Bienal de Taipé | Museu de Belas Artes acolhe eventos até Março

O Museu de Belas Artes de Taipé, em Taiwan, acolhe até ao dia 24 de Março a 13.ª edição da Bienal de Taipé que convida vários artistas, como Nadim Abbas, de Hong Kong, a expôr novos trabalhos. Sob o tema “Pequeno Mundo”, o evento multidisciplinar remete para ideias sobre a nossa própria vida e o sentido de comunidade

 

Está dado o pontapé de saída para a 13.ª edição da Bienal de Taipé deste ano, que decorre no Museu de Belas Artes de Taipé [Taipé Fine Arts Museum], Taiwan, até 24 de Março do próximo ano. Com o tema “Small World” [Pequeno Mundo], pretende-se apresentar obras que remetem “tanto para uma promessa como para uma ameaça”. Promessa no sentido de “maior controlo sobre a nossa própria vida” e uma ameaça “de isolamento de uma comunidade maior”.

Em comunicado oficial, a organização entende que este evento pode dar novas visões sobre a forma como o nosso mundo “se pode tornar mais pequeno à medida que nos aproximamos uns dos outros, mas, à medida que nos afastamos, o ‘Pequeno Mundo’ decorre desse estado de suspensão”.

A bienal inclui exposições de obras de arte em galerias, espectáculos musicais, residências artísticas, workshops e programas públicos, sem esquecer um programa próprio de cinema e concertos ao vivo que decorrem ao longo das várias actividades. O cartaz apresenta nomes de artistas como Dj Sniff, Julian Abraham “Togar” & Wok the Rock e TingShuo Hear Say. No fundo, “Small World” não é mais do que “um convite a reordenar a nossa relação com o que nos rodeia”, aponta a organização.

O evento conta com curadoria independente de Freya Chou, mas também do escritor e editor Brian Kuan Wood e ainda de Reem Shadid. Estes entendem que a bienal expõe também a ideia de “o mundo pequeno perguntar se o nosso medo e desconfiança uns dos outros é, na verdade, um desejo oculto de uma outra coisa”.

Na 13.ª edição da bienal vários artistas foram convidados para produzir ou estrear novas obras, nomeadamente Pio Abad, de Londres; Nadim Abbas, de Hong Kong; Nesrine Khodr, de Beirute; Jacqueline Kiyomi Gork, de Los Angeles; Lai Chi Sheng, de Taipei; Li Yi Fan, também de Taipei; ou Jen Liu, de Nova Iorque.

Questões existenciais

Quanto à essência desta bienal, os três curadores entendem que este conjunto de actividades artísticas ajudam também a fazer uma reflexão dos últimos tempos do pós-pandemia. “Independentemente do inferno por que passámos nos últimos anos, é muito provável que tenhamos sentido e visto finais tornarem-se inícios e inícios a terminarem abruptamente. Talvez nos tenha ocorrido a ideia de abrigo no espaço mais próximo, apenas para encontrar uma cápsula encolhida feita de câmaras e ecrãs alimentando os nossos olhos e drenando a nossa energia.”

Mas, apontam os curadores, esta é a altura de olhar para tudo isto e “perguntar como podemos transformar o ameaçador zumbido da automação em música, como explorar o poder desconhecido do solo debaixo dos nossos pés, o que pode possibilitar dum novo e mais lírico tipo de vida e de criação”.

Os visitantes e amantes de arte poderão desfrutar, nesta bienal, de “um espaço de escuta, reunião, improvisação e exploração” e diversas “formas de perceber e navegar em lições aprendidas sobre a vida que realmente queremos”.

Em 2018, o tema da Bienal de Taipé foi “Pós-Natureza: Um Museu como Ecossistema” e em 2020 foi “Tu e Eu Não Vivemos no Mesmo Planeta”. Esta 13.ª edição é um pouco um produto desses dois eventos, apresentando “as experiências e tensões profundas do quotidiano dos indivíduos, regulado pelo algoritmo da mudança do mundo, questionando se existe capacidade para novas visões poéticas”.

Jun-Joeh Wang, director do Museu de Belas Artes de Taipé, considera que está a ser traçado um novo caminho para a bienal, estando “expectante” quanto à sua realização. “[A bienal] dá um leve toque às questões que enfrentamos na sociedade contemporânea, mas, ao mesmo tempo, questiona profundamente a forma como nos situamos quando as condições temporais e espaciais são constantemente redefinidas”.

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