comer, embora Hong Kong enfrente o mesmo problema”, denota. Relativamente à palestra que protagoniza hoje, Annabel Jackson refere que “o turismo gastronómico beneficia as empresas locais e promove o desenvolvimento económico, porque se concentra nos produtos e explorações agrícolas locais”. Além disso, é um sector gerador de emprego “através de efeitos multiplicadores e incentiva a preservação das tradições locais”. A gastronomia pode ainda fomentar “a inovação para reinventar essas mesmas tradições de acordo com as necessidades e os gostos do turista de hoje”. “Comer alimentos locais, ir a mercados de alimentos, ou frequentar aulas de culinária oferece interações culturais únicas, que são muito experienciais, dão uma sensação de autenticidade. O turismo gastronómico dá aos destinos que não têm beleza paisagística uma forma de se promoverem”, explica. Annabel Jackson escreveu mais de uma dezena de livros sobre diversas gastronomias asiáticas, e sobre Macau já tem no currículo: “Taste of Macau: Portuguese Cuisine on the China Coast” ou “The Making of Macau’s Fusion”. A autora escreve também sobre gastronomia em jornais. Gato por lebre Outro ponto destacado pela antropóloga é a falta de uma definição clara do que é verdadeiramente comida macaense. “Macau é, obviamente, o triunvirato das cozinhas portuguesa, macaense e cantonense. No entanto, o problema é compreender e comunicar as diferenças entre elas e as formas adicionais de interação. As comidas macaense e portuguesa estão localizadas, mas como antropóloga alimentar, acho isto fascinante, nomeadamente sobre as formas como as cozinhas ou estilos culinários não são estáticos. No entanto, isso dá origem a confusão.” Annabel Jackson acrescenta que “a investigação académica mostra que mesmo que os turistas do continente tenham assistido a uma exposição itinerante sobre Macau na sua própria cidade, chegam a Macau sem perceber o que estão a comer”. Um dos exemplos apontados ao HM é o de “uma turista que pediu Galinha à Portuguesa, pensando ser o prato mais típico português que poderia provar. Não percebia porque o prato sabia a caril e a leite de coco”. “Como sabemos, o Frango à Portuguesa é, na verdade, um prato macaense, embora outras pesquisas tenham indicado que, na verdade, é cantonês, o Po Kok Gai”, acrescentou. Outro exemplo descrito é o facto de, num hotel, existir “uma selecção num menu com o nome ‘Especialidades Portuguesas e Macaenses’, que pode incluir Camarão Frito Macaense, Bacalhau a Brás e Caldo Verde, sem que haja qualquer indicação de que os dois últimos pratos são portugueses”. “Numa ementa vi o prato Galinha Piri Piri traduzida para inglês como African Chicken. É evidente que os dois pratos não são iguais”, denotou. Recentemente, Annabel Jackson falou de temáticas semelhantes na Fundação Rui Cunha (FRC), sobre “Macau e o Mundo Malaio: Uma Perspectiva Gastronómica”, onde descreveu as grandes influências da comida do Sudeste Asiático na comida macaense, e de como é “redutor quando afirmamos que a comida macaense é uma espécie de fusão da comida portuguesa e chinesa”. “[A gastronomia macaense] não é apenas indicativa de todo o Sudeste Asiático, mas podemos ir até algumas ilhas do Oceano Índico e algumas zonas da África Oriental. Não nos podemos esquecer que a comida macaense é, de certa forma, baseada nos ingredientes chineses locais, como o frango, porco, ovos, alhos, cebolas, azeite, mas é muito mais do que isso”, disse. A autora referiu também que, apesar de Macau ser hoje Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO, há muita confusão em torno da essência de cada prato. “Sinto que com a classificação de Macau como Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO houve mais reconhecimento, mas, apesar de todo o esforço feito pelo Governo de Macau, a mensagem não está a passar e os turistas não fazem ideia do que é a gastronomia macaense. Se falarmos com chineses locais, também não sabem o que é. Temos uma desconexão quando as pessoas vão a Macau, porque há poucos restaurantes macaenses.” Nesse sentido, a autora clamou por mais apoios públicos para que estes restaurantes permaneçam abertos. Um dos exemplos mais recentes de fecho de um restaurante macaense com história foi a “Cozinha Aida”, fundado por Aida de Jesus e que era ponto de encontro da comunidade local e amantes da comida tipicamente macaense. “Nos últimos oito meses assistimos ao encerramento de dois restaurantes macaenses locais. Tratam-se de espaços que serviam comida autêntica com apenas alguns pratos portugueses, mas na maioria eram macaenses. E penso como é que estes restaurantes podem ter fechado. No caso de Aida de Jesus, ela era a madrinha da cozinha macaense. Porque é que o Governo não apoia os restaurantes macaenses locais ajudando-os a sobreviver, dando-lhes mais recursos?”, inquiriu a autora. Annabel Jackson é mestre em Antropologia da Alimentação pela Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, estando actualmente a frequentar o doutoramento. Em 2020 lançou um livro pela Hong Kong Free Press, intitulado “The Making of Macau’s Fusion Cuisine – From Family Table to World Stage”, que conclui, entre outros tópicos, que os macaenses que vivem em Macau sentem-se mais próximos da sua cozinha ao invés daqueles que residem no estrangeiro. A obra analisa o relacionamento da comunidade com a sua própria gastronomia, bem como as influências de Malaca nas diversas receitas.
