Exposição | Zhuang Hong-Yi revela “Shades of Blossoms”

A partir de 2 de Fevereiro, na galeria Artelli, no empreendimento City of Dreams, pode ser vista a primeira exposição individual de Zhuang Hong-Yi em Macau. O artista chinês reconhecido internacionalmente apresenta “Shades of Blossoms”, uma mostra que revela “uma fusão da estética oriental e ocidental”

 

A galeria Artelli, situada no City of Dreams, no Cotai, apresenta entre os dias 2 e 29 de Fevereiro a exposição “Shades of Blossoms”, do conceituado artista chinês Zhuang Hong Yi, que pela primeira vez expõe no território. Trata-se, segundo um comunicado da galeria, de uma exposição que revela “uma fusão da estética oriental e ocidental”, com uma “colecção única de obras de arte transculturais, apresentadas em paletas de cores arrojadas e motivos florais intrincados”.

Os responsáveis da exposição descrevem-na como um conjunto de “obras-primas vivas”, em que “cada pétala é criada meticulosamente para exalar uma profunda sensação de vitalidade e prosperidade”. Trata-se de quadros que representam “a beleza da natureza e da sua eterna elegância”, com “telas vibrantes que se assemelham a um canteiro de flores graciosamente arranjado quando admirado à distância”. De perto, os amantes de arte podem ver “uma tapeçaria de texturas de pétalas e um rico espectro de cores”.

Em “Shades of Blossoms”, são expostas obras em que Zhuang Hong-Yi mostra “os seus famosos canteiros de flores em camadas”, apresentando-se “uma linguagem visual de esperança e novos começos”, evocando-se também “sentimentos de felicidade, realização e rejuvenescimento”.

O artista explora, nos quadros, “narrativas e perspectivas pessoais em contos visuais, utilizando uma paleta de cores harmoniosa e emotiva que torna a sua arte simultaneamente surpreendente e intrigante”.

Desta forma, destaca a Artelli, a exposição “Shades of Blossoms” explora “o renascimento da primavera e o desabrochar das flores, formando um imaginário elegante com a interação da luz e da sombra”.

Experiência holandesa

Depois da licenciatura na Faculdade de Belas Artes de Sichuan, na China, Zhuang Hong-Yi teve a oportunidade de estudar no estrangeiro, prosseguindo os estudos em arte nos Países Baixos nos anos 90. Foi aí que o artista ligou “efectivamente as suas raízes chinesas às influências europeias”, tendo vindo a criar, ao longo da carreira, obras que “giram em torno de temas como a alegria, espiritualidade e fascínio”, reconectando “o público com a tranquilidade da natureza, ao mesmo tempo que exalam uma sensação de felicidade”.

As obras deste artista chinês pautam-se sempre por motivos florais, como símbolo de “entusiasmo, amor e busca pela vida”. As criações de Zhuang são sobretudo reconhecidas pelos canteiros de flores coleccionáveis que mudam de cor, sendo estas pinturas “uma marca distintiva” do seu trabalho.

Zhuang Hong-Yi é descrito como “um dos artistas mais influentes da China”, que “combina as suas experiências de vida na China e na Europa para moldar a sua linguagem artística distinta actual”.

As suas obras “reflectem temas, formas, cores e a utilização de materiais inspirados na cultura oriental”, misturando-se “com conceitos abstractos ocidentais”, tratando-se de uma exploração da transculturalidade por parte de Zhuang Hong-Yi.

As flores são, para o artista, uma linguagem universal, sendo pintadas de formas que divergem das normas tradicionais, uma vez que Zhuang Hong-Yi recorre a materiais como o clássico papel chinês, juntando-lhe acrílico. Desta forma, “aumenta-se a durabilidade [dos quadros]”, em que “cada peça é uma obra-prima única, impossível de replicar”.

Até à data as criações de Zhuang foram apresentadas em mais de 140 exposições individuais, bem como mais de 60 grandes feiras de arte em 18 regiões do mundo, tendo já conquistado “a admiração de coleccionadores de arte internacionais”.

26 Jan 2024

IAM | Licenciamento de bares e restaurantes simplificado

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) criou uma nova plataforma para o licenciamento de bares, cafés e restaurantes com o objectivo de “elevar a eficácia do regime de agência única para o licenciamento de estabelecimentos de comidas e bebidas, respondendo às solicitações do sector”.

Assim, através da nova secção “Plataforma de apreciação conjunta”, integrada na já existente “Plataforma para Empresas e Associações”, poderão ser feitos todos os procedimentos para o licenciamento destes espaços de restauração, nomeadamente para a obtenção da licença prévia de obra ou da realização da inspecção contra incêndios, a fim de “resolver os problemas enfrentados pelo sector”, esclarece o IAM em comunicado.

De frisar que estas mudanças surgem no contexto da entrada em vigor, ontem, do novo regulamento administrativo relativo ao “Procedimento de licenciamento de estabelecimentos de comidas e bebidas segundo o regime de agência única”, originalmente de 2003. Este diploma determina que os empresários que abrem novos negócios nesta área podem tratar online de todos os requerimentos para a obtenção de licenças numa só plataforma. Os documentos submetidos na plataforma única serão transferidos para todos os serviços públicos envolvidos no licenciamento destes espaços. Desta forma promete-se uma gestão sincronizada dos processos, reduzindo o tempo gasto com burocracias.

Esta medida inclui ainda a criação do regime de licenciamento prévio de obra, em que os requerentes, mediante a entrega da apólice de seguro, a lista de verificação técnica e declaração na plataforma, recebem um recibo válido com a licença de obra, podendo iniciar os trabalhos no dia seguinte ao da emissão do papel. A nova plataforma promete ainda simplificar os processos de vistoria.

26 Jan 2024

IC | Cancelado espectáculo com nudez e “linguagem obscena”

O Instituto Cultural (IC) cancelou o espectáculo “Made by Beauty” [Feito pela Beleza] que integrava o cartaz deste ano do festival Fringe, e que teve a sua primeira sessão esta terça-feira. Segundo a TDM Rádio Macau, a presidente do IC, Leong Wai Man, o conteúdo do espectáculo não estava de acordo com o que foi apresentado inicialmente pela companhia de teatro Miss Bondy’s Utopia na fase de candidatura ao Fringe, tendo sido sugeridas alterações ao conteúdo da peça. Contudo, a companhia não terá aceite fazer mudanças e o IC avançou para a suspensão do espectáculo.

Citada pelo jornal Ou Mun, a presidente do IC lamentou o cancelamento, mas destacou que está em causa o princípio de justiça e que não pode haver situações injustas em relação a outras companhias.

No website do Fringe lê-se que a peça foi cancelada devido a “circunstâncias imprevistas”. Ligada ao teatro físico, “Feito pela Beleza” era uma peça com algumas cenas de nudez, que questionava certos valores estéticos da actualidade, como os “lábios vermelhos, costas profundamente decotadas, minissaia, meias de vidro pretas, saltos altos”, num “mundo disparatado, em que é preciso ser-se atraente”. O espectáculo explorava, assim, “os conceitos universais da atracção fisica”, deixando de lado “a moralidade e a racionalidade”, numa fuga “de todos os problemas do mundo através do sarcasmo”. A ideia era “votar na beleza definida por nós e inspirar o mundo em redor com uma atitude astuciosa”.

O espectáculo estava classificado como sendo para maiores de 18 anos, tendo a nota “contém linguagem obscena e nudez que poderão ofender a sensibilidade de alguns espectadores”.

26 Jan 2024

Sands China | Receitas líquidas de 696 milhões de dólares em 2023

Com os resultados positivos, a empresa anunciou também que Grant Chum vai substituir Rob Goldstein como director-executivo da Sands China. Porém, o norte-americano vai manter-se como presidente do conselho administrativo

 

Ao longo do ano passado, a Sands China gerou uma receita líquida de 696 milhões de dólares americanos, de acordo com um comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, na noite de quarta-feira.

Os ganhos apresentados pela concessionária que gere os casinos The Venetian, The Parisian ou The Londoner, contrastam com as receitas líquidas negativas de 1,58 mil milhões de dólares americanos em 2022, último ano em que vigorou em Macau a política de zero casos de covid-19, adoptada à semelhança do Interior.

