IAME Series Asia encantou-se com GP Karting e quer voltar

Nos dois últimos fins de semana, o Kartódromo de Coloane esteve ao rubro com o regresso do Grande Prémio de Karting Internacional de Macau que este ano recebeu um impulso ao acolher a final asiática da competição promovida pelo reconhecido construtor italiano de motores para karting, a IAME. Como o evento voltou a estar ao nível de outros tempos, os promotores da IAME Series Asia gostaram da experiência e não escondem a vontade de voltar.

Organizado pelo Instituto do Desporto, Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC), OTK Kart Asia e IAME Asia, com o patrocínio da Sands China Limited, o Kartódromo de Coloane recebeu várias corridas e as várias categorias da IAME Series Asia e do Campeonato de Karting da AAMC, que disputou a sua oitava prova da temporada, para além do Grande Prémio de Karting de Macau – categoria KZ e a Taça Sands. O sabor internacional da prova regressou como há muito não se via, com pilotos oriundos do Interior da China, Singapura, Filipinas, Malásia, Tailândia, Indonésia, Japão, Índia, Sri Lanka, Austrália, Nova Zelândia, Suécia, Itália, França, Áustria, Estados Unidos da América, Brasil, Taipé Chinês, Hong Kong ou Macau.

“O Grande Prémio de Karting Internacional de Macau com a Final IAME Asia 2024 cumpriu as nossas expectativas e objectivos iniciais”, contou Daniel Ling, o responsável pelo marketing da IAME Series Asia, ao HM. “A resposta inicial com 180 pilotos inscritos (embora alguns tenham desistido em cima da hora devido a compromissos pessoais e circunstâncias imprevistas), o entusiástico apoio e colaboração da AAMC e do Governo de Macau, contribuíram todos para este nível de sucesso.”

Novo padrão para o futuro

O evento colocado de pé no Kartódromo de Colone – uma infra-estrutura inaugurada nos anos da administração portuguesa do território e que ainda hoje é umas das pistas de referência da modalidade no sudeste asiático – reuniu na RAEM os vários participantes da competição asiática IAME Series Asia que teve duas provas na Tailândia e quatro na Malásia esta temporada, colocando frente a frente pilotos provenientes dos primeiros lugares das classificações da IAME Series e eventos IAME realizados em todo o mundo. A marca IAME é distribuída nos cinco continentes e os motores IAME vão para as pistas em mais de cinquenta países.

A prova no território elevou a fasquia na IAME Series Asia, como reconhece Daniel Ling. “O elevado nível de competição e a atmosfera vibrante estabeleceram um novo padrão para os eventos de karting na Ásia”, isto numa altura em que a organização, com sede em Singapura, ambiciona para um futuro a curto prazo “alcançar ainda maiores conquistas, com mais asiáticos a competir numa escala ainda maior.”

Quando a prova de Macau entrou oficialmente no calendário da IAME Series Asia, a organização singapurense queria criar sinergias com as entidades do território e ajudar a colocar novamente no mapa-mundo o Grande Prémio de Karting Internacional de Macau. Este primeiro objectivo foi cumprido na íntegra e, por isso mesmo, um regresso ao território é algo que a IAME Series Asia não recusaria.

“A partir desta experiência, acreditamos que Macau será um potencial local para futuras edições da IAME Series Asia, ou outros eventos e iniciativas da IAME. Macau, com o seu rico historial no desporto motorizado, é muito procurado por participantes de todo o mundo”, referiu Daniel Ling, acrescentando que “aguardamos com expectativa mais colaborações com Macau no futuro.”

12 Dez 2024

Coreia do Sul | Quando a lei marcial apanhou de surpresa três portugueses a viver em Seul

Reportagem de Catarina Domingues, enviada da agência Lusa

Sophie, Maria João e Miguel foram apanhados de surpresa quando, há uma semana, o Presidente sul-coreano declarou lei marcial. Impedidos por lei de participarem em atividades políticas, observam de longe os protestos e simpatizam com a causa.

Sophie Carvalho juntou no sábado um grupo de amigos em casa para uma festa antecipada de Natal, mas acabaram todos no sofá a olhar para a televisão. Nas ruas de Seul, multidões pediam a destituição do Presidente, Yoon Suk-yeol, que dias antes tinha declarado lei marcial. Na casa de Sophie vivia-se a contestação através do pequeno ecrã.

“É importante acompanhar, só estava uma coreana lá em casa, o resto eram todos estrangeiros, mas para nós é importante”, afirma agora à Lusa a tradutora, de 30 anos, que diz ter recebido um alerta da embaixada portuguesa em Seul para não participar nos protestos.

A lei do controlo de imigração da Coreia do Sul proíbe estrangeiros no país de levarem a cabo atividades políticas.

A viver na Coreia do Sul há uma década, Sophie já tinha reservas em relação a Yoon, devido às políticas do dirigente conservador “em relação aos direitos das mulheres e dos estrangeiros”, mas, admite, estava longe de se imaginar a viver sob lei marcial, ainda que esta tenha durado apenas umas horas.

“Eu nunca imaginei que ia acontecer algo assim, embora achasse que [Yoon Suk-yeol] nunca seria um bom Presidente”, continua.

Yoon sobreviveu, entretanto, a uma moção parlamentar. A destituição do Presidente exigia o apoio de dois terços da Assembleia Nacional, ou seja, 200 dos 300 deputados, mas apenas 195 participaram na votação, sendo que o Partido do Poder Popular (PPP), no poder, boicotou o escrutínio.

Nesse dia, os coreanos foram para as ruas um pouco por todo o país, como, aliás, continua a acontecer diariamente. Em Seul, cerca de um milhão de pessoas ocuparam a vizinhança do parlamento, de acordo com dados da organização. Os números da polícia, mais conservadores, apontam para 150 mil manifestantes.

Sophie queria fazer parte do movimento, mas receia que a participação possa trazer “problemas para o visto”. De longe, assiste a um momento que classifica “de incrível” e chama a atenção para a presença dos bastões luminosos nos protestos.

Utilizados em concertos de música popular coreana (K-pop), estes bastões tornaram-se num símbolo da cultura de protesto sul-coreana em 2016, durante as maciças manifestações contra a ex-Presidente Park Geun-hye.

Também Maria João Amaral tem acompanhado os últimos acontecimentos desde casa, pelo YouTube e pelas notícias.

“Fiquei a saber naquela mesma noite, à hora, pouco depois de ter sido declarada a lei marcial e confesso que me assustei, porque pensei que havia algum problema com a Coreia do Norte”, diz a professora de português na Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros.

A viver há 20 anos em Seul, a docente, de 64 anos, olha para a resiliência e mobilização em massa dos sul-coreanos “de maneira muito positiva”. Em conversa com a Lusa lembra o passado ditatorial do país e de como os sul-coreanos ergueram uma democracia. E recua ao tal momento em que Park Geun-hye caiu.

“Houve protestos durante meses, vigílias, e penso que também foi no inverno. Mas agora também achei que os militares [durante a lei marcial] não estavam interessados em fazer mal às pessoas, porque as pessoas afrontaram-nos e não houve tiros”, diz.

Sondagens têm sugerido que a maioria dos sul-coreanos quer a destituição de Yoon. Uma investigação da Realmeter indicou, no início dos protestos, que sete em cada dez sul-coreanos apoia a suspensão do exercício do poder do Presidente.

Também Miguel Morais, de 20 anos, aponta o caráter pacífico do país. Daí que não tenha sentido medo. Admite, porém, ter “ficado chocado” com a declaração da lei marcial e ainda “mais impressionado por se ter resolvido” em poucas horas.

O jovem, que trabalha numa organização de intercâmbio de línguas e tem feito trabalhos como ator em publicidade, chegou ao país há apenas nove meses. Reconhece que os sul-coreanos estão “cem por cento, mesmo” na luta: “Existe um sentimento coletivo coreano que se vê em pequenas coisas (…) e há aquele sentimento da união do povo, e se alguém quebrar isso, juntam-se na luta”, considera.

Apesar de “ter imensos amigos” nos protestos antigovernamentais, Miguel faz eco do que Sophie e Maria João disseram à Lusa. “Não fui aos protestos porque fomos claramente avisados que podia haver consequências legais para estrangeiros presentes”, disse o jovem portuense.

12 Dez 2024

Futebol | Antigos dirigentes condenados a penas de prisão por corrupção

Um tribunal da China condenou ontem dois antigos dirigentes da Associação Chinesa de Futebol (CFA) a penas de prisão por corrupção, no contexto de uma grande campanha anticorrupção na modalidade.

Liu Yi, antigo secretário-geral da CFA, foi condenado a 11 anos de prisão e multado em 3,6 milhões de yuan por “aceitar subornos”, informou um tribunal da província de Hubei, no centro da China. Um outro tribunal de Hubei anunciou igualmente que Tan Hai, antigo chefe do gabinete de gestão de árbitros da CFA, foi condenado a seis anos e meio de prisão e multado em 200 mil yuan.

“Os bens que obteve vão ser confiscados em conformidade com a lei e entregues ao tesouro público”, declarou a justiça. Numa outra decisão judicial, na terça-feira, Qi Jun, antigo director de planeamento estratégico da CFA, foi condenado a sete anos de prisão e multado em 600 mil yuan por corrupção.

Após ascender ao poder, em 2013, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma ampla campanha contra a corrupção. No final de 2022, as autoridades começaram a visar altos funcionários do futebol.

