Torre de Macau | “Curiouser and Curiouser” para ver até Setembro

Chama-se “Curiouser and Curiouser – Excursion in Alice’s Secret Garden” e é uma iniciativa cultural que está de regresso ao piso térreo do Centro de Convenções e Exposições da Torre de Macau até ao dia 20 de Setembro. Com curadoria de Mel Cheong, a quarta edição do evento apresenta espectáculos de mímica, dança, teatro e obras criativas

 

Pode ser vista até ao dia 20 de Setembro, no átrio da Torre de Macau, a nova edição de um projecto artístico com curadoria de Mel Cheong intitulado “Curiouser and Curiouser – Excursion in Alice’s Secret Garden”. Trata-se de uma iniciativa organizada pela Associação Rota das Artes [Route Arts Association” e o Centro de Convenções e Exposições da Torre de Macau, contando com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura.

Tendo como base o mundo de “Alice no País das Maravilhas”, pretende-se dar a conhecer o trabalho de diversos artistas de Macau, além desta exposição ser o mote para comemorar o 75.º aniversário de implantação da República Popular da China e o 25.º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau.

“Esperamos que os artistas de Macau possam também oferecer às crianças locais presentes misteriosos exclusivos sob a forma de criação artística, incluindo música ao vivo, mímica, leitura de livros e oficinas criativas, permitindo que as crianças passem um ano cheio de alegria através deste evento”, refere-se num comunicado da organização.

Com este evento, pretende-se “mostrar a criatividade dos artistas locais, de modo a despertar o interesse das pessoas por diferentes formas criativas”. Assim, com “Curiouser and Curiouser”, pretende-se “dar aos artistas a oportunidade de criar e partilhar isso com o público”.

Workshops e companhia

Além da exposição propriamente dita, “Curiouser and Curiouser” inclui workshops artísticos e de leitura de livros em parceria com a Cooperativa Distância Zero. O objectivo passa por “proporcionar uma experiência diferente de leitura de livros, realizando-se workshops criativos”. Assim, o público pode ver “uma instalação artística misteriosa” e desfrutar de uma “experiência de teatro caloroso com música ao vivo”.

Desde o dia 5 de Agosto que esta iniciativa decorre no átrio da Torre de Macau. Todos os domingos realizam-se espectáculos de teatro com música às 15h e 16h, organizando-se também workshops criativos todos os sábados às 14h30 e 16h.

Mais concretamente, o espectáculo de mímima com música ao vivo realizou-se, pela primeira vez, no último domingo, repetindo-se nos dias 1, 8 e 15 de Setembro.

Haverá ainda sessões de leitura de livros e oficina criativa no dia 31 de Agosto e também nos dias 7 e 14 de Setembro. Além disso, no dia 7 de Setembro irá decorrer um workshop especial de beneficência. Vale tudo para descobrir o maravilhoso mundo de “Alice no País das Maravilhas”, com eventos para crianças e os mais adultos. A entrada é livre para todos os eventos.

30 Ago 2024

Fundo Educativo | Renovações arrancam segunda-feira

Decorre entre segunda-feira, 2 de Setembro, e o dia 29 desse mês o prazo para a renovação de bolsas atribuídas pelo Fundo Educativo para o ano lectivo de 2024/2025.

Assim, os beneficiários do “Plano de financiamento das bolsas de estudo para o ensino superior”, “Plano de bolsas de mérito para a frequência das melhores instituições de ensino superior no ranking mundial” e “Plano de pagamento dos juros ao crédito para os estudos” devem apresentar a respectiva documentação necessária, sendo que os beneficiários do regime escolar especial, ou seja, que não iniciem as aulas entre Julho e Outubro, devem apresentar o requerimento até 31 de Março de 2025.

O processo pode ser feito na secção “Programa de bolsas de estudo para o ensino superior” no website da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude, ou ainda na plataforma da Conta Única de Macau.

Caso os estudantes tenham feito alterações nos cursos frequentados, seja a mudança de instituição ou a suspensão dos estudos, por exemplo, devem apresentar os requerimentos até ao último dia útil de Novembro “imediatamente seguinte à ocorrência do facto”.

Além disso, para os beneficiários do regime escolar especial, devem apresentar o requerimento até ao último dia útil de Março imediatamente seguinte à ocorrência do facto.

30 Ago 2024

Acidente | Suspenso bombeiro alcoolizado que danificou 18 motos

O processo disciplinar a um bombeiro que teve um acidente quando estava de folga resultou na aplicação da pena de suspensão, a terceira pena mais grave das previstas no Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau

 

O bombeiro que sofreu um acidente, durante o período de folga, quando conduzia alcoolizado e destruiu 18 motos, foi suspenso de funções, no âmbito do processo disciplinar interno. A informação foi divulgada ontem pelo portal do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, num caso que remonta a Agosto do ano passado.

“Finalizada a investigação do processo disciplinar, foi aplicada ao bombeiro a pena de suspensão de funções por despacho do Comandante do CB, de 8 de Agosto de 2024”, foi comunicado.

O bombeiro foi alvo da terceira pena mais pesada das cinco previstas no Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau (ETAPM), mais grave do que a repreensão escrita e multa. Ainda assim, a penalização é menos gravosa do que teria acontecido em caso da aposentação compulsiva ou a demissão, que também estão previstas no ETAPM.

A decisão do processo disciplinada foi tomada, depois de também o processo criminal ter sido concluído, com a condenação do bombeiro. “Em 30 de Abril de 2024, o Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Base proferiu a sentença, condenando o referido bombeiro na pena de 3 meses de prisão, suspensa na sua execução por 1 ano e 9 meses, e inibição de condução pelo período de 1 ano e 9 meses”, consta no portal do secretário para a segurança. “A sentença transitou em julgado no dia 20 de Maio de 2024”, foi acrescentado.

Em fuga

O caso aconteceu a 11 de Agosto do ano passado, quando as autoridades registaram um acidente de trânsito com um carro na Estrada do Repouso, na Península, próximo do Hospital Kiang Wu.

Como consequência do sinistro, registaram-se danos em 18 motociclos que se encontravam numa zona de estacionamento. Além disso, de acordo com as autoridades, o condutor também “fugiu do local” para evitar ser responsabilizado pelo ocorrido.

Mais tarde, o “bombeiro foi sujeito à realização de um teste de álcool, tendo-se constatado que excedia o limite da taxa de álcool”. Face ao resultado do teste, o caso foi enviado para o Ministério Público (MP), com o agente indiciado pelos crimes de condução em estado de embriaguez e fuga à responsabilidade.

Apesar de ter divulgado a pena que resultou do julgamento, o portal do secretário para a Segurança não indicou os crimes pelos quais o bombeiro acabou efectivamente condenado.

30 Ago 2024

Pesca | Sector em crise por menos receitas e desinteresse na profissão

Os deputados da FAOM Ella Lei e Leong Sun Iok e associações ligadas à indústria piscatória estiveram reunidos com a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água para discutir as dificuldades que o sector atravessa

 

A redução do valor pago aos pescadores e a falta de interesse dos mais jovens na pesca são os principais problemas da indústria, de acordo com Ella Lei e Leong Sun Iok. As opiniões foram partilhadas numa reunião entre a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), a Associação para o Desenvolvimento de Pesca no Oceano e de Proprietários de Barcos de Macau, a Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau e os deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau.

Segundo o comunicado dos deputados, Ella Lei e Leong Sun Iok reconheceram que o papel da DSAMA se prende principalmente com as funções de supervisão das medidas de segurança. Todavia, alertaram a DSAMA para a necessidade de maiores apoios à indústria piscatória, porque nos últimos anos tem vindo a perder embarcações, apesar de ser uma das poucas actividades do sector primário que sobrevive em Macau, quando se procura diversificar a actividade económica.

Os deputados insistiram que actualmente existem pouco mais de 100 embarcações em Macau, mas a queda do valor pago aos pescadores e pela pesca, assim como um maior desinteresse da população na actividade gera “muitas dificuldades”.

Como soluções, os deputados pedem que a aprovação do financiamento aos pescadores através do Fundo de Desenvolvimento e Apoio à Pesca seja agilizada, apesar da revisão mais recente do ano passado, para “apoiar o desenvolvimento sustentável da actividade”.

Para desenvolver a indústria de forma sustentável, os deputados pediram também que se siga o exemplo de Hong Kong, com a distribuição de mais apoios para transformar e melhorar os meios de pesca, apostar numa política de pesca fora das águas de Macau, mas dentro da Grande Baía, e adicionar mais elementos culturais e de turismo, para financiar as actividades durante o período em que não se vai para o mar.

Foram também pedidas mais medidas de formação para futuros pescadores, que se esperam conciliadas com campanhas de promoção para atrair mais residentes para a indústria.

Impacto de medida anti-fogo

Por sua vez, Leung Tai Fok, presidente da Associação para o Desenvolvimento de Pesca no Oceano e de Proprietários de Barcos de Macau, mostrou-se preocupado com as exigências de regulação do armazenamento de materiais inflamáveis dentro das embarcações.

Em 2022, após um incêndio em várias embarcações que se encontravam no Porto Interior, e que demorou mais de 10 horas a ser extinto, foram impostos vários limites ao armazenamento dos materiais inflamáveis, como o combustível. Leung Tai Fok defendeu que a quantidade armazenada de produtos inflamáveis deve ser “ligeiramente aumentada”, para permitir agilizar a pesca. Além disso, pediu esforços das autoridades para tornarem mais fácil o acesso aos empréstimos para os donos das embarcações, incluindo o aumento do período de devolução dos empréstimos, para um período de 10 anos.

Segundo os deputados da FAOM, a directora da DSAMA, Susana Wong Soi Man respondeu que a segurança é sempre a prioridade máxima, e que o armazenamento de materiais inflamáveis pode ser agilizado, desde que haja um pedido especial de autorização.