Andreia Sofia Silva PolíticaComunidades | APOMAC elogia fim de “privilégios” no Consulado O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário visitou ontem a sede da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), onde os seus dirigentes denunciaram “dificuldades encontradas aquando do pedido da atribuição da Pensão de Sobrevivência junto da Caixa Geral de Aposentações para os seus associados”. A APOMAC indica em comunicado que “as dificuldades são quase sempre as mesmas, devido à falta de compreensão por parte de quem recebe e analisa o processo para a atribuição da pensão de sobrevivência e, com isso, resultou injustificada demora para as requerentes”. A APOMAC debateu ainda com José Cesário o trabalho do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, que “registou uma melhoria, pelo facto de ter deixado de conceder privilégios a determinadas individualidades”. Os dirigentes da APOMAC pediram ainda que, o fim da concessão desses privilégios “deverá ser extensivo a todas as instituições de matriz portuguesa por uma questão de justiça relativa”. O mesmo comunicado refere que José Cesário tomou “nota de todos os assuntos abordados e revelou de que irá procurar uma solução para alguns dos problemas”.
Andreia Sofia Silva EventosHistória | Centenário da viagem do “Pátria” origina podcast Foi em 1924 que Brito Pais, Sarmento de Beires e Manuel Gouveia viveram aquela que viria a ser a aventura das suas vidas. A viagem do avião “Pátria” aconteceu há cem anos, ligou pela primeira vez Portugal e Macau por via aérea e, para comemorar essa efeméride, foi criado um podcast produzido pela Força Aérea Portuguesa e pela Universidade do Porto, com o apoio do jornal Público O primeiro episódio intitula-se “Vila Nova de Milfontes – Málaga: sob chuva e vento” e relata os primórdios de uma aventura com cem anos que ficou para a história da aviação portuguesa. É assim o novo podcast sobre o centenário da viagem do “Pátria”, que começou em 1924 e que ligaria, pela primeira vez, Portugal e Macau pelo ar. A produção é da responsabilidade da Universidade do Porto e da Força Aérea Portuguesa, e conta com o apoio do jornal Público. Na introdução ao projecto, lê-se que “foi há cem anos que três portugueses voaram pela primeira vez entre Portugal e Macau, numa altura em que a audácia humana testava continuamente os limites de uma aviação nascente”. Nessa altura, “a viagem transcontinental de Brito Pais, Sarmento de Beires e Manuel Gouveia, apoiada e seguida atentamente pelos portugueses de então, deixou uma marca na história da aviação”. Brito Pais, Sarmento Beires e Manuel Gouveia meteram-se num pequeno avião e a primeira paragem fez-se em Málaga, Espanha, conforme descreve o primeiro episódio de um podcast já com quatro capítulos e que pode ser ouvido na plataforma Spotify. “A cada minuto é preciso fugir aos montes que quase razamos por vezes. Fugir às nuvens. (…) Durante cerca de meia hora, somos forçados a meter-nos proa a su-sudoeste, depois de termos tentado, debalde, romper o temporal que redobra. (…) Finalmente, o mar, enraivecido e cavernoso (…), os últimos contrafortes da serra de Cádiz balaçavam-nos implacavelmente”, descreve o narrador do primeiro episódio quando conta como os aviadores conseguiram ultrapassar a fúria da tempestade. No segundo episódio, intitulado “Málaga – Túnis: calma no Mediterrâneo ocidental”, a “travessia do Mediterrâneo decorre sem grandes problemas”. “Os aviadores sobrevoam as terras argelinas sob domínio francês, fascinados com uma paisagem que não lhes é habitual, e são testemunhas dos esforços de ligar por via aérea os principais centros urbanos do Magrebe – e estes à Europa – e vencer o Saara. Mas subsistem focos de resistência à ação colonizadora francesa”, lê-se na descrição do episódio. Chegada ao deserto No terceiro episódio do podcast já os aviadores vão mais longe na aventura. “Túnis – Trípoli: às portas do Saara” conta como “ainda fascinados pelo exotismo da antiga Túnis, os nossos aviadores recebem notícias dos seus colegas que, um pouco por todo o mundo, querem mostrar a capacidade dos aviões para a realização de viagens de longo curso”. Na viagem, Brito Pais, Sarmento Beires e Manuel Gouveia “acompanham a costa tunisina e, do alto, o esplendor do Saara revela-se-lhes pela primeira vez”. Além disso, chegam à chamada “Líbia italiana, onde se mantém um conflito feroz e prolongado entre os colonizadores e as populações locais”. No