Macau Art Garden | Exposição de Vicent Cheang patente até quarta-feira 

Chama-se “Universo Paralelo” e é a nova exposição de Vicent Cheang, que está na galeria Macau Art Garden até à próxima quarta-feira, dia 9. O público pode ver trabalhos que revelam uma outra Macau imaginada, numa mistura entre o passado e o futuro

 

Está patente até à próxima quarta-feira, dia 9, a exposição da autoria de Vicent Cheang, artista, músico e gestor do Live Music Association (LMA). Em “Universo Paralelo”, patente na galeria Macau Art Garden, da associação Art for All Society (AFA), Vicent Cheang explorou outras realidades, numa mistura de imaginação e realismo. Confinado em casa no período mais grave da pandemia, o autor decidiu recorrer a ferramentas digitais para fazer quadros que misturam uma Macau do passado com o futuro.

“Nunca tinha feito desenhos sobre Macau, e como estávamos fechados e não podíamos ir a lado nenhum, comecei a desenhar paisagens de Macau. Mas ao mesmo tempo fiquei muito ligado à ficção científica, via muitos filmes deste género, e pensei então no tema ‘universo paralelo’. Na minha imaginação pensei em como seria Macau numa outra realidade.”

Vicent Cheang fez um trabalho de investigação, recorrendo a fotografias antigas do território, mesclando-as depois com um futuro imaginado. A aposta nas ferramentas digitais para a criação desta exposição surgiu naturalmente.

“Antes criava trabalhos com ferramentas tradicionais, mas agora a tecnologia ocupa um grande espaço na minha vida. Se usar os media tradicionais para fazer o meu trabalho, preciso de estar em estúdio. Mas também faço música, e sempre viajei por muitas cidades. Com o Ipad percebi que podia fazer o meu trabalho em qualquer altura e lugar, num café ou num aeroporto. Esta ferramenta faz com que os artistas possam criar mais facilmente as suas obras”, concluiu.

Desafios do LMA

Além da veia artística, Vicent Cheang assume também a faceta de gestor do LMA, uma sala de espectáculos que lhe coloca muitos desafios. Este sábado, o LMA abre portas para um novo concerto, desta vez com os Twisted Tables, um grupo de jazz que actua a partir das 20h. Mas o espaço que trazia ao território bastantes projectos musicais de países estrangeiros está agora dependente das bandas e músicos locais. Para manter um cartaz diversificado no LMA, Vicent Cheang, afirma ao HM que deseja uma maior conexão com quem faz música no território.

“Agora não podemos ter bandas e músicos de fora, então o nosso foco é nos projectos locais. Espero que novos músicos se possam aproximar de nós, para que conheçamos o seu trabalho.”

Vicent Cheang diz ser difícil lidar com um orçamento apertado. “O LMA é um projecto muito desafiante. Já fazemos isto há alguns anos e o maior desafio é ter dinheiro para fazer reparação de instrumentos e de equipamentos, para que o espaço possa funcionar normalmente. O orçamento é o primeiro desafio e precisamos de mais projectos.”

Entretanto, Vicent Cheang prepara um novo trabalho discográfico com a sua banda, os L.A.V.Y., mas optou por não divulgar ainda detalhes sobre este disco. “Temos canções suficientes para gravar um segundo álbum, mas os membros da banda estão todos ocupados e precisamos de tempo para gravar este trabalho. Algumas músicas já estão gravadas, mas é uma pena porque o meu produtor está em Taiwan há algum tempo. Este é um problema, comunicar estando em diferentes lugares.” O novo disco poderá sair apenas no próximo ano, confessou.

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