Quanto ao acesso a condições de empréstimos e apoios financeiros mais favoráveis, Wong afirmou que será um pedido que terá de ser bem ponderado, antes de ser aprovado.

30 Ago 2024

Associações | Secretário português lamenta fraca adesão de jovens

O secretário de Estado José Cesário lamentou ontem o fraco envolvimento de jovens no movimento associativo das várias comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. “Também senti [em Macau] que é muito importante encontrarmos forma de despertar, de mobilizar alguns novos quadros, particularmente lusodescendentes e mais jovens, que se possam envolver na vida comunitária”, disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que finalizou ontem uma visita de três dias ao território.

A dificuldade em atrair as camadas mais jovens para participarem na vida da comunidade, explicou o secretário de Estado, prende-se com “uma diferença de postura, em termos culturais, das novas gerações em relação ao associativismo”.

“Por exemplo, nós temos fluxos migratórios por muitos países hoje onde não há uma única estrutura associativa. São comunidades que primam pelo individualismo e por outras formas de aproximação uns com os outros, que não são as tradicionais”, indicou.

No caso de Macau, o responsável, que ocupa pela quarta vez o cargo de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, traça um cenário optimista, com “mais gente, mais nova”, nas instituições que contactou durante a visita. No entanto, há que repensar o futuro das estruturas da comunidade, declarou, considerando este um “problema de fundo” transversal a todas as geografias onde está estabelecida a emigração portuguesa.

30 Ago 2024

Portugal | Cesário admite falhas nas relações com luso-descendentes

O secretário para as Comunidades Portuguesas deixou ontem o território depois de uma visita de três dias, e reconheceu que o país tem “feito muito, muito, muito pouco” pelas comunidades luso-descentes na Ásia. Segundo José Cesário, Macau pode ter um papel decisivo para mudar esta realidade

 

O secretário para as Comunidades Portuguesas, José Cesário, declarou ontem que Portugal não tem feito “praticamente nada” na relação com algumas comunidades de luso-descendentes da Ásia e defendeu que Macau pode ajudar a estabelecer esses contactos.

Malaca (Malásia), Sri Lanka, Goa, Damão e Diu (Índia), Myanmar (antiga Birmânia), Japão ou Tailândia são alguns dos exemplos de países ou regiões com comunidades de luso-descendentes que Portugal, de acordo com José Cesário, não tem conseguido alcançar.

Pela Ásia, “há diversíssimas comunidades e com as quais Portugal, verdadeiramente, tem feito muito, muito, muito pouco”, disse o responsável aos jornalistas em Macau, onde se encontrou até ontem numa visita de três dias.

“Em termos institucionais, praticamente nada. Há um estudioso ou outro, um académico ou outro, um investigador ou outro, um jornalista ou outro, que de vez em quando e tal faz um artigo, um trabalho, uma coisa. Agora, não há uma continuidade de trabalho”, reforçou.

José Cesário recorreu a Malaca, para exemplificar como algumas destas “comunidades isoladas” preservam tradições antiquíssimas “sem a mínima atenção e incentivo”.

“Eu visito o bairro português, o ‘settlement’, como se diz, encontro lá o [luso-descendente] Papa Joe a tocar, a cantar o Malhão em português, e eles dançam, e têm os trajes folclóricos, e têm o galo de Barcelos (…). Ninguém fala português, mas isso é normal, aqui [em Macau] também. Mas fazem aquilo tudo de acordo com a tradição de há centenas de anos, sem o mínimo acompanhamento”, reforçou.

Ponte de Macau

Para chegar a estas comunidades e colocá-las em rede, com Portugal e entre elas, Cesário defendeu que, do lado do Estado, é necessário “encontrar uma entidade” que consiga estabelecer uma “relação desejavelmente continuada” e fazer “um trabalho a prazo”.

Depois, do lado da sociedade civil, sugeriu o secretário de Estado, o trabalho pode partir de entidades “disponíveis para trabalhar com o Estado na realização de alguns projectos em concreto”.

Neste sentido, Macau pode ser o “melhor local” para realizar este projecto, considerou, referindo ter abordado “este facto que preocupa” com algumas pessoas, nomeadamente responsáveis do Instituto Internacional de Macau, da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses e da Fundação Oriente.

“O que eu disse a algumas pessoas foi para pensarem em algumas actividades que possamos fazer com eles, e ver se conseguimos agora, nestes próximos meses, no contexto dos apoios que nós normalmente concedemos ao movimento associativo (…), se conseguimos encontrar algumas actividades que se dirijam especificamente a esta comunidade”, indicou.

José Cesário notou também que há comunidades com as quais é mais complicado trabalhar, notando, por exemplo, ser “muito mais difícil identificar” a comunidade luso-descendente em Myanmar, país que é palco de um conflito armado.

A Associação Internacional dos Luso-descendentes (AILD) tem denunciado, nos últimos anos, “o genocídio” em curso de milhares de luso-descendentes católicos (bayingyis) em Myanmar, que se tem traduzido em destruição, mortes e refugiados.

De acordo com o director-geral para a Ásia/Pacífico da AILD, Joaquim Magalhães de Castro, a comunidade de luso-descendentes em Myanmar existe há mais de 400 anos, resultando de casamentos feitos entre locais e portugueses, muitos deles mercenários.

José Cesário encara Macau como o “melhor local” para realizar actividades de ligação com a comunidade luso-descendente.

30 Ago 2024

CE | Wong Wai Man e Lei Kuong Un levantaram boletim de candidatura

O presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, Wong Wai Man, e o “eterno candidato” Lei Kuong Un declaram ontem a intenção de concorrer à eleição para Chefe do Executivo e levantaram o boletim de candidatura. No campo de Sam Hou Fai, o objectivo é recolher o maior número possível de apoios

 

O primeiro dia para os candidatos a Chefe do Executivo levantarem o boletim de candidatura ficou marcado pela intenção de concorrer de Wong Wai Man presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, e Lei Kuong Un, médico tradicional chinês e ‘eterno candidato’, dado que esta é a sexta vez que tenta reunir apoios para se candidatar.

Depois de na quarta-feira ter sido expulso do Centro de Ciência de Macau, quando tentava assistir à conferência de imprensa de Sam Hou Fai, Wong Wai Man compareceu ontem de manhã no Edifício Administração Pública, para levantar o “Boletim de Propositura de Candidato”. Cada candidato precisa do apoio de 66 membros dos 400 elementos da Comissão Eleitoral.

De acordo com o portal All About Macau, Wong Wai Man não terá prestado declarações aos jornalistas, apesar de ter confirmado a intenção de tentar reunir os apoios necessários para se candidatar.

Também no Edifício Administração Pública esteve Lei Kuong Um, que tenta candidatar-se pela sexta vez. Aos jornalistas, Lei reconheceu que tem tentado participar nas eleições para Chefe do Executivo desde que atingiu 50 anos, sem nunca ter conseguido nomeações suficientes ou devido a outras formalidades. “Vou tentar obter as nomeações possíveis e aceito todos os apoios”, afirmou Lei, citado pelo jornal All About Macau. O médico tradicional chinês declarou ainda ser “um verdadeiro membro do Partido Comunista” e que a decisão “cabe a Pequim”, numa alusão ao Governo Central.

Não é esperado que qualquer dos candidatos consiga qualquer apoio para participar na eleição, que deverá ter como único concorrente Sam Hou Fai. Desde o estabelecimento da RAEM que nenhuma eleição contou com mais do que um único concorrente.

Piscina dos grandes

Em relação a Sam Hou Fai, o representante da candidatura e advogado Lei Wun Kong foi levantar o boletim de propositura, por volta das 9h40.

De acordo com a Rádio Macau, Lei Wun Kong traçou como objectivo recolher “o maior número de assinaturas” entre os 400 membros da Comissão Eleitoral, que vota para decidir o próximo Chefe do Executivo.

“O senhor Sam já anunciou a candidatura ao sexto mandato ao cargo do Chefe do Executivo na conferência de imprensa de ontem. Hoje [ontem], eu como mandatário da campanha de Sam Hou Fai, vim buscar o formulário em nome da candidatura”, afirmou Lei, citado pela emissora. “Vamos proceder agora aos trabalhos de candidatura o mais rápido possível e de forma ordenada. Ao mesmo tempo, vamos ouvir os membros da Comissão Eleitoral, em conformidade com as disposições da Lei Eleitoral, a fim de procurar obter o maior número de assinaturas”, acrescentou. A eleição para o Chefe do Executivo está agendada para 13 de Outubro.

30 Ago 2024

Timor/25 anos: Uma “história bonita” conseguida com dificuldade e falta de apoio, diz Durão Barroso

Por Isabel Marisa Serafim, da agência Lusa

O antigo primeiro-ministro português Durão Barroso disse hoje que Timor-Leste é uma “belíssima história”, que assegurou a “restauração do direito internacional”, recordando com emoção dificuldades no percurso até ao referendo, que se assinala sexta-feira, que levou à independência.

“Uma belíssima história ou uma história muito bonita”, afirmou o também presidente da Aliança Global para as Vacinas e Imunização, questionado pela Lusa sobre os 25 anos de realização do referendo em Timor-Leste, em cujas celebrações, esta semana, participa.

Durão Barroso salientou que é com “enorme emoção” que recorda o percurso, com dificuldades e pressões, em que “Portugal teve um papel de liderança, que assegurou a restauração do direito internacional, permitiu o exercício da autodeterminação do povo timorense e que em paz foi possível estabelecer o primeiro país soberano do século XXI”.

Em 1992, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Durão Barroso iniciou conversações formais com a Indonésia, tendo participado em quatro rondas de negociações.

Os dois países acabariam por assinar a 05 de maio de 1999, sob os auspícios das Nações Unidas, três acordos, nomeadamente sobre a questão de Timor-Leste, outro sobre a modalidade da consulta popular e um terceiro sobre segurança.

