Hoje Macau China / ÁsiaTailândia / Cheias | Criador abate 125 crocodilos para evitar fuga Uma quinta de crocodilos na Tailândia abateu 125 répteis por recear que estes fugissem durante as actuais inundações no país e pusessem em perigo a população, disse ontem o proprietário. “A chuva provocou a erosão das paredes da quinta e, infelizmente, tivemos de matar os 125 crocodilos”, disse Natthapak Khumkad, um criador da província de Lamphun, no noroeste do país. O proprietário disse ter, juntamente com os funcionários, electrocutado os crocodilos, que criavam “há 17 anos”, para evitar que escapassem e vagueassem pelo campo, livres para atacar pessoas e gado. Fotos publicadas na conta da rede social Facebook mostram uma escavadora a retirar os restos dos répteis do recinto. O crocodilo siamês, que pode atingir os três metros de comprimento, é uma espécie endémica do Sudeste Asiático e está criticamente ameaçada na região. No entanto, continua a ser criado na Tailândia pela pele. O criador acrescentou ter contactado as autoridades para colocar aqueles répteis num abrigo temporário até que as cheias abrandassem, mas o pedido foi rejeitado por os animais serem demasiado grandes.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCaso Kong Chi | Repetição de julgamento deixa tudo na mesma A repetição de parte do julgamento do ex-Procurador-Adjunto da RAEM, Kong Chi, não produziu qualquer alteração nas penas que tinham sido aplicadas anteriormente pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI). Kong continua a ter pela frente uma pena de prisão de 17 anos, dependente do recurso apresentado junto do Tribunal de Última Instância (TUI). Na tarde de ontem, o TSI voltou a ler a sentença de um caso que foi repetido, depois de um recurso do Ministério Público (MP). Em causa, estava uma alteração dos factos da acusação, em que o MP pretendia que ficasse registado no processo que a advogada Kuan Hoi Lam tinha recebido 560 mil patacas, e não apenas 160 mil patacas. A alteração tinha sido recusada pelo TSI. Por decisão do TUI, a acusação foi alterada, mas não teve consequências práticas, dado que o colectivo de juizes do TSI, liderado por Tong Hio Fong, considerou que o MP não conseguiu provar a entrega das 160 mil patacas nem das 400 mil patacas adicionais. Na leitura da sentença, Chan Kuong, explicou que os factos mencionados pela acusação apenas tinham por base os depoimentos de duas testemunhas, que se mostraram contraditórios no tribunal. “O Tribunal entende que não é necessário alterar a decisão face aos quatro arguidos”, foi revelado. Na sessão estiveram presentes os arguidos Kong Chi, Choi Sao Ieng e Ng Wai Chu, que não esboçaram qualquer reacção face à decisão. Ausente esteve a advogada Kuan, que na primeira decisão tinha sido ilibada de todas as acusações. À espera do recurso À saída da sessão da tarde de ontem, o advogado Lau Io Keong, afirmou “respeitar sempre as decisões do tribunal” e completou que agora “aguarda que o TUI se pronuncie sobre o recurso” da condenação de 17 anos. A 17 de Janeiro deste ano, Kong Chi, foi condenado a uma pena de prisão de 17 anos, pela prática de 22 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 19 crimes de prevaricação, 7 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de abuso de poder, 1 crime de favorecimento pessoal e 1 crime de riqueza injustificada. A arguida Choi Sao Ieng foi condenada com uma pena de 14 anos de prisão, pela prática de 14 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 15 crimes de prevaricação, 6 crimes de segredo de justiça, 3 crimes de abuso de poder e 1 crime de favorecimento pessoal. Por sua vez, Ng Wai Chu, cônjuge de Choi Sao Ieng, foi condenado a 6 anos de prisão pela prática de 2 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 2 crimes de prevaricação, 2 crimes de violação do segredo de justiça, 2 crimes de abuso de poder e 1 crime de favorecimento pessoal Ho Kam Meng? Sem comentários O advogado Lau Io Keong foi parceiro de Ho Kam Meng, advogado que foi suspenso de funções, alegadamente devido ao decorrer de uma investigação, cujos contornos são desconhecidos. Ontem, questionado sobre o assunto, Lau recusou fazer comentários, e indicou que “talvez seja necessário respeitar uma investigação”.
Hoje Macau Perspectivas VozesO futuro da memória (II) “A people without the knowledge of their past history, origin and culture is like a tree without roots. Our greatest glory is not in never falling, but in rising every time we fall.” Marcus Garvey A Europa tem, portanto, um grave problema de memória, mas nunca deve esquecer o quanto os seus problemas estão enraizados na história, o quanto sempre teve de enfrentar tanto inimigos internos (Ugo Foscolo, na sua “Lettera apologética”, via no conluio interessado dos intelectuais com o estrangeiro o perigo supremo) como inimigos externos (nunca ninguém quis que uma península colocada no centro do Mediterrâneo tivesse demasiada autonomia geopolítica, por exemplo). O paradoxo é que a Europa, que é tida em consideração no estrangeiro precisamente devido à profundidade do seu património histórico, tem enormes dificuldades em se reconciliar com o seu próprio passado. A nossa atitude é esquizofrénica. Instituímos um grande número de dias comemorativos, o que, em abstracto, é muito bonito, mas, na prática, coloca o problema de que cada um desses dias recorda alguma coisa, mas desvia a memória de outra e escusado será dizer que nenhuma escolha comemorativa é politicamente inocente e corre o risco de dar origem a divisões e controvérsias. A questão é que na Europa se faz pouco esforço para compreender o passado. O problema insistimos, é a enorme dificuldade de contextualizar o passado, a mesma dificuldade que está também subjacente à chamada “cultura woke”, cujo objectivo é tentar promover formas de igualdade, mas sem perceber a dimensão progressista e histórica da igualdade. O que a “cultura woke” e a “cultura cancell” promovem é, de facto, uma espécie de igualização neutralizadora, que elimina o contexto histórico e apela a práticas consideradas francamente absurdas, como (entre muitas outras) a demolição, por racismo (não importa se real ou imaginário), das estátuas erguidas em honra de Abraham Lincoln. A consequência é a criação de um sentimento de culpa no coração do Ocidente, a ser alimentado não só em regimes ou Estados, mas até em indivíduos. Um verdadeiro suicídio do Ocidente, que convida à pergunta se é realmente razoável odiarmo-nos tanto uns aos outros? O discurso sobre o tema das culturas de anulação, que também está a emergir na Europa como uma tendência que não é passageira, é objecto de diferentes leituras. Poder-se-á definir a primeira visão como “catastrofista” e autores como Stefan Rebenich ou Edith Hall defendem que ela conduzirá a uma destruição sem remédio da história, com o objectivo de elidir uma certa visão do nosso passado, suprimindo-a ou reescrevendo-a. A segunda, por outro lado, com Giusto Traina entre outros, tende a redimensionar o fenómeno, contextualizando-o, o que seria uma moda (o woke) puramente americana, com influência limitada na Europa. Além disso, acredita-se que dado o classicismo próprio da nossa história e memória nunca poderia afirmar-se na Europa. Há ainda uma terceira via, uma opinião que defendemos que segundo a qual é preciso manter um elevado limiar de atenção. O fenómeno está a estabelecer-se na Europa mais lentamente por várias razões, mas a nossa sensibilidade às tendências do exterior coloca-nos certamente em risco. A nossa sociedade, embora marcada por tensões de vária ordem, não é caracterizada por um passado recente e um presente de conflitos à excepção das duas guerras mundiais, discriminações e marginalizações. Se, os nossos antepassados tivessem escravos negros a trabalhar nas suas plantações e os seus descendentes vivessem nos países europeus, as suas estátuas também estariam em risco. Como afirmaram estudiosos do departamento de Estudos Clássicos em Princeton, uma universidade muito atenta às minorias, nos Estados Unidos, um primeiro problema diz respeito ao papel da cultura clássica na justificação do domínio da “cultura ocidental” (europeia e americana) no resto do mundo (basta pensar na utilização de Aristóteles ou Cícero para justificar o fenómeno da escravatura). Outra ordem de problemas é a necessidade do estudo das línguas antigas para quem se quer inscrever nos cursos clássicos e como nem o latim nem o grego são ensinados nas escolas secundárias, se quer atrair estudantes, é preciso apresentar os textos em tradução e ter em conta as sensibilidades daqueles que, enquanto minoria (não brancos, mulheres), se sentem discriminados na possibilidade de aceder ao conhecimento das matérias clássicas, dado que os requisitos de entrada nos cursos foram decididos, regra geral, por homens brancos. Normalmente, aqueles que entram na universidade sem terem frequentado escolas de elite talvez com uma bolsa de estudo têm de ser de alguma forma aproximados dos clássicos. Apresentar esta disciplina de uma forma próxima da sensibilidade destes estudantes e de uma forma simplificada (por