Xi Jinping, que se descreve como um adepto do futebol, quer que a China organize e ganhe um dia o Campeonato do Mundo. Mas ainda há um longo caminho a percorrer: a equipa chinesa está classificada em 90.º lugar no ranking mundial da FIFA, o organismo que rege o futebol, logo acima da ilha caribenha de Curaçao.

12 Dez 2024

Parlamento da Coreia do Sul vota no sábado segunda moção de destituição de Yoon

A oposição da Coreia do Sul agendou para sábado a votação no parlamento de uma segunda moção de destituição contra o Presidente Yoon Suk–yeol, disse ontem um porta-voz do Partido Democrático. A votação na Assembleia Nacional está marcada “para 14 de Dezembro às 17:00”, disse à agência de notícias France–Presse Jo Seung-lae, deputado do Partido Democrático.

Ontem de manhã, uma unidade especial de investigação da polícia da Coreia do Sul disse ter efectuado buscas na sede da polícia e no gabinete do Presidente.

“A equipa especial de investigação realizou uma busca no gabinete presidencial, na agência de polícia [sul-coreana], na agência de polícia metropolitana de Seul e no Departamento de Segurança da Assembleia Nacional”, uma semana depois de Yoon Suk-yeol ter imposto a lei marcial no país, disse a unidade às agências de notícias.

As buscas foram anunciadas horas depois dos dois principais chefes da polícia terem sido detidos pelo papel na breve imposição da lei marcial na semana passada.

As forças de segurança sul-coreanas disseram que o comissário-geral da agência de polícia sul-coreana, Cho Ji-ho, e o chefe da agência de polícia metropolitana de Seul, Kim Bong-sik, estavam detidos na esquadra de Namdaemun, na capital.

Os dois dirigentes policiais estão a ser investigados pelo papel no envio de forças policiais para a Assembleia Nacional, numa tentativa de impedir os deputados de entrar no parlamento para suspender a lei marcial, anunciada abruptamente na noite de 03 de Dezembro.

Outro golpe

No sábado passado, o conservador Yoon escapou por pouco a uma primeira tentativa. O Partido Popular do Povo (PPP), no poder, boicotou e invalidou a votação por falta de quórum. Mais tarde, o partido disse que, em troca do bloqueio da moção, tinha obtido a promessa de que Yoon se ia retirar para deixar a governação ao PPP e ao primeiro-ministro.

A oposição acusou o PPP de um “segundo golpe” de Estado. O Gabinete de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários, conhecido como CIO, indicou ontem que vai solicitar a detenção e prisão de Yoon assim que estiverem reunidas as condições necessárias. “Estamos a conduzir uma investigação completa e vamos analisar a questão da prisão”, disse o presidente do CIO, Oh Dong-woon.

12 Dez 2024

Pequim com 76% das vendas mundiais de carros eléctricos

As vendas de carros eléctricos continuam a crescer no mercado interno, enquanto as exportações sofrem com as taxas impostas pela Europa e pelos Estados Unidos

 

A quota da China no mercado mundial de veículos eléctricos atingiu 76 por cento, em Outubro, segundo dados do sector, reflectindo a forte procura no país, numa altura em que as exportações enfrentam taxas alfandegárias punitivas na Europa e Estados Unidos.

Entre Janeiro e Outubro, as vendas de veículos eléctricos a nível mundial atingiram 14,1 milhões de unidades, de acordo com a Associação de Automóveis de Passageiros da China. Quase 70 por cento dessas vendas foram realizadas na China, o maior mercado do mundo para carros eléctricos.

Em Outubro, a quota da China fixou-se em 76 por cento. Os números sugerem que a China está no bom caminho para aumentar a sua quota no mercado global de veículos eléctricos este ano. Em 2023, cerca de 60 por cento dos novos registos de carros eléctricos foram efectuados na China, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

A grande maioria das vendas mundiais de veículos eléctricos ocorre na China, na União Europeia e nos Estados Unidos, com a China a dominar o mercado. Mas as taxas alfandegárias impostas pelos mercados ocidentais nos últimos anos ameaçaram travar a rápida expansão da indústria chinesa.

Os veículos eléctricos chineses estão praticamente impedidos de entrar no mercado dos EUA. Este ano, o Presidente norte-americano, Joe Biden, aumentou a taxa sobre os automóveis eléctricos chineses de 25 por cento para 100 por cento. O presidente eleito, Donald Trump, prometeu impor uma taxa adicional de 10 por cento sobre todas as importações provenientes da China, logo após a tomada de posse. A UE também decidiu impor taxas sobre os veículos eléctricos chineses até 35 por cento, para além das taxas existentes de 10 por cento, uma decisão que foi condenada pela China.

Produto irresistível

Embora os mercados ocidentais estejam a tornar-se cada vez mais difíceis de penetrar para as empresas chinesas, a forte procura e o apoio aos veículos eléctricos no país asiático têm continuado. Recentemente, a China duplicou o subsídio disponível para os compradores de automóveis eléctricos, passando a dar 20.000 yuan para quem trocar os seus automóveis convencionais, isto além das isenções fiscais.

As vendas de automóveis da China para a Rússia também continuaram a aumentar. Os dados partilhados por Cui Dongshu, o secretário-geral da Associação de Automóveis de Passageiros da China, mostraram que as exportações para a Rússia aumentaram 109 por cento nos últimos dois anos, enquanto as exportações para os EUA caíram 23 por cento, no mesmo período.

Os EUA e a União Europeia proibiram a exportação de automóveis para a Rússia após a invasão da Ucrânia em Fevereiro de 2022.

12 Dez 2024

Rússia | Medvedev em Pequim para conversações de alto nível

O vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, chegou ontem a Pequim para uma visita de dois dias, durante a qual deve manter conversações com dirigentes chineses, informou o ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.

De acordo com a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning, a visita faz parte de “importantes intercâmbios de alto nível” entre a China e a Rússia.

A viagem de Medvedev segue-se à visita, em Outubro, do ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, que foi recebido pelo vice-presidente do órgão militar máximo da China, Zhang Youxia. Zhang disse então que as relações bilaterais encontram-se no “nível mais alto da história”.

O general chinês manifestou a disponibilidade da China para continuar a trabalhar com a Rússia no sentido de desenvolver continuamente uma “amizade de boa vizinhança a longo prazo”, bem como uma “elevada confiança estratégica” e uma “cooperação mutuamente benéfica”.

Belousov elogiou a “amizade histórica” entre a Rússia e a China e manifestou a sua disponibilidade para reforçar a cooperação e aproveitar as oportunidades para expandir a parceria estratégica em vários domínios.

Em Setembro e Novembro, Pequim e Moscovo realizaram uma série de exercícios navais conjuntos no mar do Japão, que, segundo os analistas, reflectem a estreita cooperação militar entre os dois países, que atingiu novos níveis nos últimos anos.

A visita de Medvedev surge numa altura em que o Ocidente acusa a China de apoiar com armas a campanha militar russa na Ucrânia, algo que Pequim tem negado repetidamente. Surge também na sequência da queda na Síria do regime do deposto Bashar al-Assad, um aliado de Moscovo e de Pequim.

A China defendeu que “o futuro da Síria deve ser decidido pelos sírios” e manifestou a esperança de que “todas as partes envolvidas possam encontrar uma solução política para resolver a crise o mais rapidamente possível”.

12 Dez 2024

Stellantis e chinesa CATL vão produzir baterias para carros eléctricos em Espanha

O fabricante automóvel Stellantis e a empresa chinesa de baterias para veículos elétricos CATL anunciaram ontem um investimento de 4.100 milhões de euros para criar uma fábrica de baterias em Espanha que começará a produzir em 2026.

A produção de baterias de lítio–ferro-fosfato (LFP) para carros será instalada na actual fábrica da Stellantis em Saragoça, no nordeste de Espanha, disseram as duas empresas num comunicado.

O início da produção está previsto para o final de 2026, podendo atingir uma capacidade de 50 GWh (gigawatts por hora), “dependendo da evolução do mercado da electricidade na Europa e do apoio contínuo das autoridades espanholas e da União Europeia”, lê-se no mesmo comunicado.

“Concebida para ser totalmente neutra em termos de carbono, a fábrica de baterias será implementada em várias fases e planos de investimento”, segundo a multinacional Stellantis e a CATL, que deterão a nova empresa em partes iguais.

As duas empresas assinaram em Novembro de 2023 um acordo estratégico para o fornecimento local de células e módulos de baterias LFP para a produção de veículos eléctricos na Europa e estabeleceram “uma colaboração a longo prazo”. Espanha é actualmente o segundo maior produtor de carros europeu, a seguir à Alemanha, tendo sido montados no país no ano passado 1,87 milhões de automóveis.

A Stellantis é um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo e tem no portefólio marcas como Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS Automobiles, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, Ram, Vauxhall, Free2move e Leasys.

O grupo tem uma fábrica em Portugal, em Mangualde, no distrito de Viseu, onde em Outubro começou a produzir carros eléctricos em série, nas versões de passageiros e comerciais ligeiros, destinados aos mercados doméstico e de exportação.

Já a CATL, fundada em 2011 na China, produz mais de um terço das baterias para veículos eléctricos vendidas em todo o mundo e que são usadas em marcas como Mercedes-Benz, BMW, Volkswagen, Toyota, Honda e Hyundai.