Os acordos foram assinados por Jaime Gama, na altura chefe da diplomacia portuguesa, pelo seu homólogo indonésio, Ali Alatas, e por Kofi Annan, antigo secretário-geral da ONU.

Mas, salientou Durão Barroso, foi também um “percurso em que muita gente não acreditou, porque parecia irrealista”.

“Nas relações internacionais há os chamados realistas ou os ‘realpolitik’, que dizem que só vai acontecer aquilo que é realista esperar, e de facto não parecia muito realista”, disse.

Durão Barroso recordou que na altura Timor-Leste era ocupado pela Indonésia, o “maior país muçulmano do mundo” e esteve “durante muito tempo quase ignorado”, havia desconhecimento e “muita gente julgava que era daqueles casos que era melhor ficarem no arquivo da história”.

Questionado sobre as dificuldades diplomáticas enfrentadas por Portugal na defesa da causa de Timor-Leste, o antigo primeiro-ministro disse que muita gente não queria sequer ouvir falar do assunto, por um lado, e, por outro lado, “havia muitos interesses”.

“É preciso não esquecer que a Indonésia é um dos mais importantes países desta região e é o maior país da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] um grupo com o qual há imenso interesse, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos e também na China, em desenvolver relações”, explicou.

Durão Barroso disse que em várias reuniões entre a União Europeia e a ASEAN responsáveis políticos de vários países lhe pediam para não levantar a questão de Timor-Leste.

“Faziam pressão sobre mim para não levantar a questão, mas obviamente que levantava, nomeadamente na ótica dos direitos humanos”, afirmou.

O antigo primeiro-ministro recordou também que o massacre do cemitério de Santa Cruz contribuiu para dar visibilidade à questão de Timor-Leste e que depois “com algum trabalho, nomeadamente com a resistência timorense, com os seus representantes no exterior, foram definindo uma estratégia”.

“Por exemplo, na estratégia, como ministro dos Negócios Estrangeiro, escrevi ao Comité Nobel a propor as personalidades timorenses para receberem o Prémio Nobel da Paz” por causa da visibilidade internacional, salientou.

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e o antigo bispo da diocese de Díli Dom Carlos Ximenes Belo receberam o prémio Nobel da Paz em 1996.

Durão Barroso destacou também o apoio dos Países de Língua Oficial Portuguesa e de Espanha, por “razões de boa vizinhança e de amizade com Portugal, mas não era um verdadeiro apoiou à causa de Timor-Leste”.

“Para ser muito sincero, já tenho distância suficiente para dizer (que) na Europa praticamente ninguém nos apoiou. O único país que verdadeiramente nos apoiou na União Europeia foi a Irlanda, porque dá muito valor à questão da autodeterminação”, afirmou.

“Há causas pelas quais vale a pena lutar e neste caso foi uma das causas em que a justiça ganhou, acho que é motivo de uma grande alegria”, concluiu.

A 30 de agosto de 1999, 344.580 das 446.666 pessoas registadas (433.576 em Timor-Leste e 13.090 nos centros no estrangeiro) escolheram a independência do país e consequentemente o fim da ocupação da Indonésia (a Indonésia invadiu Timor-Leste a 07 de dezembro de 1975), apesar da violência perpetrada pelas milícias que apoiavam a integração.

29 Ago 2024

O colapso do Ocidente (II)

“Western nations are strongly advocating absolute Globalist universalism at the cost of themselves-pushing for a world where everything is mindless consumerism for the lowest common denominator and all virtue is condemned. Unchecked Social Capitalism dismantles any form of human other then a producer of labor and rampant technology alienates people from their religious and spiritual roots.”
Mikhail Bridgefell

 

Tão genuíno é o afluxo civilizacional que leva Rudyard Kipling a abençoar a empresa colonial britânica, enquanto a Companhia das Índias Orientais escraviza os colonizados. O universalismo é inerente ao Ocidente cristão, como a qualquer monoteísmo. Mais uma vez, com os destroços da União Soviética ainda a fumegar, surge a perigosa convicção de que o Ocidente é um destino inelutável, porque lhe faltam alternativas, logo desejável por todos e em todo o lado. Uma realidade meta-histórica que não admite excepções, mesmo na sua forma económica, o capitalismo na versão neoliberal que se afirmou nos Estados Unidos a partir dos anos de 1980 e no seu centro de irradiação, a América. A par do fatídico triunfo sobre a União Soviética, a dinâmica sino-soviética selou a globalização sob o signo da supremacia americana, na ideia de que a unificação produtiva e comercial era o viaticum de uma progressiva mas definitiva ocidentalização dos sistemas políticos, morais e culturais.

Assim, a 2 de Outubro de 2001, menos de um mês após os atentados terroristas, Tony Blair juntamente com Bill Clinton, talvez a figura política mais emblemática dessa fase arengava no Partido Trabalhista, em Brighton que “Há quem pergunte como pode o mundo ser uma comunidade? As nações agem no seu próprio interesse! Claro que sim, mas hoje os nossos interesses estão inseparavelmente ligados. Esta é a política da globalização. No mundo da Internet, das tecnologias da informação e da televisão, a globalização será cada vez maior. E no comércio, o problema não é o excesso de globalização, mas a sua insuficiência. A questão não é como parar a globalização, mas como torná-la mais justa. Porque a alternativa à globalização é o isolamento. É por isso que as nações do mundo estão a unir-se. Está a ser criada uma nova relação entre a Rússia e a Europa. E quando a Índia e a China tiverem desenvolvido suficientemente as suas economias, reconfigurarão o nosso mundo.”

Na altura, a administração Clinton e grande parte da elite político-económica americana acreditavam piamente que a economia podia redimir a política, consolidando a democracia liberal e corrigindo as trajectórias geopolíticas dos Estados. Washington imaginava a abertura chinesa como uma via de sentido único no sentido ideológico, o galope da China para a democracia; no sentido material, a abertura desse vasto mercado para garantir um enorme afluxo de recursos para a América, pivot do sistema financeiro e monetário mundial e, por isso, o único sujeito capaz de tirar pleno partido da expansão do paradigma capitalista. A da China era uma promessa composta por diferentes elementos, todos eles decisivos para empurrar Washington e Pequim um para o outro. Bens a baixo preço para sustentar o poder de compra do consumidor americano, corroído pela estagflação dos anos 1970-1980 e pela aplicação incipiente das teorias do “capitalismo accionista” de Milton Friedman, que privilegiavam a remuneração do capital em detrimento da do trabalho.

Um vasto mercado interno carente de quase tudo, porque ainda atrasado. O horizonte de um comércio bilateral com enormes receitas para as empresas americanas e, em perspectiva, ganhos para as congéneres chinesas, a serem transformados como já acontecia com o Japão em capital para financiar a dívida soberana dos Estados Unidos, o que aconteceu de forma crescente nos trinta anos seguintes. Desta dinâmica resulta uma vasta interdependência. Pequim depende dos Estados Unidos para as suas exportações e para apoiar o renminbi através de reservas. Washington depende da China para o fluxo de importações económicas que sustenta o poder de compra e os lucros das empresas, mas também para a colocação de uma dívida crescente com a qual compensa a risível taxa de poupança interna, que a partir dos anos de 1960 mas sobretudo a partir do final dos anos de 1970 entra em colapso devido à estagnação dos rendimentos médios e ao arranque do consumo privado.

Numa némesis histórica, a economia “Made in China” é para os trabalhadores americanos o que o ópio foi para os britânicos e para os chineses no século XIX, uma droga que amortece parcialmente a descida do nível de vida. Ao preço, porém, da dependência das mercadorias cuja produção foge da América, desindustrializando-a e alimentando o mal-estar socioeconómico se for entregue a um número cada vez maior de asiáticos. Chegamos assim, resumidamente, às crises gémeas dos últimos anos. Primeiro, a Grande Recessão de 2008, desencadeada pelo incumprimento maciço das hipotecas, que revelou à China a fragilidade crescente do sistema americano e a angústia da sua classe média endividada, em cujo consumo Pequim tinha apostado durante trinta anos. Depois a Covid-19, que recorda brutalmente aos Estados Unidos o peso, em muitos aspectos já excessivo, da (inter)dependência estratégica em relação a um país em cujas intenções, sistema político e práticas já não se pode confiar. Por fim, numa tempestade perfeita, veio a invasão da Ucrânia.

Tomada de surpresa, irritação e preocupação pela China, que temia com falsas suposições à partida a derrota completa da Rússia e o consequente reforço da contestada ordem americanocêntrica, a guerra acabou por cessar o estranho casal sino-russo. Acima de tudo, alimentou a inventividade para contornar os circuitos económicos, financeiros e regulamentares dominados pelos Estados Unidos, num esforço para escapar às sanções draconianas impostas a Moscovo. Desde 2022, segundo um relatório do Gabinete do Director dos Serviços de Inteligência Nacional dos Estados Unidos (ODNI na sigla inlesa) certificado no ano passado, a China “tem oferecido um apoio cada vez mais firme ao esforço de guerra russo, fornecendo a Moscovo tecnologias-chave para armas e equipamento utilizados na Ucrânia”. As indústrias de defesa estatais chinesas enviaram sistemas de navegação, peças de aviões de combate e outros componentes aos seus homólogos russos.

Em Março de 2023, a China tinha enviado drones e respectivos componentes no valor de mais de doze mil milhões de dólares para a Rússia. A China também aumentou drasticamente as suas compras de petróleo, gás e outros produtos energéticos russos, utilizando os seus próprios circuitos financeiros para permitir a Moscovo “contornar a proibição dos sistemas de pagamento ocidentais”, como o Swift. A China e a Rússia também aumentaram a parte do comércio bilateral realizada em yuans em Setembro de 2022, as exportações russas pagas em moeda chinesa tinham aumentado de 0,5 por cento do total anterior à guerra para 14 por cento, e desde então tem crescido ainda mais. As duas potências revisionistas que desconfiam uma da outra tanto ou mais do que desconfiam dos Estados Unidos, a China e a Rússia uniram-se, apesar de tudo, para minar a hegemonia americana, cujos valores rejeitam antes dos meios. Valores vistos como ameaçam à sua integridade territorial, aos seus sistemas políticos e aos seus interesses nacionais.

