Fórmula E | Di Grassi sugere Circuito de Macau para os próximos carros

Lucas Di Grassi, o piloto brasileiro que venceu o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 2005, e um dos pilotos com mais provas disputadas no Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E, sugere que o Circuito da Guia seria o palco ideal para provar a performance da próxima geração de viaturas eléctricas de competição

 

Numa altura em que o Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E já trabalha na quarta geração de monolugares, a chamada Gen4, cuja introdução está prevista para a temporada de 2026/2027, Lucas di Grassi acredita que o desempenho destes carros irá traduzir-se numa maior rapidez e performance, o que significa que a competição estreada em 2014 pode finalmente ambicionar correr nos grandes palcos do automobilismo, em vez de circuitos citadinos improvisados e com pouco carisma. O piloto paulista sugere o exigente Circuito da Guia como a bitola para a próxima geração de monolugares propulsionados a electricidade.

“Em termos de desempenho, eu teria exigido que o Gen4 pudesse correr em todo o Circuito da Guia de Macau e que, pelo menos numa volta de qualificação, fosse mais rápido do que os carros de Fórmula 3 e GT3. Para mim, isso seria um grande indicador de que seguimos na direção certa”, referiu o ex-piloto de F1 numa crónica escrita na reputada revista inglesa Autosport.

A próxima geração de carros de Fórmula E, a construir pela francesa Spark Racing Technology, terão quatro rodas motrizes e serão capaz de debitar 600kW (cerca de 800cv). A Bridgestone será o fornecedor de pneus, enquanto a Marelli irá ser responsável pelo “powertrain” e a Podium Advanced Technologies pelas baterias.

“A essência da Fórmula E são as corridas em circuitos citadinos”, referiu o actual piloto da ABT Cupra. “O melhor circuito urbano do mundo é Macau, portanto qual o melhor lugar que deveremos ambicionar (um dia correr) tendo o carro mais rápido?”

Sugestão da FIA

Recorde-se que em 2013, Jean Todt, visitou o Grande Prémio de Macau no sexagésimo aniversário do evento, e o então presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA) disse à imprensa que faria todo o sentido que o campeonato de carros eléctricos, que na altura estava a dar os seus primeiros passos, tivesse um dia um evento na RAEM. Terão existido até contactos para que o campeonato realizasse um evento no território, mas a resposta de Macau terá sido “vamos esperar para ver”, pois a competição precisava de tempo para amadurecer.

Com o Circuito da Guia a ser incompatível com as necessidades dos monolugares eléctricos da altura e com o território sem grande vontade em realizar corridas numa outra localização, a vizinha Hong Kong acabou por avançar com a sua etapa da Fórmula E – em 2016, 2017 e 2019 – acabando por a perder em 2019 com a pandemia.

Regresso ao Interior da China

O Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E regressa ao Interior da China este ano, um país que serviu de palco para estreia do campeonato em 2014. Depois de passagens por Pequim, pela ilha de Sanya e pela Região Administrativa Especial de Hong Kong, a competição de monolugares eléctricos vai finalmente cumprir o sonho de competir em Xangai. Após estudadas várias alternativas, a organização do campeonato decidiu que o ideal era mesmo utilizar o Circuito Internacional de Xangai. Os carros da Fórmula E não vão usar o circuito do Grande Prémio da China de Fórmula 1, mas sim um traçado alternativo e mais curto, muito mais adequado às performances destes carros que necessitam de vários pontos de travagem para regenerarem energia.

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