exemplo, com traduções dos textos em inglês), poderia induzir um maior número de estudantes a inscreverem-se nos cursos de Estudos Clássicos. Esta tendência não é nova e regra geral, os americanos traduzem as fontes e raramente citam directamente o original grego ou latino. Deste ponto de vista, portanto, os professores americanos do ensino superior tendem a redimensionar as tendências extremistas do politicamente correcto ou, pelo menos, o papel e as responsabilidades da universidade a este respeito. Na verdade, a situação é bastante preocupante, porque desencadeia um círculo vicioso, pois para aceder ao estudo da Antiguidade, ou mais genericamente ao estudo da História, é preciso simplificações (textos antigos traduzidos, resumos cada vez mais sucintos das matérias em exame). Mas a simplificação reduz a possibilidade de contextualização e de compreensão, o que implica que os futuros professores estarão cada vez mais distantes do seu objecto de estudo e progressivamente incapazes de transmitir aos seus alunos a complexidade e o fascínio dos temas históricos e da antiguidade. Daí a progressiva despreocupação em os pôr de lado. Se, pelo menos na Europa, estivermos mais atentos às nossas raízes, o risco de simplificação (considerando também a complexidade da aprendizagem do latim, do grego e da aquisição de um sentido da história) está longe de ser remoto. (continua)
Hoje Macau EventosFIMM | Mais bilhetes à venda para concerto de Mariza O Instituto Cultural (IC) decidiu colocar à venda, a partir de hoje, mais bilhetes para o concerto da fadista Mariza na edição XXXVI Festival Internacional de Música de Macau, que decorre entre os dias 4 de Outubro e 4 de Novembro. Segundo um comunicado, “dada a resposta entusiástica ao programa ‘Mariza e a Orquestra Chinesa de Macau desde a abertura de bilheteiras e a rapidez com que esgotou, serão colocados à venda alguns bilhetes adicionais”. Espera-se, neste festival, “um banquete musical repleto de estrelas, com uma profusão de melodias intemporais”, onde se inclui o pianista Ivo Pogorelich, que actua no dia 20 de Outubro apresentando obras do chamado “Período Romântico” da música clássica, com composições de Chopin, Schumann, Sibelius e Schubert. No dia 12, é a vez de actuar a aguardada pianista francesa Hélène Grimaud e a Camerata Salzburg, que interpretarão clássicos da Escola Vienense, da autoria de Mozart e Beethoven. Até domingo, decorre a actividade “E Reluzem as Estrelas”, tema principal do FIMM, no Largo Camões, junto ao templo de Pak Tai, na Taipa, entre as 8h e as 20h, apresentando-se a imagem visual principal do Festival e cenas clássicas da ópera “Tosca”.
Andreia Sofia Silva EventosVila da Taipa | Galeria acolhe a partir de hoje mostra de Bianca Lei “At the Crack of – Works by Bianca Lei Sio-Chong” é o nome da nova exposição que, a partir de hoje e até 30 de Novembro, pode ser vista na galeria Taipa Village Art Space. Eis a oportunidade para ver trabalhos de uma artista que quis trabalhar em torno da ideia de “ruptura” como símbolo de partidas e recomeços A artista local Bianca Lei Sio-Chong expõe, a partir de hoje, “At the Crack of – Works by Bianca Lei Sio-Chong”, na galeria Taipa Village Art Space, na Rua dos Clérigos, na Taipa Velha. A mostra fica patente até ao dia 30 de Novembro. Segundo uma nota de imprensa, trata-se de uma colecção que deriva da ideia de “ruptura”, interpretada pela artista com “fendas” que se verificam nas suas obras, nomeadamente gráficos, fotografias e gravuras. E aqui as “rupturas” podem ser entendidas como recomeços ou fins, evocando-se “impressões negativas de desastres naturais e provocados pelo homem, mas também um sentimento positivo de avanços e da chegada de coisas novas”. Com esta mostra, “a quebra e o esbatimento das fronteiras entre as obras de arte e o espaço revelam a orientação artística de Bianca, segundo a qual o local foi integrado como parte das obras de arte”, aponta a mesma nota. Sobre esta mostra, Bianca Lei aponta que sempre manteve “um pensamento fora da caixa e uma mentalidade criativa”, sendo que a ideia de ruptura tem estado bastante “persistente” na sua cabeça tendo em conta “as pessoas e as coisas que têm acontecido nos últimos anos”. Desta forma, a artista diz que começou a prestar mais atenção e a observar o mundo em volta, nomeadamente as “fendas” presentes nesse mundo. “Sob os factores naturais ou provocados pelo homem, a maioria das fendas na vida deve-se a várias razões que abrem um espaço estreito entre partes de algo. As fissuras dão-me sempre uma forte caraterística do tempo, pois formam-se normalmente durante um período de tempo, permanecendo num estado de ‘espera’ para voltarem a ‘estalar’ mais”, descreve a artista, que também acredita num ângulo mais optimista destas fendas, com recomeços e novas partidas. “A ‘racha’ do amanhecer e o ‘romper’ do dia significam que a luz do sol rompe a escuridão e dá início a um novo dia. Além disso, quebrar ou esbater as fronteiras existentes entre as obras de arte e o espaço de exposição sempre foi uma das minhas orientações artísticas”, descreve a artista. Parte de um todo Segundo Bianca Lei, nesta mostra a galeria de arte torna-se como uma parte de um todo que é a exposição. Esta é, para a artista, “um suporte para as obras de arte, uma definição idiomática e um estatuto”. Porém, “desta vez este espaço da galeria não é apenas usado para colocar as obras de arte, é também uma parte das obras de arte”. Assim, “algumas cenas que apareceram, no passado ou neste momento, neste espaço da galeria serão exibidas como obras de arte através de gráficos, fotografias e impressões, tais como as gotas de chuva que um dia ficaram nas janelas de vidro, bem como fendas, texturas, marcas e sombras nas paredes ou no chão. Esses elementos visuais do espaço da galeria que não foram vistos ou foram mesmo ignorados são transformados em obras de arte expostas”, acrescentou a artista. A curadoria da mostra está a cargo de João Ó, arquitecto também ligado ao projecto da Taipa Village Art Space. Numa nota sobre esta mostra, o curador descreve Bianca Lei Sio-Chong como “uma das mais proeminentes artistas conceptuais de Macau”. Na sua visão, a artista possui “a capacidade de explorar vários meios e expandir as possibilidades da arte, trazendo novas ideias para o espaço da galeria”. “Artistas como Bianca, com um forte sentido de exploração e necessidade experimental, quebram fronteiras e expandem os nossos horizontes. ‘At the Crack of…’ é a mais recente contribuição de Bianca para esse caminho exploratório”, frisou. João Ó destaca também o facto de a própria galeria se transformar num espaço de trabalho por parte de Bianca Lei, pois esta “manobra [o espaço] através de vários elementos arquitectónicos do espaço da galeria, tais como paredes, pavimento e vidro, tornando a exposição específica para o local”. Deste modo, “as obras de arte tocam em valores universais relacionados com o tempo, o espaço, a presença e a ausência”, estendendo “a sua transformação material de texturas ambientais a desenhos abstractos e de paredes brancas a telas estrategicamente dilapidadas”. Bianca Lei estudou belas-artes em Londres, sendo actualmente docente na Universidade Politécnica de Macau, bem como curadora da galeria do Armazém do Boi. Bianca Lei é também co-fundadora da AFA – Art for All Society, tendo já exposto em mostras individuais ou colectivas em Taipei, Xangai ou Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Pequim contra a proibição dos EUA às tecnologias chinesas O ministério do Comércio chinês declarou-se ontem contra o projecto do governo norte-americano de proibir a venda nos Estados Unidos de veículos conectados equipados com tecnologia chinesa e russa, alegando razões de segurança nacional. O texto revelado na segunda-feira pelo departamento do Comércio dos Estados Unidos abrange programas informáticos e terminais que permitem a um veículo comunicar com o mundo exterior, nomeadamente para a assistência ao condutor e a condução autónoma. “Esta decisão dos EUA não se baseia em quaisquer factos e viola os princípios da economia de mercado e da concorrência leal. É um caso típico de proteccionismo”, afirmou o ministério do Comércio chinês, em comunicado. “Isto vai contra as regras da concorrência, na medida em que os Estados Unidos estão a usar o seu poder para interferir” no comércio, sublinhou o ministério, referindo-se à “coerção económica”. O governo norte-americano não especificou quais os construtores ou modelos susceptíveis de serem abrangidos pelo âmbito de aplicação desta legislação, cujo texto será submetido a consulta durante 30 dias antes de ser finalizado. Actualmente, não existem veículos de marca chinesa no mercado dos Estados Unidos, mas alguns construtores ocidentais, como a Volvo (grupo sueco controlado pela empresa chinesa Geely), a Polestar, a Buick (grupo GM) e a Lincoln (filial da Ford), vendem automóveis fabricados na China. O fabricante americano Tesla também produz veículos eléctricos na China para exportação. A electrónica está cada vez mais integrada nos automóveis modernos e a maioria dos veículos está agora