Neste desafio cada vez mais aberto, pretendem fazer incursões no ponto fraco da globalização centrada nos Estados Unidos, pois os muitos países que, cansados da lógica neocolonial mas demasiado fracos para desafiar as influências euro-americanas, se recusam a tomar partido e a abrir-se aos actores não ocidentais, principalmente Pequim e Moscovo. Isto inclui muitos Estados do Sudeste Asiático e da África do Norte e Subsaariana, mas também da América Latina. Os países maiores ou mais bem equipados, como a Índia, a Turquia e várias monarquias árabes do Golfo, estão a tentar criar perfis autónomos para não caírem de uma dependência para outra. O que emerge é uma globalização cada vez mais fragmentada, em que os vencedores económico-financeiros se confrontam com lógicas estratégicas divergentes e variáveis crescentes. Pequim e Moscovo jogam contra Washington, a Índia vê-se como o fiel da balança entre os Estados Unidos e a China, mas mantém uma relação importante com a Rússia, Ancara joga em todas as frentes, com um pé na NATO e outro fora, o Irão vence o cerco árabe-americano-israelita, tirando partido do “eixo da resistência”.

Entretanto, o Brasil, a Argentina e o México namoriscam com a China, desafiando abertamente a Doutrina Monroe, enquanto a antiga África francófona se volta para Moscovo para se libertar da tutela francesa. Em pano de fundo, a deslocação do fulcro demográfico mundial do eixo transatlântico para a Ásia e, em perspectiva, para África. Zonas cheias de problemas, tensões e traições, mas povoadas por regimes cujos traços autoritários, nesta fase, parecem muitas vezes ser benéficos para a coerência estratégica. Enquanto a opinião pública ocidental lamenta a inclusão das classes políticas sujeitas à compulsão do ciclo eleitoral, no Leste proliferam as “visões” programáticas. Visão 2030 para a Arábia Saudita e o Qatar, Visão 2035 para o Kuwait, Visão 2040 para Omã, Visão 2050 para os Emirados Árabes Unidos. Em deferência ao plano “Made in China 2025” (revelado em 2015), Pequim está agora a inundar o mundo com alta tecnologia barata sobretudo baterias, carros eléctricos, painéis foto voltaicos e rotores eólicos.

No imediato, para compensar, com um mercantilismo agressivo, o risco de rebentamento da enorme bolha imobiliária; em perspectiva, para assumir a liderança nas principais vertentes industriais. A grande limitação do decisionismo económico e, de um modo mais geral, do dirigismo mais ou menos paternalista que caracteriza estes sistemas, é que não admite a contradição e é hostil aos artifícios aleatórios, fruto da liberdade de pensamento, de empreendimento e de organização. Esta é talvez a seta mais afiada no arco das sociedades abertas, cuja efervescência é frequentemente confundida com anarquia fatal pelos seus adversários, mas também pelos seus defensores nas suas fases mais hostis. No entanto, a afasia estratégico-conceptual que caracteriza as grandes democracias ocidentais nesta conjuntura aumenta a sua incoerência e mina a sua credibilidade, mesmo e este é talvez o maior problema aos olhos dos seus cidadãos. Como todas as fases históricas, também esta tem os seus símbolos.

O assustador acidente que levou o porta-contentores Dali a derrubar a ponte Francis Scott Key, em frente ao porto de Baltimore, a 26 de Março, provocando o seu encerramento, custou cerca de quase dois mil milhões de dólares por dia em perdas de receitas, excluindo os danos directos. Isto deve-se ao facto de o porto se situar na foz da Baía de Chesapeake, um dos maiores estuários do mundo e a zona mais densamente povoada dos Estados Unidos. Na tempestade de controvérsia que se seguiu ao desastre, argumentou-se, entre outras coisas, que os navios porta-contentores daquela dimensão não deviam manobrar tão perto de infra-estruturas cruciais. Seria preferível que atracassem em portos menos problemáticos e, a partir daí, utilizassem o transbordo doméstico com navios mais pequenos. No entanto, nos termos do Jones Act de 1920, qualquer navio que transporte mercadorias entre dois portos americanos deve ser de fabrico americano por razões de segurança.

É pena que, após quarenta anos de deslocalização, a indústria de construção naval americana tenha atrofiado ao ponto de não produzir navios de guerra suficientes, quanto mais navios porta-contentores. Isto limita mesmo a circulação interna de gás liquefeito extraído por fracking (fracturação hidráulica), um trunfo estratégico importante nos últimos anos. Então, por que não permitir que o Japão e a Coreia do Sul, aliados dos Estados Unidos e actualmente entre os melhores construtores navais do mundo, tenham acesso ao mercado naval americano? Porque isso exigiria políticas claras e expeditas de friendshoring, ao passo que o recente veto da administração Biden (Março de 2024) à aquisição da U.S. Steel pelo grupo japonês Nippon Steel vai contra a estratégia de contenção anti-chinesa.

Não é que Washington repudie uma tal estratégia, mas a ausência de política industrial gera monstros. A América vê-se assim confrontada com grandes concentrações anti-concorrenciais em sectores-chave, em nome da segurança (ver Boeing e Starlink), mas sem uma visão que a liberte da escravidão dos fluxos de caixa trimestrais e dos interesses particulares, permitindo-lhe o planeamento a médio e longo prazo necessário às políticas industriais. Nesta confusão estratégica, que a América partilha com a maioria dos seus aliados europeus, insinua-se a desglobalização. Os protagonistas desta, reentrando na cena internacional após fases mais ou menos longas de esquecimento geoestratégico, não rejeitam o armamento económico-industrial que lhes é oferecido pelo Ocidente como instrumento de prosperidade e de poder. No entanto, orientam os seus meios para outros fins, para outros interesses. Com base em agendas que já não são “ocidentais”. Neste sentido, é muito provável que a globalização, tal como a conhecemos, tenha acabado.

29 Ago 2024

Fogo Artifício | Oleiros encerra concurso internacional

Chama-se “Pirotecnia Oleirense” e é a empresa portuguesa escolhida pela Direcção dos Serviços de Turismo para encerrar o Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício. O evento deste ano é descrito como especial por celebrar os 75 anos da implantação da República Popular da China e os 25 anos da RAEM

 

A empresa Pirotecnia Oleirense, com sede em Oleiros, distrito de Castelo Branco, vai encerrar, a 6 de Outubro, o Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, foi ontem anunciado. Numa conferência de imprensa, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) referiu que a equipa portuguesa irá apresentar o espectáculo intitulado “O Olhar Humano”, o último dos dez espectáculos da 32.ª edição do concurso.

De acordo com a DST, o espetáculo da Pirotecnia Oleirense vai reflectir sobre os “significados mitológicos das estrelas”, em “uma viagem sem espaço nem tempo definidos”, que será “o final perfeito para o concurso”.

Além de Portugal, o concurso deste ano vai apresentar espectáculos com uma duração de 20 minutos, a combinar fogo-de-artifício e música, de companhias vindas da Rússia, França, Canadá, Tailândia, Espanha, Filipinas, Japão, China continental e Itália.

A edição deste ano irá também comemorar, a partir de 7 de Setembro, os 75 anos da fundação da República Popular da China e dos 25 anos da transferência de administração de Macau.

Casinos ajudam

O subdirector da DST, Cheng Wai Tong, disse à Lusa que o orçamento aumentou 2,5 por cento em comparação com 2023, para 18 milhões, sobretudo devido à “subida do preço de transporte” do fogo de artifício. A maioria do orçamento vai ser financiado pelas seis operadoras de jogo em Macau, referiu Cheng.

O dirigente prevê que, dependendo das condições climatéricas, o concurso poderá atrair à cidade tantos turistas como no ano passado, “mais ou menos 700 mil”.

Na edição de 2023, a primeira após uma pausa de três anos devido à pandemia de covid-19, a Macedos Pirotecnia, com sede no concelho de Felgueiras, no distrito do Porto, apresentou o espectáculo “Supernova”. O Reino Unido foi o vencedor e a China e o Japão ficaram no segundo e terceiro lugares, respectivamente.

O concurso coincide parcialmente com a chamada ‘semana dourada’ do Dia Nacional da China. No ano passado, Macau recebeu mais de 116.500 turistas por dia nesse período, que concentrou vários feriados, entre 29 de Setembro e 06 de Outubro.

29 Ago 2024

Economia | Promovido financiamento ao longo do Rio Yangtzé

Criada em 2016, a iniciativa Faixa Económica do Rio Yangtzé, pretende transformar o corredor ao longo da maior hidrovia do país numa região ecológica de sucesso

 

O governo chinês reiterou recentemente o seu compromisso de promover o financiamento verde ao longo da Faixa Económica do Rio Yangtzé com o objectivo de apoiar o desenvolvimento verde, de baixo carbono e de alta qualidade da região.

Conforme um conjunto de directrizes divulgadas por várias agências governamentais, incluindo o Banco Popular da China (banco central) e o Ministério da Ecologia e Meio Ambiente, o país fará uso total das ferramentas estruturais de política monetária e incentivará mais investimentos sociais na transformação verde e de baixo carbono da região económica, indica o Diário do Povo.

As instituições financeiras e as empresas ao longo da região serão orientadas a emitir títulos verdes de acordo com os padrões nacionais e internacionais, facilitando a participação global na transição de baixo carbono do país, de acordo com as directrizes.

As empresas verdes e de baixo carbono elegíveis terão permissão para obter financiamento através de formas como ofertas públicas iniciais, refinanciamento e fusões e aquisições.