Em relação ao último trimestre do ano passado, as receitas líquidas da empresa foram de 288 milhões de dólares americanos, em comparação com as perdas de 348 milhões americanos do último trimestre de 2022.

Face aos resultados obtidos, Rob Goldstein apontou que reflectem a recuperação da indústria do jogo. “Estamos extremamente satisfeitos com os resultados financeiros e operacionais do semestre, que reflectem as melhorias do ambiente operacional em Macau e Singapura”, afirmou o presidente do conselho administrativo, em comunicado. “Em Macau, durante o trimestre, continuou a sentir-se a recuperação de todos os segmentos. O nosso compromisso de décadas de fazer investimentos que melhoram a atractividade comercial e turística de Macau e apoiam o seu desenvolvimento como um centro mundial de turismo e lazer, posiciona-nos para aproveitar a recuperação do sector de viagens e turismo”, acrescentou.

Trocas na gestão

Também na quarta-feira à noite, a Sands China anunciou que Grant Chum Kwan Lock vai passar a ser o novo director-executivo.

Grant Chum é promovido à posição de director executivo (CEO em inglês), assim como a presidente da Comissão Executiva, depois de exercer as funções de director das operações da Sands China desde Fevereiro de 2020. Além disso, integrou várias comissões de direcção da empresa, à qual se juntou em 2013. Antes disso, conta com uma passagem de 14 anos pelo banco de investimento UBS, na representação de Hong Kong.

Grant vai substituir no cargo Rob Goldstein, que se mantém presidente do Conselho de Administração da Sands China. O norte-americano é igualmente presidente do Conselho de Administração e director-executivo da Las Vegas Sands, empresa que controla a Sands China.

As alterações na liderança da concessionária não se ficam por aqui, Wilfred Wong, que nos últimos anos assumiu a posição de presidente da Comissão Executiva é promovido a vice-presidente do Conselho Administrativo.

26 Jan 2024

Imposto do selo | Isenção não aumenta compras de segunda casa

A Associação dos Agentes Imobiliários do Sector Imobiliário de Macau fala num ambiente de negócios difícil e pede medidas para aquecer o mercado, como permitir empréstimos de 80 por cento do valor da habitação ou eliminar o imposto de selo na compra da terceira casa

 

Uma semana após a entrada em vigor da medida de isenção do imposto do selo para a aquisição da segunda casa, o sector imobiliário indica que não se sente uma diferença na procura. As declarações foram prestadas por Chris Wong, presidente da Associação dos Agentes Imobiliários do Sector Imobiliário de Macau, ao jornal Ou Mun.

Segundo Wong, na primeira semana não houve um aumento óbvio do número das transacções motivado pela nova medida, e que a haver um aumento, na melhor das hipóteses, terá ficado abaixo das 10 transacções.

O presidente da associação justificou a situação actual do mercado com a entrada em vigor de medidas, em Janeiro, de mais restrições do crédito à habitação.

Desde Novembro do ano passado que se sabia que a partir de 2024 o valor do crédito concedido pelos bancos para a compra da primeira habitação ia ser limitado a 70 por cento. A restrição contrasta com o cenário anterior em que o financiamento podia chegar aos 90 por cento, se o imóvel custasse menos de 3,3 milhões de patacas.

Para Chris Wong, em antecipação do menor crédito, no final do ano passado, alguns empreendimentos e proprietários começaram a reduzir os preços de venda das habitações, para atraírem compradores ao abrigo das regras antigas, que permitiam empréstimos na ordem dos 90 por cento.

Porém, agora, segundo o dirigente associativo, com os empréstimos limitados, o esforço exigido aos compradores na altura de darem a entrada para a compra da casa é maior. Por isso, a nova realidade leva a que haja uma procura menor.

Chris Wong indicou igualmente que os preços não devem baixar, a não ser que os proprietários precisem de dinheiro e ofereçam um desconto de cerca de 10 por cento. Todavia, sem os descontos, o dirigente acredita que o número de transacções não vai crescer tão depressa.

Clima de incerteza

Por outro lado, o agente imobiliário apontou que há um clima de incerteza no mercado, o que também se prende com o facto de as taxas de juro estarem altas. Com as taxas para depósitos em dólares americanos a render juros de quatro a cinco por cento, Chris Wong explicou que as pessoas têm cada vez mais vontade de fazer depósitos, porque o retorno é mais estável, em vez de investirem no imobiliário.

Nesta situação, o presidente da Associação dos Agentes Imobiliários do Sector Imobiliário de Macau afirmou que o número de transacções mensais deve variar entre 100 a 200, a não ser que haja haver uma descida dos juros.

Os agentes imobiliários esperam assim que o Governo lance mais medidas para aumentar as vendas e sugerem que se permita empréstimos para a habitação que possam chegar a 80 por cento do valor da compra e a eliminação do imposto de selo para quem compra uma terceira habitação em Macau.

Segundo Chris Wong se houver mais medidas de incentivo à compra de habitação, não se verificam riscos para o mercado devido ao excesso de endividamento, porque ao longo dos anos as autoridades locais de fiscalização têm dado provas da sua competência.

26 Jan 2024

Saúde | Governo organiza sessões sobre nova lei de fertilização

A lei que regula as técnicas de procriação medicamente assistida, que ajudam mulheres com dificuldades em engravidar, entra em vigor a 11 de Fevereiro e, nesse sentido, serão organizadas diversas sessões de esclarecimento, cujas inscrições começaram ontem.

Segundo um comunicado dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), a primeira sessão decorre dia 6 de Fevereiro no terceiro andar do centro de saúde da Areia Preta, entre as 18h e as 20h, decorrendo apenas em chinês. Segue-se a segunda sessão, já com tradução para português, no dia seguinte, no mesmo horário e local.

A legislação em causa determina que as técnicas de procriação medicamente assistida só podem ser realizadas em hospitais públicos ou em unidades autorizadas para essas práticas médicas, nomeadamente fertilização in vitro ou inseminação artificial. Além disso, é obrigatório que os hospitais tenham instalações e equipamentos de emergência e de ginecologia. O diploma prevê que estas técnicas só possam ser usadas em situações específicas, em casais unidos pelo casamento ou união de facto, afastando solteiros ou relações entre pessoas do mesmo sexo.

As técnicas podem ainda ser usadas no caso de se registarem doenças graves dos filhos ou em que haja risco de transmissão de doenças graves de origem genética. Além disso, só pode haver um diagnóstico por parte de médicos que exerçam em hospitais públicos ou em unidades de procriação medicamente assistida.

26 Jan 2024

Obras Ilegais | Demolições voluntárias atingem novo recorde

Um total de 129 obras ilegais foram demolidas voluntariamente pelos donos, um recorde de acordo com os dados da Direcção de Serviços de Solos e Construção Urbana. Também o número de processos instaurados, foi o mais alto desde 2019

 

No ano passado, cerca de 129 obras ilegais foram destruídas voluntariamente pelos proprietários, de acordo com os dados revelados ontem pela Direcção de Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU). Este é o número mais elevado desde 2019 e mostra um aumento de 32 por cento por cento face a 2022.

Segundo os dados publicados ontem pela DSSCU, apesar do impacto da pandemia, dos testes em massa e de períodos em que as autoridades consideravam que apenas era legal sair de casa para fazer compras de primeira necessidade, em 2022 foram demolidas voluntariamente 98 obras ilegais. O valor revela um crescimento face a 2021, quando tinha havido 78 demolições voluntárias e 2020, quando as demolições foram 75.

No entanto, antes da pandemia, em 2019, o número de demolições tinha atingido as 90 ocorrências. Os dados publicados ontem pela DSSCU têm como último ano de referência 2019, pelo que não permitem comparações com períodos anteriores. No ano passado, também se bateu o recorde de processos instaurados devido a obras ilegais com um total de 1.114 processos.

Segundo a DSSCU, até ao ano passado, o maior número de processos tinha sido instaurado em 2019, com um registo de 1.102 casos. Contudo, durante os anos da pandemia, houve uma redução dos processos instaurados com 869 em 2020, 834 em 2021 e 723 em 2022.

Notificações e Arquivamentos

No pólo oposto, no ano passado registou-se o menor número de processos em que os envolvidos foram notificados com uma decisão final.