quarto e último episódio, o foco faz-se na travessia do deserto entre Trípoli, na Líbia, e o Cairo, no Egipto. “Saindo de Trípoli, o ‘Pátria’ segue a costa da Líbia e atravessa a extensão mediterrânea do Saara sob um forte vento, o ‘guibli’, que o envolve numa escaldante tempestade de areia. Mas não tem sucesso na travessia logo à primeira tentativa. Os portugueses chegam a uma Bengazi que é um centro militar, mas também uma cidade colonial em construção, numa região em que a força conjunta de árabes e berberes se opõe tenazmente à colonização italiana. Depois, é de novo o deserto – quente, mas menos ameaçador – até ao delta do Nilo”, é referido na descrição do episódio. Este ano tem sido pautado por diversos eventos comemorativos de uma viagem que marcou a história da aviação portuguesa e que acabou por cair um pouco no esquecimento. No caso de Macau, o centenário da viagem foi celebrado com uma exposição itinerante, a apresentação do livro “De Portugal a Macau, a Viagem do Pátria”, a realização de diversas conferências e o descerramento de uma placa comemorativa. Estas actividades integraram mesmo o cartaz do “Junho – Mês de Portugal” que todos os anos celebra o 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.
Andreia Sofia Silva EventosCreative Macau | Nova exposição colectiva inaugurada amanhã Vários modos de expressão artística estarão patentes, a partir de amanhã, na galeria da Creative Macau. Na exposição “Século XXI – Exposição Colectiva de Membros do 21.º Aniversário” cabem 29 participantes, onde se inclui o fotógrafo e arquitecto Francisco Ricarte, o cartunista Rodrigo de Matos ou o designer João Jorge Magalhães Chama-se “Século XXI – Exposição Colectiva de Membros do 21º Aniversário” e é a nova exposição apresentada amanhã na Creative Macau. O público terá a oportunidade de conhecer as obras de 29 artistas locais nas mais diversas modalidades artísticas, incluindo a fotografia de Francisco Ricarte, os cartoons de Rodrigo de Matos, que habitualmente desenha para os jornais Ponto Final e Expresso, em Portugal; e ainda o design do macaense João Jorge Magalhães. Podem também ser vistas obras do pintor Denis Murrell, radicado em Macau há muitos anos, ou de Elisa Vilaça, especialista no trabalho com marionetas e ligada à Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau. Segundo uma nota da Creative Macau, a ideia aqui é revelar vários tipos de estilos artísticos. “Ao longo dos últimos séculos, a arte tem sido classificada em diferentes períodos, estilos e doutrinas, como o Renascimento, o estilo Barroco, a Pop Art, a Arte Contemporânea, entre outros. Estes movimentos artísticos distintos surgiram em resposta aos fenómenos sociais das suas respectivas épocas.” A Creative Macau recorda que “as origens da arte remontam à Idade Paleolítica”, sendo que ao longo dos séculos têm sido vários os movimentos, expressões e meios para desenvolver essa mesma arte. Uma delas foi a era digital e da Internet, influenciando “significativamente a produção criativa dos artistas” e permitindo “que os artistas se ligassem e comunicassem uns com os outros, integrassem diferentes culturas na sua arte e chegassem a um público global”. Arte em rede Com o tema “Rede Criativa no Século XXI”, a exposição da Creative Macau é um reflexo de como “a Internet tem desempenhado um papel vital na indústria cultural enquanto meio de ligação entre as pessoas”. No caso da Creative Macau – Centro das Indústrias Criativas, em particular, em 21 anos de existência “tem estado na vanguarda desta tendência [da ligação em rede da arte], reunindo artistas de várias áreas para partilharem as suas criações com o público e comunicarem entre si”. Uma vez que os 21 anos da entidade se celebram este ano, pretende-se, com esta mostra, “proporcionar uma plataforma para os seus membros partilharem livremente a sua criatividade com o público, através de exposições e outras actividades que organiza todos os anos como um meio de mostrar obras de arte”. Outros artistas que colaboram com esta exposição, e que já expuseram os seus trabalhos na Creative Macau, em mostras individuais ou colectivas, são Ada Mok, Alan Chang, Alice Costa, Angel Chan, Carmen Lei, Christopher Lei, Coco Cheong e David Chio. Destaque também para o nome de Maria João Das, designer de moda que tem vários anos de experiência na área da indústria têxtil e do designer, tendo sido docente nos cursos de moda da Universidade de São José.