O país usará o seu fundo nacional de desenvolvimento verde para impulsionar a redução da poluição, a restauração ecológica e o desenvolvimento de redes de transporte verde e energia limpa ao longo da região económica, acrescenta a publicação estatal.

Boas intenções

A China lançou a iniciativa da Faixa Económica do Rio Yangtzé no início de 2016, com o objectivo de transformar a região numa faixa dourada com uma ecologia mais bonita, redes de transporte mais fluidas, uma economia mais coordenada, um mercado mais bem integrado e uma quantidade maior de mecanismos científicos.

O rio Yangtzé é a maior hidrovia da China, com mais de 6.300 quilómetros de extensão, passando por 11 regiões de nível provincial antes de desaguar no Mar do Leste da China. Várias potências económicas, megacidades e grandes áreas produtoras de arroz da China estão localizadas dentro e ao redor da bacia do rio.

29 Ago 2024

PJ | Mulher detida por receber dinheiro de burla telefónica

Uma mulher com 21 anos foi detida por receber dinheiro ligado a uma burla telefónica. O caso foi noticiado ontem pelo jornal Ou Mun, com base na informação das autoridades. A burla aconteceu na segunda-feira. Nesse dia, uma idosa recebeu uma chamada telefónica de burlões, que se fizeram passar pelo seu filho, a pedir auxílio e que todo o assunto fosse tratado em segredo.

Face à chamada telefónica, a mulher acreditou que o filho se encontrava numa situação complicada, levantou 300 mil dólares de Hong Kong do banco e encontrou-se com a mulher de Hong Kong para lhe entregar o dinheiro.

Após a entrega, a mulher recebeu uma nova chamada dos burlões a pedir mais 500 mil patacas. Como a voz era muito semelhante à do filho, a mulher foi novamente ao banco para levantar o montante. No entanto, os funcionários suspeitaram do facto da mulher precisar de levantar tanto dinheiro num espaço tão curto de tempo. Os trabalhadores contactaram assim familiares da idosa a alertar para os movimentos bancários, e a idosa percebeu que tinha sido burlada.

Apresentada queixa junto das autoridades, a PJ identificou a mulher de Hong Kong alojada num hotel na zona norte da cidade. A mulher acabou detida, e confessou ter recebido 4 mil dólares de Hong Kong para receber o dinheiro da idosa. O caso foi encaminhado ao Ministério Público e a jovem está indiciada pela prática de burla de valor elevado. Além disso, foram identificados ainda outros dois suspeitos que se encontram em fuga.

29 Ago 2024

Gripe | Casos caem 13% em Julho após subida de 500%

No mês passado, os Serviços de Saúde registaram 840 infecções de gripe, números que representam um aumento anual de quase 42 por cento, e uma descida de 13,1 por cento face a Junho. Porém, em Junho a subida mensal foi de cerca de 500 por cento. A escarlatina continua a registar números bastante superiores ao ano passado

 

Em Julho, os Serviços de Saúde (SS) registaram 840 casos de influenza, uma subida de cerca de 41,7 por cento face ao mês homólogo do ano passado, quando os serviços acompanharam 593 casos de infecção, de acordo com as estatísticas relativas às doenças de declaração obrigatória publicadas ontem.

Em termos mensais, as infecções de gripe caíram 13,1 por cento face aos 967 casos registados em Junho. No entanto, a base de comparação mensal parte de um registo elevado. No passado mês de Junho, os casos de gripe tiveram uma subida de cerca de 500 por cento face ao mesmo mês de 2023, e para mais do dobro do registo do mês anterior.

A tendência para elevados casos de gripe e picos de infecção prolongados e recorrentes tem marcado 2024.

Já em Abril, as autoridades davam conta da sobrelotação das urgências do Hospital São Januário com casos severos de gripe e covid-19, entre eles 5.570 crianças. Na altura, a médica Leong Iek Hou, que dirige a Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis, atribuiu esta situação ao enfraquecimento da imunidade de grupo da população devido ao uso prolongado de máscaras.

O que resta

Os casos de gripe representaram quase metade de todas as notificações de doenças de declaração obrigatória, que englobam 45 tipos de doenças.

As infecções por enterovírus continuam a ser a segunda doença mais prevalente, com 552 casos, que ainda assim representam uma redução de cerca de 65 por cento e 50,4 por cento quando comparados com o período homólogo do ano anterior (1,575 casos) e o mês anterior (1,112 casos).

No mês em análise, foram registados 88 casos de escarlatina, o que representa uma subida significativa em comparação com o mês homólogo do ano passado, quando se foram registados cinco casos. Ainda assim, em Julho foram detectados menos 69,1 por cento infecções de escarlatina do que em Junho, quando os casos totalizaram 231, e ainda menos que em Maio quando os casos foram 286.

Em relação à salmonela, foram detectados em Julho 28 casos, total que representa um aumento significativo (+75 por cento) em termos anuais, e uma subida de 7,7 por cento face a Junho.

Já as infecções de varicela mantiveram-se estáveis a nível anual, com 36 casos, mas diminuíram 26,5 por cento em relação a Junho.

As infecções por doenças de declaração obrigatória são reportadas por organismos de saúde pública e privada, médicos que efectuam o primeiro diagnóstico, médicos responsáveis pelo preenchimento de certificados de óbito e os técnicos responsáveis pela realização de diagnóstico laboratorial.

29 Ago 2024

Comércio | Exportações lusófonas sobem 8,8 % em Julho

As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau subiram 8,8 por cento em Julho, em comparação com o mesmo mês de 2023, para 116,1 milhões de patacas, foi ontem anunciado. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a maioria do comércio com os mercados lusófonos veio do Brasil, no valor de 85,5 milhões de patacas, mais 8,8 por cento em termos anuais, sendo composta sobretudo por carne, peixe e marisco.

Também o valor da mercadoria comprada por Macau a Portugal cresceu 10,2 por cento para 30,2 milhões de patacas, sendo composta sobretudo por vestuário e acessórios e bebidas alcoólicas. De acordo com dados oficiais, o bloco de países de língua portuguesa comprou a Macau mercadorias no valor de 32.274 patacas em Julho. No mesmo período de 2023, o território não tinha registado quaisquer exportações para os mercados lusófonos.

No total dos sete primeiros meses do ano, as exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau caíram 10,6 por cento para 770 milhões de patacas.

As exportações de mercadorias por Macau foram de 1,18 milhões de patacas em Julho, uma subida de 18,3 por cento, enquanto o valor importado de mercadorias foi de 10,6 mil milhões de patacas, ou seja, menos 4,3 por cento, em termos anuais, indicou a DSEC.

O défice da balança comercial de Macau fixou-se em 9,4 mil milhões de patacas, menos 8,2 por cento relativamente ao mesmo mês de 2023. Em 2023, as exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau atingiram 1,43 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde que a DSEC começou a recolher dados sobre comércio externo, em 1998.

29 Ago 2024

Contrabando | Associação pede penalização de menores

Os jovens apanhados a praticar contrabando estão a aproveitar lacunas legais para escapar à punição. Esta é a visão da Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau, que defende a aplicação de multas à família dos menores e a revisão das leis que regulam a responsabilidade penal de jovens

 

A Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau defende que o Governo deve rever e alterar as leis para que os jovens com idade inferior a 16 anos sejam multados se forem apanhados a contrabandear bens entre Macau e o Interior da China. A entidade emitiu um comunicado a recordar alguns casos recentes que envolveram estudantes este mês.

“Segundo a legislação em vigor, o contrabando é uma infracção administrativa. Porém, os menores de 16 anos são inimputáveis e apenas perdem os bens contrabandeados,” explicou o presidente da associação Sio Hin Wa.

A solução principal avançada pelo representante dos estudantes passa pela reforma legal. Apesar de o Código Penal estabelecer a inimputabilidade de menores de 16 anos, ou seja, a incapacidade para ser declarado responsável por um delito criminal, Sio Hin Wa menciona o Regulamento Geral dos Espaços Públicos prevê a aplicação de multas a jovens que já tenham completado 12 anos de idade. “Se a infracção tiver sido cometida por menor que já tenha completado 12 anos, mas que não seja emancipado e não tenha fontes de rendimento, a responsabilidade pelo pagamento da multa recai, solidariamente, sobre os seus representantes legais”. Este artigo é mencionado pelo presidente da Associação Geral de Estudantes Chong Wa como uma porta para não deixar incólumes os jovens contrabandistas.

Carregar água

O dirigente associativo realçou que a única lei que incide sobre a punição de menores é o regime tutelar educativo dos jovens infractores, que Sio Hin Wa considera insuficiente por apenas providenciar assistência social e psicológica.

Face a este panorama legal, o dirigente quer ver colmatadas as lacunas do sistema que são aproveitadas com intenções criminosas e reforçar os efeitos dissuasores. Além disso, sugere mobilização social para endereçar o problema, assim como o reforço da supervisão parental.

O representante dos estudantes afirmou ainda que o contrabando não só coloca em xeque a imparcialidade nos negócios, a competição comercial, mas também danifica seriamente a forma como os jovens encaram o dinheiro e valores como o respeito pela lei.

29 Ago 2024

Wai Hung | Perdas 58,6 milhões no primeiro semestre

O Wai Hung Group apresentou perdas líquidas de 58,6 milhões de patacas nos primeiros seis meses do ano. Declínio de receitas e de projectos de grande envergadura são os motivos apontados numa nota enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong. O grupo empresarial está a ser investigado pela Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong

 

Numa nota enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, dirigida a accionistas e potenciais investidores, o Wai Hung Group apresentou perdas líquidas de, pelo menos, 58,6 milhões de patacas no primeiro semestre deste ano. A comunicação salienta que os resultados foram obtidos através da revisão preliminar das contas de gestão consolidadas e das informações disponibilizadas pelo Conselho de Administração, mas que ainda não foram revistas por auditores independentes ou pelo comité de auditoria da empresa. Como tal, as contas “ainda estão sujeitas a possíveis ajustes decorrentes de revisões posteriores”.