A notificação final significa que os infractores são avisados pela DSSCU da necessidade de demolirem as obras ilegais e reporem a normalidade da situação, dentro do prazo indicado. Se ignorarem a notificação, a DSSCU avança para as obras de demolição e apresenta as contas aos proprietários.

No ano passado, apenas 17 casos resultaram na notificação final, em comparação com os 47 casos de 2022. Antes disso, em 2021, registaram-se 67 ocorrências com notificação final, uma subida face a 2020, quando 37 processos tiveram este desfecho. Em 2019, o número foi de 53 notificações.

Além destes processos, houve ainda 45 arquivamentos no ano passado. O arquivamento é a fase em que se considera que as questões com as obras ilegais estão resolvidas e que foi feita a demolição, quer por iniciativa da DSSCU quer pelos infractores.

O número de arquivamentos no ano passado foi o mais baixo desde 2019, aproximando-se do registo de 2022, quando se contabilizaram 48 arquivamentos. O maior número foi alcançado em 2021, com 70 arquivamentos, enquanto em 2020 e 2019 se registaram 66 e 63 arquivamentos, respectivamente.

26 Jan 2024

Mercados | Deputado preocupado com bancas vazias

Ngan Iek Hang quer saber como é que o Governo vai resolver o problema das bancas vazias nos mercados do território. O assunto foi abordado numa interpelação escrita divulgada ontem pelo gabinete do deputado ligado aos Moradores de Macau.

“Em Outubro do ano passado, as autoridades anunciaram que havia 273 bancas de venda vazias nos mercados, a maioria da qual para o comércio de vegetais. Qual é a situação actual?”, perguntou o deputado. “Qual é o mercado mais afectado pelas bancas vazias? E quando é que vão fazer novos concursos de atribuição de bancas?”, acrescentou.

Ngan Iek Hang questiona também se poderá haver um levantamento das restrições dos produtos que são vendidos nas bancas, para haver uma oferta mais variada.

Por outro lado, o legislador quer saber se há planos do Executivo para fazer com que os mercados sigam as novas tendências e utilizem meios electrónicos. Ngan Iek Hang defende que o Governo pode instalar meios para divulgar o número de clientes que entram no mercado e para tentar perceber quais são os produtos mais procurados.

Por outro lado, o deputado quer saber se há planos para inovar a nível do “desenho interior” dos mercados e aproveitar melhor as vantagens de vender alimentos frescos. Ngan Iek Hang procura ainda saber se pode haver uma maior cooperação entre o vendedores das bancas, de forma a criar mercados com “características locais” e novas experiências para os residentes, o que no seu entender pode aumentar o número de clientes.

26 Jan 2024

Jockey Club | Leong Hong Sai questiona aproveitamento do terreno

Várias vozes da sociedade têm questionado o futuro aproveitamento do terreno onde se situa o Macau Jockey Club. Desta vez, é o deputado Leong Hong Sai que pede explicações ao Governo e alerta para que se evitem os erros cometidos na gestão do terreno do Canídromo

 

O fim do Macau Jockey Club deixou várias incertezas quanto ao uso que se dará ao enorme terreno situado no centro da Taipa. O deputado Leong Hong Sai, ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM) pede, em interpelação escrita, que o Governo anuncie o mais cedo possível como será aproveitado o terreno, defendendo o seu uso para a realização de espectáculos de teatro e índole artística. O deputado sugeriu também que poderia ser criado um museu para contar a história das corridas de cavalos em Macau.

Leong Hong Sai recorda que, segundo o Plano Director, o terreno fica numa zona destina a habitação, turismo e diversões, pelo que existem limitações quanto ao seu aproveitamento.

“Caso se faça o planeamento segundo o Plano Director, o uso do terreno será limitado, mas caso o Governo queira outras condições para a utilização do solo, será inevitável alterar o Plano Director. Qual é então a posição do Governo quanto ao uso do terreno do Jockey Club?”, questionou.

Evitar repetições

O deputado ligado à UGAMM lembrou ainda a situação do terreno do Canídromo, onde existiram, durante décadas, apostas em corridas de galgos e que fechou portas em 2018, estando ainda sem qualquer utilização definitiva.

Nesse sentido, Leong Hong Sai defende um uso provisório para o terreno do Jockey Club. “Sugiro que o Governo alugue parte dos terrenos para fins comerciais para facilitar a gestão, a fim de não se repetir a história do Canídromo, evitando perder-se claros benefícios económicos”, acrescentou.

O deputado entende que, uma vez que o terreno do Jockey Club tem uma boa localização na Taipa, numa zona com muita densidade populacional, pelo que, se o aproveitamento do espaço correr bem, pode “trazer benefícios sociais e económicos consideráveis”.

Leong Hong Sai revela ainda preocupação com a situação dos cavalos usados nas corridas, um total de 290, lembrando que o Governo colocou a possibilidade de os animais serem enviados para o interior da China para serem utilizados por clubes de hipismo.

Contudo, o deputado lembrou que, em Macau, também há uma escola de equitação, ligada ao Jockey Club, questionando se as autoridades podem comunicar com a concessionária para que parte dos cavalos fiquem no território. Recorde-se que a empresa gestora do Jockey Club e o Governo acordaram a cessão do contrato de concessão, que termina em Abril.

26 Jan 2024

Nova biografia do escritor Luís de Camões deverá sair em Junho

Uma biografia de Luís de Camões vai ser publicada em Junho, nos 500 anos do poeta, mostrando o homem por detrás do mito, num trabalho de cinco anos de Isabel Rio Novo, que lhe trouxe “muitas surpresas”.

Este é o segundo volume da colecção de “Biografias de Grandes Figuras da História de Portugal”, que arrancou em 2020 com a biografia do Marquês de Pombal, e que conta com o apoio do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e da Fundação Oriente.

Para a editora, o quinto centenário do nascimento de Camões proporcionava uma oportunidade singular para reflectir sobre o legado de um poeta amplamente presente tanto na literatura quanto na identidade portuguesa.
Por isso, para Isabel Rio Novo, não se tratava apenas da biografia de mais um grande vulto, mas de “toda essa carga de sentido que atribuímos a Camões”.

O trabalho, que se iniciou em 2019 e está em fase de conclusão, obrigou a autora a mergulhar a fundo em todas as biografias antigas e recentes, na pesquisa de fontes conhecidas e na reunião de informação que estava dispersa.

Contactos em Goa

Foi então à distância, devido à pandemia, que contactou com pessoas que lhe deram informações, que lhe enviaram documentos e de quem recebeu pistas de investigação. Já sem restrições de viagem a autora foi à “velha Goa que resta dos tempos de Camões”, e à ilha de Moçambique, “onde Camões viveu dois anos, na altura em que queria regressar a Portugal.”

A viagem a Goa revelou-se mais frutífera do que esperava, pois encontrou um grupo de investigadores do Laboratório Hércules, da Universidade de Évora, que lá se encontrava no âmbito de um trabalho de análise de retratos dos diversos vice-reis da Índia, e que a ajudaram numa descoberta que acabara de fazer.

“Descobri o paradeiro de um retrato [de Luís de Camões] revelado em 1972 e que andava extraviado. Graças à minha obstinação, encontrei esse retrato, de que se tinha perdido o paradeiro, num coleccionador privado”, contou. Com a ajuda do grupo Hércules, esse retrato foi analisado, e foi atestada a sua veracidade.

Para escrever a biografia de Luís de Camões, a escritora estudou muito bem a época, porque “em biografias históricas, a época não é apenas um pano de fundo, os indivíduos são a sua época. Há conceitos que no século XVI têm sentidos que se foram perdendo ao longo dos séculos.”

Para Isabel Rio Novo, o difícil neste tipo de biografias é reconstituir a época com o máximo rigor possível, mas, por outro lado, o facto de esta biografia ser recente “beneficia de todos os contributos prévios que foram sendo feitos ao longo do tempo.”

Por isso, a obra biográfica que agora vai ser publicada é acompanhada por uma “enorme quantidade de notas de rodapé”, explicou. A autora promete que “o resultado final vai trazer muitas surpresas”, embora reservando-as para a publicação do livro.