ligada à Internet através de um sistema de navegação. O aparecimento de ‘software’ de assistência ao condutor e de condução autónoma aumenta ainda mais o risco de intervenção externa indesejada no controlo de um automóvel na estrada. “O acesso malicioso a estes sistemas pode permitir que os adversários acedam e recolham os nossos dados mais sensíveis e manipulem os veículos nas estradas americanas”, explicou o governo dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaResponsável pelo Tesouro da Austrália visita Pequim O responsável pelo Tesouro da Austrália, Jim Chalmers, vai visitar Pequim esta semana, na primeira deslocação de nível ministerial do governo australiano à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas tensas relações bilaterais. Chalmers parte para Pequim na quinta-feira para uma visita de dois dias. O último responsável pelo Tesouro australiano a visitar a China foi Scott Morrison, em 2017. Chalmers disse ontem que o principal objectivo da sua visita é co-presidir o Diálogo Económico Estratégico Austrália-China com He Lifeng, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, órgão máximo de planificação económica do país asiático. As discussões centrar-se-ão no crescimento do comércio e do investimento com a China e nas oportunidades de cooperação entre as empresas australianas e chinesas, segundo documentos governamentais. “Este é outro passo muito importante para estabilizar a nossa relação económica com a China”, disse Chalmers, citado pela imprensa australiana. “Fará parte dos esforços metódicos e coordenados do governo de Albanese para restabelecer o diálogo com a China, o maior parceiro comercial da Austrália”, acrescentou Chalmers. O diálogo foi realizado pela última vez em 2017. Tempestade e bonança As relações bilaterais atingiram o seu ponto mais baixo em 2020, depois de o governo de Morrison ter apelado a uma investigação independente sobre as origens da covid-19. Em 2020, a China impôs uma série de proibições oficiais e não oficiais aos produtos australianos, incluindo carvão, algodão, vinho, cevada, carne de bovino, lagostas e madeira, que custaram aos exportadores australianos até 20 mil milhões de dólares australianos, por ano. A maior parte desses obstáculos comerciais foram eliminados desde que o governo conservador foi destituído, após nove anos de mandato. Em Novembro, Albanese tornou-se o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos. Em Junho, Li Qiang tornou-se o primeiro primeiro-ministro chinês a visitar a Austrália em sete anos. A Austrália tem um acordo de comércio livre com a China desde 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaWall Street | Estímulos devem desencadear grande recuperação de acções A gigantesca operação financeira levada a cabo pelo Banco Central da China deverá levar à estabilização do mercado e a um salto positivo na economia do país O mais ambicioso pacote de estímulos para as praças financeiras chinesas desde a crise de 2015 levou alguns bancos e gestores de Wall Street a prever uma recuperação dos títulos mobiliários do país, após três anos em queda. O Banco Popular da China (banco central) anunciou na terça-feira a compra de 800 mil milhões de yuan em acções, juntamente com a redução das taxas de juro, redução do rácio de reservas e outras medidas de apoio. As medidas, sem precedentes na história recente do mercado bolsista chinês, de acordo com analistas, suscitaram uma valorização de 4,2 por cento na bolsa de Xangai, e de 4,1 por cento na bolsa de Hong Kong. “Consideramos as medidas anunciadas como um passo absolutamente positivo, dada a sua natureza sem precedentes e os valores do financiamento prometido”, afirmou Laura Wang, estratega de acções do banco de investimento Morgan Stanley, numa nota. “As medidas surpreendentes de apoio ao mercado [pelo Banco Popular da China] devem ajudar a melhorar o sentimento e a liquidez dos investidores e levar os mercados doméstico e estrangeiro a reagir positivamente no curto prazo”, acrescentou. Na terça-feira, o banco central informou que as companhias de seguros, os gestores de activos e as empresas de valores mobiliários vão poder utilizar obrigações, fundos de acções negociados em bolsa e acções individuais de empresas do CSI 300, o índice com as principais empresas do país, como garantia para adquirir obrigações do tesouro. As empresas públicas vão também poder recorrer a um novo mecanismo de empréstimo de 300 mil milhões de yuan criado pelo banco central para efeitos de recompra de acções. O governador da instituição, Pan Gongsheng, afirmou que está também a ser preparado um fundo de estabilização do mercado. Os 800 mil milhões de yuan do pacote de estímulos equivalem aproximadamente a 3 por cento da actual capitalização bolsista do mercado de acções da China, de acordo com um relatório do Morgan Stanley. “O sentimento de urgência pode convencer os investidores de que mais apoio político está a caminho”, observou Chaoping Zhu, estratega de mercado global da JP Morgan Asset Management, com sede em Xangai. “Vemos oportunidades de valor e de diversificação nas acções chinesas, tendo em conta a valorização dos mercados em todo o mundo”, apontou. Salto positivo O débil consumo doméstico, a queda dos lucros e a longa crise imobiliária têm corroído a confiança dos investidores na segunda maior economia mundial. O índice CSI 300 caiu cerca de 2 por cento este ano, após três anos de quedas sem precedentes, para negociar ao nível mais baixo em comparação com os pares mundiais. O anúncio de estímulos pode desencadear um salto “maior do que o habitual” agora que as avaliações estão a níveis deprimidos, indicou Richard Tang, estratega da China e chefe de investigação do Julius Baer em Hong Kong. “O apoio à liquidez sem melhorias macroeconómicas contínuas tem mais probabilidades de resultar em recuperações de curta duração”, apontou o documento do Morgan Stanley. “Gostaríamos de ver uma trajectória diferente desta vez, mas aconselhamos que é necessária mais paciência”, notou.
Hoje Macau SociedadeDST | Senna Fernandes espera que bom tempo ajude turismo A directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, acredita que, com a ajuda do bom tempo, o número de visitantes durante a Semana Dourada pode ultrapassar a barreira dos 100 mil por dia. As declarações foram prestadas ontem pela responsável da DST à comunicação social. Segundo Senna Fernandes, em Agosto o número de visitantes ficou acima das estimativas iniciais, devido ao efeito do bom tempo. Por isso, a responsável acredita que se o tempo estiver bom nos dias da Semana Dourada, a fasquia dos 100 mil visitantes por dia pode ser ultrapassada. A Semana Dourada corresponde ao período por volta de 1 de Outubro, com vários feriados no Interior, para assinalar o estabelecimento da República Popular da China. Quanto às reservas nos hotéis, Senna Fernandes indicou que no final da semana passada a taxa de reservas era de 70 por cento, com os hotéis de cinco estrelas a estarem totalmente reservados. Porém, a directora explicou que os turistas tendem a deixar as reservas para os últimos dias, antes das deslocações, pelo que se acredita que a taxa ainda vá continuar a aumentar nos próximos dias. Maria Helena de Senna Fernandes revelou também que a indústria de hoteleira está confiante para esta fase do ano. Além do ambiente de optimismo, a DST promete também continuar a realizar mais trabalhos de promoção do turismo local em Cantão, Hong Kong e Indonésia, para atrair mais visitantes internacionais.
Hoje Macau SociedadeSemana Dourada | Trânsito e transportes ajustados Devido à chegada dos feriados da chamada Semana Dourada, a partir do dia 1 de Outubro, e com a movimentação de milhares de pessoas, as autoridades locais fizeram ajustes à circulação de trânsito e transportes públicos. Assim, a partir de domingo e segunda-feira serão reservadas, nos postos fronteiriços, áreas para o estacionamento dos autocarros dos casinos, além de ser alargado o espaço para filas de espera. Nos dias 1 e 2 de Outubro, as carreiras de autocarros públicos deixam de fazer escala na paragem “Zona P/ Passageiros-Este P. do Cerco”, passando a fazer escala na paragem provisória junto da sede da Unidade Táctica de Intervenção da Polícia. Entre os dias 1 e 7 de Outubro as carreiras 3BX, 17T, 21AT e 26AT operarão todos os dias em horários determinados, sendo que a carreira especial n.º 101X (101XS) operará das 9h às 20h no dia 1, e o horário da carreira 25B também será prolongado nesse dia. Destaque ainda para alterações na disposição de trânsito junto à Avenida de Almeida Ribeiro e as zonas circundantes, sendo vedado, entre 1 e 7 de Outubro, o cruzamento da Rua do Dr. Pedro José Lobo com a Avenida do Infante D. Henrique, e instaladas filas de espera para os passageiros com destino às Portas do Cerco. As carreiras 3 e 3X deixarão de parar na paragem “Almeida Ribeiro / OCBC”, passando a fazer escala na paragem provisória da Avenida do Infante D. Henrique, junto da Rua do Dr. Pedro José Lobo, seguindo o seu itinerário original. Haverá ainda alterações noutras paragens de autocarro no centro da cidade.
João Luz Manchete SociedadeShun Tak Center | 130 lojas de Alvin Chau e Chan Ping-chi à venda A agência Colliers foi designada como responsável pela venda de 130 lojas no centro comercial do Shun Tak Center, onde está situado o terminal de ferries que liga Hong Kong e Macau. Os espaços são propriedade de Alvin Chau e do investidor David Chan Ping-chi, comprados em 2014 por 600 milhões de dólares de Hong Kong Um terceiro piso do centro comercial do Shun Tak Center, em Hong Kong, está à venda, segundo um comunicado da agência imobiliária Colliers, encarregue da alienação dos mais de 1.850 metros quadrados no edifício que alberga o terminal marítimo de Sheung Wan que liga Hong Kong e Macau. O espaço, que acolhe 130 lojas, é propriedade do fundador do extinto Suncity Group, Alvin Chau, e do magnata e CEO do grupo ACME David Chan Ping-chi, que adquiriram em 2014 a chamada Macau Plaza, que ocupa o terceiro piso do edifício por 600 milhões de dólares de Hong Kong. A propriedade será vendida como está na actualidade, ou seja, incluindo os contratos de arrendamento com as lojas lá estabelecidas, como restaurantes, lojas de produtos de beleza e saúde. O responsável da Colliers pelos serviços de investimento e mercados de capitais, Thomas Chak, realça a localização privilegiada da propriedade, que beneficia do acesso facilitado à estação de MTR de Sheung Wan, ao terminal de autocarros que fica ao lado do edifício, e da proximidade do túnel Western Harbour Crossing que liga a ilha de Hong Kong a Kowloon. O responsável da Colliers salienta a “oportunidade para investidores adquirirem o imóvel num contexto da recuperação dos mercados globais e beneficiarem de rendimentos estáveis de arrendamento e de um aumento substancial da valorização do imóvel quando a economia mundial recuperar totalmente”. E tudo o vento levou Segundo meios de comunicação social de Hong Kong, o espaço que está agora à venda foi remodelado, um investimento que custou 70 milhões de dólares de Hong Kong. Apesar de não haver indicação de que a venda resulte de ordem judicial, desde que foi condenado a 18 anos de prisão pelos crimes de exploração ilícita de jogo, sociedade secreta, participação em associação criminosa e chefia de associação criminosa, Alvin Chau viu várias propriedades serem vendidas. Em Macau, foram colocados à venda no ano passado imóveis avaliados em mais de 592 milhões de patacas relativos ao edifício César Fortune, na Taipa, junto às instalações da Hovione Macau. O mesmo “pacote” de imóveis, excepto algumas fracções, voltou a ser posto à venda há cerca de dois meses por 308,53 milhões de patacas. A primeira tentativa falhada de venda dos imóveis reflecte a crise imobiliária que faz sentir no território. Recorde-se também que inúmeros bens de empresas do ex-fundador da Suncity foram penhorados para saldar dívidas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEPM | Pedido a docentes efectivos que assinem contratos a termo A assinatura dos novos contratos levanta dúvidas legais. Se os novos vínculos forem considerados válidos, os docentes podem perder vários direitos, como a indemnização por despedimento ou gozo de dias de férias. A direcção garante que vai assumir “todas as responsabilidades” A direcção da Escola Portuguesa de Macau (EPM) está a pedir a vários professores residentes efectivos que assinem novos contratos, que terminam no final do ano lectivo. Os pedidos de assinatura começaram a ser feitos no início do mês, e de acordo com as minutas a que o HM teve acesso, consta nas propostas de contrato que os vínculos laborais se extinguem a 31 de Agosto de 2025. A medida está a causar polémica na instituição entre os docentes, que temem pelo seu futuro, apesar de alguns professores terem assinado os novos vínculos. Segundo alguns docentes ouvidos pelo HM, que pediram para permanecer anónimos, a renovação contratual é encarada como a preparação de um futuro despedimento, em que a EPM tentar “apagar” a antiguidade dos trabalhadores, para não ter de pagar as compensações exigidas por lei. A legislação actual define que as compensações por despedimento nos contratos sem prazo são feitas de acordo com a antiguidade dos trabalhadores, até um limite máximo de 252 mil patacas. Nos contratos a prazo não é devida qualquer compensação, quando se atinge a data do final do contrato. O HM contactou o director da EPM, para perceber os motivos que levaram a direcção a avançar com as propostas de novos contratos com termo para os docentes dos quadros. Neste aspecto, Acácio de Brito considerou que não houve alterações face ao ano passado: “Estamos a fazer o que foi feito nos anos anteriores. Sabemos que há uma interpretação que ao final de dois ou três anos os residentes locais passam a contrato sem termo, mas isso, naturalmente, não significa que não possamos fazer um contrato individual de trabalho, com as alterações que são necessárias fazer”, afirmou Acácio de Brito. “Nós temos um modelo de contrato individual de trabalho […] Se houver outro entendimento será dirimido pelos nossos serviços jurídicos e assumiremos todas as responsabilidades”, garantiu. O director da EPM afirmou também que no ano passado se registou uma situação de despedimento e que a instituição respeitou “as indemnizações previstas na lei”. Acácio de Brito reconheceu ainda que os novos contratos são assinados pelo presidente da Federação da Escola Portuguesa de Macau, Neto Valente, quando no passado eram assinados pela direcção da EPM. Divisões na fundação Ao HM, Miguel de Senna Fernandes, vice-presidente da Fundação Escola Portuguesa e advogado, afirmou não concordar com as novas propostas laborais, e explicou que os novos vínculos não podem ser entendidos como um novo contrato que apagam os direitos adquiridos pelos trabalhadores até agora. “A escola não pode fazer isto, as coisas não funcionam assim”, lamentou Senna Fernandes. “Há que contar sempre com os direitos anteriores, porque já existe uma relação contratual anterior a este contrato. Os novos contratos não apagam o que está no passado”, afirmou. O vice-presidente da FEPM reconheceu também estar informado sobre o assunto, porque recebeu uma queixa de um docente. Contudo, ressalvou que no seio da fundação não houve qualquer reunião a informar os membros sobre a oferta de novos contratos. “Em Agosto houve uma reunião, depois disso não houve mais nada. Não sabemos de nada. Desde que existe o Conselho de Administração da Escola, a Fundação não é informada de nada…”, lamentou. “Mas as coisas são o que são, o ministro [da Educação, Ciência e Inovação de Portugal, Fernando Alexandre] é que tem de saber destas coisas”, acrescentou. O HM contactou igualmente a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para perceber a legalidade e os efeitos jurídicos da assinatura de contratos, quando existe um contrato sem termo. Até ao fecho da edição não foi recebida uma resposta. Impacto abrangente Também uma fonte conhecedora da legislação local explicou ao HM que os novos vínculos a termo não têm efeito: “Esses contratos novos são todos nulos, porque não se pode passar de um contrato sem termo para um contrato a termo. A legislação de Macau não admite isso”, foi indicado. “As entidades patronais até podem dizer que o contrato antigo acabou e que agora vigora o novo. Mas se os trabalhadores se queixarem nos tribunais, as entidades patronais vão perder, porque não é possível apagar os anos de trabalho anteriores”, vincou. A mesma fonte explicou que o contrato a termo está previsto na lei para situações muito específicas, de excepção, dado que a legislação atribui preferência nas relações laborais com residentes aos contratos sem termo. Apesar disto, é aconselhado que os docentes não assinem os vínculos: “Os trabalhadores não devem assinar esses contratos, mas mesmo que tenham assinado, não faz sentido entender que abdicaram dos seus direitos anteriores. As pessoas são residentes de Macau, e este procedimento é apenas uma forma de tentar contornar a lei”, opinou. Todavia, o facto de o contrato ser nulo não quer dizer que não tenha impacto na vida dos docentes. “A vida das pessoas não é só trabalho. Vamos imaginar que estas pessoas agora assinam um contrato a termo, mas antes tinham um empréstimo para a habitação. Quando os bancos perceberem que uma pessoa que pediu um empréstimo deixou de ter um contrato sem termo, as condições do empréstimo vão ser agravadas. Há uma diferença grande entre ser efectivo ou estar a prazo”, explicou.
João Santos Filipe PolíticaDSEDJ revela que mais de 3 mil alunos aprendem português Actualmente, mais de 3 mil alunos estão a aprender português desde a infância no ensino não superior de Macau. O número foi avançado pelo director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Kong Chin Meng, em resposta a uma interpelação do deputado Ho Ion Sang. “A DSEDJ continua a aprofundar o desenvolvimento das escolas oficiais de língua portuguesa que ministram todos os níveis de ensino e a articular com as escolas particulares de língua veicular portuguesa, existindo presentemente mais de 3.000 alunos nas escolas do ensino não superior que estudam num ambiente pedagógico de língua portuguesa desde a infância”, foi revelado. A DSEDJ explica ainda que aposta na língua de Camões visa “formar em todas as vertentes os quadros qualificados de língua portuguesa com competências abrangentes”. O Governo também assegurou ao deputado eleito indirectamente pelo sector da educação que “dá muita importância à optimização das políticas sobre a educação da língua portuguesa e envida esforços para desenvolver em vários aspectos as vantagens do posicionamento de ‘uma plataforma’ de Macau”. Quadro de professores estável Sobre o número de professores de língua portuguesa, a DSEDJ revela que tem permanecido estável, embora com um aumento. “De acordo com os dados estatísticos da DSEDJ, a mobilidade do pessoal docente de Macau é relativamente estável. Nos últimos anos, existem cerca de 500 novos docentes em cada ano lectivo e o número do pessoal no corpo docente continua a registar um crescimento líquido, sendo que o número actual do pessoal docente da disciplina de Português satisfaz as necessidades pedagógicas”, foi considerado. Quanto ao número de horas de português em cada escola, a DSEDJ afirma que as instituições “podem definir por iniciativa própria as horas lectivas e a metodologia pedagógica de disciplina” de acordo com as suas necessidades, respeitando o “quadro da organização curricular da educação regular do regime escolar local”.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaMASTV | Funcionários receberam todos os salários em atraso Antigos funcionários da falida estação televisiva MASTV receberam todos os salários que tinham em atraso desde que o canal fechou portas. Segundo o jornal All About Macau, em causa estavam 29 pessoas com salários em atraso no valor de cinco milhões de patacas O encerramento da estação televisiva MASTV a 16 de Julho fez com que funcionários tenham ficado com salários em atraso que só agora foram liquidados. Segundo o jornal All About Macau, um grupo de 29 pessoas tinha ordenados por receber no valor de cinco milhões de patacas que foram pagas graças ao Fundo de Garantia de Créditos Laborais. Este mecanismo foi criado em 2015 com o objectivo de assegurar pagamentos a trabalhadores sempre que haja incumprimento por parte do patronato. Um antigo funcionário da MASTV disse ao All About Macau estar satisfeito com o desfecho do processo. “Estou contente com o resultado, pois a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) fez o seu trabalho”, ainda que não tenha sido a estação a pagar os montantes em dívida. A MASTV foi declarada falida a 24 de Julho, levando os funcionários a pedir à DSAL apoios para o pagamento de salários, com o auxílio da deputada Ella Lei. A MASTV situava-se em Coloane e viu a licença de operação renovada por 15 anos em Março de 2019, era então Chui Sai On Chefe do Executivo. Na altura, a estação já enfrentava o problema de salários em atraso em Taipé. Queixas de 2021 Segundo noticiou o HM em Julho, as queixas de ordenados em atraso datam de 2021. “Em 2021, os trabalhadores fizeram uma queixa colectiva junto da DSAL, e, mais tarde, em tribunal foi decidido que a empresa tinha de pagar aos trabalhadores”, relatou um ex-funcionário, que não quis ser identificado. “Apesar da empregadora ter ficado obrigada a pagar os salários e outros direitos em prestações, só cumpriu com a primeira prestação. Todas as outras ficaram por pagar”, acrescentou. No passado dia 12 foi referido por Derbie Lau, directora dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Macau, que seria utilizada a caução de 2,5 milhões de patacas pagas pela MASTV na altura do pedido de licença, para pagamentos de impostos. Tal montante não poderia ser usado para pagar salários porque, como explicou, “os funcionários da MASTV envolvidos [no processo] não estão ligados aos assuntos relacionados com a supervisão da licença”, referiu.
Hoje Macau PolíticaMark Six | Ron Lam pede legalização da lotaria O deputado Ron Lam considera que o Governo deve legalizar a venda de bilhetes da Lotaria Mark Six de Hong Kong, por ser um enraizado e inofensivo costume popular dos residentes de Macau, que esbarra nas consequências legais que podem ser impostas pela lei de combate aos crimes de jogo ilegal, que se encontra em fase de análise na especialidade. Com a legislação em fase de revisão, as penalizações actuais para infractores implicam penas de prisão até 2 anos ou multa. Porém, Ron Lam salienta que os vendedores têm margens de lucro muito reduzidas com a venda de bilhetes da lotaria de Hong Kong e que este negócio não tem impacto negativo na sociedade. Como tal, pede que o Governo legalize a venda de lotaria Mark Six ou, pelo menos, não penalize os vendedores. O deputado indicou ainda que, recentemente, a polícia recebeu denúncias e foram detidos comerciantes de bancas e lojas que vendiam bilhetes de lotaria. Há cerca de duas semanas, as autoridades policiais anunciaram a detenção de uma mulher que revendia bilhetes da Lotaria Mark Six do Hong Kong Jockey Club numa banda de jornais na Taipa. A mulher vendia por cada bilhete por 52 patacas, com valor facial de 47 dólares de Hong Kong, obtendo um lucro de cerca de 3,5 dólares de Hong Kong por cada bilhete.
João Luz PolíticaReserva Financeira | Julho mantém tendência de subida No final de Julho, a Reserva Financeira da RAEM acumulava 606,594 mil milhões de patacas, total que representa uma subida de 3,8 mil milhões de patacas em relação ao mês anterior. Desde o início do ano, a reserva financeira arrecadou ganhos de mais de 21,3 mil milhões de patacas Confirmando a tendência de subida, a Reserva Financeira da RAEM fechou o mês de Julho com quase 606,6 mil milhões de patacas de reservas patrimoniais, uma subida de 3,852 mil milhões de patacas em relação ao mês anterior, segundo dados publicados ontem na sinopse dos valores activos e passivos da Reserva Financeira da RAEM. O registo de Julho segue a direcção de superação do valor mais elevado desde Maio de 2022, ainda assim permanece longe do recorde de 663,7 mil milhões de patacas atingido em Fevereiro de 2021, em plena pandemia de covid-19. Recorde-se que a reserva financeira de Macau ganhou 22,2 mil milhões de patacas no ano passado, depois de ter perdido quase quatro vezes mais no ano anterior. Isto apesar de, em 2023, o Executivo de Ho Iat Seng ter voltado a transferir quase 10,4 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público. Feitas as contas, nos primeiros sete meses de 2024, a reserva financeira gerou receitas de 21,337 mil milhões de patacas. Porém, este ano não tem sido feito só de crescimento, com o mês de Abril a marcar o primeiro registo mensal de perdas desde Outubro de 2023. Os ingredientes Em relação aos activos da reserva financeira, Julho encerrou com 244,383 mil milhões de patacas nos depósitos e contas correntes, valor que representou uma subida mensal de 4,442 mil milhões de patacas. No capítulo dos títulos de crédito, Julho foi sinónimo de uma contracção de 708 milhões de patacas, para um total de 131,68 mil milhões de patacas. Já os investimentos sub-contratados, registaram um crescimento de 1,702 mil milhões de patacas, com Julho a encerrar com 226,030 mil milhões de patacas. No final de Janeiro, a Autoridade Monetária de Macau sublinhou que os investimentos renderam à reserva financeira quase 29 mil milhões de patacas em 2023, correspondendo a uma taxa de rentabilidade de 5,2 por cento. O orçamento de Macau para 2024 prevê o regresso dos excedentes nas contas públicas, depois de três anos de crise económica devido à pandemia da covid-19. O orçamento estima que Macau termine este ano com um saldo positivo de 1,17 mil milhões de patacas, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteRAEM, 25 anos | Heitor Romana revela planos para evacuar portugueses Heitor Romana foi durante nove anos assessor do Governador Rocha Vieira. Numa palestra no Centro Científico e Cultural de Macau recordou os tempos da transição e a preparação de planos para evacuar portugueses em caso de turbulência política na China e na região Antes da assinatura da Declaração Conjunta, em 1987, Heitor Barras Romana, professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, foi para Macau a trabalhar numa unidade definidora de estratégias em matéria de segurança para o território, ainda durante o Governo de Carlos Melancia. Nessa fase chegaram a ser preparados planos para a retirada dos nacionais portugueses a residir em Macau caso se verificasse, na China e na região, um cenário de turbulência política. A confissão foi feita no âmbito da conferência “Contributos para uma análise estratégica do processo de transição de Macau”, proferida no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), no passado dia 19 de Setembro, nas semanais “Conversas Sábias”. As autoridades portuguesas pretendiam “sair a bem” do território e chegaram a ser elaborados “planos de contingência em relação a cenários em que se tivesse de retirar os portugueses de Macau”. Incluíam-se, assim, os portugueses e seus descendentes bem como os detentores de nacionalidade portuguesa cujo local de nascimento tivesse sido Macau até 1981. Tal iria ocorrer face a “um cenário de convulsão interna na China, em que se alterasse a ordem de equilíbrios e relações diplomáticas com Portugal”. “Era essa a perspectiva que se tinha e que não tinha nada de estratégico, mas situacional. Era essa a abordagem que se fazia de Macau. Ainda estava bem presente a memória do ‘1,2,3’, e se houvesse uma convulsão regional teriam de se antecipar cenários, de forma a retirar em segurança os portugueses que estivessem no território”, descreveu. Segundo Heitor Romana, estava em causa os últimos acontecimentos políticos na China, com o episódio de Tiananmen, em 1989, e a queda da URSS. “As atenções estavam viradas para aquilo que veio a acontecer em 1989, com o desmembramento da URSS e todo o sistema. Do ponto de vista geopolítico, a China não entrava no jogo das preocupações que Portugal tinha obrigação de acompanhar em determinados sectores. No essencial, Macau não era tido no jogo dos interesses geoestratégicos de Portugal, mas havia a vontade de uma boa resolução quando tivesse de ocorrer a saída de Portugal de Macau e o fim da sua administração.” A China vinha, desde 1978, vivendo o período de Reforma e Abertura, mas pensava-se que “o desmembramento da URSS poderia contaminar a realidade do sistema político e ideológico da China”. “Essa era uma das teses defendida não apenas em Portugal, mas por parte de analistas americanos e ingleses. Pensava-se que o fim da URSS iria contaminar o regime político chinês e levar à queda da República Popular da China”, lembrou, algo que não aconteceu, como a história veio a mostrar. O trabalho de análise em matéria de segurança do académico foi realizado quando tinha cerca de 30 anos, e foi por iniciativa de Carlos Melancia que se criou a “unidade de análise geoestratégica sobre Macau e China que também envolvia a ‘questão de Macau’, e já era uma questão política e diplomática”. Nesse sentido, frisou, “era importante perceber o que podia acontecer na China que pudesse afectar ou acelerar a saída [dos portugueses de Macau]”. “O trauma” do Império Heitor Romana recordou também que o desejo de “sair bem” de Macau, por parte das autoridades portuguesas, acarretava consigo o fantasma da descolonização em 1975, no rescaldo da Guerra Colonial. “Veio-se a perceber mais tarde, no quadro das relações bilaterais, e mais alargado ao multilateralismo e política internacional no seu todo, que ‘sair bem’ tinha como pano de fundo o trauma da descolonização, em relação à forma apressada como Portugal tinha saído dos territórios ultramarinos em 1975”, apontou. O responsável descreveu “o medo” que existia em relação “àquilo que ainda faltava ‘descolonizar’, nomeadamente Macau”, sem esquecer os episódios da perda da Índia portuguesa, em 1961, ou de Timor. “Havia na memória colectiva a ideia de que a saída de Portugal dos seus territórios não tinha corrido bem por variadas razões. A percepção era de que, em Macau, não havia razões para que corresse bem. A visão era muito pessimista.” Em 1989, após os acontecimentos de Tiananmen, Carlos Melancia vai a Pequim reunir com as autoridades chinesas, tendo sido “o primeiro representante de um país europeu a ir a Pequim depois desse episódio”. Segundo o académico, nos anos 90 a China vivia “um processo de ajustamento político e ideológico que teve repercussões não no processo de transição [de Macau], mas sim na natureza desse processo”, pois no seio do partido havia uma “luta surda entre sectores mais reformistas e ortodoxos”. O conceito “Um País, Dois Sistemas” tinha sido recentemente anunciado a pensar em Taiwan, e o primeiro-ministro chinês que assinou a Declaração Conjunta, Zhao Ziyang, acabou por “cair em desgraça três anos mais tarde”, pois, na visão de Heitor Romana, tinha sido secretário-geral do partido em Cantão e era “visto com desconfiança”. Isto porque “historicamente Cantão tinha tido relações privilegiadas com ocidentais, diga-se Portugal e Reino Unido, e essa relação próxima, comercial, política e de miscigenação gerava dúvidas quanto à lealdade desses dirigentes face aos princípios basilares do partido. O problema de Zhao Ziyang residia nesse facto”, afirmou. Melancia queixa-se Ainda relativamente ao período de governação de Carlos Melancia, falecido em Outubro de 2022, Heitor Romana lembrou uma reunião em que este lhe disse existirem “forças” que o queriam prejudicar. “Carlos Melancia disse-me que havia [essas] forças, mas não vou dizer nomes. Fiquei espantado com a franqueza dele, pois disse-me que o problema que tinha não era com a China, mas sim com Portugal e com aqueles que colaboravam consigo no gabinete.” Heitor Romana considera que a transição de Macau estava então envolvida numa teia difícil de jogos e tramas políticos. “Aí percebi que Portugal e os portugueses, Macau e a sua governação, estavam envolvidos numa trama muito complicada que poderia levar a resultados muito negativos para os interesses estratégicos de Portugal, incluindo as relações bilaterais e interesses da salvaguarda daquilo que, mais tarde, veio a ser identificado como a identidade de Macau e a sua singularidade.” Rocha Vieira, o último Entre 1990 e 1999 Heitor Romana foi assessor de Rocha Vieira, homem escolhido para ser “o último Governador de Macau” no sentido de assegurar a estabilidade necessária ao território. “Mário Soares [à época Presidente da República] tinha uma preocupação muito grande de que o próximo Governador fosse o último e que garantisse estabilidade. Já não era só a questão de irmos embora a bem, mas havia o possível efeito sistémico dos problemas gerados à volta de Macau”, e que se centravam em “jogos político-partidários que estavam muito acesos”. Havia, no fundo “questões ideológicas que também envolviam o aspecto político-partidário, pois o Governo [em Portugal, liderado por Cavaco Silva] era diferente da matriz ideológica do Presidente da República”, estando criadas “todas as condições para que não corresse bem” a transição de Macau. Vasco Rocha Vieira chegou a Macau numa fase de “vulnerabilidade e fragilidade política”, tendo gerado “uma enorme expectativa” para que “pudesse pôr ordem no território”. O novo Governador acabou por assumir, segundo o orador, “uma postura imune a todos esses processos, o que na altura suscitou muitas críticas, mas que foi eficaz”. Rocha Vieira ganhou “um espaço próprio, ajudando a definir muito bem o processo de transição até 1999 e depois”. “As autoridades chinesas perceberam que ele tinha uma personalidade muito própria e não podiam deixar de ser sensíveis nessa situação de liderança. Viam no Governador de Macau esse interlocutor desejado para que o processo [de transição] corresse bem”, disse ainda. Heitor Romana lembrou que, no processo de transição, procurou definir-se ainda a ideia de identidade própria de Macau. “Na fase final da presença portuguesa em Macau foi visível que o Governador tinha a missão da defesa e salvaguarda dos interesses de Portugal, e isso passava muito pela defesa da identidade de Macau. Era esse o elemento diferenciador, comparando com Hong Kong ou Taiwan.” Assim, a Lei Básica de Macau foi “obrigada a incorporar, de certa forma, esta visão da especificidade de Macau”. “Há uma estratégia para Macau, de Portugal, definida pelo Governador e a sua equipa, de que era importante ter uma identidade própria. O mito refundador de Macau está presente no papel do macaense, sendo um activo estratégico histórico que vai ser o eixo daquilo que é a natureza específica de Macau”, rematou.
