Covid-19 | HK com mais de seis mil casos. Sete hospitais públicos acima da capacidade

A quinta vaga da pandemia parece não dar tréguas em Hong Kong. Hoje a região atingiu a fasquia dos 6.116 novos casos, numa altura em que sete hospitais públicos já atingiram ou excederam a sua capacidade. Nesta fase há 20 doentes para cada profissional de saúde, quando a média habitual é de quatro para um

 

As autoridades de Hong Kong registaram hoje 6.116 novos casos diários de covid-19, uma situação que levou a que sete hospitais públicos do território tenham atingido ou mesmo ultrapassado a sua capacidade de resposta.

Segundo o jornal South China Morning Post, David Chan Kwok-shing, presidente do sindicato Hospital Authority Employees Alliance, descreveu que o rácio actual é de 20 doentes para cada profissional de saúde, quando a média normal é de quatro doentes para um. O mesmo responsável frisou que alguns profissionais médicos “nunca enfrentaram uma situação tão má”, sendo que o Corpo de Bombeiros também enfrenta uma “severa falta de recursos humanos”. Neste sentido, David Chan Kwok-shing apela ao Governo para dar resposta face à enorme falta de profissionais para dar resposta ao aumento de doentes com covid-19.

Dados da Autoridade Hospitalar, citados pelo canal de rádio e televisão RTHK, revelam que esta quarta-feira um total de 4.142 pessoas foram às urgências, sendo que 17 por cento desses pacientes foram admitidos. Os 17 hospitais públicos do território têm habitualmente uma taxa de ocupação na ordem dos 95 por cento, mas ontem unidades como o Hospital Príncipe de Gales, Tin Shui Wai e Tseung Kwan O excederam a sua capacidade, com taxas de ocupação de 108, 107 e 106 por cento, respectivamente. Outras unidades de saúde também operaram com todas as vagas ocupadas.

A agência Xinhua noticiou ontem que as autoridades de Guangdong vão enviar para Hong Kong epidemiologistas e equipamentos de testagem da covid-19, mediante instruções do director da Comissão Nacional de Saúde da China, Wang Hesheng.

E as eleições?

Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong, garantiu esta semana que não vai decretar um confinamento geral no território, mas já há quem defenda que as eleições para este cargo, que estão marcadas para o dia 27 de Março, devem ser adiadas.

É o caso de Tam Yiu-chung, único delegado de Hong Kong à Assembleia Popular Nacional, que apontou, a um programa de rádio, que outras matérias deveriam ser adiadas para que o foco político seja apenas a luta contra a pandemia.

“É muito importante controlar os surtos o mais cedo possível, porque é uma questão de vida ou morte. O Presidente Xi Jinping disse que esta deveria ser a nossa prioridade. Tudo o que nos possa distrair, devemos colocar em suspenso”, disse, segundo o canal RTHK.

No entanto, o conselheiro do Executivo Ronny Tong disse que é preciso olhar para o que consta na Lei Básica do território, que determina mandatos de cinco anos para o cargo do Chefe do Executivo.

“Segundo a nossa lei eleitoral, podemos adiar as eleições até um máximo de 42 dias. Mas penso que temos de ser muito cuidados, porque adiar a eleição significa que estamos a restringir o período disponível para que a próxima Administração forme um novo Governo”, explicou.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários