Reportagens em Hong Kong, Myanmar e Taiwan premiadas

Reportagens sobre a covid-19 em Hong Kong, abusos militares em Myanmar e tráfico humano de estudantes africanos em Taiwan estão entre os vencedores dos Prémios de Imprensa de Direitos Humanos de 2023, foi ontem anunciado.

Os prémios, promovidos pela organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) e pela escola de jornalismo da Universidade Estadual do Arizona, distinguem reportagens de destaque sobre questões de direitos humanos em toda a Ásia e são anunciados no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

“Estes prémios reconhecem os jornalistas que estão a lançar luz sobre algumas das questões mais críticas do nosso tempo na Ásia”, disse a directora executiva da HRW, Tirana Hassan.

“Este tipo de jornalismo, muitas vezes realizado em condições extraordinariamente difíceis, é essencial para expor as violações dos direitos humanos e estamos entusiasmados por homenagear estes corajosos repórteres”, acrescentou.

Distinções e categorias

As 16 categorias de prémios receberam 406 candidaturas de 33 países. As inscrições, para reportagens publicadas em chinês ou inglês durante 2022, foram avaliadas por um painel de jornalistas, editores e especialistas em direitos humanos.

“Os premiados deste ano fazem agora parte de uma orgulhosa tradição de reportagens sobre direitos humanos na Ásia – uma tradição que pretendemos expandir para outras regiões nos próximos anos para reconhecer um jornalismo de direitos humanos tão impressionante e impactante de todo o mundo”, disse Battinto L. Batts Jr., reitor da escola de jornalismo da Universidade Estadual do Arizona.

A agência de notícias Reuters recebeu o primeiro prémio de reportagem de investigação em inglês pelo trabalho sobre os abusos militares em Myanmar (antiga Birmânia) contra os rohingya e os activistas da democracia.

O prémio para reportagens de investigação em chinês foi atribuído ao The Reporter, um meio de comunicação sem fins lucrativos de Taiwan, pela reportagem sobre o tráfico de seres humanos de estudantes africanos por universidades de Taiwan: “Os jornalistas descobriram uma rede criminosa que levou o governo de Taiwan a apresentar queixa contra os infractores”.

“Com múltiplas entrevistas aprofundadas, os jornalistas deram um rosto humano a esta questão. Alguns dos estudantes afectados acabaram por conseguir retomar os seus estudos”, sublinhou a ONG.

O prémio principal para as notícias de última hora em chinês foi atribuído ao Ming Pao, um jornal sediado em Hong Kong, por uma série de artigos sobre a forma como a quinta vaga de covid-19 atingiu Hong Kong na Primavera de 2022.

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