Ainda assim, as esperadas perdas líquidas nos primeiros seis meses de 2024 acrescentam mais de 50 milhões de patacas às perdas líquidas de 8 milhões de patacas registadas no primeiro semestre do ano passado.

O grupo indica que “as perdas líquidas previstas se devem principalmente à quebra das receitas devido à diminuição do número de projectos de grande dimensão”. Neste aspecto, o grupo revela que as receitas apuradas com projectos de grande dimensão caíram de 58,4 milhões de patacas no primeiro semestre deste ano, para aproximadamente 6,1 milhões de patacas no mesmo período de 2024.

Despesas ao alto

Além da diminuição do volume de negócios, o primeiro semestre deste ano foi marcado pelo aumento das perdas resultantes da imparidade dos activos financeiros e dos activos contratuais, que passaram de 400 mil patacas nos primeiros seis meses do ano passado, para 42,8 milhões de patacas este ano.

Também as despesas administrativas duplicaram em termos anuais, de 7,2 milhões de patacas no primeiro semestre de 2023 para 14,4 milhões de patacas na primeira metade deste ano.

Na semana passada, a compra e venda de acções do Grupo Wai Hung foi suspensa quando as autoridades de Hong Kong fizeram rusgas à empresa ao abrigo de uma investigação por suspeitas de fraude e falsificação de documentos e foram detidas sete pessoas. A operação contou com a participação simultânea da Polícia Judiciária em Macau, onde o grupo tem ligações e negócios que incluem renovações de interiores de salas de junkets, lojas, restaurantes.

Rita Santos e Wu Chou Kit são directores independentes não-executivos da empresa, e a conselheira das Comunidades Portuguesas surge identificada no relatório com os resultados de 2020 como presidente da comissão de auditoria do grupo.

29 Ago 2024

Ho Iat Seng fala em “fase crítica” para desenvolvimento económico

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, disse ontem que Macau se encontra actualmente “numa fase crítica para alcançar um desenvolvimento económico diversificado”, sendo o ambiente externo “complexo e volátil”. O governante discursou na sessão de divulgação do espírito da terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do Partido Comunista da China, que decorreu ontem no edifício do Fórum Macau e que contou com a presença de outros membros do Executivo.

No discurso, o Chefe do Executivo disse ser necessário “identificar, procurar e fazer corresponder as mudanças [a adoptar em Macau] em conformidade com o espírito de reforma da terceira sessão plenária, a fim de promover o desenvolvimento das empresas”. A ideia é “satisfazer as expectativas da sociedade e dos residentes, integrando de forma estreita a situação real de Macau” com os planos do Governo Central.

Boas lições

Ho Iat Seng, que está de saída do Governo após ter anunciado que não será candidato a um segundo mandato como Chefe do Executivo, disse esperar que as personalidades políticas presentes no evento “continuem a assumir a liderança na divulgação e promoção das reformas” da China, a fim de promover uma maior integração regional do território. “Devemos estudar e aplicar as importantes observações do Presidente Xi Jinping sobre o aprofundamento global da reforma”, sendo que o Governo da RAEM “assumirá a forte responsabilidade de aplicar as decisões e disposições relativas a Macau e tirar pleno partido das vantagens do princípio ‘um país, dois sistemas’ e das suas características únicas”.

Pretende-se ainda que Macau se possa desenvolver mais, com estas novas ideias do partido, “como um território internacional que ajuda o país na aceleração do estabelecimento de novos padrões de desenvolvimento”.

Ho Iat Seng não esqueceu também a integração com o projecto da Grande Baía, defendendo um reforço “na convergência de regras e mecanismos”, ajudando o país a abrir ainda mais ao exterior.

29 Ago 2024

Chefe do Executivo | Figuras políticas apoiam candidatura de Sam Hou Fai

Políticos e dirigentes de associações apoiam a candidatura de Sam Hou Fai apresentada ontem. Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa, entende que a corrida às eleições do ex-presidente do Tribunal de Última Instância garante o cumprimento do princípio de “Macau governada por patriotas”

 

Diversas personalidades políticas e dirigentes associativos congratularam a candidatura de Sam Hou Fai, que até há bem pouco tempo era presidente do Tribunal de Última Instância (TUI) desde 1999, e que saiu do cargo para se candidatar ao cargo de Chefe do Executivo da RAEM.

Segundo o jornal Ou Mun, uma das vozes concordantes é a de Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa (AL), que acredita que o candidato corresponde ao cumprimento de uma série de princípios políticos como “Um País, Dois Sistemas” e “Macau governada pelas suas gentes”, indo ainda de encontro ao estipulado na Lei Básica e Lei Eleitoral do Chefe do Executivo, sobretudo no que diz respeito à ideia de que Macau deve ser governada por patriotas.

Kou Hoi in destacou a imensa experiência na área judicial de Sam Hou Fai, sendo ainda capaz de avançar na construção dos projectos da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin e no próprio fomento da economia local.

Por seu turno, Lao Ngai Leong, presidente do Conselho Regional de Macau para a Promoção da Reunificação Pacífica da China, apontou ao mesmo jornal que apoia a candidatura do ex-presidente do TUI. O também membro da delegação de Macau à Assembleia Popular Nacional destacou que o conceito de governação de Sam Hou Fai deverá corresponder ao modelo governativo de Pequim.

O responsável destacou também que Sam Hou Fai tem servido Macau há várias décadas e que, com a sua profunda formação jurídica e grande experiência nos tribunais, demonstrou uma liderança e imparcialidade notáveis no período de presidência do TUI.

Lao Ngai Leong considera que o ex-presidente do TUI pode levar Macau a obter resultados mais significativos em termos de manutenção da estabilidade social, na promoção do desenvolvimento económico e na melhoria do bem-estar social. Caso seja eleito, Sam Hou Fai poderá, na sua visão, trazer mais vigor ao futuro desenvolvimento sustentável do território, por sempre ter tido uma atitude série e rigorosa de trabalho, incluindo grande experiência em matérias judicial e administrativa.

Mais comunicação

Por seu turno, o deputado e presidente da Associação Comercial de Macau Chui Sai Cheong espera que Sam Hou Fai elabore um programa político e um conceito de governação, além de reforçar a comunicação com os sectores industrial e empresarial e ouvir as suas opiniões.

Chan Hong, ex-deputada e presidente da Associação de Educação de Macau, disse desejar que Sam Hou Fai esteja atento às vozes da população e das suas diferentes classes sociais, bem como dos diversos sectores económicos, para construir consensos. A responsável considera que só assim Sam Hou Fai, caso seja eleito, poderá resolver os problemas que Macau.

29 Ago 2024

Sam Hou Fai destaca “consideração especial” pela comunidade portuguesa

Sam Hou Fai garantiu ontem que com a sua candidatura a Chefe do Executivo as comunidades macaense e portuguesa têm uma “consideração especial”, por permitirem a distinção do território. As declarações foram prestadas, quando respondia a perguntas na conferência de imprensa de apresentação de candidatura a Chefe do Executivo.

“A comunidade macaense, inclusivamente qualquer pessoa falante da língua portuguesa, tem uma consideração especial na RAEM, porque é uma das nossas características”, afirmou o candidato. “Com certeza que o futuro desenvolvimento desta região vai oferecer oportunidades de trabalho e de para esta comunidade”, sublinhou. O candidato a líder do Governo destacou também o posicionamento atribuído pela República Popular da China a Macau, como “um centro, uma plataforma, uma base” e vincou que se for bem concretizado que haverá mais oportunidades para a comunidade macaense.

No sentido da missão da RAEM como “um centro, uma plataforma, uma base”, Sam indicou o papel da comunidade falante de português, para atrair mais turistas para o território e promover maiores ligações com os países de língua portuguesa.

Vinho de Coimbra

O candidato vincou também a ligação do seu percurso académico com Portugal, mais concretamente a cidade de Coimbra, onde admitir ter aprendido a gostar de vinho tinto. “Também me formei em Portugal. Antes de chegar não bebia vinho, depois aprendi a gostar”, confessou. “Na altura, não gostava de vinho tinto porque achava que era ácido. Depois fiquei em Coimbra, convivi com os portugueses e aprendi a beber vinho tinto, que é um dos vinhos que mais aprecio”, admitiu.

Sam Hou Fai afirmou ainda que a “cultura portuguesa” foi uma das grandes influências na sua formação. “Também aprecio a cultura portuguesa, e tem sido uma grande influência para a minha pessoa no dia-a-dia”, vincou.

O ex-juiz do TUI destacou também que a defesa da comunidade macaense consta da Lei Básica, um documento legal com valor reforçado, e que o território será uma das poucas jurisdições em que a protecção de uma comunidade surge tão claramente imposta por lei.

29 Ago 2024

Chefe do Executivo | Sam Hou Fai realça percurso profissional de 40 anos

O ex-presidente do Tribunal de Última Instância apresentou ontem a candidatura a líder do Governo, num discurso marcado pela repetição de vários dos slogans políticos nacionais e locais

 

Mais de 40 anos na área da justiça, conhecimento de procedimentos administrativos semelhantes aos do Governo e vários anos a aprender e a viver em Macau. Foi desta forma que Sam Hou Fai, ex-presidente do Tribunal de Última Instância (TUI) e candidato a Chefe do Executivo, defendeu a adequação do seu currículo para ocupar o cargo de líder do Governo.

Um dos pontos em foco sobre a candidatura de Sam Hou Fai ao lugar de Chefe do Executivo passa pela falta de experiência em posições de Administração Pública ou conhecimento do mundo empresarial, dado que até à última semana era juiz desde 1997 e presidente do TUI desde 1999.

Na apresentação oficial da candidatura a Chefe do Executivo, Sam Hou Fai reconheceu ontem ser pouco conhecido “por algumas pessoas da sociedade” por ter sido presidente do TUI durante vários anos, e porque os juízes “não são realmente personalidades públicas”. Todavia garantiu ter trabalhador muito para a RAEM.

O ex-juiz considerou também que a experiência na vertente administra do TUI é muito semelhante ao que vai encontrar no Executivo. “A gestão dos magistrados é semelhante à gestão de um pequeno governo, o ingresso na magistratura é muito diferente do que acontece com várias empresas, assim como também são os processos de aquisição [pública]. E aprendi muito sobre isso”, assegurou.

Ao longo da conferência que durou cerca de uma hora, Sam Hou Fai abordou igualmente a possibilidade de ser o primeiro Chefe do Executivo da RAEM a nascer fora de Macau. “Penso que percebo bastante bem Macau, estou bastante integrado e não fico atrás daqueles que estão há mais tempo em Macau”, opinou. “Desde que cheguei a Macau, sempre me tentei inteirar sobre como é Macau e como as coisas funcionam”, acrescentou.

Por outro lado, o candidato destacou as suas ligações com o território. “Os meus filhos nasceram em Macau, tenho netos, e são três gerações em Macau. Acredito que várias gerações de Macau estão na mesma situação do que eu e que me encaram como um residente com um longo período em Macau”, argumentou.

Rol de slogans

Sobre os motivos que levaram à apresentação da candidatura, Sam Hou Fai recorreu a vários slogans da política nacional e local, como a necessidade de assegurar “a implementação plena, correcta e firme do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’” e realizar “o grande empreendimento de fortalecimento do país e do rejuvenescimento nacional”.

O magistrado afirmou também que a candidatura se deve “à forte missão de salvaguardar a prosperidade e a estabilidade a longo prazo de Macau na nova era e na nova jornada”, assim como a vontade de “assumir novas responsabilidades e obter novas conquistas para Macau”.

Sam Hou Fai revelou ainda que a sua candidatura se move pela “aspiração inicial de criar juntos um futuro melhor para Macau” e que para “a população em geral possa ter uma vida melhor”.

No discurso de Sam Hou Fai foram também frequentes as menções “à pátria”, e a ligação desta com o sucesso da RAEM. “A pátria é sempre o respaldo mais forte de Macau, e quanto melhor for a pátria, melhor será Macau. […] A construção de um país poderoso e a revitalização nacional estão intimamente ligados ao futuro de Macau e à felicidade dos seus residentes. Macau, enquanto parte integrante da grande família da pátria, deve naturalmente acompanhar de perto os passos do país”, realçou.

Primado da união

Sobre os objectivos de um futuro mandato como representante da RAEM, Sam Hou Fai afirmou ir trabalhar para “unir todos os sectores da sociedade”, e revelou que o lema da candidatura vai ser: “trabalhar com espírito empreendedor e avançar juntos, persistir no caminho certo e apostar na inovação”.

A união da sociedade de Macau foi outro dos pontos em que insistiu, numa fase que indicou ser “um novo ponto de partida histórico”. “A minha candidatura a Chefe do Executivo tem como objectivo unir todos os sectores da sociedade para que Macau seja mais próspera e harmoniosa e para que os cidadãos tenham uma vida melhor e feliz”, disse o candidato. “Neste novo ponto de partida histórico, devemos reunir consensos sociais, permanecer vigilantes contra perigos mesmo em tempos de paz e prosperidade, agir com espírito empreendedor, avançar com firmeza para conquistar triunfos maiores; vamos unir as forças de todos para promover o desenvolvimento e trabalhar juntos para alcançar a prosperidade, de modo a que toda a população possa partilhar os frutos do desenvolvimento económico e social e traçar um maior círculo concêntrico de amor à pátria e a Macau”, acrescentou.

Na sessão de ontem, Sam Hou Fai admitiu que o programa político da candidatura para os cinco anos de Governo só vai ser apresentado mais tarde, depois de ouvir “os sectores da sociedade”.

Todavia, o candidato prometeu cumprir o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, e empenhar-se na “elevação da eficiência da governação”, aproveitando as “vantagens particulares” de Macau, diversificação da economia e construção “de um belo lar”, que passa pela defesa nacional e uma maior promoção “dos valores tradicionais do amor à pátria e a Macau”.

Equipa de candidatura

Representante do Candidato: Lei Wun Kong

Advogado no escritório Rato, Ling, Lei & Cortés – Advogados Lektou

Vogal da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Advogados de Macau

Membro da Comissão da Lei Básica da RAEM do Comité Permanente da APN da RPC

 

Coordenador da Candidatura: Ip Sio Kai

Deputado à Assembleia Legislativa

Vice-Director-Geral da Sucursal de Macau do Banco da China
Administrador do Banco Tai Fung
Administrador não executivo do Banco da China Internacional

Membro do 14.º Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês
Presidente da Associação de Bancos de Macau

Vice-Presidente da Direcção da Associação Comercial de Macau

 

Coordenador-Adjunto da Candidatura: Chan Ka Leong

Presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau

Subdirector da Escola dos Moradores de Macau

Membro do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Municipais

Nota: Todos os membros da equipa integram a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, ou seja, vão poder votar em Sam Hou Fai

 

Aparato de segurança

Os jornalistas que participaram ontem na conferência de imprensa de apresentação da candidatura de Sam Hou Fai depararam-se com um apertado aparato de segurança à entrada do Centro de Ciência de Macau.

Antes de terem acesso à sala onde decorreu a sessão que durou cerca de uma hora, os jornalistas convidados e registados para o evento, apenas a estes foi garantido o acesso, tiveram de ser revistados, além de mostrarem aos seguranças o interior das malas e mochilas. Além disso, os chapéus-de-chuva ficaram à entrada. Durante a conferência, os repórteres de imagem foram chamados à atenção e avisados para não se aproximaram do palco, quando tentavam tirar fotografias.

Perfil de Sam Hou Fai

Idade: 62 anos (Maio de 1962)

Formação Académica

Licenciatura em Direito pela Universidade de Pequim

Licenciatura nos Cursos de Direito e de Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Coimbra

Curso de Introdução ao Direito, na Universidade de Macau

Curso de Formação de Magistrados

Percurso Profissional

Advogado no Interior da China

Auditor Judicial de Macau

Juiz do Tribunal de Competência Genérica

Presidente do Tribunal de Última Instância

29 Ago 2024

Gastronomia macaense | Recursos humanos geram tensão com hotelaria

A antropóloga Annabel Jackson dirige hoje uma palestra sobre o “Turismo Gastronómico em Macau: Impacto Económico e Oportunidades” no Sofitel, Ponte 16. Ao HM, a autora destaca a “tensão entre hotéis de luxo e casinos e o panorama gastronómico local”, especialmente no que toca a recursos humanos

 

“Turismo Gastronómico em Macau: Impacto Económico e Oportunidades” é o nome da palestra hoje protagonizada por Annabel Jackson, antropóloga na área alimentar e autora de diversos livros gastronómicos, em particular sobre gastronomia macaense. O evento está marcado para as 09h no hotel Sofitel do empreendimento Ponte 16 e é promovido pela Câmara de Comércio França-Macau no âmbito do ciclo de palestras “FMCC Breakfast Talk Rendez-Vous”.

Em declarações ao HM, Annabel Jackson, que reside há várias décadas entre Hong Kong e Macau, destaca que, actualmente, existe “uma tensão em Macau entre o sector dos hotéis de luxo e casinos e a cena gastronómica local”, dada as dificuldades de competitividade perante as concessionárias de jogo, respeitante aos recursos humanos, por exemplo.

“Não há dúvida que Macau já é um destino gastronómico, e o próprio Gordon Ramsay o afirmou no início do ano, contando actualmente com 17 restaurantes com estrelas Michelin, incluindo dois com três estrelas. Há chefes de cozinha famosos no território, incluindo portugueses. No entanto, existe uma tensão entre o sector dos hotéis de luxo e casinos e a cena gastronómica local. Como podem os restaurantes locais competir no que respeita a atrair bons funcionários, com economias de escala ou boas localizações?”, questiona.

Annabel Jackson alerta também para relatos de que “as receitas estão a cair mês a mês em todas as cozinhas”, existindo ainda “outros problemas, como o facto de os residentes de Macau atravessarem a fronteira para fazer compras e comer, embora Hong Kong enfrente o mesmo problema”, denota.

Relativamente à palestra que protagoniza hoje, Annabel Jackson refere que “o turismo gastronómico beneficia as empresas locais e promove o desenvolvimento económico, porque se concentra nos produtos e explorações agrícolas locais”.

Além disso, é um sector gerador de emprego “através de efeitos multiplicadores e incentiva a preservação das tradições locais”. A gastronomia pode ainda fomentar “a inovação para reinventar essas mesmas tradições de acordo com as necessidades e os gostos do turista de hoje”.

“Comer alimentos locais, ir a mercados de alimentos, ou frequentar aulas de culinária oferece interações culturais únicas, que são muito experienciais, dão uma sensação de autenticidade. O turismo gastronómico dá aos destinos que não têm beleza paisagística uma forma de se promoverem”, explica.

Annabel Jackson escreveu mais de uma dezena de livros sobre diversas gastronomias asiáticas, e sobre Macau já tem no currículo: “Taste of Macau: Portuguese Cuisine on the China Coast” ou “The Making of Macau’s Fusion”. A autora escreve também sobre gastronomia em jornais.

Gato por lebre

Outro ponto destacado pela antropóloga é a falta de uma definição clara do que é verdadeiramente comida macaense. “Macau é, obviamente, o triunvirato das cozinhas portuguesa, macaense e cantonense. No entanto, o problema é compreender e comunicar as diferenças entre elas e as formas adicionais de interação. As comidas macaense e portuguesa estão localizadas, mas como antropóloga alimentar, acho isto fascinante, nomeadamente sobre as formas como as cozinhas ou estilos culinários não são estáticos. No entanto, isso dá origem a confusão.”

