Exposição | “Crisscross Paths” marca o regresso ao Armazém do Boi

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Depois de quatro anos na Rua do Volong, o Armazém do Boi regressa a casa, o Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino, com a exposição colectiva “Crisscross Paths — Exhibition of Environmental Art in Community”. A mostra reúne mais de 50 trabalhos de 10 artistas locais com o tema unificador da protecção ambiental como epicentro inspirativo

 

A Associação de Arte Armazém do Boi está de regresso a casa, depois de quatro anos de actividade na Rua do Volong, enquanto o Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino fechou para obras.

O retorno está a ser celebrado a preceito com a exposição “Crisscross Paths — Exhibition of Environmental Art in Community”, que agrega mais de meia centena de trabalhos de arte contemporânea uma dezena de criadores locais sob o tema da protecção ambiental, em exibição até 30 de Junho.

“Depois da mudança para a Rua do Volong em 2018, o Armazém do Boi está de volta à sua comunidade e ao seu espaço familiar para organizar esta exposição. Tal como na agricultura, a terra torna-se mais fértil depois de recuperada”, escreve a organização.

A exposição resultou de uma chamada aberta à comunidade, com escolas e centros comunitários a trabalhar sob a orientação de 10 artistas locais, que se focaram no conceito chinês de caminhos que se entrecruzam, evocando os trilhos estreitos entre parcelas de campos cultivados. Assim sendo, como o nome indica, o público é convidado a dar um passeio pela natureza e a examinar os trabalhos criados “por pessoas de todos os quadrantes sociais”, usando uma vasta gama de materiais recicláveis. A associação descreve esteticamente as obras como “simples e dotadas de uma pureza desastrada, naturais e sem maquilhagem, dando eco à estética dos caminhos entre parcelas de campos cultivados”.

Paredes cheias

Manuel Variz, que toca nos Náv, foi convidado para orientar um workshop com alunos da Escola Oficial Zheng Guanying (do jardim de infância até ao ensino secundário), onde também é professor, com o objectivo de expressar a importância de proteger o mar”. O fruto do trabalho dos alunos, sob a tutela artística de Manuel Variz, materializou-se numa obra de grandes dimensões, intitulada “Eco-piratas”.
Ainda na categoria de trabalhos tridimensionais, destaque para a participação de John Leung com representações bíblicas usando caixas de ovos, e dirigiu a criação de “Incêndio Florestal”, uma compilação de fragmentos queimados de papéis votivos. O artista pintou também dois quadros para a mostra: “Kung Hei Fat Choy” e “Queen’s Photo Frame”.

Nascido em Macau, em 1993, John Leung tirou bacharelato em escultura no Instituto de Belas Artes de Sichuan e mestrado na University for Creative Arts em Inglaterra.

“Inosculation” é nome da obra de Wong Soi Lon, composta a partir de desperdício e lixo industrial. Duas jantes de automóvel formam as raízes de duas árvores que se juntam numa única copa metalúrgica. Nesta obra, Wong Soi Lon saiu do espaço de conforto de instalações vídeo e pintura a óleo e aventurou-se no mundo da escultura com uma obra de grandes dimensões.

Através dos séculos

“Crisscross Paths — Exhibition of Environmental Art in Community” marca o regresso à agenda cultural do Armazém do Boi, desde que fechou portas ao público a 1 de Outubro de 2017 para renovar as instalações.
Localizado na Avenida do Almirante Lacerda, o Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino e o Canil Municipal de Macau foi classificado em 2017 como edifício de interesse arquitectónico.

O edifício que alberga o Armazém do Boi foi construído em 1912 e reconstruído em 1924, ganhando a sua aparência actual. Composto por dois edifícios paralelos com a tipologia de grandes armazéns, foi transformado num espaço expositivo em 2003 e passou a estar sob a égide do Instituto Cultural em 2016.

Volvidos quatro anos de intensas obras de remodelação devido aos riscos de segurança encontrados numa vistoria, causados pelo envelhecimento e degradação da estrutura, o Governo reparou o telhado, paredes externas e internas e sua impermeabilização. Foram executados trabalhos de drenagem e o chão, janelas e portas foram substituídos.

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