A CATL está actualmente a construir a sua segunda fábrica europeia na Hungria, depois de arrancar com a primeira na Alemanha em Janeiro de 2023.

Com frutos

O presidente da Stellantis, John Eljann, citado no comunicado de ontem, destacou o compromisso da empresa “com um futuro descarbonizado e com tecnologias avançadas de baterias” e assegurou que a colaboração com a CATL é um impulso à sua capacidade “para produzir veículos competitivos”.

O presidente executivo da CATL, Robin Zeng, afirmou por seu turno que este investimento em Saragoça eleva a colaboração com a Stellantis “a novos níveis”. O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, que recebeu Robin Zeng na segunda-feira em Madrid, na sede do Governo, disse ontem estar “muito satisfeito” com o anúncio deste investimento em Saragoça e agradeceu aos presidentes das duas empresas.

“A colaboração público-privada vê-se em acordos como o que foi selado hoje”, acrescentou ontem Sánchez, numa publicação na rede social X.

Segundo o ministro da Indústria de Espanha, Jordi Hereu, o Governo espanhol tem mantido conversações e negociações com a Stellantis nos últimos dois anos e a empresa recebeu “uma soma de ajuda pública”, que considerou tão importante como o acordo conjunto anunciado ontem pelos dois fabricantes.

Para Jordi Hereu, que falava numa conferência de imprensa em Madrid, o investimento anunciado pela Stellantis e pela CATL é “um grande sinal da aposta da indústria automóvel em Espanha”, num momento de transição energética e descarbonização da economia europeia.

12 Dez 2024

PCC | Xi Jinping apela ao uso do mandarim nas zonas fronteiriças

O Presidente chinês considera a língua como um dos pilares essenciais para manter a estabilidade no país

 

O Presidente da China, Xi Jinping, apelou à generalização do uso do chinês mandarim nas regiões fronteiriças do país, visando a “manutenção da segurança nacional” e da “estabilidade social”, avançou ontem a imprensa estatal.

Durante uma sessão de estudo do Politburo do Partido Comunista Chinês, na terça-feira, a cúpula do poder na China, Xi disse que manter a segurança e a estabilidade é o “requisito básico” para a governação das fronteiras, de acordo com a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

O líder chinês disse que devem ser feitos esforços para melhorar a governação social, as infra-estruturas e “a capacidade geral de defender o país e salvaguardar as fronteiras”.

Xi afirmou ainda que é necessário orientar todos os grupos étnicos das regiões fronteiriças para que “reforcem continuamente o seu reconhecimento da nação e da cultura chinesa e do Partido Comunista”. A utilização da língua chinesa comum, o mandarim, deve ser promovida nessas regiões e os manuais escolares unificados a nível nacional, apontou.

“Devemos continuar a aprofundar os esforços em matéria de unidade étnica e progresso, construir activamente uma estrutura social integrada e um ambiente comunitário e promover a unidade de todos os grupos étnicos – como sementes de romã firmemente unidas”, afirmou.

Xi renovou estes apelos durante uma sessão de estudo do Politburo sobre a história da governação das fronteiras chinesas. A cúpula do poder na China realiza regularmente este tipo de sessões, sendo a discussão geralmente conduzida por um académico – esta foi conduzida por Li Guoqiang, vice-presidente da Academia Chinesa de História.

As zonas fronteiriças da China estendem-se por cinco províncias – Yunnan, Gansu e Jilin, Liaoning e Heilongjiang – e por quatro regiões autónomas – Tibete e Xinjiang, Mongólia Interior e Guangxi. As tensões étnicas nessas regiões autónomas, especialmente em Xinjiang e no Tibete, têm sido historicamente um desafio para Pequim.

Desenvolvimento regional

Em Agosto, as autoridades de Xinjiang prometeram fazer da estabilidade e da segurança a sua principal prioridade e transformar a região numa “barreira estratégica” contra riscos geopolíticos. Xinjiang faz fronteira com o Afeganistão, o Cazaquistão, o Tajiquistão e o Quirguizistão.

Nos últimos anos, as autoridades também intensificaram os esforços para promover o ensino do mandarim, no âmbito de um esforço nacional para assimilar membros das minorias étnicas à cultura dominante dos Han, a etnia predominante da China.

“O desenvolvimento das zonas fronteiriças deve ser integrado na estratégia global de modernização ao estilo chinês, nas estratégias regionais de desenvolvimento coordenado e nas principais estratégias regionais”, afirmou Xi, de acordo com a Xinhua.

O líder chinês também apelou aos esforços para apoiar as zonas fronteiriças a aproveitar os seus recursos e vantagens para alcançar o desenvolvimento. Xi pediu ainda a uma maior investigação multidisciplinar sobre a história e a governação das fronteiras e à aceleração dos esforços para criar um “sistema de conhecimento” chinês sobre estudos fronteiriços.

12 Dez 2024

Construção do Grande Canal Sui

A dinastia Sui (581-618) instalou a capital em Chang’an e para albergar o grande número de funcionários governamentais ampliou a antiga cidade [que servira de capital às dinastias Zhou do Oeste (104.6-771 a.n.E) em Haojing, Qin (221-206 a.n.E.) em Xianyang, ambas próximo de Xian e com o nome de Chang’an (Xian) à Han do Oeste (206 a.n.E.-9) e dinastia Xin (9-23)] dando-lhe o nome de Daxing.

Mas havia o grande problema de prover a enorme população com alimentos suficientes, provenientes sobretudo da região de maior produção agrícola do território, na zona do curso inferior do Changjiang, e de bens essenciais para os inúmeros funcionários da administração central e da corte. Havia também a dificuldade de transporte de grandes quantidades de mercadorias de Sul para Norte pois as estradas não eram seguras e não estavam preparadas para tal, assim como o Rio Amarelo não era navegável em muitas partes. Daí, o primeiro imperador Sui, Wendi em 584 mandar construir o canal Guangtong (Guangtong qu, 广通渠), para levar arroz à capital usando parte do canal Chao e ligar o Rio Wei ao Rio Amarelo.

Para um maior controlo da zona central do território, o Imperador Wen (581-604) em 588 mudou o nome de Wuzhou para Yangzhou e colocou aí o seu segundo filho, Yang Guang como governador. Yangzhou, cidade nas margens de Changjiang denominada antigamente Hancheng, ou cidade de Han, fora edificada no ano de 486 a.n.E. aquando da construção do canal Han (Hanguo) de onde este partia a ligar o Changjiang (Rio Yangzi) ao Huaihe e essencial para o abastecimento da capital Daxing.

Yang Guang como governador aproveitou o canal e mandou em 601 complementá-lo até Luoyang e quando se tornou em 604 o segundo Imperador Sui, no ano seguinte Yangdi (604-618) reconstruiu Luoyang para ser a sua capital Dongdu (capital de Leste) e ainda em 605 ordenou a construção de uma vasta estrada de água, conhecida por Grande Canal (Da yunhe, 大运河).

O canal dragado até ao ano de 610 tinha três secções: a primeira, o canal Tongji colocava a água dos rios Gushui e Luoshi no Parque Oeste de Luoyang e seguia directamente até ao Huanghe e continuando no Rio Amarelo, em Banzhu, a Leste de Luoyang, até ao velho fosso Langdang em Shanyang (hoje prefeitura de Huai’an, Jiangsu) na margem Sul do Huaihe. De Shanyang as águas do Rio Huai dirigiam-se pelo antigo Canal Han (Hangou) e afluíam no Changjiang em Jiangdu (hoje cidade de Yangzhou, Jiangsu). Toda a secção de Luoyang a Jiangdu tinha mais de mil quilómetros de comprimento.

A segunda secção, construída em 610 como canal Yongji drenava a água directamente do Rio Qinshui em Luokou, a Sul do Huanghe, até ao Norte de Zhuojun (hoje Beijing) tendo também mais de mil quilómetros de comprimento, fazendo a ligação do Rio Amarelo à região de Beijing.

A terceira secção, o canal Jiangnan de 400 km de comprimento levava a água do Changjiang em Jingkou ao Rio Qiantang em Yuhang (hoje cidade de Hangzhou, Zhejiang).

O Grande Canal totalizava 2500 km de Zhuojun no Norte até Yuhang no Sul ficando Luoyang no centro. Esta via de água ajudou a promover a economia e a desenvolver o país então unificado, segundo refere Bai Shouyi em Na Outline History of China.

YANGDI VIAJA NO GRANDE CANAL (大运河)

Yangdi fez três viagens no Grande Canal, das quais não encontrei registos históricos, existindo muitos relatos em que cada uma das versões diverge bastante. A primeira viagem ocorreu no ano de 605, a segunda em 610 e a terceira em 616, apesar de também aqui as datas não coincidirem.

Quando em 605 ficou completa a construção da secção do Grande Canal com 1800 km entre Yangzhou e Dongdu (Luoyang), o imperador logo fez uma viagem de inspecção no seu barco-dragão, palácio flutuante com telhado em cristal de onde pendiam lanternas e as colunas gravadas com dragões dourados. Seguia a fanfarra a anunciar o cortejo, num espectáculo que pela sua grandeza, excedendo toda a imaginação muito impressionou os habitantes de Dongdu.