Além disso, dará ao leitor “a percepção de homem que existiu antes de ser um mito” e “dá um avanço decisivo no conhecimento” que se tem hoje em dia. “As cartas em prosa são um bom exemplo de informação conhecida, mas que, por o seu conteúdo ser avesso ao discurso oficial sobre o poeta, foi quase sempre descurada do ponto de vista biográfico.”

Segundo a investigadora, o retrato que sai desta biografia “não é o que ensinam na escola, a ideia de que grandes escritores nascem quase figuras consagradas.”

“Fui-me divertindo raspando a patine do busto e descobri o homem que existe por baixo dessas camadas de sentido que lhe fomos acrescentando”, disse, afirmando: “Camões foi um indivíduo do seu tempo, genial do ponto de vista do talento e da capacidade de reflectir sobre a vicissitude da sua existência, mas enquadrado no seu tempo.”

25 Jan 2024

Músico português Sérgio Godinho lança terceiro romance

O músico Sérgio Godinho vai lançar no dia 8 de Fevereiro um novo romance, desta vez ambientado em Guimarães e no norte de França, uma história de encontros e desencontros que atravessa várias gerações e línguas, anunciou a editora Quetzal.

“Vida e morte nas cidades geminadas” é o regresso de Sérgio Godinho ao romance, depois de se ter aventurado pela primeira vez neste género literário em 2017, aos 71 anos, com “Coração mais que perfeito”, a que se seguiu, em 2019, o ‘thriller’ “Estocolmo”, todos editados pela Quetzal.

Neste novo romance, o escritor transporta o leitor até Guimarães e ao norte de França, em Compiègne, ao encontro da portuguesa Amália, que canta fados em ré e tem o apelido Rodrigues, e do francês Cédric, que trabalha na morgue local.

Tudo começa com um diálogo insólito, e já um pouco alcoolizado, do qual resulta a geminação daquelas duas cidades, uma em França e outra em Portugal, descreve a editora. Esta geminação traz para a história outras personagens, que vivem em redor de Amália e Cédric, e que completam a ligação entre aqueles dois mundos que, antigamente, conheciam os trânsitos da emigração e da pobreza.

A escrita em várias formas

Apesar de ser conhecido sobretudo pelos discos, que edita desde a década de 1970, Sérgio Godinho tem canalizado a escrita criativa para outros géneros, como teatro, argumento para cinema, ficção para crianças, poesia e contos.

Antes dos romances, o autor já se tinha estreado na ficção com um conjunto de contos intitulado “VidaDupla” (2014), tendo também publicados já dois livros de poesia “O sangue por um fio” (2009) e “Palavras são imagens são palavras” (2021).

Sérgio Godinho nasceu no Porto, onde viveu até aos 20 anos, altura em que saiu de Portugal. Estudou Psicologia em Genebra durante dois anos, foi ator de teatro e começou a exercitar a escrita de canções nos finais dos anos 1960, sendo de 1971 o seu primeiro álbum, “Os Sobreviventes”, a que se seguiram mais 30 editados até aos dias de hoje.

Da escrita de música passou para a escrita de outros géneros, como guiões de cinema (“Kilas, o Mau da Fita”), peças de teatro (“Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles!”), séries de televisão, histórias infantojuvenis (“O Pequeno Livro dos Medos”), crónicas (“Caríssimas Quarenta Canções”), entre outras.

25 Jan 2024

Fórmula E | Di Grassi sugere Circuito de Macau para os próximos carros

Lucas Di Grassi, o piloto brasileiro que venceu o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 2005, e um dos pilotos com mais provas disputadas no Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E, sugere que o Circuito da Guia seria o palco ideal para provar a performance da próxima geração de viaturas eléctricas de competição

 

Numa altura em que o Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E já trabalha na quarta geração de monolugares, a chamada Gen4, cuja introdução está prevista para a temporada de 2026/2027, Lucas di Grassi acredita que o desempenho destes carros irá traduzir-se numa maior rapidez e performance, o que significa que a competição estreada em 2014 pode finalmente ambicionar correr nos grandes palcos do automobilismo, em vez de circuitos citadinos improvisados e com pouco carisma. O piloto paulista sugere o exigente Circuito da Guia como a bitola para a próxima geração de monolugares propulsionados a electricidade.

“Em termos de desempenho, eu teria exigido que o Gen4 pudesse correr em todo o Circuito da Guia de Macau e que, pelo menos numa volta de qualificação, fosse mais rápido do que os carros de Fórmula 3 e GT3. Para mim, isso seria um grande indicador de que seguimos na direção certa”, referiu o ex-piloto de F1 numa crónica escrita na reputada revista inglesa Autosport.

A próxima geração de carros de Fórmula E, a construir pela francesa Spark Racing Technology, terão quatro rodas motrizes e serão capaz de debitar 600kW (cerca de 800cv). A Bridgestone será o fornecedor de pneus, enquanto a Marelli irá ser responsável pelo “powertrain” e a Podium Advanced Technologies pelas baterias.

“A essência da Fórmula E são as corridas em circuitos citadinos”, referiu o actual piloto da ABT Cupra. “O melhor circuito urbano do mundo é Macau, portanto qual o melhor lugar que deveremos ambicionar (um dia correr) tendo o carro mais rápido?”

Sugestão da FIA

Recorde-se que em 2013, Jean Todt, visitou o Grande Prémio de Macau no sexagésimo aniversário do evento, e o então presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA) disse à imprensa que faria todo o sentido que o campeonato de carros eléctricos, que na altura estava a dar os seus primeiros passos, tivesse um dia um evento na RAEM. Terão existido até contactos para que o campeonato realizasse um evento no território, mas a resposta de Macau terá sido “vamos esperar para ver”, pois a competição precisava de tempo para amadurecer.

Com o Circuito da Guia a ser incompatível com as necessidades dos monolugares eléctricos da altura e com o território sem grande vontade em realizar corridas numa outra localização, a vizinha Hong Kong acabou por avançar com a sua etapa da Fórmula E – em 2016, 2017 e 2019 – acabando por a perder em 2019 com a pandemia.

Regresso ao Interior da China

O Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E regressa ao Interior da China este ano, um país que serviu de palco para estreia do campeonato em 2014. Depois de passagens por Pequim, pela ilha de Sanya e pela Região Administrativa Especial de Hong Kong, a competição de monolugares eléctricos vai finalmente cumprir o sonho de competir em Xangai. Após estudadas várias alternativas, a organização do campeonato decidiu que o ideal era mesmo utilizar o Circuito Internacional de Xangai. Os carros da Fórmula E não vão usar o circuito do Grande Prémio da China de Fórmula 1, mas sim um traçado alternativo e mais curto, muito mais adequado às performances destes carros que necessitam de vários pontos de travagem para regenerarem energia.

25 Jan 2024

Mar Amarelo | Coreia do Norte dispara mísseis de cruzeiro

As tensões entre as duas Coreias mantêm a rota ascendente, à medida que o Norte continua a disparar mísseis na região
A Coreia do Norte disparou ontem vários mísseis de cruzeiro para o mar Amarelo, de acordo com o exército sul-coreano, numa altura em que a tensão entre Seul e Pyongyang tem vindo a aumentar.

“O nosso exército detectou vários mísseis de cruzeiro lançados pela Coreia do Norte em direcção ao mar Amarelo” por volta das 07:00, declarou, em comunicado, o Estado-maior sul-coreano.

“As especificações detalhadas estão a ser analisadas de perto pelos serviços secretos sul-coreanos e norte-americanos”, acrescentou. Os testes de mísseis de cruzeiro não são abrangidos pelas sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte, ao contrário de mísseis balísticos e de armas nucleares.

Os lançamentos ocorrem numa altura em que a Coreia do Sul realiza, até hoje, um exercício das forças especiais, ao largo da costa oriental do país, “à luz dos graves problemas de segurança” com o Norte, de acordo com a marinha sul-coreana.

“Vamos cumprir a nossa missão de nos infiltrarmos profundamente em território inimigo e neutralizá-lo completamente, sejam quais forem as circunstâncias”, afirmaram as autoridades militares, em comunicado. As tensões entre as duas Coreias aumentaram nos últimos meses, quando os dois vizinhos riscaram acordos alcançados em 2018 para evitar incidentes armados, aumentaram os recursos militares na fronteira e realizaram exercícios de artilharia com munições reais perto do território um do outro, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).

Pólos rivais

Na semana passada, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, declarou o Sul como “principal inimigo” do país. Dissolveu, além disso, as agências governamentais dedicadas à reunificação e aos contactos com o Sul e ameaçou com guerra se Seul invadir território norte-coreano, “nem que fosse 0,001 mm”.

Kim pediu ainda alterações constitucionais para permitir ao Norte ocupar Seul em caso de guerra, de acordo com a agência de notícias oficial da Coreia do Norte.

No final de Dezembro, o dirigente ordenou a aceleração dos preparativos militares para uma guerra que podia “ser lançada a qualquer momento” e denunciou uma “situação de crise persistente e incontrolável”, iniciada por Seul e Washington com exercícios militares conjuntos na região, disse.

O discurso também subiu de tom na Coreia do Sul, com o Presidente Yoon Suk-yeol a avisar que Seul vai retaliar “várias vezes” em caso de provocação e a salientar as “capacidades de resposta esmagadoras” do exército do país. Nos últimos meses, a Coreia do Norte intensificou os testes de armas proibidas pela ONU.

No início de Janeiro, Pyongyang lançou um míssil hipersónico, de combustível sólido, além de ter disparado munições reais perto da fronteira marítima com o Sul, provocando ordens de evacuação em várias ilhas sul-coreanas próximas da costa norte-coreana. Seul retaliou com exercícios na mesma região, na costa oeste da península.

Na sexta-feira, Pyongyang anunciou ter testado um “sistema de armas nucleares submarinas” em resposta às manobras navais efectuadas pela Coreia do Sul, pelos Estados Unidos e pelo Japão nas águas a sul da península. A Coreia do Norte também conseguiu colocar em órbita um satélite de reconhecimento militar no final de 2023, após ter recebido ajuda tecnológica da Rússia em troca do fornecimento de armas para a guerra na Ucrânia, acusou Seul.

25 Jan 2024

China | Reservas obrigatórias dos bancos reduzidas para impulsionar a economia

O Banco Popular da China anunciou ontem que vai reduzir o rácio de reservas que os bancos devem manter, com o objectivo de impulsionar a economia em desaceleração. O anúncio provocou um aumento dos preços das acções nos mercados chineses, com o índice de referência de Hong Kong a subir 3,6 por cento.

As praças financeiras chinesas definharam nos últimos meses, com os investidores a retirarem dinheiro, desencorajados por uma recuperação vacilante após o país abdicar da política de ‘zero casos’ de covid-19.

No início da semana, surgiram informações não confirmadas de que o Governo tencionava fazer com que as empresas públicas de investimento canalizassem fundos ‘offshore’ para os mercados, a fim de ajudar a estancar as perdas. As medidas do banco central parecem fazer parte de um esforço concertado para estabilizar os mercados e incutir maior confiança nas perspectivas da segunda maior economia do mundo.

O governador do banco central, Pan Gongsheng, disse que as reservas obrigatórias de depósito seriam reduzidas em 0,5 por cento a partir de 5 de Fevereiro, adiantando que a medida injectaria cerca de 1 bilião de yuan na economia.

Em conferência de imprensa, o responsável afirmou que o banco central também planeia emitir em breve um plano de empréstimos para empresas de construção, visando apoiar a indústria, que enfrenta uma grave crise de liquidez. A economia da China está a recuperar e isto permite uma ampla margem de manobra para as políticas.

“Actualmente, os riscos financeiros do nosso país são geralmente controláveis, as operações globais das instituições financeiras são sólidas e os mercados financeiros estão a funcionar sem problemas”, afirmou.

Ressalto financeiro

A economia chinesa acelerou no último trimestre de 2023 e fixou a taxa anual de crescimento em 5,2 por cento, correspondendo ao objectivo estabelecido pelo Governo chinês, segundo dados oficiais divulgados este mês. Esta aceleração reflecte o efeito base de comparação face à paralisia da actividade económica no ano anterior, suscitada pela política de ‘zero casos’ de covid-19.

O PIB da China cresceu 3 por cento em 2022, uma das taxas mais baixas dos últimos 40 anos. Numa base trimestral, a economia cresceu 1 por cento no quarto trimestre, abrandando em relação à expansão de 1,3 por cento registada entre Julho e Setembro do ano passado.

25 Jan 2024

Fãs de Ronaldo invadem hotel do Al Nassr após adiamento da digressão na China

Adeptos chineses desiludidos com a decisão do Al Nassr de cancelar jogos particulares na China, devido a lesão de Cristiano Ronaldo, invadiram na terça-feira o hotel onde a equipa estava hospedada, para tentar ver o português. Ronaldo é a principal atracção para os adeptos chineses e, sem ele, foi decidido que o melhor seria adiar as partidas frente ao Shanghai Shenhua e ao Zhejiang, para data a anunciar.

“Como sabem, no futebol há coisas que não se podem controlar”, afirmou o português, em conferência de imprensa, na cidade de Shenzhen, no sudeste da China. “Vamos voltar para fazer o povo chinês feliz, é esse o meu objectivo. Quero jogar para vocês. Não fiquem tristes porque eu estou triste e espero que compreendam as circunstâncias de um jogador de futebol”, vincou.

Milhares de adeptos, que viajaram de toda a China para assistir aos jogos, acorreram então ao hotel, o Mandarin Oriental. Os funcionários não conseguiram resistir aos avanços e algumas dezenas conseguiram entrar no átrio, segundo vídeos difundidos nas redes sociais.

Outro vídeo mostra os adeptos no exterior do hotel a gritarem repetidamente o nome de Ronaldo. A polícia acabou por ser chamada e conseguiu restabelecer a ordem, de acordo com a imprensa local. Na rede social chinesa Weibo, o pedido de desculpas de Ronaldo foi o tema mais comentado na terça-feira, com mais de 19 milhões de visualizações.

Os bilhetes para os dois jogos esgotaram-se poucas horas depois de terem sido postos à venda no início de janeiro. Os organizadores declararam que seria criado um “canal de reembolso incondicional o mais rapidamente possível”.

Apesar do adiamento das partidas, o Al Nassr viajou para a China, incluindo Ronaldo, e ontem emitiu um comunicado manifestando a disponibilidade para continuar em solo chinês em estágio, enquanto se encontram novas datas.

“C Luo”, Cristiano Ronaldo em chinês, é o português mais conhecido na China, onde o futebol tem tido renovado interesse, à medida que o Governo chinês almeja colocar a seleção do país entre as melhores do mundo. A selecção chinesa falhou na segunda-feira a qualificação para os oitavos de final da Taça Asiática, após dois empates em três jogos na fase de grupos, em que não marcou qualquer golo.

A Associação Chinesa de Futebol (CFA, na sigla em inglês), o organismo estatal que funciona como uma federação, está envolvida em vários casos de corrupção. Cerca de dez responsáveis da CFA, incluindo o antigo presidente Chen Xuyuan, foram afastados em 2022, por suspeitas de corrupção.

Chen admitiu ter recebido grandes quantidades de dinheiro de jogadores do mundo do futebol que queriam cair nas suas boas graças. Também o ex-treinador da selecção chinesa de futebol Li Tie confessou recentemente ter pago o equivalente a cerca de 400 mil euros para garantir a sua contratação, em Janeiro de 2020.

25 Jan 2024

Xinjiang | Milhares forçados a abandonar as casas após terramoto de 7,1

O forte terramoto de terça-feira, ao qual se seguiram várias réplicas, obrigou à deslocação de milhares de pessoas numa altura em que uma vaga de frio afecta a região

 

As réplicas que sucederam a um terramoto ocorrido na terça-feira continuaram ontem a abalar o oeste da China, enquanto mais de 12.000 pessoas permanecem em tendas e outros abrigos, acendendo fogueiras para se protegerem do tempo gelado. No dia anterior, um terramoto de magnitude 7,1 numa zona remota da região chinesa de Xinjiang matou três pessoas e deixou cinco feridos, tendo danificado centenas de edifícios.

O terramoto causou danos significativos no meio de temperaturas geladas, mas o número de mortos e feridos foi relativamente baixo, devido à escassa população em torno do epicentro, na vila de Uchturpan, perto da fronteira com o Cazaquistão. As imagens exibidas pela televisão estatal CCTV mostram pessoas a comerem massa instantânea em tendas, com fogueiras a aquecer.

Jian Gewa, um estudante de 16 anos de Uchturpan, disse que estava na casa de banho quando o tremor começou. O edifício inteiro tremeu violentamente. “Só pensei que tinha de me pôr em segurança o mais depressa possível”, disse Jian, citado pela Associated Press.

Este jovem foi retirado para uma escola, juntando-se a cerca de 200 outras pessoas. As autoridades locais disseram que planeavam verificar a estabilidade das casas antes de as pessoas poderem regressar. O terramoto atingiu uma zona escassamente povoada, com aglomerados de cidades e aldeias espalhadas por uma paisagem invernal árida.

Uma autoestrada de duas faixas vai da cidade de Aksu, a cerca de 125 quilómetros, até à zona, atravessando planícies de um lado e afloramentos escarpados do outro. As linhas eléctricas e uma fábrica de cimento ocasional são praticamente os únicos sinais da presença humana.

Impacto do sismo

Na prefeitura de Kizilsu Kirgiz, o terramoto causou danos em 851 edifícios, fazendo ruir 93 estruturas perto do epicentro e matando 910 animais, de acordo com o vice-secretário do Partido Comunista da prefeitura, Wurouziali Haxihaerbayi.

A prefeitura enviou mais de 2.300 socorristas e a vila de Akqi evacuou 7.338 habitantes. No total, foram evacuadas 12.426 pessoas. As equipas de salvamento vasculharam os escombros enquanto equipamento de sobrevivência de emergência, incluindo casacos e tendas, foram enviados para ajudar os milhares de pessoas que fugiram das suas casas.

“Este terramoto de magnitude 7,1 é muito forte, mas a situação dos mortos e feridos não é grave”, declarou Zhang Yongjiu, chefe da Administração de Terramotos de Xinjiang, em conferência de imprensa. O epicentro do terramoto foi numa área montanhosa a cerca de 3.000 metros acima do nível do mar, disse Zhang.

Na aldeia de Yamansu, cerca de 115 pessoas estavam alojadas numa sala de reuniões do Partido Comunista, com as suas roupas de cama cuidadosamente enroladas na manhã de ondem, em cima de cinco longas filas de camas de metal. O pessoal médico estava à disposição para examinar os residentes mais idosos. A CCTV disse que 1.104 tremores secundários, incluindo cinco de magnitude superior a 5,0 foram registados até às 08:00 da manhã de quarta-feira. O maior registou uma magnitude de 5,7.

Entre os edifícios danificados, 47 casas ruíram, segundo publicou o governo da Região Autónoma de Xinjiang Uygur na sua conta oficial da rede social Weibo na terça-feira.

25 Jan 2024

Herança | Mulher e cúmplices detidos por falsa declaração

Uma mulher de 70 anos, residente, preencheu uma falsa declaração sobre os bens do irmão falecido para se tornar na única herdeira, tendo sido detida juntamente com mais três cúmplices. Segundo o jornal Ou Mun, o irmão da detida morreu em 2016, altura em que esta tratou das burocracias inerentes ao funeral na casa dele, tendo descoberto o cartão de um dos cúmplices da falsificação, de apelido Lok.

A mulher contactou Lok para dar apoio aos assuntos relacionados com o falecido, tendo sido informada de que este detinha em Macau três imóveis, tendo proposto o pagamento de um milhão de patacas a Lok para a ajudar a preencher uma falsa declaração. Lok arranjou então mais três cúmplices para que, juntos, assinassem um documento no cartório que confirmava a mulher como única herdeira.

O falecido tinha, contudo, um sobrinho que era o herdeiro legal, que só descobriu a existência de uma herança no ano passado. Suspeitando estar a ser prejudicado, o homem denunciou a situação às autoridades. O caso já foi encaminhado para o Ministério Público, sendo a mulher e os restantes cúmplices suspeitos da prática de crime de burla com valor elevado e falsificação de documentos. A PJ está ainda em busca de um suspeito em fuga, o terceiro cúmplice que se juntou a Lok.

25 Jan 2024

Zhuhai | Residente de Macau morre em acidente de viação

Um residente de Macau perdeu a vida em Zhuhai envolvido num acidente de trânsito. A informação foi divulgada pelas autoridades de Macau, após terem sido informadas pelas congéneres do outro lado da fronteira. Segundo o relato apresentado, pelo Jornal Ou Mun, os pormenores do acidente ainda são poucos, e os motivos da colisão estão a ser investigados pela polícia de Zhuhai.

A vítima tinha 60 anos e circulava numa mota eléctrica que foi atingida por trás por uma carrinha. O acidente aconteceu no Bairro de Baiteng, no Distrito de Doumen, a cerca de 20 quilómetros de Macau, por volta das 6h23 da manhã. Após a colisão, o homem caiu no chão inconsciente e foi enviado para um hospital local. No entanto, apesar dos esforços das equipas de salvamento o homem acabou mesmo por morrer devido aos ferimentos sofridos com a colisão.

Com a fatalidade anunciada na terça-feira, regista-se o segundo caso de um residente de Macau a morrer num acidente de viação em Zhuhai em menos de cinco meses. No final de Setembro do ano passado, uma criança com 10 anos morreu num acidente de viação no túnel de Gongbei, em Zhuhai, onde habitava, apesar de frequentar a Escola Portuguesa de Macau.

Desde o ano passado que foi a implementada a política que permite aos veículos de Macau circularem na Província de Cantão. A medida tem sido altamente popular, com uma grande corrida às quotas existentes para atravessar a fronteira de carro. Quando a medida foi lançada, a informação oficial indicava existirem cerca de 80 mil veículos que reuniam condições para poderem circular para o outro lado da fronteira.

25 Jan 2024

Orquestra | Secretária ignora decisão do tribunal e extingue concurso

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura extinguiu o concurso público para o preenchimento de uma vaga na Orquestra Chinesa de Macau depois do tribunal ter dado razão a uma candidata que contestou os resultados. Tribunal de Segunda Instância obriga agora Elsie Ao Ieong U a republicar lista final com nova classificação de candidatos

 

Elsie Ao Ieong U, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, extinguiu um concurso público para o preenchimento de uma vaga na Orquestra Chinesa de Macau (OCM) a 15 de Junho de 2022 ignorando a decisão, de 12 de Maio do mesmo ano, do Tribunal de Segunda Instância (TSI), que deu razão a uma das candidatas que contestou a classificação final obtida nesse mesmo concurso.

A decisão do TSI, que à data da extinção do concurso já transitava em julgado, obrigava a secretária a publicar nova lista de classificações em que seria atribuída à candidata recorrente “uma classificação final mais elevada do que a da contra-interessada”.

Um novo acórdão do TSI, ontem divulgado, vem agora obrigar a secretária a publicar uma nova lista de candidatos seleccionados com as novas classificações.

O caso remonta a 17 de Março de 2021, quando o IC publicou, em Boletim Oficial, a lista classificativa final dos candidatos ao concurso para o preenchimento de uma vaga na categoria de técnico superior de segunda classe, primeiro escalão, na área da música chinesa da OCM.

Uma das candidatas recorreu da nota obtida, um recurso que foi rejeitado pela secretária. A mulher em questão recorreu depois da decisão de Elsie Ao Ieong U junto do TSI, tendo este tribunal entendido que, ao analisar os currículos dos candidatos ao trabalho, “a Administração não ponderou que, entre 2012 e 2017, [a candidata] tinha prestado serviços ao IC em regime de contrato de prestação de serviços”.

Desta forma, o tribunal entendeu que o IC fez “um erro manifesto no exercício de poderes discricionários”, algo que constituiu “o vício de violação de lei”. O facto de a secretária ter decidido extinguir o concurso sem cumprir a decisão do tribunal levou a candidata a interpôr, em Outubro, novamente junto do TSI, uma acção execução para que a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura cumprisse a ordem do tribunal.

O caminho certo

Na altura em que a secretária declarou extinto o concurso já a decisão do TSI tinha transitado em julgado, pelo que os procedimentos de avaliação dos currículos teriam de ser revistos pelo Governo, publicando-se uma nova lista de candidatos.