Hoje Macau EventosSotheby’s | Colar de diamantes único do século XVIII à venda A casa de leilões Sotheby’s anunciou na segunda-feira a venda de um impressionante colar composto por 500 diamantes datado do século XVIII, uma peça de domínio técnico inigualável para a época e com origens misteriosas. Proveniente de uma colecção privada asiática, esta joia estará à venda em 11 de Novembro, em Genebra. Os leilões ‘online’ serão abertos no dia 25 de Outubro no ‘site’ da leiloeira. Composto por três fiadas de diamantes terminando numa borla de diamantes em cada extremidade, este colar, que será apresentado ao público pela primeira vez em 50 anos, está avaliado entre 1,8 e 2,8 milhões de dólares (entre 1, 6 e 2,5 milhões de euros, à taxa de câmbio actual). “É uma descoberta maravilhosa, porque normalmente as joias do século XVIII eram partidas para serem reutilizadas (…) Portanto, é absolutamente fabuloso ter uma peça intacta desta importância da era georgiana”, sublinhou à agência France-Presse (AFP) Andrés White Correal, responsável da secção de joalharia da Sotheby’s. “A joia passou de família em família. Podemos recuar até ao início do século XX, quando fazia parte da coleção do Marquês de Anglesey”, adiantou ainda. Diz-se que esta família de aristocratas usou a joia duas vezes. Uma vez durante a coroação do Rei Jorge VI (1937) e a segunda durante a coroação da Rainha Isabel II (1953), filha mais velha de Jorge VI.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhen | Pequim pede a Tóquio reacção calma ao homicídio de rapaz japonês O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse ontem ao homólogo japonês esperar que Tóquio reaja “calma e racionalmente” ao homicídio de um rapaz japonês de 10 anos em Shenzhen. Depois do ataque da semana passada na cidade do sul da China, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, exigiu uma explicação e pediu a Pequim a garantir a segurança dos cidadãos japoneses. Numa reunião com a ministra dos Negócios Estrangeiros japonesa, Yoko Kamikawa, em Nova Iorque, Wang afirmou que Pequim vai investigar e tratar o caso “de acordo com a lei”. “O Japão deve considerar esta questão de forma calma e racional e evitar politizar ou agravar o problema”, afirmou Wang, citado num comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Pequim “vai, como sempre, garantir a segurança de todos os cidadãos estrangeiros na China”, acrescentou. O rapaz de 10 anos foi esfaqueado a caminho de uma escola japonesa. Embora o motivo ainda não tenha sido confirmado, o ataque ocorreu num dia altamente simbólico, o 93.º aniversário do “Incidente de Moukden”, um ataque japonês a uma linha de caminho-de-ferro que serviu de pretexto para a invasão da Manchúria pelo Japão, em 1931, e foi um prelúdio para a longa guerra sino-japonesa. O dia 18 de Setembro é conhecido como o “Dia da Humilhação” na República Popular da China. O Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês declarou que Kamikawa “exigiu firmemente” que a China esclarecesse o caso, incluindo o motivo do homicídio, e punisse severamente o autor do crime. Kamikawa pediu ainda que Pequim tome medidas contra “mensagens maliciosas e antijaponesas nas redes sociais, incluindo as mensagens sobre escolas japonesas, sem qualquer base factual”.
Sérgio Fonseca DesportoGP | Charles Leong vai às Finais Mundiais da Lamborghini Charles Leong Hon Chio já decidiu. No fim de semana de 18 e 19 de Novembro, aquando da 71.ª edição do Grande Prémio de Macau, o vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 4 de 2020 e 2021 vai estar em Jerez de la Frontera nas Finais Mundiais da Lamborghini. O piloto da RAEM confirmou ao HM que vai participar nas Finais Mundiais da prestigiada marca italiana de automóveis de luxo no Circuito de Jerez, participando também na derradeira prova da temporada do Lamborghini Super Trofeo Asia no Lamborghini Huracán Super Trofeo Evo 2 da equipa SJM Iron Lynx Theodore Racing, partilhando o volante com a sua habitual companheira de equipa, a japonesa Miki Koyama. Com o título da categoria PRO em jogo, devido à coincidência de datas, o jovem piloto do território viu-se obrigado a escolher entre rumar ao sul de Espanha e uma possível sétima participação consecutiva no Grande Prémio de Macau. “Infelizmente, existe esta coincidência de datas da Lamborghini com o Grande Prémio, e nós estamos a fazer a temporada completa. Portanto, não posso perder a participação no campeonato”, disse ao HM, Charles Leong, reconhecendo um pouco de tristeza, porque se trata do Grande Prémio, aquela prova especial para todos os pilotos do território. Com apenas duas corridas para disputar, a dupla sino-nipónica encontra-se na segunda posição da categoria PRO, mas com menos dez pontos, o equivalente a um terceiro lugar, que o líder, o piloto britânico de Hong Kong, Dan Wells, e mais seis pontos que os terceiros classificados, Gavin Huang / Jonathan Cecotto. A decisão do título da classe PRO acontecerá no ex-circuito de Fórmula 1 nos dois dias que antecedem as Finais Mundiais da Lamborghini na pista espanhola. A última prova, em Xangai, não correu de feição para o duo da SJM Iron Lynx Theodore Racing, apesar de Leong ter liderado as corridas nas duas vezes que esteve ao volante. Para o que falta da competição, Leong deixou claro que “nós vamos continuar a lutar juntos e vamos lutar para vencer o campeonato.” A pensar no futuro Graças à boa temporada que está a fazer na competição monomarca organizada pela Lamborghini Squadra Corse, a divisão de competição da Automobili Lamborghini elegeu Leong como um dos 28 pilotos que fazem parte do “Programa de Pilotos Júnior” para jovens pilotos que competem em um dos três campeonatos regionais Lamborghini Super Trofeo (Europa, América do Norte e Ásia). O piloto de 23 anos, que está a fazer a sua primeira temporada completa em carros de GT, foi um dos três seleccionados da região asiática. Na pista a sul de Sevilha, após uma cuidada avaliação, Leong e os restantes pilotos seleccionados pela Lamborghini Squadra Corse vão participar num “shootout”. O vencedor receberá apoio financeiro do departamento de competição da marca italiana para a temporada de 2025. Mesmo que não seja seleccionado, esta foi a primeira vez que um piloto de Macau fez parte de um programa de jovens pilotos de um construtor automóvel europeu. O campeão asiático de Fórmula Renault e campeão chinês de Fórmula 4 tem sido uma presença regular no Circuito da Guia desde 2018. Depois de ter participado na prova de Fórmula 3 em 2018 e 2019, Leong alinhou na corrida de Fórmula 4 nos últimos quatro anos, tendo vencido por duas ocasiões e terminado no segundo lugar no ano passado quando a prova contou para o campeonato do sudeste asiático.
Tânia dos Santos Sexanálise VozesA gueixa e a erotização da mulher asiática O fetiche pelas mulheres asiáticas tem raízes profundas na história e continua a manifestar-se na sociedade moderna através de estereótipos culturais, representações mediáticas e dinâmicas de poder. Muitas vezes, as mulheres asiáticas são retratadas como submissas, exóticas ou sexualizadas, sendo vistas através de uma lente distorcida moldada por fantasias ocidentais. A cultura pop, através de filmes, literatura e, mais tarde, a internet, reforçou essas representações erróneas, perpetuando a visão da mulher asiática como uma figura “dócil” e “obediente”. Um dos símbolos centrais dessa erotização é a figura da gueixa — um ícone cultural no Japão que tem sido mal interpretado. Durante a dita “expansão” colonial, as mulheres asiáticas foram colocadas em estereótipos de submissão, quietude e hiper-sexualidade. Recentemente, nas plataformas de encontros online nota-se o agravamento deste problema. Estudos mostram como as mulheres asiáticas são interpeladas com comentários racialmente carregados e vindos de fetiches, como “Sempre quis estar com uma asiática”. Há quem chame a esta tendência o yellow fever. Das muitas causas para a criação do estereótipo da mulher asiática como submissa e sexualizada, trago a figura da gueixa. As gueixas, cujas origens remontam ao século XVII, são artistas e anfitriãs treinadas em diversas formas de arte tradicional japonesa. São conhecidas pelo seu domínio da música, dança, cerimónia do chá e a capacidade de manter conversas sofisticadas, muitas vezes em jantares ou eventos importantes. Ser gueixa é sinónimo de disciplina e respeito pela preservação de tradições culturais seculares. Para se tornar uma gueixa, uma mulher passa por anos de treino nas artes performativas, aprendendo a vestir elaborados quimonos, aplicar a icónica maquilhagem branca e dominar a interação social. Em vez de reconhecerem as gueixas como figuras culturais, a imaginação ocidental transformou-as em símbolos de disponibilidade sexual e submissão. A gueixa não é, e nunca foi, uma trabalhadora do sexo, como muitas vezes se assume. Esta redução das gueixas a meros objetos de desejo sexual alimentou o crescente estereótipo das mulheres asiáticas como exóticas e submissas. Não quer dizer que as suas práticas performativas não sejam dotas de sensualidade, mas estão carregadas de tradição e respeito também. Alguns exemplos de incompreensão: um pub irlandês perto da base americana de Okinawa decorou a sua entrada com duas meninas japonesas de kimono, a descobrir as suas pernas e decote. Filmes como Memórias de uma Gueixa apresentam uma versão ocidentalizada e sexualizada do papel das gueixas. Até a Kim Kardashian quis dar o nome de “Kimono” à sua marca de roupa interior, que provocou consternação no Japão. O kimono é uma peça de roupa sofisticada que as Gueixas usam em para eventos sociais – não é uma peça de roupa interior. Não é por acaso que os turistas estão agora proibidos de visitar o bairro de Gueixas em Kyoto. Talvez seja um salto astronómico, mas estes retratos sociais mal compreendidos contribuem para o universo colectivo do fetiche racial. E a par da representação popular da Gueixa poderia numerar muitas outras, como a representação da mulher vietnamita durante a guerra do Vietname, e a representação de inocência das mulheres à frente de grupos de K-Pop e J-Pop. Combater o estereótipo da mulher asiática submissa exige uma reflexão crítica sobre como a cultura e a história asiática têm sido apropriadas e deturpadas em outras partes do mundo; de como as histórias que contamos sobre a história precisam de ser reanalisadas com sensibilidade e respeito. Implica, acima de tudo, rejeitar as narrativas que reduzem as mulheres a objetos de fantasia e reafirmar a sua complexidade.