A terceira viagem, desde Dongdu até Yangzhou, é referida por Deng Shulin como sendo feita em “dois barcos-dragões de quatro pisos construídos e decorados com extremo luxo, levavam a bordo o imperador Sui Yangdi e as suas concubinas favoritas.” Referem algumas versões da história, a imperatriz Xiao seguia no segundo barco. Navegavam devagar rumo ao Sul, a Yangzhou, na actual província de Jiangsu, e segundo uma lenda “para contemplar uma flor famosa do local. Seguiam os barcos-dragões cerca de dez mil barcos de diversos tipos.

Eram os membros da casa imperial, concubinas, dançarinas, vassalos, guardas e munições. Toda a comitiva se estendia por uns cem quilómetros. Nas margens flutuavam bandeiras coloridas. Os guardas, a cavalo, armados, andavam em fila. Os oitenta mil sirgadores vestidos de trapos, recrutados à força, puxavam os barcos, com a sirga penetrando no ombro, cortando as carnes – parar era morrer.”

Mantinha-se Yangdi em Yangzhou quando em 618, durante uma revolta camponesa (Jiangdubingbian, 江都兵变) foi morto por um grupo das suas tropas leais e o país caiu no caos.

Assim, o Grande Canal Sui e Tang tinha o centro em Dongdu (Luoyang) e para Oeste usava o Guangtong qu entre Daxing (Chang’an) e o Rio Amarelo. Para Norte, o canal Yongji chegava a Zhuozhou (涿州) e para Sul usava Tongji qu e Shanyang du [do Rio Huai ao Changjiang] e Jiangnan yunhe de Jiangdu (Yangzhou) a Yuhang (Hangzhou). Este era o trajecto do Grande Canal (Da yunhe, 大运河) até à dinastia mongol dos Yuan (1279-1368).

12 Dez 2024

António Antunes, cartoonista: “Às vezes considero-me um artista”

Chama-se António Antunes, mas assina os seus cartoons simplesmente como António. Há 50 anos que caracteriza a actualidade com recurso ao desenho e humor, grande parte deles no Expresso. Em entrevista, o cartoonista, que desenhou os tempos do pós-25 de Abril, lamenta que hoje os jovens cartoonistas não tenham tantas oportunidades de singrar na carreira

Já vai longa esta sua aventura de 50 anos dedicados ao cartoon. Alguma vez pensou que ia fazer isto durante tantos anos?

Não. As coisas foram acontecendo, e o resultado é este. Nem sequer havia perspectivas para haver um plano. Portugal não tem sido um país que favoreça muito este tipo de actividades.

Fez formação na Escola António Arroio ainda durante o período do Estado Novo. Como era aprender artes numa altura em que o país [Portugal] era tão cinzento, com limites à criatividade?

Aprendíamos sobretudo técnicas, de trabalho ou de composição. Agora a criatividade é outra coisa. Não só ela estava muito limitada, mas também não é algo que se venda. Não há cursos para fazer artistas, há cursos que nos dão noções sobre composição ou técnicas de pintura, ou cores. Mas só isso não chega. Depois é preciso que haja qualquer coisa além daquilo que é académico. Nas artes há sempre qualquer coisa que escapa mesmo que se aprenda tudo. A criatividade é uma coisa estranha, porque não há uma regra.

O António considera-se um artista?

(Hesita) Às vezes considero.

Já teve muitos cartoons polémicos, nomeadamente do Papa João Paulo II com o preservativo no nariz. Quais foram os cartoons que o obrigaram a fazer maior jogo de cintura ou a lidar com mais pressões?

Se calhar é uma felicidade minha, mas os meus problemas nunca são a priori, mas sim à posteriori. Até agora não tenho sido muito limitado naquilo que posso fazer no jornal [Expresso]. Agora, quando as coisas saem, às vezes têm consequências. Em Portugal foi a questão do preservativo no Papa, internacionalmente foram outras coisas. Esse cartoon continua a mexer.

Como foi lidar com toda essa polémica?

Esse cartoon [do Papa João Paulo II] foi polémico porque quiseram que assim fosse. Aquilo saiu muito bem e não gerou nenhuma algazarra. Depois houve um movimento conservador no seio da Igreja que quis fazer daquilo uma polémica, três semanas começaram a empolar aquilo, a fazer um abaixo-assinado. O homem que liderava as forças católicas disse esperar um milhão de assinaturas, mas, felizmente, conseguiu apenas 29 mil, e a diferença fez com que a montanha nem um rato parisse. Chegou a ser discutido na Assembleia [da República]. É uma polémica um bocado pífia, mais ainda, 30 anos depois, quando a própria Igreja está a mudar o seu ponto de vista sobre essa matéria, nomeadamente com este Papa [Francisco], felizmente. Perante o que me levou a fazer esse cartoon, voltava a fazê-lo. As declarações do Papa na altura foram públicas, não foram sequer ocultas, dentro de muros, e falou para todo o mundo, portanto, também para mim. Senti-me lesado, que aquilo não fazia sentido nenhum. Acho que a atitude do Papa, naquele momento, foi criminosa, no pico da Sida e, em África. Foi de uma insensibilidade e insensatez enormes.

O cartoon é uma arma de arremesso, uma forma de expressão?

Arma de arremesso é uma expressão dura de mais, mas o cartoon é, de facto, a forma de eu me expressar. Há colegas meus que fazem artigos, mas eu faço desenhos.

Que outros cartoons destaca, por aquilo que lhe trouxeram?

O primeiro que me sensibilizou foi aquele que me fez ganhar o maior Salão do mundo de cartoon na altura [Grande Prémio do XX Salon International de Cartoon, Montreal, 1983], a partir deste cantinho que é Portugal. Um Salão que tinha mais de mil participantes, e ter ganho foi muito bom. Fiquei mais seguro, confiante, porque a partir daí podiam continuar a fazer-se coisas. Esse primeiro cartoon também deu polémica, o “Gueto de Varsóvia em Shatila”, em que utilizo a fotografia conhecida do gueto, de um miúdo judeu de mãos levantadas, acossado por soldados nazis, e no cartoon o miúdo é palestiniano e os soldados israelitas. [A polémica deu-se] com todas as vozes dos judeus, que são peritos nisso, a fazer muito barulho, com um certo tom de vitimização, mesmo que sejam eles a atacar. Um director do Salão disse que tentou alterar a votação, tal é o peso do lobby judaico, mas não conseguiu.

Esse cartoon poderia ser hoje desenhado novamente.

Já o publiquei novamente. Infelizmente não está desactualizado.

Mas sente que muito do que desenhou, sobre a actualidade, se repete, num sinal de que a História é cíclica?

Há uma resistência à mudança. Um dos méritos do cartoonista é ser capaz de ver antes do tempo, ou em cima do tempo, se quiser. Tenho a invasão da Crimeia feita em 2014, e assumo aquela visão. Foi em cima, e outros fizeram mais tarde. Há outros exemplos.

Começa a fazer cartoon a seguir ao 25 de Abril de 1974, ali um pouco no rescaldo da Revolução. Sente que, de certa maneira, inaugurou a disciplina do cartoon político em Portugal?

Talvez. Mas não sou muito claro em relação a isso, porque antes de mim houve um grande desenhador, o João Abel Manta, um gráfico fantástico, que tinha uma diferença enorme em relação a nós, pois éramos miúdos e ele já tinha uma cultura que lhe permitia isso. Mas há um lado menos bom, pois ele fazia propaganda política. Era um homem do Partido Comunista Português (PCP), e fez essa propaganda até onde a Revolução o permitiu. Depois quando as coisas se estabilizaram, ele saiu e foi fazer outras coisas. Isso não lhe retira a qualidade, mas não é a minha noção de cartoon. Respondo aos vários estímulos dos acontecimentos de outra forma. O cartoon permite-me expressar as opiniões, mas ser capaz de o fazer em diferentes sentidos da vida, perspectivas, sem estar prisioneiro, como ele ficou prisioneiro do PCP, foi uma coisa que me ajudou muito.

Alguma vez sentiu alguma pressão da parte dos jornais onde colaborou?

(Hesita). Algumas coisas, mas não são importantes. Uma coisa que consegui, sem grande esforço, foi fazer com que as pessoas pensassem que eu tenho um mau feitio danado, e que era melhor não se meterem comigo. Isso ajudou, porque pensavam duas vezes antes de falar comigo. Uma vez no Expresso, um tipo do desporto encomendou-me uma capa, e começou a dar dicas de como eu devia fazer o desenho. Até que lhe perguntei se alguma vez eu lhe tinha dito como escrever uma notícia. Isso deve-lhe ter ficado na memória muitos anos, e deve ter repercutido essa conversa noutras pessoas. Não frequentava o Expresso, sempre estive no meu canto e não me desgastava com o dia-a-dia, com amizades e inimizades.

Costuma desenhar aqui, no atelier?

Aqui. Mas isso [a imagem de mau feitio] de facto ajudou-me. E há também a história de eu ter outra profissão. Costumo dizer que tive mesmo duas profissões, pois era cartoonista e designer gráfico, e aí tinha clientes meus que também o eram do Expresso, nomeadamente A Tabaqueira. Era amigo do director comercial, um tipo comodista, que me metia a negociar contratos com o jornal em nome de A Tabaqueira. Portanto, eu transmitia uma imagem efectiva de poder que, na verdade, não tinha. Se juntar um tipo que tem mau feitio a um tipo que, aparentemente, tem poder, é uma chatice (risos).