A segunda decisão do TSI cita um parecer emitido pelo Ministério Público que, baseando-se no Código de Processo Administrativo Contencioso, declara que “as decisões dos tribunais em processos do contencioso administrativo, quando transitadas em julgado, devem ser espontaneamente cumpridas pelos órgãos administrativos no prazo máximo de 30 dias”.

Além disso, no caso em questão “não se verificou a causa legítima para o incumprimento da decisão judicial” por parte do Executivo. O cumprimento da decisão implicava, portanto, “a retoma do procedimento concursal no momento imediatamente anterior ao do acto que foi anulado”, ou seja, a publicação da lista de classificação final.

O TSI esclarece que mesmo com as mudanças na gestão da OCM, que desde 2021 é gerida pela empresa Sociedade Orquestra de Macau, Limitada, “o procedimento concursal é o mesmo”, pelo que “o correcto caminho” a adoptar pelo Governo seria “continuar com a conclusão do procedimento em causa e, depois, o melhor classificado [do concurso] ser contratado pela nova entidade que passara a gerir a Orquestra Chinesa de Macau”. Cabe agora à secretária publicar a nova lista com classificações dos candidatos no prazo de 20 dias.

25 Jan 2024

CAM | Previsto aumento de passageiros superior a 20%

Simon Chan, presidente da comissão executiva da CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, disse ontem esperar que o número de passageiros este ano seja superior em 20 por cento face ao tráfego registado no ano passado. Quanto às receitas de 2023, registou-se uma recuperação de 65 por cento em relação aos valores de 2019

 

O turismo tem vindo a recuperar desde Janeiro do ano passado e a prova disso mesmo é que a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau espera números ainda mais positivos no tráfego de passageiros para este ano.

Num almoço de Primavera com órgãos de comunicação social, Simon Chan, presidente da comissão executiva da CAM, disse que este ano pode registar-se um aumento anual no número de passageiros e tráfego aéreo em 20 por cento face ao ano passado, ainda que a situação internacional em matéria de segurança seja complicada.

“A situação da segurança internacional e do desenvolvimento económico global é complexa, mas estimamos que o movimento de passageiros e do tráfego aéreo do aeroporto aumentem em mais de 20 por cento”, disse o responsável.

Há cerca de duas semanas, o responsável pelo departamento de marketing da CAM, Eric Fong Hio Kin, estimou um aumento do número de passageiros entre 10 e 15 por cento para 2024. Tal significa, com base nesses números, que o número anual de passageiros pode aproximar-se dos seis milhões, acima dos 5,15 milhões de passageiros registados em 2023. Contudo, com os números apontados por Simon Chan, o Aeroporto Internacional de Macau poderá receber este ano 6,3 milhões de visitantes.

No que diz respeito às aeronaves executivas, o presidente da comissão executiva da CAM falou de uma subida de 40 por cento, com o volume da carga transportada a poder aumentar nove por cento.

Mais voos em vista

Tendo em conta a chegada do período de férias associado ao Ano Novo Chinês, Simon Chan referiu também que haverá 13 voos fretados adicionais, incluindo sete para o interior da China, três para Taipei, Taiwan, e mais três para as cidades de Banguecoque, Cam Ranh e Phnom Penh, no sudeste asiático.

Estão também previstas várias obras preparatórias do aterro de ampliação do aeroporto. “Vamos lançar muitos concursos públicos para obras de optimização da zona de estacionamento de aviões antes [da construção] do aterro e [respectiva] ampliação do aeroporto. Já começamos a monitorização ambiental e dos recursos hídricos, pelo que prevemos arrancar com as obras do aterro na segunda metade deste ano”, disse.

Recorde-se que o pedido do aterro para a ampliação do aeroporto feito pelas autoridades locais obteve aprovação do Conselho de Estado da China em Outubro de 2022.

No encontro de ontem com os media, houve ainda tempo para falar da previsão das contas da CAM no ano passado. Estima-se que a receita total seja de 1,18 mil milhões de patacas, um aumento anual de 178 por cento, com Simon Chan a prever que as receitas atinjam 65 por cento dos valores registados em 2019.

Tendo em conta que, no ano passado, o aeroporto registou 5,15 milhões de passageiros, o responsável fala numa recuperação de 54 por cento face a 2019. O número global do tráfego aéreo foi de 42,5 mil voos, uma recuperação de 55 por cento face ao ano anterior à pandemia.

25 Jan 2024

Trabalhadores migrantes | Governo rejeita acusações dos EUA

O Governo de Macau garantiu na terça-feira, no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, que todos os trabalhadores usufruem dos mesmos direitos, após os EUA terem acusado a região de “medidas repressivas” contra os migrantes.

Durante uma sessão dedicada aos direitos humanos na China, uma diplomata dos EUA criticou a imposição de “medidas repressivas contra as mulheres, pessoas da comunidade LGBTIQA+ [sigla em inglês para lésbica, gay, bissexual, transgénero, intersexo, ‘queer’ e assexual] e trabalhadores migrantes, incluindo em Hong Kong e Macau”.

Em resposta, o porta-voz do Conselho Executivo defendeu que o território “garante o princípio da não discriminação, de forma que os empregados [sem estatuto de residente] têm os mesmos direitos, obrigações e condições de trabalho” que os locais.

Na sessão do Conselho dos Direitos Humanos que decorreu em Genebra, na Suíça, André Cheong, também secretário para a Administração e Justiça, acrescentou que o Governo “promulgou uma lei que garante um rendimento básico aos trabalhadores migrantes”.

Em 2020, Macau aprovou o alargamento do salário mínimo, que até então apenas abrangia trabalhadores de limpeza e de segurança na actividade de administração predial, e fixou-o em 32 patacas por hora ou 6.656 patacas mensais. O primeiro aumento do salário mínimo, para 7.072 patacas por mês ou 34 patacas por hora, entrou em vigor no passado dia 1 de Janeiro, mas a revisão voltou a excluir os empregados domésticos.

Maternidade e afins

De acordo com dados oficiais, Macau tinha no final de Novembro quase 176 mil trabalhadores sem estatuto de residente, dos quais 14,6 por cento, mais de 25.700, eram empregados domésticos.

No que toca aos direitos das mulheres, André Cheong sublinhou ainda em Genebra que o Governo aumentou de 56 para 70 dias a licença de maternidade, criou uma licença de paternidade de cinco dias úteis e introduziu em 2016 uma lei de prevenção e combate à violência doméstica. André Cheong não fez qualquer comentário sobre a situação da comunidade LGBTIQA+ em Macau.

Em Julho de 2022, o Comité dos Direitos Humanos da ONU disse que “a discriminação contra pessoas de diferentes orientações sexuais e pessoas LGBT ainda existe em Macau, reflectindo a natureza relativamente conservadora da sociedade local e a inactividade do Governo”.

25 Jan 2024

Reserva financeira | Ganhos de 7,7 mil milhões em Novembro

Após dois meses a gerar perdas, a reserva financeira ganhou 7,7 mil milhões de patacas em Novembro do ano passado, de acordo com os dados da Autoridade Monetária de Macau (AMCM). De Janeiro de 2023, até Novembro, o saldo positivo cifra-se em 15,2 mil milhões de patacas

 

A reserva financeira de Macau ganhou 7,7 mil milhões de patacas em Novembro, após dois meses em queda, indicaram os dados divulgados ontem.

A reserva financeira cifrou-se em 574,4 mil milhões de patacas no final de Novembro, de acordo com a informação publicada em Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Apesar de ter registado quedas em Setembro e Outubro, a reserva financeira acumulou uma subida de 15,2 mil milhões de patacas nos primeiros 11 meses de 2023.

A reserva financeira teve até Novembro o melhor desempenho anual desde o início da pandemia, mas o valor permanece longe do recorde de 669,7 mil milhões de patacas atingido em Fevereiro de 2021. O valor da reserva extraordinária no final de Novembro era de 399,4 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para 2023, era de 152,1 mil milhões de patacas.

A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 257,4 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 134,7 mil milhões de patacas e até 176,4 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados.

Da recuperação

A reserva financeira tinha terminado 2022 com 559,2 mil milhões de patacas, o valor mais baixo desde Janeiro de 2019, justificado pela AMCM com “a crise geopolítica, o bloqueio de cadeia global de fornecimentos causado pela epidemia e a subida significativa das taxas de juros”.

Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar de o Governo ter injectado mais de 90 mil milhões de patacas no orçamento. Em 2023, as autoridades da região voltaram a transferir quase 10,4 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público.

A Assembleia Legislativa de Macau aprovou em 7 de Novembro o orçamento da região para 2024, que prevê o regresso dos excedentes nas contas públicas, após três anos de crise económica devido à pandemia de covid-19. A proposta de lei aprovada na generalidade prevê que Macau termine 2024 com um saldo positivo de 1,17 mil milhões de patacas, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”.

25 Jan 2024

AMCM | Emitidos quase 95 mil milhões em títulos de dívida

Segundo o presidente da AMCM, Benjamin Chau Sau San, mais de 100 instituições registaram-se junto da central de depósito de valores mobiliários

No espaço de dois anos foram emitidos quase 95 mil milhões de patacas em títulos de dívida no território, anunciou ontem a Autoridade Monetária de Macau (AMCM). O presidente da reguladora financeira, Benjamin Chau Sau San, disse que mais de 100 instituições já se registaram junto da central de depósito de valores mobiliários do território, incluindo 67 oriundas do exterior e da China.

Na cerimónia do segundo aniversário da central de depósito, detida pela AMCM, Benjamin Chau destacou as três emissões de dívida por parte do Governo Central chinês e outras tantas efectuadas pelas autoridades da vizinha província de Guangdong.

Em Setembro, o Governo chinês emitiu títulos de dívida no valor de cinco mil milhões de renminbis, pouco mais de um ano depois de ter emitido títulos no valor de três mil milhões de renminbis em Macau.

O dirigente prometeu continuar a trabalhar para transformar o sector financeiro de Macau numa plataforma que “ligue à China continental e ao mundo” e que apoie a internacionalização da moeda chinesa, o renminbi. Em Janeiro deste ano, a AMCM começou a atribuir um número internacional de identificação a obrigações, tornando mais rápida a emissão e facilitando a negociação, mesmo fora da região chinesa.

Apostas financeiras

O Governo tem defendido uma aposta no sector financeiro para diversificar a economia, muito dependente dos casinos, mas não tem ainda data para a criação de uma bolsa de valores ‘offshore’, denominada em renminbis. Em Março, o antigo director da bolsa de valores de Hong Kong lançou em Macau uma nova bolsa, baseada em tecnologia ‘blockchain’, que quer ajudar micro e pequenas empresas chinesas a atrair investimento estrangeiro.

Ao contrário das bolsas convencionais, onde as transacções envolvem títulos de dívida e acções de empresas, a Micro Connect (Macau) Financial Assets Exchange lista um novo produto financeiro: certificados que dão aos investidores uma parte das receitas diárias de empresas. Em Novembro passado, a Assembleia Legislativa aprovou uma revisão do sistema financeiro do território para “impulsionar o sector, nomeadamente a emissão de obrigações e títulos”, disse na altura Benjamin Chan.

As autoridades têm ligado a criação de uma bolsa ao papel que Macau tem assumido enquanto plataforma de serviços comerciais e financeiros entre a China e os países de língua portuguesa. A central de depósito de valores mobiliários de Macau foi inaugurada em Dezembro de 2021.

25 Jan 2024

Óscares | “Oppenheimer” é o mais nomeado nos prémios de cinema

Foram conhecidos esta terça-feira os nomeados para os Óscares. O grande destaque vai para o filme que conta a história de vida do pai da bomba atómica, “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, com 13 nomeações. A banda sonora de “Pobres Criaturas”, com fados de Carminho, obteve uma nomeação, mas a curta-metragem portuguesa de Ary Zara ficou de fora

 

O filme “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, é o mais nomeado para os Óscares, os prémios norte-americanos de cinema, numa edição em que a curta-metragem portuguesa de Ary Zara ficou de fora das nomeações.

Segundo a lista de candidatos à 96.ª edição dos Óscares divulgada na terça-feira, o filme sobre o físico norte-americano J. Robert Oppenheimer, um dos criadores da bomba atómica, soma 13 nomeações, incluindo para Melhor Actor, para Cillian Murphy, Melhor Filme, Realização e Direcção de Fotografia.

Além de Cillian Murphy, também Robert Downey Jr. e Emily Blunt estão indicados em papéis secundários. O filme português “Um caroço de abacate”, de Ary Zara, chegou a estar entre os finalistas, na categoria de Melhor Curta-Metragem, mas acabou por não chegar às nomeações finais.

“Barbie”, de Greta Gerwig, que se perfilava também como favorito aos Óscares, soma oito nomeações, nomeadamente para Ryan Gosling e America Ferrara na representação em papéis secundários, e com duas canções nomeadas, mas tanto a realizadora como a protagonista, Margot Robbie, ficaram de fora.

Com 11 nomeações surge “Pobres Criaturas”, do realizador grego Yorgos Lanthimos, e com dez nomeações “Assassinos da Lua das Flores”, de Martin Scorsese, com este cineasta a estar nomeado pela décima vez para o Óscar de Melhor Realização. De “Pobres Criaturas”, destaque para a nomeação de Emma Stone como Actriz Principal, e como coprodutora do filme, e para a inclusão do filme na categoria de Melhor Banda Sonora Original, composta por Jerskin Fendrix e que inclui um fado cantado pela portuguesa Carminho.

Actriz nativa nomeada

Sobre “Assassinos da Lua das Flores” há ainda a destacar que Lily Gladstone, protagonista do filme, é a primeira pessoa nativa norte-americana a estar nomeada para os Óscares, na categoria de Melhor Actriz Principal.

Para o Óscar de Melhor Realização há apenas uma mulher nomeada – a francesa Justine Triet pelo filme “Anatomia de uma queda” — a quem se juntam Martin Scorsese, Christopher Nolan, Yorgos Lanthimos e Jonathan Glazer, por “A zona de interesse”. Para o Óscar de Melhor Filme surgem três obras realizadas por mulheres: “Anatomia de uma queda”, “Barbie” e “Vidas Passadas” (de Celine Song), contando ainda com “Os Excluídos”, “Assassinos da Lua das Flores”, “Maestro”, “Oppenheimer”, “American Fiction”, “Pobres Criaturas” e “A zona de interesse”.

Para Melhor Filme Internacional foram seleccionados “A sociedade da neve”, de J.A. Bayona (Espanha), “A zona de interesse”, de Jonathan Glazer (Reino Unido), “A sala de professores”, de Ilker Çatak (Alemanha), “Eu Capitão”, de Matteo Garrone (Itália), e “Dias perfeitos”, do realizador alemão Wim Wenders, candidato pelo Japão.

Destaque ainda para a categoria de Melhor Longa-Metragem de Animação, na qual figuram “O rapaz e a garça”, de Hayao Miyazaki, “Nimona”, de Nick Bruno e Troy Quane, “Elemental”, de Peter Sohn, “Robot Dreams”, de Pablo Berger, e “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”, correalizado pelo português radicado nos Estados Unidos Joaquim dos Santos, com Kemp Powers e Justin K. Thompson.

O filme “20 days in Mariupol”, do jornalista Mstyslav Chernov, que relata o cerco a esta cidade ucraniana durante a invasão militar russa, está na categoria de Melhor Documentário, o que representa a primeira nomeação aos Óscares para a agência noticiosa Associated Press em 178 anos de história.

Carminho nomeada

Também a banda sonora do filme “Pobres Criaturas”, de Yorgos Lanthimos, composta por Jerskin Fendrix e que inclui um fado interpretado por Carminho, está nomeada para os prémios norte-americanos de cinema Óscares.

De acordo com a lista de nomeados, a banda sonora de “Pobres Criaturas” está nomeada para Melhor Música Original, ao lado dos filmes “American Fiction”, “Indiana Jones e o marcador do destino”, “Assassinos da Lua das Flores” e “Oppenheimer”.

Carminho, uma das fadistas portuguesas mais conhecidas da nova geração, interpreta o fado “O Quarto”, além de que tem uma participação no filme, a cantar e a tocar guitarra portuguesa. A 96.ª edição dos Óscares está marcada para 10 de Março de 2024 em Los Angeles, nos EUA.

24 Jan 2024