Annabel Jackson acrescenta que “a investigação académica mostra que mesmo que os turistas do continente tenham assistido a uma exposição itinerante sobre Macau na sua própria cidade, chegam a Macau sem perceber o que estão a comer”.

Um dos exemplos apontados ao HM é o de “uma turista que pediu Galinha à Portuguesa, pensando ser o prato mais típico português que poderia provar. Não percebia porque o prato sabia a caril e a leite de coco”. “Como sabemos, o Frango à Portuguesa é, na verdade, um prato macaense, embora outras pesquisas tenham indicado que, na verdade, é cantonês, o Po Kok Gai”, acrescentou.

Outro exemplo descrito é o facto de, num hotel, existir “uma selecção num menu com o nome ‘Especialidades Portuguesas e Macaenses’, que pode incluir Camarão Frito Macaense, Bacalhau a Brás e Caldo Verde, sem que haja qualquer indicação de que os dois últimos pratos são portugueses”.

“Numa ementa vi o prato Galinha Piri Piri traduzida para inglês como African Chicken. É evidente que os dois pratos não são iguais”, denotou.

Recentemente, Annabel Jackson falou de temáticas semelhantes na Fundação Rui Cunha (FRC), sobre “Macau e o Mundo Malaio: Uma Perspectiva Gastronómica”, onde descreveu as grandes influências da comida do Sudeste Asiático na comida macaense, e de como é “redutor quando afirmamos que a comida macaense é uma espécie de fusão da comida portuguesa e chinesa”.

“[A gastronomia macaense] não é apenas indicativa de todo o Sudeste Asiático, mas podemos ir até algumas ilhas do Oceano Índico e algumas zonas da África Oriental. Não nos podemos esquecer que a comida macaense é, de certa forma, baseada nos ingredientes chineses locais, como o frango, porco, ovos, alhos, cebolas, azeite, mas é muito mais do que isso”, disse.

A autora referiu também que, apesar de Macau ser hoje Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO, há muita confusão em torno da essência de cada prato. “Sinto que com a classificação de Macau como Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO houve mais reconhecimento, mas, apesar de todo o esforço feito pelo Governo de Macau, a mensagem não está a passar e os turistas não fazem ideia do que é a gastronomia macaense. Se falarmos com chineses locais, também não sabem o que é. Temos uma desconexão quando as pessoas vão a Macau, porque há poucos restaurantes macaenses.”

Nesse sentido, a autora clamou por mais apoios públicos para que estes restaurantes permaneçam abertos. Um dos exemplos mais recentes de fecho de um restaurante macaense com história foi a “Cozinha Aida”, fundado por Aida de Jesus e que era ponto de encontro da comunidade local e amantes da comida tipicamente macaense.

“Nos últimos oito meses assistimos ao encerramento de dois restaurantes macaenses locais. Tratam-se de espaços que serviam comida autêntica com apenas alguns pratos portugueses, mas na maioria eram macaenses. E penso como é que estes restaurantes podem ter fechado. No caso de Aida de Jesus, ela era a madrinha da cozinha macaense. Porque é que o Governo não apoia os restaurantes macaenses locais ajudando-os a sobreviver, dando-lhes mais recursos?”, inquiriu a autora.

Annabel Jackson é mestre em Antropologia da Alimentação pela Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, estando actualmente a frequentar o doutoramento. Em 2020 lançou um livro pela Hong Kong Free Press, intitulado “The Making of Macau’s Fusion Cuisine – From Family Table to World Stage”, que conclui, entre outros tópicos, que os macaenses que vivem em Macau sentem-se mais próximos da sua cozinha ao invés daqueles que residem no estrangeiro. A obra analisa o relacionamento da comunidade com a sua própria gastronomia, bem como as influências de Malaca nas diversas receitas.

27 Ago 2024

Governo garante plano para resgatar pessoas com dificuldades motoras

De forma a auxiliar a população com dificuldades de mobilidade durante a ocorrência de desastres naturais, a polícia actualiza regularmente a base de dados sobre a população que necessita de auxílio nas zonas baixas da cidade. A garantia foi deixada pelo presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, na resposta a uma interpelação do deputado Ho Ion Sang.

Segundo Hon, no “âmbito das acções de contingência para desastres”, antes do início da época de tufões, “as Forças e Serviços de Segurança realizam sistematicamente uma triagem de moradores e comerciantes das zonas baixas mais vulneráveis a inundações, recolhendo e actualizando informações e identificando os casos que poderão necessitar de apoio na evacuação”.

Os dados são depois carregados num sistema, disponível no caso de haver necessidade de evacuar as zonas identificadas.

Na interpelação, Ho Ion Sang mostrava-se preocupado com a mobilidade das pessoas com dificuldades motoras, durante as catástrofes naturais e pedia ao Governo que fizesse uma lista à qual se pudesse recorrer em caso de emergência.

Apoio à acessibilidade

Sobre o apoio para as pessoas com dificuldade, o IAS garantiu também que se encontra a decorrer o chamado “Projecto-piloto de disponibilização de coordenador de apoio à acessibilidade”. Este é um programa que consiste no envio de pessoas especializadas na criação de acessos sem barreiras para diferentes serviços públicos.

“Actualmente, 14 serviços públicos, com um total de 22 locais de serviços, fazem parte do “Projecto-piloto” e existe um total de 60 coordenadores de apoio à acessibilidade”, foi indicado. “Após a realização de um balanço sobre as experiências adquiridas, o Governo da RAEM pretende alargar gradualmente o Projecto-piloto a outros serviços e está a preparar-se para uma plena implementação”, foi acrescentado.

27 Ago 2024

MASTV | Ron Lam critica Governo por não supervisionar canal

O deputado Ron Lam criticou o Governo por não supervisionar devidamente o funcionamento da licença da MASTV, canal de televisão que entrou recentemente em falência, o que resultou em preocupações do foro social em relação aos trabalhadores.

Em declarações ao jornal Click2Macau, o deputado recordou que há muito que a MASTV mantinha salários em atraso em Macau e em Taipé, mas o antigo Chefe do Executivo, Chui Sai On, renovou a licença por mais 15 anos. O deputado lembrou ainda que a MASTV deveria, segundo a licença de operação, criar cinco canais, mas que o plano nunca se concretizou. Assim, Ron Lam concluiu que a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações não assumiu o devido papel de supervisão para assegurar que o canal tinha capacidade financeira, enquanto o Gabinete de Comunicação Social não fiscalizou o cumprimento de projectos por parte da MASTV em consonância com a licença.

O deputado deseja que o Executivo explique ao público se vai recuperar a licença e a concessão do terreno em Coloane, onde estava localizada a MASTV, e se haverá penalizações aplicadas à estação por não cumprir o estabelecido no contrato de concessão.

27 Ago 2024

Chefe do Executivo | Sam Hou Fai apresenta hoje candidatura

Sam Hou Fai vai apresentar hoje o manifesto de candidatura para o cargo de Chefe do Executivo no Centro de Ciência. No espectro oposto, uma responsável ligada à campanha de Jorge Chiang indica que o candidato já recolheu as assinaturas de membros da comissão eleitoral e que brevemente vão começar acções de campanha

 

Agora é oficial. Hoje, pelas 11h, no Salão de Convenções do Centro de Ciência de Macau, realiza-se a “apresentação do manifesto de candidatura de Sam Hou Fai ao cargo de 6.º Chefe do Executivo da RAEM”. Um dia depois de ter sido exonerado do cargo de presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), e um dia antes do início do período para submeter candidaturas às eleições para liderar o próximo Governo, Sam Hou Fai elimina as poucas dúvidas que restariam sobre as suas intenções políticas.

Em menos de uma semana, o panorama político de Macau sofreu alterações dramáticas, com o anúncio da desistência de candidatura de Ho Iat Seng na passada quarta-feira, a declaração de intenções de Sam Hou Fai no dia seguinte, pausa para fim-de-semana, exoneração de Sam Hou Fai do mais alto cargo na magistratura da RAEM na segunda-feira e ontem o anúncio da candidatura a Chefe do Executivo.

O lado B da vida

No campo oposto, sem o peso institucional e apoios políticos, está a candidatura do empresário Jorge Chiang a Chefe do Executivo. O HM falou com uma representante da campanha, Ieong Kit Meng, que revelou que Jorge Chiang se encontrava ontem numa viagem de negócios ao estrangeiro, mas que irá regressar ao território nos próximos dias.

A responsável que também é membro da Associação de Institucionalismo de Macau, assim como Chiang, afirmou ao HM que o empresário recolheu as assinaturas suficientes de membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo para participar nas eleições de 13 de Outubro.

Em relação à inactividade da campanha de Jorge Chiang, sem presença mediática e sem publicações nas redes sociais, Ieong Kit Meng indicou que o candidato está a aguardar pelo tempo certo para começar as actividades de campanha. “Queremos que os residentes de Macau conheçam o nosso programa político. Estamos a planear começar as acções oficiais de campanha ainda esta semana”, afirmou a responsável, sem confirmar datas.

Quanto ao programa político, Ieong Kit Meng indicou que Jorge Chiang irá explicar com mais detalhes os seus objectivo políticos e que a Associação de Institucionalismo de Macau irá organizar seminários sobre as prioridades do candidato. Porém, a saúde do tecido empresarial, em especial das pequenas e médias empresas, o bem-estar da população, emprego e habitação estão entre as principais preocupações de Jorge Chiang.

Sobre a candidatura de Sam Hou Fai a Chefe do Executivo, a responsável da campanha adversário diz que acolhe com braços abertos a competição, que demonstra a importância que o cargo de Chefe do Executivo tem. “A participação de Sam Hou Fai nas eleições não significa uma vitória certa. Os candidatos vão ter de demonstrar quem apresenta melhores propostas que beneficiem a população e essa deve ser a atitude do eleito ao longo do cumprimento do seu mandato”, afirmou Ieong Kit Meng.

27 Ago 2024