Quando lhe pergunto sobre as pressões, penso no período logo a seguir ao 25 de Abril, anos de 1974-1975, em que tudo era politizado. Aí eram maiores?

Consegui lidar com isso. Nesse período do PREC (Processo Revolucionário em Curso) tinha mesmo um cartoon sobre o PREC que durou dois anos. Foi uma espécie de fuga para a frente. Havia uma grande confusão, e, acho eu, isso interessava ao meu jornal [Expresso], embora isso nunca tenha sido dito. Dava uma ideia de frescura do jornal em relação a um período complexo, mas nunca me disseram isso. Tenho a ideia dessa utilidade do cartoon, era a forma de consolidar a independência do jornal em relação aos acontecimentos, mesmo quando às vezes não havia essa independência.

Estamos hoje numa era do politicamente correcto, em que tudo parece ofender?

Não sinto, porque não quero sentir. Cheguei a uma fase da minha vida em que se não me quiserem aturar, não aturem. É fácil. Tudo o que foi uma luta para impor um nome e um ponto de vista, uma carreira, já foi feito. Pode ser melhorado e consolidado, mas se não for, não é. Se me tornar muito inconveniente para o jornal onde trabalho, e quero acreditar que isso não acontece…

Mas em termos gerais, às notícias, comentários nas redes sociais, sente que há o politicamente correcto?

Claro que há. A minha situação é de excepção. Os mais novos, no mundo do cartoon, não têm oportunidades nenhumas. Têm menos do que quando comecei. Por vários acasos da vida tenho uma posição que se solidificou, mas isso não é exemplificativo do que se passa ao redor. Os novos cartoonistas estão cheios de problemas, não há espaço para eles, não há meios de pagamento. São empurrados para sair dos jornais, e não para entrar.

O cartoon não tem lugar nas redes sociais?

(Hesita) Pode aparecer, mas não me parece… diz-se que o jornalismo está a morrer e nós, cartoonistas, vamos primeiro. Acho que essa é a tendência. O jornalismo tem vindo a perder poder face às redes sociais, com a opinião anónima, que não se pode escrutinar, é muito mau e medíocre. E isso vai crescer.

E a Inteligência Artificial (IA)? Pode substituir o cartoonista.

Essa nem falo porque não conheço os limites, mas intuo que devem ser terríveis. Pode de facto substituir o cartoonista, mas aí subverte-se a criatividade.

Há alguma figura pública que goste particularmente de retratar em cartoon?

Outro dia disse que, em relação ao Trump, tinha dois sentimentos antagónicos: como cidadão, acho o homem detestável; mas como cartoonista é a minha matéria prima. O Putin também é bom. Todos os homens com muitas narrativas e muito poder são susceptíveis de dar boas coisas do ponto de vista da análise de um cartoonista. São políticos com um discurso muito claro sobre o que pretendem e o que querem, e isso pode ser bom para o cartoon.

Como se sente por ir a Macau novamente?

A exposição [no Clube Militar] vai ser diferente das outras, com 160 trabalhos. Ainda é muita coisa. É uma viagem por estes anos, pela política portuguesa e internacional também. Estou cheio de curiosidade, promover a mostra, ver o que me perguntam, mas isso faz parte do jogo.

A imprensa de Macau não tem uma grande presença do cartoon, à excepção do Rodrigo [Rodrigo de Matos].

Conheço-o, dou-me bem com ele. Mas devo dizer que o fenómeno é parecido com Portugal. O que é que temos aqui? Eu, no Expresso; a Cristina Sampaio no Público; o André Carrilho saiu do Diário de Notícias; o António Maia no Correio da Manhã e pouco mais. Essa é uma tendência geral. Às vezes, e acho que isso aconteceu comigo, há momentos em que um cartoonista pode representar uma mais valia para o jornal, mas são apenas alguns momentos em que isso pode acontecer. No meu período mais complicado no Expresso, no final da década de 70, um jornal de referência que, à época, estava num país em convulsão, com alguma “irresponsabilidade” pude ir à frente, e tenho a percepção que ajudei o jornal a desembaraçar-se dessas limitações. Mas tal acontece em períodos muito específicos. Nessa fase [do pós-25 de Abril], cheguei a fazer desenhos à noite que, de dia, estavam já desactualizados.

Tem mesmo mau feitio ou é só para disfarçar?

Sou tímido, mas ando a tratar-me. (risos) Nunca foi algo que me tivesse bloqueado, falo bem em público. Sou um tipo que não gosto de correr riscos estúpidos. Estou neste prédio há vários anos e conheço apenas a porteira porque tem de ser, e não quero ter o risco de ter uma pessoa antipática a quem dei confiança. Faço isso com a maior naturalidade.

Exposição no Clube Militar

Depois da palestra na Fundação Rui Cunha, esta quarta-feira, António estará hoje na Universidade de São José a falar com alunos no workshop “Desenho Cartoon: Criação de Ideias”. Segue-se esta sexta-feira a inauguração da exposição no Clube Militar, que ficará patente até 2 de Janeiro.

12 Dez 2024

RAEM, 25 anos | Lançada canção “Herança e Origem”

Foi ontem lançada a canção temática em celebração do 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM, intitulada “Herança e Origem”. Esta música foi produzida pela Associação de Indústria de Música de Macau, com composição de Pun Kuan Pou e letra de Rico Long.

A interpretação ficou a cargo de vários cantores e bandas de Macau, incluindo Sean Pang, Ken Sou, Rico Long, KC Ao Ieong, Iron Ian, Winifai, Elisa Chan, Kylamary Ma, ALL IN e SCAMPER.

A canção, produzida com o apoio do Governo, combina “melodias chinesas com as características de Macau, sublinhando a unidade e a coesão da nação chinesa”, descreve-se num comunicado. A canção já pode ser ouvida nas plataformas digitais.

12 Dez 2024

Relatório | Níveis de ozono continuam elevados na região

O mais recente Relatório sobre a Qualidade do Ar de 2023 focado nas regiões de Macau, Hong Kong e Guangdong dá conta de que a emissão de alguns componentes poluentes registou uma melhoria, mas mantêm-se os níveis elevados de emissão de ozono para a atmosfera, culminando numa elevada poluição fotoquímica

 

A qualidade do ar na região do Delta do Rio das Pérolas melhorou, em parte, mas a poluição fotoquímica continua alta graças ao facto de os níveis anuais de concentração de ozono continuarem elevados. A poluição fotoquímica é a forma generalizada de poluição do ar decorrida da interacção da luz solar com óxidos de nitrogénio e compostos orgânicos voláteis.

Esta é uma das conclusões do mais recente Relatório da Qualidade do Ar de 2023, focado nas regiões de Guangdong, Macau e Hong Kong, e cujos dados se baseiam na Rede de Monitorização da Qualidade do Ar de Guangdong-Hong Kong-Macau para a Região do Delta do Rio das Pérolas, composta por 23 estações de monitorização.

A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) refere que “poluentes atmosféricos, incluindo dióxido de enxofre, dióxido de azoto, monóxido de carbono, partículas PM10 e partículas PM2,5, apresentaram uma tendência de queda significativa e contínua”. Porém, “os níveis anuais de concentração de ozono nos últimos anos permanecerem semelhantes, indicando que a poluição fotoquímica na região precisa ser melhorada”.

O relatório mostra que os valores médios anuais de concentração de vários poluentes atmosféricos registados em 2023 caíram entre 17 e 86 por cento em relação aos níveis de pico, reflectindo “a eficácia das medidas de redução de emissões implementadas por Guangdong, Hong Kong e Macau nos últimos anos”.

Para resolver o problema das emissões de ozono, foi realizado um estudo, intitulado “Poluição fotoquímica de ozono na área da Grande Baía e a caracterização da deslocação regional e inter-regional de ozono”, concluído este ano. Sem divulgar os dados, a DSPA apenas refere que os “dados científicos fornecidos ajudam a entender melhor as causas de ozono na Grande Baía”.

As medidas de Hong Kong

Na mesma nota de imprensa, são referidas as mais recentes medidas adoptadas pelo Governo de Hong Kong para melhorar a qualidade do ar. Uma delas passa pela revisão do “Regulamento de Controlo da Poluição do Ar (Gasóleo Leve para Uso Marítimo)”, que “irá restringir ainda mais o limite máximo do teor de enxofre do gasóleo leve para uso marítimo, abastecido localmente, de 0.05 para 0,001 por cento”.

No que respeita a veículos, o Governo da RAEHK tem feito o abate de carros antigos, nomeadamente 40.000 veículos comerciais a gasóleo da norma da Euro IV, medida feita até finais de 2027. Pretende-se ainda a suspensão de novos registos de veículos de serviço particular movidos a combustíveis e híbridos até 2035, além de haver o plano de colocar em circulação, até ao final de 2027, cerca de 700 autocarros eléctricos e cerca de 3000 táxis eléctricos.

Segundo a DSPA, “as medidas já estão a surtir efeitos, com o número de veículos eléctricos a aumentar significativamente de cerca de 14.000 em 2019 para mais de 102.000 em Setembro do corrente ano, uma subida de cerca de sete vezes em cinco anos”, mas na região vizinha.

No que diz respeito à província de Guangdong, foram implementados diversos avisos relativos às emissões de gases ou compostos voláteis para a atmosfera no decorrer de algumas actividades económicas. Macau, por sua vez, publicou no ano passado as “Estratégias de Descarbonização a Longo Prazo de Macau” e o “Plano de Promoção de Veículos Eléctricos de Macau”, tendo vindo a “impulsionar medidas relativas à emissão de gases de escape dos veículos”, entre outras. O Executivo dá ainda apoios financeiros a quem queira abater carros ou motociclos mais antigos.