Hoje Macau EventosCURB | Exposição de fotografia inaugurada no sábado A exposição de fotografia com imagens vencedoras da última edição do concurso “Tesouros da Grande Baía – Arquitectura Vernacular na zona da Grande Baía” será inaugurada no sábado. Ji Xiang venceu o primeiro prémio, seguindo-se David Perez Casamayor e Lai Tsz Kwan, todos na secção “Área da Grande Baía – Categoria Aberta”. Segue-se, em “Grupo de Macau – Categoria Aberta” as distinções a Eduardo Leal, que captou um edifício antigo na zona do Patane, Chon Ka Hou, em segundo lugar, e Hong Keng Sio. Na categoria dedicada a jovens estudantes Jingyi Xu sagrou-se vencedor. Para este concurso foram seleccionadas 377 fotografias apresentadas por 157 participantes. O júri escolheu estes trabalhos “considerando a sua qualidade artística e técnica e originalidade de visão”. O concurso e a exposição são organizados pelo CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo, tendo como foco a arquitectura vernacular que se faz nas nove cidades que compõem o projecto político da Grande Baía, incluindo Macau e Hong Kong. A ideia foi “captar os edifícios e espaços que tornam únicas as suas onze cidades”, descreve-se numa nota. A exposição pode ser vista na galeria Ponte 9, sede do CURB, na zona do Porto Interior.
Hoje Macau EventosCasa do Mandarim | Mostra exibe legado de Zheng Guanying Será inaugurada na sexta-feira a “Exposição do Legado de Zheng Guanying”, pensador chinês que viveu entre 1842 e 1921. A mostra, organizada pelo Instituto Cultural, estará patente no Museu Memorial de Zheng Guanying, na Casa do Mandarim, dando a conhecer mais sobre a vida e o legado da figura histórica O Instituto Cultural (IC) promove, a partir de sexta-feira, a “Exposição do Legado de Zheng Guanying”, que estará patente no Museu Memorial de Zheng Guanying, na Casa do Mandarim, em memória desta personalidade intelectual chinesa que viveu entre os anos de 1842 e 1921. Segundo um comunicado do IC, a exposição “centra-se em vários temas, como as ideias de Zheng sobre reformismo, o Movimento de Auto-fortalecimento, literatura aplicada, a linhagem ancestral, iniciativas de beneficência da família de Zheng e um século de mudança na Casa de Mandarim”. Para isso são apresentados ao público mais de 100 itens, onde se incluem diversos escritos, documentos, cartas, fotografias, placas e dísticos, que revelam “a influência significativa das ideias reformistas de Zheng nos finais da dinastia Qing, as quais inspiraram o Imperador Guangxu, Sun Yat-sen, Mao Zedong e outras figuras históricas”. A família Zheng acabou por criar raízes em Macau, onde desenvolveu várias acções de beneficência. Destaque ainda para a conexão desta exposição com as infra-estruturas multimédia já existentes no museu, ficando a promessa de fornecer “uma experiência divertida aos visitantes” graças a projecções, um simulador telegráfico e a tecnologia de realidade virtual. Assim, o público poderá “aprender sobre as experiências de vida de Zheng na promoção do desenvolvimento de empresas empreendedoras na China moderna, como o Departamento Telegráfico de Xangai e a China Merchants Steam Navigation Company Limited, e compreender o impacto da sua obra ‘Advertências em Tempos de Prosperidade’ nas gerações posteriores”. Destaque ainda para a exibição de documentários e desenhos animados que irão transmitir de forma dinâmica as ideias de Zheng Guanying sobre reformismo e o Movimento de Auto-fortalecimento. Ópera na abertura Na sexta-feira a cerimónia de inauguração da exposição irá contar com um espectáculo protagonizado pela Associação de Ópera Cantonense de Marionetas de Zhongshan, que irá apresentar a nova ópera cantonense de marionetas “Zheng Guanying”, um trabalho produzido unicamente para ser apresentado nesta inauguração. Além disso, a mesma associação organiza ainda dois workshops sobre “Espectáculos de Marionetas para a Família” no museu, que se realizam no próximo sábado. Estas actividades destinam-se a “dar a conhecer os espectáculos de marionetas de Sanxiang, um item do património cultural intangível municipal de Zhongshan”. Os instrutores do workshop vão dar explicações sobre marionetas e fazer demonstrações, proporcionando uma experiência prática das técnicas de fabrico e manipulação das marionetas. As inscrições podem ser feitas na plataforma da Conta Única de Macau. Zheng Guanying era natural de Xiangshan, actual cidade vizinha de Zhongshan, na província de Guangdong. Tendo como nome original Zhangying, e um outro nome, Guanying, foi-lhe atribuído o nome Zhengxiang. Zheng foi um intelectual esclarecido, aberto ao liberalismo democrático e à ciência na China contemporânea. Foi também um industrialista, educador, literato, benfeitor e patriota entusiástico, descreve o IC. A obra “Advertências em Tempos de Prosperidade”, escrita por Zheng na sua residência de Macau, que actualmente é conhecida como Casa do Mandarim, pode ser considerada como a mais influente na sociedade chinesa da época moderna.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim promete apoiar Venezuela independentemente das circunstâncias internacionais O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, assegurou ontem que a China vai continuar a apoiar a Venezuela na defesa da sua “soberania e dignidade nacional”, independentemente das mudanças no cenário internacional. “A China e a Venezuela são bons amigos e parceiros e, independentemente da mudança das circunstâncias internacionais, a China continuará a apoiar a Venezuela na defesa da sua soberania e dignidade nacional, bem como no desenvolvimento económico e social do país”, disse Wang durante uma reunião, em Nova Iorque, com o seu homólogo venezuelano, Yván Gil, de acordo com um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Wang transmitiu as saudações do chefe de Estado chinês, Xi Jinping, e felicitou Nicolás Maduro pela sua reeleição como Presidente, uma posição que contrasta com a da União Europeia (UE), que reiterou ontem que não reconhece a legitimidade do Presidente venezuelano, segundo o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell. As declarações reafirmam a posição diplomática da UE depois de o Parlamento Europeu ter aprovado esta semana uma resolução não vinculativa que reconhece Edmundo González como o legítimo vencedor das eleições venezuelanas de 28 de Julho. “O povo venezuelano vai unir-se e ultrapassar os desafios, alcançando novos êxitos no desenvolvimento do país”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês. Amizade duradoura Gil sublinhou que, no ano passado, os Presidentes da Venezuela e da China elevaram as suas relações a uma “parceria estratégica infalível” e que este ano celebram o 50.º aniversário das suas relações diplomáticas, marcando um “momento-chave” na sua história bilateral. De acordo com o ministro venezuelano, a Venezuela é “o parceiro mais fiável da China”, empenhada em reforçar ainda mais a cooperação para benefício mútuo dos dois povos. A visita de Wang aos Estados Unidos faz parte da sua participação na 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, onde representará a China e procurará obter o apoio do Sul Global numa altura de fricção com o Ocidente. O ministro, que estará em Nova Iorque até 28 de Setembro na qualidade de enviado especial de Xi, assistirá também ao debate de alto nível do Conselho de Segurança e manterá reuniões com os seus homólogos do Grupo dos Vinte países mais desenvolvidos e emergentes (G20) e dos BRICS.