12 Dez 2024

Imobiliário | Primo de Edmund Ho vendeu imóveis no valor de 52 milhões

Ho Hau Wong, primo do primeiro Chefe do Executivo da RAEM, Edmund Ho, vendeu cinco casas este ano pelo valor de 52,7 milhões de dólares de Hong Kong. Segundo o jornal “am730”, de Hong Kong, fundado por Shih Wing Ching, conhecida figura do ramo imobiliário, a última transacção de imóveis de Ho Hau Wong foi uma casa em Harbour Place, na zona de Kowloon, pelo preço de 5,5 milhões de dólares de Hong Kong. Este imóvel, quando adquirido pelo primo de Edmund Ho em 2014, custou 6,3 milhões de dólares de Hong Kong, o que representa uma perda de 13 por cento no valor da casa.

Porém, nas restantes transacções feitas, Ho Hau Wong conseguiu vender um imóvel em Novembro por 28,2 milhões de dólares de Hong Kong e duas casas por 13,1 milhões de dólares de Hong Kong em Outubro, pelo que apenas um negócio resultou em perdas para o proprietário.

Esta notícia surge no contexto de um cenário de crise económica em que os mais ricos de Hong Kong vendem o património com algum prejuízo, a fim de cobrir o aumento das taxas de juro e “stress macroeconómico”. Segundo a Business Insider, algumas propriedades de luxo foram vendidas na primeira metade do ano por até 50 por cento face ao pico dos preços de 2018, declarou Jack Tong, director de pesquisa de Hong Kong da imobiliária Savills.

12 Dez 2024

Burla | Dois jovens perdem 190 mil patacas

Dois residentes locais jovens perderam um total de 190 mil patacas em casos de burla. Segundo o jornal Ou Mun, um dos casos ocorreu a 30 de Novembro, quando um jovem recebeu uma chamada do burlão dizendo ser da polícia de Xangai. O falso agente disse que o jovem estava envolvido num caso de branqueamento de capitais no Interior da China, exigindo-lhe dados pessoais para prosseguir a investigação.

O jovem acabou por ceder os dados da conta bancária, percebendo depois que lhe tinham retirado da conta 42 mil dólares de Hong Kong, o que o levou a denunciar o caso. Outro jovem local, estudante no Interior da China, foi vítima de uma burla semelhante, tendo denunciado o caso às autoridades de Macau esta segunda-feira.

Burlões fazem-se passam por autoridades

A Polícia Judiciária (PJ) indicou ontem ter recebido denúncias de várias pessoas que relataram que os seus filhos, que estão a estudar fora de Macau, lhes pediram grandes somas de dinheiro. Segundo as autoridades, o dinheiro serviria para mostrar um “comprovativo de um depósito avultado” para conseguirem visto para estudar no país.

Sem perceberem bem a situação, os pais transferiram o dinheiro para os filhos, que, por sua vez, enviaram a quantia aos burlões. Nestes esquemas, os burlões telefonam às vítimas que estão no estrangeiro, fingindo ser agentes da Polícia da China continental. Depois de adquirirem o nome e número de documento de identidade das vítimas, estas são acusadas de envolvimento em crimes, é-lhes exigido que participem numa “investigação por vídeo” e que transfiram dinheiro para as supostas autoridades “com o pretexto de uma revisão de fundos”, indica a PJ.

12 Dez 2024

SS | Prometidos médicos de família para todos os residentes

O director dos Serviços de Saúde revelou que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar, para que todos os residentes de Macau tenham médico de família. Alvis Lo destacou também a redução do tempo de espera nas consultas de especialidade e que estão em andamento procedimentos para criar hospitais de dia

 

O Governo vai dar os primeiros passos com o objectivo de garantir que todos os residentes de Macau têm um médico de família no futuro, uma vez que actualmente apenas existem 34 especialistas em medicina familiar no território. O director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, afirmou ontem aos microfones da TDM – Rádio Macau que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar para desempenharem funções nos Centros de Saúde. O responsável vincou que a meta corresponde às directrizes da Organização Mundial de Saúde, que até agora não têm sido cumpridas.

Sobre a contratação de médicos portugueses, o director dos SS afirmou apenas que são bem-vindos todos os médicos que cumpram os requisitos essenciais para trabalhar em Macau, sem acrescentar mais detalhes.

O responsável participou ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM, onde revelou ainda que será lançada uma consulta pública com o intuito de criar um novo tipo de licença para instituições médicas, abrindo portas ao funcionamento de hospitais de dia em Macau.

Os hospitais de dia permitem reduzir custos em pequenas cirurgias e prestar cuidados de saúde a doente em regime ambulatório e, como o nome indica, não requerem estadias durante a noite no hospital. De momento, a RAEM só tem duas categorias para instituições que prestam serviços médicos: hospitais e clínicas.

Espera e ilhas

Outro tópico discutido, foi a redução do tempo de espera para consultas externas. “Os residentes querem o tempo de espera encurtado. Por isso, melhorámos processos, acrescentámos eficácia através de meios tecnológicos e alocação de recursos, para reduzir para cerca de três semanas e meia o tempo de espera em consultas externas de especialidades e em primeiras consultas,” indicou o responsável.

Em relação aos serviços de urgência, Alvis Lo garantiu que actualmente os pacientes demoram em média cerca de uma hora até serem atendidos, situação que poderá melhorar através da coordenação com o Hospital das Ilhas, para desviar doentes do Hospital São Januário. Em relação ao novo centro hospital, o director dos SS sublinhou a modernidade dos serviços de saúde, com recurso a alta tecnologia, e a capacidade para atrair turistas do sector big health.

Alvis Lo indicou ainda que o Governo irá aumentar o orçamento dos subsídios a clínicas privadas, medida que tem como objectivo permitir que mais residentes sejam atendidos em clínicas, retirando pressão dos hospitais.

12 Dez 2024

AAM | Vong Hin Fai reeleito como presidente

A Associação de Advogados de Macau (AAM) relegeu Vong Hin Fai para um segundo mandato à frente da associação (2025-2026), segundo um comunicado divulgado ontem pela própria associação.

Vong Hin Fai, de 67 anos, foi eleito presidente da direcção da AAM, pela primeira vez, há dois anos, sucedendo a Jorge Neto Valente, que liderou a associação de advogados da cidade durante 23 anos, primeiro entre 1996 e 1999 e depois de 2002 a 2022.

Além de advogado em Macau, onde se iniciou em 1996, Vong Hin Fai é deputado à Assembleia Legislativa desde 2009, assim como membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Mantêm-se também nas mesmas funções os advogados macaenses Oriana Inácio Pun, como secretária-geral, e Leonel Alves, como presidente da mesa da assembleia-geral. O conselho fiscal será presidido por Paulino Comandante. A eleição dos órgãos da Associação dos Advogados de Macau decorreu na passada terça-feira.

12 Dez 2024

ATFPM | Coutinho reúne com Montenegro

José Pereira Coutinho, na qualidade de presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), foi recebido esta terça-feira pelo primeiro-ministro português, Luís Montenegro, a fim de discutir “vários assuntos relacionados com Macau”, nomeadamente “a importância do ensino da língua portuguesa e sua divulgação” ou ainda a “importância de diversas associações de língua portuguesa, os assuntos consulares e incremento das relações económicas e comerciais entre Portugal e China”.

Com Vasco Costa, da Caixa Geral de Aposentações (CGA), Coutinho debateu “diversos assuntos relacionados com aposentados e pensionistas da CGA” que residem em Macau. Foram ainda expostos por Pereira Coutinho “dezenas de casos concretos relativos à retenção de IRS, cujo somatório ascende a cerca de dez mil euros”.

12 Dez 2024

Função Pública | Cresce burocracia para nomear chefias

Nomear funcionários para cargos de chefia na Função Pública vai tornar-se um processo mais burocrático, passando a ser obrigatório pedir o parecer de uma terceira entidade, os SAFP, antes da nomeação. As novas disposições para pessoal de chefia já deram entrada no hemiciclo

 

As novas disposições inerentes ao Estatuto de Pessoal de Direcção e Chefia já deram entrada na Assembleia Legislativa (AL), trazendo alterações à forma de nomear chefias, com um processo mais burocrático. A proposta de lei, que não tem ainda data para votação e discussão na generalidade, traz, agora, mais burocracia para a escolha de funcionários para cargos de chefias.

Assim, os serviços públicos, quando propõem o nome de um funcionário para um cargo de direcção de serviços ou de chefia, “têm de apresentar à entidade tutelar um relatório, em modelo uniformizado pela Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), onde é justificado que a pessoa em causa preenche os critérios de nomeação”.

Além disso, passa a ser obrigatório o pedido de parecer a uma terceira parte, neste caso os SAFP, “antes da submissão da proposta de nomeação”, cabendo aos SAFP “fazer uma análise global sobre a legalidade e adequabilidade para o exercício do cargo por parte desse pessoal”.

Além disso, quando as comissões de serviço são renovadas para os cargos de chefia e direcção, há que fazer novamente a revisão sobre “se o pessoal em causa ainda preenche os requisitos para o exercício de funções, sob pena da não renovação da comissão de serviço”. A ideia é garantir que os funcionários, nesses cargos, possuem “a idoneidade cívica e competência profissional”.

Na óptica do Executivo, “passaram-se 15 anos desde a elaboração da lei e, embora a sua implementação tenha decorrido sem sobressaltos, algumas disposições relativas à nomeação, gestão e responsabilização do pessoal de direcção e chefia não correspondem às necessidades actuais da sociedade”.

Novos critérios

Para nomear alguém para cargos de chefia, propõe-se também acrescentar mais dois critérios, nomeadamente o “reforço da constituição da equipa de governação” e a “promoção da mobilidade do pessoal”.

Além disso, antes de ocorrer a nomeação definitiva para determinado cargo de chefia, propõe-se que haja um “período de seis meses a um ano em regime de substituição, só podendo ser definitivamente nomeado caso o desempenho demonstre que possui competência para o exercício desse cargo”.

Determina-se ainda que “os chefes de divisão têm de concluir, com aproveitamento, determinados cursos de formação”, sendo que serão escolhidos para cargos de chefia “trabalhadores do nível imediatamente inferior”.

São também propostas pelo Governo novas regras que determinem a suspensão da comissão de serviço, a fim de “reforçar a gestão e responsabilização do pessoal de direcção e chefia”. Assim sendo, incluem-se “condutas pessoais que afectem negativamente a imagem ou funcionamento da RAEM ou prejudiquem a autoridade necessária para o exercício do cargo”. No caso de o funcionário ser constituído arguido por suspeita de prática de um crime com dolo, com prisão preventiva como medida de coacção, propõe-se que a sua comissão de serviço seja suspensa de imediato. Além disso, este fica proibido de desempenhar um cargo de direcção e chefia “por um determinado período de tempo”.

Cria-se ainda “o mecanismo de advertência em substituição da censura pública já existente”, caso os chefes nomeados “não tiverem uma gestão eficaz do serviço e não cooperem estreitamente com a tutela para assegurar as políticas, ou demonstrem insuficiências na execução de políticas governamentais”. Propõe-se, portanto, que a tutela envie, por escrito, uma advertência, que fica anexada ao relatório de apreciação de desempenho do funcionário, que será tida em conta na renovação da comissão de serviço.

Estas alterações às disposições de chefia incluem ainda as novas regras para a prestação de juramento nas sessões de tomada de posse.

12 Dez 2024

Ponte HZM | Check-point e inspecções a veículos até dia 22

As autoridades policiais e alfandegárias de Zhuhai emitiram ontem um alerta a indicar que amanhã, a partir das 08h, será instalado um posto de segurança, ou check-point, junto à ilha artificial leste da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, perto de Hong Kong. A medida de segurança será imposta até à meia-noite do dia 22 de Dezembro.

Como tal, os veículos que vão circular na ponte serão sujeitos a inspecção de segurança. As autoridades do Interior da China advertem que a recusa em ser inspeccionado ou a ocultação intencional de artigos proibidos terá consequências legais.

Foi ainda pedida atenção aos condutores e solicitado que reduzam a velocidade à medida que se aproximem dos pontos de segurança. A sinalização na ponte também será adaptada.

12 Dez 2024

FSS | Mais de 33 mil milhões para protecção social básica

O Fundo de Segurança Social (FSS) atribuiu, desde 2019, 33,3 mil milhões de patacas a beneficiários sujeitos a protecção social básica, nomeadamente idosos ou receptores de pensões por invalidez. Os dados foram divulgados pelo presidente do FSS, Iong Kong Io, no programa Ou Mun Tin Toi do canal chinês da Rádio Macau.

Actualmente, o nível 1 do FSS, relativo à protecção social básica, tem 517 mil beneficiários, sendo 30 por cento pensionistas por reforma ou invalidez. Além disso, 99 por cento dos beneficiários tem condições financeiras para se sustentar até Outubro, sendo que apenas 1.281 pessoas, relativas ao restante 1 por cento, precisam de pedir apoios ao FSS por estarem em situação de pobreza.

Quanto ao regime de previdência central não obrigatório, que diz respeito ao nível 2 do regime de segurança social para a reforma, há 107 mil participantes. Iong Kong Io declarou que o FSS vai analisar se é necessário alterar o montante das pensões de reforma.

12 Dez 2024

Governo | Ho Iat Seng sublinha que ninguém dorme na rua em Macau

Numa entrevista à CCTV, Ho Iat Seng salientou o trabalho do Governo no apoio social, em especial durante a crise da pandemia. O Chefe do Executivo sublinhou que ninguém dorme nas ruas de Macau e que não existem pedintes na cidade. Quanto ao futuro, apontou à integração como forma de implementar o princípio “Um País, Dois Sistemas” da nova era

 

“Ninguém dorme na rua em Macau, nem debaixo de viadutos. Alguma vez viu mendigos em Macau? Não, não em Macau. O nosso Instituto de Acção Social é muito exigente no tratamento de problemas sociais”, afirmou Ho Iat Seng numa entrevista à estação nacional CCTV.

Continuando o ciclo de entrevistas a órgãos de comunicação estatais a figuras de poder da RAEM, o Chefe do Executivo fez um balanço do seu mandato e apontou ao futuro do território.

Em três dos cinco anos em que liderou o Governo, Ho Iat Seng foi confrontado com a pandemia da covid-19 e as suas ramificações socioeconómicas. Neste aspecto, recordou as injecções de fundos da reserva financeiros nos orçamentos da RAEM para corresponder às necessidades de apoio social. No entanto, o governante não acredita na eficácia da atribuição indiscriminada de apoios. “Não acho que algumas políticas de benefícios sociais devam ser universais, para que sejam aplicadas com exactidão. Se houver alguém a passar necessidades, o Governo irá, com certeza, prestar apoio”, afirmou.

Ho Iat Seng apontou que em Setembro, a reserva financeira cifrou-se em 616,9 mil milhões de patacas, total que, apesar das injecções de capital nos orçamentos, representa um aumento na casa de “várias dezenas de milhares de milhões de patacas” em relação a 2019. O governante sublinhou a estabilidade da economia local e o facto de não passar dívidas para o próximo Governo.

Diversificação e nacionalismo

Com as receitas da indústria do jogo a recuperarem, o Chefe do Executivo salientou aos microfones da CCTV que a diversificação económica obteve resultados, com especial destaque no papel da indústria das artes do espectáculo.

“O desenvolvimento das artes e dos espectáculo em Macau tem um grande impacto. As receitas de bilheteira não representam um grande montante, mas têm um grande impacto global nos negócios, como a restauração e hotelaria. Não queremos que os turistas se interessem apenas pela indústria de jogo”, indicou o Chefe do Executivo.

Quanto ao futuro, Ho Iat Seng disse que a integração no desenvolvimento nacional representa o verdadeiro significado da prática do princípio “Um País, Dois Sistemas” da nova era, e é o rumo e força motriz para o desenvolvimento da RAEM.

Ho Iat Seng salientou ainda o papel fundamental para o desenvolvimento do território das associações patrióticas quem amam Macau e o país. No aprofundamento do patriotismo, o governante destacou o trabalho da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude que organiza deslocações de estudantes ao Interior da China para receberem formação patriótica e Macau, trabalho que é para manter no futuro.

12 Dez 2024

Pequeno comércio de Macau espera pouco retorno nesta quadra

Comerciantes de Macau disseram à Lusa esperar pouco desta época de Natal, tradicionalmente forte, adiantando que o negócio está pior do que no ano passado. No centro histórico de Macau, sempre cheio de turistas, uma sapataria, com 40 anos de actividade no ramo, está praticamente vazia e os poucos clientes que entram na loja limitam-se a olhar.

“Estou pessimista em relação às férias [do Natal] e não estou à espera de ganhar dinheiro” nesta época, disse à Lusa Liu Iok Leng, da Fu Tian. Apesar das promoções, o negócio continua mau e “pior do que no ano passado. Não importa o feriado, as pessoas não têm dinheiro para consumir e só olham”, acrescentou Liu Iok Leng.

Na mesma rua, a Pedro Nolasco da Silva, algumas dezenas de metros à frente, uma joalharia, a Love Story Silver, queixou-se do mesmo. O cartaz de saldos de Natal está à porta, mas, na loja, só a proprietária, que faz algumas peças.

Kelly Kong afirmou que o negócio está “muito mau”, com uma quebra de 20 por cento em relação ao ano passado: “normalmente, a loja só vende uma ou duas peças por dia”. “As pessoas vêm para viajar, não para fazer compras, mas apenas para fazer turismo. Eu também, quando viajo, limito-me a comer a comida local, não faço compras”, observou.

Mas também os restaurantes sentem a crise, como disse o proprietário do Tomato, a funcionar há 20 anos, numa zona a caminho das Ruínas de São Paulo. “Em comparação com o ano passado, o negócio desceu 30 a 40 por cento, mas 2023 foi bom, muita gente vinha ao restaurante”, afirmou Oscar Cheong.

Agora, “vê-se que lá fora há muita gente, mas muito pouca entra e quem entra gasta menos”, sublinhou o dono do restaurante que afirma vender comida macaense. “O nosso restaurante não é caro, 70 patacas a 100 patacas [entre oito e 12 euros] por pessoa. Teoricamente, o consumo em geral é baixo. Até os restaurantes mais caros veem o negócio deles a cair ainda mais”, acrescentou.

Pouco consumo

Oscar Cheong disse ainda que “a maioria dos turistas vem da China. A própria actividade interna da China não é boa. Quando os turistas vêm a Macau, gastam menos”.

“Este mês de Dezembro deve ser pior. Antes, os habitantes de Hong Kong eram um mercado importante para Macau em Dezembro. Agora, os habitantes de Hong Kong deslocam-se à China continental e ao estrangeiro. E o consumo em Hong Kong também não é bom, pelo que o impacto em Macau é maior”, considerou.

As estatísticas confirmam o impacto. O volume de vendas dos retalhistas em setembro deste ano caiu 20,7 por cento em relação ao ano anterior, de acordo com os últimos dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Já o director da Federação da Indústria e Comércio de Macau Distritos Centro e Sul, Lei Cheok Kuan, reconheceu a quebra no consumo, mas manifestou optimismo no futuro.

“O negócio deverá ser bom durante as férias de Natal, apesar da alteração do padrão de consumo, haverá pessoas suficientes para apoiar e preencher lacunas nos negócios”, sublinhou o também empresário.
Lei Cheok Kuan acrescentou que “Macau tem sido classificado como o destino turístico número um na China”. “O Governo tem trabalhado muito para promover a indústria do turismo de Macau, por isso estou muito optimista quanto ao futuro a longo prazo”, avançou.

Em Outubro, Macau recebeu mais de 3,1 milhões de visitantes, uma subida de 13,7 por cento em termos anuais. A entrada de 3.135.358 visitantes no território representa “uma recuperação de 97,7 por cento do número” verificado no mesmo mês de 2019, ainda antes da pandemia da covid-19, disse a DSEC.

11 Dez 2024

As conquistas extraordinárias de Tony Leung (II)

A semana passada, partilhámos a história da carreira ascendente de Tony Leung chiu-wai (梁朝偉), estrela do cinema e da televisão de Hong Kong. Em 2023, ganhou o “Leão de Ouro de Carreira” (終身成就金獅獎) na 80.ª edição do Festival de Cinema de Veneza (威尼斯影展). Foi o terceiro chinês a ganhar o prémio e o primeiro actor desta nacionalidade a obter semelhante honra. O ano de 2024 foi para a Tony Leung a cereja em cima do bolo. Para além de conquistar pela sexta vez o “Prémio de Melhor Actor do Cinema de Hong Kong” (香港電影金像獎最佳男主角), também recebeu um doutoramento honoris causa em Humanidades atribuído pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong e ainda um outro em representação entregue pela Academia de Artes Performativas de Hong Kong.

Os louros atribuídos actualmente a Tony Leung são consequência do seu trabalho árduo, pois sempre lutou para progredir e nunca desistiu. Pudemos ouvi-lo falar destes princípios no discurso que proferiu no pódio da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong.

Em relação à sua profissão, Tony Leung tem a seguinte perspectiva:

“Vou contar-vos o pequeno segredo que me permitiu tornar-me um bom actor. Primeiro, em cada projecto que iniciamos, devemos pensar em nós próprios como principiantes. Desta forma mantemos a frescura. Nunca fico inteiramente satisfeito com os meus desempenhos, estou sempre determinado a melhorar da próxima vez. Devemos sempre dar o nosso melhor e não irmos atrás da fama, do dinheiro ou de qualquer outra coisa. Acima de tudo, é preciso amar o que fazemos, termos paixão.”

Para mantermos sempre a frescura do nosso trabalho, temos constantemente de explorar e lutar para nos aperfeiçoarmos; só melhorando podemos progredir. Impormos a nós próprios ser melhores da próxima vez é a chave para o contínuo aperfeiçoamento das nossas capacidades e a qualidade essencial de um profissional. O que os profissionais mostram aos clientes é a sua competência. Se forem incompetentes, como é que podem fornecer serviços de alta qualidade?

O psicólogo Maslow fala-nos da teoria da motivação, que divide as necessidades humanas em cinco níveis. O primeiro são as necessidades fisiológicas, o nível mais básico, que significa que as pessoas precisam de comida, água, etc. O segundo nível é a segurança. Os seres humanos precisam de uma casa, de saúde, de trabalho, etc. No terceiro nível encontram-se o amor e a pertença. Nesta categoria encontram-se o amor e o aconchego da família, o sentimento de pertença no trabalho, etc. o quarto nível tem a ver com a estima, que engloba o reconhecimento do nosso trabalho pelos colegas, as conquistas pessoais, a auto-confiança, etc. O quinto e mais elevado nível é a realização pessoal, que implica a concretização do nosso potencial, o auto-conhecimento, a procura do crescimento pessoal e a experiência da elevação. Dito de outra forma, a este nível, a pessoa não precisa de se preocupar com as opiniões alheias e pode perseguir os seus objectivos por sua conta e risco.

Tony Leung propôs-se fazer o seu melhor, trabalhar com afinco, não pelo dinheiro ou pela reputação, mas continuar a lutar no seu caminho profissional e manter a paixão pelo seu trabalho, para conservar a chama acesa e nunca desistir. É um exemplo acabado da procura de si próprio. Isto significa que Tony Leung conquistou a maioria dos elementos do primeiro ao quinto nível. Assim sendo, já não tem preocupações e pode trabalhar arduamente para perseguir o seu sonho.

Em 2024, Tony Leung recebeu dois doutoramentos honoris causa. Já é raro alguém conseguir uma destas distinções quanto mais duas. Isto representou sem dúvida uma enorme honra para ele. Rejubilemos por Tony Leung. Enquanto observadores, partilhamos da sua felicidade. Devemos aprender com a sua atitude profissional a progredir nos nossos respectivos campos de actividade.

Também devemos compreender que ao aprender com Tony Leung a ficarmos livres de preocupações e a lutar para perseguir os nossos sonhos, teremos de adquirir o maior número possível de elementos dos cinco níveis da teoria da motivação de Maslow. Se não tivermos esses elementos, podemos fazer o que queremos fazer sem preocupações de dinheiro ou de reputação?

Como existe um artista da indústria do entretenimento de Hong Kong que ganhou um “Leão de Ouro de Carreira” (終身成就金獅獎) no Festival de Cinema de Veneza (威尼斯影展), esta indústria floresceu naturalmente na cidade e os hongkongers estão orgulhosos de possuírem um actor famoso de topo – Tony Leung. E quanto à sociedade chinesa? Creio que deve pensar “na indústria do entretenimento onde existem actores chineses, está o Tony Leung.”

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

11 Dez 2024

Filipinas | População retirada após erupção de vulcão

Cerca de 87 mil pessoas foram ontem retiradas de aldeias no centro das Filipinas, um dia depois de uma curta erupção do vulcão no Monte Kanlaon, que obrigou ao cancelamento de pelo menos sete voos.

Uma erupção de quatro minutos, na segunda-feira, lançou uma coluna de cinzas de quatro quilómetros de altura, enquanto uma mistura de lava quente, gás e rocha vulcânica desceu pela encosta no flanco sudeste do vulcão, disseram as autoridades locais, alertando para o risco de novas erupções.

As cinzas vulcânicas caíram numa ampla área, incluindo a província de Antique, a mais de 200 quilómetros a oeste do vulcão, obscurecendo a visibilidade e representando riscos para a saúde, disse o director do Instituto de Vulcanologia e Sismologia das Filipinas, Teresito Bacolcol.

Pelo menos seis voos domésticos e um voo com destino a Singapura foram cancelados e dois voos locais foram desviados na região na segunda e terça-feira, devido à erupção do Kanlaon, disse a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas.

A população estava a ser retirada das povoações mais próximas das encostas oeste e sul de Kanlaon. Em La Castellana, em Negros Occidental, quase 47 mil pessoas tiveram de ser retiradas de uma zona de perigo de seis quilómetros em torno do vulcão, disse a Protecção Civil.

Mais de seis mil pessoas foram transferidas para centros de acolhimento, enquanto outras temporariamente realojadas em casas de familiares em La Castellana durante a manhã de ontem, disse a autarca, Rhumyla Mangilimutan.

Sob controlo

O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., disse que as autoridades estavam prontas para prestar apoio a um grande número de residentes deslocados e que o secretário do Bem-estar Social voou ontem de manhã para a região afectada.

O Instituto de Vulcanologia e Sismologia das Filipinas estava a analisar a qualidade do ar devido ao risco de contaminação por gases vulcânicos tóxicos que podem exigir a evacuação de mais áreas.

As autoridades também encerraram escolas e impuseram um recolher obrigatório nocturno nas zonas mais vulneráveis. O Monte Kanlaon, localizado na ilha de Negros, a 2.400 metros acima do nível do mar, é um dos 24 vulcões mais activos do arquipélago.

Vídeos publicados nas redes sociais por moradores mostraram uma massa de fumo em forma de couve-flor a sair da cratera. Em Setembro, centenas de residentes da zona foram retirados depois de o Monte Kanlaon ter expelido milhares de toneladas de gás tóxico num dia.

O Kanlaon entrou em erupção mais de 40 vezes desde 1866, de acordo com os registos do Instituto de Vulcanologia. Em 1996, três caminhantes foram mortos por cinzas expelidas pelo vulcão.

Localizadas no chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma região de intensa actividade sísmica e vulcânica, as Filipinas são atingidas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano e estão entre os países que mais catástrofes naturais registam.

11 Dez 2024